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ABSTRACT: It is very common in timber structures to join short pieces of wood in order to
obtain a stiffer cross section. In vertical laminated structures connected by bolts, nails or pegs
exists a gap between the ends of the pieces. When the structure is loaded, the deformation
produces a reduction of the gap, causing a contact among the ends of the pieces in the same
plane. After this contact the stiffness of the structure is modified. So it was created a special
formulation for controlling the effect of gap in the structure behavior. It was used the software
FEAST (Finite Element Analysis for Spliced Timber) to analyse the element gap in beams,
that is a specific type of structure. This formulation will permit the implementation in the
software called SERIALS (SEmi-RIgid Analysis for Lumber Structures). That allows the
analysis of several types of structures as arches, trusses and general frames.
Keywords: timber, vertical lamination, contact element, gap
A laminação consiste na união de peças para obter elementos estruturais longos e de seção
transversal mais resistente, como ilustrado na figura 1a. Na laminação vertical com ligações
através de pinos, as cargas são aplicadas perpendicularmente ao eixo dos pinos. Na região de
descontinuidade longitudinal das peças existem pequenas aberturas que são chamadas
elementos de contato ou “gap”. À medida que a estrutura se deforma, as seções sofrem
translações e rotações e, assim a abertura diminui em alguns pontos possibilitando o contato
entre as peças, gerando novas solicitações internas que contribuem para a rigidez do sistema
estrutural, figura 1c.
ELEMENTO DE CONTATO
(a)
deformação
(b) (c)
FEAST (Finite Elemet Analysis for Spliced Timber) é um programa de análise de elementos
finitos desenvolvido por Bohnhoff na Universidade de Wisconsin. No cálculo da estrutura os
elementos são determinados através dos nós estruturais. O programa considera a ligação
dividida em linhas verticais para os pinos, figura 2c. A formulação utilizada no programa
permite a consideração do elemento de contato no cálculo, porém está limitado ao estudo de
vigas.
Para calcular estruturas de madeira com laminação vertical foi desenvolvido por Gesualdo, na
Universidade Federal de Uberlândia, o programa SERIALS (SEmi-RIgid Analysis for
Lumber Structures). Um pré-processador facilita e orienta a entrada de dados otimizando a
montagem do arquivo de entrada de dados. Os pinos são definidos através de um grupo de
pinos, onde as coordenadas dos pinos são dadas em relação a um nó, figura 2d, conforme
GESUALDO e RISKOWSKI (1996). Esta formulação facilita a discretização da estrutura,
sobretudo nos casos de treliças, arcos e pórticos, onde a divisão da ligação em linhas verticais
representa uma dificuldade a mais para a localização dos nós.
b) vista lateral
d ) m o d e l o u s a n d o g r u p o d e p in o s
A formulação utilizada, BOHNHOFF (1987), está limitada aos casos onde as extremidades
das peças, que definem o elemento de contato, são paralelas ao eixo global Y. Quando a
abertura se fecha, as barras exercem uma força entre si. Esta força é igual ao produto da
resistência à compressão da madeira pela área de contato. Estas forças agem no centróide da
área de contato e são substituídas por um conjunto equivalente de forças e momentos externos
agindo sobre os nós. Como o novo carregamento muda a área de contato, então um outro
conjunto equivalente de cargas é calculado. Este processo se repete até a convergência ser
atingida. A maior dificuldade é identificar se as extremidades das peças fizeram contato e qual
a área de contato.
YB
YB
(a) (b)
Y YA YA
YB YB
(c) (d)
Figura 3 - Pontos mais alto e mais baixo de possível contato
Se as extremidades das peças não forem mais paralelas, as posições dos nós deslocados e a
área de contato é de difícil determinação. O programa lida com diferentes situações, onde o
primeiro passo é calcular as coordenadas do ponto ‘C’ de encontro das retas “s” e “r”. Depois,
se determina a inclinação da bissetriz “b” definindo as coordenadas “X”, conforme situações
ilustradas na figura 4.
r b s
r
s b
situação 1: situação 2:
XXT > XT XXT < XT
XXB > XB XXB < XB
área de contato = largura x (YA-YB) não há área de contato
4.1 METODOLOGIA
Foi criada uma viga laminada composta de 4 peças de seção transversal de 2.5 x 20 cm². As
peças foram dispostas em duas camadas onde o eixo central das peças de uma mesma camada
coincidem. A estrutura foi analisada sob diversas situações, onde se explorou o efeito do
elemento de contato no conjunto estrutural como um todo e o efeito em cada peça da
estrutura.
Foram aplicados à viga carregamentos variando de 0.02 a 0.08 N/m. Com a carga de
0.07 N/m a estrutura foi analisada duas vezes. A primeira considerando o elemento de
contato, e a segunda sem o elemento.
Para atingir a convergência necessária, uma vez que se está trabalhando com intensidade
diferente de cargas, foi necessário utilizar um recurso do FEAST o qual permite aumentar a
rigidez inicial da estrutura. A figura 5 mostra a viga estudada e o modelo estrutural usado.
0.5 mm
3m
Modelo da estrutura
1 17
1 37
G
35 49
2 G 38
18 34
G = elemento de contato, representado por 2 nós
-200 -0.002
Deslocamentos (m)
Momento (N m)
-400
-0.004
-600
com "gap" com "gap"
-800
sem "gap" -0.006 sem "gap"
-1000
-1200 -0.008
-1400
-1600 -0.01
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Coordenadas (m) Coordenadas (m)
a) Momento Fletor b) Deslocamentos verticais
-400 -0.002
-600
-0.004
-800
momento (N m)
deslocamentos
-1000
-0.006
-1200
-1400
-0.008
-1600
-1800 -0.01
0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08 0.02 0.03 0.04 0.05 0.06 0.07 0.08
cargas (N/m) cargas (N/m)
Quando não há o fechamento do elemento os esforços em dois pinos situados numa mesma
linha vertical são iguais. Considerando o efeito do gap esses esforços são diferentes e o valor
máximo também diminuiu. Os pinos situados abaixo dos nós, em geral são mais solicitados
que os situados acima dos nós. A distribuição de esforços é mais adequada.
O estudo do elemento através do FEAST mostrou sua importância e também permitiu avaliar
a formulação utilizada no programa. Para vigas de mesma altura os resultados foram
satisfatórios, porém quando se trabalhou com peças de alturas diferentes os resultados
apresentados não correspondiam à realidade do problema. A formulação também restringe sua
utilização praticamente ao estudo de vigas.
O modelo se baseia em duas peças de madeiras com inclinações diferentes como ilustrado na
figura 8. Utilizando conceitos de álgebra linear e geometria analítica se determinou equações
que permitem o cálculo de todos parâmetros necessários para a definição do elemento e seus
efeitos.
a-b
(
a-b)/
2
4
T2 T3
h
3 b
2
B3
H
B2
1 do
a
A abertura é definida pelos nós 2 e 3, sendo “do” a abertura inicial. Determinados estes dois
nós é possível calcular as coordenadas das extremidades das peças que definem o elemento.
Conhecendo-se os deslocamentos e rotações destes nós sempre será possível determinar as
posições deslocadas das extremidades das peças.
Após cada iteração é preciso verificar se as extremidades são paralelas, pois este paralelismo
definirá qual cálculo será utilizado no passo seguinte.
Verificado o paralelismo das seções calculam-se as novas coordenadas dos pontos T(i) e B(i).
Define-se uma reta ‘s’ de coeficiente angular ‘ms’ e que passa pelos pontos T(2) e B(2).
Determinada a equação desta reta calcula-se a distância mínima (‘d’) entre uma reta (‘s’) e um
ponto (nó 3) de coordenada (X1(3), Y1(3)), dada na equação 1.
- Y1 (3) + m s × X1 (3) + k
d(3, s) = (1)
1 + ms 2
Se d(3,S) = 0 a abertura fechou, então se define a força de compressão ‘F’, dada na equação 2,
a ser inserida na próxima iteração.
F = f cá , k × A contato ( 2)
Se as seções não forem paralelas se determina a equação da reta ‘r’ de coeficiente angular
‘mr’ que passa pelos pontos T(3) e B(3). Calcula-se a distância entre as retas ‘s’ e ‘r’ e
determina-se o valor da nova abertura.
S × BA
d1 = ( 3)
S
(ms + YB + YA )2 + (1 - X B + X A )2
d1 = ( 4)
12 + ms 2
Calculada a distância ‘d1’ é possível verificar se a abertura fechou. Se fechada, para calcular a
força de compressão, equação 2, monta-se um sistema linear formado pelas equações das retas
‘s’ e ‘r’ e se define as coordenadas do ponto ‘Q’, figura 9. Então se torna possível calcular a
área de contato através da equação 5.
(YB - YQ )
A cont = •b ( 5)
á +â
cos
2
s
r
O elemento de contato é uma importante variável nas estruturas de madeiras. Com o estudo
realizado foi verificado que seu efeito gera efeitos na distribuição de esforços, mudando o
comportamento da estrutura. O fechamento da abertura que define o elemento significa
transmissão de esforços, mudando as tensões nas peças e nos pinos, levando a uma maior
solidarização das peças e proporcionando melhor performance estrutural. Esta abertura
representa uma realidade nas estruturas laminadas verticalmente interligadas por pinos.
Conhecendo-se melhor o comportamento da estrutura poder-se-á tratá-la de forma correta e
com isso aprimorar e otimizar o seu dimensionamento, traduzindo-se em benefícios nos
processos construtivos de estruturas de madeiras.
Observou-se que o software o FEAST apresenta ótimos resultados para o caseo de vigas
formadas por peças de mesma altura. Contudo para peças de diferentes alturas o programa
apresentou limitações, além de estar restrito a junções verticais, isto é, as extremidades das
peças devem ser paralelas ao eixo global ‘Y’. Assim, a implementação da formulação no
programa SERIALS ampliará significativamente as possibilidades de aplicações às mais
diferentes formas estruturais , desde as vigas retas até os pórticos planos.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOHNHOFF, D. R. (1987). Theoretical and user’s manual for FEAST: Finite Element
Analysis of Spliced Timber. Madison, University of Wisconsin, Department of
Agricultural Engineering,.
GESUALDO, F. A. R.; RISKOWSKI, G. L. (1996). Analysis of vertically laminated wood
beam with semi-rigid connectors. In: INTERNATIONAL WOOD ENGINEERING
CONFERENCE 96, New Orleans, USA, 1996. Anais. v3, p.291-296.
SILVA, L.L.; GESUALDO, F.A.R. (1998). Estudo de aplicativos computacionais para
cálculo de vigas de madeira com laminação vertical. In: SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO
CIENTÍFICA UFU/FAPEMIG. Uberlândia. v1, p 21.
SILVA, L.L. (1999). Elemento do tipo “gap” em estruturas de madeira com lâminas
interligadas por pinos. Relatório de Iniciação Científica – Projeto REENGE/CNPq.