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RESUMO
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1 INTRODUÇÃO
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quatro apresentam, respectivamente, os aspectos metodológicos da pesquisa e os dados
coletados nas empresas, discutindo-os à luz de categorias de análise propostas pelo estudo. Na
seção cinco, conclui-se o trabalho e dá-se relevo a importantes e surpreendentes resultados.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
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fundamentais à customização e até inovação de produtos e/ou serviços, ampliam os limites
geográficos da empresa e suas possibilidades de implantação de novos modelos de negócios,
contribuem, por fim, para a eficácia das respostas empresariais às pressões do mercado.
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agregação de demanda; do lado dos anunciantes, visa aumentar as vendas que, a longo prazo,
podem incidir positivamente no faturamento.
De forma geral, este tipo de negócio é bastante atrativo para os anunciantes visto que,
por meio de ofertas para compras coletivas, uma empresa pode melhorar a utilização de sua
capacidade produtiva, tornando-a mais eficiente, principalmente em setores que sofrem
sazonalidade. Este também pode ser um canal para reduzir estoques, apresentar novos
produtos e/ou serviços ao consumidor e divulgar a própria marca. Entretanto, é importante
mencionar que todas estas possibilidades precisam ser planejadas, uma vez que o fundamento
das compras coletivas é a agregação de demanda que propicie economias de escala, só assim é
possível prover um produto e/ou serviço ao consumidor a preços baixos (ANAND e ARON,
2003; FELIPINI, 2011).
O modelo de negócio das compras coletivas fundamenta-se na utilização do poder de
agência dos consumidores ao, voluntariamente, operacionalizarem o conceito de collective
buying power (SANTOS e CYPRIANO, 2010). Nesta perspectiva, os consumidores são
convidados a atuarem como colaboradores num esforço que, ao mesmo tempo, produz valor e
gera demanda. A criação de valor decorre da elaboração de comentários sobre a experiência
de consumo vivenciada o que, em caso positivo, favorece a imagem da empresa. A geração de
demanda, por sua vez, acontece quando cada consumidor é motivado a convidar outros a
consumir, visando atingir metas de vendas que possibilitam angariar descontos bastante
atrativos. Algumas ofertas chegam a prometer descontos de 90% no preço se um número
estabelecido de consumidores aderirem à promoção.
Procurando dar conta das dimensões deste fenômeno, alguns estudos têm se focado na
análise das condições e fatores que devem ser considerados quando empresas optam por esta
alternativa de comercialização. Jing e Xie (2011) afirmam que esta estratégia de venda
possibilita ganhos desde que a interação social entre os consumidores seja eficiente. Para os
autores, os descontos anunciados funcionam como motivadores para que consumidores bem
informados atraiam, por meio da divulgação de informações, consumidores que ainda não
conhecem ou têm pouca informação sobre a oferta, uma vez que os descontos oferecidos só
serão praticados se for alcançado um número determinado de compradores. Ao estimularem o
compartilhamento da oferta por meio do envio de mensagens eletrônicas a grupos de amigos
ou compartilhamento em redes sociais como Twitter e Facebook, os portais que hospedam as
ofertas promovem a transformação do consumidor bem informado em agente de vendas.
Jing e Xie (2011) modelam o efeito do compartilhamento de informação e examinam
se e quando a estratégia de vendas por meio de portais de compras coletivas é mais rentável,
comparando-a com estratégias individuais tradicionais. Os autores concluem que esta
alternativa é mais rentável desde que a diferença do nível de informação entre consumidores
experientes e aqueles menos informados seja moderada. Em outras palavras, segundo os
autores, faz-se necessário considerar o ciclo de vida do produto e/ou serviço, sendo mais
indicado usar estratégias de compras coletivas nos estágios iniciais deste ciclo. Além disso,
para estes autores, outra condição necessária para o sucesso da estratégia é que o
compartilhamento de informações seja eficiente. Este aspecto já havia sido observado por
Paghaleh e Paghaleh (2008) quando dizem que, neste tipo de estratégia de vendas, os
consumidores cooperam com o intuito de auferirem às vantagens das compras em atacado,
pois nelas os comerciantes tendem a baixar seus preços à medida que o volume de compras
aumenta. Assim, as compras coletivas traduzem-se como mecanismo de cooperação entre
consumidores em contraposição a leilões nos quais estes competem. O sucesso desta
estratégica também é influenciado por fatores sociais, culturais e tecnológicos. Assim, quanto
maior for o grau de confiança entre os consumidores, mais fácil e eficiente é a difusão da
informação. No que tange aos aspectos tecnológicos, os autores observam que o crescimento
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do acesso à internet por parte dos consumidores está diretamente relacionado ao crescimento
desta modalidade de negócios (JING e XIE, 2011; PAGHALEH e PAGHALEH, 2008).
Na linha de contribuições ao entendimento da estratégia de compras coletivas. Anand
e Aron (2003) chamam atenção para a mudança de paradigma instalada. Segundo os autores,
tradicionalmente é função do mercado promover o encontro entre compradores e vendedores
por meio do preço que é colocado no produto e/ou serviço ofertado. Assim, vendedores
estabelecem os preços e os compradores, posteriormente, decidem se vão ou não realizar a
compra. Diferentemente deste cenário, os grupos de compras são vistos como um caso
especial de mecanismo dinâmico de preços em que compradores beneficiam-se das economias
de escala possibilitadas pelas venda em grande volume. Nestas circunstâncias, segundo os
autores, o grupo de compradores exerce um papel ativo, podendo até negociar um preço que
esteja disposto a pagar. Uma das possibilidades colocadas a serviço do consumidor em portais
de compras coletivas, por exemplo o PEIXE URBANO, é a sugestão de um desconto por
parte do consumidor.
Analisando o fenômeno na perspectiva dos portais que hospedam as ofertas, Anand e
Aron (2003) destacam a capacidade de agrupar um elevado número de membros como uma
vantagem competitiva deste tipo de empresa, já que este é um fator importante para obtenção
de descontos atraentes aos consumidores. No que diz respeito a estes últimos, os autores
afirmam que ao aderirem a um grupo de compras, eles têm a expectativa de que o preço caia a
patamares menores que o preço da compra individual com desconto e, assim, sentem-se
estimulados a entrar no grupo. Além disso, há de se considerar também o efeito contágio,
pois à medida que aumenta o número de adesões à oferta, aumenta o interesse por parte de
outros consumidores em aderirem à compra.
Reforçando as contribuições descritas anteriormente, o guia para comprador,
comerciante e empreendedor de compra coletiva publicado por Felipini (2011) chama atenção
das empresas para o fato de que os produtos e/ou serviços divulgados devem permitir
descontos expressivos que podem chegar até 90%. O autor também apresenta como vantagens
ao anunciante a possibilidade de venda de produtos complementares, a economia de custo
advinda de cupons não utilizados, a aquisição de novos clientes, a divulgação da marca e
obtenção de fluxo de caixa favorável. Em contrapartida, Felipini (2011) informa que os riscos
também devem ser observados. Estes seriam os seguintes: diluição da marca, visto que a
exposição massiva de um produto e/ou serviço de alto valor pela metade do preço pode levar
o cliente a entender que o produto/serviço realmente não vale o preço cobrado; risco de atrair
o cliente errado, ou seja, aqueles clientes que só usam o serviço mediante desconto; risco de
sofrer fraudes que ocorrem nos casos em que o consumidor utiliza programas de edição de
imagens para modificar ou alterar o cupom ou mesmo violar as regras definidas pelo
comerciante; risco de não atender a expectativa dos clientes sobretudo por casos de mau
atendimento. Quanto a este último ponto, reclamações de clientes divulgadas na internet
mostram situações emblemáticas, a exemplo:
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As considerações da literatura sugerem alguns aspectos que podem ser utilizados na
compreensão da adoção bem como dos resultados obtidos por micro e pequenas empresas que
buscaram na oferta de seus produtos e/ou serviços em portais de compras coletivas um meio
para incrementar suas vendas e dinamizar seus negócios. Do exposto no referencial teórico,
vão-se destacar as motivações que levaram as empresas a adotarem esta alternativa de
comercialização, influência da capacidade de agregação do portal para alcance das metas
pretendidas, elaboração da oferta, estruturação e efeitos no relacionamento com os clientes e,
por fim, resultados obtidos. A Figura 1 elenca estas categorias e apresenta possíveis fatores a
se observar em cada uma delas.
3 METODOLOGIA
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as técnicas de coleta de dados e da abordagem específica à análise dos mesmos. Nesse
sentido, o estudo de caso é considerado uma estratégia abrangente indo além de uma tática
para a coleta de dados nem e planejamento da pesquisa (STOECKER apud YIN, 2005). O
estudo de casos múltiplos se justifica porque a lógica a ser adotada na seleção dos casos será a
de replicação, ou seja, serão adotados os mesmos procedimentos definidos no planejamento
em mais de um caso (OLIVEIRA, MAÇADA e GOLDONI, 2009).
Nesta etapa do estudo, procedeu-se à seleção das unidades de análise para coleta de
dados. O critério de seleção foi por julgamento. Optou-se por realizar a pesquisa com
empresas do segmento de serviços de beleza por contar com maior percentual de anúncios
(EXAME, 2011). Após, foi feita uma consulta em portais de compras coletivas, o que
permitiu elaborar um cadastro com aproximadamente 20 empresas anunciantes. Consultaram-
se anúncios ativos e já encerrados. Posteriormente, fez-se contato com os proprietários das
estéticas por telefone. A partir deste contato, foram descartadas as clínicas de estética cujos
proprietários fossem terapeutas ocupacionais ou fisioterapeutas, pois estes estavam proibidos
de anunciar seus serviços em portais de compras coletivas. Das empresas consultadas, seis
aceitaram participar da pesquisa, mas apenas quatro empresas, situadas na cidade de Porto
Alegre (RS), agendaram uma visita às instalações.
Para coleta de dados, utilizou-se entrevista. Segundo Yin (2005), a entrevista é uma
das técnicas mais utilizadas em estudo de caso. Conforme Oliveira et al. (2009), em relação à
entrevista, os aspectos a serem considerados se referem ao critério para escolha dos
entrevistados, utilização ou não de roteiro de entrevista, validação de conteúdo do roteiro de
entrevista, número de entrevistados, meio utilizado para registro da entrevista (anotações,
gravação, etc.). As entrevistas individuais com os proprietários das estéticas foram feitas pelas
próprias pesquisadoras no período de março a abril de 2012, sendo que cada entrevista teve
duração de aproximadamente duas horas.
As entrevistas foram conduzidas conforme um roteiro contendo vinte e duas questões
abertas distribuídas em cinco blocos: bloco 1: características do negócio; bloco 2: utilização
da estratégia de compras coletivas; bloco 3: operacionalização da estratégia; bloco 4:
relacionamento com o cliente; bloco 5: avaliação geral. Estas questões buscaram contemplar
as categorias apresentadas na figura 1 do referencial teórico, as quais também nortearam a
análise dos dados que são apresentados e interpretados de forma agregada, buscando-se
cotejar, em cada categoria, as orientações provenientes da literatura com a realidade
encontrada nas empresas.
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Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), destacam-
se como fatores que explicam este aquecimento: a participação crescente da mulher brasileira
no mercado de trabalho; a utilização de tecnologia de ponta e o consequente aumento da
produtividade, os lançamentos constantes de novos produtos e o aumento da expectativa de
vida. Uma das características das microempresas deste ramo é o empreendedor individual
fazer acordos com profissionais que trabalham no estabelecimento e trazem sua carteira de
clientes. Estes profissionais são remunerados por comissões (BELLAGUARDA; BRAGA,
2006).
As empresas que participaram desta pesquisa acompanham esta característica, ressalta-
se que todas são administradas por mulheres e têm amplo mix de serviços abrangendo estética
corporal, facial e trato de cabelos.
Por meio das entrevistas e visitas às estéticas foi possível verificar que é baixo o grau
de sistematização dos dados sobre a gestão do negócio, exceção feita à estética C, cuja
proprietária visou, por meio do empreendimento, unir a teoria adquirida na formação
acadêmica à prática da gestão. Notou-se nesta empresa um cuidado no acompanhamento de
indicadores de desempenho, tais como produtividade dos profissionais, número de
atendimentos mensais, fluxo de caixa, etc. Observa-se também que ela é a única que utiliza
um software de gestão para acompanhar os resultados da empresa, muito embora, todas
afirmem a necessidade de ter este recurso para auxiliá-las na gestão das informações e
controle do negócio. Uma delas – empresa D - cita que neste ano (2012), o fato de não ter
uma ferramenta de controle gerou uma queda significativa no faturamento da empresa. A
Figura 2 apresenta as empresas:
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A principal motivação que as quatro entrevistadas alegaram ter para ofertar serviços
em portais de compras coletivas foi a divulgação de suas empresas. As estéticas A e C
aderiram a este meio em 2010, ano da fundação do site Peixe Urbano, primeiro portal
brasileiro a utilizar o sistema de compra coletiva conforme modelo praticado nos EUA
(FELIPINI, 2011). As empresas B e D anunciaram em portais de compras coletivas em 2011.
Nos relatos obtidos, observa-se que as empresas que iniciaram este movimento quando ele
representava uma novidade de mercado, usufruíram deste efeito. Uma das empresárias afirma:
Minha motivação foi divulgação...e novidade, gosto de inovar. Vi e quis saber como
funcionava[...]Em outubro de 2010, fiz minha primeira oferta. Colocava a oferta no
ar e o telefone tocava dia inteiro. Houve um momento em que “bombava”. Vinha
gente de Novo Hamburgo, Capão da Canoa (Fonte: fragmento de entrevista
realizada em março de 2012).
Fui atrás do Peixe Urbano, mas mandaram ficar na fila para o consultor entrar em
contato. Obtive o telefone do Groupon, que me atendeu imediatamente. Em outubro
de 2010, fiz a primeira oferta.[...] o mais interessante [dentre os sites de compras
coletivas utilizados] foi o Groupon, por ser multinacional, mas ficou inviável no
final pois exige descontos agressivos (90%) e comissão alta (50%) (Fonte:
Fragmento da entrevista na estética C, março/2012).
Na primeira vez, usei o Imperdível. Vendeu 60 e usei para saber como funcionava.
Na segunda vez, usei o Groupon. Valeu a pena, foram 450 cupons vendidos. Na
terceira vez usei um site local, desconhecido. Vendi três cupons. Na quarta vez, usei
o Groupalia, – [a promoção] terminou ontem (21/03/2012). Usei três vezes e no
total, vieram 15 clientes. Em todas as vezes, representantes dos sites vieram até a
estética (Fonte: Fragmento da entrevista na estética A, março de 2012).
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que reúnem ofertas de vários portais de compras coletivas. Esta explosão numérica contribui
para o acirramento da competição entre portais e, neste cenário, observam-se iniciativas para
atração e retenção dos anunciantes. Nesta linha, conforme uma das entrevistadas, a comissão
cobrada pelo Groupalia, portal espanhol recentemente comprado pelo Peixe Urbano, cai para
30% do montante obtido nas vendas desde que a empresa anuncie três vezes.
Era verão e havia necessidade do cabelo estar preparado. Por isso ofertei um
tratamento capilar (Fonte: Fragmento de entrevista realizada em abril de 2012)
Primeiro aplico o produto, enquanto ele está agindo na primeira cliente, aplico na
segunda e assim sucessivamente. Depois, é só lavar e secar. Leva cerca de 1:30 h,
todo o processo (Fonte: Fragmento de entrevista realizada em abril de 2012).
A estética D não soube especificar, de forma tão assertiva como as outras estéticas,
quais são os fatores que considera mais importantes na composição do pacote de serviço que
divulga para compras coletivas. De forma geral, ela explorou a estratégia para divulgar no
próprio bairro seus serviços de tratamento de cabelo, mas também divulgou tratamentos
faciais.
Para escova progressiva, que é feita a cada 3 meses, dei cartão que dava desconto de
10% até um período de quatro meses e se [a cliente] trouxesse uma amiga teria
desconto de 20% e a amiga de 10% (Fonte: Fragmento da entrevista realizada em
março de 2012).
O leque dos resultados possíveis e esperados para empresas que buscaram dinamizar
seus negócios ofertando serviços em portais de compras coletivas é amplo. No caso das
empresas entrevistadas citaram-se obtenção de fluxo de caixa em períodos de baixa demanda
e, em menor grau, aquisição de serviços e produtos complementares pelos consumidores. É
importante ressaltar, contudo, que as quatro empresas esperavam atrair clientes que residem
nas imediações de seus estabelecimentos, o que contribuiria para o retorno futuro devido à
facilidade de acesso. O que aconteceu, no entanto, foi que o anúncio atingiu público inclusive
de cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre, com baixa perspectiva de retenção e
fidelização. Para a estética B, por exemplo, clientes de uma mesma família chegaram a alugar
transporte para virem de Gravataí à Capital, todos juntos numa mesma tarde. Gostaram muito
do serviço, segundo a esteticista, e perguntaram quando seria lançada outra promoção pela
estética. A proprietária da estética C, apesar de fazer esforços para retenção e fidelização
ofertando cartões próprios de desconto com extensão da promoção para amigos, também não
obteve sucesso, segundo ela:
Devido à grande massificação dos sites, isso [veiculação dos anúncios nos portais]
não é mais viável. Clientes vêm com maço de cupom na bolsa e passam o dia
[consumindo promoções]. Classe A e B, que tem cliente mais exigente, deixou de
comprar nas compras coletivas[...] Conclui que o diferencial no setor de estética é o
preço, mas não pretendo lançar mão desta estratégia para não canibalizar mercado
(Fonte: fragmento de entrevista, março de 2012).
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estéticas A, B e D continuam utilizando a estratégia pois acreditam que ela é um meio de estar
na mídia e ser conhecida, mesmo que o retorno seja baixo. Para a estética A, trata-se de:
5 CONCLUSÕES
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amplamente conhecidos pelos consumidores. Isto significa que estas empresas estão perdendo
a oportunidade de usar este meio como forma de apresentar novos serviços aos clientes,
testando sua aceitação. Ao optar por uma postura mais conservadora, elas correm o risco de
diluírem suas marcas dando ao consumidor a impressão de que seus serviços, fora da
promoção, estão supervalorizados. Devido à eficiência e rapidez com que as trocas de
informação entre os clientes acontecem, a estratégia tem sido vista como uma forma eficaz
para divulgação das empresas no mercado. No entanto, esta divulgação não se reflete em
retenção de cliente e aumento do faturamento da empresa. Como observado por uma das
empresárias, os clientes de compras coletivas têm feito uso de seu poder de barganha e,
conscientes da explosão de ofertas pouco diferenciadas, não acompanham as empresas em
suas expectativas de fidelização. Muito embora se observe não haver controle quantitativo dos
resultados da ação nas empresas pesquisadas, todas afirmaram que este tipo de estratégia,
além de não converter o cliente esporádico num cliente regular, promove o consumo de quem
só compra estimulado por um desconto significativo. Na avaliação geral das empresas
anunciantes, há um consenso de que o uso dos portais contribui para divulgação em redes
sociais, principalmente se o portal tiver um cadastro com grande quantidade de clientes. Este
fato deveria promover elevação da demanda e contribuir para o aumento do faturamento da
empresa devido às economias de escala. Entretanto, devido ao pequeno porte das anunciantes,
o que limita sua capacidade produtiva, e às comissões e descontos elevados exigidos pelos
portais, este efeito não ocorre. Apesar das limitações da pesquisa quanto ao número de
empresas investigadas e ênfase apenas num setor, os resultados obtidos no estudo mostram-se
significativos e encorajam sua continuidade, visando-se à sua aplicação em outros setores e,
futuramente, adoção de abordagens quantitativas que possibilitem identificar fatores críticos
de sucesso a ser considerados pelas empresas na adoção desta estratégia de vendas. No
momento, fica-se com a percepção de que a massificação de ofertas acaba por trair o principal
resultado propagado aos anunciantes que é divulgar os diferenciais dos serviços prestados por
suas empresas e, assim, reter clientes.
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