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Ana Maria Antunes de Campos

ADAPTANDO O CURRÍCULO
PARA CRIANÇAS COM
DISCALCULIA

1º Edição
Ficha Catalográfica

Gerente Editorial: Yara Prates


Editor: Yara Prates
Revisão Gramatical: Ana Maria Antunes de Campos
Capa e Diagramação: Ana Maria Antunes de Campos
Campos, Ana Maria Antunes de
Adaptando o Currículo para crianças com Discalculia [livro eletrônico].
Bibliografia.
ISBN 978-85-69763-12-3
1. Educação 2. Educação Matemática 3. Ludicidade 4. Matemática 5. Jogos I. Título
Apresentação

A um ano faço trabalho voluntário com crianças com dificuldades de aprendizagem.


Atendo alunos da rede pública que infelizmente não tem condições de pagar uma consulta
com o psicopedagogo. A demanda é grande, assim procuro fazer uma triagem para direciona-
las a um profissional que poderá dar continuidade ao atendimento/diagnóstico e auxilia-las
na intervenção.

Mediante a esse trabalho, surgem algumas crianças com características peculiares,


que nos desafiam enquanto psicopedagogo. Pensando nestes alunos, fui em busca de como
adaptar o material da rede pública de forma a amparar crianças e adolescentes no seu
processo de aprendizagem. Um trabalho árduo, que está só no começo.

Esse texto é origem de uma pesquisa feita em 2015 em um grupo de estudos do qual
participei e o objetivo deste exemplar e demonstrar que com criatividade podemos adaptar
qualquer livro e material para atender as necessidades das crianças com Discalculia ou com
Dificuldades de Aprendizagem em Matemática.

Os perfis criados são fictícios. Servem para nos orientar quanto a que caminho seguir
com relação a dificuldades específicas de diversas crianças.

Desejo que este e-book alcance o maior número possível de professores,


psicopedagogos, profissionais e estudantes da área e ao pais. Para que desmistifique que é
difícil encontrar materiais de acordo com a faixa etária da criança, bem como que é
complicado adaptar os materiais que estão disponíveis na rede escolar e em livrarias.

Boa leitura!

Abraços...

Ana Maria Antunes de Campos


“Trata um homem como ele é e ele remanescerá como é. Trata um
homem como ele pode e deve ser e ele tornar-se-á como pode e
deve ser.”
Johann Goethe
Sumário
I. Porque adaptar o Currículo? ...................................................................................................... 1
II. O que é a Discalculia?................................................................................................................. 2
1. O perfil do aluno 1 ................................................................................................................. 3
O Currículo do Estado de São Paulo e a atividade escolhida ..................................................... 4
A Adaptação da Atividade .......................................................................................................... 4
2. O perfil do aluno 2 ................................................................................................................. 7
O Currículo do Estado de São Paulo e a atividade escolhida ..................................................... 7
A Adaptação da Atividade .......................................................................................................... 8
3. O perfil do aluno 3 ............................................................................................................... 14
O Currículo do Estado de São Paulo e a atividade escolhida ................................................... 14
A Adaptação da Atividade ........................................................................................................ 14
4. O perfil do aluno 4 ............................................................................................................... 17
O Currículo do Estado de São Paulo e a atividade escolhida ................................................... 17
A Adaptação da Atividade ........................................................................................................ 18
III. Considerações .......................................................................................................................... 20
IV. Referência Bibliográfica............................................................................................................ 20
I. Porque adaptar o Currículo?

O princípio da inclusão é pertencer seja a uma escola, uma sociedade, uma família,
um país, porém hoje a visão de inclusão está sendo deturpada, uma vez que a criança é
inserida na sala de aula no ensino regular e muitas vezes excluída das atividades por ser
trabalhoso, difícil e demorado adaptar os conteúdos curriculares as necessidades desses
alunos.
As adaptações curriculares são modificações do planejamento, objetivos, atividades
e formas de avaliação, podendo ser adaptado o currículo todo ou parte dele, para atender os
alunos com necessidades educacionais especiais.
Sabendo desta dificuldade, encontrada por diversos professores, estamos através
deste material demonstrando como adaptar os conteúdos curriculares para auxiliar essas
crianças em seu desenvolvimento educacional, social e emocional.
Os materiais encontrados são sempre direcionados a educação infantil o que se torna
um agravante para autoestima do sujeito, que já na adolescência ainda usa material de
alfabetização para poder dar continuidade em seu processo educacional. Na educação
inclusiva o aluno com necessidades educacionais especiais deve fazer parte da classe regular,
aprendendo as mesmas coisas que os demais alunos – mesmo que de maneira diferente –
cabendo ao professor fazer as necessárias adaptações. O professor é de grande importância
para o aprendizado deste aluno, devendo ser capacitado, acolhedor e mediador durante este
processo.
Além de realizar as adaptações curriculares precisamos identificar essas necessidades
e entende-las, para poder adquirir uma nova postura diante desses alunos e construir um
aprendizado que dê conta de todas essas especificidades.
A adaptação do currículo é prevista em diversos documentos como no caso da
Declaração de Salamanca, veja:

O currículo deveria ser adaptado às necessidades das crianças, e não


vice-versa. Escolas deveriam, portanto, prover oportunidades
curriculares que sejam apropriadas a criança com habilidades e
interesses diferentes.

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Currículo está relacionado às competências, saberes, atividades e materiais
pedagógicos que são associados a uma determinada faixa etária e que são a base para uma
educação eficaz. As adaptações visam à aquisição destes conteúdos, permitindo o
desenvolvimento dessas competências e saberes, superando as dificuldades frente ao
currículo proposto, porém sem reduzir ou simplificar o que deve ser aprendido.
Veja a concepção para a SME de São Paulo (1992, p. 22).

[...] como prática social, humanística, científica, crítica e


libertadora; uma concepção de currículo em processo, que necessita
da participação de todos os envolvidos no processo educativo; uma
concepção de aprendizagem que respeita o desenvolvimento afetivo,
social e cognitivo do educando, considerando-o o agente construtor
de seu conhecimento na interação com o outro e com o objeto de
conhecimento.

Ao pensarmos em um currículo funcional para os alunos com necessidades


educacionais especiais, nosso foco deve ser o desenvolvimento das habilidades mais
relevantes da vida diária para que ele participe o mais independente possível da sua
comunidade. Nosso olhar deve ser atento a este currículo que deve ter como objetivo facilitar
o desenvolvimento das competências e saberes para preparar o aluno em diversas áreas
como: social, ocupacional, emocional e educacional.

II. O que é a Discalculia?

Entender o que é a Discalculia é fundamental para auxiliar os alunos com distúrbios


ou dificuldades. Para que a inclusão ocorra é necessário que o professor esteja o tempo todo
buscando conhecimentos, cursos de capacitações e entender que é preciso existir uma
interdisciplinaridade entre todas as ciências.
Discalculia pode ser definida como inabilidade matemáticas, ou seja, a criança não
consegue executar operações matemáticas, conceitualizar números, entre outros,
dificuldades ligadas à área matemática. A discalculia não acomete o sujeito por fatores

2
externos, ou seja, má escolarização, problemas familiares, sociais, econômicos e
psicológicos, mas sim por problemas neurológicos, logo é um distúrbio neurológico. Ainda
desconhecemos a causa, existem diversas pesquisas que relatam que a causa possa ser
genética, mas os estudos ainda não comprovam eficazmente essa teoria.
Veja algumas dificuldades encontradas pelos alunos discalcúlicos:
 Dificuldades frequentes com os números, confundindo os sinais: +, -, ÷ e x.
 Problemas de lateralidade (diferenciar entre esquerdo e direito).
 A inabilidade de dizer qual de dois números é o maior.
 Dificuldade com tabelas de tempo, aritmética mental, etc.
 Dificuldade com tempo conceitual e julgar a passagem do tempo.
 Dificuldade com tarefas diárias como verificar a mudança e ler relógios
analógicos.
 A inabilidade de compreender o planejamento financeiro ou incluir no
orçamento, nivelar às vezes em um nível básico, por exemplo, estimar o custo dos artigos
em uma cesta de compras.
 Tendo a dificuldade mental de estimar a medida de um objeto ou de uma
distância (por exemplo, se algo está afastado 10 ou 20 metros).
 Inabilidade de apreender e recordar conceitos matemáticos, regras, fórmulas,
e sequências matemáticas.
 Dificuldade de manter a contagem durante jogos.
 Dificuldade nas atividades que requerem processamento de sequências, do
exame (tal como etapas de dança), ao sumário (leitura, escrita e coisas sinalizar na ordem
direita).
O tratamento será para amenizar os sintomas e corrigir os fatores que contribuem
para baixo a autoestima da criança. Elaborando estratégias que viabilizem o sucesso nas
tarefas e que pareçam impossíveis de ser realizadas, dentro deste contexto entra o papel da
escola e do professor com a adaptação do currículo para que o discalculico seja bem sucedido
em seus estudos.

1. O perfil do aluno 1

Série: 6º ano do Ensino Fundamental


Grau: Dificuldade em sequência/De relacionar números com quantidades.

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Sexo: Feminino

“Juliana tem 10 anos, é uma criança muito carinhosa e prestativa. Sua família
tem um cuidado muito grande com os filhos, ela é a caçula de 4 filhos sendo a única
menina. Os irmãos possuem um desenvolvimento normal na escola, mas Juliana sempre
teve dificuldades escolares. Juliana desenha muito bem, porém tem muita dificuldade em
matemática, parece não prestar atenção, copia a matéria e contas de forma errônea, não
consegue resolver as atividades propostas é desorganizada e suas notas são muito baixas,
sente-se insegura quando solicitada a resolver cálculos simples mentalmente. Por mais
que Juliana faça aulas de reforço escolar ou com os pais, ela parece esquecer rapidamente
as regras e conceitos de quantidades e números.”
Pensando no perfil de Juliana, entendemos que após diversos exames e avaliações,
Juliana possui discalculia, mas como ajudar essa aluna em seu desenvolvimento? Pensando
em sua dificuldade de relacionar números com quantidades e sequência numérica,
precisamos retomar este conteúdo para que ela consiga obter um desenvolvimento
educacional. Torna-se necessário que Juliana entenda os conceitos como quantidades,
números, sequência e sistema de numeração.

O Currículo do Estado de São Paulo e a atividade escolhida

O Currículo do Estado de São Paulo buscou implantar o ensino da Matemática no


seu eixo fundamental como par da língua materna. Sendo a matemática uma ferramenta para
o desenvolvimento do raciocínio lógico e da análise racional capaz de sintetizar e auxiliar
nas tomadas de decisões a partir dos elementos disponíveis na situação problema. Para o 6º
ano do Ensino Fundamental, o Currículo do Estado de São Paulo tem como conteúdo geral
o estudo de números, geometria e medidas. A ideia de estudar proporcionalidade é
fundamental para o estudo de semelhança, sequência e grandeza. A atividade escolhida para
adaptação é trabalhar a sequência numérica.

A Adaptação da Atividade

4
Como o foco é trabalhar sequência numérica e relação números/quantidades,
adaptaremos o dominó para que o aluno faça um elo entre a teoria e pratica.
Através desta adaptação o aluno deverá contar e associar as bolinhas ao número,
construindo e reconhecendo seu significado.
Todos os materiais abaixo podem ser confeccionados pelo professor e pelo próprio
aluno, para desenvolver habilidades táteis, visuais, motora fina e coordenação, basta usar
papel cartão ou cartolina para imprimir e desenhar. Quanto mais contato o aluno tiver com
o material, maiores habilidades e competências serão trabalhadas tornando-se ferramentas
importantes para seu desenvolvimento acadêmico.

Fig. 1 – Material Adaptado

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Fig. 2 – Modelo Caderno do Estado SP

Ensinar os números de 0 a 100 permitindo o uso de uma tabela. Após a familiarização


com os números propor a aluna que preencha uma tabela. Podemos ainda usar o quebra
cabeça abaixo para ajudar na ideia de sequência numérica e reconhecimento do número.
Pedir para a Juliana colocar os números em ordem crescente e depois decrescente.

Fig. 3 – Modelo Adaptado

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Fig. 3 – Modelo Adaptado

2. O perfil do aluno 2

Série: 6º ano do Ensino Fundamental


Grau: Inversão de posição numérica / Número Decimal.
Sexo: Masculino

“Antônio tem 11 anos, o filho mais velho de uma família de classe média alta. Sua
mãe relata que sempre foi diferente do irmão caçula, principalmente na parte do raciocino
lógico, uma vez que o irmão mais novo conseguia resolver atividades que eram mais
complexas para sua idade, e que Antônio não sabia nem por onde inicia-las. Relata ainda
que sua gestação foi normal, não apresentando nenhuma complicação. Nos anos iniciais
ele era uma criança que participava das atividades e mais sociável. Agora era uma criança
com problemas escolares e de socialização. Conversando com seus professores o Antônio
tem se esforçado muito para acompanhar a turma do 6 ano, mas não tem facilidade para
entender as contas de adição e subtração se perdendo na ordem e classes numéricas. Suas
maiores dificuldades é de entender atividades abstratas. ”

O Currículo do Estado de São Paulo e a atividade escolhida

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O Currículo do Estado de São Paulo buscou implantar o ensino da Matemática no seu eixo
fundamental como par da língua materna. Sendo a matemática uma ferramenta para o
desenvolvimento do raciocínio lógico e da análise racional capaz de sintetizar e auxiliar nas
tomadas de decisões a partir dos elementos disponíveis na situação problema. Para o 6º ano
do Ensino Fundamental, o Currículo do Estado de São Paulo tem como conteúdo geral o
estudo de números, geometria e medidas. A noção de número é construída através de duas
ideias fundamentais: equivalência e ordem. A atividade escolhida para adaptação é o sistema
de numeração decimal.

A Adaptação da Atividade

Neste caso faremos adaptação para trabalhar conceito de número decimal usando
material concreto para compreensão das atividades abstratas.
Todos os materiais abaixo podem ser confeccionados pelo professor e pelo próprio
aluno, para desenvolver habilidades táteis, visuais, motora fina e coordenação, basta usar
papel cartão, ou cartolina para imprimir e desenhar. Quanto mais contato o aluno tiver neste
processo com o material, maiores habilidades e competências serão trabalhadas, ferramentas
importantes para seu desenvolvimento acadêmico.
Usando material dourado, podemos introduzir o conceito de unidades, dezenas e
centenas. Importante para que o aluno entenda que para ter uma barrinha, ou seja, uma
dezena são necessários 10 cubinhos e para ter uma centena (placa) são necessários 10
barrinhas ou 100 cubinhos. A confecção do material e seu manuseio oferecerá essa
possibilidade. Após esse primeiro contato, sugerimos que o aluno pense em como construir
a adição e subtração usando o material dourado para resolver essas atividades.

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Fig. 1 e 2 – Material Adaptado

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Fig. 3 – Material Adaptado

Fig. 4 - Modelo Caderno do Estado SP

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Após esse primeiro contato, sugerimos que o aluno pense em como construir essa soma,
podemos usar atividades simples como abaixo:

Fig. 5- Material Adaptado

Após as atividades mais simples de soma, podemos atuar com outras um pouco mais
complexas para que Antônio entenda a troca de 10 unidades por 1 dezena, com o material
durado podemos oferecer essa visualização, conforme mostra a figura a seguir.

Fig. 6- Material Adaptado

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Sugerimos ainda uma atividade sem o uso do material dourado, para verificar a memória
de Antônio e como ele desenvolve seu raciocínio sem o uso do concreto, ou seja, partiremos
para o abstrato com atividades visuais no papel.

Fig. 7- Material Adaptado

É importante para Antônio entender o agrupamento do material dourado a troca e sua


decomposição, por isso propomos mais uma atividade.

Fig. 8- Material Adaptado

Acredito que após essa vivencia, Antônio terá condições de compreender o que é unidade,
dezena, centena e a soma e subtração de números menores para maiores. Nesta ultima etapa,
sairemos do concreto e visual para o abstrato. Sinalizar que estas são contas com reserva
ajudará o Antônio a se localizar dentro da tarefa proposta.

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Fig. 9- Modelo do Caderno do Estado de SP

Nesta atividade abaixo, mostramos como o material dourado pode auxiliar neste processo
e que podemos efetuar outras adaptações para outros casos, a atividade abaixo poderá ser
resolvida com ou sem o material dourado.

Fig. 10- Material Adaptado.

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3. O perfil do aluno 3

Série: 6º ano do Ensino Fundamental


Grau: Dificuldade em reconhecer números e quantidades.
Sexo: Feminino

“Ângela tem 10 anos, é filha única e uma criança muito carinhosa e carismática.
Sua mãe relata que sempre foi uma criança dócil e de fácil controle. Ângela gosta de
bonecas e de maquiagem. Conversando com seus professores percebemos que Ângela tem
amigos e tem se esforçado muito para acompanhar a turma do 6 ano, mas não tem
facilidade para entender os números e suas nomenclaturas. Suas maiores dificuldades são
entender atividades abstratas e reconhecer números e suas posições”

O Currículo do Estado de São Paulo e a atividade escolhida

O Currículo do Estado de São Paulo buscou implantar o ensino da Matemática no seu eixo
fundamental como par da língua materna. Sendo a matemática uma ferramenta para o
desenvolvimento do raciocínio lógico e da análise racional capaz de sintetizar e auxiliar nas
tomadas de decisões a partir dos elementos disponíveis na situação problema. Para o 6º ano
do Ensino Fundamental, o Currículo do Estado de São Paulo tem como conteúdo geral o
estudo de números, geometria e medidas. A noção de numero é construída através de duas
ideias fundamentais: equivalência e ordem. A atividade escolhida para adaptação é o sistema
de numeração e sua nomenclatura.

A Adaptação da Atividade

Neste caso faremos adaptação para trabalhar reconhecimento de número usando


imagens visuais e material concreto para compreensão das atividades abstratas.
Todos os materiais abaixo podem ser confeccionados pelo professor e pelo próprio
aluno, para desenvolver habilidades táteis, visuais, motora fina e coordenação, basta usar

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papel cartão, ou cartolina para imprimir e desenhar. Quanto mais contato o aluno tiver neste
processo com o material, maiores habilidades e competências serão trabalhadas, ferramentas
importantes para seu desenvolvimento acadêmico.
Como Ângela tem uma excelente memória visual, vamos adaptar o material usando
figuras coloridas e grandes para poder fazer com que a aluna entenda o conceito e reconheça
os números.
Abaixo temos um material do Caderno do Professor, onde a criança deve entender o
conceito de números ordinais, a ideia é adaptar o material usando figuras e posição de lugar
valor.

Fig. 11- Modelo do Caderno do Estado de SP

Mostrar para Ângela que através de uma brincadeira podemos classificar os


números, fazendo uma relação com uma corrida e o primeiro aluno a chegar e o ultimo.
Deixar a criança manusear carrinhos ou bonequinhos para que compreenda que em uma
corrida ou fila sempre terá o primeiro e o ultimo lugar.

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Fig. 12- Material Adaptado

Após esse primeiro exercício, pedir para a criança observar as figuras (de preferência
coloridas) e pedir para que ela diga qual o primeiro e ultimo da fila, quem está mais perto do
cachorro, qual é o lugar da pessoa com guarda chuvas e assim por diante, para que a Ângela
tenha conceito de lugar valor.

Fig. 13- Material adaptado

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Fig. 14- Modelo do Caderno do Estado de SP

Em um terceiro momento podemos propor a atividade com dominós e mostrar a criança


um elo entre a quantidade de bolinhas e o número para trabalhar conceito numérico.

Fig. 15- Material Adaptado

4. O perfil do aluno 4

Série: 6º ano do Ensino Fundamental


Grau: Dificuldade em geometria plana.
Sexo: Masculino

“Flávio tem 10 anos, é o filho do meio, é um menino muito ansioso e ávido em descobrir.
Sua mãe teve muitas complicações no parto e acredita que isso tenha ocasionado as
dificuldades de aprendizagem que ele vem apresentando desde a pré-escola. Uma criança
que não reconhecia quantidades, formas, se perdia em brincadeiras como parlenda,
cantigas de roda e por apresentar dificuldades em coisas simples, como organizar o
caderno, acabava se isolando.

O Currículo do Estado de São Paulo e a atividade escolhida

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O Currículo do Estado de São Paulo buscou implantar o ensino da Matemática no seu eixo
fundamental como par da língua materna, porém neste caso existe também a língua em braile
que Flávio utiliza. A matemática é uma ferramenta para o desenvolvimento do raciocínio
lógico e da análise racional capaz de sintetizar e auxiliar nas tomadas de decisões a partir
dos elementos disponíveis na situação problema. Para o 6º ano do Ensino Fundamental, o
Currículo do Estado de São Paulo tem como conteúdo geral o estudo de números, geometria
e medidas. A noção a geometria plana deve ser construída através do tocar, sentir e explorar.
A atividade escolhida para adaptação é a geometria plana.

A Adaptação da Atividade

Neste caso faremos adaptação para trabalhar com figuras planas usando o Geoplano
para que o aluno entenda os conceitos geométricos.
Todos os materiais abaixo devem ser confeccionados pelo professor e com o aluno,
em um trabalho de parceria e afetividade, para que o aluno não se sinta excluído, mas sim
pertencente ao grupo. Esse trabalho pode ser um momento de socialização entre o grupo.
Quanto mais contato o aluno tiver com os colegas e professor, mais incluído e pertencente
ele se sentira desenvolvendo assim a autoestima e o trabalho em grupo.

Fig. 16- Modelo do Caderno do Estado de SP

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A ideia é usar Geoplano para a criança entender o que é aresta, vértices e lado. Construir
com linha as figuras geométricas, para que Flavio possa reconhecer esses elementos da
geometria e em um segundo momento podemos usar os blocos lógicos para que compreenda
como e o que são peças 3D. Caso não seja possível usar os blocos lógicos, podemos trazer
caixas de diversos formatos para a sala de aula e ajudar o aluno a entender esses conceitos.

Fig. 17- Material Adaptado

Após esse contato, podemos pedir para que o aluno responda e transfira as anotações para
seu caderno. Este recurso de usar o Geoplano substituiria em um primeiro momento o
multiplano.
Em um segundo momento, podemos usar um material adaptado com outras figuras
geométricas feitas através de materiais reciclados, para que a criança perceba e reconheça
essas novas figuras. Esses materiais desenvolvem o raciocínio lógico e coordenação motora
e ajuda o desenvolvimento da percepção tátil, dentro do contexto da geometria.

Fig. 17- Material Adaptado

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III. Considerações

Nos capítulos anteriores a ideia central era despertar no professor uma reflexão sobre a
conveniência de adaptar o currículo baseado na necessidade e perfil do aluno. Importante
ressaltar que não existem duas crianças com as mesmas características e que cada ser é único
em seu processo de desenvolvimento seja acadêmico ou pessoal.
Demonstramos algumas atividades que podem ser utilizadas para os perfis acima, mas
nada impede do professor usá-las para outras crianças. Com criatividade o professor pode
fazer diferente. Buscamos materiais de baixo custo, que podem ser confeccionados na
própria sala de aula e pelos alunos. Uma observação importante foi deixar o material o mais
sóbrio possível para adequar a idade do aluno. Hoje encontramos muitos materiais de apoio,
mas sempre voltado para educação infantil e essas atividades quando aplicadas aos alunos
do ensino fundamental anos finais acaba criando um certo constrangimento e isso o que
queremos evitar, pois muitas vezes o aluno que apresenta um distúrbio ou síndrome já tem
sua auto estima comprometida o que agrava seu caminhar educacional, podendo levar a
outras comorbidades como a depressão.
Esperamos ter contribuído de forma significativa para um novo olhar ao currículo, ao
aluno com necessidade especial, as dificuldades acadêmicas e principalmente entender que
para fazer diferente é preciso amor, carinho e desejo.

IV. Referência Bibliográfica

CAMPOS, A. M. A. – Matemática uma nova maneira de aprender e ensinar, 1ed. Rio


de Janeiro, RJ: Editora Ciência Moderna, 2014.
_______, Discalculia – Superando a dificuldade em aprender Matemática, 1ed. Rio
de Janeiro, RJ: Editora WAK, 2014.
CUNHA, Eugênio – Autismo na Escola – Um jeito diferente e aprender, um jeito
diferente de ensinar, 1ed. Rio de Janeiro, RJ: Editora WAK, 2013.
Parâmetros Curriculares Nacionais (matemática)
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf ( consultado em 13/05/2014 às 21:17).

20
Currículo do Estado de São Paulo – Matemática e suas Tecnologias – Ensino
Fundamental, Ciclo II e Ensino Médio
http://www.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/43/Files/MEST.pdf (consultado em
13/05/2104 às 21:59).
Declaração de Salamanca http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf
(consultado em 13/05/2104 às 21h59min).

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