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AULA 02
COMPETÊNCIA
Sumário
1 - Considerações Iniciais ................................................................................................. 2
2 - Competência Interna .................................................................................................. 2
2.1 - Introdução .......................................................................................................... 2
2.2 – Classificação da competência ................................................................................ 3
2.3 - Critérios .............................................................................................................. 4
2.4 - Justiças Cíveis ..................................................................................................... 7
2.5 - Competência Territorial no NCPC .......................................................................... 10
2.6 – Método para Identificar o Juízo Competente .......................................................... 17
2.7 - Modificação da Competência ................................................................................ 18
2.8 - Incompetência ................................................................................................... 24
2.9 - Conflito de Competência ..................................................................................... 27
3 - Cooperação Nacional ................................................................................................ 28
4 – Questões ................................................................................................................ 29
4.1 - Questões sem Comentários ................................................................................. 29
4.2 - Gabarito ........................................................................................................... 40
4.3 - Questões com Comentários ................................................................................. 41
6.4 - Lista de Questões de Aula ................................................................................... 65
5 - Destaques da Legislação ........................................................................................... 65
6 - Súmulas e Jurisprudência Correlatos........................................................................... 69
7 - Resumo .................................................................................................................. 70
8 - Considerações Finais ................................................................................................ 75
COMPETÊNCIA
1 - Considerações Iniciais
Na aula de hoje vamos estudar os arts. 42 ao 69 do NCPC. Veremos o tema
competência. Passaremos pela análise teórica da competência, competência no
âmbito interno e Cooperação Nacional.
Boa aula a todos!
2 - Competência Interna
2.1 - Introdução
Vimos que a competência é a capacidade de exercer a jurisdição.
A jurisdição, como parcela do Poder Estatal, é a capacidade genérica de dizer o
direito de forma definitiva. A competência, por sua vez, retrata essa capacidade
aplicada ao caso concreto.
Ao passo que a jurisdição é um poder nacional para dizer o direito, a competência
é o exercício dessa jurisdição no caso concreto. Assim, enquanto todos os
magistrados possuem jurisdição, apenas um deles será competente para resolver
determinado caso.
Estudar a competência interna, portanto, é desvendar quem é o juiz
concretamente competente. Portanto, a finalidade principal da competência é
organizar o sistema judiciário brasileiro, atribuindo a diferentes juízes a
jurisdição no caso concreto.
Nesse contexto, prevê o art. 42, do NCPC:
Art. 42. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua
competência, RESSALVADO às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da
lei.
O NCPC não aborda a competência nos processos que não tratam de causas
cíveis, excluindo, portanto, aos processos criminais.
Além disso, dentro dos processos de natureza cível que seguem a distribuição de
competência do NCPC, devemos excluir o processo do trabalho, que possui
disciplina própria, e os casos que envolvem a arbitragem, equivalente
jurisdicional que observa a disciplina da Lei nº 9.307/1996.
No art. 43, temos a disciplina do momento em que é determinada a competência,
ou seja, o exato momento em que a jurisdição brasileira deixa de ser genérica,
para atribuir especificamente a competência a determinado magistrado. Esse
momento é o do registro ou da distribuição da petição inicial. Ocorrido o registro
ou a distribuição, temos a perpetuação da competência.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, SALVO quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem
a competência absoluta.
O artigo acima traz uma ressalva importante. Nos casos de supressão do órgão
judiciário ou de alteração da competência absoluta há incompetência
superveniente. Essas duas hipóteses constituem exceção à regra da
perpetuação da competência.
Assim:
alteração da competência
absoluta
2.3 - Critérios
Para a fixação dessa competência, de forma sistematizada, temos três critérios:
o objetivo, o funcional e o territorial. Em todos os processos esses critérios serão
verificados.
O critério objetivo, por sua vez, distingue-se em razão da matéria, da pessoa ou
do valor.
Assim:
em razão da matéria
territorial
Critério objetivo
O critério objetivo leva em consideração a demanda apresentada. Desse modo,
o estudo dos elementos da ação, anteriormente feito, é relevante. Você está
lembrado?
ELEMENTOS
DA AÇÃO
Causa de
Partes Pedido
pedir
Assim:
Juizado
Lei nº 60 salários
Especial obrigatório
10.259/2001 mínimos
Federal
Juiz Especial
Lei nº 60 salários
de Fazenda obrigatório
12.153/2009 mínimos
Pública
Não obstante esses Juizados, é possível que a lei estadual fixe outros critérios de
distribuição de competência a partir do valor da causa.
Desses três subcritérios, os dois primeiros são absolutos, o último é relativo.
Portanto, atenção:
COMPETÊNCIA EM RAZÃO
absoluta
DA PESSOA
COMPETÊNCIA EM RAZÃO
absoluta
DA MATÉRIA
COMPETÊNCIA EM RAZÃO
relativa
DO VALOR
Critério territorial
Cada órgão judicial tem delimitada a sua circunscrição, de modo que exercerá a
jurisdição no caso concreto dentro desses limites. Trata-se, também, de hipótese
relativa de competência, conferindo às partes a possibilidade de, em regra,
derrogar tal competência pela vontade delas.
Embora haja legislação extravagante sobre o tema, o assunto é
preponderantemente tratado entre os arts. 42 a 63, do NCPC. Eles servirão para
definir, dentro da competência da justiça comum estadual ou federal,
onde a demanda será proposta.
Critério funcional
No critério funcional são levados em consideração aspectos internos do processo,
relacionando-se com as atribuições do magistrado na marcha processual. O
critério funcional envolve a distinção entre:
competência originária e recursal;
competência de acordo com a fase do processo (cognição, cautelar ou execução);
competência em razão de assunção de competência, instituto próprio do NCPC, que está
previsto no art. 947;
competência decorrente de arguição de inconstitucionalidade em controle difuso,
disciplinada no NPCP, art. 948.
Justiça Eleitoral
A Justiça Eleitoral tem as regras de competência estabelecida no art. 121 da CF,
que atribui à lei complementar a responsabilidade para fixar a competência da
Justiça Federal. Como essa lei não foi editada, é utilizado o Código Eleitoral, lei
ordinária recepcionada como lei complementar.
A definição da competência da Justiça Eleitoral é feita pela causa de pedir (os
fundamentos de fato e de direito), abrangendo o que envolver o sufrágio
(eleições, plebiscito e referendos) e questões político-partidárias.
Justiça do Trabalho
Novamente com base na causa de pedir, será da competência da Justiça do
Trabalho os processos que envolverem as relações de trabalho, nos termos
previstos no art. 114, da CF.
Justiça Federal
A competência da Justiça Federal é assentada em dois elementos da ação: em
razão das partes no processo ou em razão da causa de pedir.
O critério mais comum é o da parte, em vista do que estabelece o art. 109, I, da
CF, segundo o qual é da competência da Justiça Federal processar e julgar ações
que tenham como parte a União, autarquias federais (por exemplo, INSS,
IBAMA) e empresas públicas federais (por exemplo, Caixa Econômica Federal e
Correios).
Justiça Comum
A competência da justiça estadual é determinada por exclusão. Se não for da
competência das “justiças especiais” ou da Justiça Federal, será atribuída ao
poder judiciário comum estadual.
Para encerrar, vamos tratar de um ponto específico que envolve a delegação de
competência material. Isso acontece excepcionalmente e a competência será
delegada à Justiça Comum dada a capilaridade desse órgão judicial.
São duas as hipóteses de delegação:
1ª hipótese: assunção da competência da Justiça Federal (art. 109, §3º, da CF)
Nos foros onde não houver vara da Justiça Federal, os juízes estaduais serão competentes
para julgar os processos relacionados a benefícios previdenciárias de segurados ali
domiciliados, a ser ajuizada contra o INSS.
Além disso, prevê o art. 109, §3º, da CF, que poderá ser editada uma lei federal para
ampliar a competência da Justiça Estadual delegada da Federal desde que não haja vara
federal na comarca.
2ª hipótese: assunção da competência da Justiça do Trabalho (art. 112, da CF)
Nos casos em que não houver vara do trabalho no local de residência do trabalhador, será
possível ajuizar a reclamatória perante o juiz estadual. Esse dispositivo, contudo, depende
de lei para conferir aplicabilidade.
Veja o dispositivo da CF:
Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas
por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo
Tribunal Regional do Trabalho.
REGRA ESPECIFICIDADES
não tiver
foro do mais de domicílio 2 réus com
domicílio ou
domicílio um incerto ou domicílios
residência
do réu domicílio desconhecido diferentes
no Brasil
qualquer
onde for
qualquer domicílio domicílio deles, à
encontrado
um deles do autor do autor escolha do
OU
autor
Execuções
fiscais
residência ou no do
foro de domicílio do
lugar onde for
réu, no de sua
encontrado.
De toda forma, temos duas regras de competência absoluta que observam o foro
da situação da coisa:
1ª regra: no caso de direito de propriedade, de vizinhança, de servidão, de divisão e
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
2ª regra: no caso de ação possessória imobiliária.
competência competência
relativa absoluta
(EXCEÇÃO) (REGRA)
(TJ-DFT/AJAJ/2015)
Julgue o item seguinte, com base no que dispõe o Código de Processo Civil (CPC) a respeito
de competência, intervenção de terceiros, liquidação de sentença e capacidade postulatória.
Situação hipotética: Carolina propôs na Circunscrição Judiciária de Brasília ação
reivindicatória contra Júlia, domiciliada em Brasília – DF, com a finalidade de discutir a
propriedade de imóvel localizado em Goiânia – GO. Assertiva: Nesse caso, o juiz deve
declinar de sua competência de ofício, independentemente de oferecimento de exceção pela
parte interessada.
2ª regra: se não tiver domicílio certo, será o local da situação dos bens imóveis;
3ª regra: se tiver bens em domicílios em vários locais, poderá ser juizado em qualquer
foro;
4ª regra: se não tiver domicílio, nem bens imóveis, a ação poderá ser ajuizada em
qualquer local dos bens móveis do espólio.
No art. 49, temos a disciplina da competência na ação em que o réu for ausente.
Nesse caso, dada a possibilidade de decretação de morte presumida, à
semelhança do que temos no foro para a sucessão, a ação deverá ser proposta
perante o foro do seu último domicílio.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último
domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o
cumprimento de disposições testamentárias.
Para a prova:
Veja o dispositivo:
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora
a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de
situação da coisa ou no Distrito Federal.
Pergunta-se:
Qual a distinção da regra de competências das ações propostas contra a
União e contra o Estados e Distrito Federal?
Se os entes
públicos forem Se os entes públicos forem réus
autores
no foro da
foro do no local do ato no Distrito
domicílio do réu situação da
domicílio; ou fato; Federal.
coisa; ou
No caso do incs. III a IV, temos algumas regras específicas, cuja leitura atenta
se faz necessária:
III - do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica
contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação
sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o
cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo
estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por
ato praticado em razão do ofício;
IV - do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido
em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
AÇÃO DE ALIMENTOS
AÇÃO DE CUMPRIMENTO
Sigamos!
1
DIDER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao Direito Processual Civil,
Parte Geral e Processo de Conhecimento. Vol. 1, 18ª edição, rev., ampl. e atual., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 214.
2
DIDER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao Direito Processual Civil,
Parte Geral e Processo de Conhecimento. Vol. 1, 18ª edição, rev., ampl. e atual., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 225.
na modificação de competência...
Vamos retomar o princípio da perpetuatio jurisdicionis, que está posto no art. 43,
do NCPC. Trata-se de dispositivo relevante para a estabilização do processo com
a fixação da competência. Assim, desde que respeitadas as regras de distribuição
de competência que estudamos, o juízo para o qual foi distribuído o processo se
perpetua para o julgamento da lide.
Dito de outro modo, o juiz para o qual foi encaminhado o feito, desde que
corretamente, será competente até o final do processo. Por exemplo, as partes
ajuízam uma ação para discutir determinado direito pessoal, hipótese que deve
observar o foro do domicílio do réu. O réu, contudo, no curso da ação, decide
mudar de residência. Essa mudança de domicílio não traz consequências para o
processo, em vista da perpetuação da competência.
Há, todavia, algumas exceções que implicam a prorrogação de competência,
denominadas de causas modificativas de competência. Duas delas já
analisamos no art. 43, outras serão estudadas aqui!
A prorrogação de competência ocorre em razão da:
supressão do órgão judiciário (art. 43, do NCPC);
É o que ocorre quando a lei de organização judiciária de determinado Estado
decide pela agregação de determinada vara. Se isso ocorrer, a competência que
antes era da vara agregada passará a ser da vara que agregou a competência.
alteração da competência absoluta (art. 43, do NCPC);
Por exemplo, é o caso de um Governador que tem contra si mandado de
segurança ajuizado perante o STJ e, no curso do processo, é eleito Presidente da
República. Nesse caso, em face do foro privilegiado do Presidente, por se tratar
de hipótese de competência absoluta, o processo será remetido ao STF.
Outro exemplo seria o caso de criação de varas especializadas em determinada
Comarca. Isso fará com que os processos especializados sejam concentrados na
nova Vara criada, que receberá os processos em cursos e remeterá os processos
que não são da matéria específica às demais varas.
Agora, confira o art. 54, do NCPC, que introduz o que será abordado na
sequência:
Art. 54. A competência relativa poderá modificar-se pela conexão ou pela
continência, observado o disposto nesta Seção.
IDENTIDADE
parcial total
extinção do
conexão continência reunião litispendência processo
litispendente
causa de pedir:
execução de
pedido: execução existência do
cheque
cheque
causa de pedir:
anulação
pedido: anulação existência de
anulatória
fraude do cheque
Identidade da relação
material, ainda que o pedido
ou a causa de pedir não sejam
idênticos, porém semelhantes.
Hipóteses
Execuções fundadas no
CONEXÃO (identidade mesmo título executivo.
da causa de pedir e do
pedido)
Reunião, exceto se um
Consequência processo já estiver sido
julgado.
O art. 57 é relevante, pois determina que a junção dos processos ocorrerá apenas
quando o pedido mais amplo for ajuizado posteriormente. No caso do exemplo,
se a parte tiver ajuizado a ação de lucros cessantes e perdas e danos já terá
englobado a restituição da passagem. Assim, se a parte ajuizar a referida ação
de indenização ela será extinta sem julgamento de mérito, por continência.
Para finalizar:
E qual será o Juiz competente para julgar as ações conexas ou
contingentes?
Os arts. 58 e 59, do NCPC, fixam que a reunião ocorrerá no juízo prevento, ou
seja, define-se a competência pela propositura da ação, no momento em que
houver registro ou distribuição da petição inicial. O Juízo prevento será aquele
que primeiro atuar no processo.
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento,
onde serão decididas simultaneamente.
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
FORO DE ELEIÇÃO
O art. 61, do NCPC, fixa a regra de que a ação acessória segue a ação principal
no que diz respeito à fixação da competência:
Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.
2.8 - Incompetência
Estudamos na parte relativa à classificação da competência, a distinção entre
competência absoluta e competência relativa, quando observamos que o critério
determinante é o interesse envolvido.
Se esse interesse for privado, a competência é relativa; se público, a competência
é absoluta. Aqui, à luz dos arts. 64 e 65, do NCPC, vamos tratar das principais
consequências e efeitos dessa classificação.
NÃO pode ser alterada por vontade das As partes têm a prerrogativa de eleger o
partes. foro.
NÃO pode ser alterada por conexão ou Pode ser modificada por conexão ou
continência. continência.
Se houver violação à regra de competência absoluta, são preservados os atos decisórios, pois,
embora não haja competência, há jurisdição, os atos são preservados até a análise pelo juiz
efetivamente competente.
Primeiramente, é importante destacar que o NCPC adotou um sistema que tem por finalidade
conservar os efeitos do que foi decidido, ainda que o juiz seja declarado incompetente
(translatio iudicii).
Por exemplo, determinado juiz é declarado incompetente devido a uma regra de competência
absoluta. Em razão disso, determina-se a remessa dos autos ao Juiz competente para julgá-
la, conforme as regras de distribuição. Segundo a sistemática do “translatio iudicii”, os efeitos
materiais e processuais daquele processo permanecem válidos, mesmo que proferidos por juiz
incompetente. Esses efeitos somente deixarão de persistir, quando o magistrado efetivamente
competente analisar o assunto novamente.
ambos os juízes
negativo reputam-se
incompetentes
CONFLITO DE
COMPETÊNCIA
ambos os juízes
positivos reputam-se
competentes
Para encerrar, é importante observar que o conflito deve ser suscitado pelo
magistrado que não concordar com o juiz anterior, não acolhendo a competência
3
DIDER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao Direito Processual Civil,
Parte Geral e Processo de Conhecimento. Vol. 1, 18ª edição, rev., ampl. e atual., Bahia: Editora
JusPodvim, 2016, p. 239.
declinada, exceto se ele remeter a ação a um terceiro juiz. Esse terceiro poderá
acolher a competência ou, se não concordar, deverá suscitar o conflito.
Importante registrar que o julgamento do conflito de competência se dá pela
autoridade judiciária superior aos dois ou mais juízes conflitantes e será sempre
um tribunal. Veja alguns exemplos:
se o conflito for entre dois Juízes do mesmo estado competência do TJ
se o conflito for entre dois Juízes Federais do mesmo TRF competência do TRF
se o conflito for entre juízes estaduais de Estados distintos competência do STJ
se o conflito for entre juízes federais de Estados distintos competência do STJ
se for conflito entre juiz estadual e juiz federal competência do STJ
3 - Cooperação Nacional
Para finalizarmos o conteúdo teórico pertinente à aula de hoje, vamos estudar a
questão relativa à cooperação nacional, estabelecida entre os arts. 67 e 69, do
NCPC.
Os órgãos jurisdicionais devem atuar em cooperação recíproca na condução da
atividade jurisdicional, independentemente da instância ou se for da justiça
estadual ou federal. É o que estabelece o art. 67:
Art. 67. Aos órgãos do Poder Judiciário, estadual ou federal, especializado ou comum, em
todas as instâncias e graus de jurisdição, inclusive aos tribunais superiores, incumbe o
dever de recíproca cooperação, por meio de seus magistrados e servidores.
4 – Questões
Na aula de hoje temos 30 questões ao total. 01 delas estão no corpo do conteúdo
teórico e, na sequência, você tem uma bateria com 29 questões anteriores.
Trouxemos para o material, as mais recentes questões de Direito Processual Civil
já com a estrutura do NCPC. Em relação às demais, procuramos adaptá-las para
simular a realidade de provas de vocês.
Estatisticamente, das 29 questões desta aula, temos:
AULA 02
30
25
20 29
15
10
0
Competência
Como você pode perceber, a cobrança em prova é bem dividida. Como sugestão,
intensifique o estudo nas:
competência territorial no CPC.
Quanto à competência,
a) se reconhecida a incompetência absoluta, o processo será extinto, sem
resolução do mérito.
b) sua estabilidade se dá no momento do registro ou da distribuição da
petição inicial.
c) da decisão que reconhecer a incompetência relativa, não cabe recurso,
por ausência de gravame às partes.
d) como regra geral, são relevantes as modificações do estado de fato ou de
direito ocorridas posteriormente à determinação da competência.
e) as ações fundadas em direito real sobre móveis devem ser propostas em
regra no foro da situação da coisa, no momento da propositura.
4.2 - Gabarito
Questão 01 – E Questão 02 – B
Questão 03 – A Questão 04 – B
Questão 05 – D Questão 06 – A
Questão 07 – A Questão 08 – B
Questão 09 – B Questão 10 – D
Questão 11 – A Questão 12 – B
Questão 13 – E Questão 14 – D
Questão 15 – C Questão 16 – D
Questão 17 – A Questão 18 – A
Questão 19 – E Questão 20 – B
Questão 21 – D Questão 22 – C
Questão 23 – A Questão 24 – E
Questão 25 – A Questão 26 – A
Questão 27 – B Questão 28 – D
Questão 29 – D
Comentários
Nos termos estabelecidos pelo Novo Código, a competência para processamento
do inventário será o foro da comarca de Guajará-Mirim, no estado de Rondônia,
onde está situado o domicílio do autor da herança.
Comentários
Questão que aborda o conhecimento da competência territorial interna, segundo
a disciplina do NCPC.
A alternativa A está incorreta, pois o art. 46, do NCPC, disciplina que, no caso
de “ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu”, e não sobre o foro da situação
da coisa.
A alternativa B é a correta e gabarito da questão. Ela cobrou expressamente o
§2º, do art. 47, do NCPC, que prevê competência do juízo da situação da coisa
para a ação possessória. Lembrando que essa é uma hipótese excepcional no
qual a competência territorial é absoluta.
A alternativa C está incorreta. De fato, são irrelevantes as modificações do
estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente ao registro ou à distribuição
da petição inicial, exceto no caso de competência absoluta,
A alternativa D também está incorreta, pois as ações de recuperação judicial e
falência constituem exceções à regra de remessa à Justiça Federal quando for
Comentários
A alternativa A está correta e é o gabarito da questão, conforme art. 64, §4º,
do NCPC.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo
juízo competente.
A alternativa B está incorreta. Para o STJ, o réu não tem o direito de ser
demandado no seu domicílio. Ademais, o art. 45, §3º, do NCPC, estabelece
três possibilidades, de modo que não é caso de incompetência, como defende a
assertiva.
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou
no do lugar onde for encontrado.
A alternativa C está incorreta. De acordo com o art. 52, do NCPC, a ação poderá
ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que
originou a demanda.
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado
ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que
originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.
Comentários
Nesse caso, à luz do disposto na Constituição e no Novo Código de Processo Civil,
a justiça brasileira é competente para processar o inventário dos bens deixados
por Günther no Brasil, bem como para conhecer de ações em que o seu espólio
for réu.
Vejamos o art. 48, do NCPC:
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a
impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio
for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I - o foro de situação dos bens imóveis;
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Somente a incompetência relativa poderá ser
prorrogada. Ademais, não custa destacar que se fala mais no NCPC em arguição
de exceção no caso de incompetência, que deve ser oposta como preliminar de
contestação na forma do art. 337, do NCPC.
A alternativa B está incorreta. A competência absoluta é uma regra criada
para atender ao interesse público. Dessa maneira pode ser reconhecida pelo
juiz de ofício, conforme art. 64, §1º, do NCPC.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
deve ser declarada de ofício.
Comentários
A alternativa A está correta. Segundo o art. 63, do NCPC, as partes podem
modificar a competência em razão do valor e do território.
Art. 63. As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território,
elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações.
Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está correto, prevê o art. 46, §2º, do NCPC.
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for
encontrado ou no foro de domicílio do autor.
O item II está incorreto. De acordo com o art. 46, §4º, havendo dois ou mais
réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer um deles,
à escolha do autor.
§ 4o Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro
de qualquer deles, à escolha do autor.
Comentários
A conexão e a contingência estão previstas nos art. 55 e 56 do NCPC.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou
a causa de pedir.
Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o
das demais.
Comentários
A ação A é fundada em direito pessoal e a ação B é fundada em direito real sobre
bem móvel. Nesses casos, de acordo com o NCPC, em regra, ambas as ações
serão ajuizadas no foro do domicílio do réu, conforme art. 46, do NCPC.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Segundo o art. 43, do NCPC, a competência é
estabelecida no momento em que a ação é proposta.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição
da petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a
competência absoluta.
A alternativa C está incorreta. Com base no art. 53, V, do NCPC, nas ações de
reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, será
competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato.
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido
em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
Comentários
Nesse caso, de acordo com o art. 65, do NCPC, ocorrerá prorrogação de
competência.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em
preliminar de contestação.
Comentários
Em razão dessa circunstância, deverá o juiz determinar a reunião de ambos os
feitos para julgamento em conjunto, por força da conexão entre as causas e da
necessidade de se afastar o risco de prolação de decisões conflitantes.
Visto que há identidade de objetos nas duas causas, houve conexão, conforme
art. 55, do NCPC. Consequentemente, deve haver reunião das duas ações a fim
de que sejam decididas ao mesmo tempo.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido
ou a causa de pedir.
§ 1o Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um
deles já houver sido sentenciado.
§ 2o Aplica-se o disposto no caput:
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato
jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3o Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
Comentários
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. Importante registrar que
o NCPC não fala mais expressamente em condições da ação, pelo que devemos
considerá-la apenas se a questão referir expressamente.
c) absoluta.
d) relativa.
e) em razão da matéria.
Comentários
Essa norma refere-se à competência relativa, pois somente ela, ao contrário da
competência absoluta, poderá ser alterada por acordo entre as partes, por
prorrogação ou quando dela declinar o juiz. A cláusula de eleição de foro refere-
se à fixação de competência territorial a qual, em regra, é relativa. Vejamos o
art. 63, §3º e §4º, do NCPC.
§ 3o Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada
ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro
de domicílio do réu.
§ 4o Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na
contestação, sob pena de preclusão.
Comentários
A alternativa A está incorreta. A competência absoluta poderá ser arguida a
qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição. A competência relativa deve
ser alegada como questão preliminar de contestação. Vejamos os arts. 64 e 65,
do NCPC.
Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de
contestação.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
deve ser declarada de ofício.
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de
incompetência.
§ 3o Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo
competente.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo
competente.
Art. 65. Prorrogar-se-á a competência relativa se o réu não alegar a incompetência em
preliminar de contestação.
Parágrafo único. A incompetência relativa pode ser alegada pelo Ministério Público nas
causas em que atuar.
Comentários
A alternativa D está correta e é o gabarito da questão.
A competência absoluta não pode ser modificada ou prorrogada pela vontade das
partes e do órgão jurisdicional. Trata-se de competência legal pré-determinada
que não pode ser afastada. Apenas competência relativa permite prorrogação e
escolha das partes.
e) I e III.
Comentários
Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está incorreto. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como
questão preliminar de contestação, conforme prevê o art. 64, do NCPC.
Contudo, diz o § 1º, do mesmo artigo, que a incompetência absoluta poderá ser
alegada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição.
O item II está incorreto. Conforme art. 64, §4º, salvo decisão judicial em sentido
contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo
incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
O item III está incorreto. Ainda com base no art. 64, o §3º, o qual menciona que
caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao
juízo competente.
O item IV está correto. De acordo com o art. 55, reputam-se conexas duas ou
mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.
Assim, a alternativa A está correta e é o gabarito da questão.
Comentários
Com base no art. 46, do NCPC, as ações fundadas em direito real sobre bens
móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. Além disso, trata-
se de competência relativa, pois as partes poderão dispor de forma diversa em
contrato.
Art. 46. A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu.
Lembre-se de que está incorreto afirmar que "o foro de ações sobre bem imóveis
é o da situação da coisa, cuja competência é relativa" porque essa NÃO É A
REGRA. Em regra, é ABSOLUTO o foro de situação da coisa para ajuizamento de
ações que envolvam bens imóveis.
Comentários
A alternativa E está correta e é o gabarito da questão. No NCPC, há aplicação
do princípio do aproveitamento dos atos processuais. Assim, apenas de
declarados inválidos pelo juízo competente, os atos praticados serão afastados
do processo.
Vejamos o art. 64, § 4º, do NCPC.
§ 4o Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão
proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo
competente.
Comentários
A alternativa A está incorreta. Se reconhecida a incompetência absoluta do
juízo, os autos serão encaminhados ao juízo, sem a necessidade de sentença,
conforme art. 64, §2º, do NCPC.
§ 2o Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação
de incompetência.
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Vamos analisar cada um dos itens.
O item I está incorreto. Segundo o art. 46, §3º, do NCPC, quando o réu não tiver
domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro de domicílio do
autor e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em
qualquer foro.
O item II está incorreto. De acordo com o art. 48, o foro de domicílio do autor da
herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação,
o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação
de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda
que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
O item III está correto, pois está previsto no art. 53, V.
Art. 53. É competente o foro:
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em
razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
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A alternativa A está correta. Em regra, a competência territorial é relativa.
É válido lembrar que a lei processual excepciona alguns casos em que a
competência territorial é considerada absoluta, quando, por exemplo, determina
que será competente o foro da situação da coisa para dirimir conflitos sobre
direito de propriedade, de vizinhança, de servidão, de posse, de divisão, de
demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
A alternativa B está correta. Como já citado, a incompetência territorial é
relativa. Ela deve ser arguida na primeira oportunidade em que cumprir à parte
se manifestar nos autos, sob pena de prorrogação, agora, no NCPC, em
preliminar de contestação.
A alternativa C está incorreta e é o gabarito da questão. Declarada
incompetência absoluta, os autos serão remetidos ao juízo competente e todos
os atos serão conservados, salvo decisão judicial em contrário. É o que dispõe o
art. 64, § 4º, do NCPC.
A alternativa D está correta, conforme previsto no art. 64, §1º.
§ 1o A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e
deve ser declarada de ofício.
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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. As mudanças de domicílio
do réu, depois de ajuizada a demanda, não alteram a competência. Trata-se do
princípio da perpetuação da competência. Vejamos o art. 43, do NCPC.
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição
inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência
absoluta.
A alternativa B está incorreta. De acordo com o art. 46, §2º, sendo incerto ou
desconhecido o domicílio do réu, a ação poderá ser proposta no local onde o
réu for encontrado ou no foro de domicílio do autor.
A alternativa C está incorreta. A ação fundada em direito pessoal e a ação
fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do
domicílio do réu, conforme art. 46.
A alternativa D está incorreta. Como já citado, a competência é determinada no
momento em que a ação é proposta; são, porém, irrelevantes, como regra
geral, as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente.
A alternativa E está incorreta. Com base no art. 24, a ação proposta perante
tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta que a autoridade
judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas.
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não obsta
a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas,
ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos bilaterais em
vigor no Brasil.
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Para responder a essa questão devemos lembrar dos arts. 58 e 59 do NCPC.
Identificada a conexão ou continência, haverá a reunião dos processos que deve
ocorrer perante o Juízo prevento. A prevenção é fixada no art. 59 em razão do
registro ou da distribuição da petição inicial. Veja:
Art. 58. A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento,
onde serão decididas simultaneamente.
Art. 59. O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.
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A alternativa A está correta e é o gabarito da questão. A legislação processual
excepciona alguns casos em que a competência territorial é absoluta. Vejamos o
art. 47, §1º, do NCPC.
Art. 47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de
situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não
recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e
de nunciação de obra nova.
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A questão trata do ajuizamento de duas ações: a primeira, ajuizada por José em
face de Pedro, requerendo o pagamento das prestações acordadas em um
contrato por eles firmado. A segunda, ajuizada por Pedro em face de José,
requerendo a rescisão do referido contrato.
No caso da presente questão há mesmo objeto, ou seja, o contrato entre ambos.
A causa de pedir, entretanto, é a mesma: o contrato celebrado entre as partes.
não há possibilidade para ser contingência.
Havendo identidade de partes ou de causa de pedir, as ações são reputadas
conexas, conforme art. 55, do NCPC.
Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou
a causa de pedir.
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A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 682, do NCPC, quem
pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem
autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.
A alternativa B está incorreta, pois o §1º do art. 125, do NCPC prevê que a
denunciação da lide deve ser promovida em ação autônoma nos casos referidos.
Veja:
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide
for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
Parágrafo único. Se a oposição for proposta após o início da audiência de instrução, o juiz
suspenderá o curso do processo ao fim da produção das provas, salvo se concluir que a
unidade da instrução atende melhor ao princípio da duração razoável do processo.
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A alternativa A está incorreta. De acordo com o art. 682, do NCPC, quem
pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre que controvertem
autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer oposição contra ambos.
A alternativa B está incorreta, pois o §1º do art. 125, do NCPC prevê que a
denunciação da lide deve ser promovida em ação autônoma nos casos referidos.
Veja:
§ 1º O direito regressivo será exercido por ação autônoma quando a denunciação da lide
for indeferida, deixar de ser promovida ou não for permitida.
Gabarito: CORRETA
5 - Destaques da Legislação
art. 43, do NCPC:
Art. 43. Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito
ocorridas posteriormente, SALVO quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem
a competência absoluta.
Súmula STJ 150: para que a demanda seja deslocada para a Justiça Federal,
basta a presença de interesse jurídico da União ou de suas autarquias ou
empresas públicas para deslocamento do processo.
Súmula STJ 150
Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a
presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas.
Súmula STF 508, 517, 556 e Súmula 42 STJ: à Justiça Federal compete
apenas processar e julgar ações em que a União, as autarquias federais e as
empresas públicas federais forem partes, não abrangendo sociedades de
economia mista.
Súmula STF 508
Compete à Justiça Estadual, em ambas as instâncias, processar e julgar as causas em que
for parte o Banco do Brasil S.A.
Súmula STF 517
As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém
como assistente ou opoente.
Súmula STF 556:
É competente a Justiça Federal para julgar as causas em que são partes a COBAL e a
CIBRAZEM.
Súmula 42 STJ
Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é parte
sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.
7 - Resumo
Competência Interna
As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua competência,
RESSALVADO às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
FIXAÇÃO DA COMPETÊNCIA - registro ou distribuição da petição
➢ regra - fixada, decorre a perpetuação da competência
➢ exceção
o supressão do órgão judiciário
o alteração da competência absoluta
Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial, sendo
irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, SALVO
quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência absoluta.
CRITÉRIOS
➢ Objetivo: a) em razão da matéria; b) em razão da pessoa; e c) em razão do valor.
➢ Funcional
➢ Territorial
COMPETÊNCIA OBJETIVA
competência em razão da pessoa (que leva em consideração o elemento partes)
competência em razão da matéria (que leva em consideração a causa de pedir)
competência em razão do valor da causa (que leva em consideração o pedido)
CRITÉRIO TERRITORIAL
Servirão para definir, dentro da competência da justiça comum estadual ou federal,
onde a demanda será proposta.
CRITÉRIO FUNCIONAL
competência originária e recursal;
competência de acordo com a fase do processo (cognição, cautelar ou execução);
competência em razão de assunção de competência, instituto próprio do NCPC, que está
previsto no art. 947;
competência decorrente de arguição de inconstitucionalidade em controle difuso,
disciplinada no NPCP, no art. 948.
JUSTIÇAS CÍVEIS
Justiça Eleitoral: a definição da competência da Justiça Eleitoral é feita pela causa de pedir
(os fundamentos de fato e de direito), abrangendo o que envolver o sufrágio (eleições, plebiscito
e referendos) e questões político-partidárias.
Justiça do Trabalho: novamente com base na causa de pedir, será da competência da Justiça
do Trabalho os processos que envolverem as relações de trabalho.
JUSTIÇA FEDERAL: a competência da Justiça Federal é assentada em dois elementos da ação:
em razão das partes no processo ou em razão da causa de pedir.
PARTE: ações que tenha como parte a União, autarquias federais e empresas públicas
federais.
Quatro exceções:
matéria trabalhista (por exemplo, reclamatória trabalhista contra a Caixa
Econômica);
matéria eleitoral (por exemplo, autuação irregular efetuada pelo Correios no bojo
de processo eleitoral cível);
falência e recuperação judicial; e
acidente de trabalho típico, quando o INSS é parte.
CAUSA DE PEDIR:
➢ as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa
domiciliada ou residente no País;
➢ as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo
internacional;
➢ os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou
interesses da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
➢ os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente;
➢ as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo;
➢ os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira;
➢ os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento
provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição;
➢ os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados
os casos de competência dos tribunais federais;
➢ os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça
Militar;
➢ os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;
➢ a disputa sobre direitos indígenas.
JUSTIÇA COMUM
A competência da justiça estadual é determinada por exclusão. Se não for da competência das
“justiças especiais” ou da Justiça Federal, será atribuída ao poder judiciário comum estadual.
COMPETÊNCIA TERRITORIAL NO NCPC
Ações de direito pessoal ou direito real sobre bens móveis
REGRA - foro do domicílio do réu
ESPECIFICIDADES:
➢ mais de um domicílio - qualquer um deles
➢ domicílio incerto ou desconhecido - onde for encontrado OU domicílio do autor
➢ não tiver domicílio ou residência no Brasil - domicílio do autor
NÃO pode ser alterada por vontade das As partes têm a prerrogativa de eleger o
partes. foro.
NÃO pode ser alterada por conexão ou Pode ser modificada por conexão ou
continência. continência.
Se houver violação à regra de competência absoluta, são preservados os atos decisórios, pois,
embora não haja competência, há jurisdição, e os atos são preservados até a análise ser feita
pelo juiz efetivamente competente.
CONFLITO DE COMPETÊNCIA
negativo: ambos os juízes reputam-se incompetentes
positivos: ambos os juízes reputam-se competentes
Cooperação Nacional
Os órgãos jurisdicionais devem atuar em cooperação recíproca na condução da atividade
jurisdicional, independentemente da instância ou se é da justiça estadual ou federal.
8 - Considerações Finais
Chegamos ao final da nossa aula! Trata-se de uma aula curta, porém, repleta de
regras específicas. Estude e revise esse assunto com cuidado.
Qualquer dúvida, estou à disposição no fórum do curso.
Ricardo Torques
rst.estrategia@gmail.com
https://www.facebook.com/rstorques