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Índice

1. Introdução....................................................................................................................................2
1.1. Contextualização.......................................................................................................................3
1.2. Problema de pesquisa...............................................................................................................4
1.3. Localização no tempo e no espaço...........................................................................................4
1.4. Justificativa...............................................................................................................................5
1.5. Objectivos.................................................................................................................................5
1.5.1. Geral......................................................................................................................................5
1.5.2. Especifico..............................................................................................................................5
2. Revisão de Literatura...................................................................................................................6
2.1. Crescimento Económico...........................................................................................................6
2.2. Produto Interno Bruto (PIB).....................................................................................................7
2.3. Desenvolvimento Económico...................................................................................................7
2.4. Estado.......................................................................................................................................8
2.5. Investimento Directo Estrangeiro.............................................................................................9
3. Metodologia...............................................................................................................................10
4. Apresentação dos resultados de Pesquisa..................................................................................15
4.1. Tendências e perspectivas de Moçambique............................................................................15
4.2. Importância dos Mega Projectos para Economia Moçambicana............................................17
5. Conclusões.................................................................................................................................19
6. Referências Bibliográficas.........................................................................................................20
1. Introdução
Neste trabalho falaremos a respeito de crescimento económico e desenvolvimento económico,
trazendo as diferenças de conceitos existentes entre os dois e, relatando o porquê que ambos
podem ser confundidos ao falarmos sobre a economia de forma geral.

Os fluxos do Investimento Directo Estrangeiro (IDE) para Moçambique tornaram-se uma


componente importante da economia moçambicana principalmente a partir de 1992, tendo
contribuído em cerca de 36.95% do Produto Interno Bruto (PIB) em 1991. Muitos estudos
consideram que o fluxo internacional de capitais teve e tem tido uma importância significativa na
modernização da economia moçambicana, (Ibid).

Por outro lado, os países em desenvolvimento são caracterizados por uma escassez de recursos
financeiros (poupança interna), para a realização de investimentos em actividades produtivas,
níveis de rendimento demasiado baixos, o que não permite a geração de recursos domésticos
suficientes para o alcance de taxas modestas de investimento e de crescimento económico que
poderiam contribuir para a redução da pobreza absoluta e elevar os padrões de vida para níveis
aceitáveis. Nesta perspectiva, os governos dos países em desenvolvimento tudo fazem para
tornar atractiva a poupança externa, particularmente o Investimento Directo Estrangeiro (IDE),
como forma de superar a escassez de poupança interna para investimento, (Selemane, 2009).

Assim, tem-se o indicativo se ocorreu ou não crescimento económico. Nesse caso é preciso
avaliar se a disposição de produtos de bens e serviços atende suficientemente a população ou se
ocorre o inverso. Actualmente, em nosso país, as pessoas têm a sua disposição os serviços e bens,
contribuindo assim, para uma melhor qualidade de vida.

Tema
 Impacto dos Mega projectos no Desenvolvimento de Moçambique. Caso específico
da Kenmare
1.1. Contextualização
Após a conquista da independência em 25 de Junho de 1975, Moçambique foi assolado por uma
guerra civil que durou 16 anos, até 1992. Desde então, tem conseguido manter uma das taxas de
crescimento económico mais altas do continente africano. Confrontada com o abrandamento da
economia a nível mundial e graves calamidades naturais, a economia do país manteve um bom
desempenho, com uma taxa média de crescimento acima dos 7% na última década (embora o
ponto de partida fosse muito baixo), valor muito acima da taxa de crescimento dos restantes
países da região, (Nombora e Brynildsen, 2013:8).

Por outro lado, os países em desenvolvimento são caracterizados por uma escassez de recursos
financeiros (poupança interna), para a realização de investimentos em actividades produtivas,
níveis de rendimento demasiado baixos, o que não permite a geração de recursos domésticos
suficientes para o alcance de taxas modestas de investimento e de crescimento económico que
poderiam contribuir para a redução da pobreza absoluta e elevar os padrões de vida para níveis
aceitáveis. Nesta perspectiva, os governos dos países em desenvolvimento tudo fazem para
tornar atractiva a poupança externa, particularmente o Investimento Directo Estrangeiro (IDE),
como forma de superar a escassez de poupança interna para investimento, (Selemane, 2009).

Os fluxos do IDE para Moçambique tornaram-se uma componente importante da economia


moçambicana principalmente a partir de 1992, tendo contribuído em cerca de 36.95% do Produto
Interno Bruto (PIB) em 1991. Muitos estudos consideram que o fluxo internacional de capitais
teve e tem tido uma importância significativa na modernização da economia moçambicana,
(Ibid).

Portanto, é nesta perspectiva que a multinacional Kenmare, atraída por recursos e pelas zonas
francas criadas pelo governo moçambicano para atrair investimento estrangeiro, iniciou os seus
projectos de exploração de areias pesadas na província de Nampula, mais concretamente no
distrito de Moma.
1.2. Problema de pesquisa
Nas palavras de Selemane (2009:05), o país possui quantidades consideráveis de recursos
naturais, dos quais a maior parte ainda não foram efectivamente explorados. No entanto, não
obstante os altos fluxos de IDE que o país tem tido, é necessário olhar para a qualidade destes
projectos, pois, este podem originar trade-offs1 entre os benefícios do IDE e os objectivos de
desenvolvimento dos países hospedeiros, visto que um grande fluxo de IDE para além de
oferecer benefícios para o desenvolvimento, pode acarretar custos como a deterioração dos
saldos da balança de pagamentos através do aumento da importação de bens, equipamentos e
maquinaria, repatriação dos lucros para os países de origem e reembolso de empréstimos
internacionais, (Ibid).

Mais ainda, a questão do desenvolvimento e impacto que este tipo de investimento, tem gerado
na economia e desenvolvimento de Moçambique, tem gerado enorme controvérsia, visto que são
vários os casos em que analistas, economistas e a própria comunidade residente nestas zonas de
exploração tem defendido que o impacto que estes mega projectos geram no desenvolvimento de
Moçambique e nas próprias comunidades é insignificante, se considerarmos o valor dos mesmos
recursos e o impacto deste tipo de investimento noutros países.

 Dito isto é pertinente questionar: qual é o impacto dos mega projectos no


Desenvolvimento de Moçambique, caso de especifico Kenmare?

1.3. Localização no tempo e no espaço


O presente trabalho, terá como delimitação temporal o período que compreende os anos (2007-
2010), 2007 por ser o período em que se iniciou o processo de instalação e exploração das areias
pesadas por parte da multinacional Kenmare, empresa que opera no ramo das areias pesadas e
2010 por ser o período em que se fez a avaliação do impacto económico e social da instalação
daquele empreendimento na economia moçambicana.

1
Tradeoff : é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ele se caracteriza em uma
acção económica que visa à resolução de problema mas acarreta outro, obrigando uma escolha. Ocorre quando se
abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto. Pode ser traduzida
livremente como "relação de compromisso" ou "perde-e-ganha".
Como delimitação espacial, o presente trabalho será centrado na República de Moçambique,
especificamente no distrito de Moma, província de Nampula, por ser um dos Distritos que
registou a instalação dum dos mega projectos, neste caso as areias pesadas de Moma.

1.4. Justificativa
A escolha do tema, está relacionado com o facto de nos últimos anos Moçambique estar a
verificar um volume elevado de investimento, através dos mega projectos, que acabam gerando
enormes expectativas com relação ao impacto económico e social no desenvolvimento do país e
para as comunidades residentes nas zonas de exploração desses recursos. Para o presente
trabalho, abordaremos a questão das areias pesadas de Moma, exploradas pela Multinacional
Kenmare.

1.5. Objectivos
1.5.1. Geral
 Compreender o impacto dos mega projectos no Crescimento e no Desenvolvimento
Económico de Moçambique. Com enfoque na multinacional Kenmare.

1.5.2. Especifico
 Perceber o impacto dos mega projectos no Crescimento e no Desenvolvimento
Económico de Moçambique. Caso específico Kenmare;
 Identificar as vantagens e desvantagens dos mega projectos, na melhoria da balança de
pagamentos em Moçambique.
 Debater o contributo da Kenmare no Crescimento e no Desenvolvimento Económico de
Moçambique.
2. Revisão de Literatura
2.1. Crescimento Económico
Por algum tempo, divergiram quanto à definição conceitual de crescimento económico.
Confundiram crescimento com o desenvolvimento e então, de forma acertada, passaram a
atribuir a necessidade da existência de crescimento para a ocorrência de desenvolvimento.
Outras, por sua vez, também de forma correcta, separaram o crescimento do desenvolvimento
económico, em razão do facto do crescimento apresentar variações no produto e o
desenvolvimento estar reflectido na melhoria da qualidade de vida das suas populações, sendo
que essa nova situação económica e social, afirmativamente, decorre do aumento das suas
rendas, (França, 2012:82).

Juntamente com outras variáveis, verdadeiramente, a acumulação de capital é o grande motor


para a ocorrência do crescimento económico, visto que os meios de produção e os
conhecimentos, associados às inovações tecnológicas, contribuem para o surgimento de mais
empregos, graças a melhor divisão do trabalho e a especialização da mão-de-obra.

Faz-se necessário, paralelamente, a ocorrência da optimização dos recursos naturais, a elevação


da produtividade do trabalho vivo, juntamente com o aumento da massa de salários e do
consumo de bens e serviços. Logicamente, nada ocorrerá sem a contrapartida financeira, visto
que o investimento necessário estará atrelado à taxa do lucro esperada pelos capitalistas; cabendo
a participação do Estado na geração de investimentos no campo das infra-estruturas e, com maior
afinco, no plano social, (Filellini, 1994).

A teoria do crescimento pode, assim, ser definida como o ramo da economia que estuda o
crescimento histórico do Produto Interno Bruto (PIB) dos diversos países ou regiões,
interessando-se, quase exclusivamente, pelo crescimento do PIB e do PIB per capita, porque
assume que o bem-estar das populações se encontra estritamente correlacionado com estes
indicadores, (Sen, 1997).

Neste sentido, o crescimento económico refere-se a um crescimento que alberga a expansão do


PIB de um determinado país. Quando procuramos avaliar o empenho ou a eficiência de uma
dada economia, recorremos ao PIB per capita, já que este indicador nos fornece dados absolutos,
ou seja, valores referentes ao PIB em função da população de um país.

Mesmo que actualmente o PIB per capita não seja um indicador por excelência que mede o bem-
estar da população, ele não pode ser desprezável na avaliação da eficiência de uma economia, já
que a componente de onde ele deriva assume-se como motor do crescimento, (Louça e Caldas,
2010).

2.2. Produto Interno Bruto (PIB)


PIB é o valor (preços vezes quantidade) de todos os bens e serviços finais produzidos em um
país em um ano ou trimestre.

2.3. Desenvolvimento Económico


É mudança qualitativa na economia de um país em conexão com o progresso tecnológico e
social. Os principais indicadores de desenvolvimento económico está em aumentar o PIB/capita
e melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Desenvolvimento Económico traduz o nível de bem-estar e da qualidade de vida das populações,


tem de ter também em conta um conjunto de factores de natureza social, como a educação, a
saúde, a alimentação, a habitação, o lazer, o ambiente, etc. É um fenómeno de natureza
qualitativa, mais abrangente do que o crescimento económico, que pressupõe melhorias quer ao
nível económico, quer social e de todos os membros de uma sociedade.

O desenvolvimento procura reduzir as desigualdades sociais, procura garantir os direitos


humanos, preocupa-se com o ambiente e com as gerações futuras, com o acesso de toda a
população a um grau mínimo de satisfação das necessidades básicas e com a igualdade de
oportunidades para toda a população.
claro que sem crescimento económico não se alcança o desenvolvimento, pois a construção de
mais escolas, hospitais e estradas e a melhoria dos salários, das pensões e da habitação exigem
aumento da riqueza, mas o que interessa é que pode haver crescimento económico sem que haja
desenvolvimento, ou seja, sem que as populações dele beneficiem, já que a riqueza não é
investida no que proporciona a melhoria do seu bem-estar.

Para Araújo & Schuh (2013) identificam alguns fatos socioeconómicos que, em muitos
aspectos, caracterizam o processo de desenvolvimento:
 Aumento da produtividade do trabalho;
 Diminuição das diferenças intersectoriais da produtividade do trabalho;
 Modificações estruturais na produção e na renda;
 Investimento em Tecnologias
 Uso da força de trabalho; Educação e Mudanças demográficas.

2.4. Estado
Segundo Caetano (1996), é constituído por um povo fixado num território, de que é senhor e que
tanto dentro das fronteiras desse território, institui, por autoridade própria, órgãos que elaboram
leis necessárias à vida colectiva e imponha a respectiva execução.

Segundo Sousa (2005:77), na perspectiva política trata-se de uma nação politicamente


organizada. Actor único ate ao Século XIX, o Estado permanece presente, como actor principal
das relações internacionais, onde continua a ocupar um lugar central, determinante, apesar da
concorrência crescente de que é alvo por parte de outros actores.

Segundo Hegel citado por Soares (2004:93), é uma corporação de um povo, assente em um
determinado território e dotado de um poder originário.

Para o nosso trabalho utilizamos a definição trazida por Sousa (2005:77), pois a mesma descreve
o estado como um actor principal nas relações internacionais e que o mesmo continua ser um
actor determinante nas relações com os outros estados e outros actores importantes no Sistema
Internacional.

2.5. Investimento Directo Estrangeiro


Designa-se aos “fluxos internacionais de capital pelos quais uma empresa em um país cria ou
expande uma filial em outro”. Entender como o investimento directo estrangeiro afecta a
economia é de grande importância para o planeamento de políticas públicas (começando pela
abertura à livre mobilidade internacional de capitais) e para a alocação eficiente de esforços e
recursos governamentais (políticas industriais e sectoriais), (Sousa e Pinto, 2013:2).

Diversos estudos foram realizados sobre esse tema – por exemplo, Caves (1971) menciona três
situações em que países receptores de IDE podem se beneficiar: a arrecadação de impostos, o
treinamento de trabalhadores e o transbordar de produtividade para empresas locais. Autores
como Liu (2008), Pessoa (2008), Baldwin et al. (2005), Javorcik (2004), entre outros, indicam
que o investimento directo estrangeiro gera melhorias no emprego de tecnologias, métodos
gerenciais, desenvolvimento de novos produtos e processos, transferência de conhecimento para
fornecedores e clientes que utilizarão produtos tecnologicamente mais desenvolvidos e mais
baratos.

Em Moçambique, a Lei do Investimento define o IDE como:


“Qualquer das formas de contribuição de capital estrangeiro susceptível de avaliação pecuniária,
que constitua capital ou recursos próprios [...] do exterior e destinados à sua incorporação no
investimento para a realização de um projecto de actividade económica, através de uma empresa
registada em Moçambique e a operar a partir do território moçambicano, (Lei n˚ 3/93, de 24 de
Junho) ”.

Portanto, o IDE é a transferência de capital dum país para o outro, com finalidade de realizar
actividades económicas a partir do país da chegada do capital.

Para o nosso trabalho, a descrição de IDE trazida pela Lei de Investimentos, será orientadora do
nosso trabalho, na medida em ela responde a perspectiva de investimento que queremos debater
ou melhor discutir neste trabalho.
3. Metodologia
O presente trabalho foi elaborado com base nos métodos; Bibliográfico, histórico, estatístico e
monográfico, e as técnicas documental e entrevista.

Segundo Gil (2002,137), método de pesquisa é um conjunto de etapas e processos a serem


usados ordenadamente na investigação dos factos ou na procura da verdade. Assim, para garantir
a qualidade dos resultados desta pesquisa, serão usados os seguintes métodos: o método
histórico, o método estatístico e o método monográfico, e as técnicas de análise documental e de
entrevista, como via de busca de informação para a realização da pesquisa.

Segundo Assis (2000: 13), o método histórico, que foi elaborado por Franz Boas (2004) 2,
Preocupa-se em estudar o passado das actuais formas de vida social, as instituições e os costumes
para compreender o passado, entender o presente e predizer o futuro, verificando não apenas a
influência do facto e do fenómeno, como também sua formação, modificação e transformação
durante determinado espaço de tempo. Este método consiste em investigar os acontecimentos,
processos e instituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje. O mesmo
será importante para o nosso trabalho, na medida em que nos permitirá, fazer uma revisão
histórica do investimento directo estrangeiro em Moçambique.

De acordo com Gil (2008: 18), o método monográfico parte do princípio de que o estudo de um
caso em profundidade pode ser considerado representativo de muitos outros ou mesmo de todos
os casos semelhantes. E ainda, segundo Marconi e Lakatos (2009: 92), o método monográfico
consiste no estudo de determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou
comunidades com a finalidade de obter generalizações. Este método é importante para o
trabalho, pois permite-nos estudar em termos concretos as acções empreendidas pela Kenmare
no desenvolvimento de Moçambique, tendo como base o investimento Directo Estrangeiro.

O método estatístico nas palavras de Marconi e Lakatos (2009:93), significa redução de


fenómenos sociológicos, políticos, económicos a termos quantitativos e a manipulação estatística
que permite comprovar as relações dos fenómenos entre si, e obter generalizações sobre sua

2
Boas, F. (2004) Antropologia Cultural, Jorge Zahar, Rio de Janeiro
natureza, ocorrência ou significado. Com este método, pretende-se manipular certos dados
numéricos, sobretudo no âmbito comercial ou do crescimento económico, com vista a tirar
conclusões que interessam ao estudo.

Segundo Gil (2002,137), técnicas são os diversos procedimentos ou utilização de diversos


recursos peculiares a cada objecto de pesquisa dentro das diversas etapas do método.

Em relação as técnicas são usadas a técnica documental e de entrevista. A técnica documental


permite-nos analisar documentos oficiais e os dados em bruto disponíveis sobre o problema em
pesquisa. A técnica da entrevista permite-nos colher informações de fontes primárias sobre o
problema em pesquisa. Neste sentido serão entrevistados Técnicos Superiores de Administração
Pública, Técnicos do Ministério da Planificação e Desenvolvimento, bem como académicos
especializados na área.

Com relação a pesquisa bibliográfica é importante realçar que ela é elaborada a partir de material
já publicado, constituído principalmente de livros, revistas, publicações em periódicos e artigos
científicos, jornais, boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet, com
o objectivo de colocar o pesquisador em contacto directo com todo material já escrito sobre o
assunto da pesquisa, (De Freitas e Prodanov, 2013:54).

Portanto, este método será importante para o desenvolvimento do nosso trabalho, na medida em
que o mesmo permitirá aceder a um conjunto de obras, artigos, publicados acerca dos
investimentos feitos pelos mega projectos em Moçambique, bem como as vantagens e
desvantagens da implantação deste tipo de investimento e o seu impacto na vida das
comunidades ao redor dos mesmos.

Segundo Assis (2000: 13), o método histórico, que foi elaborado por Franz Boas (2004) 3,
Preocupa-se em estudar o passado das actuais formas de vida social, as instituições e os costumes
para compreender o passado, entender o presente e predizer o futuro, verificando não apenas a
influência do facto e do fenómeno, como também sua formação, modificação e transformação

3
Boas, F. (2004) Antropologia Cultural, Jorge Zahar, Rio de Janeiro
durante determinado espaço de tempo. Este método consiste em investigar os acontecimentos,
processos e instituições do passado para verificar sua influência na sociedade de hoje.

O mesmo será importante para o nosso trabalho, na medida em que nos permitirá, fazer uma
revisão histórica no processo de instalação dos mega projectos e do investimento directo
estrangeiro (IDE) em Moçambique.

Nas palavras de Marconi e Lakatos (2009:92), o método monográfico consiste no estudo de


determinados indivíduos, profissões, condições, instituições, grupos ou comunidades com a
finalidade de obter generalizações.

Para este trabalho, este método será útil para analisar o caso do distrito de Moma na província de
Nampula, no que concerne aos benefícios da exploração das areias pesadas, para o
desenvolvimento do mesmo e de Moçambique, ajudando a obter generalizações para os casos de
distritos com as mesmas características.

Ainda de acordo com os mesmos autores, método Estatístico, significa a redução de meios
tecnológicos, políticos, económicos em termos quantitativos e a manipulação estatística que
permite comprovar as relações dos fenómenos entre si e obter generalizações sobre a natureza,
ocorrência ou significado. Com este método, pretende-se manipular certos dados numéricos,
sobretudo no âmbito comercial, com vista a tirar conclusões que interessam ao estudo.

Este método permitirá compreender e representar de forma numérica o investimento feito pela
Kenmare e o nível de contribuição financeira na economia de Moçambique.

Segundo Severino (2007:124), a técnica documental é toda forma de registo e sistematização de


dados, informação, colocando as condições de análise por parte do pesquisador. No contexto da
pesquisa é a técnica de identificação, levantamento, exploração de documentos, fontes do objecto
pesquisado e registo das informações retiradas nessas fontes e que serão utilizados no
desenvolvimento do trabalho.
Esta técnica será importante para o nosso trabalho, pois permitirá analisar documentos oficiais e
os dados em bruto disponíveis sobre o problema em pesquisa.

A técnica de entrevista é uma conversão efectuada face a face de maneira metódica, que
proporciona ao entrevistador, verbalmente a informação necessária (Marconi e Lakatos,
2001:107). Importa salientar que a técnica da entrevista pode ser efectuada face a face, através de
perguntas abertas ou fachadas, com vista a colher e seleccionar informação do entrevistado.

A técnica de entrevista permitirá colher informações de fontes primeiras sobre o problema em


pesquisa. Neste sentido académicos, economistas, políticos e a própria comunidade, sobre as
suas percepções acerca dos mega projectos e do impacto que geram para o desenvolvimento de
Moçambique, tendo como caso especifico a Kenmare.

Técnica da Amostragem
De modo geral, as pesquisas sociais abrangem um universo de elementos tão grande que se torna
impossível considerá-lo em sua totalidade.

Sendo a amostragem uma técnica que permite juízo qualitativo ou quantitativo sobre a totalidade
de uma massa de dados a partir de um exame parcial da mesma, ela requer precisos conceitos
quanto ao planeamento e execução dos procedimentos de amostragem e para avaliar seus
resultados, (Oliveira, 1989:45).

Segundo Neto (1977), na amostragem, o pesquisador selecciona intencionalmente os


participantes da amostra como aqueles que melhor representam a população. Desta feita, consiste
na entrevista a um pequeno grupo de sujeitos que pode variar entre 10 a 20 elementos escolhidos
pelo investigador por serem representativos de uma população particular.

A amostragem é todo o processo de recolha de uma parte, geralmente pequena, dos elementos
que constituem um dado conjunto. Da análise dessa parte pretende-se obter informações para
todo o conjunto, (Ibid).
Amostra é parte da população ou do universo, seleccionada de acordo com uma regra ou um
plano. Refere-se ao subconjunto do universo ou da população, por meio do qual estabelecemos
ou estimamos as características desse universo ou dessa população. A amostra pode ser
probabilística e não probabilística.

Destacamos, por um lado, que só as amostras probabilísticas podem, por definição, originar uma
generalização estatística, por apoiar-se em cálculo estatístico. Por outro lado, as amostras não
probabilísticas são compostas de forma acidental ou intencional. Os elementos não são
seleccionados aleatoriamente. Para o desenvolvimento do nosso trabalho usaremos a técnica de
amostragem não probabilística.

Para Oliveira (1989:35), a amostragem não probabilística ou subjectiva, também chamada


Julgamental, é assim chamada porque não depende de princípios científicos, mas de arbítrio. É
uma técnica tradicional, onde a selecção, amplitude e avaliação da amostra são baseadas num
critério próprio do pesquisador, e, portanto, sua natureza é eminentemente subjectiva. Como o
nome implica, esta abordagem baseia-se pesadamente sobre o julgamento do pesquisador para a
determinação do tamanho da amostra e a avaliação dos resultados da mesma.

No caso em apreço para o nosso ensaio serão escolhidas personalidades ligadas ao Mega
projectos em análise, dentre funcionários do ministério da planificação e Desenvolvimento e
alguns funcionários seniores da Kenmare e funcionários do Ministério da Economia e Finanças
que poderão dar o seu contributo acerca do tema em análise.

Assim, a população abrangida para amostra do trabalho em pesquisa serão: a população residente
nas artérias circunvizinhas da Kenmare num total de 20 pessoas e projectos no âmbito do dever
social da Kenmare para criação de desenvolvimento local, num total de 10 pessoas.
4. Apresentação dos resultados de Pesquisa
4.1. Tendências e perspectivas de Moçambique
Implementação investimento directo estrangeiro em Moçambique e seu impacto na
economia
Moçambique com a independência herdou a estrutura produtiva colonial, configurada para
responder aos interesses da extracção de rendas a favor da potência colonizadora e dependente
dos processos de acumulação regionais. Consequentemente, a configuração dos processos
produtivos e o enquadramento da maioria da população obedeceram este objectivo. A exportação
de matérias-primas, as rendas do trabalho migratório e de serviços de transporte para os países de
hiterland e a importação dos bens de consumo são os traços da economia moçambicana
construídos no tempo colonial, (Branco, 2002).

Para Mussagy (2013:2), nas décadas decorridas desde a sua independência, Moçambique vem
lutando contra uma série de constrangimento ao crescimento, que agravaram os níveis de
pobreza em todo o país, especialmente nas áreas rurais. Estes constrangimentos se estendem
desde as calamidades naturais que tem afectado o país, até a guerra civil que perdurou 16 anos.
Como consequência directa, as estruturas económicas, as redes escolares, sanitária e as vias de
comunicação foram destruídas ou gravemente danificadas e a maior parte da população que vivia
na zona rural ficou desalojada., em 1992 a guerra teve o seu término e uma nova pagina na
economia nacional se abriu.

A estabilidade macroeconómica global do país associado ao regime jurídico atinente à realização


de investimentos nacionais e estrangeiros, caracterizado pelo favorável clima de investimento
liberal, trouxe consigo um fluxo de capital do exterior direccionado aos Mega Projectos nas
várias regiões onde há ocorrências de recursos minerais que justificam a entrada deste Mega
Projectos. Naturalmente que os Mega Projectos tem sustentando as taxas de crescimento
relativamente altas que o país tem registado, (Ibid).

Desde então, tem conseguido manter uma das taxas de crescimento económico mais altas do
continente africano. Confrontada com o abrandamento da economia a nível mundial e graves
calamidades naturais, a economia do país manteve um bom desempenho, com uma taxa média de
crescimento acima dos 7% na última década (embora o ponto de partida fosse muito baixo),
valor muito acima da taxa de crescimento dos restantes países da região, (Nombora e Brynildsen,
2013:8).

Nos últimos 10 anos a economia moçambicana tem registado taxas de crescimento robustas,
entre 6% e 7%, consistentemente acima da média dos países subsarianos. Segundo o Fundo
Monetário Internacional (FMI) o dinamismo da actividade em Moçambique deverá continuar a
superar o das principais economias africanas, nomeadamente as que pertencem à Comunidade
para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), na qual Moçambique está incluído. Assim,
tinha-se como estimativa de crescimento esperado de 8.3% em 2104, (Millennium bcp, 2014:5).

Contudo, o esforço exigido pelos planos de investimento em infra-estruturas tem-se reflectido no


agravamento do défice comercial, devido ao aumento das importações de bens de investimento.
Acessoriamente, este fenómeno repercute-se no aumento da dívida pública que o FMI estima em
quase 50% do PIB para 2014. Segundo os dados do Banco de Moçambique, em 2012, mais de
30% das importações estavam associadas aos mega projectos que envolvem um aumento da
procura por maquinaria e por combustíveis minerais transformados. No que respeita às
exportações, mais de 60% são provenientes dos mega projectos, (Millenium bcp, 2014:7).

Moçambique conta com o enorme potencial que oferece o manancial de recursos minerais
depositado no seu território – terrestre e marítimo. Os generosos jazigos de carvão e de gás
natural são veículos poderosos de crescimento económico no futuro mais próximo, bastando para
tanto que se desenvolvam as infra-estruturas críticas para as actividades de extracção e, posterior,
expedição para os mercados externos. Nesse sentido, o desafio mais imediato que Moçambique
enfrenta consiste na criação de infra-estruturas, como redes de transportes marítimo, ferroviário e
rodoviário, cuja concretização depende de um esforço financeiro que o Estado moçambicano
não está ainda capacitado para fazer, (Ibid:7).

Surgindo a importância das parcerias, com governos de outros países, com instituições
financeiras supranacionais e com empresas privadas do sector das matérias-primas, na realização
dos chamados mega projectos, que mais não são que empreendimentos destinados a explorar os
depósitos de carvão e gás natural, o potencial de geração de energia hidroeléctrica, entre outras
actividades. A este propósito importa referir o esforço envidado pelo governo moçambicano em
garantir que os mega projectos constituam plataformas de desenvolvimento tecnológico e
humano nacional, através da incorporação de capital e recursos humanos moçambicanos,
estratégia que se afigura imprescindível para a sustentação do processo de crescimento
económico e social, (FMI, 2014:29).

4.2. Importância dos Mega Projectos para Economia Moçambicana


Na opinião de Selemane (2009), os países em desenvolvimento são caracterizados por uma
escassez de recursos financeiros (poupança interna), para a realização de investimentos em
actividades produtivas, níveis de rendimento demasiado baixos, o que não permite a geração de
recursos domésticos suficientes para o alcance de taxas modestas de investimento e de
crescimento económico que poderiam contribuir para a redução da pobreza absoluta e elevar os
padrões de vida para níveis aceitáveis. Nesta perspectiva, os governos dos países em
desenvolvimento tudo fazem para tornar atractiva a poupança externa, particularmente o
Investimento Directo Estrangeiro (IDE), como forma de superar a escassez de poupança interna
para investimento.

Os fluxos do IDE para Moçambique tornaram-se uma componente importante da economia


moçambicana principalmente a partir de 1992, tendo contribuído em cerca de 36.95% do Produto
Interno Bruto (PIB) em 1991. Muitos estudos consideram que o fluxo internacional de capitais
teve e tem tido uma importância significativa na modernização da economia moçambicana,
(Ibid).

Segundo Biggs (2012:30), a maior parte dos mega projectos em Moçambique partilham
características típicas, os quais são:
 São projectos de grandes dimensões, financiados por investimento estrangeiro. Até à sua
transferência para o Estado moçambicano em 2007, Cahora Bassa era detida por
estrangeiros. Quanto à KENMARE a sua maior percentagem de capital investido é detida
por investidores estrangeiros.
 Centram-se em recursos naturais. A KENMERE assenta a sua exploração em areias
pesadas localizadas em Moma, isto na província de Nampula.
 Estão vocacionados para a exportação. O grosso da areia pesada extraída pela
KENMARE é exportado para o mercado Europeu e Asiático.

No que tange ao impacto significativo na economia de Moçambique, mega projectos têm


desenvolvido muito poucas ligações com a economia. Força de trabalho formada no período de
construção passa a constituir uma bolsa de qualificações que outros projectos de construção
podem usar, mas este processo não está articulado. Empresas nacionais ou baseadas em
Moçambique fornecem apenas à volta de 5% à 10% das necessidades dos mega projectos em
subcontratação. Os mega projectos praticamente não pagam impostos e têm liberdade de total
repatriamento de lucros. Os mega investimentos estão concentrados em sectores e regiões e não
favorecem a criação de uma ampla base de desenvolvimento, (Branco, 2010:6).

Os mega projectos são relativamente pequenos empregadores, Ligações por via de emprego
podem ser directas ou indirectas. As directas estão relacionadas com o emprego gerado nos mega
projectos. Dado que quase todos eles são intensivos em capital, as oportunidades de emprego
directo são relativamente escassas. Assim, uma empresa pode produzir dois terços das
exportações de bens e 50% da produção industrial bruta com recurso e um terço de todo o
investimento privado e só empregar 2% da força de trabalho formal do sector industrial, como é
o caso da Mozal, (Branco, 2010:5).

Portanto, podemos afirmar com os argumentos acima apresentados que o IDE, baseado em mega
projectos, apesar do volume de investimentos que os mesmos apresentam na economia
moçambicana, o seu impacto no desenvolvimento ainda é pouco significativo, não se sentindo
ate ao momento grandes mudanças. Mais ainda se tem discutido no seio dos vários actores, desde
académicos, sociedade civil, que a legislação moçambicana no concerne a investimento
estrangeiro deve ser revista, como forma de permitir que hajam mais ganhos para a nossa
economia e como consequência o desenvolvimento que é desejo de todos nos.
5. Conclusões
No curto prazo, os mega projectos podem aumentar a elasticidade das exportações em relação ao
investimento e ter um enorme impacto sobre os ganhos líquidos do comércio, desde que os
preços permaneçam estáveis e as ligações produtiva e pecuniária sejam desenvolvidas com o
resto da economia. Contudo, uma estratégia que está focada exclusivamente em mega projectos
para promover o equilíbrio, estabilidade e ligações económicas dinâmicas fica condenada ao
fracasso se as questões relacionadas com a promoção de uma ampla base para o desenvolvimento
não forem seriamente abordadas.

Os fluxos de ajuda vão começar a diminuir e os mega projectos não irão substituir o (aparente)
“efeito estabilizador” dos fluxos de ajuda. Assim, pode ter chegado a altura em que os custos e os
benefícios de prosseguir políticas monetaristas para estabilizar as condições macroeconómicas
devam ser séria e rigorosamente reavaliadas.

No entanto, o impacto da Kenmare sobre o comércio não constitui o único impacto desta na
balança de pagamentos. A Kenmare também afecta o equilíbrio do capital e da balança de
serviços através de influxos de capital (investimento), o pagamento de serviços de investimento,
o lucro e repatriação dos salários, e assim por diante. Quando o impacto global da Kenmare na
Balança de Pagamentos (BoP) é contabilizado, os ganhos líquidos da BoP são apenas cerca de
30% dos ganhos líquidos do comércio. Ademais, se considerarmos as ligações salariais fracas
(devido à alta intensidade de capital) e as ligações fiscais fracas (devido às ligações salariais
baixas e incentivos fiscais elevados) entre a Kenmare e o resto da economia, não é tão claro qual
o real impacto macroeconómico da Kenmare, já que muito pouco dos ganhos financeiros
líquidos da Kenmare são retidos pela economia moçambicana, contribuindo muito pouco para o
crescimento económico.
6. Referências Bibliográficas
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 Selemane, T. (2009), . Questões à volta da mineração em Moçambique. Relatório de
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