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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI

CLAUDIO APARECIDO TEIXEIRA


RA: 09191658

ATIVIDADE NOTA N1-4


VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO
FRAUDE CONTRA CREDORES

SÃO PAULO
2019
SUMÁRIO
VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO ............................................................................. 1

Anexo: Acordão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo ....................... 4


1

VÍCIOS DO NEGÓCIO JURÍDICO

O negócio jurídico seria a manifestação de vontade das partes que produz os efeitos
desejados pelas partes permitidos pela lei. Para que produza estes efeitos ele deve
ter os elementos de validade, existência e eficácia. Esta seria a chamada Escada
Ponteana.
Através desta escada podemos determinar de forma progressiva se um determinado
negócio jurídico possui elementos suficientes para existir e possuir efeitos. Neste
sentido quando analisamos o elemento existência do negócio jurídico, consideramos
que este exista quando ele contém os elementos de parte, objeto, vontade e forma.
Para que estes elementos sejam considerados e o negócio jurídico possuir validade
temos de considerar os elementos existentes de forma individual. Assim as partes
devem ser capazes e legitimadas de efetuar o negócio em tela. O objeto listado no
negócio deve ser licito, possível, determinado ou determinável, a forma pela qual
seria manifestado deve ser aquela prescrita em lei ou não defesa em lei, a vontade
das partes ao efetuar o acordo deve ser concedida de forma livre, consciente,
espontânea e de boa fé.
Finalmente a eficácia representa o campo no qual o negócio jurídico efetivamente se
materializa. Desta forma para um negócio jurídico ser valido ele deve conter estes
três elementos e a falta de um deles implica em sua potencial anulabilidade ou
nulidade.
De maneira geral consideramos os vícios do negócio jurídico como uma falha no
elemento vontade citado acima. Assim possuiriam uma falha que prejudicaria a
validade do negócio jurídico e prejudicaria a sua existência garantindo que, desta
forma, eles possam ser anulados ou que sejam considerados nulos diretamente.
Neste sentido vemos a fraude contra credores como um vício social, por prejudicar
não as partes envolvidas no contrato mas outras de seu quinhão legitimo. Podemos
considerar como social em vez de um vício de vontade direto porque não prejudica
as partes listadas no negócio jurídico atacado e sim terceiros. A vontade, neste
sentido, pode ser considerada maculada por ter sido concedida com má-fé e
buscando uma vantagem indevida contra um terceiro do contrato, justificando desta
forma a ação da parte prejudicada para a corrigir.
Art. 158. Os negócios de transmissão gratuita de bens ou remissão
de dívida, se os praticar o devedor já insolvente, ou por eles reduzido
à insolvência, ainda quando o ignore, poderão ser anulados pelos
credores quirografários, como lesivos dos seus direitos.
§ 1o Igual direito assiste aos credores cuja garantia se tornar
insuficiente.
§ 2o Só os credores que já o eram ao tempo daqueles atos podem
pleitear a anulação deles.1

1 CODIGO CIVIL. DISPONIVEL EM http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm;


2

A lei expande e classifica de forma mais detalhada nos artigos seguintes mas de
início possuímos elementos suficientes para uma análise e determinação deste tipo
de fraude:
1- Envolve inicialmente a transmissão gratuita de bens e perdão de dívidas. O
artigo 159 expande e inclui os contratos onerosos em situações nos quais é
possível acreditar que que a insolvência (item 2) for notória ou houver justa
causa para ser conhecida.
2- Este ato é efetuado por pessoa insolvente ou ao seu termino acaba por tornar
insolvente a pessoa. O artigo 164, no entanto, permite que os atos efetuados
em boa-fé para manutenção de estabelecimentos não sejam enquadrados
neste vicio:
1. Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e valem os negócios
ordinários indispensáveis à manutenção de estabelecimento
mercantil, rural, ou industrial, ou à subsistência do devedor e
de sua família.2

Em adição a estes dois elementos a lei ainda determina quem seriam os agentes
capazes de impetrar tal ação e ainda, em seu artigo 161, contra quem ela deve ser
impetrada: o devedor, a pessoa com quem cometeu fraude e o terceiro eventual que
tenha se beneficiado da mesma:
Art. 161. A ação, nos casos dos arts. 158 e 159, poderá ser intentada
contra o devedor insolvente, a pessoa que com ele celebrou a
estipulação considerada fraudulenta, ou terceiros adquirentes que
hajam procedido de má-fé.3

Os agentes prejudicados teriam como método de reparação em juízo a chamada


Ação Pauliana ou Revocatória com um prazo de prescrição de 4 anos conforme o
artigo 178, II do código civil:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a
anulação do negócio jurídico, contado: [...]
II - No de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou
lesão, do dia em que se realizou o negócio jurídico;4

A partir deste ponto possuímos elementos suficientes para uma análise em eventual
caso de fraude contra credores e para a sua utilização na defesa dos interesses dos
nossos clientes: A fraude poderá manifestar-se de diversas formas, quais sejam:
transmissão gratuita de bens, contrato oneroso, remissão de dívidas, renúncia de
herança, antecipação quanto ao pagamento de dívidas, atribuição de preferências a
credores. Tais fraudes são passíveis da incidência de ação revocatória quanto ao
devedor com capacidade patrimonial duvidosa frente ao seu patrimônio passivo.

2 IDEM
3 IDEM
4 IDEM
3

Especial consideração deve ser dada em relação aos elementos subjetivos


existentes para se provar o dolo. O caso listado em anexo é um exemplo:
Em uma situação de possível transferência dolosa de um imóvel para o filho, no qual
este alega não ter conhecimento da situação econômica de seu genitor, o relator
determinou que o grau de paternidade representaria elemento suficiente para
determinação de conhecimento. Um elemento inteiramente subjetivo mas amparado
pela jurisprudência brasileira e a própria situação em tela, no qual o genitor do
embargante passava por ações paulianas e executivas que incluíam seu imóvel,
justificando desta maneira assumir que um filho estaria ciente da situação financeira
do pai ao efetuar o negócio.
Neste sentido uma eventual defesa em Recurso Especial deveria ser voltada a
apresentar de forma objetiva que tal relacionamento não existia da forma citada, de
maneira a descaracterizar a relação e o embasamento da decisão, possibilitando
que em uma revisão que esta seja eventualmente revertida.
4

Anexo A: Acordão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo

Nas proximas páginas está o acordão solicitado para este trabalho. Foi mantida a
formatação original e o cabeçalho listados no Tribunal de Justiça , assim como os
outros elementos textuais necessários.
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 7ª CÂMARA DE
DIREITO PRIVADO

Registro: 2019.0000369792

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº


100085191.2017.8.26.0142, da Comarca de Colina, em que é apelante JOSE BALTAZAR
DOS SANTOS JUNIOR, é apelado SATOSHI ITO - (GRANJA ITO).

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 7ª Câmara de Direito Privado do


Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao
recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores MARY GRÜN (Presidente


sem voto), MARIA DE LOURDES LOPEZ GIL E JOSÉ RUBENS QUEIROZ GOMES.

São Paulo, 14 de maio de 2019.

Rômolo Russo
Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 7ª CÂMARA DE
DIREITO PRIVADO
1

Ap. nº. 1000851-91.2017.8.26.0142 Comarca:


Colina Vara Única
APELANTE(S): JOSÉ BALTAZAR DOS SANTOS JUNIOR. APELADO(S):
SATOSHI ITO (GRANJA ITO).

VOTO nº. 25.804

APELAÇÃO. Embargos de Terceiro. Improcedência.


Inconformismo. Desacolhimento. Muito embora não
registrada a penhora, a má-fé do embargante restou
demonstrada nos autos. Inteligência da Súmula nº.
375, do STJ. Embargante que é filho e herdeiro
necessário do executado, anterior proprietário do
imóvel. Reconhecimento da fraude contra credores
perpetrada por José Baltazar dos Santos, pai do
embargante, em ação pauliana transitada em julgado.
Evidenciado, pelo grau de parentesco, o
conhecimento das ações pauliana e executiva que
culminaram com a penhora do bem. Má-fé
reconhecida. Sentença mantida. Recurso desprovido.

Da r. sentença proferida pela Magistrada NATÁLIA


SCHIER HINCKEL (fls. 240/242), que julgara improcedentes os embargos de
terceiro, apela o embargante.

Em suas razões recursais (fls. 246/251) José Baltazar


dos Santos Junior sustenta, em síntese, que:

a) o simples fato de ser filho legítimo e herdeiro de


José Baltazar dos Santos, bem como de ter comprado o imóvel que pertenceu ao
seu pai não é suficiente para o reconhecimento da má-fé;

b) apesar do imóvel ter sido objeto de ação pauliana,


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permaneceu no nome de João José Viganô e sua mulher até julho de 2002, ocasião
em que não havia nenhuma restrição averbada na matrícula;

c) realmente comprou e pagou o preço pelo imóvel e,


na época, nada impedia a aquisição;

d) é o legítimo proprietário e está na posse do bem há


mais de 15 anos, não havendo qualquer simulação na compra;

e) a obrigação de averbar a penhora era do


embargado, que não o fez;

Requer o provimento do recurso para julgar


procedentes os embargos de terceiro.

Recurso tempestivo e preparado a fls. 252, foi recebido


no duplo efeito (fls. 357).

Contrarrazões a fls. 256/273 pela manutenção da r.


senteça.

Não houve oposição ao julgamento virtual.

É o relatório.

Trata-se de embargos de terceiro opostos por José


Baltazar dos Santos Júnior em face da determinação de penhora de bem imóvel por
ele adquirido, objeto da matrícula nº. 17.537, do Cartório de Registro de Imóveis de
Barretos, determinada nos autos da ação executiva promovida por Satoshi Ito em
face de José Baltazar dos Santos.

Como cediço, os embargos de terceiro têm por


finalidade livrar de injusta constrição judicial bens que foram apreendidos em um
processo no qual o seu proprietário ou possuidor não é parte.

Pressupõem, portanto, a existência de uma constrição


judicial que ofenda a posse ou a propriedade de um bem de pessoa que não seja
parte no processo.
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Pois bem.

Na hipótese dos autos, em 24/07/2002 o embargante


adquiriu o imóvel descrito na inicial de João José Viganô e sua mulher Maura Alice
dos Reis Viganô.

Com efeito, a jurisprudência consolidou o entendimento


de ser necessária, para a configuração da fraude à execução, a averbação da
penhora ou a prova da má-fé do terceiro adquirente.

Nesse sentido, é a Súmula 375 do E. Superior Tribunal


de Justiça:

Súmula nº 375 do STJ: “O reconhecimento da fraude à execução depende


do registro da penhora do bem alienado ou da prova da má-fé do terceiro
adquirente”.

O embargante ampara a pretensão de desconstituição


da penhora na alegada boa-fé, por não constar na matrícula do imóvel qualquer
restrição no momento da aquisição.

Entretanto, necessário observar que o imóvel já havia


pertencido ao genitor do embargante, José Baltazar dos Santos.

E pela r. sentença proferida nos autos da ação


pauliana nº. 388/88, confirmada por v. acórdão de julho de 1991 (fls. 333/340 e
350/353), houve o reconhecimento da fraude contra credores perpetrada por José
Baltazar dos Santos, pai do embargante, com declaração de ineficácia de diversos
negócios jurídicos onerosos envolvendo vários imóveis, dentre os quais o objeto
destes embargos.

Assim, como bem observou a d. Magistrada a fls.


241/242, sendo o embargante filho e legítimo herdeiro do executado José Baltazar
dos Santos, não merece credibilidade o alegado desconhecimento da ação pauliana
e da ação executiva promovidas contra o seu pai (Proc. nº. 388/88 e 0000002-
50.1991.8.26.0142), que resultaram na constrição do imóvel objeto destes
embargos.
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O grau de parentesco do embargante evidencia, pois,


que tinha pleno conhecimento da ação pauliana e da ação executiva promovidas
contra o seu genitor, que culminaram com a desconstituição das alienações
subsequentes e penhora do imóvel, tendo-se como demonstrada a sua má-fé.

Nessa quadra, sem estofo jurídico a pretensão


recursal.

Nesse sentido, é o precedente deste E. TJSP:

“EMBARGOS DE TERCEIRO. Penhora de bem imóvel.


Sentença de improcedência. Irresignação da parte
embargante. Descabimento. Cerceamento de defesa não
configurado. Provas dos autos suficientes para a solução
da controvérsia. Impertinência da produção de prova oral
'in casu'. Requisitos do art. 792 do NCPC preenchidos.
Aplicação da Súmula 375 do E. STJ. Alienação de bem
imóvel após a citação da parte executada. Procuração
pública e contrato particular acostados aos autos que
estão datados de 08/06/2012, isto é, aproximadamente um
mês depois da distribuição da ação executiva n.º0001624-
68.2012.8.26.0615 (promovida pelo embargado em
desfavor de Edmar Garruti) e depois de quatro dias da
citação do executado Edmar naqueles autos. Conjunto
probatório dos autos evidencia, ademais, que o
embargante Reginaldo tinha conhecimento da execução
que culminou com a penhora do imóvel 'sub judice'. Má-fé
da parte adquirente evidenciada. Fraude à execução
configurada. Sentença mantida. Honorários advocatícios
arbitrados em favor da parte 'ex adversa' majorados para
15% do valor da causa. Incidência da norma prevista no
artigo 85, §11, do CPC. Aplicação do art. 252 do RITJSP.
Recurso não provido” grifei (Apelação nº. 1001008-
66.2018.8.260.615, Rel. Des. WALTER BARONE, j. em
25.04.2019).

Forçoso reconhecer, pois, que a sorte dos embargos


não poderia ser outra.

Objetivamente inviável, por conseguinte, qualquer


alteração no r. julgado de primeiro grau.
Nos moldes do art. 85, § 11, do CPC/2015, majoro os
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honorários sucumbenciais para 15% do valor atualizado da causa.

Por esses fundamentos, meu voto nega provimento


ao recurso.

RÔMOLO RUSSO

Relator

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