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dos atos cívicos e das festividades regionais seculares. Sendo assim, far-se-á o “encontro”
entre o antropólogo Victor Turner e a filósofa Susanne Langer. O primeiro, em sua obra
The forest of symbols: aspects of Ndembu ritual (1967), mostra que as propriedades dos
símbolos rituais podem ser inferidos a partir de três classes de dados: a) a forma exterior
e as características observadas dos símbolos; b) interpretações propostas pelas pessoas que
praticam o ritual; c) contextos significativos observados pelo pesquisador (contexto de
utilização dos símbolos pelas pessoas nos ritos, a significação simbólica aparente dos atos,
etc. (TURNER, 1967, p. 20-25). Como podemos aplicar a exegese das ações simbólicas
de Turner para entendermos o “lugar” que a música ocupa nos eventos de resolução dos
dramas sociais que acontecem nas sociedades seculares, industriais ou pós-industriais em
que vivemos, a exemplo dos ritos religiosos, dos atos cívicos e das festividades regionais?
Ao trabalharmos para respondermos esta questão, também utilizaremos os estudos de
Susanne Langer sobre a significância da música no devenir humano, a partir das obras
Philosophy in a new key: a study in the symbolism of reason, rite and art (1951), Feeling and
form: a theory of art developed from Philosophy in a new key (1953) e An introduction to sym-
bolic logic (1953). Assim, Turner nos ajudará a identificar, a enxergar e a “destacar” (isolar)
os eventos simbólicos musicais da sociedade secular para análise. Susanne Langer nos
ajudará a interpretar os fenômenos musicais “destacados” a partir da exegese de Turner.
Com isso, na terceira parte do trabalho promover-se-á um exercício exegético sobre “even-
tos culturais” que são mediados por atividades musicais, tais quais os ritos religiosos, os
atos cívicos, as festividades regionais, os concertos musicais e a utilização da música em
terapia (musicoterapia) e educação. Esses, são eventos que utilizam a música como meio
de resolução de cismas contemporâneos. Entre as conclusões do trabalho destaca-se a
ideia de que a música é uma forma de comunicação humana na qual a sonoridade sig-
nificante e simbólica se constitui como meio de sentido ao devenir humano. Contudo, a
música não é apenas um meio estético de vasão dos sentimentos, mas um meio estético de
compreensão e percepção do mundo que se desenvolve em cada âmbito cultural a partir
das particularidades étnicas definidas pelo tempo e espaço em que cada povo vive.
Referências
LANGER, Susanne. An introduction to symbolic logic. New York: Dover Publications, 1953.
______. Feeling and form: a theory of art developed from Philosophy in a new key. New York:
Scribner’s, 1953.
______. Philosophy in a new key: a study in the symbolism of reason, rite and art. Cambridge,
Mass.: Harvard University Press, 1951.
TURNER, Victor. Dramas, fields, and metaphors: symbolic action in human society. Ithaca: Cornell
University Press, 1974.
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Publications, 1982.
______. Image and pilgrimage in christian culture: anthropological perspectives. New York: Colum-
bia University Press, 1978.
______. Schism and continuity in an African society: a study of Ndembu village life. Manchester:
Manchester University Press, 1957.
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ford: Clarendon P.; London: International African Institute,1968.
______. The forest of symbols: aspects of Ndembu ritual. Ithaca, N.Y.: Cornell University Press,
1967.
______. The ritual process: structure and anti-structure. Chicago: Aldine Pub. Co., 1969.
______. “Variations on a theme of liminality”. In: Moore, S. F.; Myerhoff, B. G. (Eds.). Secular
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