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ASPECTOS TEÓRICOS E PRÁTICOS


DA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA®
Inclui Introdução à Detecção de Gases
Contatos com o autor: aspectos@farbene.com.br

1
Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
Autor: João Antonio Munhoz
Farbene Cursos e Treinamentos Ltda. ME
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Reflexão Inicial

“Os semelhantes se atraem; limita-te a seres quem és: sereno, transparente e


brilhante. Quando irradiamos o que somos, quando só fazemos o que desejamos
fazer, isto afasta automaticamente quem nada tem a aprender conosco e atrai,
sim, quem tem algo a aprender e também algo a nos ensinar. Por isso eu te digo:
Todo homem que encontro é superior a mim em alguma coisa. E nesse particular
eu aprendo dele o seu melhor e complemento a minha essência. E quero com
toda a certeza aprender muito contigo. Muito obrigado pela tua consideração e
amizade!”

IDENTIDADE – Por Richard Bach

Agradecimentos:

O autor agradece ao Sistema Brasileiro de Proteção Respiratória – SBPR


(Produtos Air Safety®) a colaboração prestada, a permissão para utilização de
fotos de seus equipamentos neste trabalho, o acesso a muitas informações
recolhidas, que resultaram neste material de alto nível técnico exclusivamente
para auxiliar o profissional da segurança do trabalho no desempenho das suas
funções.

A maioria das fotos aqui apresentadas foi obtida fora do ambiente industrial
onde normalmente os equipamentos são utilizados. Isto se deve à dificuldade da
obtenção de licença das empresas para o trabalho de fotografia e filmagens
dentro de suas instalações. Esperamos que os leitores entendam e relevem esta
condição.

Atenção: esta apostila é de prestação de informações técnicas e não é um


catálogo de equipamentos, de nenhum fabricante. Para obtenção dos catálogos
correspondentes, sugerimos consultar o fabricante correspondente.

Divida conosco sua experiência com respiradores. Contribua com seu


conhecimento e experiência. Se você tiver algo a relatar sobre a seleção de seus
respiradores ou outro problema resolvido, submeta seus comentários por e-mail
aspectos@farbene.com.br. Poderemos utilizar sua experiência para divulgação
entre nossos alunos. Esta transferência de informações poderá beneficiar
inclusive as próximas gerações de profissionais da segurança do trabalho.

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
Autor: João Antonio Munhoz
Farbene Cursos e Treinamentos Ltda. ME
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Nossa Capa
Dr. Schnabel de Roma Ano 1656

Uma visão dos doutores de Roma e sua vestimenta de


proteção contra a peste negra. A gravura mostra um
italiano vestido de capa, luvas, e chapéu, segurando
na sua mão direita uma vara com uma ampulheta
alada. No fundo, à esquerda, a mesma figura e
crianças fugindo; no fundo à direita uma vista de uma
cidade italiana.

Sobre a vestimenta do Dr. Schnabel tentando tratar


pessoas doentes com a praga e os “remédios” que ele
usava:

Uma primitiva máscara no formato de bico de pássaro. Era


crença comum na época, que a praga se espalhava através
de pássaros. Acreditava-se que, vestindo-se com uma
máscara no formato de pássaro, o usuário poderia espantar
a praga do paciente. A máscara incluía também lentes de
vidro vermelho que se acreditava tornar o usuário imune ao
mal. O bico da máscara normalmente era preenchido com
ervas fortemente aromáticas e temperos para combater
miasmas ou “ar impuro” que também acreditavam que
espantariam a praga. Finalmente, deveria servir a dois
propósitos, também disfarçando o cheiro de cadáveres
insepultos das vítimas da praga.

Origem provável da peste negra: China. Vetor: pulgas carregadas por


roedores. Causador: forma extinta da bactéria Yersinia pestis. Chegou
à Europa em 1347 via Constantinopla, hoje, Istambul.

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
Autor: João Antonio Munhoz
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ÍNDICE
PÁGINA

1ª Parte Introdução à Detecção de Gases 06


Capítulo I – Definições 06
Capítulo II – Classificação dos Gases 07
Capítulo III – Unidades de Medidas 10
Detectando Gases 11
Detectores Fixos 13
Poeiras Explosivas 17
Capítulo IV – Toxicologia 18
Vias de absorção dos venenos 19
Como trabalhar pode causar câncer ? 22
Limites de Exposição – Definições 23
2ª Parte Proteção Respiratória 25
Capítulo V – A Respiração humana 25
O aparelho respiratório – Mecanismo da Respiração 26
Consumo de ar e Trabalho Realizado 28
Capítulo VI – Classificação dos Equipamentos de
Proteção Respiratória 29
O PPR Programa de Proteção Respiratória 31
MCU Máxima Concentração de Uso 33
Classificação dos Equipamentos de Proteção Respiratória 36
Peças Faciais 36
A – Peças Faciais de Ajuste Firme 36
B – Peças Faciais de Ajuste Solto 40
Capítulo VII – Ensaios de Vedação em Respiradores 42
Capítulo VIII – Treinamento dos Usuários 48
Capítulo IX – Equipamentos Dependentes 50
Respiradores Purificadores de Ar 50
Filtros contra particulados 50
Mecanismos de filtragem de aerodispersoides 50
Retenção de Particulados pelo Filtro 50
Peça Semifacial Filtrante (Respirador descartável) para
particulados 53
Peça Semifacial Filtrante para Gases e Vapores 56
Filtros contra particulados para Peças Faciais Não
Descartáveis 59
Proteção Respiratória para área da saúde 61
Filtros Químicos 62
Adsorção 63

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Capítulo X – Carvões Ativos 65


Carvões utilizados na produção de filtros químicos 68
Códigos de Identificação de Filtros Químicos 69
Definições de Ambientes I.P.V.S. 74
Nomenclatura de Filtros 75
Tempo de vida útil de filtros 78
Respiradores de Fuga 80
Respiradores de fuga com cartucho de carvão ativado 80
Respiradores de fuga com cilindro de ar comprimido 82
Tempo e Condições de Armazenagem de Filtros 83
Equipamentos P.A.P.R. 84
Capítulo XI – Equipamentos Independentes 85
Espaços Confinados 85
Equipamentos com Linha de Ar Comprimido 87
Mangueiras 90
Filtro de Linha 91
Arcosemi 93
Arcopan 94
Arconova 94
Cálculo do Tempo Médio de autonomia do ar 95
comprimido respirável de cilindros
Equipamento com Linha de Ar Comprimido
dotado de Cilindro Auxiliar – CARLA 96
Equipamentos Autônomos de Ar Comprimido 98
Equipamento Autônomo para Inspeções Rápidas
Rapid 15 108
Qualidade do Ar Comprimido 109
Norma Europeia EN 12021 Qualid. Ar Comprimido 110
Capítulo XII – Inspeções, Manutenções e
Check List para Respiradores 114
Verificação da vedação a pressões positiva
e negativa 116
Lavagem e Higienização de Respiradores 117

Considerações Finais 118

Anexo – Tabela com concentrações I.P.V.S. e Limites


de Tolerância e de Odor 119

Notas sobre a NR 33 Espaços Confinados 129


Bibliografia Consultada 130
Sobre o Autor 131

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
Autor: João Antonio Munhoz
Farbene Cursos e Treinamentos Ltda. ME
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1ª Parte
INTRODUÇÃO À DETECÇÃO DE GASES
CAPÍTULO I – DEFINIÇÕES

Gases e vapores, sob o ponto de vista dos efeitos no organismo humano e


da explosividade são a mesma coisa. Conceitualmente, no entanto, podemos
defini-los assim:

GASES – substâncias cujas moléculas se encontram dispersas pelo ar; têm


mobilidade, pois se difundem e ocupam todo o espaço disponível. Em
temperaturas e pressões ambientais usuais, encontram-se sempre no estado
gasoso – somente poderão ser liquefeitas quando submetidas a altas pressões e
baixas temperaturas. Armazenam-se gases em cilindros ou reservatórios
especiais ou podem ser conduzidos através de tubulações apropriadas. São
exemplos de gases: oxigênio, cloro, amônia, dióxido de enxofre, gás sulfídrico,
nitrogênio, etc. Em qualquer situação, quando lidamos com gases, é grande a
chance de termos vazamentos, a prevenção deve ser maior nestes casos.

VAPORES – São moléculas dispersas pelo ar ambiente no estado gasoso,


provenientes da evaporação de produtos que se encontram no estado líquido.
Quanto maior a temperatura ambiente, maior será o índice de evaporação,
consequentemente maior a concentração desses vapores no ar se não houver
ventilação adequada. Podem representar efeitos tóxicos ou explosivos
semelhantes aos dos gases. São exemplos de vapores: solventes, álcoois, éteres,
hidrocarbonetos (inclusive clorados). Uma das consequências principais da
exposição prolongada a vapores como estes é que eles podem causar efeito
anestésico e dependência por terem odores não desagradáveis.

OUTRAS DEFINIÇÕES (AERODISPERSOIDES)

Os aerodispersoides são definidos como uma reunião de


partículas, sólidas ou líquidas, suspensas em um meio gasoso pelo tempo
suficiente para permitir a observação ou medição. O tamanho das partículas
presentes num aerodispersoide varia na faixa de 0,001 a 100 μm.
(1 micrômetro - μm - equivale à milionésima parte do metro ou à milésima parte
do milímetro).
Poeiras - Partículas sólidas geradas mecanicamente por abrasões
mecânicas tais como: manuseio, esmagamento, moagem, impactos rápidos, e
detonação, de materiais orgânicos ou inorgânicos tais como rochas, minérios,
metais, carvão, madeira, grãos, etc... As poeiras não tendem a flocular, exceto
sob força eletrostática; elas não se difundem no ar, mas se deslocam sob a ação
da gravidade. São encontradas em dimensões que variam de 0,5 a 10 μm e
geralmente têm formas irregulares.

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Fumos - Partículas sólidas geradas pela condensação a partir do estado


gasoso, geralmente após volatilização de metais fundidos ou outros materiais e
sempre acompanhadas por uma reação química como a oxidação. Os fumos
floculam e algumas vezes coalescem. São encontrados em dimensões entre 0,01
e 0,3 μm.

Névoas - Gotículas de líquidos suspensas geradas pela condensação de


substâncias do estado gasoso para o líquido, ou pela passagem do líquido para
um estado disperso, como pela ação de spray, espumação e atomização. São de
dimensões que variam entre 5 e 100 μm.

Organismos vivos – Bactérias e vírus em suspensão no ar, com dimensões


entre 0,001 e 15 μm.

As partículas expressas em mícron (μm) são as mais importantes no


estudo da proteção contra material particulado (aerodispersoides). As menores
de 10 μm de diâmetro têm mais facilidade de penetrarem no sistema
respiratório As menores de 5 μm são mais fáceis de alcançar os alvéolos
pulmonares. Quando os pulmões são sadios, as partículas maiores de 5 μm de
diâmetro são expelidas pelo sistema respiratório pela constante ação de limpeza
do epitélio ciliado do sistema respiratório superior. A eficiência desta ação pode,
no entanto, ser consideravelmente inferior no caso de uma exposição excessiva a
poeiras dos indivíduos com o sistema respiratório enfermo.

CAPÍTULO II - CLASSIFICAÇÃO DOS GASES

1. IRRITANTES

A irritabilidade das vias respiratórias está ligada à alta solubilidade dos gases e
vapores, pois elas são extremamente úmidas. Os gases e os vapores muito
solúveis atacam preferencialmente as vias aéreas superiores (nariz e garganta),
porque se solubilizam ao primeiro contato com o trato respiratório; já os pouco
solúveis atacam as vias aéreas inferiores (bronquíolos e alvéolos).

1.1 Irritantes primários – provocam somente irritação local e apresentam


algumas classificações:

1.1.1 De ação sobre as vias respiratórias superiores A soda cáustica não é


Gás Clorídrico HCl um gás, mas material
Ácido Sulfúrico (H2SO4) particulado que se
Amônia (NH3) desprende com o
Soda Cáustica (NaOH) solvente em forma
Formaldeído (CH2O) gasosa no momento da
dissolução.

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1.1.2 De ação sobre os brônquios, de solubilidade média:
Anidrido Sulfuroso (SO2) ( Dióxido de Enxofre)
Cloro (Cl2)
Bromo (Br2)
Iodo (I2)

1.1.3 De ação sobre os pulmões, de solubilidade baixa:


Ozônio (O3)
Gases Nitrosos (NO + NO2)
Hidrazina
Fosgênio (COCl2)

1.2 Irritantes Atípicos: são gases e vapores para os quais não existe correlação
simples entre a solubilidade em água e a irritabilidade. A acroleína, apesar de ser
de solubilidade média, provoca irritação nos olhos e no trato respiratório
superior.

Acroleína (Aldeído Acrílico) (CH2CHCHO)


Gases Lacrimogêneos (Cloroacetofenona) e (clorobenzalmalonitrila)

1.3 Irritantes Secundários


Gás Sulfídrico (H2S) (Sulfeto de Hidrogênio)

2. ANESTÉSICOS

2.1 Anestésicos Primários: são gases/vapores que exercem apenas efeito


anestésico

Hidrocarbonetos alifáticos:
Butano (C4H10)
Propano (C3H8)
Eteno (Etileno) (C2H4)
Éteres
Aldeídos (Formol, Acetaldeído, etc.).
Cetonas (Acetona, Metil Etil Cetona, etc.).

2.2 Anestésicos de efeitos sobre as vísceras (rins e fígado)


Hidrocarbonetos clorados:
Tetracloreto de Carbono (CCl4)
Tricloretileno (CCl2=CHCl)
Percloretileno (CCl2=CCl2), etc.

2.3 Anestésicos de ação sobre o sistema formador do sangue


Hidrocarbonetos aromáticos:
Benzeno (C6H6)
Tolueno (C6H5CH3)
Xileno (C6H4(CH3)2 )

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
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2.4 Anestésicos de ação sobre o sistema nervoso central

Álcoois:
Álcool Metílico (CH3OH)
Álcool Etílico (C2H5OH)
Ésteres de Ácidos Orgânicos (Acetatos de Etila e Metila, etc.).
Dissulfeto de Carbono (CS2)

2.5 Anestésicos de ação sobre o sangue e sistema circulatório

Nitrocompostos orgânicos:
Nitrotolueno (CH3C6H4NO2)
Nitrito de Etila (C2H5ONO)
Nitrobenzeno (C6H5NO2)
Anilina (C6H5NH2)
Toluidina (CH3C6H4NH2)

3. ASFIXIANTES

O teor de oxigênio no ar nos ambientes de trabalho deve estar entre os valores


de 19,5% e 23,5%; concentrações de oxigênio maiores que 23,5% apresentam
problemas de inflamação e o risco de explosão por formarem atmosferas ricas
em oxigênio; ambientes com menos de 19,5% se constituem em risco de asfixia
para a saúde e segurança dos trabalhadores.

3.1 Asfixiantes Simples: podem exercer ou não efeitos tóxicos: mas deslocam o
ar, tornando o ambiente deficiente de oxigênio.

Fisiologicamente inertes:

Hidrogênio (H2)
Nitrogênio (N2)
Hélio (He)
Anestésicos fracos:
Metano (CH4)
Etano (C2H6)
Acetileno (C2H2)

3.2 Asfixiantes Químicos: interferem no mecanismo de trocas gasosas,


impedindo o aproveitamento do oxigênio.

Monóxido de Carbono (CO)


Anilina (C6H5NH2)
Gás Cianídrico (HCN) (lembre-se da Boate Kiss 27/01/2013)

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
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COMPONENTE FÓRMULA % EM VOLUME (ppm)
Oxigênio O2 20,93 (209.300)
Nitrogênio N2 78,10 (781.000)
Argônio Ar 0,9325 (9.325)
Dióxido de Carbono CO2 0,03 (300)
Hidrogênio H2 0,01 (100)
Neônio Ne 0,0018 (18)
Hélio He 0,0005 (5)
Criptônio Kr 0,0001 (1)
Xenônio Xe 0,000009 (0,09)

Componentes do Ar Atmosférico, desconsiderando apenas o teor de umidade,


que pode variar conforme o local

CAPÍTULO III - UNIDADES DE MEDIDAS DOS GASES E PARTÍCULAS

Os instrumentos empregados na detecção de gases, vapores e material


particulado fornecem resultados nas seguintes unidades de medida:

ppm – partes por milhão, ou seja, partes do contaminante gasoso


contidas em um milhão de partes do ar que se respira. É a unidade de medida
utilizada para gases e vapores quando se estudam a toxicidade dos
contaminantes e a insalubridade dos locais. Os limites de tolerância dos gases e
vapores são expressos em ppm, bem como o limiar de percepção de gases e
vapores pelo olfato (limiar de odor).

% vol – porcentual em volume, utilizada para exprimir grandes


concentrações de gases, notadamente componentes de uma mistura, como por
exemplo, as do ar que respiramos. 1% vol representa 10.000 ppm. Unidade de
medida também utilizada quando estudamos oximetria e explosimetria. Teores
de oxigênio também são expressos em % volume.

mg/m3 – miligramas de contaminante por metro cúbico de ar respirado.


Utiliza-se esta unidade em casos de presença de contaminantes particulados por
metro cúbico de ar considerado.

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Detectando e analisando gases e outros contaminantes do ambiente de
trabalho

Já vai longe o tempo em que, ao adentrar em locais de trabalho, as


pessoas portavam pequenos animais como aves e cães e, em observando-os,
eram alertadas quando havia determinadas concentrações insalubres nesses
ambientes.

O então detector de gases... ...e seu sensor substituível.

Surge no Século XIX a Lâmpada de Davy, levada por trabalhadores em


minas subterrâneas para proteção contra riscos de inflamabilidade do gás
metano.

A Lâmpada de Humphry Davy (1778-1829)

Os tubos de reagentes químicos que apareceram ainda no século


passado, utilizados com sua respectiva bomba de sucção, menos precisos que os
eletrônicos, nos dão uma ideia aproximada da concentração tóxica do ambiente
causada por gases e vapores.

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Tubos Reagentes Dräger ® Tubos reagentes Auer MSA®

A evolução da técnica propiciou o desenvolvimento de modernos


detectores eletrônicos, monitores portáteis, compactos e fáceis de operar,
fornecendo inúmeros dados sobre o ambiente em que se trabalha e soando
alarmes. Armazenando, ainda, as concentrações em memórias para cálculos
posteriores. Consulte os fabricantes de detectores eletrônicos modernos para
decidir-se pelos detectores mais convenientes para seu caso.

Os detectores portáteis eletrônicos de gases, vapores e oxigênio, utilizam


em sua maioria métodos de sensores eletroquímicos ou sensores catalíticos ou
ainda infravermelhos.

MSA® RAE®

São utilizados para liberação de áreas de trabalho a quente, para


monitoramento durante execução desses trabalhos e os pessoais são utilizados
junto ao corpo dos trabalhadores para soarem alarmes em caso de aumento das
concentrações.

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DETECTORES FIXOS PARA GASES E VAPORES TÓXICOS, OXIGÊNIO E
COMBUSTÍVEIS - MÉTODOS DE ESCOLHA DE LOCAIS DE INSTALAÇÃO DOS
SENSORES, QUANTIDADE, DISTRIBUIÇÃO E COMISSIONAMENTO

RESUMO

A exata posição onde são instalados os sensores eletrônicos dos


detectores fixos, sua quantidade e distribuição são fatores fundamentais para
uma perfeita proteção de pessoas contra riscos de intoxicação e asfixia, bem
como de instalações industriais contra os riscos de explosão ou intoxicação
quando houver fuga desses gases. Tudo isso, no entanto, ainda não garantiria a
proteção se não fosse feita uma manutenção preventiva confiável, onde a
calibração e aferição dos sensores é o expoente máximo da manutenção. São
apresentados, pois, os passos a serem seguidos para um perfeito sensoreamento
que vai apoiar a Engenharia de Segurança de forma totalmente confiável.

1. INTRODUÇÃO

A Segurança Industrial está frequentemente sendo solicitada para


resolver casos de proteção de pessoas e instalações contra os efeitos tóxicos e
explosivos e asfixiantes causados por vazamentos de gases. Quando se apela
para o monitoramento à distância através de sensores, esses problemas são
resolvidos, pois de uma forma geral, na presença desses contaminantes os
sensores enviam sinais a centrais, que por sua vez disparam alarmes nos
momentos oportunos ou se comunicam com outros dispositivos. Não se pode,
contudo, nem sub- nem superdimensionar a quantidade dos sensores. Sua exata
posição e forma de instalação também devem ser observadas. Finalmente, a
instalação correta vai coroar os esforços para se conseguirem os objetivos.

2. GASES TÓXICOS

A presença de gases tóxicos nos ambientes de trabalho, bem como dos


vapores produzidos pelo manuseio de substâncias líquidas, sempre representa
um risco à saúde dos trabalhadores. Quanto maior sua concentração,
temperatura ambiente nesses locais e o esforço físico desenvolvido nesses locais
de trabalho, aliados ao tempo de permanência, tanto mais se notam os efeitos
da toxicidade sobre o organismo. A Medicina do Trabalho e a Higiene do
Trabalho se ocupam do estudo dos efeitos e sua solução, enquanto a Engenharia
de Segurança se preocupa em evitar que os ambientes se tornem perigosos,
lançando mão de programas de proteção respiratória onde não for possível
eliminar a presença desses gases. São exemplos de gases tóxicos: Cloro, Amônia,
Gás Sulfídrico, Dióxido de Enxofre, etc.

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3. GASES ASFIXIANTES – DEFICIÊNCIA OU AUSÊNCIA DE OXIGÊNIO

São aqueles que, sem serem propriamente tóxicos, deslocam o ar, e


consequentemente o oxigênio ambiente quanto maior for sua concentração,
trazendo o risco da asfixia. São comuns em silos, porões de navio, áreas de troca
deficiente de ar onde haja consumo de oxigênio. São exemplos de gases
asfixiantes: Nitrogênio, Argônio, Gás Carbônico, Xenônio, Monóxido de Carbono
(Asfixiante Químico), etc.

4. GASES EXPLOSIVOS

Estes podem passar para os ambientes através de vazamentos,


transportes e manuseios. Acumulam-se em áreas mal ventiladas e, ao atingirem
concentrações acima do seu Limite Inferior de Explosividade, passam a
representar risco de explosão quando qualquer fonte de energia estiver
presente. Não são pequenos os prejuízos quando acontece uma explosão. São
exemplos: Metano, Hidrogênio, Hexano, Heptano, etc.

5. TIPOS DE SENSORES

Existem diversos tipos de sensores eletrônicos para o controle dos riscos


causados pela presença dos gases. Os principais são:

Eletroquímicos - para o controle da presença de oxigênio e gases tóxicos, e que


operam pelo princípio de células eletroquímicas. São características principais
destes sensores: vida aproximada de 36 meses, os mais modernos não
apresentam indicação negativa por interferentes, possuem compensador de
temperatura, baixo tempo de resposta, fácil e rápida recuperação após serem
submetidos a grandes concentrações de gases, requerem cabos apropriados ou
outro dispositivo para transmissão de sinal.

Catalíticos - para o controle da presença de gases e vapores combustíveis, e que


operam pelo princípio da combustão catalítica. Como características principais:
são robustos, medem qualquer gás combustível, resistem a envenenadores do
catalisador, detecção dos combustíveis independente da concentração do
oxigênio ambiental.

Infravermelhos - para controle de gases combustíveis e CO2, que operam pelo


princípio da absorção da radiação infravermelha dos gases. Sua principal
vantagem é a vida praticamente ilimitada, não sofrendo também interferências e
requerem aferições a espaços largos de tempo, como a cada 12 meses.

O princípio de funcionamento desses sensores gera um sinal de saída que


é proporcional à concentração dos gases, sinal este que é transmitido a centrais
que executam o trabalho de supervisão, acionamento de alarmes e
armazenamento dos dados para pesquisas posteriores.

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6. POSICIONAMENTO E INSTALAÇÃO DOS SENSORES

Os sensores devem ser escolhidos pela faixa de medição adequada ao uso


para a proteção contra o gás com o qual vamos trabalhar. Os sensores que
possuem indicação no próprio corpo são preferíveis, uma vez que informam ao
usuário presente a concentração exata dos gases no próprio ambiente onde
estão instalados. Os gases mais pesados do que o ar exigem que os sensores
sejam colocados próximos ao solo. Os mais leves pedem sensores próximos ao
teto das edificações. Dessa forma os gases serão denunciados o mais cedo
possível.

Algumas regras importantes nos orientam sobre a forma correta de


instalação dos sensores a fim de garantirmos total confiabilidade. Essas cabeças
de medição devem ser instaladas de tal forma a obedecerem às condições
ambientais tais como:

temperatura - evitar exposição a radiações térmicas e exposição direta aos raios


solares. A faixa de temperatura ideal para uso dos sensores está entre 0 e 40°C.

pressão - grandes alterações de pressão podem danificar os sensores. Aqueles


empregados para as finalidades aqui abordadas devem ser instalados em áreas
onde as pressões sejam as atmosféricas. Por isso não se recomendam instalações
de sensores em dutos onde reina pressão ou vácuo.

umidade - o limite máximo fica em torno de 95% U.R. Evite sempre a


condensação à entrada do sensor caso contrário o gás precisaria vencer a
película de água formada. Em caso de respingos de águas, estes podem ser
barrados pela utilização de protetores especiais que não interfiram na velocidade
da penetração dos gases no elemento sensor.

velocidade do fluxo - até 6 m/s o erro na medição fica entre  5%.

radiação eletromagnética e compatibilidade - em geral, uma blindagem aterrada


oferece proteção contra interferências eletromagnéticas. A colocação dos cabos
em leitos como condutores e bandejas poderá causar interferências nas
medições. Estas perturbações podem ser eliminadas empregando-se filtros de
rede contra interferências. O uso de “walkie-talkies” a distâncias superiores a 1m
das cabeças sensoras também é seguro.

proteção mecânica contra choques e vibrações - as cabeças sensoras somente


devem ser instaladas onde não haja a possibilidade de choques mecânicos ou
vibrações, caso contrário, deve-se prever uma proteção.

interferentes - verifique se o sensor que vai ser instalado sofre interferências na


medição causada por outros gases também presentes no local. Caso isto ocorra,
uma medição exata já não é mais possível. Muitos sensores podem ser dispostos
com filtros contra interferentes.

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acesso facilitado - nunca instale sensores em áreas de difícil acesso para as
manutenções e calibrações de rotina. Projete uma área livre à sua frente.

7. APLICAÇÕES DOS SENSORES

Em depósitos de combustíveis ou gases tóxicos, para controle de


vazamentos. Em higiene do trabalho, controlando exposição de pessoas aos
gases manipulados em seus locais de trabalho. Em túneis controlando emissões
de CO ou aldeídos. Em qualquer atividade industrial onde se deseja conhecer a
situação da presença de gases nos ambientes.

Os sensores de gases tóxicos e combustíveis não podem ser aplicados: no


controle de emissões (chaminés), para análise de gases de processos, no controle
de misturas de gases ou de gases de combustão e em instalações em gasodutos.
Nessas situações, temos grandes concentrações de gases, altas pressões e
temperaturas, além de fuligens e sujeiras que poderiam afetar os sensores.

8. AFERIÇÃO DE SENSORES

A espaços de tempo de aproximadamente 90 dias, (ou menos,


dependendo das informações dos fabricantes) devemos efetuar uma aferição
dos sensores, a fim de termos total confiança em seu desempenho. É através
das aferições que somos informados da época exata em que temos de substituí-
los, pois eles se constituem na parte descartável dos detectores de gases.

Uma aferição precede a calibração. Esta consiste em submeter o sensor


ao gás ou gases para os quais ele foi projetado, observando sua reação. A
aferição consiste em ajustar sua indicação conforme a concentração dos gases-
testes utilizados. Após isso, submete-se o sensor a um gás neutro, para
ajustarmos o ponto zero. Desta forma, a indicação se tornará linear e
proporcional à concentração dos gases. Repetimos: as orientações do fabricante
devem ser sempre seguidas e se necessário com sua assistência. Há sensores e
equipamentos que têm capacidade de auto calibração e auto aferição.

A concentração dos gases-testes deve ficar em torno do 60-70% do valor


de fim de escala. Esses gases podem ser obtidos em cilindros acompanhados de
certificados de análise, ou podem ser formados a partir de ampolas com
concentrados, que depois se utilizam diluindo-se em ar ambiente. De uma forma
geral, a concentração dos gases de aferição é baixa o suficiente para não causar
qualquer tipo de intoxicação ao operador. Contudo, o emprego de máscaras com
filtros pelos operadores vem garantir sua integridade.

Os sensores empregados em cabeças sensoras mais sofisticadas trazem a


vantagem de armazenar dados como: data da última aferição, data da próxima
aferição, médias das concentrações, datas de produção e vida útil dos sensores,
informações estas armazenadas em memórias internas ou externas.

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
Autor: João Antonio Munhoz
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9. CONCLUSÕES

Instalar os sensores em quantidade suficiente para cobrir toda a área ser


protegida, escolhê-los segundo sua especificidade, protegê-los contra
interferências e efetuar sua aferição de acordo com a orientação do fabricante, e
substituí-los tão logo demonstrem queda na precisão da indicação, estas as
regras a serem seguidas para nos desobrigarmos de maneira eficiente do
trabalho de oferecer a empregados e instalações a segurança necessária ao
desempenho econômico das finalidades a que o empreendimento se propõe.

Siga sempre as recomendações de normas nacionais e, na falta destas, as


internacionais, para reconhecimento do seu ambiente quanto ao aspecto tóxico
ou com risco de inflamabilidade dos gases presentes. É fundamental
conhecermos os ambientes de trabalho sob esses aspectos, antes de
elaborarmos o Programa de Proteção Respiratória e decidirmo-nos pelos
respiradores adequados em nossos casos.

Poeiras Explosivas

Não somente gases e vapores podem causar explosões quando em


contato com uma fonte de ignição e misturados com o oxigênio do ar. Poeiras
também representam grande risco. Os silos e os armazéns são construções
indispensáveis para o armazenamento da produção agrícola e influem
decisivamente na sua qualidade e preço. Entretanto, por sua dimensão e
complexidade, podem ser fontes de vários e graves acidentes do trabalho. Por
serem os silos locais fechados, enclausurados, perigosos e traiçoeiros, são
conhecidos como espaços confinados e são objeto da NR33 - Espaços
Confinados, da NBR 16577 da ABNT e de alguns itens da NR 18 - Construção Civil
do Ministério do Trabalho.

Explosões ocorrem frequentemente em instalações agrícolas ou


industriais, nos serviços subterrâneos, etc.:

a) farinhas: de trigo, milho, soja, cereais, etc.; e


b) particulados: açúcar, arroz, chá, cacau, couro, carvão, madeira, enxofre,
magnésio, eletrometal (ligas), etc.

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
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Explosões em indústrias, causadas por poeiras.

A poeira depositada ao longo do tempo, quando agitada ou colocada em


suspensão e na presença de uma fonte de energia (p. ex. uma chama), poderá
explodir, causando vibrações subsequentes pela onda de choque; isto fará com
que mais pó depositado no ambiente entre em suspensão e mais explosões
aconteçam. Cada qual mais devastadora que a anterior, causando prejuízos
irreversíveis ao patrimônio, paradas no processo produtivo e o pior: vidas
humanas são ceifadas ou ficam permanentemente incapacitadas para o trabalho.

Limites de Tolerância

Dizem respeito à concentração ou intensidade máxima ou mínima


relacionada com a natureza do agente e o tempo de exposição de modo a não
causar dano à saúde do trabalhador em uma jornada de trabalho de oito horas
semanais de até 48 horas.

O limite de tolerância deve ser utilizado como orientação para o controle


dos contaminantes e nunca como uma linha divisória entre concentrações
seguras e perigosas.

CAPÍTULO IV - TOXICOLOGIA

O QUE É UM TÓXICO?

Este capítulo chama a atenção para os perigos à saúde dos trabalhadores


que entram em contato com produtos químicos tóxicos. Primeiro devemos
decidir: o que é um tóxico? Os produtos químicos são tóxicos. Isto quer dizer que
qualquer produto químico seja tóxico? Com o risco de incentivarmos uma “fobia
a produtos químicos” diríamos que sim; quase toda gente concorda com esta
afirmação. É comum perguntarmos aos participantes de nossos cursos nomes de
produtos químicos que não sejam tóxicos. Sempre que a água está incluída nos
exemplos, lembramos à classe que um jornal britânico noticiou o caso de uma
pessoa na Inglaterra que, acreditando que uma grande quantidade de água fosse
boa para sua saúde, tomou tanta água que acabou morrendo devido à diluição
da concentração de sais nos fluidos líquidos do seu organismo.

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
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No ano de 2007, uma mulher perdeu a vida nos Estados Unidos ao
participar de um concurso para ganhar um prêmio. O objetivo consistia em
tomar a maior quantidade de água possível num tempo determinado pelos
jurados. A jovem, algumas horas depois de sua participação naquele espaço de
tempo, começou a sofrer uma forte dor de cabeça e em pouco tempo morreu.
Como é possível que tomar água possa matar uma pessoa adulta? Muito
simples: nossos rins estão preparados para filtrar certa quantidade de água. Se
lhes enviamos líquido em excesso, seu funcionamento se altera, provocando
baixa nos teores de sódio, potássio e cloro, três dos componentes básicos
associados a atividades musculares. Se sua presença no organismo diminui, os
impulsos nervosos baixam.
A potomania, nome como é conhecido esse transtorno, leva a pessoa que
padece dele a tomar água de forma constante e em grandes quantidades. Esta
necessidade não leva a saciar a sede, mas a proporcionar uma sensação de
prazer que o paciente associa a esta ingestão excessiva. Os profissionais médicos
alertam que aquelas pessoas que tomam mais de 6 litros de água por dia de
forma habitual para que procurem ajuda médica e se conscientizem de seu
problema já que a médio e longo prazos seu organismo se verá prejudicado por
este comportamento, provocando um envelhecimento prematuro de seus rins
pelo trabalho adicional.
Por outro lado, se você parar de tomar água só por ter lido isto, você não
entendeu muito bem a situação. As principais palavras nas frases acima foram:
“tomou tanta água”. A água, normalmente, é um produto químico muito seguro
porque as quantidades que tomamos estão muito abaixo dos níveis que
poderiam ser prejudiciais. No entanto, alguns prazeres derivados de sentarmo-
nos à mesa e degustarmos um bom prato num bom restaurante desapareceriam
se pensássemos que todo alimento não passa de uma mistura de produtos
químicos. Qualquer um destes produtos isoladamente ingeridos em excesso
poderia ser perigoso, mas é pouco provável que algum deles pudesse causar
algum dano com as quantidades ingeridas num simples jantar. Uma das maiores
responsabilidades dos toxicologistas é determinar qual nível de exposição a um
determinado produto químico pode causar algum dano e qual nível é seguro. Já
compreendemos a importância da detecção de gases e partículas ar dos locais de
trabalho.

VIAS DE ABSORÇÃO DE VENENOS PELO SER HUMANO

No sentido fisiológico, um material é tido como absorvido somente


quando ele tenha ganhado entrada na corrente sanguínea e consequentemente
tenha sido carregado para todas as partes do corpo. Algo que foi engolido e que
é posteriormente excretado, mais ou menos sem mudanças, nas fezes, não foi
necessariamente absorvido, mesmo que possa ter permanecido no sistema
gastrintestinal por horas ou mesmo dias. A Toxicologia Industrial refere-se
primeiramente a três rotas de absorção ou portas de entrada que os materiais
podem utilizar para atingir a corrente sanguínea: a pele, o trato gastrintestinal e
os pulmões.

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
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Absorção através da Pele (cutânea). Antes da introdução de
métodos modernos de tratamento da sífilis, uma parte do padrão de terapia
consistia no tratamento com mercúrio. A efetividade dependia do fato que
certas formas de mercúrio podem ser absorvidas através da pele intacta. Agora é
reconhecido que absorção pela pele pode ser um fator significante em
envenenamento ocupacional por mercúrio, bem como um número de outras
doenças industriais. No caso de metais além do mercúrio, entretanto, a entrada
através da pele é relativamente sem importância, exceto para alguns compostos
organometálicos, como chumbo tetraetila.

A Absorção cutânea tem como sua maior importância a relação com


solventes orgânicos. É geralmente fato reconhecido que quantidades
significantes destes compostos podem entrar no sangue através da pele como
resultado de contaminação direta acidental ou quando o material tenha sido
espirrado sobre as roupas. Uma fonte adicional de exposição é encontrada na
prática muito comum de usar solventes industriais para remoção de graxas e
sujeira das mãos e dos braços, em outras palavras, para propósitos de limpeza.
Este procedimento, incidentalmente, é uma grande fonte de dermatites.

Absorção Gastrintestinal . O simples fato de que algo tenha sido


colocado na boca e engolido, não significa necessariamente que tenha sido
absorvido. Naturalmente quanto menos solúvel o material for, menor é a
possibilidade de absorção. Era comum no passado a prática de atribuir certos
casos de envenenamento ocupacional a hábitos de falta de higiene por parte da
vítima, particularmente falta de lavagem das mãos antes de alimentar-se. Não há
dúvidas de que alguns materiais tóxicos, utilizados na indústria, podem ser
absorvidos através do trato intestinal, mas é agora genericamente acreditado
que com certas exceções esta rota de entrada é de menor importância. Um caso
ocorrido no Brasil há alguns anos, em Franca (SP) teve como rota de penetração
de um agente tóxico (chumbo) o trato gastrintestinal. Foi constatado que as
vítimas, algumas fatais, e para maior rapidez no trabalho, colocavam pregos para
sapatos nos lábios, estando desta maneira ingerindo quantidades muito elevadas
de chumbo que se encontrava presente nos pregos. Ingestão acidental de
quantidades perigosas de compostos venenosos em uma única dose tem
também sido registrada nos últimos anos. De maneira geral, pode ser dito que a
absorção intestinal de venenos industriais é de menor importância e que a teoria
de envenenamento das “mãos sujas” tem sido desacreditada.

Absorção através dos pulmões . A inalação de ar contaminado é, de


longe, o mais importante meio pelo qual os venenos ocupacionais ganham
entrada no corpo. E com isso fica evidenciada a importância da Proteção
Respiratória. É seguro estimar que pelo menos 90% de todo envenenamento
industrial (excluindo dermatites) pode ser atribuído à absorção através dos
pulmões. Substâncias perigosas podem estar suspensas no ar na forma de pós,
fumos, névoas, fibras, gases ou vapores, e podem estar misturadas com o ar

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
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respirável no caso de verdadeiros gases. Desde que um indivíduo, sob condições
de exercício moderado irá respirar cerca de 10 metros cúbicos de ar no curso
normal de 8 horas de trabalho diário, é prontamente entendido que qualquer
material contaminante presente no ar respirável oferece uma séria ameaça.

Felizmente, todos os materiais estranhos que são inalados não são


necessariamente absorvidos pelo sangue. Certa quantidade, particularmente a
que está num estado muito bem dividido, será imediatamente exalada. Outra
porção do material particulado respirado é captada pela mucosa que se localiza
na passagem do ar (traqueia) e é subsequentemente expelida junto com o muco.

Ligado a isso, é necessário ser mencionado que algum muco pode ser
consciente ou inconscientemente engolido e desta maneira aumentar a
oportunidade para absorção intestinal.

Outras partículas são captadas por algumas células que podem entrar na
corrente sanguínea ou serem depositadas em vários tecidos ou órgãos. Gases
verdadeiros passarão diretamente pelos pulmões até o sangue, da mesma
maneira como o oxigênio no ar inspirado. Por causa do fato de que a grande
maioria dos venenos industriais conhecidos pode em dado momento estarem
presentes como contaminantes atmosféricos e verdadeiramente constituírem-se
numa ameaça potencial à saúde, programas diretamente relacionados à
prevenção de envenenamento ocupacional, geralmente dão mais ênfase à
ventilação para redução do perigo.

Como dissemos, faça em primeiro lugar um reconhecimento perfeito


do ambiente de trabalho, quais contaminantes existem no ar, por
quanto tempo e em que concentrações. Depois, você poderá planejar
e programar a melhor proteção respiratória para seus trabalhadores. É
pedra fundamental na elaboração de um PPR.

Comentando, ainda, os efeitos dos trabalhos executados sem a devida


proteção, podemos dizer que o câncer ligado ao trabalho atingirá cerca de 20 mil
pessoas. São afirmativas do Inca (Instituto Nacional do Câncer), baseadas em
estudos internacionais que mostram que cerca de 4% das 518 mil pessoas que
receberam diagnóstico de câncer no ano de 2012 tiveram o trabalho como causa
da doença (em Folha de S. Paulo 1°/5/2012).

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São 19 os tipos de cânceres que podem ser ligados ao trabalho como
causa da doença. Entre os principais estão os de pulmão, pele, laringe, bexiga e
as leucemias. Os profissionais em risco vão desde cabeleireiros até pilotos de
avião.

Como trabalhar pode causar câncer?

Predisposição genética aliada à exposição a produtos químicos


potencialmente cancerígenos ou à exposição à radiação pode levar ao câncer. As
substâncias químicas e a radiação podem causar alterações nas células que as
levam a se dividir de forma anormal. O profissional de
Segurança do Trabalho saberá reconhecer quais dos riscos abaixo poderão ser
evitados com o emprego da Proteção Respiratória adequada e um correto
Programa de Proteção Respiratória. Outros riscos requerem outros tipos de EPIs.

Tipos de câncer Possíveis agentes Ocupações


causadores
Bexiga Aminas aromáticas, Cabeleireiro, maquinista,
benzeno, benzidina, mineiro, metalúrgico,
cromo, fumo, poeiras de motorista de caminhão,
metais, agrotóxicos, pintor, ferroviário,
hidrocarbonetos tecelão e trabalhador em
policíclicos aromáticos, forno de coque.
óleos e petróleo.
Cavidade oral, faringe e Agrotóxicos, amianto, Açougueiro, barbeiro,
laringe. formaldeído, fuligem de cabeleireiro, carpinteiro,
carvão e poeiras de encanador, instalador de
madeira, couro, cimento, carpete, mecânico de
cereais, tecidos, sílica e automóvel, mineiro,
solventes. moldador e modelador
de vidro, oleiro e pintor.
Cérebro Agrotóxicos, arsênico, Serviços elétricos e de
radiação, ondas e campo telefonia e trabalho
eletromagnético, rural.
chumbo, mercúrio e óleo
mineral.
Estômago e esôfago Poeiras de construção Engenheiros eletricista e
civil, de carvão e de mecânico, trabalhadores
metal, vapores de de extração de petróleo,
combustíveis fósseis, motorista e veículos a
motor, trabalhadores de
óleo mineral, herbicidas
lavanderias, trabalhadores
e ácido sulfúrico.
da indústria eletrônica e
trabalhadores em limpeza.

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Tipos de câncer Possíveis agentes Ocupações
causadores
Leucemias e Acrilonitrila, aminas Trabalhador do setor
mielodisplasias aromáticas, agrotóxicos, elétrico e trabalhador da
antineoplásicos, cadeia de petróleo
benzeno, butadieno,
compostos halogenados,
óxidos metálicos,
radiação e solventes.
Mama Agrotóxicos, benzeno, Cabeleireiro, operador
campos de rádio e telefone,
eletromagnéticos de enfermeiro e auxiliar de
baixa frequência, enfermagem, comissário
campos magnéticos, de bordo e trabalho
compostos orgânicos noturno.
voláteis, hormônios e
dioxina.
Câncer do revestimento Amianto Borracheiro, maquinista,
dos órgãos internos mecânico, pintor e
torneiro mecânico.
Pâncreas Agrotóxicos, estireno, Trabalho rural e
cloreto de vinila, trabalhadores de
epicloridrina e solventes. manutenção industrial.
Pulmão Antineoplásicos, amianto, Bombeiro hidráulico,
arsênico, asfalto, cádmio, encanador, eletricista,
chumbo, emissão de forno mecânico de automóvel,
de coque e de gases mineiro, pintor,
combustíveis, fuligem,
soldador, trabalho com
gases (amônia, óxido de
isolamento, trabalho em
nitrogênio, dióxido de cloro
e enxofre), inseticidas não navios e docas, trabalho
arsenicais, manganês, na conservação de
níquel, sílica e poeiras de couro, trabalho na
carvão, madeira, quartzo e limpeza e manutenção e
cimento, urânio e radiação soprador de vidro.
ionizante.

Limites de Exposição – Definições

Estas definições nos ajudam a compreender melhor a toxicologia laboral:

PEL – Permissible Exposure Limits, são concentrações TWA (Média


Ponderada em função do tempo de exposição) que não devem ser excedidas
durante qualquer turno de trabalho de 8 horas numa semana de 40 horas
trabalhadas. Os PELs são estabelecidos pela OSHA.

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TWA – Time Weighted Average. Um método de calcular a média
ponderada de exposições para uma dada substância num determinado período
de tempo.

TLV-TWA – Threshold Limit Value – Time Weighted Average. Representa a


concentração média ponderada de uma concentração num turno de trabalho
convencional de 8 horas e 40 horas semanais, à qual praticamente todos os
trabalhadores possam estar repetidamente expostos, dia após dia, sem efeitos
adversos. Os TLVs são estabelecidos pela ACGIH.

TLV-STEL – Um STEL é definido como sendo a exposição TWA de 15


minutos que não deverá ser excedida em nenhum momento durante uma
jornada de trabalho mesmo se o TWA de 8 horas esteja dentro do TLV-TWA.

TLV-C – A concentração que não deve ser excedida durante qualquer


parte da exposição laboral.

REL – Recommended Exposure Limits são concentrações TWA para um


dia de trabalho de até 10 horas durante uma semana de 40 horas. Os RELs são
estabelecidos pelo NIOSH.

WEEL – Guias de Workplace Environmental Exposure Level. São


desenvolvidos pela American Industrial Hygiene Association. Elas oferecem um
TWA de 8 horas, TWA para curto espaço de tempo e Valores-Teto.

Limite de Tolerância – Brasil –NR 15 Anexo 11

O limite de tolerância (LT) é a concentração ou intensidade de agentes


nocivos abaixo da qual a maioria dos expostos não deverá apresentar danos
específicos à saúde, durante a vida laborai. Os LTs vigentes (Portaria 3214/78 e
sucessivos) consideram jornadas de 48 horas semanais. Recomendamos a leitura
atenta dessa NR para melhor compreensão do tema.

Certas pessoas hipersuscetíveis aos agentes podem apresentar efeitos a


valores inferiores ao limite; cabe ao Serviço Médico (Medicina do Trabalho)
detectar e acompanhar esses efeitos, com medidas especiais de proteção.

Na coluna “Valor Teto” desse Anexo, estão assinalados os agentes


químicos cujos limites de tolerância não podem ser ultrapassados em momento
algum da jornada de trabalho.

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
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2ª Parte

PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA
CAPÍTULO V - A RESPIRAÇÃO HUMANA

O corpo humano é comparável a uma indústria química completa, tantas


são as transformações que nele se processam. A energia química armazenada
nos alimentos é transformada, após uma longa cadeia de reações, em energia
cinética e energia térmica.

Esta cadeia de reações sempre termina com uma reação típica de


combustão, ou seja, a combinação de algum hidrocarboneto com oxigênio,
resultando daí dióxido de carbono, vapor de água e energia.

Esta é a reação de combustão da glicose:

C6H12 O6 + 6O2 6CO2 + 6H2O + energia

O meio de transporte que leva oxigênio a todas as células do nosso


organismo é o sangue. A tarefa de transportá-lo através do corpo é uma das
funções do aparelho circulatório, bem como recolher os produtos da reação, o
dióxido de carbono e o vapor de água, e levá-los até os pulmões para que sejam
expelidos no ar espirado.

O oxigênio é o único componente do ar respirável vital à nossa


sobrevivência. Nosso organismo adaptou-se ao longo de milhões de anos à
composição do ar que já vimos. A presença de qualquer gás ou aerodispersoide
contaminante no ar que se respira vai causar uma perturbação no organismo
humano que variará conforme parâmetros como: características do
contaminante, concentração, tempo de exposição, esforço físico empregado no
trabalho, etc. Respirar uma concentração reduzida de oxigênio também poderá
causar distúrbios ao organismo.

Podemos considerar, portanto, que o “ar respirável”:

1. Deve conter, no mínimo, 19,5 % vol. de oxigênio,


2. Deve estar livre de substâncias prejudiciais à saúde que, através da respiração,
possam ser inaladas e causarem distúrbios no organismo ou envenenamentos,
3. Deve encontrar-se no estado apropriado para a respiração, isto é, ter umidade
relativa, pressão e temperatura que, em hipótese alguma, possam levar a
queimaduras ou congelamentos,
4. Não deve conter qualquer substância que o torne desagradável (cheiros,
sabores, etc.).

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O APARELHO RESPIRATÓRIO – MECANISMO DA RESPIRAÇÃO

A respiração humana é um processo complexo, onde muitas variáveis


apresentam características importantes. O caminho que os gases, as partículas
de poeira e fibras percorrem no sistema respiratório é constituído pelo nariz,
boca, faringe, laringe, árvore traqueobronquial e alvéolos pulmonares. Portanto,
os principais elementos do aparelho respiratório são:

 Vias aéreas superiores (nariz e boca)


 Laringe
 Faringe
 Traqueia
 Pulmões, onde se localizam brônquios, bronquíolos e alvéolos
pulmonares

A - Cavidade Nasal

B - Faringe

C – Laringe

D – Traqueia

E - Alvéolos

F – Árvore Bronquial

G – Diafragma

Os pulmões se localizam na caixa torácica e preenchem-na quase que


totalmente. Cada pulmão tem a forma de um cone irregular, com cerca de 25 cm
de altura.

Os brônquios penetram nos pulmões e ali se ramificam. Cada ramo


penetra num lobo e em seu interior volta a se ramificar de modo a estabelecer
ligações independentes com os diversos segmentos que compõem cada lobo.

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Dentro dos segmentos, os bronquíolos continuam a se ramificar, até


formarem os diminutos bronquíolos respiratórios, dos quais provêm os condutos
alveolares. Estes se abrem em dilatações chamadas sáculos alveolares que, por
sua vez, se abrem em alvéolos pulmonares. Uma pessoa adulta pode ter
aproximadamente 700 milhões destes alvéolos.

A respiração humana pode ocorrer em dois níveis: fisiológico e


bioquímico:

 Fisiológico - envolve o processo de troca gasosa nos pulmões e o


transporte do oxigênio e dióxido de carbono através do corpo.
 Bioquímico - ocorre entre as células do corpo.

Respiração é o nome genérico que se dá ao processo que incorpora certo


número de elementos, incluindo:

• Respiração: movimento do complexo pulmões/caixa torácica para


ventilar os espaços alveolares;
• Respiração externa: troca de gases entre os espaços alveolares e o
sangue;
• Respiração Interna: troca de gases entre o sangue e as células;
• Respiração celular: redução/oxidação mitocondrial para utilização da
energia dos alimentos.

De forma coletiva, os efeitos agudos dos gases e vapores tóxicos ou


asfixiantes identificados nos estudos de acidentes podem interferir na respiração
em todos os estágios.

É nos alvéolos pulmonares que se dá a troca gasosa. Nesse setor, o


oxigênio do ar inalado se une à hemoglobina do sangue e por esta é
transportado às células. Aqui também o gás carbônico produto da reação
começa a ser transportado para ser eliminado depois.

Quando uma partícula de aerodispersoide consegue chegar até o alvéolo,


ela simplesmente lá se aloja para sempre, inutilizando sua capacidade de troca
gasosa. Quantos mais alvéolos estiverem assim inutilizados, maiores as
evidências de doenças pulmonares, de acordo com o tipo de contaminante.
Durante o processo respiratório, os gases presentes no ar que se respira, por sua
vez, também podem produzir efeitos mais ou menos severos, agudos ou
crônicos, conforme sua natureza.

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
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CONSUMO DE AR E TRABALHO REALIZADO

A demanda de ar respirável pelo homem não é uma constante: ela


depende do tipo de trabalho realizado (esforço físico), idade, estado físico do
indivíduo, estado emocional, etc.

A referência-padrão para o consumo de ar pelo corpo é o Volume


Respirado por Minuto. A tabela a seguir, foi baseada em publicação do “U.S.
Navy Diving Manual”:

CONSUMO
ATIVIDADE TRABALHO DE OXIGÊNIO VOLUME RENDIMENTO
(l/min) RESPIRATÓRIO (Watt)
(l/min)
Descansando Deitado 0,25 6 -
Sentado 0,30 7 -
Em pé 0,40 9 -
Trabalho Leve Andando a 3,2
km/h 0,70 16 30
Nadando
devagar a 0,9
km/h 0,80 18 40
Trabalho Andando a 6,5
Médio km/h 1,20 27 80
Nadando a 1,6
km/h 1,40 30 95
Trabalho Nadando a
Pesado 1,85 km/h 1,80 40 130
Pedalando a
21 km/h 1,85 45 140
Correndo a 12
km/h 2,00 50 145
Trabalho Nadando a 2,2
Pesadíssimo km/h 2,50 60 185
Correndo a 15
km/h 2,60 65 200
Subindo 100
degraus/min 3,20 80 250
Correndo
Morro acima 4,00 95 290

Veja na próxima página uma tabela de referências de consumo de ar conforme a


ISO:

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Esforço empregado Consumo de ar em
L/min
Leve 20
Moderado 35
Pesado 50
Medianamente Pesado 65
Muito Pesado 85

Extremamente 100
Pesado
Extenuante 135

CAPÍTULO VI - CLASSIFICAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO


RESPIRATÓRIA

Por que utilizar um respirador?

Hierarquia de controles:
Controles de Engenharia e Meio Ambiente,
Aumento de trocas de ar, adição de ventilação/exaustão local, uso de
salas de pressão negativa, etc.

Controles Administrativos:
Políticas individuais, normas e conjunto de procedimentos da empresa
para limitar a exposição e melhorar a segurança dos trabalhadores.

Nível individual:
As responsabilidades pelos trabalhadores incluem uso apropriado de
respiradores e adesão a práticas de trabalho seguro.

Considere-se o uso de respiradores quando medidas de controle de


engenharia estiverem:
1. Sendo instaladas;
2. Ainda não são tecnológica e economicamente factíveis nos casos de:
a) Operações de manutenção;
b) Tecnologia de recolhimento de dados de exposição;
c) Operações de limpeza e substituições;
d) Operações de construção ou desmontagens;
e) Emergências; e,
f) Combate a incêndio.

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Nos Estados Unidos, a norma OSHA 1910.134 revisada governa 1,3


milhões de empregadores e 5 milhões de trabalhadores e reflete novos
desenvolvimentos na tecnologia dos respiradores, desempenho, estilos e tipos
não disponíveis anteriormente. No Brasil, a Instrução Normativa nº 01 do
Ministério do Trabalho, de 11 de abril de 1994 apresentou o “Programa de
Proteção Respiratória” com recomendações de seleção e uso dos equipamentos
de proteção respiratória. Lá se encontram as práticas aceitáveis para usuários de
respiradores, com informações e orientações sobre o modo apropriado de
selecionar, usar e cuidar dos equipamentos, além de conter os requisitos para o
estabelecimento e melhoria de um Programa de Proteção Respiratória.

CAPA DO PPR – PROGRAMA DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA DO MINISTÉRIO DO TRABALHO


INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 01 DE 11/04/1994 4ª EDIÇÃO

Esta publicação, que deve sempre estar ao lado do profissional de


segurança do trabalho para ajudá-lo na elaboração do seu PPR, está à venda na
Fundacentro. Também pode ser baixada no site http://www.fundacentro.gov.br.

Lembramos que o PPR é documento obrigatório e os profissionais de


segurança do trabalho devem prepará-lo ou terceirizar sua preparação a fim de
atender à exigência legal. Nada impede que haja consulta e aproveitamento de
idéias da legislação de outros países. Após desenvolver o PPR, com as atividades
requeridas para isso, o profissional deve atualizá-lo sempre que necessário e
fazer sua avaliação periódica. Também será útil ao profissional de segurança que

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
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queira elaborar e implantar o Programa de Proteção Respiratória em sua
empresa, consultar e inteirar-se dos procedimentos de elaboração adotados em
outros países para, então, adotar conduta mais completa e adequada. Além da
Fundacentro, podemos indicar para consulta o OSHA www.osha.com Respiratory
Protection Standard 29 CFR 1910.134, a ANSI www.ansi.org também acessível
em www.aiha.org, o NIOSH www.cdc.gov/Niosh, a NFPA (para equipamentos de
combate a incêndio) www.nfpa.org, normas canadenses em www.csa.ca.

O PPR – Programa de Proteção Respiratória

O empregador deve desenvolver e implementar um Programa de Proteção


Respiratória por escrito com procedimentos e elementos para uso requerido na
proteção. Deve entregar aos trabalhadores os equipamentos necessários,
aplicáveis e adequados para o fim previsto. Deve também atribuir a um
administrador qualificado diversas responsabilidades para acompanhar e avaliar
o PPR.

Programa Escrito que no mínimo deverá conter:

 Procedimentos considerados para a seleção dos respiradores a serem


utilizados nos ambientes de trabalho. Aqui se incluem resultados de
levantamentos ambientais de contaminantes nos locais de trabalho.
Podem ser considerados os de eventual PPRA recentemente realizados.
 Avaliações médicas dos empregados que precisam usar respiradores.
 Procedimentos de Ensaios de Vedação (fit testing) para comprovarem
selagem adequada dos respiradores.
 Procedimentos de uso adequado dos respiradores em situações de rotina
e em situações razoavelmente previstas em emergências.
 Procedimentos e esquemas de limpeza, desinfecção, armazenamento,
inspeção, reparos, descarte e outros casos de manutenção dos
respiradores.
 Procedimentos para assegurar adequada qualidade do ar, quantidade e
fluxo respiratório para casos de respiradores de linha de ar comprimido.
 Esclarecimento e treinamento de empregados sobre os riscos
respiratórios aos quais eles possam estar expostos durante situações de
rotina e em emergências.
 Treinamento dos empregados no uso apropriado dos respiradores,
cuidados, incluindo colocar e remover, limitações no seu uso e sua
manutenção básica; e,
 Procedimentos para avaliações regulares da eficácia do PPR.

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O sucesso do PPR depende em muito do entendimento desses procedimentos
para encorajamento dos empregados a realmente utilizarem seus respiradores e
neles confiar.

Como dissemos, o documento legal da elaboração de um PPR no Brasil e que


deve servir de orientação a quem o elabora, é a Instrução Normativa nº 01/1994
da Fundacentro (Ministério do Trabalho) agora em sua 4ª Edição.

A consulta a outras normas internacionais como a do OSHA 1910.134 poderá


agregar mais conhecimentos a respeito deste importante documento.

Um checklist aplicável para PPR:

O seu PPR contém informações por escrito relativas a:

□ Seu local de trabalho específico – natureza das atividades


□ Tempo de duração de atividades
□ Seleção dos respiradores
□ Avaliações médicas dos empregados que devem utilizar respiradores e sua
liberação para esse uso
□ Ensaios de Vedação
□ Uso do respirador em rotina ou em emergências
□ Esquemas para limpeza, desinfeção, armazenamento, inspeção, reparos,
descarte e manutenção dos respiradores
□ Nos casos de uso de respiradores com linha de ar comprimido, está assegurada
a qualidade adequada do ar respirável
□ Treinamento quanto aos riscos respiratórios específicos dos locais de trabalho
□ Treinamento no uso adequado e manutenção de respiradores
□ Avaliação periódica do PPR
□ Há um Administrador designado do PPR qualificado para administrá-lo
□ Atualização do PPR escrito na frequência necessária levando em conta
mudanças havidas nos locais de trabalho que possam afetar o uso dos
respiradores
□ Fornecimento dos respiradores, treinamentos e avaliações médicas são sem
custo para os empregados.

Se você não marcou todas as caixas acima, seu PPR não está de acordo com as
normas. Revise, aplique as atividades que ainda faltam.

Sempre disponibilize informações a todos os empregados.

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Máxima Concentração de Uso – MCU

Definição Genérica:

Definição OSHA 1910.134 (b): A MCU é a máxima concentração de uma


substância contaminante presente no ar que se espera proteger o usuário que
usa um respirador e é determinada pelo Fator de Proteção Atribuído do
respirador ou classe de respiradores e o Limite de Exposição do contaminante.

A MCU é usada para determinar se um respirador vai oferecer proteção


adequada contra uma concentração conhecida de um contaminante presente no
ar. Um método matemático empregado para determinar a MCU é:

MCU = FPA x LT

onde: LT é o Limite de Tolerância, Limite de Exposição, Valor Teto ou outro dado


de limite disponível para o contaminante.

FPA é o Fator de Proteção Atribuído do respirador (veja IN 01/94)

É o nível mínimo de proteção respiratória que se espera alcançar no local


de trabalho, para uma porcentagem especificada de usuários treinados,
proporcionado por um respirador apropriado (ou classe de respirador) em bom
estado e ajustado corretamente no rosto, usado durante todo o tempo em que o
usuário permanece na área contaminada.

Multiplique o FPA do respirador pelo Limite de Exposição apropriado. A


utilização de um Limite de Exposição é frequentemente um julgamento
profissional, apesar de que o atendimento às normas deve sempre ser
considerado.

O valor obtido é chamado de Máxima Concentração de Uso (MCU). Ela


representa a maior concentração do contaminante do ar em que o respirador
pode ser utilizado (no entanto, você também deve considerar a concentração
IPVS do contaminante que nunca deve ser ultrapassada assim como as limitações
do cartucho de filtro).

Cuidados e Limitações:
Nunca use um respirador em concentrações de contaminante acima do valor
MCU.
Não há limitações adicionais para o respirador. A fórmula acima é somente um
dos diversos métodos utilizados para identificar uma MCU.

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Exercício 1

A empresa XYZ planeja utilizar um respirador de peça semifacial dotado de


cartucho de carvão ativado contra vapores orgânicos para proteção do
trabalhador contra vapores de estireno. Qual a Máxima Concentração de Uso
(MCU) para este respirador?

Contaminante: Estireno Limite de Exposição: 50 ppm

FPA do respirador: 10

MCU = FPA x Limite = 50 x 10 = 500 ppm

Se a concentração ambiental é de 125 ppm esse respirador pode ser indicado ?

Neste caso, sim.

Exercício 2

Supondo que os trabalhadores dessa empresa estejam expostos a concentrações


de estireno de 635 ppm. Esse respirador semifacial seria indicado?
Neste caso, Não. Qual seria o respirador indicado então?

Respirador de Peça Facial Inteira cujo FPA = 100.


100 x 50 = 5000 ppm

Mas lembre-se que o valor Imediatamente Perigoso à vida e à Saúde do Estireno


é 700 ppm. Então essa se torna agora a MCU, pois não podemos permitir
trabalhos em exposições acima do valor IPVS que neste caso é o limitante.

Exercício 3
Calcule a MCU para um respirador de peça facial inteira que utilize o filtro
cartucho de carvão ativado contra vapores de dimetilanilina:
Limite de Exposição: 5 ppm
FPA do respirador = 100
MUC = 100 x 5 = 500 ppm
Mas lembre-se que o valor Imediatamente Perigoso à vida e à Saúde a
dimetilanilina é 100 ppm. Então essa se torna agora a MCU, pois não podemos
permitir trabalhos em exposições acima do valor IPVS que neste caso é o
limitante.

Considerações:

Os respiradores purificadores de ar (que contenham um filtro) são de pressão


negativa e podem ser utilizados até:

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1. O valor calculado pela fórmula aplicada do MCU
2. O valor IPVS do contaminante
3. As limitações das normas da Fundacentro PPR ou na sua ausência, as normas
NIOSH americanas para os cartuchos.

Ainda mais uma consideração:

Fator de Proteção Requerido FPR (Hazard Ratio)

O FPR do respirador não pode exceder o FPA que você está considerando
Isto significa que o FPA não pode ser maior do que o FPR

FPR = Concentração de Exposição


Limite de Exposição
No caso do exemplo do estireno:
FPR = 125 ppm = 2,5
50 ppm
Neste caso o respirador semifacial pode ser usado pois seu FPA = 10.

Genericamente, um respirador é um dispositivo destinado a oferecer a


quem o usa, proteção respiratória contra inalação de contaminantes agressivos.

Os respiradores oferecem proteção de duas formas: ou removendo o


contaminante do ar através de filtros antes que ele seja inalado ou então
suprindo ar respirável de uma fonte independente de abastecimento. A
classificação principal dos tipos de respiradores está baseada nessas categorias.

Um respirador que remove os contaminantes do ar é chamado respirador


purificador de ar. Um que forneça ar de uma fonte externa é chamado respirador
supridor de ar ou respirador com linha de ar ou de adução de ar. Ambos os tipos
podem ser subclassificados pelo tipo de cobertura das vias aéreas e pelo modo
de operação. Os equipamentos autônomos de ar comprimido são aqueles em
que o ar a ser respirado pelo usuário está contido num cilindro de ar comprimido
de alta pressão que ele leva nas costas.

É importante mencionar aqui a nomenclatura americana (devidamente


traduzida) quanto aos filtros purificadores de ar.

Entendem que o termo “Filtragem do ar” é a captura e remoção mecânica


de particulados. “Purificação do ar” é a adsorção de contaminantes gases e
vapores por ação do material adsorvente dentro dos cartuchos que podem ser:
peneiras moleculares, sílica gel, alumina ou carvão ativo. A purificação do ar
requer também uma filtragem prévia.
A finalidade básica de qualquer respirador é, simplesmente, proteger o
sistema respiratório da inalação de contaminantes presentes na atmosfera em
locais de trabalho. Sempre que as medidas de engenharia não puderem eliminar
totalmente esses contaminantes, recorre-se à proteção respiratória.

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Um respirador que remova contaminantes do ar ambiente é chamado de


respirador purificador de ar. Um respirador que forneça ar de uma fonte
diferente daquela da atmosfera circundante é um respirador supridor de ar ou
de adução de ar. Ambos os tipos de respiradores podem, depois, ser
subclassificados pelo tipo de cobertura das vias respiratórias (Peças Faciais) e
pelo modo de operação.

Para facilidade de estudo, podemos classificar os equipamentos de


proteção respiratória em:

DEPENDENTES: sua utilização depende das condições do ambiente onde o


usuário vai desempenhar suas tarefas tais como: concentração
dos contaminantes e concentração do oxigênio no ar. São
exemplos clássicos desta família os respiradores
purificadores de ar (respiradores com cartuchos filtrantes).

INDEPENDENTES: a utilização destes respiradores independe das condições


reinantes no ambiente onde eles serão utilizados, pois os que os
usam respiram um ar já purificado, que chega através de
mangueiras de ar ou dos equipamentos autônomos de ar
comprimido. Em algumas situações, roupas especiais de
proteção são utilizadas.

PEÇAS FACIAIS

Antes do estudo da Proteção Respiratória propriamente dita, vejamos os


tipos de peças faciais que podemos empregar, pois muitas delas são utilizadas na
construção de vários tipos de equipamentos de proteção respiratória.
Tomaremos como exemplos, na maioria dos casos, aqui e em outros capítulos
deste Trabalho, os equipamentos produzidos pela empresa brasileira SBPR -
Sistema Brasileiro de Proteção Respiratória Ltda., que têm como marca
registrada o nome Air Safety. Mas isto não dispensa você de tomar
conhecimento de todos os equipamentos de proteção respiratória existentes no
mercado, levando em conta na sua escolha fatores como aprovações,
conhecimento do processo produtivo, opiniões de outros especialistas como
você, atendimento do fabricante, reposição de peças, assistência técnica
eficiente, etc.

Poderemos dividir o estudo das peças faciais em:

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A - Peças Faciais de Ajuste Firme ao rosto do usuário

Peças Bocais – em respiradores de fuga, tendo dispositivo envolvido


pelos lábios onde se dá a vedação e seguro pelos dentes do usuário, dotados de
uma pinça nasal para impedir respiração pelo nariz, com filtros, indicados para
uso em situações de fuga quando houver escape de gases tóxicos. Não permitem
comunicação entre quem usa e outras pessoas. Após o uso, o cartucho filtrante é
descartado, sendo o restante aproveitado após lavagem, higienização e
reposição de filtro e lacres. São de uso por tempo limitado, apenas nas situações
de auto salvamento. O ajuste firme neste caso não se refere à vedação ao rosto.

Peças Quarto Faciais – peças faciais que cobrem as vias respiratórias e se


apoiam sobre o queixo.

Respirador com peça Quarto Facial Alltec®

Peças Semifaciais – peças faciais que cobrem as vias aéreas e se apoiam


sob o queixo. Servem como barreiras contra a atmosfera contaminada e como
peça principal de construção dos respiradores purificadores de ar ou supridores
de ar às quais elementos podem ser agregados. Podem e devem sofrer
manutenção, limpeza e higienização, substituindo-se as peças desgastadas por
outras novas. Os respiradores descartáveis, também conhecidos como
respiradores sem manutenção ou de uso único, se enquadram nesta definição,
sendo peças faciais filtrantes (PFF), onde o próprio meio filtrante é usado para
fabricação do respirador. Por serem descartáveis, não são passíveis de
manutenção. O SBPR, por exemplo, oferece ao mercado modelos de
respiradores semifaciais para escolha direta do usuário ou profissional de
segurança. São eles: o Air Tox I, o Air Tox II, o Verna e o Air San. Lembremos que
os descartáveis também são considerados respiradores semifaciais.

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Respiradores com Peças Semifaciais:

Os respiradores com peça semifacial são confeccionados com elastômero


flexível, silicone, neoprene ou ainda outros materiais. Incorporam tirantes de
elásticos com ou sem cobertura de fios de tecido, com quatro pontos de fixação.

Os modelos de respiradores semifaciais oferecem excelente vedação ao


rosto do usuário, adaptando-se facilmente a praticamente todos os tipos de
rostos. A tecnologia que se adota na fabricação de respiradores purificadores de
ar (respiradores que utilizam filtros) determina seu visual: europeia, com apenas
1 cartucho posicionado frontalmente, o que se constitui numa solução que
oferece conforto ao usuário, e americana, com respiradores de 2 cartuchos. O
SBPR fabrica os seus respiradores semifaciais e faciais inteiros com as duas
tecnologias, facilitando a escolha do profissional de segurança do trabalho.

A escolha do respirador deve recair naquele modelo que ofereça o maior


conforto ao usuário, aceitação por ele e vedação perfeita, reconhecido após
execução dos Ensaios de Vedação de que tratam os diversos PPR existentes no
mundo.

A substituição dos cartuchos é fácil e todos os componentes dos


respiradores podem ser também facilmente substituídos quando apresentarem
desgaste. Só devem ser utilizadas peças de reposição originais.

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Peças faciais inteiras – peças faciais que cobrem as vias aéreas e os olhos.
Por protegerem os olhos, essas peças faciais são dotadas de um visor,
apresentando também outras características que as tornam as peças faciais que
melhor vedação e conforto oferecem aos usuários, como: larga ou dupla vedação
labial, cinco pontos de fixação, mascarilha interna, alça para transporte e
membrana acústica, que permite comunicação entre os usuários. Essas peças
faciais inteiras podem ser utilizadas com cartuchos filtrantes, com linha de ar e
nas máscaras autônomas de ar comprimido. Neste caso pode ser necessária uma
adaptação para correção da visão do usuário. Igualmente neste caso, os
respiradores podem e devem facilmente sofrer manutenção e substituição de
peças de reposição.

Modelos de peças faciais inteiras de 1 via (um cartucho): a Full Face e a Star Air:

Modelo Full Face Modelo Star Air

Respiradores do tipo Purificadores de Ar podem ser dotados de uma


variedade de cartuchos. O tipo de peça facial desses respiradores bem como o
tipo do cartucho determinam o Fator de Proteção Atribuído.

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Modelo de Peça Facial Inteira de duas vias (dois cartuchos):

B - Peças Faciais de Ajuste Solto no rosto do usuário

Capuzes e Capacetes, não abordados neste Trabalho. São projetados para


oferecer uma vedação parcial ao rosto do usuário, cobrem pescoço e ombros e
podem ou não oferecer proteção à cabeça. Basicamente só oferecem proteção
contra partículas. Nesta classe se incluem os respiradores motorizados.

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Alguns exemplos mencionados no PPR da Fundacentro com seus FPA:

Tipo de respirador Peça Semifacial (b) Peça Facial Inteira


A - Purificador de ar
 Não motorizado 10 100
 Motorizado 50 1000

B - Uso com Adução de Ar


(Linha de Ar)
B1 – Linha de Ar
Comprimido de Demanda
sem pressão positiva 10 100
De Demanda com Pressão
Positiva 50 1000
De Fluxo Contínuo 50 1000
B2 – Máscara Autônoma
(circuito aberto ou
fechado)
De Demanda sem pressão 10 100
positiva

Máscara Autônoma de
demanda
- com pressão positiva N/A (c) 10.000
(nem todos os usuários
alcançam este nível)
Observações:
a) O Fator de Proteção Atribuído não é aplicável para respiradores de fuga.
b) Inclui a pela quarto facial, a pela semifacial filtrante (PFF) e as peças
semifaciais de elastômeros.
c) A máscara autônoma de demanda não deve ser utilizada para situações
de emergência como em incêndios.
d) Os Fatores de Proteção apresentados são os de respiradores com
cartuchos classe P3 ou sorbentes (cartuchos químicos pequenos ou
grandes). Com filtros da classe P2 deve-se usar o Fator de Proteção
Atribuído 100 devido às limitações do filtro.
e) Embora esses respiradores de pressão positiva sejam considerados os
que proporcionam maior nível de proteção, alguns estudos que simulam
as condições de trabalho concluíram que nem todos os usuários
alcançaram o Fator de Proteção 10.000. Com base nesses dados, embora
limitados, não se pode adotar um Fator de Proteção definitivo para esse
respirador. Para planejamento de situações de emergência, nas quais as
concentrações dos contaminantes possam ser estimadas, deve-se usar
um Fator de Proteção Atribuído menor do que 10.000.

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O U. S. Bureau of Mine, dos Estados Unidos, refere-se ao termo “fator de
descontaminação” nos seus primeiros estudos em 1965 e o definia como sendo
“a relação entre a concentração de poeiras, fumos ou névoas presentes na
atmosfera e a concentração deles dentro da peça facial que está sendo usada”.
Em 1975, o OSHA e o NIOSH desenvolveram conjuntamente uma Decisão Lógica
sobre Respiradores e que depois foi atualizada em 1987. Os Laboratórios
Nacionais de Los Alamos desenvolveram um conjunto de fatores de proteção
baseados em ensaios de laboratório com respiradores dentro de câmaras
especiais assim como durante os ensaios de vedação. Em época mais recente
ainda, os FPA envolveram estudos mais abrangentes.

CAPÍTULO VII - ENSAIOS DE VEDAÇÃO DE RESPIRADORES (FIT TEST)

É o uso de um agente de teste para determinar a habilidade individual de


se obter no usuário uma vedação adequada quando utilizando um respirador
especificado. Os Programas de Proteção Respiratória de diversos países exigem
que cada trabalhador que utilize um respirador de ajuste firme seja submetido a
ensaio de vedação para determinar se está utilizando um respirador adequado.
Estes ensaios são também conhecidos como “Fit Test”. É através da realização
destes ensaios que podemos garantir se existe boa vedação dos respiradores no
rosto dos usuários. Como já vimos, esses ensaios devem obrigatoriamente ser
repetidos com uma frequência de um ano, ou antes, se o usuário perdeu ou
ganhou mais de 10% do seu peso corpóreo.

A proteção respiratória eficaz depende, em grande parte, da vedação do


respirador que o trabalhador está usando que por sua vez, depende das
características faciais do mesmo. Nas últimas décadas, o sobrepeso e a
obesidade das pessoas alcançaram proporções epidêmicas e constituem um caso
marcante de saúde pública nos Estados Unidos e em muitos outros países. O
sobrepeso e a obesidade levam a mudanças na morfologia óssea e no tecido
facial que podem estar associados com as dimensões da face. Ainda faltam mais
dados sobre a influência do sobrepeso e da obesidade das pessoas no
desenvolvimento de todos os equipamentos de proteção individual.

Nem todos os respiradores têm vedação perfeita a todos os rostos dos


usuários, daí a provável necessidade de se manter em estoque mais de um tipo
de tamanhos de respiradores para oferecer o melhor deles ao usuário, levando
em conta inclusive sua preferência pessoal. O Sistema Brasileiro de Proteção
Respiratória e outros fabricantes dispõem de respiradores semifaciais de 4
tipos/tamanhos diferentes para atenderem aos casos em que um determinado
tipo ou tamanho não possa oferecer boa vedação.

Fatores que podem prejudicar a boa vedação de um respirador:

 Pelos faciais tais como barbas, bigodes, costeletas, etc.


 Osso zigomático muito protuberante

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 Face muito delgada
 Cicatrizes faciais
 Óculos
 Maquiagem
 Próteses dentárias

Aqui vão algumas considerações a respeito de Ensaios de Vedação em


respiradores: Com que frequência se executam ensaios de vedação (Fit Test) ?
O PPR da Fundacentro, assim como o de outras entidades como o OSHA
descrevem essas atividades. Quando for necessário o uso de respiradores:
 O empregador deve assegurar que um trabalhador usando um respirador
de ajuste firme seja submetido ao ensaio antes do uso inicial do
respirador, ou quando outra peça facial (no tamanho, estilo, modelo e
marca) é adotada, e após isso, anualmente.
 O empregador deve executar ensaios de vedação adicionais sempre que
o trabalhador reportar, ou quando o Técnico em Segurança do Trabalho,
ou outro profissional da área ou o Administrador do PPR implantado
façam observações visuais em alterações nas condições físicas dos
trabalhadores que possam afetar o perfeito ajuste do respirador. Essas
condições incluem, mas não se limitam a: cicatrizes faciais, mudanças na
arcada dentária, cirurgias plásticas cosméticas ou uma mudança óbvia no
peso corporal.

Comentário 1 do Newsletter do Dr. Mckay:

Se, após ter sido submetido a ensaio de vedação qualitativo ou quantitativo o


empregado notificar o empregador, seu supervisor ou o profissional da
segurança do trabalho que o ajuste do respirador ao seu rosto lhe é inaceitável,
o empregado deve ter a chance razoável de selecionar um respirador diferente e
ser retestado.

Em resumo: o ensaio de vedação deve ser feito antes do uso do novo modelo de
respirador escolhido nas áreas que requerem proteção respiratória. E deve ser
repetido pelo menos anualmente enquanto a proteção respiratória estiver sendo
requerida. Além disso, o ensaio de vedação deve ser executado se um respirador
diferente (marca, modelo estilo ou tamanha) vier a ser adotado. É senso comum.
E ainda quando o respirador do ensaio anterior aparenta não vedar.

Teste seus conhecimentos de Ensaio de Vedação:

1. Com relação à execução de um ensaio qualitativo com reagente de sabor


doce ou amargo, deve-se dirigir o spray diretamente no nariz ou boca da
pessoa em teste ? Falso ou Verdadeiro? Resposta: Falso. Isto contraria o
que foi especificado no PPR da Fundacentro e de outras entidades. Isto
poderia levar a uma falha na identificação de uma vedação do respirador
ainda que pequena.

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2. Complete no espaço: Quando do ajuste de um respirador descartável


(peça facial filtrante) que possui 2 tiras elásticas, numa pessoa com
cabelos compridos na parte posterior da cabeça (ou rabo-de-cavalo), a
tira inferior deve ser posicionada ao redor da nuca, abaixo das orelhas ou
deve ser posicionado ________________ do cabelo?

a) Abaixo (isto é, tocando a pele)?


b) Acima (isto é, não tocando a pele)?
Resposta: abaixo (isto é, tocando a pele)

Comentário: posicionar a tira do respirador sobre os cabelos é


inconveniente e contrária às orientações da maioria dos fabricantes de
respiradores, pois cria a oportunidade de os cabelos se enrolarem na tira
elástica do respirador especialmente ao se mover a cabeça.

Comentário 2 do Newsletter do Dr. Mckay:

“Demitido por causa de pelos faciais:


No dia 17 de abril de 2013, o Canadian Safety Reporter informou que um juiz
deferiu uma sentença de demissão de um empregado por violar uma série de
regras de segurança no trabalho, inclusive usar um respirador sendo portador de
pelos faciais. Seu empregador reciclava chumbo e exigia que os empregados
utilizassem respiradores para proteção respiratória. Nos últimos anos, o
empregado que lá trabalhava havia mais de 37 anos foi advertido por sete vezes.
Após uma suspensão de 25 dias, ele teve duas incidências em dias consecutivos
em que não utilizou respiradores e outros EPIs, e no dia seguinte utilizou um
respirador sem ter se barbeado”.

Com que frequência se executa um ensaio de vedação?


 Antes do uso inicial do respirador.
 Após isso, pelo menos uma vez ao ano.
 Sempre que o usuário reportar ou de alguma forma for observado que o
usuário tenha sofrido mudanças físicas que poderiam afetar a vedação.
 Tais condições incluem, mas não se limitam a: alterações nas arcadas
dentárias, cirurgias faciais ou alterações visíveis no peso corporal.

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Tipos de Ensaios de vedação

Qualitativos:
 Aerossol de Sacarina (sabor doce).
 Aerossol de Bitrex® (sabor amargo), o mesmo tipo de solução que
se colocam na fabricação de brinquedos para evitar que as
crianças os mordam. E também em medicamentos de uso infantil
coloridos para evitar ingestão curiosa pela cor.
 Acetato de Isoamila (Óleo de Banana).
 Fumos irritantes.

Etapas do Ensaio de Vedação Qualitativo com Spray de Sacarina ou Bitrex ®

Os ensaios de vedação qualitativos podem ser utilizados nos


equipamentos de proteção respiratória de ajuste firme não somente como um
método de ensaio para assegurar que seus funcionários estejam adequadamente
protegidos mas também como uma forma efetiva de treiná-los quanto à maneira
correta de colocar o respirador (máscara). Os respiradores para proteção contra
contaminantes comumente falham na sua eficácia devido a um ajuste
inadequado e cuidados dispensados a eles pelo usuário.

Reações adversas ao Bitrex® : Ele é usado, como a Sacarina, para ensaios


de vedação qualitativos em respiradores de peça semifacial, peça facial inteira e
descartáveis. Centenas de milhares de ensaios de vedação só nos Estados
Unidos, têm sido feitos com Bitrex® com muito poucos efeitos adversos às
pessoas. No entanto, apesar de excelentes registros seguros, quem aplica
ensaios com esse produto deve saber que foram reportadas algumas respostas
adversas. Em 2007 foram relatados oito casos ocorridos com pessoas entre 33 e
58 anos de idade (5 mulheres e 3 homens) com reações adversas. Em todos os
casos houve inalação e um caso de contato da pele com o líquido. Houve
sintomas de reações respiratórias. Houve também aumento de reações
asmáticas. Números que aparentemente são altos enfatizam a necessidade do
entendimento da incidência dessas reações adversas. Já que o produto é usado
numa variedade de produtos comerciais, incluindo cosméticos, os submetidos
aos ensaios devem teoricamente estar expostos ao mesmo nível de riscos.

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A vedação entre o rosto e o perímetro da máscara é o problema mais
comum. Também se vêem usuários com máscaras após terem sido deixadas na
cabeça ou em volta do pescoço principalmente as peças faciais filtrantes
(descartáveis).

Ensaio de Vedação Qualitativo em Câmara de Óleo de Banana


(este ensaio não se aplica a respiradores descartáveis)

Ensaios de Vedação Quantitativos:

Requerem instrumentação especial:

 Geração de Aerossol
 Aerossol Ambiental
 Pressão Negativa Controlada
 Computador com software adequado

Qualificações que se esperam de quem executa Ensaios de Vedação (Fit


Testing)

O OSHA não é muito claro nem o PPR brasileiro sobre a capacitação da


pessoa que vai executar os ensaios de vedação. Há sim protocolos detalhados
para ensaios qualitativos e quantitativos no Apêndice A (de novo, o OSHA). Se
não houver um treinamento adequado do operador, ele pode erroneamente
chegar a resultados em se conseguir uma proteção aceitável. O caso de
profissionais da área da saúde é um exemplo de ensaios de vedação onde seu
treinamento foi insuficiente. Isto explica por que os trabalhadores da área da
saúde frequentemente usam respiradores com ajuste inaceitável ou vedação
insuficiente.

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A Secção 5 da norma ANSI Z88.10-2010 define as qualificações de quem
aplicará os ensaios de vedação. Esta Secção estabelece que os operadores
devem ser adequadamente treinados e demonstrem proficiência nos métodos
de ensaios de vedação a serem feitos nos ambientes de trabalho. Esta Secção
também atribui ao administrador do PPR as responsabilidades nas avaliações e
verificações de um treinamento aceitável. A Secção 5.1 reconhece os benefícios
de um treinamento formal do profissional que for contratado para realizar os
ensaios de vedação quando se trata de serviço terceirizado.

As qualificações específicas para executores de ensaios de vedação são


descritas na Secção 5.2 e incluem:

 Conhecimento geral e específico demonstrado dos respiradores a serem


utilizados pelos trabalhadores.
 Demonstração de que conhecem a aplicação correta dos ensaios de
vedação a serem empregados.
 Demonstração de que têm habilidades para preparar todos os
equipamentos e conhecimento dos métodos que vão empregar.
 Demonstração de habilidade para conduzir de maneira adequada os
métodos de ensaios de vedação .
 Demonstração de suas habilidades para identificar as possíveis falhas nos
testes executados. Esta é uma das mais importantes responsabilidades do
operador.

Respiradores que têm vedação insuficiente comumente são aprovados


nos ensaios de vedação quando os ensaios não forem aplicados corretamente.
Este problema aparece tanto nos ensaios qualitativos quando nos quantitativos.
Os operadores devem saber quais fatores puderam causar uma aparente boa
vedação dos respiradores quando maus contatos com o rosto estiverem
presentes. Pedir ao usuário do respirador que caminhe durante os ensaios com a
falsa impressão de que seu respirador está vedando bem quando há excessivos
maus contatos do respirador com o rosto, pode expor o usuário a contaminações
ou mesmo a morte.

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Importante: também é indispensável uma avaliação médica do usuário


para determinar se o mesmo está apto para utilizar qualquer tipo de respirador
para desempenho de suas tarefas em ambientes contaminados. Há fatores que
podem restringir a utilização dos respiradores, tais como: doenças pulmonares
ainda que moderadas, hipertensão moderada, histórico de doenças cardíacas
isquêmicas, portadores insulinodependentes de diabetes, certas doenças de pele
como pseudo foliculite barbae. As condições que podem contraindicar o uso de
respiradores podem ser: doenças pulmonares graves, doenças cardíacas graves,
hipertensão incontrolável, claustrofobia, anomalias faciais e problemas
musculoesqueléticos que interfiram no uso.

Procure conhecer possíveis reações alérgicas de pessoas que foram


ensaiadas com algum produto e que eventualmente já estejam relatadas, para
então possivelmente escolher outro dos métodos de ensaios de vedação.

Lembre-se que a avaliação do médico é importante para determinar se o funcionário


está em condições de utilizar um respirador, qualquer que seja o modelo.

CAPÍTULO VIII – TREINAMENTO DOS USUÁRIOS

Sempre é conveniente lembrar que o TREINAMENTO dos usuários de


qualquer EPI, principalmente os que usarão equipamento de proteção
respiratória, é procedimento indispensável porque eles necessitam de todas as
informações disponíveis para que possam utilizar seus equipamentos,
reconhecendo e reportando ao seu supervisor qualquer anomalia encontrada.

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Todo fabricante de respiradores ou seus autorizados devem oferecer aos


seus consumidores e usuários finais um completo treinamento para o bom uso
dos equipamentos que fabricam ou distribuem.

Dos profissionais da segurança do trabalho espera-se uma supervisão


direta dos usuários dos equipamentos, devendo ter um mínimo de
conhecimento dos mesmos.

Um treinamento em proteção respiratória de reciclagem anual é


especificamente mencionado como obrigatório no PPR da Fundacentro inclui,
mas não se restringe a:

 Práticas básicas em Proteção Respiratória.


 Conhecimentos de seleção e uso de equipamentos para proteção dos
empregados contra qualquer risco aos quais eles possam estar expostos.
 Conhecimento da natureza e abrangência dos riscos aos quais os
trabalhadores estão expostos.
 Operação de toda a estrutura completa do Programa de Proteção
Respiratória da sua empresa.
 Treinamento e reciclagem em técnicas de respiradores.
 Lista de presença dos participantes dos treinamentos, devidamente
arquivada.

Ao remover uma peça facial do rosto de forma incorreta, poderá haver


dano ao respirador, especialmente se isto ocorrer numa base repetitiva. Apesar
de que este tipo e extensão do dano causado depende do modelo do respirador,
as técnicas de colocar e remover o respirador devem ser claramente abordadas
nas instruções aos usuários para corrigir quaisquer tipos de erros. Os usuários
que receberem instrução insuficiente também podem se expor a contaminantes
desnecessariamente em áreas contaminadas quando da remoção de seus
respiradores após o trabalho.

Treinamentos constantes e adequados preparam os usuários


para ação imediata quando necessário

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CAPÍTULO IX - EQUIPAMENTOS DEPENDENTES

RESPIRADORES PURIFICADORES DE AR

PRÉ-FILTROS

São itens acessórios situados na frente dos filtros contra partículas


destinados a remover partículas grossas, mas não fazem parte das normas
aplicadas aos filtros contra partículas propriamente ditos. Um pré-filtro é
frequentemente utilizado com um adaptador na frente de filtros contra
particulados ou filtros químicos da classe 1. Quando um pré-filtro é utilizado, o
conjunto total deve obedecer aos requisitos de resistência encontrados nas
normas. Ele é trocado com mais frequência e protege o filtro P1, P2 ou P3 do
cartucho.

FILTROS (CARTUCHOS) CONTRA PARTICULADOS – USADOS NA REMOÇÃO DE


SÓLIDOS E LÍQUIDOS AEROSSÓIS

Os cartuchos de filtros contra particulados são destinados à proteção


respiratória de usuários desempenhando suas funções em ambientes contendo
material particulado no ar que respiram. Como material particulado, os
aerodispersoides entendem-se não somente as partículas sólidas, mas também
as partículas líquidas (gotículas). Entre estes aerodispersoides temos também
névoas, fumos, vapores metálicos, radionuclídeos.

Mecanismos de filtragem de a e r o d i s p er s o i d e s dos filtros


c o n t r a p ar t i c u l a d o s

Os filtros contra particulados são de dois tipos: absolutos e não


absolutos. Os absolutos utilizam uma espécie de seleção para remover as
partículas do ar, isto é, eles excluem as partículas que têm diâmetro maior do
que sua malha. No entanto, a maioria dos cartuchos com filtros contra
particulados é do tipo não absoluto, o que significa que eles podem conter
malhas mais largas do que as partículas a serem removidas. Eles usam
combinações de captura de interceptação, captura de sedimentação, captura de
impacto inercial, captura por difusão e captura eletrostática para removerem as
partículas. A exata combinação de mecanismos de filtragem adotada depende do
fluxo de ar através do filtro e do tamanho das partículas.

Captura por Interceptação

À medida em que as correntes de ar se aproximam de uma camada de


fibra da manta filtrante perpendicular ao seu caminho, elas se espalham e se
comprimem a fim de fluir ao redor da fibra e se juntam do outro lado (veja a
figura adiante). Se o centro da partícula nessas correntes de ar penetra a

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
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distância radial na fibra, ela encontra a superfície da fibra e é capturada. Quando
o tamanho da partícula é maior, a probabilidade de captura de interceptação
aumenta. Neste mecanismo, as partículas não se desviam do seu caminho
original.
Correntes de ar Interceptação

FIBRA

Mecanismo de captura por interceptação

Captura de sedimentação

Somente partículas grandes (2μ ou maiores) são capturadas por


sedimentação. Uma vez que este tipo de mecanismo de captura conta com a
gravidade para trazer as partículas da corrente de ar, o fluxo através da manta
filtrante deve ser baixo (veja a figura):

Correntes de ar Sedimentação

Fibra

Gravidade

Mecanismo de captura por sedimentação

Captura de impacto inercial

À medida em que as correntes de ar se chocam e mudam de direção de


repente para passar em volta da fibra, as partículas com suficiente inércia não
podem mudar de direção o suficiente para evitar a fibra. Assim elas se chocam
na superfície da fibra (veja a figura adiante). O tamanho, densidade, velocidade e
forma da partícula determinam sua inércia.

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Correntes de ar Impacto

Fibra

Mecanismo de captura por impacto inercial

Captura por difusão

O movimento de partículas menores é afetado pelas moléculas de ar que


colidem com elas. As partículas, então, podem cruzar randomicamente a
corrente de ar e encontrar a fibra enquanto passam. Veja a figura abaixo. Este
movimento randômico é dependente do tamanho da partícula e da temperatura
do ar. À medida em que o tamanho das partículas diminui e a temperatura do ar
aumenta, a atividade de difusão das partículas também aumenta. Isto aumenta a
probabilidade da captura. Fluxos de ar menores através do filtro também
aumentam a probabilidade da captura porque a partícula gasta mais tempo para
passar pela área da fibra.

Correntes de ar Difusão

Fibra

Mecanismo de captura por difusão

Captura eletrostática

Na captura eletrostática, as partículas são carregadas e as fibras da manta


filtrante têm cargas opostas. Portanto, as partículas são atraídas à fibra da manta
filtrante. Veja a figura abaixo. O mecanismo de captura eletrostática das mantas
filtrantes desta classe auxilia os outros mecanismos, especialmente os de
interceptação e de difusão.

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Partículas
carregadas

Fibra carregada

Mecanismo de captura eletrostática

Retenção de Particulados pelo Filtro:

Por interceptação Por ação eletrostática Fibra sem carga eletrostática

Fibra com carga eletrostática

Peça Semifacial Filtrante – PFF (o mesmo que máscara ou respirador


descartável, máscaras sem manutenção) para particulados.
A Norma Brasileira NBR 13698:2011 Equipamentos de Proteção
Respiratória classifica os respiradores descartáveis em três classes de proteção,
PFF1, PFF2 e PFF3, segundo ensaios de penetração de cloreto de sódio e/ou óleo
de parafina, executados em equipamentos especiais em laboratório. As PFF são
ainda classificadas de acordo com sua capacidade de reterem partículas sólidas e
líquidas à base de água S aprovadas no ensaio com aerossol de cloreto de sódio,
ou SL partículas sólidas e líquidas à base de óleo ou outro líquido diferente da
água. Também mostramos os valores máximos segundo a Norma Europeia EN
149:2001:

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Tipo/Classe de Penetração de Solução de Penetração de névoa de


Proteção NaCl a 95 l/min óleo de parafina a 95 l/min
NBR 13698 EN 149:2001 NBR 13698 EN 149:2001
PFF1 Máx. 20% Máx. 20% Máx 20% Máx. 20%
PFF2 Máx. 6% Máx. 6% Máx. 6% Máx. 6%
PFF3 Máx. 1% Máx. 1% Máx. 1% Máx. 1%

LINHA MASKFACE

Os respiradores descartáveis da linha MASKFACE são modelos de


formato dobrável, de boa vedação ao rosto do usuário, têm presilha nasal
moldável e embutida, duplos tirantes que não fazem uso de solda ultrassônica e
nem de grampeamento e estão disponíveis nas versões com e sem válvula de
exalação.

Peças Semifaciais Filtrantes de formato dobrável com ou sem válvula de


exalação contendo a marcação Inmetro – também compatíveis com uso
simultâneo de óculos, capacetes, toucas etc.

LINHA ABSOLUTE

Os respiradores descartáveis da linha ABSOLUTE são modelos de formato


concha rígida, igualmente de boa vedação ao rosto dos usuários, têm presilha
nasal externa e moldável na área de vedação do nariz, duplos tirantes que não
fazem uso de solda ultrassônica e nem de grampeamento, e estão disponíveis na
versão com ou sem válvula de exalação

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Peças Faciais Semifaciais Filtrantes formato concha, com válvula de exalação,


contendo a marcação INMETRO - também compatíveis com uso simultâneo de
óculos, capacetes, toucas etc.

Tendo sido projetadas como descartáveis e, portanto dispensando


qualquer tipo de manutenção, as peças faciais filtrantes foram previstas para
serem utilizadas durante no máximo uma jornada de trabalho, sendo
descartadas depois e substituídas por outras novas. De qualquer forma, o
momento em que deveremos substituir uma peça facial filtrante ou um cartucho
filtrante contra aerodispersoides é determinado por um ou mais dos seguintes
eventos:

 o respirador apresenta visível sinal de impregnação do aerodispersoide


ou se apresenta molhado,
 o respirador apresenta sinais de danos,
 o respirador oferece uma resistência à respiração maior do que
quando era novo,
 o usuário percebe sabor do contaminante ou irritação.

Os modelos com válvula de exalação são destinados ao uso em ambientes


de temperaturas muito elevadas, que ocasionam suor abundante no usuário. As
vantagens dos respiradores Mask Face são: flexibilidade, construídos em
camadas que não fissuram quando o respirador é dobrado, perfeita vedação ao
rosto do usuário, pinça nasal embutida no corpo do respirador. Evitam formação
de embaçamento nos óculos dos usuários.

Como todos os respiradores descartáveis e os filtros contra


aerodispersoides dos não descartáveis, estes também têm limitações no uso,
que são:

 A concentração do oxigênio no local de uso deve ser de, no mínimo


19,5% em volume. Portanto exclui-se o uso de quaisquer respiradores
purificadores de ar em espaços confinados;
 O ambiente não pode conter qualquer concentração de gases tóxicos
porque estes passariam direto pelo filtro;

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 A concentração dos aerodispersoides não pode ser maior do que 10
vezes seu limite de tolerância.

Já podemos entender que um levantamento ambiental nos locais de


trabalho, com manutenção de registros e repetição quando necessário é
fundamental para se estabelecer um Programa de Proteção Respiratória.

Aplicação: em geral, podemos recomendar uma Peça Facial Filtrante


PFF1S para proteção contra partículas sólidas tais como pó de metais, madeira,
carvão, pedras, São resistentes a aerodispersoides não oleosos. Um respirador
da classe PFF2S pode ser utilizado contra aerodispersoides de produtos químicos,
nevoas base água e fumos. Já um PFF3S deve ser empregado em ambientes
contendo poeiras radiativas e poeiras finíssimas, névoas base água, fumos, sendo
esses ambientes reconhecidos pela baixa velocidade de queda das partículas.
Quando se adota o uso destes respiradores pela primeira vez, quando o usuário
retirar o mesmo após sua jornada de trabalho, é importante observar o interior
da peça, se não houve visível passagem do contaminante ou outro dano. Corrige-
se o problema, se houver, adotando um respirador de classe superior ou
mostrando ao usuário a forma correta de colocação.

Observação: alguns fabricantes de respiradores descartáveis chamam-nos


de “respiradores sem manutenção”. A nomenclatura por norma é Peça Facial
Filtrante.

Aliás, nunca é demais repetir que o treinamento do usuário quanto ao


uso e cuidados com seus respiradores, sejam eles de que tipos forem, é fator
fundamental na sua proteção. O SBPR oferece cursos de proteção respiratória,
manutenção e treinamentos no seu Centro de Treinamento ou na empresa
usuária para complementar o trabalho do profissional de segurança do trabalho
neste aspecto. Mas é necessária inscrição prévia.

Peça Semifacial Filtrante para gases e vapores orgânicos incômodos (também


chamados de “respiradores sem manutenção”)

Se, no ambiente de trabalho, encontrarem-se gases ou vapores, que se


enquadrem como incômodos, uma peça semifacial filtrante que proteja apenas
contra aerodispersoides não oferecerá proteção. Nestes casos, o SBPR oferece
respiradores que contêm uma manta adicional impregnada com carvão ativo. É
essa manta extra a responsável pela adsorção dos gases e vapores orgânicos
incômodos presentes no ambiente, desde que no ar ambiente a concentração
desses gases/vapores esteja abaixo do seu limite de ação (1/2 do Limite de
Tolerância), além da camada que retém os aerodispersoides, pois esses
respiradores são do tipo combinado.

Dessa forma, o programa Air Safety tomado como exemplo inclui os


seguintes respiradores:

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Respirador Proteção contra aerodispersoides classe P2S, mais:


Mask Face ou Absolute Vapores Orgânicos, Gases Ácidos ou ambos (abaixo dos
seus níveis de ação) + particulados/névoas base água e
fumos

Os gases e vapores sem ou com fracas propriedades de alerta como o


cheiro, fazem com que não se recomende o uso de filtros, pois o usuário perde
uma das suas principais armas para reconhecer o momento da troca. Exemplo
clássico: óxido de etileno. Há outros métodos e modelos a serem seguidos para
se determinar o fim da vida útil de filtros, com segurança.
Segundo a ISO, o respirador de peça facial filtrante contra vapores
orgânicos e gases ácidos não deveria ter qualquer tipo de aprovação devido à
dificuldade de verificação dessa característica em laboratório.

A ilusão da proteção de máscaras do tipo cirúrgico

Estas máscaras apenas protegem os objetos com que o usuário está


trabalhando, mas não são equipamentos de proteção individual. Nem oferecem
vedação perfeita, nem seu material retém qualquer contaminante. Veja a figura
abaixo e identifique o respirador não adequado, além da má colocação de um
deles:

E na figura seguinte, você pode identificar de que forma poderemos


melhorar a vedação do respirador?

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Se você concluiu que o tirante superior deveria estar posicionado mais
acima na cabeça do usuário, acertou!

Nenhuma proteção do produto manipulado.


Lidando com produtos alimentícios e na ausência de contaminantes no
ar, aqui seria recomendável o uso de respiradores do modelo cirúrgico.
Evitariam a contaminação do alimento com perdigotos.

Outro exemplo de máscara (?) que não oferece proteção ao usuário:

Máscaras cirúrgicas – de ajuste solto, descartáveis, que têm cobertura sobre o nariz e a
boca de quem as usa. São descritas como de uso cirúrgico, dental, para procedimentos
médicos, isolamento e uso em trabalhos com laser. Elas ajudam a bloquear gotículas
lançadas pelas pessoas que as usam. Também previnem que a boca e o nariz de quem as
usa sejam atingidos por secreções ou névoas. Não foram previstas para a pessoa que as
usa não respirem partículas muito pequenas. São usadas uma só vez e depois
descartadas convenientemente.

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FILTROS (CARTUCHOS) CONTRA PARTICULADOS EM PEÇAS FACIAIS NÃO
DESCARTÁVEIS (TAMBÉM CHAMADAS DE REUTILIZÁVEIS)

A classificação dos cartuchos contra particulados a serem utilizados em


respiradores não descartáveis segue a Norma Brasileira NBR 13697:2010 e neste
caso eles se classificam em P1, P2 e P3, segundo a penetração inicial máxima em
ensaios com solução de cloreto de sódio e/ou óleo de parafina. Veja a tabela
adiante:

Aplicabilidade das classes de filtros contra particulados:

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Classe Local de Uso Atividades Principais nos


Processos
P3 Locais onde são geradas Processos onde são
poeiras, inclusive as geradas substâncias
substâncias tóxicas tais tóxicas ou
como o berílio. carcinogênicas.
P2 Locais onde são geradas Processos de solda,
substâncias tóxicas com fundição, refino, etc. que
exceção dos locais onde originam odores
necessariamente devem- incômodos.
se utilizar respiradores
superiores.
P1 Locais onde são geradas Pó de terra, rochas,
poeiras exceto os locais cimento, vidro, metais,
onde necessariamente fragmentos, fibras, etc.
devem-se utilizar
respiradores superiores.
Classe do Filtro Penetração de Solução de Penetração de névoa de óleo
NaCl a 95 l/min no ensaio de parafina ou DOP a 95 l/min
no ensaio
P1 Máx. 20% Máx. 20%
P2 Máx. 6% Máx. 6%
P3 Máx. 0,05% Máx. 0,05%

A série de cartuchos filtrantes contra particulados do SBPR para os


respiradores semifaciais (ELASTÔMERO) não descartáveis é a seguinte:

a) – Filtros das classes P2 e P3 para respiradores Air Tox I:


b) – Filtros das classes P2 e P3 para respiradores Air Tox II:
c) – Filtros das classes P2 e P3 para respiradores Verna
d) – Filtros das classes P2 e P3 para respiradores Air San

Todos esses filtros, de fabricação nacional do SBPR, são produzidos com


mantas que receberam tratamento eletrostático, aumentando assim sua
eficiência de retenção de aerodispersoides.

As limitações no uso dos filtros para estes respiradores são as mesmas já


mencionadas para as peças faciais filtrantes.

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Considerações especiais sobre o uso de respiradores por pessoal da área da
saúde na proteção contra o Bacilo de Koch (Tuberculose) ou outros agentes
presentes no ar que representam contaminação biológica

A fim de prevenir a transmissão de TB, em 1996 o OSHA revisou antigos


regulamentos do CDC americano (Centro de Controle de Doenças).

Se sua área de atuação abrange tratamento com pessoas com TB, você
deverá desenvolver na área, para o controle da exposição:

1) Listagem de classificação de cargos com exposição potencial;


2) Listagem de tarefas profissionais e procedimentos adotados pelos
empregados; e,
3) Plano escrito de controle de exposição

E para o seu Programa de Proteção Respiratória específico, distribuir


respiradores com filtros da classe P2 com Certificado de Aprovação da Anvisa
(Ministério da Saúde) a empregados que:

1) Precisam entrar em salas de isolamento;


2) Precisam desempenhar tarefas e procedimentos para indivíduos com
infecção por TB, suspeita ou confirmada, e que não estejam usando
máscara;
3) Precisam transportar indivíduos que não estejam usando máscara;
4) Trabalhem em ambientes com ventilação controlada; e,
5) Trabalhem em áreas onde estejam presentes indivíduos que não usem
máscara e que tenham suspeita ou confirmação de infecção por TB.

Tanto o NIOSH como o OSHA admitem que “a reutilização de respiradores


contra partículas é permitida para proteção contra tuberculose desde que esses
respiradores não estejam danificados, sujos ou a resistência à respiração não
seja grande o suficiente para causar desconforto ao usuário ou a integridade do
respirador não esteja comprometida”. Acreditamos, no entanto, que neste caso
tão especial, não se deva reutilizar um respirador, devendo o mesmo ser
descartado após um único uso.

Em 30/12/2005 o OSHA divulgou:

Está retirada a proposta de padrões de uso em casos de Tuberculose, pois


“estende-se o mesmo alto nível de proteção respiratória aos trabalhadores
expostos à tuberculose que está prescrito para os trabalhadores das indústrias
em geral”. Aplicam-se os ensaios de vedação anuais para estes casos, com
respiradores de ajuste firme, atividade que permanece.

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CARTUCHOS DE FILTROS QUÍMICOS – ONDE O ADSORVENTE É O CARVÃO
ATIVO IMPREGNADO (OU NÃO) OU UM CATALIZADOR.

O filtro químico é aquele destinado a reter gases ou vapores específicos


contidos no ar que o trabalhador respira durante a execução de suas tarefas.

Geralmente, esses filtros apresentam-se na forma de um cartucho de


plástico ou alumínio internamente tratado , que contém o material sorbente
que, por excelência, é o carvão ativado de casca de coco. Dessa forma, um
cartucho é um container contendo um adsorvente ou catalisador ou a
combinação destes dois, que remove gases específicos quando estes passarem
pelo cartucho.

As propriedades adsorventes do carvão são conhecidas desde a


Antiguidade. Utilizado durante muito tempo unicamente para filtrar água, ele foi
introduzido no processo de purificação do açúcar a partir do Século XIII. No
Século XVIII descobriu-se que o carvão possuía a capacidade de eliminar os
odores dos gases e de descolorir líquidos. Também nessa época, implantou-se o
processo de ativação do carvão, que pode multiplicar por dez sua capacidade de
adsorção.

Desde então, o desenvolvimento desse produto não fez outra coisa senão
avançar. Fizeram-se consideráveis progressos no campo dos processos de
ativação e as aplicações do carvão ativo se ampliaram bastante, sendo que cada
uma delas passou a exigir um produto específico. Da variedade das aplicações
nasceu a variedade dos carvões ativos. E uma das aplicações mais importantes
está na fabricação de filtros cartuchos contra gases e vapores que as pessoas
vão utilizar com seus respiradores evitando a exposição a esses produtos
nocivos.

Assim, conhecendo melhor os carvões ativos e suas propriedades, você


poderá dialogar em melhores condições com seu fornecedor de cartuchos de
filtros respiratórios e apreciar, como esperamos, as qualidades e aplicações dos
filtros do SBPR.

Peças Semifaciais com Filtros Químicos

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
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Peça Semifacial modelo Air San


com Filtro contra particulados

Colocação da Peça Facial Inteira

ADSORÇÃO

A adsorção é um fenômeno físico ou químico no qual as moléculas


presentes num líquido ou num gás se fixam na superfície de um corpo sólido. Por
superfície se entende não somente a superfície exterior, mas também e, acima
de tudo, a superfície interior do corpo sólido, quando sua natureza é porosa.

O fenômeno da adsorção provém da existência na superfície do sólido de


forças não compensadas de natureza física. Em algumas ocasiões, podem tratar-
se, também de forças químicas.

As primeiras forças são eletrostáticas chamadas de Van der Waals. Estas


são a origem da maior parte dos fenômenos de adsorção graças a uma ação
rápida e pouco seletiva que não produz nenhuma modificação das moléculas
adsorvidas.

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As segundas se produzem devido às interações químicas entre a molécula
que vai ser adsorvida e a molécula adsorvente. Neste caso, a adsorção é um
processo seletivo, que produz uma modificação das moléculas adsorvidas e
geralmente irreversível. Assim, pois, a adsorção é um fenômeno de superfície,
que não deve ser confundido com a absorção, a qual é produzida quando um
líquido penetra num corpo poroso, enchendo-o, e sem que o líquido seja retido
por outra força que não seja a da capilaridade. O exemplo típico de uma
absorção é o da esponja que se enche de água.

Em resumo, podemos definir o mecanismo da adsorção como sendo o


fluxo das moléculas dos gases contaminantes difundindo-se dentro da estrutura
porosa do adsorvente (carvão ativo), de onde são removidas do ar ambiente por:
Adsorção física: forças de Van der Waals agindo entre o gás e o
adsorvente. Estas são forças físicas muito pequenas e fracas.

Adsorção química: acontece uma reação química entre o gás


contaminante e os impregnantes do adsorvente, com a formação de um produto
inerte. Essas ligações entre o adsorvente e a impregnação são muito mais fortes
e irreversíveis.

Catálise: ação catalítica transformando o gás contaminante em outro não


contaminante. Caso especial de filtros contra Monóxido de Carbono onde o
catalisador é a Hopcalita, mistura de óxidos de cobre e manganês e que o
transforma em Dióxido de Carbono.
Importante: apesar de a adsorção se produzir a qualquer concentração
inicial do contaminante, ela é particularmente eficaz quando este se encontra
presente em nível de traços. Isto torna a aplicação em filtros respiratórios
altamente específica, porque aí nossa proteção é contra concentrações de até
5.000 ppm de gás, ou mesmo menores a espaços de tempos maiores.

Concentrações acima deste valor vão exigir outros tipos de equipamentos


de proteção respiratória. Veja mais adiante o Capítulo referente às máximas
concentrações de uso de respiradores purificadores de ar.

Todas as matérias que contêm carbono podem ser utilizadas na produção


de carvão ativo, apesar de que apenas quatro delas sejam utilizadas de forma
industrial, devido ao custo, disponibilidade quantitativa e seu comportamento
mecânico. São elas: casca de coco, madeira, turfa e hulha.

Quanto à porosidade, os carvões ativos têm um diâmetro que pode variar


segundo as necessidades, desde 5 até centenas de Ångstroms (1 Ångstrom =
10-10 m). Os poros são tantos que 1 grama de carvão ativo pode representar uma
superfície interna que vai dos 700 aos 2.500 m2, segundo o grau de ativação, o
que vale dizer, quase a metade da área de um campo de futebol, cuja área
aproximada é de 7.700 m2.

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Por essa razão, os carvões ativos estão perfeitamente adaptados para que
aconteça o fenômeno da adsorção na maioria dos processos industriais que o
requeiram. O SBPR, na produção de toda a linha de cartuchos de filtros químicos,
somente utiliza carvões ativos produzidos por fabricantes idôneos de várias
partes do mundo, partindo da casca de coco.

CAPÍTULO X – CARVÕES ATIVOS

Pontos-chaves para compreensão dos carvões ativos

Não existe apenas um tipo de carvão ativo, mas vários. Eles se


diferenciam segundo parâmetros de qualidade que é importante conhecer. Isto
porque um carvão, devido às suas características, pode ser eficaz e rentável,
onde outros fracassam parcial ou totalmente.

A porosidade

Os carvões apresentam poros de diâmetros diferentes. Falamos de micro


poros quando o diâmetro é inferior a 20Å, meso poros quando o diâmetro oscila
entre 20 e 500Å e macro poros quando ultrapassa os 500Å.

A casca de coco permite fabricar carvões essencialmente micro porosos,


enquanto a madeira destina-se fundamentalmente aos carvões meso e macro-
porosos. Escolhemos um ou outro destes carvões em função do tamanho das
moléculas que queremos fixar e do grau de retenção desejado.

A dureza e a resistência à abrasão

Os carvões fabricados à base de casca de coco apresentam a


peculiaridade de serem muito duros quando a tecnologia de fabricação está
perfeitamente controlada. São matérias-primas que, ao resistirem muito bem ao
desgaste por fricção, podem ser manipuladas sem que se pulverizem e, portanto

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não contaminam o processo e não perdem nada da matéria que devem captar. É
com essa matéria-prima que são fabricados os carvões que o SBPR utiliza.

A dureza da casca de coco é natural. Por isso não é necessário, como


ocorre com os carvões ativos granulados feitos a partir de turfa ou minerais,
adicionar um aglutinante para criar uma estrutura mecânica sólida. Um
aglutinante que, negativamente, produz como resultado carvões não
homogêneos e mais sensíveis aos oxidantes como o cloro e o ozônio.

Deve ser ressaltado que, em contato com fase líquida, os carvões à base
de madeira podem chegar a ser tão resistentes quanto os que são feitos à base
de casca de coco. O fator-chave para isso é o meio líquido, o que induz o
equilíbrio das forças internas no material, daí sua resistência à abrasão.

A densidade

Os carvões ativos fabricados à base de madeira têm menos densidade


que aqueles fabricados à base de casca de coco. Por isso, são prioritariamente
utilizados em aplicações que requerem uma leveza relativa, como os cartuchos
que equipam os automóveis, onde a relação “atividade/preço” os tornam mais
atrativos.

O Grau de Ativação, a Superfície Específica, a Capacidade de Adsorção.

Estes três parâmetros estão intimamente ligados, pois quanto mais ativo
é um carvão, mais desenvolve uma superfície específica e maior capacidade de
adsorção alcança.

A superfície específica varia principalmente em função do tempo


decorrido no forno de ativação. Quanto maior este tempo, maior grau de
ativação alcançará o carvão. Em outras palavras, seus poros são mais numerosos
e mais profundos.

A superfície específica se mede de acordo com o método BET (iniciais dos


nomes dos seus autores: Brunauer, Emmet e Teller). Este método consiste em
quantificar a superfície acessível às moléculas de um gás (nitrogênio ou argônio)
nos poros do carvão ativo. Trata-se de um valor expresso em m2 por grama de
carvão. Este método pode ser utilizado tanto para carvões ativos granulados
como em pó.

Existem várias formas de se expressar a capacidade de adsorção de um


carvão. A mais utilizada hoje é o “índice butano”, que mede o número de gramas
de butano adsorvido por 100g de carvão ativo. Seu valor pode oscilar entre 20 e
80%. Algumas normas fazem referência ao BWC (Butane Working Charge), um
índice que mede o número de gramas de butano adsorvido por 100 ml de
carvão, deduzida a quantidade restituída por desorção natural.

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É conveniente mencionar que o “índice butano” somente estima a
capacidade de adsorção, já que todos os parâmetros estão relacionados. Deve-se
destacar, porém, que numa dada matéria, quanto mais elevada é a superfície de
um carvão ativo, menor será sua densidade. Um carvão fortemente ativo
adsorverá, pois, muitas moléculas mais rapidamente. Este carvão é indicado no
tratamento de baixas concentrações de um produto (inferiores a 1 ppm) e
aumentará a vida útil do filtro graças à sua elevada capacidade de adsorção.

Ainda é possível medir a capacidade de adsorção pelo ‘índice de iodo “,


que indica a quantidade de iodo, expressa em miligramas, adsorvida por grama
de carvão ativo em pó. Este índice é relativamente representativo no caso de um
carvão novo, mas não no caso de um carvão usado. Neste caso, deve-se reduzir o
carvão a pó e proceder a uma acidificação no momento de se tomar a medida.
Os poros inacessíveis podem voltar, então, a ser acessíveis já que os elementos
minerais que os obstruem podem solubilizar-se devido ao ataque ácido, em cujo
caso a medida da capacidade de adsorção deixará de ser representativa.

A impregnação

A impregnação dos carvões ativos, como já vimos, melhora a adsorção


desses carvões perante determinadas famílias químicas de contaminantes do ar,
o que torna os cartuchos de filtros químicos mais eficientes. Ela é feita pelos
fabricantes dos carvões ou em estabelecimentos especialmente dedicados a essa
atividade. Essa seletividade se dá quando há impregnação com metais ou com
sais minerais. Neste caso, além do fenômeno da adsorção, acontecerá uma
reação química que modifica a estrutura da molécula do gás adsorvido.

É o caso dos carvões que o SBPR utiliza na produção dos filtros contra
gases ácidos, dióxido de enxofre, amônia e nos filtros químicos multitipo.

Os carvões a serem utilizados em filtros contra gases ácidos, por exemplo,


têm uma camada de produto químico básico, que reage com o gás ácido,
neutralizando-o. Já os carvões para retenção de amônia têm uma camada de
produto químico ácido, neutralizando a amônia quando entra em contato com
ela, e assim por diante.
Exemplos de impregnantes de carvão:

Tipo de Cartucho de Filtro Químico Impregnantes do carvão


Amônia e Aminas NiCl2, Sais de Cobalto ou Cobre, ácidos
Gases Ácidos Carbonatos, Fosfatos, KOH, Óxido de
Cobre
Formaldeído Óxido de Cobre + Sulfatos Metálicos,
Sais do Ácido Sulfâmico
Vapor de Mercúrio Iodo, Enxofre
Gás Fluorídrico Carbonatos, Fosfatos, KOH, Óxido de
Cobre

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Os carvões ativos utilizados pelo SBPR na produção de cartuchos químicos


são extrudados ou granulados, mas ambos os tipos têm granulometria bastante
reduzida, o que proporciona uma acomodação e compactação perfeitas dentro
do cartucho, impedindo movimentação e consequentemente livre passagem de
gases que deveriam ser retidos. Isto não ocorre nos cartuchos produzidos com
carvões mais macios e facilmente fragmentáveis, sendo essa a razão da empresa
não utilizar estes tipos de carvões.

Os carvões ativos podem conter maior ou menor teor de impurezas,


cinzas, umidade ou matérias voláteis.

A presença de excesso dessas impurezas implica em dois tipos de


inconvenientes: quem compra um cartucho químico produzido com esses
carvões paga pelas impurezas a preços de carvão ativo, e estas não são “ativas”,
além de poderem perturbar a eficiência de uma aplicação. Por exemplo, a
umidade no carvão diminui frequentemente e de forma considerável, a cinética
da adsorção. Existem procedimentos que permitem eliminar as impurezas na
preparação desejada. Os melhores produtores de carvão ativo, que são
fornecedores do SBPR, utilizam tecnologias de produção que permitem obter
carvões com uma taxa extremamente baixa de impurezas. Além disso, esses
fornecedores idôneos podem reduzir ainda mais o conteúdo de cinzas de seus
produtos através de lavagem com água, seguida de uma lavagem apropriada
com ácido, água, base, etc.

CARVÕES UTILIZADOS NA PRODUÇÃO DA LINHA DE FILTROS QUÍMICOS

Os fornecedores, rigorosamente escolhidos e frequentemente monitorados,


se caracterizam por suprirem carvões que têm:

1) Adequação às exigências e necessidades, de casca de coco, simples ou


impregnados;
2) Grande resistência ao desgaste por fricção, devido à sua dureza;
3) Superfície específica que oscila entre 700 e 2.500 m2 por grama;
4) Índices de CCl4 (tetracloreto de carbono) situados entre 40 e 150%, ou
índices de butano compreendidos entre 20 e 80%.
5) Granulometria que emprega peneiras que oscilam entre 4 e 100, ou
tamanhos efetivos que vão de 0,5 a 3 mm, até chegarem a 1/10 de mm;
6) Grãos rejeitados e não rejeitados nos extremos reduzidos a menos de 2%;
7) Conteúdo de cinzas que podem chegar a 2% ou menos; e,
8) Umidade inferior a 1%.

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CÓDIGOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS FILTROS QUÍMICOS DE CARVÃO ATIVO

O SBPR utiliza, na identificação da sua linha de cartuchos de filtros


químicos o mesmo código de cores e letras utilizado na Europa, que já se tornou
consagrado pelo uso também no mercado brasileiro. Há outra codificação
seguida por empresas de origem ou tecnologia norte-americana, menos
conhecida e, portanto menos empregada.

Se o profissional de segurança, ao decidir que um respirador com filtro


químico pode ser utilizado no ambiente, adquirindo esses filtros para os
respiradores já levou em conta, entre outros fatores:

 Quais os contaminantes gasosos existentes no ar que o trabalhador


respira;
 Quais as concentrações desses contaminantes;
 Esforço físico médio empregado pelos trabalhadores durante o uso dos
filtros; e,
 Umidade e temperatura do ar médias nos ambientes onde os filtros serão
empregados.

A tabela adiante especifica os principais cartuchos e vai ajudar você a


escolher seu filtro químico pela cor e letra de identificação:

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CONTAMINANTE IDENTIFICAÇÃO DO IDENTIFICAÇÃO DO


FILTRO PELA COR FILTRO PELA LETRA
Vapores orgânicos MARROM A
(solventes, pesticidas,
etc.)
Gases ácidos (também CINZA B
halogênios)
Vapores Orgânicos + MARROM E AB
Gases Ácidos
CINZA
Amônia e Aminas VERDE K
Vapores Orgânicos + MARROM,CINZA, ABEK
Gases Ácidos + Amônia + VERDE
Dióxido de Enxofre (*) E AMARELO
Filtros contra partículas TARJA BRANCA P2 ou P3

(*) Cartuchos para proteção contra CO (Monóxido de Carbono) e NO (Monóxido de Nitrogênio)


têm ainda tarjas preta e azul, respectivamente.

Há fabricantes que utilizam outra tabela de cores de identificação de


cartuchos que você também deve conhecer. Exemplos:

Proteção e Designação por Letras Cores das Tarjas segundo o NIOSH


Vapores Orgânicos OV Preta
Gases Ácidos AG Branca
Amônia Verde
Monóxido de Carbono CO Azul
Gases Ácidos + Vapores Orgânicos Amarela
Filtros contra Particulados Púrpura

Filtros químicos para respirador de 2 vias

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Classificação:

1. Cartuchos de Filtros Químicos – podem ser dos seguintes tipos:


a) Vapores orgânicos para uso contra certos gases e vapores orgânicos;
b) Gases ácidos para uso contra certos gases ou vapores ácidos;
c) Amônia para uso contra amônia e compostos orgânicos da amônia;
d) Especiais para uso contra contaminantes específicos não incluídos nos
tipos anteriores como, por exemplo: mercúrio, cloreto de vinila, óxido
de etileno, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e formaldeído.
2. Multitipos
São uma combinação de dois ou mais dos tipos citados em 1 e que
satisfazem os requisitos de cada tipo.

3. Combinados
São filtros químicos ou filtros multitipos que incorporam um filtro contra
partículas.

Importante: ainda não estamos abordando o tempo de uso desses


respiradores e filtros (vida útil) sobre o que discorreremos mais à frente.

Considere também alertas e sugestões de uso do Fabricante do seu filtro.

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Outra forma de considerarmos a MCU:

M Á X IM A C ON C E N T R A ÇÃ O D E U S O ( M CU ) D OS F I LT R O S
Q U Í M I C OS a
ABNT NBR 13696:2010
Tabela 1 – (Resumo)

FILTRO TIPO Máxima Tipo de peça


Concentração de facial
Uso (ppm) c compatível

Vapor Orgânico b 1000

Cartucho Amônia 300 Quarto Facial,


Pequeno Semifacial,
Metil amina 100 Facial Inteira ou
Classe 1 Conjunto Bocal
Gases Ácidos b 1000

Ácido Clorídrico 50

Cloro 10

Cartucho Vapor Orgânico b 5000


Médio
Amônia 5000 Facial Inteira
Classe 2
Gases Ácidos b 5000

OBSERVAÇÕES:
a) A máxima concentração de uso dos respiradores em situações rotineiras que
incorporem filtro químico, para um dado gás ou vapor, deve ser:
1 - Menor que o valor IPVS.
2 - Menor que o valor indicado na tabela 1 para o referido gás ou vapor.
3- Menor que o produto: fator de proteção atribuído do respirador
purificador utilizado (FPA) X limite de exposição.

Dos 3 valores obtidos, o que for menor representa a Máxima Concentração


de Uso.

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b) O uso contra vapores orgânicos ou gases ácidos com fracas propriedades
de alerta, ou que gerem alto calor de reação com o conteúdo do
cartucho, é especificado no Programa de Proteção Respiratória –
Recomendações, Seleção e Uso dos Respiradores da FUNDACENTRO.
c) Para alguns gases ácidos e vapores orgânicos, esta concentração máxima
de uso é a mais baixa.

Exemplo : Qual será a MCU para proteção contra vapores de tolueno em peça
semifacial ?
Vapor Orgânico considerado neste exemplo: Tolueno. Filtro tarja Marrom.

Dados sobre o Tolueno:

 Limite de Exposição Ocupacional Brasil = 78 ppm (TLV Norte Americano =


 50 ppm !)
 IPVS NIOSH 1998 = 500 ppm
 Na Tabela 1 = 1000 ppm
 FPA do respirador = 10

Cálculo:

FPA x L.E.O.

10 x 78 = 780 ppm

Dos 3 valores o que for menor, portanto a MCU será 500 ppm.

E se o respirador for de peça facial inteira : O FPA é 100 e o filtro é Classe 2?

Pela Tabela 1: 5000 ppm.


100 x 78 = 7800 ppm
A MCU é também 500 ppm.

Na Página 119 e seguintes deste trabalho, você encontrará uma tabela


com os valores IPVS atualizados de alguns dos gases mais comuns de se
encontrar nas atividades industriais. Para alguns contaminantes, estão indicados
também os Limites de Tolerância e os limites de percepção pelo olfato (Limiar de
Odor). Precisando da lista completa IPVS e outros detalhes sobre contaminantes
(tudo em inglês), acesse o site do NIOSH em
http://www.cdc.gov/niosh/idlh/78308.html mas lembre-se: você precisa saber
inglês além do “the book is on the table” e vai precisar conhecer também os
nomes dos contaminantes em inglês.

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Definições de Ambientes/Condições I.P.V.S.:

1 – PPR Brasil

Condição considerada imediatamente perigosa à vida ou à saúde. Refere-


se à exposição respiratória aguda, que supõe uma ameaça direta de morte ou
consequências adversas irreversíveis à saúde, imediatas ou retardadas, ou
exposição aguda aos olhos que impeça a fuga da atmosfera perigosa.

2 – NIOSH

Representa a máxima concentração de exposição de um trabalhador


numa eventual falha no respirador utilizado, que lhe possa permitir escapar
dentro de 30 minutos sem o respirador e sem que isso também possa lhe causar
impedimentos ao escape (exemplo: irritação nos olhos) ou efeitos adversos
irreversíveis à sua saúde.

3 – OSHA

Uma concentração atmosférica de qualquer substância tóxica, corrosiva


ou asfixiante que represente um risco imediato à vida ou cause um efeito
adverso irreversível ou retardado à saúde do trabalhador exposto ou que possa
interferir com a sua habilidade de escapar de uma atmosfera perigosa.

De novo: um respirador com filtros químicos NUNCA deve ser utilizado


em áreas onde a concentração do contaminante está acima da sua MCU.

Fatores que podem encurtar a duração em uso (vida útil) de um filtro


químico:

 Temperatura: quanto maior a temperatura, mais curta será a vida do


filtro.
 Umidade relativa do ar: uso em ambientes muito secos ou muito úmidos
também encurtam a vida do filtro.
 Frequência da respiração do usuário: se o usuário tem um ritmo rápido de
respiração, que pode ocorrer durante um trabalho cansativo, a saturação
do filtro químico ocorrerá mais cedo.
 Concentração do contaminante: quanto maior a concentração do
contaminante, mais rápida se dará a saturação do filtro químico.
 Tipo de sorbente utilizado no cartucho: varia de fabricante para
fabricante. Suas características dependerão do tipo, granulação mesh,
quantidade e outras características dos materiais utilizados e diferem de
fabricante para fabricante.
 Quantidade de sorbente, altura do leito, diâmetro, etc.
 Propriedades físicas e químicas dos contaminantes.

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 Armazenamento impróprio do filtro: umidade e alta temperatura durante
o armazenamento podem alterar as qualidades de adsorção do carvão
ativo dentro do cartucho.
 Embalagem não apropriada: com lacres danificados, também encurtam a
vida do filtro.
 Quando mais de um contaminante estiver presente no ar.

A vida útil de um cartucho é o tempo de uso que leva para ele


efetivamente remover os contaminantes e começar sua saturação.

Ainda sobre a duração de um filtro químico, ou seja, seu tempo de vida


útil, podemos comentar o seguinte:

No caso dos filtros de carvão ativo é fundamental definir com precisão o


que é granulometria, que deve ser adaptada às características desses filtros
químicos, à perda de carga máxima admissível e ao tempo de contato necessário
para a perfeita adsorção.

Note-se que o tempo de contato entre o gás contaminante e o carvão do


filtro é igual à relação “altura do filtro/velocidade de passagem do ar com o gás a
reter”. A velocidade de passagem varia consideravelmente segundo se trate de
um produto na fase líquida (alguns m3 por hora) ou na fase gasosa (várias
dezenas de m3 por hora). No caso dos filtros respiratórios, a quantidade de
carvão ativo dentro do cartucho, que é dimensionada para o respirador onde vai
ser utilizado, depende da concentração contra a qual queremos nos proteger.
Por essa razão, a altura da camada de carvão maior poderá determinar um
tempo de uso maior de um cartucho.

NOMENCLATURA DE CARTUCHOS FILTRANTES

A ORDEM NA NOMENCLATURA DE FILTROS RESPIRATÓRIOS É A SEGUINTE:

1. Código atribuído pelo fabricante, segundo o tamanho do filtro e o


respirador onde ele vai ser utilizado.
2. Letra ou letras de identificação, seguidas da classe de proteção contra
produtos químicos gasosos, se for um filtro químico.
3. Classe de proteção contra partículas: letra P seguida da respectiva classe.
4. A somatória dos dois se for um filtro combinado.

EXEMPLOS DE DENOMINAÇÕES POSSÍVEIS DE ALGUNS CARTUCHOS:

2740 A1 9000 K2 9000 B2 P3


2740 K1 9000 A2
9000 A2B2E2K2 9000 A2B2E2K2 P2
2000 B1 9000 A2B2 2900 P2
2000 A1B1E1K1 9000 A2 P2 2150 P2

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QUANDO DEVEMOS SUBSTITUIR O CARTUCHO FILTRANTE DE UM
RESPIRADOR?

É uma das questões mais importantes no estabelecimento de um


Programa de Proteção Respiratória. Trocar muito cedo significa aumentar custos.
Trocar muito tarde pode ser perigoso. Há alguns métodos a considerar. Podemos
recomendar inicialmente o seguinte:

Método tradicional: ao retirar o lacre de um cartucho, anote nele o mês e


o ano desse evento. Utilize seu filtro cartucho da forma recomendada. Você
deverá substituir esse cartucho 6 meses após a data da retirada do lacre ou
antes dos 6 meses, se ele estiver começando a se saturar. Nem todos os
fabricantes de filtros orientam desta forma. Isso dependerá por sua vez das
orientações dos fabricantes do carvão. De qualquer forma, exija do fabricante do
seu cartucho as informações precisas sobre o esquema de substituição dos
cartuchos. Mas lembre-se de fornecer ao fabricante dos seus filtros dados como:
gases presentes no ambiente, concentrações médias de exposição, umidade
média relativa do ar, temperatura média no uso dos filtros, esforço físico
(pequeno, médio ou grande), filtro utilizado.

A forma mais prática, mas pode ser não segura, de se perceber quando o
filtro começa a se saturar (perder gradualmente a capacidade de reter os gases)
é quando o usuário começa a perceber o cheiro, o sabor do contaminante ou
eventuais irritações produzidos pelos contaminantes do ambiente. Nos Estados
Unidos esse procedimento já não é mais aceito. Mas se o gás tem limite de
percepção pelo olfato acima do seu limite de tolerância, esta prática poderá
representar riscos ao trabalhador, portanto não será permitido o uso de
cartuchos filtrantes nesses ambientes, determinado pela mesma norma NBR
13696:2010. O profissional de segurança do trabalho deve exercer especial
fiscalização nestes procedimentos, não deixando essa importante tarefa a
critério de julgamento exclusivo do trabalhador.

Por quê não confiar totalmente na capacidade de detectar o odor de um


contaminante quando o filtro cartucho de carvão começa a deixar perceber o
cheiro/sabor do contaminante através dele ? Considere o seguinte:

 Muitas substâncias tóxicas não têm percepção sensorial (odor ou


irritação) apropriadas de alerta.
 Alguns produtos químicos têm concentrações que somente são
perceptíveis pelo olfato quando essa concentração está acima dos
limites de exposição permitidos, levando os usuários a
perceberem sua presença somente quando já tiverem sido
expostos a níveis inseguros dos contaminantes.

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 A capacidade individual de perceber odores particulares pode
diferir marcantemente da média da população devido a uma
condição psicológica , crônica ou aguda, por exemplo 10% da
população têm sensibilidade ao olfato reduzida.
 Não há bons mecanismos de rastreamento que identifiquem
pessoas com problemas de recepção sensorial. Exposição
continuada a odores normalmente resultam em diminuição ou
mesmo insensibilidade à sensação do cheiro. Este fenômeno é
conhecido como fadiga olfativa. Quando isto acontece, o usuário
sem saber se acostuma ao cheiro do contaminante que passa
através do cartucho químico e perde a habilidade de detectá-lo.

Podemos adotar outros métodos para se determinar o fim da vida útil de


um filtro. Alguns fabricantes fazem constar em alguns dos seus cartuchos uma
tarja externa de determinada cor, um Indicador do Fim de Vida Útil de um filtro
(ESLI em inglês), que pela mudança de cor orientam a substituir o cartucho por
um novo.

Exemplos de cartuchos com ESLI:


 Monóxido de Carbono
 Óxido de Etileno
 Gás Sulfídrico
 Cloreto de Vinila

Lembremos os passos seguintes:

1. Reúna dados de exposição bem como dados sobre o local de uso do


filtro e fatores referentes aos usuários. O esforço físico, por exemplo,
pode ser pequeno (20 a 30 l/min), médio (40 a 60 l/min), alto (60 a 85
l/min)
2. Identifique o tempo de ruptura (% do tempo antes que seja atingido o
valor limite de exposição passando pelo cartucho). O tempo de
ruptura é a quantidade de tempo que leva para um gás ou vapor para
saturar o material do cartucho e que penetra no respirador. Ele pode,
portanto ser definido como uma concentração específica detectada
pelo fluxo no cartucho sob certas variáveis ambientais.
Costumeiramente se recomenda adotar tempos de ruptura de 10%,
25%, etc. do limite de exposição. Ou uma dada concentração. O OSHA
recomenda uma concentração de ruptura de 10% da concentração
ambiental. É uma adoção razoável.
3. Avalie a influência de outros contaminantes.
4. Obtenha os tempos estimados de vida útil.
5. Ajuste a vida útil ao seu local de trabalho.
6. Identifique os dados relativos à reutilização devido à migração
durante o tempo de armazenamento do cartucho usado.
7. Aí, sim, estabeleça um esquema de substituição.

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Resumo: troque seus cartuchos quando:

 Verificar algumas das propriedades de alerta;


 A respiração se tornar desconfortável;
 O ESLI foi verificado;
 Sinais de dano do cartucho de carvão forem observados;
 Data de validade ultrapassada;
 Especificações do PPR do Ministério doTrabalho;
 Vida útil ultrapassada. Esta é a melhor decisão!

MÉTODOS PARA DETERMINAR O TEMPO DE VIDA ÚTIL DE CARTUCHOS


QUÍMICOS

A vida útil de um cartucho filtrante é a extensão de tempo em que ele remove


efetivamente os contaminantes do ar.

Além do ESLI e da detecção de propriedades de alerta, danos, etc.:

1 – Obtenha dados ou informações de alguém que já vivenciou a questão.


Exemplos: fabricante, associações, concorrentes, etc.
2 – Recomendações ou normas prescritas pelas entidades oficiais.
Exemplo: o OSHA recomenda para substâncias específicas.
3 – Calcule o tempo de ruptura usando o modelo matemático.
4 – Utilize um software disponibilizado pelo fabricante ou outras entidades.
5 – Teste os cartuchos nos locais de trabalho.
6 – Teste o cartucho do usuário (3 métodos).
7 – Utilize produtos químicos análogos.
8 – Considere a migração das substâncias dentro do cartucho. Migração se dá
quando os cartuchos fora de uso sofrem influências e os contaminantes migram.
9 – Avalie a influência de outros contaminantes.

Detalhamento:

Estimativas de vida útil usando as regras do dedo polegar “sinal de positivo”:

As regras do sinal de positivo (criadas pela AIHA) foram sugeridas e apresentadas


para estimar a vida útil de cartuchos para vapores orgânicos e são:

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Se o ponto de ebulição do contaminante líquido for >70°C e a concentração
ambiental for <200 ppm você pode esperar uma vida útil de 8 horas num fluxo
(esforço físico) de 30 L/min. E complementando com Umidade Relativa do ar
<65%.
Produtos com ponto de ebulição elevado são retidos com melhor eficiência. Em
geral não use esta regra para compostos com ponto de ebulição <70°C.
A vida útil é inversamente proporcional ao fluxo de ar, ou, consumo de ar.
A vida útil é proporcional à massa de carvão dentro do cartucho.
Cada 10°C de acréscimo pode reduzir a vida útil até 10%.
Nos cartuchos químicos contra vapores orgânicos, a umidade relativa do ar >85%
reduz a vida útil em 50%. No caso de cartuchos de proteção contra gases ácidos e
amônia, o desempenho é melhor com umidades mais elevadas.

Estimativas conduzindo testes em laboratório

Estes ensaios são feitos normalmente nos laboratórios dos fabricantes


dos cartuchos.

Estimativas utilizando modelos matemáticos

O método Wood (criado por G. Woods, Los Alamos National Laboratory) é


usado com uma tabela para estimar a vida útil de filtros contra vapores
orgânicos. Fornece uma tabela de tempos de ruptura para aproximadamente
120 produtos químicos em concentrações ambientais de 50, 100, 200, 500 e
1.000 ppm.
Parte do princípio a partir das seguintes condições:

Número de filtros do respirador: 2.


Aproximadamente 26 g de sorbente por cartucho.
Fluxo respiratório de 53,3 L/min (esforço físico alto).
Temperatura no uso: 22°C.
Umidade Relativa do ar ≤ 50%
Ruptura considerada: 10%.

Muitos fabricantes de cartuchos usam este modelo, mas os resultados


podem variar para menos uma vez que eles conhecem melhor o leito de material
sorbente que seus filtros têm.
Como exemplo, aqui vai uma tabela de vida útil em minutos para tempo de
ruptura de 10% de alguns contaminantes:

Concentração do 50 100 200 500 1.000


Contaminante (ppm)
Isopropanol 425 286 186 101 61
Tolueno 1.018 562 307 135 72
Acetato de Metila 182 131 92 55 36
Metil Clorofórmio 618 366 214 102 57

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Outros contaminantes: consultem-nos.

Estimativas utilizando softwares disponíveis

Os fabricantes dos cartuchos químicos, o OSHA e o NIOSH disponibilizam


esses softwares, onde você introduz os dados dos seus contaminantes para obter
uma vida útil aproximada. Lembrem-se de que esses softwares estão todos em
inglês e têm prazo de validade, por isso é necessário baixar sempre a versão mais
recente. Há fabricantes no Brasil que disponibilizam os softwares em português.
Mas as propriedades organolépticas nunca devem ser desprezadas em muitos
casos.

RESPIRADORES DE FUGA
Os respiradores de fuga, como o próprio nome indica, pertencem à classe
de equipamentos de proteção respiratória utilizados unicamente para fugas ou
abandonos rápidos de áreas industriais subitamente invadidas por gases tóxicos
provenientes de vazamentos.

Nessas situações, cada funcionário que está sujeito a ter de abandonar a


área industrial onde ele se encontra, traz consigo um respirador de fuga sempre
pronto para uso, levado normalmente preso ao cinto. E sempre muito bem
treinado nesses procedimentos.

Pode-se escolher entre Respiradores de Fuga dotados de cartucho ou


Respiradores de Fuga com capuz e cilindro de ar comprimido.
Ao escolher seus respiradores de fuga, exija deles as seguintes
características:
 Serem de tamanho pequeno, leves e cômodos no transporte a fim de
poderem ser sempre levados junto com o usuário.
 Terem peça bocal ou capuz de fácil e rápida colocação. Estarem sempre
em perfeitas condições de uso.

Respiradores de fuga com cartuchos de carvão ativado

Assim como os demais respiradores filtrantes, também os de fuga são


equipamentos dependentes das condições da atmosfera.

Quando o trabalhador estiver numa área onde um alarme indique que ele
deve abandoná-la por causa de um vazamento de um contaminante no ar, ele
imediatamente retira o respirador da embalagem hermética, já que está bem
treinado, coloca a peça bocal dentro da boca, coloca a pinça nasal e procura a
rota de fuga previamente determinada, até conseguir chegar a um local seguro,
quando então poderá retirar seu respirador. Claro está que, todos os
trabalhadores devem ser bem treinados no uso e colocação rápida do respirador
de fuga, além de terem de conhecer formas de abandono de área, rotas de fuga,
etc.

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O respirador de fuga do SBPR com cartucho de carvão, denominado


EVADE é produzido com corpo em borracha siliconada dotado de pinça nasal,
cartucho multiuso ABEK ou classe B para gases ácidos de carvão ativado especial,
tudo embalado em caixa hermética com lacres e prazo de validade do cartucho.
Após o uso, pela aquisição do conjunto de reposição, é possível montar
novamente esse conjunto hermético e colocá-lo em uso outra vez, embora esta
atividade seja de preferência efetuada pelo serviços de assistência técnica do
fabricante.

Ensaios de laboratório sob determinadas condições com os gases


indicados mostraram os seguintes tempos médios de proteção dos cartuchos do
Respirador de Fuga EVADE do SBPR:

Tempo médio de
Gás (Fórmula) Concentração do gás no proteção até o gás
teste (em ppm) começar a passar pelo
cartucho (em min) (*)
Amônia (NH3) 2.500 15
Cloro (Cl2) 2.500 10
Dióxido de Enxofre (SO2) 2.500 9
Gás Cianídrico (HCN) 2.500 15
Gás Sulfídrico (H2S) 2.500 20
Gás Sulfídrico (H2S) 10.000 4

(*) É muito importante o treinamento dos usuários deste respirador de fuga


principalmente no conhecimento das rotas de fuga da empresa, rapidez da
colocação do respirador e demais estratégias de abandono das áreas onde
tiver ocorrido um súbito vazamento dos gases contaminantes, alertado pelos
sistemas de detecção de gases. Daí a orientação de que o usuário deve ter
atingido área segura em 5 minutos.

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Respirador de Fuga EVADE Air Safety com cartucho de carvão


(pode ser dotado de filtro cartucho Multiuso ou Gases Ácidos)

Modo de portar, preparar para uso e utilizar o respirador de fuga


com cartucho de carvão ativado

Respiradores de fuga com cilindro de ar comprimido

No caso dos respiradores com capuz e cilindro de ar comprimido, o capuz


é retirado da bolsa de transporte, o fecho do cilindro aberto para iniciar o fluxo
de ar constante e o capuz colocado por sobre a cabeça, ficando as tiras ajustadas
no pescoço do usuário.

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Este equipamento de fuga pode ser utilizado em ambientes onde o


contaminante presente no ar possa afetar a visão.

Respirador de Fuga com capuz e cilindro de ar comprimido:


O fluxo de ar é constante e tem duração aproximada de 5 minutos

TEMPO E CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO DE CARTUCHOS RESPIRATÓRIOS


(VALIDADE)
Cartuchos contra particulados:

Prazo de validade impresso na embalagem. Devem ser armazenados em


locais secos, protegidos de poeiras e gases e a embalagem só deve ser aberta
no momento do uso.

Cartuchos químicos:

Na embalagem lacrada da fábrica, o período de armazenagem dos filtros


cartuchos do SBPR é de 5 anos contados da data de fabricação. Devem ser
armazenados de forma abrigada, protegidos de altas temperaturas e da umidade
do ar. Uma vez abertos, (primeira retirada do lacre) se não forem saturados
antes, devem ser substituídos 6 meses após essa retirada do lacre ou antes no
momento da percepção da saturação. Sempre observe e siga as instruções
constantes na documentação do fabricante dos cartuchos que você utiliza, pois
estas podem variar.

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EQUIPAMENTOS P A P R (MOTORIZADOS)

Destinados à proteção contra particulados, constituindo-se de: peça facial


dotada de cartucho contra particulados, cinto, motor movido a bateria.

Bateria Respirador com


o filtro

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CAPÍTULO XI - EQUIPAMENTOS INDEPENDENTES

Espaços Confinados

Por tudo o que já vimos, só deveremos utilizar com muita cautela os


equipamentos purificadores de ar nos espaços confinados, porque na maioria
desses ambientes:

1) A concentração do Oxigênio pode estar abaixo dos 19,5% em volume.


Isso representaria perigo de asfixia aos trabalhadores, uma vez que o
respirador purificador de ar não produz oxigênio.

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2) A concentração dos contaminantes no ambiente poderá estar acima dos
valores Limites de Tolerância ou IPVS, o cartucho químico se saturaria
muito rapidamente representando risco de contaminação.

3) A concentração de gases inflamáveis poderá estar acima dos limites


inferiores de inflamabilidade, portanto, em altíssimas concentrações, o
que, além do risco de intoxicação, também representará risco de
explosão.

Antes de iniciarmos ou autorizarmos trabalhos em áreas onde possa


haver os riscos mencionados, devemos, entre outras medidas, conhecer quais
contaminantes e em que quantidades eles existem nesses ambientes.

A norma brasileira NBR 16577 trata da prevenção de acidentes,


procedimentos e medidas de proteção para trabalhos em espaços confinados. E
a NR 33 também dispõe de segurança nesses espaços.

Elas definem espaço confinado como sendo “qualquer área não


projetada para ocupação humana contínua, a qual tem meios limitados de
entrada e saída ou uma configuração interna que pode causar aprisionamento
ou asfixia em um trabalhador e na qual a ventilação é inexistente ou insuficiente
para remover contaminantes perigosos e/ou deficiência/enriquecimento de
oxigênio que possam existir ou se desenvolver ou conter um material com
potencial para engolfar/afogar um trabalhador que entrar no espaço”.

Em dezembro de 2006, o Ministério do Trabalho adicionou a NR 33 que


trata dos trabalhos em espaços confinados, às outras NRs já existentes.

Outros organismos internacionais também definem espaços confinados,


porém, as definições não variam significativamente. Condutas especiais a serem
adotadas em trabalhos em espaços confinados também podem ser encontradas
em literaturas específicas.

São tipos de espaços confinados (não se limitando a estes): vasos,


colunas, tanques, silos, casa de bombas, caixas d’água, cisternas, torres, galerias
subterrâneas, forros técnicos, caldeiras, vasos de pressão, reatores, tanques de
combustível, vagões, valas, trincheiras, diques, contêineres, tubulões, caixas de
inspeção, túneis, dutos de ventilação, câmaras, fornos, asas de avião,
compartimento de cargas, trocadores de calor, cárter, porões e outros.

Além da presença de gases e vapores em espaços confinados, e da


possibilidade de termos oxigênio em excesso ou com deficiência, outro risco de
explosões existe pela presença de poeiras nesses ambientes.

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Um espaço confinado apresenta sérios riscos com danos à saúde,
sequelas e morte. São riscos físicos, químicos, ergonômicos, biológicos e
mecânicos e são uma triste realidade no Brasil inteiro.

Uma vez que o uso de respiradores purificadores de ar tem aplicação


muito restrita em espaços confinados, vamos utilizar nesses espaços, para
proteção respiratória, os equipamentos independentes, que são: os de linha de
ar comprimido com fluxo contínuo de ar respirável, os de linha de ar comprimido
com cilindro de ar auxiliar para fuga ou então os autônomos de ar comprimido.
Antes, estudemos os ambientes não confinados, mas onde deveremos utilizar
equipamentos com linha de ar.

EQUIPAMENTOS COM LINHA DE AR COMPRIMIDO (AR MANDADO)

Antes de conhecermos os diversos equipamentos de linha de ar


comprimido (adução de ar ou ar mandado), vamos conhecer as diversas fontes
que suprem ar comprimido respirável para esses equipamentos de proteção
respiratória.

1 – Compressor estacionário

Um compressor estacionário (lubrificado com óleo ou livre de óleo)


fornece ar comprimido para diversos tipos de utilização. Um deles é a respiração,
mas antes será preciso purificar esse ar, pois pode vir carregado de impurezas
como: água, óleo e outros contaminantes gasosos. Estação de filtragem: veja a
descrição do Arcofil adiante.

2 – Compressores portáteis de ar comprimido respirável

São compressores movidos com motor elétrico ou a explosão usando


combustível líquido. São levados próximo à área onde o ar comprimido respirável
será utilizado, dispõem de sistema de filtragem para purificar o ar e reservatório
de ar. Muito utilizados também por empresas de prestação de serviço público
para entradas em caixas subterrâneas, poços de visita, etc.

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3 – Sistema portátil (carrinho) com cilindros de ar comprimido de alta
pressão.

Nesse caso, o sistema é transportado até o local de uso do ar


comprimido, tem cilindros de alta pressão de trabalho (200 ou 300 BAR). Os
cilindros estão fixados em carrinho de transporte. O ar comprimido para
respiração já está purificado e foi colocado nos cilindros através de compressores
de alta pressão específicos para essa finalidade. Veja a descrição do PAR 4000 ou
PAR 8000 adiante.

4 – Sistema de duplo tipo de fornecimento de ar respirável: através do


compressor estacionário da empresa + par de cilindros de alta pressão

Neste caso, a unidade móvel dispõe de sistema de filtragem desse ar,


adicionado de ar comprimido respirável de alta pressão armazenado em
cilindros, que entra em ação quando houver queda na pressão ou falta do ar do
compressor estacionário. Veja a descrição do Parcofil adiante.

Vantagens dos respiradores com linha de ar:

1) Oferecem um Fator de Proteção Atribuído maior do que os respiradores


purificadores de ar.
2) Protegem contra gases e aerodispersoides
3) O tempo de uso não está limitado por saturação de cartuchos.
4) Podem ser utilizados em ambientes IPVS se equipados com cilindro
reserva de ar comprimido (Veja o equipamento Carla mais adiante) .

Definições do OSHA (USA) de respiradores de linha de ar comprimido:

Respirador de suprimento de ar para uma atmosfera: refere-se ao


respirador que abastece o usuário com ar comprimido proveniente de uma fonte
independente do ar ambiente e inclui a família dos respiradores de linha de ar
comprimido e as unidades autônomas.
Respirador de linha de ar comprimido: refere-se ao respirador de
suprimento de ar atmosférico cuja fonte de ar respirável não está projetada para
ser carregada pelo usuário final.
Respiradores autônomos de ar comprimido (máscaras autônomas):
refere-se ao respirador que abastece o ar comprimido cuja fonte é carregada
pelo usuário.
Respirador de pressão positiva: refere-se ao respirador cuja pressão
dentro da peça facial excede a pressão do ar ambiente fora do respirador.
Respirador de pressão de demanda: (pressão negativa): refere-se um
respirador de suprimento de ar comprimido a pressão positiva que admite ar
respirável à peça facial quando a pressão positiva é reduzida dentro dela pela
inalação do usuário.

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Respirador de demanda: refere-se ao respirador supridor de ar
atmosférico à peça facial somente quando uma pressão negativa é criada no
interior da peça facial através da inalação do usuário.

As vantagens do uso dos respiradores abastecidos com ar de linha são:

1. Oferecem Fatores de Proteção Atribuídos maiores.


2. Protegem contra gases e particulados.
3. Não possuindo filtros, independem de uma saturação deles por
particulados e gases/vapores.
4. Podem ser utilizados em ambientes IPVS se dotados de cilindros de ar
comprimido de reserva para escape (abandono) das áreas.

Agora que conhecemos as fontes possíveis de suprimento de ar


comprimido respirável, vamos conhecer a interligação entre essas fontes e os
equipamentos de proteção respiratória que serão estudados a seguir.

Mangueiras

São dispositivos que fazem a interligação dos filtros de linha ou dos


cilindros de ar comprimido respirável com os equipamentos de proteção
respiratória.

São fornecidas em comprimentos de 5, 10, 15 e 20 metros, dispostas de


conexões nas extremidades que permitem acoplamento entre si.
Fluxo de ar requerido nos conjuntos respiradores e limitações:

PEÇAS FACIAIS MÍNIMO RECOMENDADO


PEÇAS FACIAIS DE AJUSTE
FIRME 115 LITROS/MIN 170 LITROS/MIN
PEÇAS FACIAIS DE AJUSTE
SOLTO 170 LITROS/MIN 225 LITROS/MIN
Máximo comprimento da mangueira inteira ou em lances acoplados: 90m

Lance de mangueira

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FILTRO DE LINHA

Serve para purificar o ar comprimido e abastecer o respirador com ar


comprimido de baixa pressão proveniente do compressor estacionário da
empresa

O SBPR oferece os filtros de linha o Arcofil 3U e o Arcofil 3U CO. São


unidades estacionárias, montadas em cavaletes com estrutura tubular, de uso no
solo ou em parede, e dotadas de dreno de emulsão água/óleo, filtro de carvão
ativo para gases contaminantes, e opcionalmente detector de CO. As unidades
dispõem de 3 saídas com engate rápido de segurança e podem abastecer até 3
usuários simultaneamente. Nessas saídas são conectadas as mangueiras.

Este filtro de linha pode servir para abastecimento de ar comprimido já


purificado os equipamentos: Arcosemi, Arcopan e Carla cujo detalhamento
segue adiante.

Entrada do ar 3 Saídas para as


a ser filtrado mangueiras

Dreno água/óleo – Filtro de Carvão - Umidificador

Filtro de Linha Arcofil modelo 3U com umidificador

UNIDADES MÓVEIS COM PARES DE CILINDROS

Este sistema móvel é transportado em carrinho com rodas até o local de


uso do ar comprimido respirável. São produzidos nas versões 4000 litros, 8000
litros e outras de reserva de ar.

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PAR 4000 com 4.000 litros de ar Mesmo sistema com carretel


de mangueira

PAR 8000 com 8.000 litros de ar

UNIDADE COM PAR DE CILINDROS DE ALTA PRESSÃO + SISTEMA DE


FILTRAGEM PARA AR DE LINHA

O conjunto PARCOFIL é projetado especialmente para ser utilizado como


suprimento de ar de linha de compressor estacionário. Dispõe no mesmo
carrinho de: sistema de purificação de ar idêntico ao do Arcofil, mas também
tem 2 cilindros de ar comprimido respirável de alta pressão cujo funcionamento
inicia-se sempre que a pressão da linha de ar é reduzida ou cessa. Os alarmes
incorporados nesse sistema soam quando a pressão dos cilindros cai abaixo dos
50 BAR. Este sistema pode abastecer os conjuntos Arcosemi, Arcopan e Carla.

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Sistema Parcofil

RESPIRADORES AIR SAFETY PARA USO COM LINHA DE AR COMPRIMIDO E


FLUXO CONTÍNUO DE AR

ARCOSEMI (Uso não permitido em espaços confinados se estes forem


IPVS)

Este respirador é dotado de peça semifacial, traqueia, cinto de nylon com


fivela de rápida soltura e registro de ar.

O usuário conecta a mangueira de ar comprimido no engate rápido do


registro de ar, regula o fluxo de ar através do volante, coloca o respirador e
trabalha normalmente.

Este respirador foi concebido para utilização em locais onde os agentes


agressivos não afetam os olhos.

Respirador de Linha de Ar modelo Arcosemi

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ARCOPAN (Uso não permitido em espaços confinados se estes forem
IPVS)

Quando o ar ambiente contiver concentrações de gases e material


particulado que possam afetar os olhos, então opta-se pelo Arcopan, que é um
conjunto semelhante ao Arcosemi, porém, dotado de peça facial inteira, com
visor de policarbonato. O Fator de Proteção Atribuído da peça facial inteira é
maior do que da semifacial, obtendo-se aqui uma vedação de qualidade
superior.

Respirador com Linha de Ar modelo Arcopan

ARCONOVA – Sistema de respiração com peça facial inteira de pressão


positiva e válvula de demanda

Nos locais em que se necessita executar tarefas sob a proteção de


Equipamento de Linha de Ar, e não se disponha de fonte de abastecimento de ar
comprimido, adotamos equipamentos como o conjunto Arco Nova, cujas
características são as seguintes:
 Peça Facial Inteira, com conexão de pressão positiva.
 Válvula de demanda de pressão positiva automática ou semiautomática
 Cinto de nylon com conexão por engate rápido entre a válvula de
demanda e a mangueira de ar.
 Mangueira de ar como a já descrita.

Este equipamento requer uso de válvula de demanda na peça facial inteira


porque não é de fluxo contínuo como os conjuntos Arcosemi e Arcopan onde
o uso fornece ar comprimido respirável em abundância

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Respirador modelo Arco Nova

TEMPO MÉDIO DE AUTONOMIA DE EQUIPAMENTOS DOTADOS DE CILINDROS


DE AR RESPIRÁVEL

Consegue-se a partir do seguinte cálculo:

Volume do cilindro (litros) X Pressão (BAR) = minutos de autonomia


40 litros/minuto (consumo médio)

Exemplo para um cilindro de 7 litros carregado com 300 BAR de pressão:

7 x 300 = 2100/40 = aprox. 50 min


40

Nota: A unidade de medida da pressão do ar comprimido indicada no


manômetro está em Bar. Esta é a forma atualmente empregada no caso dos
cilindros de ar comprimido respirável. Em futuro breve, por força de revisão de
Norma Brasileira, os manômetros poderão estar com marcação em Mega Pascal
(MPa). A conversão é:
10 Bar = 1 MPa

Unidade de medida de pressão nos Estados Unidos: PSI (libras). Conversão


aproximada: 15 PSI = 1 Bar

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CARLA

EQUIPAMENTO COM LINHA DE AR COMPRIMIDO, DOTADO DE CILINDRO


AUXILIAR PARA ESCAPE – USO OBRIGATÓRIO PARA TRABALHOS EM ESPAÇOS
CONFINADOS IPVS SEGUNDO A NR 33

Este tipo de respirador é um modelo que combina linha de ar com


cilindro de fuga. Em atmosferas IPVS, um equipamento de linha de ar deve ser
dotado de cilindro de ar comprimido respirável auxiliar para proteger o usuário
contra falha potencial do suprimento de ar, caso em que ele deverá abandonar a
área, geralmente um espaço confinado. Sua segurança na operação de abandono
é garantida pelo ar contido no cilindro auxiliar, que tem autonomia de 7 a 15
minutos, dependendo do tipo e volume do cilindro e da pressão do ar
comprimido dentro dele.

A peça facial é uma facial inteira de pressão positiva, a válvula de


demanda é de pressão positiva automática. O suporte é usado em posição
lateral no usuário e o cilindro recoberto com uma capa de proteção é de aço leve
ou de composite. As mangueiras que conectam o equipamento à fonte
abastecedora de ar são as comuns dos equipamentos de linha de ar.

AR PROVENIENTE DO
COMPRESSOR

FILTRO DE
LINHA

CILINDRO AUXILIAR

Trata-se do único equipamento permitido por norma para utilização em


ambientes IPVS.

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Este conjunto, denominado CARLA (Conjunto Autônomo de Respiração
Com Linha de Ar) é composto de:

 Peça facial inteira de pressão positiva


 Válvula de demanda acoplada ao suporte
 Suporte com conexão para mangueira de linha de ar
 Cilindro de ar comprimido para fuga da área.
 Mangueira ligando o suporte ao filtro de linha Arcofil

O usuário respira, no seu trabalho regular, um ar da linha devidamente


filtrado. Em caso de emergência e necessidade de abandono do local, ele abre a
válvula do cilindro de reserva, desconecta a mangueira de ar, e tem quase 10
minutos de autonomia até alcançar o local seguro. Se o cilindro for de 3 litros,
300 Bar de pressão e composite, além de ser mais leve, proporcionará cerca de
20 minutos de ar.

Acoplando a mangueira de ar Válvula de demanda fixa


comprimido no cilindro

Detalhe da posição do cilindro Acoplando a válvula de demanda


no equipamento na peça facial

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EQUIPAMENTOS AUTÔNOMOS DE AR COMPRIMIDO DE PRESSÃO POSITIVA E


CIRCUITO ABERTO – USADOS EM EMERGÊNCIAS E TAMBÉM OBRIGATÓRIOS EM
ESPAÇOS CONFINADOS IPVS EM CASO DE RESGATES

A Norma Brasileira NBR 13716 denomina esses equipamentos “Máscara


Autônoma de Ar Comprimido com Circuito Aberto”. Manteremos aqui o termo
Equipamento Autônomo.

A característica que distingue os equipamentos autônomos de ar


comprimido é que o usuário não precisa estar conectado por mangueiras a uma
fonte externa de abastecimento de ar comprimido respirável, como um
compressor ou cilindros em carrinho. Ao contrário, ar respirável suficiente para
ele é fornecido pelo cilindro que ele leva nas costas.

Os integrantes da Brigada de Emergência devem


ser constantemente e muito bem treinados,
exija isso do fabricante do seu equipamento

São utilizados quando não conhecemos as substâncias presentes no ar ou


quando sua concentração for muito elevada e onde os equipamentos
purificadores de ar (filtros) não são permitidos, ou ainda quando o ambiente
tiver concentrações pobres de oxigênio.

Esses equipamentos foram projetados, basicamente, para proteção


respiratória em casos de atendimento a emergências tais como:

Incêndios – onde a quantidade de oxigênio pode cair a níveis asfixiantes,


e a presença de gases tóxicos e fumos provenientes da combustão pode atingir
valores extremamente elevados.
Vazamentos – gases tóxicos quando vazam também fazem com que as
concentrações atinjam valores muito elevados. Ocorrendo isto em espaços
confinados, a situação é ainda mais grave.

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Oxigênio – a falta de oxigênio ou sua concentração abaixo de níveis


aceitáveis pode ocorrer em incêndios ou em espaços confinados.

Essas emergências representam, em grande número, situações em que


também não poderemos dar combate a elas utilizando um equipamento com
linha de ar, porque será necessário percorrer grandes distâncias portando
equipamentos de combate ou carregando vítimas. Há necessidade de autonomia
de movimentos, razão pela qual utilizaremos Equipamentos Autônomos de Ar
Comprimido.

Esses equipamentos oferecem ar limpo ao seu usuário. Esse ar, que ele
carrega em suas costas, é fornecido em equipamentos que têm autonomia
variada até 70 minutos, mas, como já vimos no caso dos cilindros do conjunto
PAR 4000, a autonomia depende de fatores como:

 Consumo de ar do usuário, ligado ao seu esforço físico. Podemos


considerar um consumo médio de 40 ou até 50 litros por minuto para o
cálculo da autonomia.
 Tamanho do cilindro, onde seu volume interno (também chamado de
volume d’água) quanto maior permite maior armazenamento de ar
respirável. Há cilindros de 6, 7, 8 ou até 9 litros.
 Características do Equipamento.

Sendo a composição destes equipamentos modular, e cada módulo pode


permitir algumas opções, o resultado final poderá ser um equipamento mais ou
menos personalizado para cada uso.

Respirador Autônomo de Ar Comprimido modelo PA-540

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O PA 540 pronto para uso e conferindo a pressão no manômetro

Os módulos que compõem um equipamento autônomo de ar comprimido


como o PA 540 PP, são:

Peça Facial

É sempre uma peça facial inteira, pois necessitamos proteção aos olhos
nessas situações de emergência.

A peça facial inteira Full Face tem duplos lábios de vedação, alcançando
com isso o máximo Fator de Proteção Atribuído possível. Há cinco pontos de
fixação ao rosto do usuário. A peça de conexão tem uma membrana acústica,
que permite comunicação entre os usuários e o encaixe é para válvula de
demanda por pressão positiva. O corpo é de borracha siliconada macia e a
mascarilha interna, dotada de membranas de inalação, permite não somente a
redução do espaço-morto dentro da peça facial como também evita
embaçamento do visor na parte interna pela umidade do ar exalado. A válvula de
exalação tem um sistema de mola que impede perdas de ar pela pressão positiva
dentro desta peça facial, somente permitindo saída do ar para o ambiente
quando o usuário exala. A pressão positiva é uma segurança extra porque, pela
manutenção de uma pressão no interior da peça facial ligeiramente superior à
pressão atmosférica externa, em caso de alguma falha acidental na vedação
durante uma operação de emergência, o ar fluirá para o ambiente, evitando que,
na fase negativa da inspiração o usuário possa inalar fração do contaminante
gasoso externo. O visor é de policarbonato incolor resistente, mas pode ser
oferecido também nas cores âmbar e verde, reduzindo assim o excesso de
luminosidade nos olhos do usuário em casos de incêndio.

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Peça Facial modelo Full Face de um Conjunto Autônomo de Ar


Comprimido de Pressão Positiva

A peça facial inteira modelo Star Air é semelhante à Full Face, mas tem
visor mais amplo, permitindo maior campo visual ao usuário e lábio de vedação
com margem maior, garantindo também excelente vedação ao rosto do usuário.

Válvula de Demanda

A válvula de demanda é um componente dos mais importantes no


equipamento autônomo porque é ela quem vai trazer o ar respirável ao usuário
sempre que ele estiver na fase negativa da respiração, a inspiração. Na
espiração, o mecanismo interno da válvula interrompe um fluxo de ar,
garantindo assim o máximo tempo de autonomia.

O SBPR oferece agora a versão automática de válvulas de demanda, uma


vez que a semiautomática já se tornou de tecnologia anterior, embora continue a
prestar serviços de assistência técnica nestes modelos.

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Válvula de demanda de pressão positiva automática

A válvula de demanda semiautomática, cuja produção já está


descontinuada, porém, existe em grande quantidade ainda em funcionamento,
tem uma conexão de encaixe no bocal da peça facial e um chicote para engate
na saída de baixa pressão do regulador de pressão. O corpo é dotado de um
volante que permite duas posições: pressão positiva e pressão de demanda. Ao
colocar o equipamento, depois de aberto o fecho do cilindro, o usuário mantém
este volante na posição pressão de demanda, para evitar perdas de ar
comprimido. Após ajustar corretamente a peça facial, e constatar o perfeito
funcionamento do equipamento, o volante é colocado na posição pressão
positiva, ocasião em que o sistema pressão positiva passa a operar.

A válvula de demanda de pressão positiva automática tem um design


moderno e, depois de colocada na peça facial e com o cilindro aberto, ao
primeiro ato inspiratório do usuário, a pressão positiva é automaticamente
estabelecida no sistema.

Em ambos os casos, qualquer falha na vedação da peça facial fará com


que o ar flua de dentro do corpo da peça facial para o ambiente, impedindo que
o usuário respire frações dos contaminantes do ar ambiente.

Redutor de pressão

O conjunto redutor/regulador de pressão também se constitui numa


importante peça dos equipamentos autônomos. Ele está localizado no suporte
costal do equipamento. Suas funções principais são:

 Reduzir a pressão do cilindro de ar comprimido de 200/300 Bar até uma


pressão média de 6 Bar que será enviada à válvula de demanda através
da saída de baixa pressão.

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 Através da saída de alta pressão, o usuário lê no manômetro a pressão
restante em seu cilindro.

 Um alarme sonoro entra em ação assim que a pressão do ar comprimido


cair a 50 Bar alertando o usuário que ele ainda tem alguns minutos de ar
para se retirar do local.

 Uma válvula de segurança entra em ação eliminando eventual excesso de


pressão superior a 8 Bar, se isto acontecer.

Em resumo: as 4 saídas que o conjunto redutor de pressão tem são: baixa


pressão para a válvula de demanda, alta pressão para o manômetro, válvula de
segurança e alarme sonoro.

O suporte costal, de formato anatômico e construído em fibra de carbono


extremamente leve, é dotado, ainda, do cinto e dos arreios para ajuste perfeito
ao corpo do usuário. O suporte é o responsável por distribuir ergonomicamente
o peso do sistema nas costas, tornando-o confortável e de fácil aceitação.

Este conjunto tem ainda uma saída de baixa pressão adicional junto às
mangueiras do regulador de pressão, popularmente chamada de “carona”, para
que o usuário possa, em dispondo de uma segunda peça facial com válvula de
demanda, conectá-la a essa saída e resgatar outra pessoa nas situações de
emergência.

Cilindro

O cilindro é a fonte de abastecimento de ar comprimido do sistema. No


passado, ele era construído em aço com bordas e calotas espessas, o que
resultava num peso muito elevado. Hoje, há diversos tipos de cilindros que
podem ser utilizados, dependendo da preferência de quem vai utilizar o
equipamento.

Já destacamos anteriormente os tipos de cilindros utilizados na


construção de um Equipamento Autônomo de Ar Comprimido.

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EQUIPAMENTOS AUTÔNOMOS DE AR COMPRIMIDO – OPÇÕES

As diversas opções que este equipamento oferece incluem: peça facial


amarela, azul ou preta com visor incolor, verde ou âmbar, e cilindros de aço,
composite fibra de vidro e composite fibra de carbono.

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As fotos são meramente ilustrativas, pois na prática o trabalhador estará


utilizando também uniforme, outros EPIs, e demais equipamentos para
desempenho de seu trabalho.

Tipos de Cilindros para os Respiradores Autônomos de Ar Comprimido:

Material Volume Pressão de Volume Tempo Intervalo


interno trabalho de total de ar aproximado entre testes
ar de de pressão
comprimido autonomia hidrostática
(*) (**)
Aço leve 7 litros 200 bar 1.400 35 minutos 5 anos
litros
Composite 6,8 litros 300 bar 2.040 50 minutos 5 anos
fibra de litros
carbono
Composite 8,0 litros 300 bar 2.400 60 minutos 5 anos
fibra de
carbono
Composite 9,0 litros 300 bar 2.700 70 minutos 5 anos
fibra de
carbono

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(*) Estamos considerando um consumo médio de 40 litros por minuto


do usuário, o que representa um esforço físico médio. Outros consumos podem
reduzir ou aumentar este tempo de autonomia. O cálculo da autonomia, como
vimos, é feito utilizando-se a fórmula:

Autonomia = volume do cilindro (litros) x pressão (Bar) Minutos


Consumo Médio de Ar (40 litros/Minuto

(**) O intervalo de tempo de Teste de Pressão Hidrostática dos


cilindros deve ser obedecido para que se obtenha o máximo de segurança no
manuseio destes. Este ensaio deve ser executado de preferência pelo próprio
fabricante do equipamento, como o SBPR ou por empresa credenciada. Quando
um cilindro passa por este teste, ele é etiquetado ou marcado com a data da
execução do teste para reconhecimento do prazo em que um novo teste deva
ser executado.

Opcionalmente, o SBPR também oferece este equipamento em mala de


madeira para guarda ou armazenamento em viaturas, ou ainda fornecendo
caixas de fibra de vidro de colocação em parede, onde, dentro dela, o respirador
autônomo estará sempre pronto para uso e colocação rápida.

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Segunda saída

Equipamento autônomo de ar comprimido dotado de saída


“carona” onde está acoplado o segundo conjunto
peça facial/válvula de demanda, para resgate

Utilizando o Respirador Autônomo


com segunda saída (carona)

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Para o resgate da vítima, o bombeiro porta um conjunto peça facial + válvula


de demanda

RESPIRADOR AUTÔNOMO PARA INSPEÇÕES RÁPIDAS

RAPID 15

O respirador Rapid 15 do SBPR também é um respirador autônomo de ar


comprimido, desenvolvido para que o usuário possa penetrar em áreas
contaminadas e executar trabalhos rápidos de inspeção. Jamais poderá ser
utilizado em emergências principalmente combate a incêndio e resgate de
vítimas devido à sua pequena autonomia.
Sua peça facial também é uma Full Face, dotada de válvula de demanda
pressão positiva automática ou semiautomática, cilindro de 3 litros de volume,
pressão de 200 ou 300 Bar e suporte de tamanho reduzido. Também dispõe de
regulador de pressão com todas as características do equipamento autônomo
PA-540-PP e sua autonomia é de cerca de 15 minutos. Pode ser utilizado com
cilindro lateralmente ou nas costas do usuário.

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Vem acondicionado em bolsa para armazenamento e transporte.

Rapid 15 usado com cilindro lateralmente

O que são respiradores de pressão positiva e de pressão negativa?

Os respiradores de pressão positiva mantêm uma pressão positiva no ar dentro


da peça facial através do ciclo respiratório do usuário. Isto é: a pressão do ar no
interior da peça facial permanece maior do que a pressão do lado de fora da
peça facial. Dessa forma, qualquer falha na vedação da peça facial no rosto
resultará num escape de ar de dentro para fora impedindo que contaminantes
presentes no ar penetrem na respiração.

No contrário, um respirador de pressão negativa (pressão de demanda) terá


uma pressão menor dentro da peça facial do que a externa durante a inalação.
Se houver uma falha na vedação da peça facial nestes tipos de respiradores, o ar
com contaminantes será introduzido na peça facial.

QUALIDADE DO AR COMPRIMIDO EM CILINDROS

O ar comprimido em cilindros é carregado por compressores especiais, de


alta pressão, e poderá conter algumas impurezas que não podem ser inaladas
pelo usuário do respirador.

Algumas impurezas que podem estar presentes no ar de cilindros são:

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 Monóxido de Carbono – se o compressor é acionado por motor de
combustão interna, como os de gasolina ou diesel, o CO está presente
nos gases de exaustão e pode ser succionado para dentro do cilindro.

 Dióxido de Carbono – pela mesma razão acima.

 Umidade – o excesso de umidade no ar dentro do cilindro indicar que os


filtros de remoção de umidade do compressor devem ser substituídos.

 Óleo – a presença de vapor de óleo no ar do compressor indica a


necessidade de substituição dos filtros de óleo do compressor.

 Outros gases contaminantes – se estiverem presentes no local onde o


compressor opera, também serão levados ao cilindro.

Reproduzimos adiante, nossa tradução-livre da Norma Europeia EN 12021


de dezembro de 1998 sobre a qualidade do ar comprimido respirável:

1. Finalidade

Esta Norma especifica os requisitos para os padrões de qualidade de ar


respirável fornecido por compressores para utilização nos seguintes
equipamentos:

 Equipamentos de Proteção Respiratória – Equipamentos Autônomos de Ar


Comprimido de circuito aberto e Equipamentos de Mergulho de circuito
aberto;
 Equipamentos de Proteção Respiratória – Equipamentos de Linha de Ar
Comprimido e Equipamentos de Linha de Ar Comprimido para Mergulho;
 Equipamentos de Proteção Respiratória para Escape – Equipamentos
Autônomos de ar Comprimido de circuito aberto incluindo peça facial
inteira ou bocal ou capuzes.

Esta norma também se aplica a ar sintético. Deve-se levar em conta a


utilização do ar a pressões ambientes normais e sob pressões aumentadas. As
concentrações máximas permitidas de impurezas para o ar comprimido são
valores calculados a pressões atmosféricas normais.

Esta Norma não se aplica ao ar comprimido utilizado com finalidades


médicas, para equipamentos de mergulho especialmente projetados para serem
utilizados para mergulho em água ou outros fluidos quando a pressão
hidrostática excede 6 Bar absolutos ou para equipamentos de respiração a serem
utilizados em grandes altitudes.

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2. Referências Normativas

Esta Norma incorpora padrões, com referências datadas ou sem data,


subsídios de outras publicações. Estas referências normativas são citadas em
locais apropriados no texto e as publicações são listadas a seguir. Para as
referências com data, emendas subseqüentes a elas ou revisões de quaisquer
dessas publicações se aplicam a esta Norma somente quando incorporadas nelas
por emendas ou revisões. Para as referências sem data, aplica-se a edição mais
recente da publicação referida.

EN 132 Equipamentos de Proteção Respiratória – Definições de termos e


pictogramas

ISO 2533 Atmosfera padrão

3. Definições

Para as finalidades desta norma, aplicam-se as definições da EN 132

4. Designação

Designação de ar comprimido que segue os requisitos desta norma: Ar


Comprimido para Equipamentos de Respiração EN 12021

5. Generalidades

Todos os dados fornecidos ou requeridos nesta Norma são válidos para


pressões atmosféricas normais (1 Bar, absoluto, 20º C). Todos os requisitos
percentuais são dados em % em volume (ar seco). A composição típica do ar
natural é dada no Anexo A.

6. Requisitos

6.1 Oxigênio

O conteúdo de oxigênio deve se encontrar na faixa de (21 ± 1) % em volume (ar


seco).

6.2 Contaminantes

6.2.1 Generalidades

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O ar comprimido para equipamentos de respiração não deve conter qualquer
contaminante em concentrações que possam causar efeitos tóxicos ou
agressivos. De qualquer forma, todos os contaminantes devem estar em faixas as
mais baixas possíveis e devem estar abaixo dos limites de tolerância nacionais.
Efeitos combinados de mais de um contaminante devem ser levados em conta.

Na ausência de limites nacionais mais rígidos, aplicam-se os valores


mencionados em 6.2.2 a 6.2.5.

NOTA: A concentração limite de qualquer contaminante deve derivar de


limites nacionais de exposição levando em conta os efeitos práticos razoáveis da
pressão e da temperatura.

6.2.2 Lubrificantes

O conteúdo do óleo lubrificante (gotículas ou névoas) não deve exceder


0,5 mg/m3. Se lubrificante sintético está presente, aplica-se 6.2.1.

6.2.3 Odor e Sabor

O ar não deve tem odor ou sabor significantes.

6.2.4 Conteúdo de Dióxido de Carbono (gás carbônico)

O conteúdo de CO2 não deve exceder 500 ppm.

6.2.5 Conteúdo de Monóxido de Carbono (monóxido de carbono)

O conteúdo de CO deve ser o mais baixo possível, mas não deve exceder
15 ppm.

6.3 Conteúdo de Água

6.3.1 Não deve haver água no estado líquido.

6.3.2 O ar comprimido para equipamentos de respiração com linha de ar deve ter


um ponto de orvalho suficientemente baixo para evitar condensação e
congelamento. Se o equipamento é utilizado ou guardado a temperaturas
conhecidas, o ponto de orvalho deve estar pelo menos 5º C abaixo da mais baixa
temperatura. Se as condições de uso ou guarda do suprimento de ar comprimido
não forem conhecidas, o ponto de orvalho não deve exceder a –11º C.

6.3.3 O conteúdo máximo de vapor de água a pressões atmosféricas dado na


tabela 1 deve ser usado.

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Tabela 1:

Pressão nominal (Bar) Máximo conteúdo de vapor de


água a pressões atmosféricas
(mg/m3)
40 a 200 50
> 200 35

NOTA: O conteúdo de vapor de água do ar fornecido pelo compressor para


carregar cilindros de 200 ou 300 Bar não deve exceder 25 mg/m3.

7. Amostragem e Teste

Qualquer método apropriado pode ser empregado, desde que ele se enquadre
dentro dos seguintes requisitos gerais:

- para medição e avaliação de resultados a precisão do método deve ser


levada em consideração; e,
- os limites de detecção do método empregado devem estar abaixo dos
valores limites exigidos.

Composição típica do ar natural (ISO 2533)


Tabela A.1

Componentes % em massa (ar seco) % em volume (ar seco)


Oxigênio (O2) 23,14 20,9476
Nitrogênio (N2) 75,52 78,084
Argônio (Ar) 1,288 0,934
Gás Carbônico (CO2) 0,048 0,0314
Hidrogênio (H2) 0,000003 0,00005
Neônio (Ne) 0,00127 0,001818
Helio (He) 0,000073 0,000524
Criptônio (Kr) 0,000330 0,000114
Xenônio (Xe) 0,000039 0,0000087
__________________________________________________________________

O NFPA dos Estados Unidos recomenda que a cada 3 meses se execute


uma análise da qualidade do ar comprimido liberado pelos compressores
enquanto que a norma ANSI também americana recomenda análises periódicas
sem especificar intervalos de tempo. A Air Safety presta este serviço com
equipamento adequado.

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O SBPR coloca à disposição dos seus clientes um serviço técnico de


análise da qualidade do ar comprimido em cilindros ou direto nos compressores,
com fornecimento de laudo técnico.

Um registro das análises deve ser mantido para referências e


reconhecimento de novas datas de elaboração dos ensaios.

A qualidade do ar comprimido em linha de ar, para uso em respiradores


de adução de ar, é mencionada no PPR 4ª Edição

CAPÍTULO XII - INSPEÇÕES, MANUTENÇÕES E CHECK LIST PARA RESPIRADORES

PONTOS A OBSERVAR (CHECK LIST) NOS RESPIRADORES

 Os respiradores são uma forma importante de se controlar a exposição a


substâncias perigosas. Eles somente devem ser empregados quando as
ações de engenharia de controle dos contaminantes não puderem ser
totalmente eficientes, ou enquanto estiverem sendo implantadas, sob
reparos ou durante emergências.

 Os respiradores não protegem o usuário contra contaminantes que


possam ser absorvidos pela pele. Neste caso, roupas especiais devem ser
usadas.

 Um controle médico para determinar se a pessoa pode utilizar


respiradores deve ser executado conforme recomendações dos diversos
Programas de Proteção Respiratória.

 A maior concentração possível do contaminante no ar deve ser


considerada como estando presente para calcular o Fator de Proteção
para cada usuário.

Siga sempre as instruções do fabricante dos seus equipamentos contidas


nos manuais que os acompanham para executar as manutenções e reparos
necessários. Conte com o Serviço de Assistência Técnica do fabricante (é
obrigação deles) para trabalhos que você não deve executar por exigirem maior
conhecimento ou ferramentas e instrumentos especiais. As peças de reposição a
serem utilizadas nas manutenções dos seus equipamentos deverão sempre
originais, o que garantirá perfeito funcionamento durante toda a vida útil do
mesmo. O SBPR, sendo fabricante brasileiro dos equipamentos de proteção
respiratória que comercializa, oferece a melhor opção em assistência técnica,
com utilização de mão-de-obra especializada e peças originais de reposição.

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Um check list que sugerimos pode ser o seguinte:

1. Peça Facial:

 Sujeira excessiva
 Fissuras, rasgos, furos ou distorções físicas
 Sinais de distorção
 Partes pegajosas
 Montagem incorreta ou presilhas faltantes
 Conexão de filtros quebradas e tirantes em mau estado
 Válvulas de Inalação/exalação faltantes ou danificadas

2. Tirantes
 Rasgos e fissuras
 Perda de Elasticidade
 Presilhas ou fivelas quebradas ou com mau funcionamento

3. Válvulas de exalação (os itens mais importantes de um respirador)

 Sujeiras ou corpos estranhos sob a base da válvula


 Rasgos, fissuras ou distorções das válvulas
 Quebras ou distorções na base da válvula
 Cobertura da válvula faltando ou com defeito
 Instalação incorreta da válvula em sua base
 Inserção incorreta do corpo da válvula no corpo da peça facial

4. Filtros (elementos purificadores de ar)

 Filtro incorreto para o tipo de contaminante


 Instalação incorreta ou anéis de vedação faltantes
 Rosca danificada ou amassada.
 Vida útil ou data de validade dos filtros já ultrapassadas.
 Perfurações na carcaça dos filtros
 Evidências de outros danos

Verificações rápidas de vedação de respiradores

Após colocar o respirador da forma correta, observando inclusive as


instruções do fabricante, o próprio usuário de um respirador deve efetuar (ser
antes treinado para isto) uma verificação rápida da vedação, o que, no entanto,
não substitui o ensaio de vedação de que já tratamos anteriormente.

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Podem ser efetuados 2 tipos de verificação: sob pressão positiva e sob
pressão negativa. A verificação sob pressão positiva é feita obstruindo-se com as
palmas das mãos as saídas de exalação do respirador, em seguida exalando o ar
levemente. Fugas na vedação serão perceptíveis.

Verificação da vedação em pressão positiva num respirador semifacial

Já a verificação sob pressão negativa é feita obstruindo-se a entrada de ar


do respirador, efetuando em seguida uma aspiração (puxando-se o ar com a
respiração para dentro do respirador). Neste exercício, também serão
perceptíveis as eventuais fugas ou má vedação do respirador.

Siga as instruções mais detalhadas contidas no Programa de Proteção


Respiratória do Ministério do Trabalho . Consulte sempre a edição mais recente
desse documento.

Verificação da vedação em pressão negativa num respirador semifacial

Verificação da vedação em pressão negativa num respirador de peça facial


inteira

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Lavagem (Limpeza) e Desinfecção (Higienização) de Respiradores

A Norma americana OSHA 1910.134 indica que “os respiradores de uso


rotineiro devem ser recolhidos, limpos e desinfetados com a frequência
necessária para se ter a certeza de que ofereçam a proteção adequada...” e que
os respiradores para uso em emergências “devem ser lavados e desinfetados
após cada uso”.
LAVAGEM

O respirador deve ser desmontado, removendo-se os filtros, utilizando-se


sempre que possível apenas as mãos (caso dos respiradores semifaciais) ou
também ferramentas adequadas (caso dos respiradores de peça facial inteira).

Em água corrente limpa (ou em cuba com água limpa a temperaturas


máximas de 60o C), utilizando uma escova macia e detergente neutro, lavam-se
as peças - corpo, válvulas de inalação, válvulas de exalação, etc. para remoção
mecânica de sujeiras. Nunca utilize solventes na limpeza. Filtros nunca devem ser
lavados pois isso os destruiria.

A seguir, enxaguam-se as peças em água limpa até remoção total do


sabão/detergente utilizado.

DESINFECÇÃO:

Seguem-se 2 sugestões de soluções desinfetantes que podem ser utilizadas,


conforme mencionadas adiante.

1) Dissolva 2 ml (uma colher de sopa) de água sanitária comum por litro de água
limpa, num recipiente adequado para conter as peças a desinfetar. Esta
solução conterá aproximadamente 50 ppm de Cloro.
2) Dissolva 0,8 ml (uma colher de sobremesa) de solução iodo encontrado em
farmácias, por litro de água, num recipiente adequado para conter as peças.
Esta solução conterá aproximadamente 50 ppm de Iodo.

Mergulhe as peças a serem desinfetadas numa das 2 soluções, deixe por


aproximadamente 2 minutos. A seguir enxágue muito bem para remoção de
resíduos de cloro ou iodo. As partes desgastadas ou com sinais de dano, não
devem ser aproveitadas, devendo ser substituídas.

Deixe as peças secando sobre bancada e um pano limpo. Quando secas,


monte novamente os respiradores. Guarde-os em saco plástico até seu próximo
uso.

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Os equipamentos mais complexos devem sofrer manutenção pelo fabricante
nos tempos e prazos determinados nos manuais de instrução ou sempre que
houver suspeita de mau funcionamento. Isso garante utilização de peças
originais de reposição e ajustes com instrumentação e ferramental apropriados.

O Serviço de Assistência Técnica do fabricante dos seus equipamentos deve


oferecer o apoio de que você necessita para manutenção preventiva e corretiva
em seus equipamentos de Proteção Respiratória.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O autor deste trabalho espera ter levado até você conhecimentos básicos
importantes no campo da Proteção Respiratória e estará sempre à sua
disposição para aprimoramento e reciclagem desses conhecimentos, porque está
sempre buscando novas tecnologias, onde elas estiverem, para que os
equipamentos de proteção respiratória que você tiver escolhido com base nestas
informações possam atender às suas expectativas.

Divida suas experiências com o uso de respiradores.

Esta é uma oportunidade para você contribuir com seus conhecimentos


para o benefício de outros. Se você tem uma experiência interessante com
seleção e uso de respiradores, com problemas e soluções encontradas, submeta-
a a nós em aspectos@farbene.com.br . Este relato e solução poderão ser usados
para ajudar-nos no treinamento de outros estudantes e continuarmos nos
nossos programas de educação contínua.

Visite o site da Farbene: www.farbene.com.br

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ANEXO – TABELA DE VALORES IPVS E LIMITES DE TOLERÂNCIA DE ALGUNS
CONTAMINANTES

Fontes que sugerimos consultar:


a) Industrial Hygiene Services, Inc. - Software: IDLH Viewer
b) NR 15 Portaria 3214
c) www.cdc.gov/niosh/idlh/78308.html - Listagem em Inglês 1995
d) http://www.cdc.gov/niosh/npg/npgsyn-c.html - Limites de Tolerância em Inglês
Atenção: a ausência de um dado não significa que o valor seja Zero !
Novamente chamamos a atenção para o disposto na NR 15 Anexo 11
Os nomes dos produtos foram traduzidos utilizando-se a nomenclatura mais usual.
SUBSTÂNCIA L. T. BRASIL 1978 IPVS NIOSH 1995 Limiar de odor
Acetaldeído 78 ppm 2.000 ppm 0,186 ppm
Acetato de n-Amila 50 ppm (USA) 1.000 ppm 0,067 ppm
Acetato de Etila 310 ppm 2.000 ppm 0,61 ppm
Acetato de Isoamila NIOSH 100 ppm 1.000 ppm 0,004 ppm
Acetato de Isobutila NIOSH 150 ppm 1.300 ppm 0,479 ppm
Acetato de Isopropila OSHA 250 ppm 1.800 ppm 2,4 ppm
Acetato de Metil
Cellosolve NIOSH 0,1 ppm 200 ppm
Acetato de Metila NIOSH 200 ppm 3.100 ppm 6,17 ppm
Acetato de n-Butila NIOSH 150 ppm 1.700 ppm 0,007 ppm
Acetato de sec-Butila NIOSH 200 ppm 1.700 ppm 3-7 ppm
Acetato de terc-Butila NIOSH 200 ppm 1.500 ppm 4-47 ppm
Acetato de n-Propila NIOSH 200 ppm 1.700 ppm 0,575 ppm
Acetato de Vinila NIOSH 4 ppm TETO 0,603 ppm
Acetona 780 ppm 2.500 ppm 4,58 ppm
Acetonitrila 30 ppm 500 ppm 97,7 ppm
Ácido Acético 8 ppm 50 ppm 0,016 ppm
Ácido Bromídrico (Veja
Gás Bromídrico)
Ácido Cianídrico (Veja Gás
Cianídrico)
Ácido Clorídrico (Veja Gás
Clorídrico)
Ácido Fluorídrico (Veja
Gás Fluorídrico)
Ácido Fórmico 4 ppm 30 ppm 28,2 ppm
Ácido Fosfórico NIOSH 1 mg/m3 1.000 mg/m3
Ácido Nítrico NIOSH 2 ppm 25 ppm 0,267 ppm
Ácido Oxálico NIOSH 1 mg/m3 500 mg/m3

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
Autor: João Antonio Munhoz
Farbene Cursos e Treinamentos Ltda. ME
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SUBSTÂNCIA L. T. BRASIL 1978 IPVS NIOSH 1995 Limiar de odor
Ácido Pícrico NIOSH 0,1 mg/m3 75 mg/m3
Ácido Sulfídrico (Veja Gás
Sulfídrico)
Ácido Sulfúrico NIOSH 1 mg/m3 15 mg/m3 0,15 ppm
Acrilamida NIOSH 0,03 mg/m
3
60 mg/m3
Acrilato de Etila OSHA 25 ppm 300 ppm 0,0009 ppm
Acrilato de Metila 8 ppm 250 ppm 0,263 ppm
Acrilonitrila 16 ppm 85 ppm 16,6 ppm
Acroleína NIOSH 0,1 ppm 2 ppm 0,174 ppm
Álcool Alílico NIOSH 2 ppm 20 ppm 0,47 ppm
Álcool Etílico (Etanol) 780 ppm 3.300 ppm 0,136 ppm
Álcool n-Butílico NIOSH 50 ppm 1.400 ppm 0,03 ppm
Álcool sec-Butílico NIOSH 100 ppm 2.000 ppm 1 ppm
Álcool terc-Butílico NIOSH 100 ppm 1.600 ppm 21,5 ppm
Álcool Furfurílico NIOSH 10 ppm 75 ppm 7,83 ppm
Álcool Isoamílico 78 ppm 500 ppm 0,045 ppm
Álcool Isobutílico 40 ppm 1.600 ppm 0,832 ppm
Álcool Isopropílico 310 ppm 2.000 ppm 0,442 ppm
Álcool Metílico (Metanol) 156 ppm 6.000 ppm 141 ppm
Álcool n-Butílico 40 ppm 1.400 ppm 0,03 ppm
Álcool n-Propílico 156 ppm 800 ppm 2,4 ppm
Álcool terc-Butílico 78 ppm 1.600 ppm 21,5 ppm
Aldrin NIOSH 4 ppm TETO 25 mg/m3
Algodão cru (poeira) NIOSH <0,2 mg/m3 100 mg/m3
2-Aminopiridina NIOSH 0,5 ppm 5 ppm
Amônia 20 ppm 300 ppm 5,75 ppm
Anidrido Acético NIOSH 5 ppm TETO 200 ppm 0,029 ppm
Anidrido Maleico NIOSH 1 mg/m3 10 mg/m3 0,318 ppm
Anidrido Ftálico NIOSH 1 ppm 60 mg/m3 0,052 ppm
Anidrido Sulfuroso – Veja
Dióxido de Enxofre
Anilina 4 ppm 100 ppm 0,676 ppm
Arsênico e Compostos
Solúveis NIOSH 0,002 mg/m3 TETO 10 mg/m3
Arsina (Arsenamina) 0,04 ppm 500 ppm 3 ppm
Benzeno (Benzol) VEJA NR 15 500 ppm 8,65 ppm
Berilo OSHA 0,005 mg/m3 TETO 10 mg/m3
Brometo de Etila 156 ppm 2.000 ppm 3,09 ppm

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
Autor: João Antonio Munhoz
Farbene Cursos e Treinamentos Ltda. ME
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SUBSTÂNCIA L. T. BRASIL 1978 IPVS NIOSH 1995 Limiar de odor
Brometo de Metila 12 ppm 250 ppm
Bromo 0,08 ppm 3 ppm 0,066 ppm
Bromofórmio 0,4 ppm 850 ppm 0,447 ppm
1,3-Butadieno 780 ppm 2.000 ppm 0,455 ppm
2-Butanona NIOSH 200 ppm 3.000 ppm 0,27 ppm
Butilamina (n-Butilamina) 4 ppm 300 ppm 0,053 ppm
n-Butil Mercaptana 0,4 ppm 500 ppm 0,001 ppm
p-terc-Butil Tolueno NIOSH 10 ppm 100 ppm 5,02 ppm
2-Butoxietanol NIOSH 5 ppm 700 ppm 0,001 ppm
Cádmio, poeiras, sais e
fumos NIOSH 0,005 mg/m
3
9 mg Cd/ m3
Canfeno Clorado
(Toxafeno) OSHA 0,05 mg/m3 20 mg/m3
Cânfora (sintética) OSHA 2 mg/m3 200 mg/m3
Carbaryl OSHA 5 mg/m3 100 mg/m3
Carvão em pó (Negro-de-
Fumo) OSHA 3,5 mg/m3 1.750 mg/m3
Chlordane OSHA 0,5 mg/m3 100 mg/m3
Chumbo em pó como Pb OSHA 0,05 mg/m3 100 mg Pb/m3
Chumbo Tetraetila como
Pb OSHA 0,75 mg/m3 40 mg Pb/m3
Chumbo Tetrametila
como Pb OSHA 0,75 mg/m3 40 mg Pb/m3
Chumbo, fumos como Pb 700 mg/m3
Cianetos como CN 25 mg/m3
Ciclohexeno NIOSH 300 ppm 2.000 ppm 0,363 ppm
Ciclohexano 235 ppm 1.300 ppm 83,8 ppm
Ciclohexanol 40 ppm 400 ppm 0,068 ppm
Ciclohexanona NIOSH 25 ppm 700 ppm 0,019 ppm
Ciclopentadieno NIOSH 75 ppm 750 ppm 3,8 ppm
Cimento Portland –
Poeiras Totais NIOSH 10 mg/m3 5.000 mg/m3
Cloreto de Alila NIOSH 1 ppm 250 ppm 0,489 ppm
Cloreto de Benzila NIOSH 1 ppm TETO 10 ppm 0,034 ppm
Cloreto de Etila 780 ppm 3.800 ppm 4,07 ppm
Cloreto de Vinila 156 ppm 0,253 ppm
Cloreto de Metila 78 ppm 2.000 ppm 10,2 ppm
Cloreto de Metileno 156 ppm 2.300 ppm 0,912 ppm
Cloreto de Zinco, fumos NIOSH 10 mg/m3 50 mg/m3

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Autor: João Antonio Munhoz
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SUBSTÂNCIA L. T. BRASIL 1978 IPVS NIOSH 1995 Limiar de odor
Cloro 0,8 ppm 10 ppm 0,05 ppm
Cloroacetaldeído NIOSH 1 ppm TETO 45 ppm 0,917 ppm
α-Cloroacetofenona NIOSH 0,3 mg/m3 15 mg/m3 0,026 ppm
Clorobenzeno 59 ppm 1.000 ppm 0,741 ppm
Clorobromometano 156 ppm 2.000 ppm 399 ppm
Clorodifenila (42% de
cloro) NIOSH 0,001 mg/m3 5 mg/m3
Clorodifenila (54% de
cloro) NIOSH 0,001 mg/m3 5 mg/m3
Clorofórmio 20 ppm 500 ppm 11,7 ppm
1-Cloro-1-Nitropropano 16 ppm 100 ppm
β-Cloroprene NIOSH 1 ppm TETO 300 ppm 14,9 ppm
Cloropicrina NIOSH 1 ppm 42 ppm 1,08 ppm
Cobalto como Co Pó NIOSH 0,05 mg/ m3 20 mg/m3
Cobre, Fumos NIOSH 1 mg/ m3 100 mg Cu/m3
Cobre, Poeira e Névoa NIOSH 1 mg/ m3 100 mg Cu/m3
0,00005-0,0079
o- m- e p-Cresol NIOSH 2,3 ppm 250 ppm ppm
Cromo metálico NIOSH 0,25 mg/ m3 200 mg Cr/m3
Crotonaldeído NIOSH 2 ppm 50 ppm 0,135 ppm
Cumeno 39 ppm 900 ppm 0,024 ppm
DDT NIOSH 0,5 mg/ m3 500 mg/m3
Decaborano 0,04 ppm 15 mg/m3 0,06 ppm
Destilados de Petróleo –
Nafta NIOSH 100 ppm 1.100 ppm
Di Isobutil Cetona (DISK) NIOSH 25 ppm 500 ppm 0,339 ppm
Diacetona Álcool 1.800 ppm
Diborano 0,08 ppm 15 ppm 1,8 a 3,5 ppm
Dibrometo de Etileno NIOSH 50 ppm 100 ppm 9,84 ppm
Dibutil Fosfato NIOSH 1 ppm 30 ppm
Dibutil Ftalato NIOSH 5 mg/ m3 4.000 mg/m3
Dichlorvos NIOSH 1 mg/ m3 100 mg/m3
o-Dicloro Benzeno 39 ppm 200 ppm 0,072 ppm
p-Dicloro Benzeno OSHA 75 ppm 150 ppm 0,048 ppm
1,2-Dicloroetano NIOSH 1 ppm 1.000 ppm 11,2 ppm
Dicloro Difluor Metano 780 ppm 15.000 ppm
Dicloro Fluor Metano NIOSH 10 ppm 5.000 ppm
Dicloro Tetrafluor Etano NIOSH 1000 ppm 15.000 ppm

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SUBSTÂNCIA L. T. BRASIL 1978 IPVS NIOSH 1995 Limiar de odor
1,1-Dicloroetano 156 ppm 3.000 ppm 255 ppm
1,2-Dicloroetileno 155 ppm 1.000 ppm 19,1 ppm
Dieldrin NIOSH 0,25 mg/m3 50 mg/m3
Dietanolamina NIOSH 10 ppm 2.000 ppm 0,025 ppm
Dietilamina 20 ppm 200 ppm 0,186 ppm
Dietil Amino Etanol NIOSH 10 ppm 100 ppm
Difluor Dibromo Metano NIOSH 100 ppm 2.000 ppm
Diiso Cianato de Tolueno
– Veja Tolueno
Diisocianato TDI
Di Iso Butil Cetona (DISK) NIOSH 25 PPM 500 ppm 0,339 ppm
Di Iso Propil Amina NIOSH 5 ppm 200 ppm 0,398 ppm
Dimetil Acetamida 8 ppm 300 ppm 47,9 ppm
Dimetil Formamida 8 ppm 500 ppm 100 ppm
Dimetil Ftalato NIOSH 5 mg/m3 2.000 mg/m3
1,1-Dimetil Hidrazina 0,4 ppm 15 ppm 8,79 ppm
Dimetilamina 8 ppm 500 ppm 0,081 ppm
N, N-Dimetilamina NIOSH 25 ppm 100 ppm 0,081 ppm
N,N-Dimetilanilina NIOSH 5 ppm 100 ppm 0,219 ppm
o- m- p-Dinitrobenzeno NIOSH 1 mg/m3 50 mg/m3
Di-Nitrotolueno NIOSH 1,5 mg/m3 50 mg/m3
Dioxano NIOSH 1 ppm TETO 500 ppm 7,78 ppm
Dióxido de Carbono (Gás 74.000 ppm
Carbônico) 3.900 ppm 40.000 ppm (4%) (7,4%)
Dióxido de Cloro 0,08 ppm 5 ppm 9,24 ppm
Dióxido de Enxofre
(Anidrido Sulfuroso) 4 ppm 100 ppm 0,708 ppm
Dióxido de Nitrogênio 4 ppm 20 ppm 0,186 ppm
Dissulfeto de Carbono 16 ppm 500 ppm 0,096 ppm
DDT NIOSH 0,5 mg/m3 500 mg/m3
Epicloridrina OSHA 5 ppm 75 ppm 0,934 ppm
Estibina 0,08 ppm 5 ppm
Estireno 78 ppm 700 ppm 3,44 ppm
Etanol (Veja Álcool Etílico)
Etanolamina NIOSH 3 ppm 30 ppm 2,59 ppm
Éter Alil Glicílico NIOSH 5 ppm 50 ppm
Éter Dicloroetílico 4 ppm 100 ppm
Éter Diglicidílico NIOSH 0,1 ppm 10 ppm 4,61 ppm

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SUBSTÂNCIA L. T. BRASIL 1978 IPVS NIOSH 1995 Limiar de odor
Éter Etílico 310 ppm 1.900 ppm 2,29 ppm
Éter Isopropílico NIOSH 500 ppm 1.400 ppm 0,055 ppm
Etilamina 8 ppm 600 ppm 0,324 ppm
Etil Benzeno 78 ppm 800 ppm 2,3 ppm
Etil Butil Cetona NIOSH 50 ppm 1.000 ppm 0,1 a 10 ppm
Etil Mercaptana 0,4 ppm 500 ppm 0,001 ppm
Etilenoimina 0,4 ppm 100 ppm 1,5 ppm
Etileno Diamina NIOSH 10 ppm 1.000 ppm 4,27 ppm
2-Etoxietanol (Cellosolve) NIOSH 0,5 ppm 500 ppm 1,22 ppm
Fenol 4 ppm 250 ppm 0,011 ppm
Flúor NIOSH 0,1 ppm 25 ppm 0,126 ppm
Fluoracetato de Sódio NIOSH 0,05 mg/m3 2,5 mg/m3
Fluoreto de sulfurila NIOSH 5 ppm 200 ppm
Fluor Tricloro Metano NIOSH 1000 ppm TETO 2.000 ppm
Formiato de Etila NIOSH 100 ppm 1.500 ppm 18,6 ppm
Formiato de Metila NIOSH 100 ppm 4.500 ppm 93,3 ppm
Formaldeído (Formol) 1,6 ppm 20 ppm 0,871 ppm
Fosfato de Trifenila
(Trifenil Fosfato) NIOSH 3 mg/m3 1.000 mg/m3
Fosfina 0,23 ppm 50 ppm 0,14 ppm
Fosgênio 0,08 ppm 2 ppm 0,55 ppm
Fósforo (amarelo) 5 mg/m3
Furfuraldeído OSHA 5 ppm 100 ppm 0,058 ppm
Gás Bromídrico (Ácido
Bromídrico) NIOSH 3 ppm TETO 30 ppm 2 ppm
Gás Cianídrico (Ácido
Cianídrico) 8 ppm 50 ppm 0,603 ppm
Gás Clorídrico (Ácido
Clorídrico) 4 ppm 50 ppm 6,31 ppm
Gás Fluorídrico (Ácido
Fluorídrico) como F 2,5 ppm 30 ppm 0,036 ppm
Gás Sulfídrico (Ácido
Sulfídrico) 8 ppm 100 ppm 0,0005 ppm
Gasolina (como n-Octano) NIOSH 75 ppm 1.000 ppm 0,3 ppm
GLP (Propano + Butano) Asfixiante 2.000 ppm
Grafite (Natural) NIOSH 25 mg/m3 1.250 mg/m3
n-Heptano NIOSH 85 ppm 750 ppm 9,77 ppm
Hexacloroetano NIOSH 1 ppm 300 ppm 0,15 ppm
Hexacloronaftaleno NIOSH 0,2 mg/m3 2 mg/m3

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SUBSTÂNCIA L. T. BRASIL 1978 IPVS NIOSH 1995 Limiar de odor
n-Hexano NIOSH 50 ppm 1.100 ppm 21,9 ppm
2-Hexanona NIOSH 1 ppm 1.600 ppm 0,166 ppm
Hidrazina 0,08 ppm 50 ppm 3,6 ppm
3
NIOSH 25 mg/m
Hidroquinona TETO 50 mg/m3
Hidróxido de Sódio (Soda NIOSH 2 mg/m
3

Cáustica) TETO 10 mg/m3


Iodeto de Metila NIOSH 2 ppm 100 ppm
Iodo NIOSH 1 ppm TETO 2 ppm
Isocianato de Metila NIOSH 0,02 ppm 3 ppm 2,1 ppm
Isopropilamina 4 ppm 750 ppm 0,6 ppm
Lindano NIOSH 0,5 mg/m3 50 mg/m3
Magnésio (Óxido e
Fumos) OSHA 15 mg/m3 500 mg/m3
Malathion (Fração
Respirável) NIOSH 10 mg/m3 250 mg/m3
Mercúrio (como Hg
compostos inorgânicos) NIOSH 0,05 mg/m3 10 mg/m3
Mercúrio (como Hg e
compostos orgânicos) NIOSH 0,01 mg/m3 2 mg/m3
Metacrilato de Metila 78 ppm 1.000 ppm 0,085 ppm
Metanol – Veja Álcool
Metílico
Metil Acetileno NIOSH 1.000 ppm 1.700 ppm
Metil Amina 8 ppm 100 ppm
Metil Cellosolve 20 ppm 200 ppm
Metil Ciclo Hexano NIOSH 400 ppm 1.200 ppm
Metil Ciclo Hexanol 39 ppm 500 ppm
o-Metil Ciclo Hexanona NIOSH 50 ppm 600 ppm
Metil Clorofórmio 275 ppm 700 ppm 22,4 ppm
1,1,1-Metil Clorofórmio –
Veja Tricloretano
Metil Etil Cetona (MEK)
(2-Butanona) 155 ppm 3.000 ppm 0,27 ppm
a-Metil Estireno NIOSH 100 ppm 700 ppm 0,003 ppm
Metil Hidrazina 20 ppm 1,7 ppm
5-Metil 3-Heptanona 100 ppm
Metil Isobutil Cetona
(MIBK) 3.000 ppm 0,121 ppm
Metil Isobutil Carbinol
(Álcool Metil Amílico) 20 ppm 400 ppm 1,1 ppm

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
Autor: João Antonio Munhoz
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SUBSTÂNCIA L. T. BRASIL 1978 IPVS NIOSH 1995 Limiar de odor
Metil Isocianato
(Isocianato de Metila) NIOSH 0,02 ppm 3 ppm 2,1 ppm
Metil Mercaptana 0,04 ppm 150 ppm 0,001 ppm
Metilamina 8 ppm 100 ppm 0,019 ppm
Monocloreto de Enxofre NIOSH 1 ppm TETO 5 ppm 0,001 ppm
Monometil Anilina OSHA 5 ppm 100 ppm
Monóxido de Carbono 39 ppm 1.200 ppm inodoro
Nafta NIOSH 100 ppm 1.000 ppm
Naftaleno NIOSH 10 ppm 250 ppm 0,015 ppm
Negro de Fumo NIOSH 3,5 mg/m3 1.750 mg/m3
Níquel Carbonila NIOSH 0,001 ppm 2 ppm 0,5 a 3 ppm
Nitrato de n-Propila 20 ppm 500 ppm 50 ppm
Nitrobenzeno NIOSH 1 ppm 200 ppm 0,044 ppm
Nitroetano 78 ppm 1.000 ppm 2,11 ppm
Nitrometano OSHA 100 ppm 750 ppm 3,5 ppm
1-Nitropropano 20 ppm 1.000 ppm 7,09 ppm
2-Nitropropano 20 ppm 100 ppm 4,85 ppm
o- m- p-Nitrotolueno NIOSH 2 ppm 200 ppm 0,017 ppm
Octano (Veja Gasolina)
Óleo Mineral (Névoas) Não estabelecido 2.500 mg/m3
Óxido de Boro NIOSH 10 mg/m3 2.000 mg/ m3
Óxido de Cádmio, fumos OSHA 0,005
como Cd mg/m3 9 mg/m3
Óxido de Cálcio NIOSH 2 mg/m3 25 mg/m3
Óxido de Etileno 39 ppm 800 ppm 851 ppm
Óxido, poeira e fumos de
Ferro NIOSH 5 mg/m3 2.500 mg/m3
Óxido de Zinco, fumos NIOSH 5 mg/m3 500 mg/m3
Óxido Nítrico 20 ppm 100 ppm
Óxido de Propileno OSHA 100 ppm 2,000 ppm 3,31 ppm
Ozônio 0,08 ppm 5 ppm 0,051 ppm
Parathion NIOSH 0,05 mg/m
3
10 mg/m3
Pedra Sabão NIOSH 6 mg/m3 3.000 mg/m3
Pentacloreto de Fósforo NIOSH 1 mg/m3 70 mg/m3
Pentaclorofenol NIOSH 0,5 mg/m3 2,5 mg/m3
Pentafluoreto de Enxofre NIOSH 0,01 ppm TETO 1 ppm
n-Pentano NIOSH 120 ppm 1.500 ppm 31,6 ppm
2-Pentanona NIOSH 150 ppm 1.500 ppm 1,55 ppm

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SUBSTÂNCIA L. T. BRASIL 1978 IPVS NIOSH 1995 Limiar de odor
Percloretileno
(Tetracloroetileno) 78 ppm 150 ppm 6,17 ppm
Percloro Metil
Mercaptana NIOSH 0,01 ppm 10 ppm 0,097 ppm
3
Peróxido de Benzoíla Não estabelecido 1.500 mg/m
Peróxido de Hidrogênio NIOSH 1 ppm 75 ppm
Petróleo – Destilados
( Ver Nafta) 1.100 ppm
Phosdrin NIOSH 0,01 ppm 4 ppm
Piridina 4 ppm 1.000 ppm 0,085 ppm
3
Pixe volátil Não estabelecido 80 mg/m
Propano Asfixiante
Propilenimina 1,6 ppm 100 ppm
3
Quinona NIOSH 0,4 mg/m 100 mg/m3 0,012 ppm
Sílica amorfa NIOSH 6 mg/m3 3.000 mg/m3
Silicato de Etila NIOSH 10 ppm 700 ppm 3,6 ppm
Soda Cáustica – Veja
Hidróxido de Sódio
Sulfamato de Amônio NIOSH 10 mg/m3 1.500 mg/m3
Sulfato de Dimetila 0,08 ppm 7 ppm
Terebentina NIOSH 100 ppm 800 ppm
Tetrabrometo de Acetileno OSHA 1 ppm 8 ppm
Tetracloreto de Carbono 8 ppm 200 ppm 40,7 ppm
1,1,2,2-Tetracloroetano NIOSH 1 ppm 100 ppm 0,21 ppm
Tetrahidrofurano 156 ppm 2.000 ppm 3,8 ppm
Tetrametil Succinonitrila NIOSH 3 mg/m3 5 ppm
Tetra Nitro Metano NIOSH 1 ppm 4 ppm
Tolueno 78 ppm 500 ppm 0,16 ppm
Tolueno Di-Isocianato TDI 0,016 ppm 2,5 ppm 2,14 ppm
o-Toluidina OSHA 5 ppm 50 ppm 0,025 a 6,6 ppm
Toxafeno – Veja Canfeno
Clorado
Tributil Fosfato NIOSH 0,2 ppm 30 ppm
1,1,1-Tricloretano (Metil
Clorofórmio) 275 ppm 700 ppm 22,4 ppm
1,1,2-Tricloretano 8 ppm 100 ppm
Tricloroetileno 78 ppm 1.000 ppm 1,36 ppm
1,2,3-Tricloropropano 40 ppm 100 ppm 100 ppm

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SUBSTÂNCIA L. T. BRASIL 1978 IPVS NIOSH 1995 Limiar de odor
Tricloreto de Fósforo NIOSH 0,2 ppm 25 ppm
1,1,2-Tricloro 1,2,2-
Trifluormetano Não Estabelecido 2.000 ppm
Trietilamina 20 ppm 200 ppm 0,309 ppm
NIOSH 1 ppm
Trifluoreto de Boro TETO 25 ppm
NIOSH 0,1 ppm
Trifluoreto de Cloro TETO 20 ppm
Trifluoreto de Nitrogênio NIOSH 10 ppm 1.000 ppm
Trifluorobromometano 780 ppm 40.000 ppm
Trimetilamina NIOSH 10 ppm 100 ppm 0,001 ppm
2,4,6-Trinitrotolueno NIOSH 0,5 mg/m3 500 mg/m3
Urânio Natural,
Compostos Insolúveis NIOSH 0,2 mg/m3 10 mg/m3
Urânio Natural, NIOSH 0,05
Compostos Solúveis mg/m3 10 mg/m3
Vinil Tolueno NIOSH 100 ppm 400 ppm 10 ppm
0,851 – 0,324 e
0,49 ppm
o- m- p-Xilol 78 ppm 900 ppm respec.

Atenção com gases e vapores com fracas propriedades de alerta e de


periculosidade: impedem uso de respiradores com filtros de carvão ativado
independente de sua concentração reinante no ambiente de trabalho.
Todos os dados desta tabela são fornecidos sem qualquer responsabilidade da
Farbene pois estão disponíveis em sites da Internet ou outras publicações.

Nota: O Limiar de Odor : Indica a margem do limite de odor dos compostos


químicos para os quais essa informação encontra-se disponível, tendo-se como
referência principal a publicação da AIHA (American Industrial Hygiene
Association). Outras referências, tais como do NIOSH foram utilizadas para os
compostos que não possuem valores publicados pela AIHA. As metodologias
para definir e determinar os limiares de odor são muito variáveis, gerando
diferentes valores para vários compostos. Cada indivíduo pode também reagir de
forma diferente a um mesmo odor. Numa determinada concentração uma
pessoa pode sentir e reconhecer o odor, enquanto que outra sentirá dificuldades
em percebê-lo.

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
Autor: João Antonio Munhoz
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Notas sobre a NR 33 – Espaços Confinados

Consideramos importante você conhecer o texto completo da NR 33, pois lá


encontrará diversas necessidades de uso de equipamentos de Proteção
Respiratória.

Sinalização para identificação nas entradas dos espaços confinados

Atenção: O Guia Técnico da NR 33 emitido em janeiro de 2013 permite uma


melhor compreensão desta importante NR. Sugerimos baixá-lo em:

 http://portal.mte.gov.br/data/files/8A7C812D3D183EB0013D21E555EF2
3AC/Guia%20Técnico%20da%20NR-33.pdf

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
Autor: João Antonio Munhoz
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

 NIOSH Guide to Industrial Respiratory Protection


 NIOSH Guide to the Selection and Use of Particulate Respirators
 Treinamentos de Respiratory Protection and Fit Testing Workshop, Dr.
Roy McKay, USA
 Normas NBR da Associação Brasileira de Normas Técnicas
 Journal of the International Society for Respiratory Protection
 PPR Programa de Proteção Respiratória 4ª Edição – Fundacentro
 O Tamanho das Partículas de Poeira no Ar em Ambientes de Trabalho,
Alcineia M.A. Santos - Fundacentro
 Segurança e Medicina do Trabalho – Manuais de Legislação Atlas
 Complete Confined Spaces Handbook – John F. Rekus
 Air Monitoring for Toxic Exposures – Shirley A. Ness
 Basic Concepts of Industrial Hygiene – Ronald Scott
 Respiratory Protection Handbook – William Nevoir e Ching-Tsen Bien
 Safety and Health in Confined Spaces – Neil McManus
 Normas ABNT
 Norma Regulamentadora 33
 Guia Técnico da NR 33 (janeiro 2013)
 Guia Prático da Nova Ortografia – Douglas Tufano,Editora
Melhoramentos Ltda., agosto de 2008
 Norma Regulamentadora 15 Anexo 11
 Higiene Ocupacional – Agentes Biológicos, Químicos e Físicos, Ezio
Brevigliero, José Possebon, Robson Spinelli – Editora Senac, 2006.
 Newsletters bimensais do Dr. Roy McKay, Universidade de Cincinnati,
USA.
 Small Entity Compliance Guide for the Respiratory Protection Standard
OSHA 3384-09 2011
 Apostilas dos Cursos e estágios frequentados no Pulmonary Services da
University of Cincinnati – USA.

Nota: Todas as referências a normas, regulamentos e legislações


pertinentes aos equipamentos de proteção respiratória, referem-se aos
documentos disponíveis na data desta edição. Sempre que houver
alguma alteração/atualização desses regulamentos, incluiremos nas
futuras edições.

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Aspectos Teóricos e Práticos da Proteção Respiratória
Autor: João Antonio Munhoz
Farbene Cursos e Treinamentos Ltda. ME
_________________________________________________________________

Sobre o Autor:

João Antonio Munhoz, técnico em química, atuou como Gerente


de Produto na Dräger do Brasil por mais de 20 anos, atual Gerente
Técnico da Farbene Cursos e Treinamentos Ltda., prestando serviços de
consultoria a Empresas em Detecção de Gases e Proteção Respiratória.
Frequentou e ministrou Cursos, apresentou trabalhos em Eventos ligados
às áreas de sua especialidade, no Brasil e em diversos outros países.
Ministra diversos cursos de Programa de Proteção Respiratória em
entidades de destaque. É instrutor dos módulos de Proteção Respiratória,
Áreas Classificadas e Equipamentos da NR 33 na ABPA Associação
Brasileira para Prevenção de Acidentes. Frequenta regularmente, para
atualização técnica, cursos e treinamentos em Proteção Respiratória na
University of Cincinnati – Pulmonary Services.

O primeiro trabalho do autor data de 1976 e começou com a


Detecção de Gases. Posteriormente foi ampliado incluindo Proteção
Respiratória em diversas edições até chegar a esta.

Para escrever este Trabalho, que é constantemente atualizado


com inclusões e novidades neste campo, o autor baseou-se em sua
experiência pessoal de 43 anos nos assuntos de sua especialidade, nos
exemplos práticos encontrados no dia-a-dia, na literatura disponível no
mercado mundial neste momento, em trabalhos apresentados em
congressos e em cursos frequentados e ministrados no Brasil e no
Exterior.

Críticas e sugestões serão bem-vindas. Lembre-se: este Trabalho


passa por constantes atualizações.

Esta é a 45ª edição deste trabalho, foi atualizada em Março de 2018.

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