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TECNOLOGIA MECÂNICA

Avarias, desgastes e mecanismos de desgaste


das ferramentas de corte

Prof. Dr. Ramsés Otto Cunha Lima


TECNOLOGIA MECÂNICA
Avarias, desgastes e mecanismos de desgaste das ferramentas de corte

TÓPICOS DE AULA

• Introdução;

• Avarias nas ferramentas de corte;

• Avaria de origem térmica;

• Avaria de origem mecânica;

• Desgaste nas ferramentas de corte;

• Mecanismos de desgaste;

• Curva de vida das ferramentas.

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Avarias, desgastes e mecanismos de desgaste das ferramentas de corte

INTRODUÇÃO

• Dureza
• Resistência ao desgaste
• Resistência mecânica } Destruição da ferramenta  Substituição

Entender os
Ações coerentes
processos de Prolongam a
e efetivas para
destruição das vida da aresta
reduzir a taxa de
ferramentas de de corte.
destruição.
corte.

• Distingue-se três tipos de destruição que promovem mudança na geometria


da ferramenta de corte em usinagem:
 Avaria;
 Desgaste;
 Deformação plástica.
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Avarias, desgastes e mecanismos de desgaste das ferramentas de corte

INTRODUÇÃO

• Avaria:
 Processo de destruição da ferramenta de corte que ocorre de maneira
repentina e inesperada, causado pela quebra, lasca ou trinca da
ferramenta de corte.

• Quebra  Perda de material de


forma instantânea, mais comum em
ferramentas de baixa tenacidade,
como cerâmica e ultraduros;

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INTRODUÇÃO

• Avaria:
 Processo de destruição da ferramenta de corte que ocorre de maneira
repentina e inesperada, causado pela quebra, lasca ou trinca da
ferramenta de corte.

• Lasca  Perda de material de forma


instantânea. Depende também da
tenacidade da ferramenta, mas pode
ocorrer até mesmo em ferramentas de
aço rápido (Santos, 2004);

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INTRODUÇÃO

• Avaria:
 Processo de destruição da ferramenta de corte que ocorre de maneira
repentina e inesperada, causado pela quebra, lasca ou trinca da
ferramenta de corte.

• Trinca  Abertura de fenda no corpo


da ferramenta, não existe perda de
material, mas sua presença pode
comprometer a continuidade do
processo de corte pela sua
transformação em sulco ou pelo
lascamento ou quebra da aresta de
corte.

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INTRODUÇÃO

• Desgaste:
 A Norma ISO 3685 (1977) define desgaste em ferramentas como sendo
“mudança em sua forma original durante o corte, resultante da perda
gradual de material”.

• Acontece de maneira contínua e progressiva;

• Em proporções pequenas (nível atômico ou granular);

• Vários mecanismos;

• Pode ser acompanhado também de deformação plástica;

• A temperatura de corte tem papel decisivo;

• Atinge ferramentas de qualquer material.


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INTRODUÇÃO

• Desgaste:
 A Norma ISO 3685 (1977) define desgaste em ferramentas como sendo
“mudança em sua forma original durante o corte, resultante da perda
gradual de material”.

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INTRODUÇÃO

• Deformação plástica:
 É a mudança de geometria da ferramenta de corte pelo deslocamento
de massa. Ela ocorre por cisalhamento devido às altas tensões
atuantes nas superfícies das ferramentas de corte.

• Pode levar à destruição da cunha cortante (casos extremos);

• Comum em ferramentas com baixa resistência ao cisalhamento e alta


tenacidade;

• Comumente tratado como desgaste.

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INTRODUÇÃO

• Deformação plástica:
 É a mudança de geometria da ferramenta de corte pelo deslocamento
de massa. Ela ocorre por cisalhamento devido às altas tensões
atuantes nas superfícies das ferramentas de corte.

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INTRODUÇÃO

• Assim, em um processo de usinagem, existem duas causas fortes para a


substituição da ferramenta:

 Ocorrência de avaria (trinca, lasca ou quebra);

 Comuns no corte interrompido (fresamento), devido à choques


térmicos e mecânicos;

 Raro no corte contínuo (torneamento).

 Desgaste ou deformação atinge proporções elevadas, podendo


comprometer o bom andamento do processo.

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AVARIAS NAS FERRAMENTAS DE CORTE

• Avarias no corte contínuo são muito raras, a não ser que:

 As condições de corte são abusivas;

 Geometria da ferramenta inapropriada;

 Defeito de fabricação de ferramenta.

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AVARIAS NAS FERRAMENTAS DE CORTE

• As ferramentas usadas no corte interrompido são frequentemente rejeitadas


por trincamento, lascamento ou quebras. No corte interrompido, a aresta de
corte pode sofrer avarias devido aos choques:

 Mecânicos  originados na entrada ou saída da peça;

 Térmicos  causado pela flutuação de temperatura durante um ciclo


(revolução) da ferramenta.

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Durante o corte interrompido (fresamento), cada dente experimenta fase:

 Ativa (com corte)  Aquecimento.

 Inativa (sem corte)  Resfriamento.

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• As temperaturas flutuam ciclicamente:

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Distribuição de temperatura durante o ciclo depende das condições de


corte, material da ferramenta e material da peça.

• A flutuação cíclica da temperatura na interface cavaco – ferramenta leva a


uma modificação (também cíclica) na distribuição de tensão na região de
corte da ferramenta, podendo provocar a formação de trincas.

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Flutuações cíclicas  Trincas por fadiga (ferramentas de metal duro).

• Ferramentas de aço rápido  Tenazes: Suportam variação de tensão sem


nuclear trincas.

• Ferramentas cerâmicas  Frágeis: Quebram sem permitir a observação de


trincas superficiais.

• Trincas de origem térmica, por processo


de erosão, se tranformam em “sulcos
desenvolvidos em forma de pente”
(combcracks).

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Outros exemplos de sulcos desenvolvidos em forma de pentes:

Sup. saída

Sup. folga

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Outros exemplos de sulcos desenvolvidos em forma de pentes:

Superfície de saída
Superfície de saída

Superfície de folga

2
Superfície de folga
1

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Velocidade de corte, avanço, tenacidade das ferramentas, são parâmetros


influentes no processo (Lehewald, citado por Ferraresi, 1977):

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Velocidade de corte, avanço, tenacidade das ferramentas, são parâmetros


influentes no processo (Lehewald, citado por Ferraresi, 1977):

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Quanto maior a tenacidade das ferramentas de corte maiores são as


resistência aos choques térmicos, apresentando, por conseguinte, menores
números de trincas.

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Depois de um certo tempo, o número de trincas térmicas se estabiliza


porque o processo de fadiga é aliviado pela abertura dessas trincas.

• Ferraresi (1977) denominou o número de trincas na estabilização de


“número limite de sulcos”, observado também, por Ekemar et al. (1970).

• As cavidades das trincas absorvem o processo de dilatação e retração das


superfícies da ferramenta.

• Assim, as tensões geradas não são suficientes para promover a abertura de


nova fissura.

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Lehewald (1963), desenvolveu um sistema de aquecimento da ferramenta de


corte por meio de resistência elétrica, com o objetivo de verificar a influência
da temperatura no processo formação de trincas de origem térmica.

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Outra variável importante no processo de formação de trincas de origem


térmica é a utilização de fluido de corte.

• A figura abaixo apresenta resultados obtidos por Vieira et al. (2001) para a
vida da ferramenta no fresamento frontal com diversos fluidos de corte.

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AVARIA DE ORIGEM TÉRMICA

• Trincas térmicas podem, também, interagir com trincas de origem mecânica


e promoverem destacamento de materiais das superfícies da ferramenta de
corte, podendo ocorrer lascamentos menores ou maiores (spalling).

• Formação de lascamentos (spalling) na


presença de trincas térmicas, no
fresamento de aço com ferramenta de
metal duro revestida (Melo et al., 2004).

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AVARIA DE ORIGEM MECÂNICA

• Trincas de origem mecânica podem ocorrer devido a “choques mecânicos”


ocorridos durante a entrada da aresta de corte na peça ou durante a saída
dela da peça.

• Normalmente, elas ocorrem paralelas à aresta de corte, tanto na superfície


de saída como na superfície de folga da ferramenta, culminando em
lascamentos que podem condenar a ferramenta de corte.

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AVARIA DE ORIGEM MECÂNICA

• Avarias de origem mecânica em ferramentas cerâmica e cermet.

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AVARIA DE ORIGEM MECÂNICA - Na entrada da ferramenta na peça

• No corte interrompido (fresamento), a cada giro da fresa, cada dente que


compõe a ferramenta sofre um impacto violento na entrada da peça de
trabalho.

• Situação desfavorável  Ferramenta pode sofrer lascamento ou mesmo a


quebra no primeiro ciclo.

• Ferramenta bem especificada  Tenacidade para evitar quebra imediata,


porém o carregamento repetitivo (a cada entrada na peça) pode levar ao
aparecimento de trincas.

• Trincas de origem mecânica ocorrem paralelas à aresta de corte.

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AVARIA DE ORIGEM MECÂNICA - Na entrada da ferramenta na peça

• No processo de lascamento:
 Pontos favoráveis à nucleação de lascas multiplicam com aumento
dos ciclos;

 Lasca aumenta até atingir proporções que condenarão a aresta de


corte.

• Problemas de choques mecânicos


na entrada podem ser agravados
pela adesão de cavacos na superfície
de saída (Kabaldin, 1980).

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AVARIA DE ORIGEM MECÂNICA - Na entrada da ferramenta na peça

• Adesão ocorre pela união de condições favoráveis à interação material-


peça:
 Superfície “virgem” (isenta de impurezas e óxidos);

 Temperaturas elevadas.

• Fluxo de material adjacente à


superfície (cavaco, na de saída ou
peça, na de folga), é depositado na
região lascada, favorecendo outros
mecanismos de desgaste como
atrittion e difusão.

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AVARIA DE ORIGEM MECÂNICA - Na saída da ferramenta na peça

• Pekelharing (1978 e 1984) estudou avarias em ferramentas de metal duro na


saída da ferramentas da peça de trabalho.

• Observou-se que apenas os dentes ímpares da fresa multicortante de oito


dentes apresentaram quebra da cunha, enquanto os dentes pares ficavam
inteiros.

• Quando a ferramenta se aproxima da saída da peça, promove rotação no


plano de cisalhamento primário, tornando-o negativo, resultando na formação
do fenômeno conhecido como “formação do pé”.

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AVARIA DE ORIGEM MECÂNICA - Na saída da ferramenta na peça

• Ao se aproximar da borda de saída da peça, a


ferramenta, com seu esforço de corte, não tem a
restrição da resistência do material em
condições normais.

• Devido à falta de apoio, a borda se deforma no


sentido de cisalhamento negativo, até a ruptura,
antes de atingir a borda, promovendo a formação
do pé.

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AVARIA DE ORIGEM MECÂNICA - Na saída da ferramenta na peça

• Devido à rotação no plano de


cisalhamento primário, a ponta da
ferramenta passa do estado
compressivo, para um estado de
tração.

• Assim, dependendo das condições


de corte, material da peça e da
ferramenta, essa inversão de estados
de tensão pode promover a quebra
da ponta da ferramenta.

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AVARIA DE ORIGEM MECÂNICA - Na saída da ferramenta na peça

• Explicação do pé se formar apenas nos dentes ímpares das ferramentas:

• Pode-se evitar, portanto, a falha na saída da ferramenta da peça usando o


chanfro na superfície da peça, ou uma geometria de saída segura.
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DESGASTE NAS FERRAMENTAS DE CORTE

• Mesmo que a ferramenta de corte tenha tenacidade suficiente pera evitar


uma avaria, durante a usinagem verifica-se um desgaste progressivo tanto na
superfície de folga como na de saída da ferramenta devido a mudanças
provocadas pela ação do corte.

• Principais áreas de desgaste


de uma ferramenta de corte:

• Desgaste de cratera  A

• Desgaste de flanco  B

• Desgaste de entalhe  C e D

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DESGASTE NAS FERRAMENTAS DE CORTE

• Principais parâmetros utilizados para quantificar desgastes das ferramentas


de corte (ISO 3685):

• KT  Profundidade de cratera;

• VBB  Desgaste de flanco médio;

• VBBmax  Desgaste de flanco máximo;

• VBN  Desgaste de entalhe.


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DESGASTE NAS FERRAMENTAS DE CORTE

• O tempo em que a ferramenta trabalha efetivamente antes de ser reafiada ou


substituída é a “vida da ferramenta de corte”, T.

• Um critério deve ser adotado então, para determinar o fim de vida da


ferramenta.

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DESGASTE NAS FERRAMENTAS DE CORTE

• As consequências de uma quebra de ferramenta em serviço podem


representar um custo elevado.

 Refugo da peça;

 Danificar o suporte;

 Danificar o eixo árvore da máquina-ferramenta.

• Em operações de acabamento, os critérios adotados são relacionaods com


parâmetros de rugosidade superficial, como o Ra (que são muito aquém do
estágio III).

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DESGASTE NAS FERRAMENTAS DE CORTE

• Em operações de desbaste os critérios recomendados pela ISO 3685


(ferramentas de aço rápido, metal duro e cerâmica) são:

 Desgaste de flanco médio, VBB = 0,3mm;

 Desgaste de flanco máximo, VBBmax = 0,6mm;

 Profundidade de cratera, KT = 0,06 + 0,3fc, (fc = avanço de corte em


mm/rev);

 Desgaste de entalhe, VBN e VCN = 1,0mm;

 Falha catastrófica

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MECANISMOS DE DESGASTE

• Em condições normais de corte, uma das formas de desgaste irá prevalecer


com o tempo, e elas se desenvolvem por vários mecanismos de desgaste.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• A literatura apresenta variações na classificação dos mecanismos de


desgaste, porém, grande parte dos trabalhos existentes considera pelo
menos seis mecanismos diferentes (Trent e Wright, 2000):

• Observa-se que a deformação plástica foi colocada como mecanismo de


desgaste, e na introdução ela foi considerada como um dos elementos de
destruição das ferramentas de corte.
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MECANISMOS DE DESGASTE

• 1) Deformação plástica superficial por cisalhamento a altas temperaturas:

 Ocorre mais provavelmente na usinagem de metais com alto ponto de


fusão, em ferramentas de aço rápido.

 As tensões cisalhantes na interface cavaco – ferramenta são grandes


o suficiente para causar deformação plástica na superfície de saída da
ferramenta de corte.

 Devido às altas temperaturas desenvolvidas, a resistência ao


escoamento do material da ferramenta próximo à interface é reduzida.

 Como consequência, material é cisalhado juntamente com o cavaco, e


arrancado da superfície da ferramenta, formando uma cratera.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 1) Deformação plástica superficial por cisalhamento a altas temperaturas:

Peça

Cavaco

vc

Ferramenta

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 2) Deformação plástica da aresta de corte sob altas tensões de compressão:

 Ocorre na usinagem de materiais de elevada dureza.

 As combinações de altas tensões de compressão com altas


temperaturas na superfície de saída podem causar a deformação
plástica da aresta de corte das ferramentas de aço rápido ou metal
duro.

 Geralmente, ocorre a altas velocidades de corte e avanço e leva a uma


falha catastrófica.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 2) Deformação plástica da aresta de corte sob altas tensões de compressão:

 As tensões compressivas são máximas na aresta de corte e


decrescem exponencialmente até o zero, no ponto em que o cavaco
perde contato com a superfície de saída.

 Infelizmente, a aresta de corte é a região em que a cunha é menos


resistente, e dependendo da tensão promovida pelo material da peça,
a ferramenta pode não oferecer resistência , e entrar em colapso.

 Em ferramentas de metal duro isto também é comum de acontecer,


mas em ferramentas cerâmicas, devido a suas baixas tenacidades, não
é possível ocorrer este tipo de falha. Isto porque o campo plástico
dessas ferramentas é muito pequeno.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 2) Deformação plástica da aresta de corte sob altas tensões de compressão:

 Carregamento compressivo na ponta da ferramenta.

 Cisalhamento na superfície de folga.

 Destruição ocorre por cisalhamento.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 3) Desgaste difusivo:

 Mecanismo que envolve transferência de átomos de um material pra


outro e é fortemente dependente da temperatura, do tempo e da
afinidade química entre elementos envolvidos na zona de fluxo.

 Em usinagem, as velocidades relativas entre ferramenta - peça ou


ferramenta – cavaco são altas e o tempo de contato entre esses
materiais é muito curto.

 Isto levaria o mecanismo de difusão a ser desprezível, se não fosse a


existência de uma zona de aderência na interface cavaco – ferramenta,
onde o gradiente de velocidade atinge o valor zero, garantindo tempo
suficiente para haver difusão.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 3) Desgaste difusivo:

 Só é concebível existir difusão como mecanismo de desgaste em


ferramentas de corte durante a usinagem se existir intimo contato
entre as duas superfícies envolvidas.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 3) Desgaste difusivo:

 Cada par ferramenta-peça irá apresentar suas reações particulares,


mas todos tendem a enfraquecer a ferramenta de corte, não só pela
perda de elementos importantes, mas pela troca de elementos com a
peça, tornando-a menos resistente ao desgaste.

 Este mecanismo poderá atuar


tanto na superfície de saída
quanto na de folga e a taxa de
desgaste irá aumentar com o
aumento da velocidade de corte
e do avanço.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 4) Desgaste por aderência e arrastamento - atrittion:

 Frequentemente tratado por Adesão, este mecanismo ocorre,


geralmente, a baixas velocidades de corte, onde o fluxo de material
sobre a superfície de saída se torna irregular.

 A APC pode aparecer, e na sua presença, o processo tem natureza


menos contínua, principalmente se ela for instável.

 Sob estas condições, fragmentos


microscópicos são arrancados
da superfície da ferramenta e
arrastados junto ao fluxo de
material adjacente à interface.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 4) Desgaste por aderência e arrastamento - atrittion:

 Alguns fatores que favorecem o mecanismo de desgaste por attrition:


 A zona de escorregamento (ao invés da zona de aderência);
 O Corte interrompido (fresamento);
 Profundidade de corte variável.

 Estes fatores promovem o fluxo irregular de material e, portanto,


favorecem a participação do Attrition.

 Como o processo de perda de


material é em nivel de grãos, o
processo favorece ferramentas com
granulação mais fina.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 4) Desgaste por aderência e arrastamento - atrittion:

 Ainda, como esse mecanismo se processa em nível de grãos, no


microscópio, as áreas desgastadas por attrition tem uma aparência
áspera.

 Na figura abaixo, na superfície de saída da ferramenta, onde esteve


presente a zona de aderência, prevalece a difusão, com o desgaste
apresentando um aspecto liso.

 Onde a zona de escorregamento


esteve presente, observa-se o
aspecto áspero, característico de
attrition.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 5) Desgaste abrasivo:

 Ocorre quando o material é removido ou deslocado por partículas


duras que podem estar soltas entre duas superfícies com movimento
relativo, ou que pertencem a uma das superfícies.

 Abrasão de três corpos:


 Partículas duras e soltas (pertencentes a peça e/ou cavaco) estão
livres para rolar e escorregar entre duas superfícies.

 Abrasão de dois corpos:


 Partículas abrasivas são precipitados duros (óxidos, carbonetos,
nitretos ou carbonitretos) que, se pertencentes ao material da
peça ou do cavaco, desgastam a ferramenta.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 5) Desgaste abrasivo:

 Nota-se a presença de sulcos paralelos entre sí, que foram formados


na direção do fluxo de material tanto do cavaco, como da peça.

 Mesmo com elevada dureza, o aço da peça de trabalho não seria o


fornecedor das partículas abrasivas. Neste caso, possivelmente, as
partículas são provindas da própria ferramenta.
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MECANISMOS DE DESGASTE

• 6) Desgaste de entalhe:

 Não é propriamente um mecanismos, mas sim uma forma de desgaste,


e aparecem sempre nas regiões coincidentes com as laterias do
cavaco. Suas prováveis causas são:

 Camada de material encruado na superfície usinada previamente;


 Concentração de tensões;
 Trincas térmicas devido ao alto gradiente térmico na superfície
livre;
 Presença de rebarba na superfície previamente usinada;
 Camada de óxido abrasiva na superfície previamente usinada;
 Fluxo de material da APC, paralelo à aresta de corte;
 Fadiga da ferramenta devido à flutuação de força na superfície
livre;
 Partículas da ferramenta depositadas na superfície da peça.
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MECANISMOS DE DESGASTE

• 6) Desgaste de entalhe:

 Por falta de consenso, é comum tratar esta forma de desgaste como


um mecanismo. Ele ocorre, principalmente, na usinagem de materiais
resistentes a altas temperaturas.

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MECANISMOS DE DESGASTE

• 6) Desgaste de entalhe:

 Geralmente, nas regiões onde ocorre este tipo de desgaste, as


condições de escorregamento prevalecem e o mecanismo de
desgaste, provavelmente, envolve abrasão e attrition, e eles são
bastante influenciados pela atmosfera.

 Em velocidades elevadas, provavelmente a difusão pode fazer parte do


processo. Isto é evidenciado pelo fato do aumento da velocidade de
corte aumentar a taxa de desgaste.

 Existem evidências para sugerir que óxidos se formam continuamente


e se aderem na ferramenta naquelas regiões, e a quebra das junções
de aderência entre os óxidos e a ferramenta, promovidas pelo
mecanismo de attrition, pode ocasionalmente remover material da
superfície desta última.
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MECANISMOS DE DESGASTE

• 6) Desgaste de entalhe:

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CURVA DE VIDA DAS FERRAMENTAS

• É o gráfico do tempo de vida (T) da ferramenta em função da velocidade de


corte (Vc).

• A Vc é o parâmetro que mais influencia na vida da vida da ferramenta:


 Diretamente responsável pela temperatura na região de formação dos
cavacos;

 Ativa ou acelera os mecanismos de desgaste.

• A obtenção dessa relação é experimental e depende do par ferramenta-


peça, bem como os outros parâmetros de usinagem a serem fixados (f, ap).

Prof. Dr. Ramsés Otto Cunha Lima 60


TECNOLOGIA MECÂNICA
Avarias, desgastes e mecanismos de desgaste das ferramentas de corte

CURVA DE VIDA DAS FERRAMENTAS

• As curvas iniciais obtidas experimentalmente são chamadas de “curvas de


desgaste”, e fornecem o desgaste da ferramenta em função do tempo.

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TECNOLOGIA MECÂNICA
Avarias, desgastes e mecanismos de desgaste das ferramentas de corte

CURVA DE VIDA DAS FERRAMENTAS

• Com as curvas de desgaste, deve-se


estabelecer um valor-limite de
desgaste que irá definir o tempo de
vida da aresta de corte.

• Além do VBB, outra forma de


desgaste, ou algum outro critério de
fim de vida estipulado, também pode
ser utilizado para se construir curvas
semelhantes.

• O desgaste também pode ser medido


em função do percurso de corte (L) em
vez do tempo, sendo bastante aplicado
para o caso de usinagem em série de
grande lotes de peças.
Prof. Dr. Ramsés Otto Cunha Lima 62

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