Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
A política capitalista dos EUA era mais heterogênea em sua direção nessa época. O
modelo adotado com o fim desse conflito foi o oposto ao adotado no fim da primeira grande
guerra. O Plano Marshall e o impulso à reconstrução da Europa possibilitaram a rearticulação
econômica de países como Alemanha e França e o financiamento norte-americano foi
essencial para a reconstrução do Japão.
Keynes, que foi um dos articuladores dessas políticas, tinha planos mais abrangentes;
para ele não era prudente deixar nas mãos dos mercados a regulação do fluxo monetário
internacional. E muito menos deixá-los como responsáveis pelo fornecimento de liquidez aos
países que apresentassem problemas nas balanças de pagamentos. Como se sabe essas
propostas não foram aceitas em sua completude, mas o Acordo (Bretton Woods) permitiu que
os países controlassem suas contas de capitais (proibir entrada/saída de capitais)
proporcionava certa autonomia na fixação de suas políticas econômicas (fiscal e monetária).
Esse controle sobre as contas de capitais vigorou até meados dos 80, permitindo que países,
como o Brasil, lograssem uma certa proteção da economia diferente do que acontece hoje
com o modelo econômico atual.
Nos anos 70, falar em “controle de capitais” se tornou uma “maldição”, pelo menos
até a crise de 2008.
Para os formuladores do modelo de Bretton Woods a estabilidade do câmbio e dos
juros era fundamental para a tomada de decisão na esfera produtiva do capitalismo:
O Fim de um Modelo
Esse modelo de Bretton Woods foi alçado com limitações que já haviam sido
previstas pelo corpo técnico que elaborou a sua construção. Um desses limites estava ligado a
ambiguidade inerente ao uso da moeda norte-americana, o Dólar, como moeda internacional.
Sua legitimidade como meio de troca e reserva de valor só existiriam enquanto a sociedade a
aceitasse como tal.
Esse predicado, esse fator essencial, começou a desmoronar com o excesso de
emissão de papel moeda pelos EUA para financiar seu papel de “polícia ocidental” em
conflitos pelo mundo, como o da Guerra do Vietnã. Lembrando que os parceiros só aceitaram
o Dólar como moeda conversível devido a uma condição que foi imposta durante o Acordo
que limitava a emissão dessa moeda.
Apesar da prosperidade do momento, contestações sobre o papel do Dólar como
moeda internacional surgiram, principalmente por parte do europeus. De Gaulle começou a
trocar os excedentes em moeda americana da França por ouro, até que ocorreu o Choque
Nixon. Antes disso, entre 68 e 71, em plena crise do Dólar, começou a se formar o chamado
“euromercado” (surgiu como reflexo do excesso de gastos e o déficit da balança de
pagamentos norte-americana, e que tinha como principal característica a o aumento de
transações financeiras que fugiam do padrão prudencial que havia sido colocado pelo
Acordo) esse excedente de dólares que formava o “euromercado” possibilitou que países
como o Brasil conseguissem empréstimos a juros razoáveis, foi uma das razões do “milagre
econômico” tupiniquim.
Quando foi declarada a inconversibilidade, com o Choque Nixon, em 71, pelo EUA, e
foi permitida a flutuação da taxa de câmbio (o que só podia ser feito antes pelo FMI), surgiu
uma enorme flutuação das paridades, sendo esse um dos motivos para o aumento do preço do
petróleo.
Durante os anos 70 houve um debate sobre a possível substituição da hegemonia
americana pela alemã, devido aos problemas que os EUA vinha passando, como a perda
política e militar da Guerra do Vietnã. Mas os EUA reafirmaram a hegemonia do dólar que
havia sido imposta pelos europeus adotando as políticas que já conhecemos: elevação da taxa
de juros, valorização do dólar; em seguida houve a diminuição dos impostos, o que aumentou
o consumo. Esse aumento de consumo norte-americano impulsionou economias como as do
Japão, Coréia e Taiwan que eram os seus abastecedores e só foi possível sem causar qualquer
problema à balança de pagamentos norte-americana devido ao fato de eles terem o controle
da moeda reserva que pagaria seu déficit, o dólar.