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Curso de Nutrição
Trabalho de Conclusão de Curso
Brasília - DF
2012
SANDRA MARIA SILVA DE SOUSA
Brasília
2012
Em primeiro lugar, agradeço à Deus pela
família que ele me deu, e pela
oportunidade de realizar um grande sonho
depois de 30 anos.
Dedico o presente artigo à minha querida
mãe, que batalhou e abriu mão de sua
juventude para me educar. Hoje, tudo que
sou foi graças a todo esforço por parte
dela;
Ao meu marido que, há 35 anos caminha
ao meu lado, me dando todo apoio, e
realizando meu sonho de voltar a estudar.
Se não fosse por ele, nada disso teria
acontecido;
Aos meus filhos, meu neto, minha nora, e
novamente meu marido, pela paciência ao
longo dos anos de graduação, posto que
abdiquei de horas da companhia deles
para me dedicar aos estudos;
Em especial à minha filha caçula, que me
ajudou e me incentivou em todos os
momentos da minha vida acadêmica.
EFEITOS EXTRA ESQUELÉTICOS DA VITAMINA D E A IMPORTÂNCIA NA
TERCEIRA IDADE
RESUMO
A vitamina D, por meio de suas ações no intestino, rim, ossos e glândulas paratiróides, é um
hormônio fundamental para a homeostase do cálcio e para o desenvolvimento de um
esqueleto saudável. Além disso, receptores deste hormônio podem ser encontrados em quase
todos os tecidos do organismo e outras ações não relacionadas ao metabolismo mineral têm
sido imputadas a ele. A deficiência de vitamina D tem sido relacionada à diminuição da força
e da massa muscular, com prejuízo do equilíbrio e aumento da incidência de quedas. Essa
deficiência de vitamina D é considerada um dos principais determinantes da osteoporose senil
e tem se mostrado muito mais frequente do que se imaginava no indivíduo. A vitamina D, por
meio de suas ações sobre a regulação do transporte de cálcio, síntese protéica e cinética da
contração , é importante para manutenção da massa, da força e da velocidade de contração do
músculo esquelético. Com exposição ao sol diminuída e a pele envelhecida em idosos, o
metabolismo na terceira idade retarda a conversão da vitamina D para sua forma ativa
(colecalciferol) pela luz ultravioleta. A deficiência de vitamina D resulta em redução da
absorção do cálcio. Tais fatores, juntamente com uma dieta pobre em cálcio e vitamina D
contribuem para o aumento do PTH. A vitamina D é essencial para manter saudável a
estrutura do esqueleto e melhorar a absorção de cálcio. A insuficiência dessa vitamina na dieta
é um grande problema entre os idosos, especialmente pela falta de exposição solar. Cerca de
dois terços dos pacientes com fratura de quadril têm deficiência de vitamina D.
ABSTRACT
Vitamin D, through their action in the intestine, kidney, bone and parathyroid glands, is a
hormone essential for calcium homeostasis and to the development of a healthy skeleton.
Furthermore, this hormone receptors can be found in almost all tissues of the body and other
actions not related to mineral metabolism have been imputed to him. Deficiency of vitamin D
has been linked to decreased strength and muscle mass, a loss of balance and increased
incidence of falls. This deficiency of vitamin D is considered a major determinant of senile
osteoporosis and has been much more frequent than previously thought in the individual.
Vitamin D, through their actions on the regulation of calcium transport, protein synthesis and
kinetics of contraction, is important for maintaining mass, strength and speed of contraction
of skeletal muscle. With decreased sun exposure and skin aging in the elderly, the elderly
metabolism slows the conversion of vitamin D to its active form (cholecalciferol) by
ultraviolet light. A vitamin D deficiency results in decreased absorption of calcium. These
factors, together with a diet low in calcium and vitamin D contribute to increased PTH.
Vitamin D is essential for maintaining healthy skeletal structure and improve calcium
absorption. The lack of this vitamin in the diet is a major problem among the elderly,
especially the lack of sun exposure. About two thirds of patients with hip fractures are
deficient in vitamin D.
1. INTRODUÇÃO
A vitamina D é essencial para a manutenção de um esqueleto saudável durante toda a
vida. Há crescentes evidências de que os idosos são propensos a desenvolver deficiência de
vitamina D e osteomalácia (MARQUES, 2010).
A maior fonte de vitamina D do organismo e sua síntese é representada pela formação
endógena na pele, catalisada pelas irradiações ultravioletas após a sua exposição, sendo que as
fontes alimentares contribuem apenas com uma pequena parcela das necessidades diárias, mas
que assume um papel de maior importância em idosos, e indivíduos institucionalizados e
habitantes de climas temperados (MARQUES, 2010).
Vários estudos epidemiológicos e ensaios clínicos têm relacionado o status da
vitamina D e o desenvolvimento de hipertensão e doenças cardiovasculares. Além disso, essa
vitamina tem sido descrita como importante agente imunomodulador e também se relaciona
na prevenção do diabetes tipo 1, psoríase, esclerose múltipla e artrite reumatóide. Sugere-se
que a vitamina D e seus análogos não só previnam o desenvolvimento de doenças
autoimunes, como também poderiam ser utilizados no tratamento destas doenças.
Adicionalmente, existem relatos de que a deficiencia de vitamina D está associada ao câncer
de mama, cólon e próstata. Isto pode ser devido à ação dessa vitamina na proliferação e
diferenciação celular (DANTAS et al, 2009).
A vitamina D exerce seu efeito biológico por meio do seu receptor (RVD), que é
amplamente distribuído no organismo, inclusive em células do sistema imune. A vasta
distribuição e expressão do RVD na maioria das células imunes, incluindo monócitos,
macrófagos, células dendríticas, células natural killer e linfócitos T e B, além das ações na
proliferação e na diferenciação celular, tornam a vitamina D uma candidata em potencial na
regulação do sistema imunológico (FRAGOSO et al, 2012).
2. OBJETIVO
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1 VITAMINA D - SÍNTESE
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A vitamina D ingerida é absorvida juntamente com os lipídios da dieta uma vez que é
lipossolúvel. Segue os mesmos passos desse macronutriente até ser levada ao fígado onde é
hidroxilada a 25(OH)D3. Esta primeira hidroxilação a nível hepático ocorre pela ação da 25-
(OH)D3 hidroxivitamina D3 encontrada no sistema microssomal do fígado, onde também há
uma NADP-citocromo P450-redutase, sendo esta a mesma via de metabolização de muitos
esteróides. A hidroxivitamina D3 (25(OH)D3) encontra-se nas mitocôndrias sendo
responsável pela concentração de 25(OH)D3 circulante, que se liga a uma proteína
transportadora que tem alta afinidade e especificidade, a transcalciferina e α-globulina que são
sintetizada no fígado 25-hidroxivitaminaD3 25(OH)D3, e no rim a 1,25-di-hidroxivitamina D.
A pele quando exposto à radiação ultravioleta e o seu precursor cutâneo da vitamina
D, o 7-de-hidrocolesterol sofre uma clivagem fotoquímica, originando a pré-vitamina D3.
Essa molécula termolábil, num período de 48 horas, sofre um rearranjo molecular dependente
da temperatura, o que resulta na formação da vitamina D3 (colecalciferol). A pré-vitamina D3
sofre um processo de isomerização originando produtos biologicamente inativos
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Fonte: http://www.fosamaxd.com.br/secure/about/vitamin_d_calcium_absorption.
células Th1 e estímulo da função células Th2 helper e inibição da produção de IL-17 a partir
de células Th1720 e estimulação de células T NK in vivo e in vitro (MARQUES et al, 2010).
A vitamina D interage com o sistema imunológico por meio de sua ação sobre a
regulação e a diferenciação de células como linfócitos, macrófagos e células natural killer
(NK), além de interferir na produção de citocinas in vivo e in vitro. Entre os efeitos
imunomoduladores destacam-se uma regressão da produção de interleucina-2 (IL-2), do
interferon-y (INFγ) com fator de necrose tumoral (TNF), inibindo a expressão de IL-6, e a
secreção e produção de autoanticorpos pelos linfócitos B (MARQUES et al, 2010).
Um baixo nível de vitamina D está associado a um risco aumentado de doenças auto-
imunes, já que a vitamina D e o VDR são necessários para o desenvolvimento da função das
populações de células T reguladoras. O efeito da vitamina D no sistema se traduz em aumento
da imunidade inata associado a uma regulação multifacetada da imunidade adquirida. Além
disso, tem sido demonstrada uma relação entre a deficiência de vitamina D e a prevalência em
algumas doenças autoimunes como diabetes mellitus tipo I, esclerose múltipla, artrite
reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico e doenças inflamatórias intestinais (BERTOLINI et
al, 2000).
Esse hormônio, através da sua ligação a receptores nucleares, para vitamina D (RVD),
regulam a transcrição do DNA em RNA, semelhante aos receptores para esteróides,
hormônios tireoidianos e retinóides. Esses receptores são expressos por vários tipos de
células, incluindo epitélio do intestino delgado e tubular renal, osteoblastos, osteoclastos,
células hematopoiéticas, linfócitos, células epidérmicas, células pancreáticas, miócitos e
neurônios (MARQUES et al, 2010).
Existem ainda evidências de que a vitamina D atue nos processos de secreção e ação
da insulina e no controle glicêmico, e tal fato pode colaborar tanto na prevenção como no
tratamento do diabetes mellitus (SCHUCH, 2009).
Estudo recente também evidenciou que níveis de 25-04-vitamina-D são inversamente
associados a hipertensão arterial. Outro estudo, também recente, fez uma breve revisão sobre
os efeitos anti-hipertensivos da vitamina D e eles incluem: supressão da renina, supressão dos
níveis hormonais da paratireóide, efeito renoprotetor e vasoprotetor, ação anti-inflamatória
(PILZ et al , 2010; BURGAZ et al, 2011).
3.3 Deficiência de Vitamina D
alarmante quando se trata do Brasil, um país tropical onde a incidência solar nos permite
manter um nível satisfatório de vitamina D durante o ano todo. Atualmente, a deficiência
dessa vitamina tem sido considerada um problema de saúde pública no mundo todo, em razão
de suas implicações no desenvolvimento de diversas doenças. Sabe-se que níveis séricos de
25(OH) vitamina D, ditos normais, nem sempre refletem concentrações suficientes para
manutenção da saúde óssea e muscular, podendo inclusive aumentar o risco de doenças não
osteomusculares, como neoplasias ou doenças inflamatórias e cardiovasculares (HOLICK,
2000).
A hipovitaminose D é muito prevalente na Europa, África, América do Norte,
Oriente Médio e alguns países da América do Sul, como Chile e Argentina. As concentrações
séricas de vitamina D, tanto em adultos jovens quanto em idosos variam conforme a região
geográfica, dependendo da latitude e das estações do ano, hábitos culturais, tais como
exposição ao sol, uso de roupas e de protetor solar por tempo prolongado e menor ingestão de
vitamina D (SANTOS et al, 2011)
No Brasil, até o presente momento, existem poucos estudos sobre prevalência de
hipovitaminose D. O Rio Grande do Sul, devido às suas características climáticas, apresenta
maior deficiência desta. Em um estudo realizado no Hospital de Clínicas de Porto Alegre,
encontraram baixos níveis séricos de 25-OH-D3 nos pacientes internados nas equipes de
medicina interna, estes pacientes eram adultos e apresentavam vários fatores de risco para
desenvolver a doença (BUENO et al, 2008).
A principal causa da deficiência de vitamina D é a falta de exposição ao sol, sua
principal fonte de VD. A deficiência de vitamina D provoca raquitismo em crianças, o que irá
precipitar osteopenia e osteoporose quando chegarem a idade adulta. A recomendação para
evitar a exposição à luz UVB, devido a doenças de pele no Brasil, resultou em um aumento da
deficiência de vitamina D. O papel conhecido da vitamina D no metabolismo ósseo também
se associa o acometimento da função macrofágica em geral, e macrofágica pulmonar pela
falta de vitamina D, aumentando a susceptibilidade para o desenvolvimento de tuberculose
pulmonar por comprometer a sua função (MORIGUTI,1998).
Os níveis de concentração abaixo de 50 nmol/L são considerados como deficiência de
vitamina D, as concentrações entre 50 e 80 nmol/L são indicadoras de insuficiência. Os
valores de 25(OH)D são expressos em nmol/L ou ng/mL (1 ng/mL corresponde a 2,496
nmol/L) (SCHUCH et al, 2009).
Os níveis séricos individuais de vitamina D são estimados pela dosagem plasmática de
25-hidroxivitamina D (25OHD). No entanto, os valores de referência das populações normais
13
20 – 32 50 – 80 Insuficiência
A radiação UVB, a vitamina D e o câncer de pele, são uns dos pontos mais estudados
do metabolismo da vitamina D pelo fato de que o espectro da radiação UVB, após ser
requerido, inicia-se com processo de ativação na epiderme, sendo reconhecido como fator
carcinogênico aos queratinócitos. São várias as orientações à população no sentido de
evitarem o sol, e usarem sempre protetores solares com bloqueadores UVB, e reaplicações ao
longo do dia, além da reconhecida importância de níveis adequados de vitamina D para a
homeostase do organismo. Baixos níveis de 25(OH) D estão associados a um risco maior de
desenvolver carcinoma basocelular, para evitar baixos níveis VD, não se deve seguir as
orientações radicais, como evitar o sol em qualquer horário e usar continuamente protetores
solares. As recomendações são no sentido de ter uma exposição solar suficiente para
promover uma adequada síntese cutânea de vitamina D3 sem colocar o indivíduo em risco
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para o desenvolvimento de câncer de pele induzido pela radiação UVB (CASTRO et al,
2011).
As células dos tecidos do organismo expressam a CYP27B1, e o VDR sintetizam a
1alfa,25 (OH) 2D3, que juntos atuam nos VDRs das células normais e neoplásicas, regulando
o ciclo celular e desempenhando ações favoráveis à inibição da carcinogênese, através de
vários mecanismos biológicos. Por ação sobre os fatores de crescimento, os proto-oncogenes
e os genes supressores tumorais induzem a apoptose, a diferenciação, e inibem a proliferação
celular como a angiogênese, a invasão e a metástase tumoral (ALVES, 2010).
Um ambiente em que haja pouca exposição ao sol também é considerado um fator de
risco para desenvolvimento de câncer. A teoria é que a exposição à irradiação ultravioleta do
sol tem efeito protetor contra o câncer de próstata. Em países frios, os homens recebem menos
irradiação solar, onde os casos dessa doença costumam ser mais frequentes. Essa afirmação é
defendida por vários experimentos científicos, onde foram analisados que vitamina D é
sintetizada somente quando nosso organismo é exposto ao sol, inibindo a multiplicação de
células cancerosas da próstata (GOMES et al, 2008).
A expressão de VDR e sua interação com a vitamina D leva a efeitos
antiproliferativos, pró diferenciadores e imunossupressivos nas células do sistema imune, o
que aproxima a vitamina D3 das citocinas no papel de mediador celular. Estudos
epidemiológicos correlacionam a vitamina D com diminuição do risco relativo para câncer de
cólon, mama e próstata. A estimulação da atividade natural killer pode ser um importante
meio de atividade antineoplásica da vitamina D3 in vivo, já que representa uma via
imunológica de ataque às células cancerígenas (BERTOLINI, 2000).
3.6 Benefícios cardiovasculares da vitamina D
4 Considerações Finais
BORBA, E. F.; LATORRE, L.S.; BRENOL, J. C. T.; KAYSER. C.; SILVA N. A.;
ZIMMERMANN, F.A.; PÁDUA, P. M.; COSTALLAT, L.T.L.; BONFÁ, E.; SATO, E. I.
Consenso de Lúpus Eritematoso Sistêmico. rev bras reumatol, v. 48, n.4, p. 196-207 , 2008.
21
FERREIRA, S.R.G. Nutrição não sai de moda. Arq Bras Endocrinol Metab vol.53 no.5 São
Paulo, 2009.
FRAGOSO, T. S.; DANTAS, A. T.; MARQUES, C. D.L.; JUNIOR, L. F.; JOSÉ, H. L. M.;
COSTA, A. J. G.; DUARTE, A. L. B. P. Níveis séricos de 25-hidroxivitamina D3 e sua
associação com parâmetros clínicos e laboratoriais em pacientes com lúpus eritematoso
sistêmico. Rev. Bras. Reumatol. Vol.52 no.1 São Paulo, 2012.