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BELLUZO, Luiz Gonzaga.

​Os antecedentes da tormenta: origens da crise


global.​ Cap. 14

O autor começa o texto falando do início do crescimento do capitalismo dos Estado


Unidos, que haveria começado nos anos 90, que foi meio lento até 95 e 96, mas se acelerou
de maneira paradoxal às crises que ocorriam em países como México, Brasil e na Ásia. O
autor coloca como se o crescimento norte americano fosse produto dessas crises. Esse
crescimento não advém apenas da derrota da URSS, mas também da imposição do modelo
capitalista norte americano sobre os demais países.
Os EUA já haviam começado a abandonar o modelo capitalista arquitetado no pós
Segunda Guerra desde os anos 70. Desmontando, por exemplos “regras de prudência” de
gestão financeira; abandonando as políticas que ajudaram na reconstrução da Europa; e etc.

O Modelo do pós Segunda Guerra

A política capitalista dos EUA era mais heterogênea em sua direção nessa época. O
modelo adotado com o fim desse conflito foi o oposto ao adotado no fim da primeira grande
guerra. O Plano Marshall e o impulso à reconstrução da Europa possibilitaram a rearticulação
econômica de países como Alemanha e França e o financiamento norte-americano foi
essencial para a reconstrução do Japão.

Três características essenciais:

1. Admissão do papel do Estado na regulação dos ciclos econômicos.


2. As coligações sociais e políticas trouxeram como resultado nessa época o aumento
real dos salários e dos benefícios sociais e o aumento da produtividade.
3. Instituição do controle dos movimentos de capitais entre Estados, principalmente dos
capitais de curto prazo.

Keynes, que foi um dos articuladores dessas políticas, tinha planos mais abrangentes;
para ele não era prudente deixar nas mãos dos mercados a regulação do fluxo monetário
internacional. E muito menos deixá-los como responsáveis pelo fornecimento de liquidez aos
países que apresentassem problemas nas balanças de pagamentos. Como se sabe essas
propostas não foram aceitas em sua completude, mas o Acordo (Bretton Woods) permitiu que
os países controlassem suas contas de capitais (proibir entrada/saída de capitais)
proporcionava certa autonomia na fixação de suas políticas econômicas (fiscal e monetária).
Esse controle sobre as contas de capitais vigorou até meados dos 80, permitindo que países,
como o Brasil, lograssem uma certa proteção da economia diferente do que acontece hoje
com o modelo econômico atual.
Nos anos 70, falar em “controle de capitais” se tornou uma “maldição”, pelo menos
até a crise de 2008.
Para os formuladores do modelo de Bretton Woods a estabilidade do câmbio e dos
juros era fundamental para a tomada de decisão na esfera produtiva do capitalismo:

● taxa de juros: indica a conveniência de manter a riqueza em forma de capital


monetário ou em investimento na forma produtivo, etc.
● taxa de câmbio: espera-se uma paridade (equilibrada, previsibilidade) entre moeda
privada e moeda de referência mundial, se essa taxa se mostra “sem rumo” (errática) a
decisão capitalista se torna desordenada.

A domesticação do capitalismo proporcionou os chamados “milagres” alemão,


japonês, etc; devido a essa maior previsibilidade e controlo que ele apresentava.

O Fim de um Modelo

Esse modelo de Bretton Woods foi alçado com limitações que já haviam sido
previstas pelo corpo técnico que elaborou a sua construção. Um desses limites estava ligado a
ambiguidade inerente ao uso da moeda norte-americana, o Dólar, como moeda internacional.
Sua legitimidade como meio de troca e reserva de valor só existiriam enquanto a sociedade a
aceitasse como tal.
Esse predicado, esse fator essencial, começou a desmoronar com o excesso de
emissão de papel moeda pelos EUA para financiar seu papel de “polícia ocidental” em
conflitos pelo mundo, como o da Guerra do Vietnã. Lembrando que os parceiros só aceitaram
o Dólar como moeda conversível devido a uma condição que foi imposta durante o Acordo
que limitava a emissão dessa moeda.
Apesar da prosperidade do momento, contestações sobre o papel do Dólar como
moeda internacional surgiram, principalmente por parte do europeus. De Gaulle começou a
trocar os excedentes em moeda americana da França por ouro, até que ocorreu o Choque
Nixon. Antes disso, entre 68 e 71, em plena crise do Dólar, começou a se formar o chamado
“euromercado” (surgiu como reflexo do excesso de gastos e o déficit da balança de
pagamentos norte-americana, e que tinha como principal característica a o aumento de
transações financeiras que fugiam do padrão prudencial que havia sido colocado pelo
Acordo) esse excedente de dólares que formava o “euromercado” possibilitou que países
como o Brasil conseguissem empréstimos a juros razoáveis, foi uma das razões do “milagre
econômico” tupiniquim.
Quando foi declarada a inconversibilidade, com o Choque Nixon, em 71, pelo EUA, e
foi permitida a flutuação da taxa de câmbio (o que só podia ser feito antes pelo FMI), surgiu
uma enorme flutuação das paridades, sendo esse um dos motivos para o aumento do preço do
petróleo.
Durante os anos 70 houve um debate sobre a possível substituição da hegemonia
americana pela alemã, devido aos problemas que os EUA vinha passando, como a perda
política e militar da Guerra do Vietnã. Mas os EUA reafirmaram a hegemonia do dólar que
havia sido imposta pelos europeus adotando as políticas que já conhecemos: elevação da taxa
de juros, valorização do dólar; em seguida houve a diminuição dos impostos, o que aumentou
o consumo. Esse aumento de consumo norte-americano impulsionou economias como as do
Japão, Coréia e Taiwan que eram os seus abastecedores e só foi possível sem causar qualquer
problema à balança de pagamentos norte-americana devido ao fato de eles terem o controle
da moeda reserva que pagaria seu déficit, o dólar.

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