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A escola sempre no “armário”

Marcos Cesário

A instituição escolar tem sido mantida no “armário” ao longo de sua história,


mesmo com movimentos de resistência nos últimos anos, ela foi convidada a
fechar as portas para as questões ligadas à diversidade. Assim, ela segue
rolando a sua eterna pedra da repetição e condenando as gerações vindouras
a seguir o fado do preconceito e do ódio.
Em 2011, o MEC preparou a saída da escola do armário, para isso iniciou a
discussão da Escola sem Homofobia, logo, precisaria de um material
pedagógico que impulsionasse ações efetivas que combatessem a
discriminação e o silêncio que o tema sofre na instituição escolar, então, o
material aprovado pela comunidade LGBT e pela Unesco (Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura) começou a ganhar o
nome reducionista de kit gay pelo grande líder das distorções históricas
presentes na produção da ignorância em nosso país.
O armário não demorou muito para ter a sua fresta fechada, pois, a então
presidenta cedeu às pressões e suspendeu o kit. Mas, a nossa onda
conservadora responsável pela moral, pela família, e jamais, provocadora de
misérias abismais, de feminicidio, de genocídio étnico e de matar a população
lgbtq+, continuaria a luta pela decisão de quem merece viver.
Em 2015, estados e municípios tinham que criar seus próprios planos de
educação, logo, a escola teve novamente o ensaio de sua saída do armário,
finalmente poderia discutir as questões de gênero, e talvez começasse a
promover a equidade de gênero, a transformar mentalidades, a quebrar
assimetrias tão presentes em nossa sociedade, que mata uma mulher a cada
duas horas.
Como em uma lufada de ar o armário bateu a porta e fechou, pois, novamente
as bancadas religiosas que defendem a vida a qualquer custo, mas, escolhem
quais vidas, foram derrubando dos PMEs e do PNE, o termo gênero e a
discussão que implica o estudo do conceito nas salas de aulas foi retirado dos
documentos em diversos Estados e Municípios.
Mantendo a tradição do silenciamento, da produção de preconceitos, a escola
sem partido, ganha força em 2014, com o projeto apresentado primeiramente
no Rio de Janeiro, posteriormente foi sendo pulverizado em diversos Estados e
Municípios do território nacional, dentre tantas distorções, inclusive sobre a
própria função do professor, que aqui, seria um mero instrutor, não obstante, a
discussão de gênero deve ser negada, caso o professor o faça estaria
propagando a chamada ideologia de gênero, outra barbárie da distorção dos
campos de saberes dentro da sociedade brasileira.
A partir destas breves rememorações de fatos, percebe-se que o lugar da
escola continua no lugar do silenciamento institucional, mas esta ruptura da
mordaça , tem ficado na resistência promovida pelos educadores que
entendem a necessidade de desconstruir os discursos que violam o direito da
vida, porém não seria este o papel da escola?
Aliás, a escola é o lugar de aprender conteúdos (um dos argumentos presentes
nas falas dos opositores do combate a lgbtfobia), mas sabemos que eles não
estão isentos das ideologias dominantes. Neste confronto a escola deve ser o
agente da resistência, aquela que combate a produção da ignorância.
Porém, esse combate dar-se-á somente com o ativismo dos educadores que
fazem o cotidiano escolar acontecer, somos nós a arma capaz de romper os
desconhecimentos que alicerçam as violências cotidianas e promover as
relações de equidade.
Relações permeadas por ações que dão voz aos silenciados, como
educadores que encabeçam TCAs que enfocam as questões de gênero e
sexualidades e outras práticas que acontecem aqui..acolá.
Contudo, mesmo frente a um cenário tão inóspito a nossa resistência e o
desejo de visibilizar a diversidade, nos proporcionou o recebimento do projeto
“Quebrada Maquiada” em 2017.
Neste projeto a EJA teve contato com a cultura lgbtq+, bem como a historia
individual das drags queens que mostraram a sua arte e contribuíram para
abalar certezas que não existem no campo da sexualidade e nas construções
sociais de gênero.
Neste processo de ações combativas os estudos de gênero e sexualidade
tornam-se o pilar para resistirmos e lutarmos para tirar a escola do armário e
colocá-la como agente de uma realidade em que o direito a vida seja garantido,
bem como, o valor de um Estado democrático e laico seja exercido plenamente
no cotidiano das AÇÕES EDUCATIVAS.

FONTE:
https://www.huffpostbrasil.com/2017/08/29/o-que-foi-o-kit-gay-material-escolar-sobre-homossexualidade-
criticado-por-bolsonaro-e-ines-brasil_a_23188320/

https://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2015-12-26/exclusao-de-genero-do-plano-nacional-de-educacao-e-
retrocesso-diz-educador.html

https://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2015-12-26/exclusao-de-genero-do-plano-nacional-de-educacao-e-
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