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ENERGIA
RECURSO ADMINISTRATIVO
II – DO DIREITO
O Código de Defesa do Consumidor dispõe em seus art 22 e.42,
que o Consumidor na cobrança de débitos não pode ser
submetido a constrangimentos, sendo que a cobrança no valor
de R$7.770,53 (sete mil setecentos e setenta reais e cinquenta e
três centavos) motivo do presente Recurso, causou todo tipo de
inconveniência e constrangimentos à Consumidora e seu
esposo.
O CDC veda em seu art. 39, que o fornecedor prevalece da
fraqueza do consumidor, sendo cristalino que a consumidora
não pode ser responsabilizada por desgaste natural de
equipamento emplazado em sua residência.
O Código de Defesa do Consumidor no seu artigo 39 V, define,
entre outras atividades, como prática abusiva “exigir do
consumidor vantagem manifestamente excessiva”.
O Código de Defesa do Consumidor é informado pelo princípio
da vulnerabilidade (art. 4, I) e da harmonização dos interesses,
com base no equilíbrio e na boa-fé e no seu no seu artigo 6º,
entre outros direitos básicos, estabelece-se o direito a
informações adequadas, claras sobre os serviços, com
especificação correta da quantidade e preço.
E para imputar ao consumidor ato manifestamente ilegal, deve
o fornecedor provar suas alegações, demonstrando, que foi
efetivamente o consumidor o responsável pelo ato a ele
imputado, em conformidade com o art. 5º da Constituição
Federal que dispõe o que segue:
“ART. 5º TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI, SEM
DISTINÇÃO DE QUALQUER NATUREZA,
GARANTINDO-SE AOS BRASILEIROS E AOS
ESTRANGEIROS RESIDENTES NO PAÍS A
INVIOLABILIDADE DO DIREITO À VIDA, À
LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À
PROPRIEDADE, NOS TERMOS SEGUINTES:
(...)
LIII - NINGUÉM SERÁ PROCESSADO NEM
SENTENCIADO SENÃO PELA AUTORIDADE
COMPETENTE;
LIV - NINGUÉM SERÁ PRIVADO DA LIBERDADE OU
DE SEUS BENS SEM O DEVIDO PROCESSO LEGAL;
LV - AOS LITIGANTES, EM PROCESSO JUDICIAL OU
ADMINISTRATIVO, E AOS ACUSADOS EM GERAL
SÃO ASSEGURADOS O CONTRADITÓRIO E AMPLA
DEFESA, COM OS MEIOS E RECURSOS A ELA
INERENTES;
LVI - SÃO INADMISSÍVEIS, NO PROCESSO, AS
PROVAS OBTIDAS POR MEIOS ILÍCITOS;
LVII - NINGUÉM SERÁ CONSIDERADO CULPADO
ATÉ O TRÂNSITO EM JULGADO DE SENTENÇA
PENAL CONDENATÓRIA; (...) ”.
Segundo a Carta Magna, ninguém pode ser considerado
culpado de um ato ilícito, grave como este de adulteração de
equipamento de propriedade da concessionária, sem o devido
processo legal, e direito à ampla defesa, portanto é descabida a
presente cobrança, sob a alegação de que a Recorrente, foi
única responsável pelo “DEFEITO DO MEDIDOR”, diante de
tão irresponsável acusação, declara seu repudio, e restará
provado se tratar de uma falsa acusação, imputada à
consumidora com adrede malícia e cínica má-fé, por se tratar
de uma inverdade.
Solicita desta forma uma perícia imparcial, a ser realizada por
terceiro habilitado, para provar não só a ocorrência da fraude,
mas, sobretudo, o valor a ser arbitrado pelo ato ilícito que lhe
está sendo imputado, para garantia dos direitos da
consumidora, como também o seu direito fundamental
inerente à natureza do contrato que é o direito à informação
precisa da quantidade de energia consumida.
Cristalino a necessidade de tal perícia, no intuito de garantia
do objeto do contrato ou mesmo do equilíbrio das partes
contratantes, pois a concessionária ao exigir pagamento de
valores arbitrados em R$7.770,53 (sete mil setecentos e setenta
reais e cinquenta e três centavos), sob pena de corte no
fornecimento de energia, acabará por privar a consumidora
parte hipossuficiente no contrato existente para a prestação
deste serviço essencial ou exigir pagamento que muitas vezes
supera, e em muito aquele valor a que está a consumidora
acostumada a adimplir regularmente.
Algumas das jurisprudências de nossos Tribunais que fazem
parte do Recurso Administrativo, conforme mencionadas
abaixo:
"ADMINISTRATIVO E DIREITO DO CONSUMIDOR -
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA -
RELAÇÃO DE CONSUMO - INVERSÃO DO ÔNUS DA
PROVA - ADULTERAÇÃO NO MEDIDOR - APURAÇÃO
UNILATERAL DO DÉBITO SEM A REALIZAÇÃO DE
PROVA PERICIAL - OFENSA AO DEVIDO PROCESSO
LEGAL. I - Configurada a vulnerabilidade técnica dos
serviços públicos de fornecimento de energia elétrica,
amplamente permitida a inversão do ônus da prova
nos termos do art. 6º, VIII do Código de Defesa do
Consumidor. II - Não comprovado pela
concessionária que a avaria existente no aparelho
medidor de energia elétrica foi causada pelo usuário,
não se pode imputar a este, como consumidor,
responsabilidade presumida pela falha no registro
da energia consumida. III - Ilegal o cálculo do débito
com base no art. 72 da Resolução ANEEL nº. 456/00,
se não realizada dilação específica, via devido
processo legal que assegure ampla defesa e
contraditório. (TJMG, Número do processo:
1.0702.04.155355-4/001, Relator: FERNANDO
BOTELHO)".
"APELACAO CIVEL. AÇÃO DECLARATORIA DE
INEXISTENCIA DE DEBITO. SUPOSTA FRAUDE NO
MEDIDOR DE ENERGIA ELETRICA. AUSENCIA DE
PROVA. 1 - não havendo nos autos prova inequívoca
de que a fraude no medidor foi ocasionada pela
proprietária do imóvel, ou por qualquer pessoa que
nele tenha morado durante o período da aludida
irregularidade, não e possível responsabilizá-la por
tal ocorrência. 2 - não merece prosperar o argumento
de observância da resolução n.456/00 da aneel -
agencia nacional de energia elétrica, haja vista que
não existe nos autos elementos irrefutáveis
indicadores de que tenha sido a apelada quem
realizou a evocada alteração do medidor de energia
elétrica em teste-la. 3 - a ameaça de suspensão do
fornecimento de energia elétrica, a fim de coagir o
consumidor ao pagamento do debito originário de
suposta fraude no medidor, e ato ilegal e abusivo.
(TJGO, Número do processo: 141602-7/188, Relator:
DR. DES. JOAO UBALDO FERREIRA)".
"APELACAO CIVEL. AÇÃO DECLARATORIA E
CONDENATORIA. ENERGIA ELETRICA CONSUMIDA
E NAO FUTURA. SUPOSTA FRAUDE NO RELOGIO
MEDIDOR. AUSENCIA DE PROVA. PROCESSO
ADMINISTRATIVO UNILATERAL. ILEGALIDADE. 1 -
não deve atribuir ao consumidor a responsabilidade
pela adulteração do relógio medidor de energia
elétrica, imputando-lhe o dever de pagar a diferença
de produto consumido e não faturado, quando o
processo administrativo levado a efeito pela
concessionária houver sido realizado
unilateralmente, sem a necessária defesa da parte
então acionada. 2 - a lisura do laudo técnico,
imprescinde da participação ativa do consumidor,
não sendo suficiente a mera assinatura de ciência
deste acerca do resultado da perícia. 3 - não
oportunizada ao consumidor a efetiva participação
nos trabalhos de inspeção, torna-se inviável atribuir
ao mesmo a culpa pelo suposto dano causado ao
relógio medidor, ou ainda, impor-lhe e ônus de pagar
qualquer diferença de energia elétrica supostamente
consumida no período indicado. (TJGO, Número do
processo: 141590-3/188, Relatora: DR (A). RONNIE
PAES SANDRE)".
"FRAUDE. MEDIDOR DE ENERGIA ELÉTRICA.
IMPUGNAÇÃO AO DÉBITO LANÇADO A TÍTULO DE
RECUPERAÇÃO DE CONSUMO. Não havendo provas
de fraude no medidor atribuídas ao consumidor,
impõe-se a desconstituição do débito e recálculo.
Redução da penalidade administrativa de 30%,
constante da resolução 456 da ANNEL, para 2%,
aplicando-se o CDC, por se tratar de relação de
consumo. (TJ/RS, Número do processo: 71000514596,
Relatora: DR (A). Maria José Schmitt Sant Anna)".
"APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO -
CORTE DE ENERGIA - AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO
PRÉVIA - DANO MORAL CONFIGURADO -
MINORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO -
CABIMENTO - Não há como atribuir ao Autor a culpa
por um dano que não foi apurado por meio de um
laudo técnico ou judicial, em observância ao devido
processo legal. - Restando demonstrada a situação
vexatória a que foi submetido o Apelado, é
perfeitamente cabível a indenização por dano moral.
O valor da indenização deve ser fixado de maneira
equânime, levando-se em consideração a extensão do
dano advindo do ato ilícito e o caráter repressivo da
medida. (TJ/SE, APELAÇÃO CÍVEL Nº 3102/2009, 7ª
VARA CíVEL, Tribunal de Justiça do Estado de
Sergipe, Relator: DES. OSÓRIO DE ARAUJO RAMOS
FILHO, Julgado em 27/07/2009)".
"DIREITO DO CONSUMIDOR. CONCESSIONÁRIA DE
ENERGIA ELÉTRICA. ALEGAÇÃO DE FRAUDE NO
MEDIDOR. AUSÊNCIA DE PROVA. INOBSERVÂNCIA
DA RESOLUÇÃO N. 456/2000. Abusivo o ato de
concessionária de serviço público em atribuir a
consumidor a responsabilidade por fraude em
medidor de consumo de energia elétrica sem
apresentar meio de prova bastante para tanto. A
análise do medidor feita pela CONCESSIONÁRIA DE
ENERGIA não serve de prova face à sua produção
unilateral e, por óbvio, pelo interesse manifesto da
parte. Inclusive, como é de conhecimento da
concessionária, a Agência Nacional de Energia
Elétrica expediu a Resolução nº 456/2000,
determinando que a perícia técnica em medidor seja
efetuada somente por órgão metrológico oficial ou
órgão vinculado à segurança pública. Ausente a
prova de que o medidor foi fraudado pelo
consumidor, é inválido o débito arbitrado por
estimativa pela concessionária, devendo, portanto,
ser cancelado. (TJMG, Número do processo:
1.0011.07.016320-6/001, Relatora: MARIA ELZA)".
III – DO PEDIDO
Diante dessa justificativa, vem à presença de Vossa Senhoria,
encaminhar o presente Recurso Administrativo para que seja
imediatamente suspensa a cobrança constante no aviso de
Débito, conforme art. 4º, III e 6º, VI, VII, VIII, X do CDC, e
ainda pede a Recorrente em conformidade com o art. 72, II da
Resolução 456/00 da ANEEL, que informa o seguinte:
Art. 72. Constatada a ocorrência de qualquer procedimento
irregular cuja responsabilidade não lhe seja atribuível e que
tenha provocado faturamento inferior ao correto, ou no caso de
não ter havido qualquer faturamento, a concessionária adotará
as seguintes providências:
I – (...)
II – promover a perícia técnica, a ser realizada por terceiro
legalmente habilitado, quando requerida pelo consumidor;
Em decorrência do anteriormente exposto a consumidora ora
Recorrente solicita perícia técnica a ser realizada por terceiro
habilitado.
Seja novamente analisado o medidor, com base nas
informações prestadas pelo Recorrente e finalmente seja
julgado procedente o presente Recurso, concedendo-se a
suspensão imediata da cobrança de débito.
Nestes termos,
P. Deferimento.