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LEI DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA

 É vedada a interceptação de prospecção: a interceptação por prospecção é aquela


realizada com a finalidade de sondar se o indivíduo está ou não envolvido em práticas
ilícitas. O que não pode ser admitido é a chamada “interceptação de prospecção”, ou
seja, realizada por meras conjecturas para descobrir se uma pessoa qualquer está
envolvida em alguma infração penal. A interceptação telefônica é um procedimento
caracteristicamente “pós-delitual” e não “pré-delitual”.

- Não será admitida (requisitos negativos):

a) se não houver indícios razoáveis de autoria ou participação em INFRAÇÃO;

b) prova puder ser feita por outros meios (subsidiariedade);

c) INFRAÇÃO punida, no máximo, com DETENÇÃO (NÃO HÁ MÍNIMO OU MÁXIMO DE PENA).

- PODE SER DETERMINADA DE OFÍCIO.

- ADMITE-SE PEDIDO VERBAL.

- Prazo para juiz decidir: 24 horas.

- Prazo máximo: 15 dias, renovável por igual tempo, uma vez comprovada a indispensabilidade
do meio de prova.

- A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza, ocorrerá em autos


apartados, apensados aos autos do inquérito policial ou do processo criminal, preservando-se o
sigilo das diligências, gravações e transcrições respectivas.

- Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou


telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não
autorizados em lei.

 Pena: reclusão, de dois a quatro anos, e multa.

- A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão judicial, durante o inquérito,
a instrução processual ou após esta, em virtude de requerimento do Ministério Público ou da
parte interessada.

 O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério Público, sendo facultada a


presença do acusado ou de seu representante legal.

- JURISPRUDÊNCIA:
- Whatsapp/celular:

- Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela


polícia, sem prévia autorização judicial, na hipótese em que seu
proprietário – a vítima – foi morto, tendo o referido telefone sido
entregue à autoridade policial por sua esposa.

- Na ocorrência de autuação de crime em flagrante, ainda que seja


dispensável ordem judicial para a apreensão de telefone celular, as
mensagens armazenadas no aparelho estão protegidas pelo sigilo
telefônico, que compreende igualmente a transmissão, recepção ou
emissão de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou
informações de qualquer natureza, por meio de telefonia fixa ou móvel
ou, ainda, por meio de sistemas de informática e telemática.

- Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia
por meio da extração de dados e de conversas registradas no whatsapp
presentes no celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o
aparelho tenha sido apreendido no momento da prisão em flagrante.

- Sem consentimento do réu ou prévia autorização judicial, é ilícita a


prova, colhida de forma coercitiva pela polícia, de conversa travada pelo
investigado com terceira pessoa em telefone celular, por meio do
recurso "viva-voz", que conduziu ao flagrante do crime de tráfico ilícito
de entorpecentes.

- 2018: É inconstitucional Resolução do CNJ que proíbe o juiz de prorrogar a interceptação


telefônica durante o plantão judiciário ou durante o recesso do fim de ano.

- JUIZ DE VARA DE INQUÉRITOS, QUE NÃO É O COMPETENTE PARA A AÇÃO PENAL: É possível
que a interceptação telefônica seja decretada por um juiz que atue em Vara de Central de
Inquéritos Criminais mesmo que ele não seja o competente para conhecer da futura ação penal
que será proposta. Não há, neste caso, nulidade na prova colhida, nem violação ao art. 1º da Lei
nº 9.296/96, considerando que este dispositivo não fixa regra de competência, mas sim reserva
de jurisdição para quebra do sigilo das comunicações.

- Ausência de transcrição integral de dados obtidos por meio de interceptação telefônica não
gera nulidade.

- FORO: Durante interceptação telefônica deferida em primeiro grau de jurisdição, a captação


fortuita de diálogos mantidos por autoridade com prerrogativa de foro não impõe, por si só, a
remessa imediata dos autos ao Tribunal competente para processar e julgar a referida
autoridade, sem que antes se avalie a idoneidade e a suficiência dos dados colhidos para se
firmar o convencimento acerca do possível envolvimento do detentor de prerrogativa de foro
com a prática de crime.

 NO ENTANTO, NÃO PODE HAVER DEMORA PARA A REMESSA, CASO HAJA INDÍCIOS DE
PRÁTICA DE CRIME PELO DETENTOR DO FORO: A partir do momento em que surgem
indícios de participação de detentor de prerrogativa de foro nos fatos apurados, cumpre
à autoridade judicial declinar da competência, e não persistir na prática de atos
objetivando aprofundar a investigação. No caso concreto, um famoso “bicheiro” foi
interceptado pela polícia. Ele conversava constantemente com um Senador, a quem
prestava favores. Depois de meses de conversas gravadas entre o “bicheiro” e o
Senador, o Juiz responsável remeteu os diálogos para o STF. As interceptações foram
declaradas nulas por violação ao princípio do juiz natural.

- CRIME ACHADO: A sentença de pronúncia pode ser fundamentada em indícios de autoria


surgidos, de forma fortuita, durante a investigação de outros crimes no decorrer de
interceptação telefônica determinada por juiz diverso daquele competente para o julgamento
da ação principal.
- Em processo que apure a suposta prática de crime sexual contra adolescente absolutamente
incapaz, é admissível a utilização de prova extraída de gravação telefônica efetivada a pedido da
genitora da vítima, em seu terminal telefônico, mesmo que solicitado auxílio técnico de detetive
particular para a captação das conversas.

- OUTROS INTERLOCUTORES: As comunicações telefônicas do investigado legalmente


interceptadas podem ser utilizadas para formação de prova em desfavor do outro interlocutor,
ainda que este seja advogado do investigado. A interceptação telefônica, por óbvio, abrange a
participação de quaisquer dos interlocutores. Ilógico e irracional seria admitir que a prova
colhida contra o interlocutor que recebeu ou originou chamadas para a linha legalmente
interceptada é ilegal. No mais, não é porque o advogado defendia o investigado que sua
comunicação com ele foi interceptada, mas tão somente porque era um dos interlocutores.

- ADVOGADO: O simples fato de o advogado do investigado ter sido interceptado não é causa,
por si só, para gerar a anulação de todo o processo e da condenação que foi imposta ao réu. Se
o Tribunal constatar que houve indevida interceptação do advogado do investigado e que,
portanto, foram violadas as prerrogativas da defesa, essa situação poderá gerar três
consequências processuais: 1ª) Cassação ou invalidação do ato judicial que determinou a
interceptação; 2ª) Invalidação dos atos processuais subsequentes ao ato atentatório e com ele
relacionados; 3ª) Afastamento do magistrado caso se demonstre que, ao assim agir, atuava de
forma parcial. Se o próprio juiz, ao perceber que o advogado do investigado foi indevidamente
"grampeado", anula as gravações envolvendo o profissional e, na sentença, não utiliza nenhuma
dessas conversas nem qualquer prova derivada delas, não há motivo para se anular a
condenação imposta.

- PROVA EMPRESTADA PARA O PAD: É possível utilizar, em processo administrativo disciplinar,


na qualidade de "prova emprestada", a interceptação telefônica produzida em ação penal,
desde que devidamente autorizada pelo juízo criminal e com observância das diretrizes da Lei
9.296/1996.

 Súmula 591-STJ: É permitida a “prova emprestada” no processo administrativo


disciplinar, desde que devidamente autorizada pelo juízo competente e respeitados o
contraditório e a ampla defesa.

- NÃO SE CONVALIDA: Não é válida a interceptação telefônica realizada sem prévia autorização
judicial, ainda que haja posterior consentimento de um dos interlocutores para ser tratada como
escuta telefônica e utilizada como prova em processo penal.

- RENOVAÇÕES SUCESSIVAS: As interceptações telefônicas podem ser prorrogadas sucessivas


vezes pelo tempo necessário para a produção da prova, especialmente quando o caso for
complexo e a prova, indispensável, sem que a medida configure ofensa ao art. 5º, caput, da Lei
n. 9.296/1996.

 A interceptação telefônica não pode exceder 15 dias. Contudo, pode ser renovada por
igual período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se
comprovada a sua necessidade.

- ULTIMA RATIO: O pedido de interceptação telefônica não pode ser a primeira providência
investigatória realizada pela autoridade policial.
- TERMO INICIAL DO PRAZO DE 15 DIAS: O prazo de 15 dias previsto no art. 5º da Lei n.
9.296/1996 não se inicia da decisão judicial que autoriza a interceptação telefônica, mas do dia
em que a medida é efetivada.

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