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PARABELO
nº zero ano 1
nº zero ano 1
parabelo
rosto JUNHO 07
2
parabelo jabá 15
JUNHO 07
Performando o pacote:
TrêsCorpos:
Paulo Motta, Raíssa Ralôla e André de Freitas
Sobrinho.
Não é movimento.
Não é fratria. Editores:
Não é confraria. André de Freitas Sobrinho
Não é manifesto. Tainá Novellino
Somos nós, entrelaçados.
Seleção de Textos:
Agradecidos, André de Freitas Sobrinho
até a próxima.
Curadoria de Imagens:
Os Editores Tainá Novellino
Diagramação:
Tainá Novellino
André de Freitas Sobrinho
Ilustrações:
Tiago Macedo (páginas 4 e 5)
Tainá Novellino (páginas 3 e 6)
Ben Shahn (páginas 12 e 14) Apoio
Alex Badaró (página 13) Produção, Criação de Áudio e Estúdio de Ensaio
Fernando Fábio
IMPROVISO PARA EUGÉNIO DE ANDRADE Fiorese Furtado
Projeto de Extensão Cultura no Campus Performance:
RUBRO NO BRANCO TALES, O MOLE
Ciclo de Cinema
Alvo alvo, antes nada, à espera da seta. A não ser pelo rumor da mão
TrêsCorpos indestra, a distância de branco a branco era o deserto. Escrever não "Não dura o duro", dizia a namorada
Cinema: Visão e Previsão Encontro de Linguagens encontra, sequer as rosas murchas na moldura. Entanto, o rubor do diante de um caralho já quase morto,
Quartas-feiras, às 16 h Música Eletro-Acústica, Dança e Poesia menino deixa impressa uma gota de sangue em cada poema. tanto o usou, a direito e a torto,
Anfiteatro da Faculdade de Letras – UFJF Paulo Motta, Raíssa Ralôla e André de Freitas Sobrinho SOL NO SIGNO a agora inconsolável e ingrata.
Como setembros para debruçar-se, como janelas onde a cal queima,
30/05 1 de Junho (única apresentação) alheia à chama por que arde. Eis a rosa, de palavras gasta - mas E, sem o saber, repetia o que Tales
Alphaville Anfiteatro da Faculdade de Letras – UFJF pronunciá-la basta para ser atravessado pelo mar. E é tamanha a disse aos pés das pirâmides do Egito,
Jean-Luc Godard, 1965, França/Itália, 99 min. 18:30 horas música que só resta aprumar o corpo - para a mãe ou para a festa? decerto com diversa razão e fito,
Apresentação: William Salgado NU NA PRONÚNCIA pois tratava de outros, menores males.
Entrada Franca Desconcerta o metro com ostinato rigore: régua de água a medir a
06/06 sílaba pela sibila, pelo silêncio, pelo cílio da sombra. Descalça a voz Talvez se soubesse a lição do sábio,
A Laranja Mecânica Teatro: para dizer ao mínimo, para mudar a neve em cal. Pode ser página, não encontraria para desmenti-lo
Stanley Kubrick, 1971, Inglaterra, 138 min. muro, barco, contanto que o sol saiba o homem e sua hora. um modo tão rápido, destro e fácil:
Apresentação: Rafael Leite
"Meshschane - Os pequenos burgueses" prepara a língua, umedece os lábios
13/06 Inspirada na obra homônima de Máximo Gorki e, sem mais delongas, inicia aquilo
Matrix Direção: Thiago Berzoini que Tales não conhecia por felatio.
Andy Wachowski e Larry Wachowski, 1999, EUA, 136 min. Elenco: Cia. Teatral Caravela das Artes
Apresentação: Paulo Roberto Figueira
Casa de Cultura da UFJF
20/06 Av. Rio Branco, 3372 (em frente a Santa Casa)
Solaris 1 de Junho até 1 de Julho
Andrei Tarkovsky, 1972, Rússia, 166 min. 19 horas
Apresentação: Nilson Alvarenga Somente aos sábados e domingos
Ingressos: 5 reais (preço único)
27/06
Blade Runner – O Caçador de Andróides Festival: Francisco
Ridley Scott, 1982, EUA, 118 min.
Apresentação: Luciano Mesquita Mulheres no Volante
Amor de neto Franco
Expressões do Feminino: debates, oficinas e shows O casal ferve a poucos metros dali, próximos a um poste, nove horas da noite. Ela tem o biótipo meio traveco e o cara, um maracujá
velho de calças de prega. Sim, transam de roupa na rua – que ainda apresenta alguns transeuntes em segundo plano. São nove horas e George
23 de Junho vibra com o que vê através do visor LCD.
CCBM – Centro Cultural Bernardo Mascarenhas
(entrada pela Praça Antônio Carlos) Trepem sem roupa, era o que queria, mas foi interrompido pela avó que veio dizer para não ir para a cama tarde. Comer pastel de milho
Shows a partir das 15 horas. com a vovó pela manhã; há dias não diz nada com nada, apenas arrasta pantufas no piso de sinteco. Não parecia melhor que uma madrugada
de emoções. Sacrificaria o pastel. Foda-se.
O maracujá estava de braguilha aberta quando retornou com o zoom. O aparente travesti colocava as unhas postiças sobre a silhueta
que se formou a contra-luz. Mete nela. Mete. A falta de coito atormenta George. Faltava posição ao casal na esquina de frente a sua janela.
[PAUSE].
George levanta-se atordoado, abre a janela e sussurra pra fora: – Ei! seu velho, não vai meter na puta? – as unhas saem rapidamente da
caverna do velhusco. Cai a ficha da ansiedade de George. O casal dá as mãos e sai à procura de um lugar sem voyeur.
Poucas luzes do prédio em frente estão acesas. Uma mulher de meia idade fuma um cigarro na varanda. George sorri maliciosamente.
[MODE>CAM] A mulher está no foco enquanto contempla a noite e os insetos que voam em torno da luz do poste. Uma criança chega e
agarra sua perna. O cigarro voa até o asfalto e a mulher levanta a criança beijando suas bochechas. [PAUSE]. Que porra é essa? George não havia
despertado para o incesto e a pedofilia.
[OFF]. George vai à cozinha. Um vidro de palmito está aberto sobre a toalha de renda azul que agora forra as estantes da geladeira
nova. Furioso, o ato de abrir o vidro, torna-se uma tarefa complicada. O vidro abre quando a manga do pijama entra em ação. Os palmitos
agora estão no chão e a manga do pijama está ensopada. George desiste. Os palmitos ficam para as formigas. Foda-se.
A porta está entreaberta, uma meia-luz invade o corredor. A velha está dormindo com o abajur ligado e o novo romance de Barbara
Delinsky está sob seu colo. A aparência é serena, George adentra. Parado olha fixamente para os móveis antigos e a grande cama com colchão
de molas. [MODE ON]. A câmera agora está sob um tripé logo na entrada do quarto. Os pés estão encobertos pela calça que desceu até o chão.
Um lenço salmão ao lado da cabeceira é usado de mordaça. Não há pressa. Enquanto sodomiza a avó, olha para os lados procurando
possíveis amigos para que tudo termine em um bukkake. Foda-se.
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parabelo coda JUNHO 07
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Carolina
Lawrence HOMO OBLIQUUS
I AM WAITING
1º fragmento Ferlinghetti Barreto
I. CERTEZA II. CORAGEM III. VONTADE IV. INSISTÊNCIA V. DESEJO
transcriação
I am waiting for my case to come up
Cláudio O que nos resta Enfrentar Lutamos com Corpo Somos
and I am waiting
for a rebirth of wonder Calabria além
dos ossos?
o tédio
como quem coleciona
o silêncio
e jogamos os dados
que tange a
pedra
árbitros livres
em nosso
and I am waiting for someone insetos com esmero que tinge o livre arbítrio
to really discover America A pálida escrita (-tura) é catalogar o ocaso
and wail ou a carcaça flutuante? eterno zumbido do Mas acabamos que acorda Olhar e ver pedras
and I am waiting Into Darkness, in Granada nada por lamber a o cerne é galgar os
for the discovery Somente odes frustradas soando cruelmente síncope dos e que debruça degraus de rosto
of a new symbolic western frontier O if I were not so unhappy cravadas na porta atrás das orelhas lábios e no teto a no espaço de uma
and I am waiting I could write great poetry! entre-aberta vaga ânsia centelha
for the American Eagle Dusk falls through the olive trees dos nossos desejos reverberar de tornar-se
Federico Garcia Lorca o cinza das dois para, depois...
to really spread its wings
Leaps about among them paixões humanas para
and straighten up and fly right numa nuvem de
Dodging the dark as it falls upon him depois
and I am waiting pólvora
O if only I could leap like him no simples ato voltar a si próprio
for the Age of Anxiety de uma nos conscientizarmos
And make great songs
to drop dead fala (mais só do que nunca.) de que a
Instead I swing about wildly
and I am waiting escolha existe
as in a children's
for the war to be fought jungle gym
which will make the world safe in a vacant lot by Ben Shahn (sempre existiu.)
for anarchy jump up suddenly
and I am waiting upon the back of a running horse
for the final withering away in the face of a plains' twister
of all governments And paddle away slowly
and I am perpetually awaiting into total darkness
a rebirth of wonder in a Dove boat. Maiara
Zortéa
Estou Esperando Rumo à escuridão, em Granada Pra que se preocupar
Com a sintaxe qualitativa
Estou esperando que o meu caso chegue Ah! se eu não fosse tão infeliz Com a excreção das formigas
e estou esperando Poderia escrever boa poesia! Com os quadrados dos catetos
um renascimento do encanto A noite cai sobre as oliveiras Com os Bourbon e os Capuleto?
e estou esperando que alguém Federico Garcia Lorca Saber eu nunca quis
realmente descubra a América
e lamente
Salta entre elas
Esquivando-se das trevas que lhe vão
da Lira a Gula
2 pulinhos para fora do útero Sobre a Revolução de Avis
Porque é azul o anis
e estou esperando caindo De onde vem a palavra “bis”
I
a descoberta Ah! se eu ao menos saltasse como ele tenho em ti a chaga do meu corpo entorpecido André Tem gente que não vai aprender
de uma nova fronteira ocidental simbólica
e estou esperando
E fizesse grandes canções
Ao invés disso me lanço ao alto
e isso ainda não é romantismo. Monteiro Sobre as guerras no Irã
A conversão de dólar pra real
que a Águia Americana como num balanço Porque com o sol sai a manhã
II
realmente abra as asas de um parque infantil Que o mercúrio é um metal
tenho feito barbaridades oficiais em nome do meu grande amor. ontem, por
e se aprume e voe direito num terreno baldio de Ben Shahn Nem todo mundo sabe
exemplo, cortei todos os pulsos do meu corpo. eles devem estar chegando por aí e
e estou esperando de repente pulo Quem foi Constantino e Teodósio
eu espero que você se dê bem com eles. não era isso que você queria? e não se
que a Era da Ansiedade sobre o dorso de um cavalo a galope Ou o que significa simpósio
preocupe: a embalagem é segura e nada será desperdiçado na travessia. pelo menos,
caia morta diante de um furacão das planícies Como funciona a bolsa
foi isso que os homens da transportadora me disseram. vieram buscar aqui em casa
e estou esperando E saio remando devagar Porque árabe quebra a louça
antes do jantar com toda delicadeza do mundo. trabalho fino, sem nojo do sangue
que a guerra se concretize rumo à escuridão total E nem por isso
derramado e sem a menor necessidade da tradicional gorjeta. não me perguntaram
(o que vai deixar o mundo seguro Eles são piores que eu
nada sobre o meu grande amor. melhor assim, porque eu não saberia dizer palavra e
para a anarquia) Talvez até mais felizes...
o meu silêncio certamente não diria tudo. hoje, como conseqüência lógica e cínica,
e estou esperando (e menos inoportunos).
devo receber visitas mortas, inoportunas e familiares, devidamente acompanhadas
a decomposição definitiva por um espanto de ocasião. só peço a deus que ainda me sobre algum tempo para ir
de todos os governos ufes
ao bar. de preferência, desconhecido. assim que o material chegar em suas mãos,
e eu estou perpetuamente esperando uft
não se esqueça de aguçar a curiosidade de seu espírito. para concluir, não bastaria
um renascimento do encanto ufa!
dizer que nem sempre o amor é um lugar solitário e triste, ou seja: se você quiser
falar comigo, é melhor e é possível que você me ressuscite. ânimo com os meus
pulsos. agora eles são seus. com amor, adeus.
louco: Que barulho infernal! Começo a gritar com o papel para vi)
abafar o tilintar deste Titã incansável que continua a me torturar. Máscara do entre-ato
uma metáfora dura
Mas ele continua a testar meus nervos e eu a postos: de frente para feita só de unhas
delírio essencial da pedra gasta
a máquina, papel no acerto, dedos preparados... as idéias dançam na nulidade do cume
com a campainha... Sol, sal, mar... triiiimmm... bela, lábios, baton... a palavra do poeta
é uma arma sem disparo
triiiimmm... sangue, areia, lagrimas... triiiimmm... barulho, ... não zumbe.
telefone, janela... triiimmm... cabeça da véia lá em baixo... parou de
chamar! www.artnet.com.br/pmotta/trescorpos.htm
Três 10
parabelo
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parabelo Corpos JUNHO 07
JUNHO 07
JUNHO 07
Paulo Pedro
Descrição
Motta Teixeira
O evento multimídia TrêsCorpos é um trabalho processual desenvolvido em Juiz de Meu telegrama em 1976
Fora, Minas Gerais, Brasil, por Raissa Ralôla (dança), André de Freitas Sobrinho (poesia) e quase nada, a mais alta nota
Paulo Motta (música eletroacústica). TrêsCorpos foi desenvolvido a partir do convite de quase nada, seu olhar não se importa
Paulo Motta a Raissa e André para participarem de uma apresentação (que inicialmente seria senhorita, de tão criança que quase se mata
individual) integrada ao projeto Anfitearte – projeto criado e desenvolvido pelos alunos de tão Romena, de tão pequena
Rafael Roque Leite e Rafael Miranda Meireles do Curso de Filosofia da Universidade um novo amor, um panorama
Federal de Juiz de Fora. Posteriormente, a Faculdade de Letras (FALE) e o CA do Curso de meu telegrama em 1976
Letras sugeriram que o evento fosse realizado no Anfiteatro dessa faculdade.
Este trabalho solo de Paulo Motta progrediu, então, para um trabalho conjunto –
posteriormente denominado TrêsCorpos –, no qual cada participante se responsabiliza por Imagem
sua área artística específica. O desenvolvimento do trabalho se dá, assim, pela colaboração
mútua entre seus participantes, sem que algum deles delibere definitivamente os Reflexo no espelho: imagem. A minha imagem.
desenvolvimentos individuais dos demais integrantes. Tal característica qualifica o trabalho Chão de Eletro-Acústica Confiro-a todo dia, de noite e de dia, por acaso.
como sendo colaborativo e interdisciplinar, no qual cada gênero artístico se deixa perpassar Para Paulo Motta Fotogramas, desenhos, retratos, indiscretas digitalizadas,
pelos demais, criando uma atmosfera propícia à integração estética. Só tudo existindo para ser imagem, e enfim, encantar espelhos...
faz;
torta a via entende Espelhos existem imagens
Multi-Impressões Meta-Premonitivas tímpanos conclusos
da nota de uma xícara fraturada Começaram cedo descobrindo que o céu não era tão tranqüilo quanto imaginavam.
O movimento do corpo da dançarina movimenta o silêncio do espaço à sua volta. Poderiam cerrar estrelas, encantar baleias num gozo eterno, cínico e eterno.
Impregna o movimento dos sons dos instrumentos musicais e se amálgama com a aialasalaia – Sus! Tendes vocalize Insuportável, coisa pra anjo, pra santo ou pra dromedário.
espacialização dos sons eletrônicos pré-gravados. O instrumentista se movimenta no palco
e no auditório, entre os freqüentadores. Os sons se movimentam pelo espaço cênico, agora Intervalos
não mais restrito a área do palco. O corpo do instrumentista se movimenta pelo espaço em
cênico ampliado. O corpo do instrumentista se movimenta e amplia o espaço cênico. O Seqüências Jorge
corpo do poeta se movimenta estaticamente em sua fala e sua poesia caminha por entre os
freqüentadores. O movimento do corpo da dançarina afeta os corpos do poeta e do
finismundo do silêncio Adeodato
instrumetista. Os movimentos dos corpos se afetam mutuamente. Dança, poesia e música Dedos
Micro-Narrativas sem Cotidiano
não são "coadjuvantes". gestos de luz
A música acontece não como "música de fundo" para "ilustrar" a poesia e a dança. Porto Alegre até parece ok, após um oitava olhada. Sinto pela biblioteca, pelas garotas bonitas, pela beleza urbana e o ar de pouco
ardem
Dança e poesia compreendem-se como sendo autônomas, assim como a música: eventos metropolitana de Curitiba. Mas não há nada que você não se acostume, certo?
de agudas nervuras
que acontecem simultaneamente, corpos que se afetam nos sons da palavra, nos sons da e grávidas cordas graves O Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia e pá.
música, no silêncio volitivo do corpo da dançarina. Modulações. Em suas autonomias,
poesia, música e dança afetam-se. Intertextualidade. peso Segue o baile.
A poesia, já escrita, é modulada e alterada na leitura, sempre com novas e inéditas de não-
inflexões (f)vocais. De frente para o público: a platéia se transforma, assim, em seu palco. conter .Fue
Determinação e indeterminação. Modulações. Inversões. O músico dialoga com os sons o vento Se te queres ficar, fica; se te vais, vai que eu entendo, não há muito o que fazer nesses casos. As pessoas mais admiráveis são desprendidas
pré-gravados em suporte fixo e com a poesia e a dança. a fibra por saberem que não pertencem ao aqui, é seu dever apenas passar, para exemplificar a engenhosa transitoriedade traquina de toda a
Triplo direcionamento. Três corpos físicos: dançarina, poeta, músico. Três corpos imastigável existência. No máximo, aferram-se às mentes de alguns, vivendo em memórias – por sorte, também:algo passageiro.
estéticos: poesia, dança, música. Seis corpos. Imanência transcendente. Transcendência nas muradas do verbo
imanente. Os três corpos físicos transcendem-se continuamente a si mesmos e se .Prenúncio
metamorfoseiam na construção permanente dos três corpos estéticos. O sentido silente mar vem... Como li e pus de lado, será mais ou menos como: os rapazes planejavam pegar juntos um veleiro que demorava três meses para chegar,
dos corpos. O sentido silente e invisível da dança. O sentido silente e invisível da poesia. O sim vem... carga e escalas e total a seiscentos ou algo parecido. "Claro que vamos, Monito, mas antes é necessário juntar os seiscentos mangos e não é
sentido silente e invisível da música. A invisibilidade do sentido aparece no corpo-dança vem agora fácil, o ordenado vai embora em cigarros e uma mulherzinha". Um dia não se viram mais, já não se falava do veleiro: "É preciso pensar no
silente, no corpo-música silente, no corpo-poesia silente. O aparecer do sentido, no entanto, vem, mas de frente... amanhã, Shepp, meu velho".
não o torna visível, não o torna audível: o sentido aparece, mas não obstante, permanece que verso só me aborrece. E isso é dito mas, conforme lido e acreditado, é assim:
invisível, silente; o sentido é sentido na percepção, pois percepção requer o envolvimento
dos sentidos com o que se percebe. .Anúncio
Os pés da dançarina tocam o solo, produzem sons e rompem o silêncio da dança "Al fin y al cabo, no hay persona que no se encuentre consigo misma"
movimento. Som sem som. Audição, escuta, movimento, visão: sentir com os sentidos.
Volição. A poesia rasga a pele: "lã de zinco". Sangramento de sons-movimentos. Os Muito, bastante, deveras desagradável ouvir "lógicos" e "óbvios" por parte do alheio no pós-posto. Particularmente, prefiro um "mas é
sentidos sentem com a escuta, com a visão, com o olhar, com o tato. Alternâncias. claro" humilde. "Claro" é palavrinha mais acessível, educada, destituída de toda a carga presunçosa dessas outras. Sem contar que a clareza
Metamorfose. está ao alcance de qualquer um enquanto, dizem, apenas sábios conseguem enxergar o óbvio.
A integração entre música, dança e poesia em TrêsCorpos é a queda inusitada de um
pássaro. Os TrêsCorpos acolhem a sucessão dos momentos e dos movimentos sempre com Coisas aqui: mesa, cadeira, banco, cinco polegadas de tv, quadros para disfarçar o branco e um sistema de aquecimento ineficiente em seus
perplexidades individuais compartilhadas. Sabe-se da urgência de se otimizar cada disparos regulares. Um lugar, a cama -- agora nada, embora.
movimento, cada gesto, cada palavra, cada silêncio. Chances poucas de que se consiga Embora tudo tenha que seguir, às vezes volta.
reproduzir movimentos e sons e palavras e sons e movimentos e palavras. Em cada um que
assiste, uma nova chave. Traga as suas. Volta. Fico.
Diga a todos.
parabelo
Gale
ria
8
JUNHO 07 parabelo
Gale
ria
9
JUNHO 07
“O ventre
é um convite
e a vírgula
é o vão do inteiro”.
Evoquemos Eva,
primeva...
risquemos Adão.
Alex Badaró,