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O Seqüestro da Subjetividade1
José Henrique de Faria
Francis Kanashiro Meneghetti
Introdução
A subjetividade do trabalhador tornou-se fragmentada na atual sociedade sob o
comando do capital. A busca por pequenos gozos narcísicos, os novos modelos de
produção e gestão, representados atualmente pelo toyotismo, e a disseminação de uma
ideologia tipicamente alicerçada nos valores sociais e econômicos vinculados ao sistema
de capital, foram capazes de propiciar o seqüestro da subjetividade do trabalhador e,
conseqüentemente, levá-lo a enfrentar, de forma mais resignada, o que Dejours (2000)
chama de condições físicas e psicológicas de trabalhos cada dia mais precárias.
O presente capítulo busca, através de uma pesquisa efetuada junto a
trabalhadores em organizações com o sistema de produção e gestão toyotista, verificar
de que maneira se dá o seqüestro da subjetividade do trabalhador, mais precisamente, se
há formas de controle psicológico disseminadas não só na “esfera cultural” da
organização (MOTTA e FREITAS, 2000), como também em um imaginário coletivo
compartilhado (ANZIEU, 1993), nos vínculos grupais estabelecidos (ENRIQUEZ,
1994; 1997), na ideologia dominante (ALTHUSSER, 1999) e no que Galbraith (1999)
chama de poder condicionado, incentivado e aceito como prática comum e legítima no
comportamento social.
É investigado se as sutilezas presentes nas técnicas de produção e gestão
toyotistas – team work (times ou grupos de trabalho), kaizen, just-in-time, controle da
qualidade – são capazes de promover o seqüestro da subjetividade do trabalhador,
levando-os a intensificar o ritmo de trabalho.
A pesquisa foi realizada junto a trabalhadores dekasseguis2 residentes no Japão,
mais especificamente na cidade de Shimada, Estado de Shizuoka, e que trabalham em
indústrias ou empresas que adotam o modelo toyotista de produção. Trata-se, portanto,
de um estudo de caso, para o qual foi considerada a existência de empresas que adotam
o “modelo toyotista” e que empregam dekasseguis. Foram selecionados 100 (cem)
trabalhadores, sendo que 31 participaram da pesquisa. A escolha dos trabalhadores
dekasseguis deveu-se às condições diferenciadas de trabalho vividas por estes
“estrangeiros aceitos por descendência”, inseridos no processo de produção como força
de trabalho temporária e submetidos à processos de intensificação do trabalho. Assim,
se o modelo toyotista não é dependente de cultura local, seria de se esperar que qualquer
trabalhador a ele submetido experimentaria seus resultados, estaria sujeito ao seu
sistema de controle e seria apanhado nas armadilhas do envolvimento psicológico.
1
Texto originalmente apresentado no XXV Encontro Nacional da ANPAD – ENANPAD, 2001.
2
“A palavra dekassegui está sendo empregada para designar os trabalhadores brasileiros de origem
japonesa e também japoneses radicados no Brasil, que trabalham no Japão durante um tempo realizando
tarefas desqualificadas. Estes dekasseguis brasileiros começaram a chegar ao Japão a partir de 1985, com
um grande aumento do seu fluxo a partir de 1989” (KATO, MIYAZAKI e SUGO, 1992).
1. Subjetividade do Trabalhador, Poder Condicionado e Seqüestro da
Subjetividade.
3
No estudo que deu origem a este capítulo, “seqüestro da subjetividade” foi utilizado apenas como uma
expressão. Os debates e questionamentos que se seguiram, acabaram por exigir um conceito. A exposição
deste conceito é realizada primeiramente durante um debate sobre The Critical Theory of Labor Process
Control Under Capitalists Organizations, no Institute of Labor and Industrial Relations, na University of
Michigan, do qual resultou um working paper, denominado The kidnapping of subjectivity: the new
capitalist strategy of labor process control (FARIA, 2003). Parte desta reflexão aparecerá também em
outro trabalho (FARIA, 2004c. pp. 116-7). Estes conceitos e reflexões foram acrescidos ao presente texto
e se encontram devidamente destacados.
4
Ver, sobre essa concepção, Basbaum (1982).
5
Ver, sobre isto, Abbagnano (1999).
Seria, assim, impossível o sujeito entender sua subjetividade e controlá-la numa
direção que evitasse um processo de alienação, já que não há indivíduo que possua total
compreensão de suas manifestações emocionais e mesmo racionais. Para que houvesse a
possibilidade de um indivíduo chegar próximo a um estado ideal da consciência, este
deveria inferir julgamentos corretos sobre toda a lógica coletiva da sua realidade,
podendo distinguir pontos tendenciosos e errôneos da realidade social, comuns nas
relações de poder na sociedade.
A subjetividade é assim, “inferida a partir de práticas de ordem individual,
grupal [social] ou institucional, sendo que ela não se inscreve num campo puramente
racional, mas numa cadeia de significações imperceptíveis (ou seja, reprimidas) para o
indivíduo ou para a organização à qual pertence” (VOLNOVICH, 1996 p. 61). A
subjetividade do indivíduo não está apenas em sua consciência, mas também na
circulação onde participa a mente, os afetos, o corpo, os vínculos, o trabalho, a casa e os
outros (VOLNOVICH, 1996). O papel do contexto ambiental da sua atuação e o seu
relacionamento com o mesmo enquanto sujeito social, tem espaço fundamental na
formação da sua subjetividade, sendo assim importante destacar a importância de um
imaginário coletivo, dos vínculos grupais que o sujeito estabelece, dos processos de
produção a que o sujeito se submete e a ideologia que o influencia.
O conflito que se desenvolve em cada uma destas dimensões, adicionado às
repressões originais do ser social para a formação de uma civilização passível de
civilidade (MARCUSE, 1975), obrigaram o sujeito a submeter-se a compreensões
“prontas” da sua realidade, podendo ser desde a submissão a situações espúrias de um
vínculo social ou da criação de um mito aceito pela sociedade e alimentado por um
imaginário coletivo. Essa aceitabilidade só se torna possível na medida em que o
indivíduo é um ser social que, para realizar seus desejos, deve ser reconhecido como um
membro legítimo de determinado grupo social (ENRIQUEZ, 1997).
Isto equivale a dizer que “as relações de trabalho produzem esta relação e o
modo de ser moral – a subjetividade – do trabalhador profissional: o seu ser
profissional” (ROSA, 1994, p. 155). O individuo busca, portanto, várias maneiras de
estabelecer relações sociais, mesmo que seja um conflito narcísico. “Dessa forma ele
transcende a separação de uma existência individual por tornar-se parte de alguém ou de
algo maior do que ele próprio, experimentando a identidade por intermédio do poder a
que se tenha submetido” (FROMM, 1979, p. 43). Nesta submissão o indivíduo “doa”
sua subjetividade, para que possa se tornar parte deste algo maior, criando uma nova
relação de poder simbiótica em que as forças de dominação e submissão estão na
sutileza do relacionamento.
O indivíduo investe na realização de seus desejos e na satisfação do que de início
foi reprimido (MARCUSE, 1975), ao mesmo tempo em que se submete a regras
estabelecidas, procurando construir sua subjetividade em uma totalidade, embora vá
fragmentá-la por imposição de sua própria limitação do conhecimento da totalidade e do
todo de sua consciência. Cada indivíduo se vê obrigado a abrir mão de parte de sua
autonomia em prol do coletivo e assim acaba criando o que se pode chamar de
subjetividade fragmentada.
Como se pode perceber “na busca por pequenos gozos narcísicos, os novos
modelos de produção e gestão, representados atualmente pelo toyotismo, e a
disseminação de uma ideologia tipicamente alicerçada nos valores sociais e
econômicos capitalistas, foram capazes de propiciar o seqüestro da subjetividade do
trabalhador e, conseqüentemente, de levá-lo a enfrentar condições físicas e
psicológicas de trabalhos cada dia mais precárias”. Este fato obriga a tratar a
subjetividade não como sendo objeto de captura7, “pois isto representaria um
aprisionamento e uma baixa possibilidade de fuga, daí a razão de entendê-la como
seqüestrada, na medida em que sendo um meio de controle sobre um sujeito livre, sobre
seus valores, desejos, interesses, libido, afeto, pode ser resgatada. Ao mesmo tempo em
que o resgate do sujeito é possível, o seqüestro desencadeia a ‘Síndrome de Estocolmo’,
que remete a uma relação afetiva do seqüestrado com o seqüestrador”. (FARIA, 2004c,
p.116).
O fato de a subjetividade ser seqüestrada não significa que a mesma não é ou não
pode ser capturada pela organização, mas que esta não é a forma predominante. No caso
estudado, o preço do resgate, do regresso à liberdade, é o abandono em uma sociedade
hostil, em que os dekasseguis não são considerados cidadãos de primeira linha, mas
6
Seqüestro da subjetividade não tem as mesmas características que assédio moral. Embora seja um tipo
de violência psicológica, seus procedimentos são de outra natureza. Segundo a psicoterapeuta francesa
Marie-France Hirigoyen (1998), assédio moral é todo tipo de ação, gesto ou palavra que atinja, pela
repetição, a auto-estima e a segurança de um indivíduo, fazendo-o duvidar de si e de sua competência,
implicando em dano ao ambiente de trabalho, à evolução da carreira profissional ou à estabilidade do
vínculo empregatício do funcionário, tais como: marcar tarefas com prazos impossíveis; passar alguém
de uma área de responsabilidade para funções triviais; tomar crédito de idéias de outros; ignorar ou
excluir um funcionário só se dirigindo a ele através de terceiros; sonegar informações de forma
insistente; espalhar rumores maliciosos; criticar com persistência; e subestimar esforços. Ver também,
sobre isto, (http://www.partes.com.br/assedio_moral.htm); Barreto (2003) e Heloani (2003).
7
A expressão “captura da subjetividade” e seu conceito, são expressos por Alves (2000). Para efeitos do
estudo realizado aqui, preferiu-se adotar outro conceito, o de seqüestro, embora se reconheça a
pertinência da proposta de Alves.
uma categoria de trabalhadores desqualificados, dispostos a fazer um tipo de trabalho
para o qual se exige pouca aptidão e em condições que não são mais aceitas pelos
próprios japoneses. Para que estes trabalhadores realizem seus trabalhos nas condições
dadas, a organização necessita seqüestrar suas subjetividades.
8
“O controle intensifica-se não apenas sobre o tempo de trabalho, mas igualmente sobre o tempo livre,
seja sob a forma de ‘atividades culturais’ (de lazer, esportivas, religiosas, de responsabilidade social),
realizadas na organização, seja sob a forma de ‘ligações comunicacionais diretas’ (celular, correio
eletrônico). O que mais assusta a organização é perder o controle sobre o processo e as relações de
trabalho e de poder”. (FARIA, 2004c)
Há, portanto, uma precarização do trabalho (ALVES, 2000), em que o sujeito
torna-se instrumento do capital, não percebendo que estas regalias fazem parte de uma
contabilidade de retorno do investimento que se pode obter com o seu trabalho. Se a
organização não obtém o resultado almejado, torna-se dispensável seu trabalho. Os
benefícios dão lugar à busca de outro trabalhador que possa corresponder às
expectativas da organização.
"O essencial é destacar o jogo de compromissos ‘institucionais’ –
explicitamente negociados ou não – instaurados entre o capital e o trabalho assalariado,
materializados no sistema de relações industriais. São inovações ‘institucionais’
voltadas à obtenção do envolvimento dos assalariados por meio de um controle social
de novo tipo. No caso do Japão, eles eram baseados em três aspectos principais: o
emprego vitalício, o salário por antiguidade e o sindicalismo ‘de empresa’" (ALVES,
2000, p. 51).
O envolvimento do trabalhador não é obtido, contudo, somente através das ações
diretas das recompensas nas organizações. A sociedade impõe padrões que devem ser
seguidos para que o indivíduo possa ser reconhecido como um exemplo social. “Para
garantir sua legitimidade, o modo capitalista de produção necessita de uma coleção de
fetiches que fortifique as razões de sua dominação social. (...) Construir um fetiche, ou
elevar um processo ou fenômeno em nível de fetiche, significa cristalizá-los em sua
essência e colocá-los como objetos intocáveis, isto é, abstraí-los das condições reais de
sua produção” (GUARESCHI, 1987, p. 18), ou seja, retirar-lhes seu caráter histórico.
Um dos exemplos de condutas a ser perseguido é o do indivíduo vitorioso, que
consegue realizar todas as aspirações almejadas por ele mesmo e por sua família,
podendo ser de ordem financeira, profissional, intelectual ou outras que a sociedade
valoriza. Para atingir tal patamar é comum se encontrar indivíduos que adotam uma
conduta ética que não é a que os mesmos aceitam como adequadas, mas que é a
esperada dentro das organizações, encobrindo o verdadeiro paradoxo entre o seu
discurso e a práxis (FARIA, 2000). Encobrir os “pequenos ajustes” torna-se prática
comum, já que se acredita ser por uma boa causa que estas atitudes devem ser tomadas9.
Na sociedade capitalista contemporânea, o individualismo e o utilitarismo estão
presentes no modo de pensar, ser e agir, manifestados através das atitudes e
impregnados nas instituições que compõe a sociedade. O mundo ideológico criado em
decorrência das relações estabelecidas a partir do confronto entre o capital e o
trabalhado produz uma nova dinâmica de relacionamento, baseada na coisificação dos
vínculos interpessoais, capazes de estabelecer valores de utilidade entre o aceitar ou não
as imposições sociais pelos grupos dominantes da sociedade. Para evitar o fracasso,
proposto por uma composição imaginária coletiva, o sujeito submete-se a mais uma
forma de dominação e condescendência com os valores capitalistas: o fracasso como
tabu moderno (SENNETT, 1999, p. 141).
9
Nas organizações brasileiras estas práticas já vêm de uma longa tradição. Em “O jeitinho brasileiro”,
Lívia Barbosa (1992) mostra a dificuldade do brasileiro em lidar com as leis e com a imprevisibilidade
das situações conflituosas e das dificuldades.
como perspectiva a recompensa alicerçada na promessa futura de que
este indivíduo seja escolhido para fazer parte de um grupo de elite. A
mobilidade para o grupo de elite, contudo, é restrita a poucos, sendo a
maioria excluída das particularidades da minoria. Com o tempo, o
indivíduo percebe que esta ilusão transforma-se em pesadelo, em
confronto com o dilema de tentar desmitificar seu potencial e de
entender os motivos que não o levaram a realizar todos os seus
desejos, esperanças e expectativas iniciais. O indivíduo é levado a
concluir que sua não inclusão no grupo de elite deveu-se somente à
sua incapacidade de corresponder ao que dele se esperava, ou seja, às
suas falhas, ao seu fracasso.
10
Para maiores detalhes, consultar o Capítulo 9 deste livro, bem como ver a análise de Faria (2004b).
11
“O fordismo ainda era uma de ‘racionalização inconclusa’, pois, apesar de instaurar uma sociedade
‘racionalizada’, não conseguiu incorporar à racionalidade capitalista na produção as variáveis
psicológicas do comportamento operário, que o toyotismo desenvolve por meio dos mecanismos de
comprometimento operários, que aprimoram o controle do capital na dimensão subjetiva” (ALVES, 2000,
p. 40).
indispensabilidade por motivo de merecimento, de crença no
reconhecimento, pela organização, de seus méritos;
iii. Seqüestro pela colaboração solidária: refere-se ao
desenvolvimento de atitudes voltadas a contribuição, pelo
trabalhador, para com os projetos organizacionais, através da
adesão, do vínculo, do apoio e do envolvimento com os
grupos de trabalho;
iv. Seqüestro pela eficácia produtiva: refere-se à crença, pelo
trabalhador, na colaboração efetiva para com a obtenção de
melhores resultados do que aqueles previamente pretendidos;
v. Seqüestro pelo envolvimento total: refere-se ao sentimento de
entrega, pelo trabalhador, à sedução e ao encantamento
proporcionado por valores oferecidos pela organização e que
atuam com alicientes de comprometimento.
12
“Entende-se por (i) saber de ofício ou saber profissional o conjunto de conhecimentos que o trabalhador
detém, inerentes às suas condições cognitivas internas e desenvolvidas a partir de suas relações sociais e
exemplos que levam os departamentos de recrutamento de mão-de-obra a optar por não
escolher os indivíduos mais aptos para o exercício da tarefa a ser executada, mas os
mais “baratos e eficientes”. O toyotismo vem contribuindo de forma intensa para que
esta situação se agrave, já que a própria lógica do sistema toyotista de produção está
baseada na intensificação do trabalho e na redução de custos de toda natureza.
de produção e por (ii) saber instrumental aquele que o trabalhador adquire, desenvolve e dele se apropria
na efetivação do processo de trabalho e no manuseio de seus instrumentos de trabalho. O primeiro possui
um caráter coletivo, na medida em que decorre de uma práxis social, e o segundo possui um caráter
individual, na medida em que decorre de uma atividade particular. Não se trata, no entanto, de saberes
excludentes, pois um interfere no desenvolvimento do outro e o constitui e vice-versa” (FARIA, 1993).
Observa-se que “as novas tecnologias, ao mesmo tempo em que qualificam o trabalhador em termos de
saber instrumental, desqualificam-no em conhecimento do ofício, o qual vem sendo transferido
paulatinamente para as novas máquinas, destituindo o trabalhador de sua posse” (FARIA, 1993). “Para
operar as máquinas automatizadas, as antigas habilidades tornam-se então dispensáveis frente ao aumento
da capacidade e das especificações do novo maquinário: com efeito, a automação promove com maior
eficiência a apropriação do saber operário, utilizando-o de modo a reafirmar a hegemonia do capital sobre
a força de trabalho” (FARIA, 1992).
13
“Se o controle na clássica gestão taylorista-fordista do trabalho se dava sobre o corpo e os gestos dos
trabalhadores, agora estaria ocorrendo um controle sobre o próprio modo de ser e de pensar daqueles que
trabalham” (COUTINHO, 2000, pp. 1-2).
De fato, o novo modelo de produção toyotista tem suas expressões maiores na
aplicação de tecnologia física de base microeletrônica, na flexibilização da produção,
nos CCQ’s, kanban/just-in-time, TQC, kaizen, técnica dos 5S’s, TPM (Total Productive
Maintenance) e nas novas técnicas de gestão “participativas” (FARIA, 1992). No just-
in-time, por exemplo, a fábrica é “tensionada”, uma vez que é a partir da fábrica
“colocada sob tensão” que a produtividade deve ser obtida (ALVES, 2000, p. 49). O
tempo de não produção no decorrer do processo produtivo é reduzido ao máximo. Onde
o tempo de descanso, físico ou mental, no processo de trabalho taylorista-fordista era
uma forma de aliviar a jornada árdua e rotineira, sob o toyotismo é custo e precisa ser
retirado da prática social. O que ocorre, assim, é que aqueles que não acompanham o
ritmo de trabalho tornam-se alvo de repreensão do grupo, já que o trabalho do próximo
depende dos indivíduos que o antecedem. Com o trabalho seqüencial fica mais fácil,
também, o controle sobre a qualidade do produto transferido ao próximo. Assim, pode-
se controlar a qualidade do trabalho dos seus companheiros, sendo, portanto, um eficaz
sistema de controle da qualidade em troca do constrangimento implícito na
subjetividade dos trabalhadores (FARIA, 2004c).
Torna-se evidente que o controle de qualidade é uma tarefa desempenhada pelo
autocontrole embutido na subjetividade do trabalhador, na qual o seu trabalho torna-se o
reflexo da sua integridade moral perante os demais, sendo as atividades ligadas ao
trabalho, assim, a manifestação mais fiel do seu valor enquanto indivíduo. O que ocorre,
no entanto, é que o trabalhador intensifica sua carga psíquica negativa (DEJOURS,
1994), em que o trabalho torna-se perigoso para o aparelho psíquico quando ele se opõe
à sua livre atividade, além de intensificar, ainda, o aumento da carga física do trabalho.
O Kaizen é um mecanismo capaz de apropriar-se do conhecimento do
trabalhador no processo produtivo (ALVES, 2000). A utilização do conhecimento
operário torna-se uma forma de intensificar o trabalho e reduzir os custos em troca de
um “elogio” aos indivíduos como pessoas dotadas de senso coletivo e de colaboração
com trabalho em grupo. O “elogio” torna-se fonte de satisfação narcísica individual,
criando nos demais indivíduos envolvidos com a organização, fonte de inveja e cobiça a
ser atingida pelo desejo do reconhecimento. Daí que “produzir mais que o previsto”,
“ser eficaz” e, além disso, “ser produtivo”, encerra uma subjetividade seqüestrada no
interior da própria lógica competitiva na qual os trabalhadores se envolvem.
Para que, no ambiente competitivo, se promova uma ordem que não prejudique a
produtividade da organização e que favoreça o envolvimento total, cria-se “um processo
de mediação que se desloca como a aliança das restrições (coerções) da empresa e os
privilégios oferecidos ao indivíduo. Os privilégios funcionam como um terceiro termo
que vem ocultar a contradição entre os objetivos da empresa, os do sistema capitalista (o
lucro e a dominação) e os objetivos dos trabalhadores” (PAGÈS et alii, 1987, p. 27). “A
14
Ver, sobre este assunto, o Capítulo 4 deste livro.
organização antecipa-se aos conflitos, absorve e transforma as contradições antes que
estas resultem em conflitos coletivos” (PAGÈS et alii, 1987, p. 34). Os privilégios
oferecidos podem ser de origem materiais, quase sempre representados por salários
maiores15 ou por participação nos lucros, ou, ainda, por realizações de origem
psicológicas, como a idealização de identidade da empresa como uma “mãe”, da
representação da sua grandeza pessoal através da grandiosidade da organização frente a
uma comunidade ou, ainda, como objeto de realizações narcísicas. Essas oferendas
imaginárias e subjetivas acabam por promover o envolvimento.
O trabalhador é pressionado, portanto, a se identificar com os interesses da
organização, envolver-se com seus objetivos, através da capacidade do novo modelo de
produção toyotista, capaz de criar valores que acabam por guiar as condutas individuais
e coletivas. O que ocorre, assim, é uma dominação subjetiva, alicerçada pelo
aprisionamento psicológico do trabalhador a uma rede real e imaginária de relações de
trabalho.
15
“É preciso ressaltar que utilizar o incentivo salarial como modo de gerenciar o comportamento operário
e elevar a produtividade não é criação do toyotismo. Mais uma vez, o toyotismo apenas desenvolveu, com
seus protocolos de emulação individual, notadamente pelos novos sistemas de pagamentos e, até mesmo,
pelo trabalho em equipe, um “meio refinado e civilizado” de exploração da força de trabalho, denunciado
por Marx desde o século passado” (ALVES, 2000, p. 52).
modelo keynesiano. Assim, o modelo toyotista ganha força ao mesmo tempo em que a
competitividade intercapitalista atinge novos contornos a partir do Consenso de
Washington, que inaugura a fase do neoliberalismo (FARIA, 2004b). A utilização do
toyotismo, como era natural que ocorresse no sistema de capital, rompeu a barreira
cultural do Japão, instalando-se em diversos países industrializados, tornando-se o
modelo de referência no interior do atual processo de reestruturação produtiva, do qual
participa ativamente.
De fato, o “sistema cultural toyotista”, ou seja, os valores reais e imaginários que
o compõe, não dependem diretamente da cultura da sociedade em que se instala. Trata-
se de um “sistema cultural intrínseco” de contexto ambiental imediato padronizado, de
maneira que o sucesso de seu uso fora da sociedade em que se originou decorre das
condições de adaptação ao mesmo. Como o taylorismo-fordismo, o toyotismo não é
uma tecnologia de gestão e um “sistema de cultura organizacional” local, mas uma nova
forma de organização do processo de trabalho sob o comando do capital e, como tal, é
decorrente do desenvolvimento das forças produtivas. Portanto, o toyotismo é, ao
mesmo tempo, uma resposta à crise de acumulação capitalista, uma condição atual de
reprodução deste modo de produção, uma ideologia capitalista e seu novo discurso.
5. Conclusão
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