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ELEMENTOS DE CONTATO (GAP) EM ESTRUTURAS DE MADEIRA COM

LÂMINAS INTERLIGADAS POR PINOS

Luciano Lourenço da Silva e Francisco Antonio Romero Gesualdo

RESUMO: Em estruturas de madeira é comum a união de peças de pequenas dimensões para


obter seções transversais mais resistentes. Nas estruturas com laminação vertical interligadas
por pinos existem pequenas aberturas entre as extremidades de duas peças intercaladas
longitudinalmente, aqui denominadas elementos de contato ou gap. Com a deformação
estrutural, as seções que definem estas aberturas entram em contato gerando solicitações
internas que contribuirão na rigidez do sistema. No estudo do elemento foi utilizado o
programa FEAST (Finite Element Analysis for Spliced Timber), que possui uma formulação
restrita limitando bastante a consideração do elemento de contato. Com os exemplos
estudados foi desenvolvido um modelo teórico mais abrangente para implementação no
programa SERIALS (SEmi-RIgid Analysis for Lumber Structures). Isto permite sua
utilização no cálculo de arcos, treliças e pórticos em geral.
Palavras-chave: madeira, laminação vertical, elemento de contato, gap

CONTACT ELEMENT (GAP) IN TIMBER STRUCTURES WITH LAMINAES


INTERCONNECTED BY PEGS

ABSTRACT: It is very common in timber structures to join short pieces of wood in order to
obtain a stiffer cross section. In vertical laminated structures connected by bolts, nails or pegs
exists a gap between the ends of the pieces. When the structure is loaded, the deformation
produces a reduction of the gap, causing a contact among the ends of the pieces in the same
plane. After this contact the stiffness of the structure is modified. So it was created a special
formulation for controlling the effect of gap in the structure behavior. It was used the software
FEAST (Finite Element Analysis for Spliced Timber) to analyse the element gap in beams,
that is a specific type of structure. This formulation will permit the implementation in the
software called SERIALS (SEmi-RIgid Analysis for Lumber Structures). That allows the
analysis of several types of structures as arches, trusses and general frames.
Keywords: timber, vertical lamination, contact element, gap

Iniciação Científica – Apoio REENGE/CNPq


1 INTRODUÇÃO

Estudos desenvolvidos na Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Federal de


Uberlândia, associados à laminação através de pinos, revelaram as potencialidades e
limitações dos softwares FEAST e SERIALS e despertaram o interesse para o estudo mais
aprofundado do elemento de contato (gap), SILVA (1998). Assim como as ligações entre as
peças de madeira, o gap também tem sua influência na estrutura. O tratamento simplificado
pode não representar fielmente o comportamento estrutural. Com os recursos computacionais
disponíveis não se justifica simplificações e limitações de cálculo. Deve-se estudar e
desenvolver modelos que retratem melhor o problema, conduzindo a resultados mais realistas.
O objetivo foi analisar o elemento de contato, buscando melhor entendimento de seus efeitos
e assim contribuir para o aprimoramento das técnicas de cálculo.

2 LAMINAÇÃO VERTICAL E O ELEMENTO DE CONTATO

A laminação consiste na união de peças para obter elementos estruturais longos e de seção
transversal mais resistente, como ilustrado na figura 1a. Na laminação vertical com ligações
através de pinos, as cargas são aplicadas perpendicularmente ao eixo dos pinos. Na região de
descontinuidade longitudinal das peças existem pequenas aberturas que são chamadas
elementos de contato ou “gap”. À medida que a estrutura se deforma, as seções sofrem
translações e rotações e, assim a abertura diminui em alguns pontos possibilitando o contato
entre as peças, gerando novas solicitações internas que contribuem para a rigidez do sistema
estrutural, figura 1c.

ELEMENTO DE CONTATO

(a)

deformação

(b) (c)

Figura 1- Exemplo de elemento de contato em um viga com laminação vertical

3 OS PROGRAMAS FEAST E SERIALS

FEAST (Finite Elemet Analysis for Spliced Timber) é um programa de análise de elementos
finitos desenvolvido por Bohnhoff na Universidade de Wisconsin. No cálculo da estrutura os
elementos são determinados através dos nós estruturais. O programa considera a ligação
dividida em linhas verticais para os pinos, figura 2c. A formulação utilizada no programa
permite a consideração do elemento de contato no cálculo, porém está limitado ao estudo de
vigas.
Para calcular estruturas de madeira com laminação vertical foi desenvolvido por Gesualdo, na
Universidade Federal de Uberlândia, o programa SERIALS (SEmi-RIgid Analysis for
Lumber Structures). Um pré-processador facilita e orienta a entrada de dados otimizando a
montagem do arquivo de entrada de dados. Os pinos são definidos através de um grupo de
pinos, onde as coordenadas dos pinos são dadas em relação a um nó, figura 2d, conforme
GESUALDO e RISKOWSKI (1996). Esta formulação facilita a discretização da estrutura,
sobretudo nos casos de treliças, arcos e pórticos, onde a divisão da ligação em linhas verticais
representa uma dificuldade a mais para a localização dos nós.

a) corte longitudinal horizontal

b) vista lateral

c) m odelo u s a n d o linhas verticais de pin o s

d ) m o d e l o u s a n d o g r u p o d e p in o s

Figura 2 - Linhas verticais e grupo de pinos

3.1 A FORMULAÇÃO DO ELEMENTO DE CONTATO NO FEAST

A formulação utilizada, BOHNHOFF (1987), está limitada aos casos onde as extremidades
das peças, que definem o elemento de contato, são paralelas ao eixo global Y. Quando a
abertura se fecha, as barras exercem uma força entre si. Esta força é igual ao produto da
resistência à compressão da madeira pela área de contato. Estas forças agem no centróide da
área de contato e são substituídas por um conjunto equivalente de forças e momentos externos
agindo sobre os nós. Como o novo carregamento muda a área de contato, então um outro
conjunto equivalente de cargas é calculado. Este processo se repete até a convergência ser
atingida. A maior dificuldade é identificar se as extremidades das peças fizeram contato e qual
a área de contato.

Com a deformação estrutural os pontos que definem o elemento se deslocam e as novas


posições são calculadas. O ponto mais alto de possível contato (YA) é o de menor ordenada
entre os pontos superiores das extremidades. O ponto mais baixo de possível contato (YB) é o
de maior ordenada entre os pontos inferiores das extremidades, figuras 3a e 3b. Constatado o
contato entre as extremidades, o programa verifica se as extremidades das peças ainda são
paralelas. Se o forem, e a abertura estiver fechada, a área de contato é calculada como sendo o
produto da largura das peças pela diferença entre YA e YB. Se YB for maior que YA não há
contato, figuras 3c e 3d.
YA YA

YB

YB

(a) (b)

Y YA YA

YB YB

(c) (d)
Figura 3 - Pontos mais alto e mais baixo de possível contato

Se as extremidades das peças não forem mais paralelas, as posições dos nós deslocados e a
área de contato é de difícil determinação. O programa lida com diferentes situações, onde o
primeiro passo é calcular as coordenadas do ponto ‘C’ de encontro das retas “s” e “r”. Depois,
se determina a inclinação da bissetriz “b” definindo as coordenadas “X”, conforme situações
ilustradas na figura 4.

r b s

r
s b

situação 1: situação 2:
XXT > XT XXT < XT
XXB > XB XXB < XB
área de contato = largura x (YA-YB) não há área de contato

Figura 4 - Situações de cálculo para extremidades não paralelas


Foram analisados vários casos para explorar o elemento de contato no software FEAST, e os
resultados obtidos para vigas formadas por peças de mesma altura com eixos alinhados foram
satisfatórios.

4 AVALIAÇÃO DO ELEMENTO DE CONTATO

4.1 METODOLOGIA

Foi criada uma viga laminada composta de 4 peças de seção transversal de 2.5 x 20 cm². As
peças foram dispostas em duas camadas onde o eixo central das peças de uma mesma camada
coincidem. A estrutura foi analisada sob diversas situações, onde se explorou o efeito do
elemento de contato no conjunto estrutural como um todo e o efeito em cada peça da
estrutura.

Foram aplicados à viga carregamentos variando de 0.02 a 0.08 N/m. Com a carga de
0.07 N/m a estrutura foi analisada duas vezes. A primeira considerando o elemento de
contato, e a segunda sem o elemento.

4.2 O EFEITO DO ELEMENTO DE CONTATO NUMA VIGA FORMADA POR


PEÇAS DE MESMA ALTURA COM EIXOS ALINHADOS

Para atingir a convergência necessária, uma vez que se está trabalhando com intensidade
diferente de cargas, foi necessário utilizar um recurso do FEAST o qual permite aumentar a
rigidez inicial da estrutura. A figura 5 mostra a viga estudada e o modelo estrutural usado.

0.5 mm

3m

Modelo da estrutura
1 17
1 37
G
35 49
2 G 38
18 34
G = elemento de contato, representado por 2 nós

Figura 5 - Viga analisada

4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Quando não há o efeito do elemento de contato na estrutura as peças adjacentes não


transmitem esforços. Com este efeito há uma melhora na distribuição de esforços internos que
propicia maior solidarização da estrutura aliviando as peças mais solicitadas. Este efeito foi
observado tanto para momento fletor, figura 6a, como para o esforço cortante. As peças
menores passaram a contribuir na absorção de esforços, além das extremidades das aberturas
passarem a trabalhar. Assim houve uma alívio de esforços nas peças maiores, diminuindo os
valores dos máximos esforços atuantes na viga. Efeito similar foi observado em relação às
flechas. Com maior solidarização aumentou-se a rigidez da viga, e com isto os deslocamentos
verticais diminuíram sensivelmente, como pode ser observado na figura 6b.
200 0

-200 -0.002

Deslocamentos (m)
Momento (N m)

-400
-0.004
-600
com "gap" com "gap"
-800
sem "gap" -0.006 sem "gap"
-1000

-1200 -0.008
-1400

-1600 -0.01
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Coordenadas (m) Coordenadas (m)
a) Momento Fletor b) Deslocamentos verticais

Figura 6 – Relação entre momento fletor e deslocamentos verticais


À medida que a estrutura é solicitada os esforços atuantes crescem proporcionalmente ao
carregamento, porém a partir do fechamento do elemento de contato, estes esforços passam a
crescer menos para o mesmo incremento de carga. Os deslocamentos verticais também
reduzem seus incrementos à medida que a carga é aumentada.

Com o fechamento do elemento de contato a estrutura muda seu comportamento passando a


absorver melhor os esforços. O gráfico da figura 7a relaciona máximos momentos fletores e
cargas, e a figura 7b relaciona deslocamentos e cargas. Nota-se uma pequena mudança de
inclinação, a partir da carga de 0.045 N/m.

-400 -0.002

-600

-0.004
-800
momento (N m)

deslocamentos

-1000
-0.006
-1200

-1400
-0.008
-1600

-1800 -0.01
0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08
cargas (N/m) cargas (N/m)

a) Momento fletor x cargas b) deslocamentos verticais x cargas

Figura 7 – Relação entre momento fletor e deslocamentos versus cargas

Outra conseqüência do elemento de contato é o aparecimento de esforços axiais assim como


deslocamentos horizontais dos nós. O aparecimento deste esforço axial, que é maior nas
extremidades do elemento, contribui para o aumento da rigidez da estrutura.

Quando não há o fechamento do elemento os esforços em dois pinos situados numa mesma
linha vertical são iguais. Considerando o efeito do gap esses esforços são diferentes e o valor
máximo também diminuiu. Os pinos situados abaixo dos nós, em geral são mais solicitados
que os situados acima dos nós. A distribuição de esforços é mais adequada.

Estudando o momento fletor em cada nó, e fazendo a comparação entre os resultado da


estrutura com e sem o elemento, foi observado que as peças absorvem o mesmo esforço.
Sendo que nas proximidades do elemento a peça absorve mais intensamente o momento fletor
e diminui regularmente ao longo da peça.
5 MODELO TEÓRICO REPRESENTATIVO DO ELEMENTO DE CONTATO

O estudo do elemento através do FEAST mostrou sua importância e também permitiu avaliar
a formulação utilizada no programa. Para vigas de mesma altura os resultados foram
satisfatórios, porém quando se trabalhou com peças de alturas diferentes os resultados
apresentados não correspondiam à realidade do problema. A formulação também restringe sua
utilização praticamente ao estudo de vigas.

Tendo em vista o grande potencial de cálculo do SERIALS, a utilização do mesmo processo


de cálculo traria as mesmas limitações. Foi estudado, então, um modelo teórico mais
abrangente, o qual não teria as mesmas restrições, SILVA (1999).

O modelo se baseia em duas peças de madeiras com inclinações diferentes como ilustrado na
figura 8. Utilizando conceitos de álgebra linear e geometria analítica se determinou equações
que permitem o cálculo de todos parâmetros necessários para a definição do elemento e seus
efeitos.

a-b

(
a-b)/
2

4
T2 T3
h
3 b
2

B3
H
B2

1 do
a

Figura 8 - Modelo base para cálculo do elemento de contato

A abertura é definida pelos nós 2 e 3, sendo “do” a abertura inicial. Determinados estes dois
nós é possível calcular as coordenadas das extremidades das peças que definem o elemento.
Conhecendo-se os deslocamentos e rotações destes nós sempre será possível determinar as
posições deslocadas das extremidades das peças.

Após cada iteração é preciso verificar se as extremidades são paralelas, pois este paralelismo
definirá qual cálculo será utilizado no passo seguinte.

5.1 SEÇÕES PARALELAS

Verificado o paralelismo das seções calculam-se as novas coordenadas dos pontos T(i) e B(i).
Define-se uma reta ‘s’ de coeficiente angular ‘ms’ e que passa pelos pontos T(2) e B(2).
Determinada a equação desta reta calcula-se a distância mínima (‘d’) entre uma reta (‘s’) e um
ponto (nó 3) de coordenada (X1(3), Y1(3)), dada na equação 1.
- Y1 (3) + m s × X1 (3) + k
d(3, s) = (1)
1 + ms 2

onde k = B1(2)Y – ms x B1(2)X

Se d(3,S) = 0 a abertura fechou, então se define a força de compressão ‘F’, dada na equação 2,
a ser inserida na próxima iteração.

F = f cá , k × A contato ( 2)

Sendo fcα,k a resistência à compressão da madeira

5.2 SEÇÕES NÃO PARALELAS

Se as seções não forem paralelas se determina a equação da reta ‘r’ de coeficiente angular
‘mr’ que passa pelos pontos T(3) e B(3). Calcula-se a distância entre as retas ‘s’ e ‘r’ e
determina-se o valor da nova abertura.

Analisando as coordenadas T(2) e T(3), tem-se:

1. A = T1(2) e B = T1(3) se T1(2) ≤ T1(3)


2. A = T1(3) e B = T1(2) se T1(2) > T1(3)

Se A = (XA,YA) e B = (XB,YB) então o vetor AB é dado por BA=([(XB – XA)],[(YB – YA)]). A


reta ‘s’ pode ser escrita em forma do vetor S(1,m) e assim a distância ‘d1’ é definida
(equação 3 e 4).

S × BA
d1 = ( 3)
S

(ms + YB + YA )2 + (1 - X B + X A )2
d1 = ( 4)
12 + ms 2

Calculada a distância ‘d1’ é possível verificar se a abertura fechou. Se fechada, para calcular a
força de compressão, equação 2, monta-se um sistema linear formado pelas equações das retas
‘s’ e ‘r’ e se define as coordenadas do ponto ‘Q’, figura 9. Então se torna possível calcular a
área de contato através da equação 5.

(YB - YQ )
A cont = •b ( 5)
á +â
cos
2
s
r

Figura 9 - Localização do ponto 'Q'

6 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

O elemento de contato é uma importante variável nas estruturas de madeiras. Com o estudo
realizado foi verificado que seu efeito gera efeitos na distribuição de esforços, mudando o
comportamento da estrutura. O fechamento da abertura que define o elemento significa
transmissão de esforços, mudando as tensões nas peças e nos pinos, levando a uma maior
solidarização das peças e proporcionando melhor performance estrutural. Esta abertura
representa uma realidade nas estruturas laminadas verticalmente interligadas por pinos.
Conhecendo-se melhor o comportamento da estrutura poder-se-á tratá-la de forma correta e
com isso aprimorar e otimizar o seu dimensionamento, traduzindo-se em benefícios nos
processos construtivos de estruturas de madeiras.

Observou-se que o software o FEAST apresenta ótimos resultados para o caseo de vigas
formadas por peças de mesma altura. Contudo para peças de diferentes alturas o programa
apresentou limitações, além de estar restrito a junções verticais, isto é, as extremidades das
peças devem ser paralelas ao eixo global ‘Y’. Assim, a implementação da formulação no
programa SERIALS ampliará significativamente as possibilidades de aplicações às mais
diferentes formas estruturais , desde as vigas retas até os pórticos planos.

O modelo teórico desenvolvido está fundamentado em bases teóricas, portanto é necessário a


realização de avaliações experimentais e a implementação computacional para a sua total
utilização.

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOHNHOFF, D. R. (1987). Theoretical and user’s manual for FEAST: Finite Element
Analysis of Spliced Timber. Madison, University of Wisconsin, Department of
Agricultural Engineering,.
GESUALDO, F. A. R.; RISKOWSKI, G. L. (1996). Analysis of vertically laminated wood
beam with semi-rigid connectors. In: INTERNATIONAL WOOD ENGINEERING
CONFERENCE 96, New Orleans, USA, 1996. Anais. v3, p.291-296.
SILVA, L.L.; GESUALDO, F.A.R. (1998). Estudo de aplicativos computacionais para
cálculo de vigas de madeira com laminação vertical. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA UFU/FAPEMIG. Uberlândia. v1, p 21.
SILVA, L.L. (1999). Elemento do tipo “gap” em estruturas de madeira com lâminas
interligadas por pinos. Relatório de Iniciação Científica – Projeto REENGE/CNPq.

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