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ABRACOPEL
ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA
2019 - ANO BASE 2018
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA
OS PERIGOS DA ELETRICIDADE
ABRACOPEL
Presidência
Gilberto Alvarenga
Diretoria Executiva
Edson Martinho
Meire Biudes Martinho
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE CONSCIENTIZAÇÃO PARA
OS PERIGOS DA ELETRICIDADE
ABRACOPEL
Escritório Central
Rua Europa, 1464,
Jardim Celani – CEP: 13326-110
Salto/SP – Brasil
www.abracopel.org.br
Tel: (55-11) 94114-9559
E-mail: abracopel@abracopel.org.br
Copyright ©2018
DIRETORIAS REGIONAIS
Rio de Janeiro
Fernando Pinto
Bahia
Antonio José Silva de Souza
Pernambuco
Antiógenes Cordeiro
Rio Grande do Norte
Walquiria Joseane da Silva
Alagoas
João Macário de Omena Netto
Equipe editorial
Meire Biudes Martinho
Execução
Associação Brasileira de Conscientização para os
Perigos da Eletricidade (Abracopel)
Colaboração
Procobre- Instituto Brasileiro do Cobre
APRESENTAÇÃO
O Anuário Estatístico apresenta a evolução dos
acidentes de origem elétrica no país, com dados
de 2018, oferecendo à sociedade brasileira, ao
setor de energia e ao poder público um importante
instrumento de referência sobre os riscos inerentes
à eletricidade, especialmente os relacionados às
instalações elétricas e ao seu manuseio.
Concebido em 2013, o Anuário resguarda seu
objetivo inicial de conscientizar (i) a população
sobre a importância de renovar as instalações
elétricas residenciais e comerciais para que a
rotina de quem lida com a eletricidade seja segura;
(ii) as concessionárias de energia para promover
técnicas, modelos e padrões que possam ser
adotados por seus colaboradores, a fim de que
estejam protegidos ao manusear as redes de
distribuição e transmissão de eletricidade e; (iii) as
autoridades municipais, estaduais e federais, entre
outras entidades, sobre a necessidade de atualizar
parâmetros e regras referentes às instalações
elétricas - inclusive quanto ao uso de materiais
certificados - e reforçar a fiscalização, de forma
a prevenir incêndios por sobrecarga e omissões
quanto à regulamentação elétrica vigente.
Tais objetivos não perdem de vista suprir a falta
de informações consolidadas, sistematizadas e
confiáveis a que o Anuário se propõe ao compilar
e analisar na sua publicação os dados de natureza
estatística e geográfica, levando ainda em conta
aspectos sociais e demográficos, entre outros
recortes necessários para o conhecimento
ordenado dos acidentes de origem elétrica em
todo o país.
A presença do Brasil no rol dos 10 países que mais consomem
energia no mundo – de acordo com a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), mais de 472 TWh em 2018 – releva ainda
mais a importância do Anuário como fonte inequívoca para a
promoção de melhorias quanto à produção do conhecimento
e à qualidade da informação, para a inserção de novos temas
na agenda de discussão da sociedade civil e dos órgãos
públicos, especialmente quanto à formulação de políticas
de prevenção. Por isso, os dados aqui apresentados, embora
retratem um cenário sombrio de acidentes com eletricidade,
constatam as evidências empíricas de que as fatalidades
podem sim ser evitadas, bastando para isso a mobilização
dos agentes envolvidos.
Apesar da inestimável importância das informações contidas
nesse Anuário, faz-se uma ressalva: os dados apresentados
espelham parcialmente a gravidade do problema, haja
vista a existência de casos não reportados ou divulgados
na imprensa e situações que, mesmo depois de todos os
esforços empreendidos, não podem ser categoricamente
classificadas como sobrecargas (caso dos incêndios que
têm os curtos-circuitos como causas aparentes, mas não
legitimadas). Tais exemplos ilustram, brevemente, alguns dos
desafios metodológicos para contabilizar de maneira efetiva
os acidentes de origem elétrica e os incêndios por sobrecarga
nas 27 unidades da federação, relegando aos veículos de
comunicação o papel quase que exclusivo de fonte primária
para coleta de dados e posterior tratamento estatístico.
Ao mapear e tornar conhecidas as carências menosprezadas
no trato da eletricidade, o Anuário conjuga também um olhar
crítico, que traz uma janela de oportunidade para indução
de mudanças, constituindo-se em uma contribuição singular
de influência para a segurança das instalações elétricas no
Brasil.
Além das informações compreendidas na edição impressa,
este conteúdo está disponível para download no portal da
Abracopel, no endereço www.abracopel.org.br, e na página
de seu parceiro, Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre), no
endereço www.procobre.com.br.
Gilberto Alvarenga
Presidente Abracopel 2019-2021
SUMÁRIO GERAL
GUIA DE LEITURA 08
SUMÁRIO DE SEÇÕES 09
SUMÁRIO DE GRÁFICOS 10
MENSAGEM DA ABRACOPEL 11
PONTO DE VISTA 12
A segurança do usuário e o direito de acesso à energia
SEÇÃO 1 27
PANORAMA GERAL DE ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA
SEÇÃO 2 41
SÉRIE HISTÓRICA – DADOS COMPARADOS
SEÇÃO 3 51
CONSIDERAÇÕES RELEVANTES
GUIA DE LEITURA
Dois critérios básicos orientam a estruturação do Anuário
Estatístico Abracopel de Acidentes de Origem Elétrica 2018:
os dados de mortes por choques elétricos e os incêndios
por sobrecarga no período de 1º de janeiro de 2018 a 31 de
dezembro de 2018.
As informações aqui presentes estão organizadas em três
seções, duas delas se desdobram na exposição desses
dois temas e são acompanhadas por gráficos comentados
dispostos após o Sumário de Seções. Uma breve introdução
antecede cada seção, a fim de que o leitor conheça o que
será abordado.
O primeiro tema retratado traz o total de acidentes com as
mortes em decorrência de choques elétricos, com recortes
regionais e com o tipo de edificação ou logradouro onde os
acidentes acontecem. As estatísticas também apontam a
faixa etária e o tipo de ocupação dos acidentados.
De forma similar, o segundo tema é exposto, com as
informações referenciadas para os incêndios gerados a
partir de sobrecargas e curtos-circuitos. Ambos os dados
conformam o cenário dos acidentes de origem elétrica no
Brasil no ano de 2018.
A segunda seção, por sua vez, é mais abrangente por trazer
uma análise comparada da série histórica dos choques
elétricos e dos incêndios por sobrecarga nos anos de 2013 –
data de início do levantamento – até 2018.
As considerações relevantes sobre o panorama de acidentes
de origem elétrica são manifestadas na terceira seção e
trazem à luz o que pode ser feito pela sociedade civil, agentes
econômicos e poder público para prevenir os acidentes com
eletricidade que ainda vitimam às centenas.
SEÇÃO 1 27
PANORAMA GERAL DE ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA
• Total de Acidentes de Origem Elétrica
• Choques Elétricos
• Incêndios por Sobrecarga
SEÇÃO 2 41
SÉRIE HISTÓRICA - DADOS COMPARADOS
• Dados Gerais
• Choques Elétricos
• Incêndios por Sobrecarga
SEÇÃO 3 51
CONSIDERAÇÕES RELEVANTES
9
SUMÁRIO DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Dados gerais de acidentes de origem elétrica – porcentagem por tipo 28
Gráfico 4: Acidentes fatais com choque elétrico por estado - Região Norte 30
Gráfico 5: Acidentes fatais com choque elétrico por estado - Região Centro-Oeste 30
Gráfico 6: Acidentes fatais com choque elétrico por estado - Região Nordeste 30
Gráfico 7: Acidentes fatais com choque elétrico por estado - Região Sudeste 31
Gráfico 8: Acidentes fatais com choque elétrico por estado - Região Sul 31
Gráfico 18: Evolução dos acidentes fatais por choque elétrico por região 42
Gráfico 19: Total de acidentes por choque elétrico – fatal/não fatal 2013 a 2018 43
Gráfico 20: Fatalidades por choque elétrico por tipo de edificação ou logradouro 44
Gráfico 21: Mortes por choque elétrico na rede aérea por tipo de ocupação 45
Gráfico 23: Total geral de mortes por choque elétrico e por faixa etária 47
Edson Martinho
Diretor executivo da Abracopel
11
PONTO DE VISTA
A SEGURANÇA DO USUÁRIO
E O DIREITO DE ACESSO À ENERGIA
O Brasil deixou o ano de 2018 amargurando tristes constatações. Foram registrados
537 casos de incêndios causados por curto-circuito, totalizando 61 mortes. Um
crescimento de mais de 20% em relação ao ano de 2017. A maioria absoluta desses
incêndios foi causada por instalações elétricas mal planejadas. São números
que realmente chocam e, infelizmente, ao que tudo indica, só tendem a piorar.
O início de 2019 dá sinais nesse sentido. Já em fevereiro, o país acordou com a
estarrecedora notícia de que 10 jovens atletas do Flamengo tiveram suas vidas
brutalmente ceifadas. A causa? Curto-circuito em aparelho de ar-condicionado.
Quando esses e outros casos são expostos à sociedade, uma pergunta
imediatamente vem à tona: de quem é a responsabilidade? Com um pouco mais
de atenção, o leitor ainda pode questionar: existem regras que parametrizam as
instalações?
Não há dúvida de que o consumidor de energia é responsável pela qualidade e pela
adequação das instalações que utiliza. Porém, a segurança das instalações não está
somente relacionada ao papel que ele, o consumidor, deve desempenhar. Outras
variáveis são fundamentais para essa análise, tais como a qualidade dos produtos
postos no mercado e utilizados nas instalações e/ou a contratação de profissional
qualificado para elaborar e implementar os projetos. Não se pode esquecer, ainda,
da responsabilidade de quem fiscaliza as instalações e do operador que faz a
primeira ligação. Todos esses atores, cada qual dentro das suas responsabilidades,
devem zelar pela adequação das instalações elétricas.
De outro lado, deve ser respondido que sim, existem regras direcionadas à
adequação das instalações elétricas. E isso não é de hoje. A distribuição da energia
é uma atividade complexa e cercada de riscos. Sabendo disso, desde a década de
1910 o Brasil toma medidas para regular a matéria1. A mais recente normalização
é a dada exclusivamente pela ABNT NBR54102. Uma norma técnica sofisticada e
adequada aos rigores internacionais.
Isso significa dizer que o Brasil, ao mesmo tempo em que possui umas das mais
sofisticadas normas técnicas, na prática apresenta um quadro catastrófico a
respeito da segurança das instalações elétricas. Daí revela-se outra constatação:
se há todo esse regramento, de que modo acidentes como aquele do Flamengo
ocorrem?
1 A primeira norma brasileira de que se tem notícia a respeito do assunto data de 1914, o Código de Instalações Elétricas. Após,
em 1941, o Brasil passou a contar com a “Norma Brasileira para Execução de Instalações Elétricas”, cujo objetivo primordial era
o “estabelecimento das condições que contemplassem as instalações elétricas de baixa tensão, a fim de garantir a segurança
de pessoas e animais, o funcionamento adequado da instalação e a conservação de bens”. Nas décadas seguintes, referida
normatização passou por cinco revisões, respectivamente nos anos de 1960, 1980, 1990, 1997, 2004 e 2008 e foi adequada a
parâmetros internacionais.
2 A referida norma segue padrões internacionais. Ela prescreve as regras necessárias para o projeto de execução e para a
verificação das instalações de baixa tensão. Seu objetivo é estabelecer a segurança das pessoas, dos animais e dos bens contra
os perigos suscetíveis de ocorrer quando não há adequação técnica das instalações elétricas. Além disso, o sistema brasileiro de
energia elétrica ainda conta com a Portaria n.º 51, expedida pelo Inmetro. Esta portaria visa oferecer aos cidadãos os requisitos
de avaliação de conformidade (RAC) para instalações elétricas de baixa tensão. De acordo com Portaria 51, o RAC seria realizado
por meio de “certificação”.
4 A previsão acerca do dever de fiscalizar está expressa principalmente nos termos da Resolução 414, da ANEEL, bem como nos
próprios termos das concessões firmadas pela respectiva agência e as distribuidoras.
13
– o bem estar dos consumidores – é suprimido, ora por interesses da distribuidora
– que foge da implementação (informar e fiscalizar) –, ora por omissão do órgão
regulador – que se falta em induzir e fiscalizar as normas postas. Com base nessas
informações, a Abracopel solicitou ao Idec a avaliação das informações e a tomada
de medidas judiciais para proteger o interesse dos consumidores.
No legislativo, a associação tornou seus estudos conhecidos junto a vários
representantes de cargos eletivos. Um dos encontros promovidos gerou resultado
concreto, com o projeto de lei que estabelece a “política nacional de segurança
das instalações elétricas de baixa tensão”, de autoria do deputado federal Rogério
Peninha Mendonça. O objetivo da proposta é determinar as condições para a
elevação do nível de adequação das instalações elétricas domésticas. Dentre
outras providências, o projeto prevê a inspeção técnica e periódica nas unidades
consumidoras e elenca direitos e deveres dos prestadores do serviço público de
distribuição e dos usuários.
O trabalho da Abracopel é de fôlego. Isso porque os desafios inerentes à
adequação das instalações estão diretamente relacionados à cultura brasileira. A
má-adequação das instalações elétricas é a causa direta de mortes. Compreender
a dimensão dessa afirmação tem sido um obstáculo para as autoridades que
detêm competência fiscalizatória sobre a matéria. Em cada acidente noticiado
a perplexidade aumenta. Porém os espaços para diálogo parecem cada vez
menores. A bandeira levantada pela associação, portanto, impõe-se contra esse
estado cultural das coisas e de ouvidos moucos da administração pública.
A despeito do que foi até agora feito, a Abracopel não pode ficar sozinha num
embate que é de interesse coletivo. Daí a necessidade de que suas iniciativas sejam
cada vez mais popularizadas. O dever de fiscalização das unidades consumidoras
não configura mera obrigação na sistemática da prestação do serviço público em
questão. Sua dimensão é muito mais ampla. Trata-se de um direito, um direito de
fiscalização, que, além de compreender a condição para a materialização do direito
de acesso à energia, também abrange a adequação das instalações elétricas aos
padrões técnicos definidos por órgãos competentes, cujos efeitos atingem toda a
coletividade e cerca inúmeras vidas. A da minha família e a da sua, inclusive.
15
ABRAMAT
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Rodrigo Navarro
Presidente da Abramat
www.abramat.org.br
SINDUSCON-SP
SINDICATO DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL
DO ESTADO DE SÃO PAULO
É preciso zelar pela conformidade e pela qualidade. Não há como negar a gravidade
das causas que motivam os acidentes de origem elétrica e que provocam
mais de 600 vítimas fatais por ano no Brasil. Daí a importância do trabalho da
Abracopel, disseminando informações relevantes para uma cultura preventiva
de segurança em projeto, instalação, verificação e manutenção de instalações
elétricas. O fato de o número de acidentes entre choques elétricos, incêndios por
curtos-circuitos e descargas atmosféricas ter aumentado 41,4% entre 2013 e 2018
demonstra o desafio que todos os elos da cadeia produtiva do setor têm pela
frente. Também na indústria da construção somos vítimas desta situação, uma
vez que os choques elétricos constituem uma das maiores causas de acidentes
de trabalho em canteiros de obras. Por esse motivo, o SindusCon-SP busca
conscientizar suas associadas a zelarem pela conformidade dos componentes,
equipamentos e sistemas elétricos a serem instalados nas obras, bem como pela
qualidade e segurança do serviço das empresas instaladoras. Entendemos ser
nossa responsabilidade combater todo tipo de não conformidade, para reduzir
o número absurdo de acidentes que ainda ocorrem no país, bem como para dar
segurança aos usuários finais dos nossos empreendimentos. Fica aqui registrado
nosso apoio integral às iniciativas da Abracopel, entre as quais a publicação deste
importante Anuário.”
ABRAVA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE REFRIGERAÇÃO,
AR CONDICIONADO, VENTILAÇÃO E AQUECIMENTO
Arnaldo Basile
Presidente
www.abrava.com.br
17
ABRAFAC
ASSOCIAÇÃO RASILEIRA DE FACITILIES
Thiago Santana
Presidente da Abrafac
www.abrafac.org.br
COBEI/ABNT
COMITÊ BRASILEIRO DE ELETRICIDADE, ELETRÔNICA, ILUMINAÇÃO E
TELECOMUNICAÇÕES
Glycon Garcia Jr
Diretor Executivo do Procobre
www.procobre.org
19
ABRASIP
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENGENHARIA DE SISTEMAS PREDIAIS
Uma das estatísticas apuradas pelo Anuário Abracopel diz respeito ao número
de vítimas fatais em decorrência de acidentes com redes aéreas de distribuição,
ao todo 172 em 2018. Em São Paulo, os cabos suspensos de energia elétrica se
estendem por 41 mil km e, no que depender do decreto de outubro de 2006,
vão continuar assim por muito tempo, haja vista o descumprimento por parte
das concessionárias de enterrar anualmente 250 km de cabos de iluminação.
Essa, no entanto, é apenas uma medida que poderia contribuir para reduzir a
exposição da população e, especialmente, dos profissionais eletricistas ao perigo.
Mais efetivas, para eles, estão o uso compulsório de itens de proteção pessoal, o
rigor no cumprimento de normas e regulamentos, a adoção de procedimentos de
conduta técnica e a atualização do conhecimento de forma permanente. A Abrasip
tem uma preocupação permanente com este tema e atualizações periódicas
acontecem em nossos Projetos de Instalações Elétricas, assim como reuniões
com as concessionárias, acompanhamento de normas na ABNT e o cumprimento
de todas essas normas e regulamentos. Nosso foco é o conhecimento técnico
de ponta. Mas não basta um projeto correto se ele não for executado à risca (as
built) e se o usuário leigo (leia-se consumidor final) não receber as instruções
necessárias para que acidentes fatais ligados à eletricidade sejam evitados.”
ABILUX
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE ILUMINAÇÃO
Enio Rodrigues
Diretor Executivo do Sindicel
www.sindicel.org.br
21
ABRINSTAL
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PELA CONFORMIDADE
E EFICIÊNCIA DE INSTALAÇÕES
FIESP
FEDERAÇÃO DAS INDUSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Maurício Sant’ana
Secretário Executivo da Qualifio
www.qualifio.org.br
23
24 ANUÁRIO ESTATÍSTICO ABRAPEL
DE ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA 2019 - ANO BASE 2018
DADOS
ESTATÍSTICOS
ABRACOPEL
METODOLOGIA DE COLETA
DE DADOS
A Abracopel faz uso da informação eletrônica,
disponível nos meios de comunicação, como
forma de identificar os acidentes de origem
elétrica que acontecem no país. Ao difundirem
a notícia sobre os acidentes e incêndios de
origem elétrica ocorridos na região de cobertura
de seus respectivos veículos de imprensa,
os profissionais de mídia - apresentadores,
repórteres, radialistas, articulistas, entre outros
formadores de opinião - contribuem para os
registros contidos no Anuário Abracopel.
A essa fonte de informação está incorporada
a ferramenta de alerta de notícias criada pelo
Google, o que permite à Abracopel acompanhar
palavras-chaves específicas de interesse para
captação de dados.
Outros colaboradores espalhados pelo país
são os eletricistas e profissionais técnicos do
setor elétrico, que também informam sobre
os acidentes em suas regiões de atuação,
ampliando nossa base de dados. De posse
dessas informações, uma equipe depura cada
uma das notícias recebidas, para constatar
a veracidade do fato. Depois de tudo
devidamente checado, os dados extraídos são
segmentados por data, estado, cidade, gênero,
faixa etária, ocupação, tipo de acidente, entre
outros parâmetros de tratamento levados em
consideração para registro consolidado durante
o ano. Dessa forma, o cenário de acidentes de
origem elétrica no Brasil é retratado.
25
SEÇÃO 1
Panorama Geral de Acidentes
de Origem Elétrica no Brasil
A primeira seção do Anuário traz o número total de acidentes de origem
elétrica no país e se desdobra em dois grandes temas: Choques Elétricos
e Incêndios por Sobrecarga (Curto-Circuito). A abordagem de cada tema
contempla recortes por região geográfica e estado da federação, faixa
etária das vítimas, tipo de ocupação, tipo de logradouro onde houve a
ocorrência e a evolução mensal dos acidentes.
27
TOTAL DE ACIDENTES DE
ORIGEM ELÉTRICA
1424 ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA - 2018
DESCARGA
ATMOSFÉRICA (raio)
3%
INCÊNDIOS POR
SOBRECARGA
38%
CHOQUES
59%
1600 1424
1400
1200
1000 836
800 622
537
600 475
400
214
200 61 38 51
13
0
CHOQUES ELÉTRICOS
NORD ESTE
68
NORDESTE
261
CENTRO
OESTE
73 SUDESTE
123
SUL
97
Gráfico 3: Número de mortes por região
COMENTÁRIO:
O Nordeste continua sendo, pelo terceiro ano consecutivo, a região que
mais registra casos de mortes por choques elétricos, com 42% do total. O
desconhecimento dos riscos que a eletricidade oferece é um dos grandes
fatores para estes números, mas é possível afirmar que o descaso com a
eletricidade configura como o maior vilão. O Sudeste ocupa a 2ª posição,
com 20% do total de acidentes com mortes, seguido de perto pela região
Sul, com 15%, pelo Centro-Oeste, 12% e pela região Norte, com 11% do total
de vítimas fatais. A prática de contratar profissionais qualificados para a
realização de uma instalação elétrica poderia aumentar a qualidade das
instalações e torná-las mais seguras, evitando os eventos fatais, ainda tão
frequentes.
29
MORTE POR CHOQUE ELÉTRICO
NORTE 2018
25 21
20 NORTE
68
15 11 11
9
10 7 7
5 2
0
25 21
20 AC AM AP PA RO RR TO NORTE
68
15 11 11
Gráfico 4: Acidentes fatais com choque elétrico por estado - Região
9 Norte
10 7 7
25
5 21 2
20 NORTE
68
0
30 27
MORTE
15 ACPOR CHOQUE
AM
11
25
AP ELÉTRICO
PA RO
11 RR TO CENTRO
9 OESTE
10
20 7
CENTRO-OESTE 20187
73
15
5 2
10
0 6
AC AM AP PA RO RR TO
0
30 27
DF
25
GO MS MT
CENTRO
20
OESTE
73
15
10 6 27
30 25 CENTRO
0
20
OESTE
73
DF GO 15
MS MT
80
10 6
Gráfico 5: Acidentes
60 NORDESTE
fatais com choque elétrico por estado - Região Centro-Oeste
261
60
0 45
40 38
DF GO MS 33 MT
21 23 27
20
MORTE POR CHOQUE ELÉTRICO 7 7
0
80
NORDESTE 2018
AL BA
60 CE MA PB PE PI RN SE NORDESTE
261
60
45
40 38
33
21 23 27
80
20
7 7
60 NORDESTE
261
60
0
80 AL BA CE MA PB 45
PE PI RN SE
40 38 65
33 SUDESTE
123
60 21 23 27
20
40 33 7 7
0 18
20 AL 7 BA CE MA PB PE PI RN SE
0
80
Gráfico 6: Acidentes fataisMG
com choque elétrico por estado
65 - Região Nordeste
ES RJ SP SUDESTE
123
60
40 33
18
80
20
7 65
SUDESTE
123
60
0
40 37
ES MG RJ 34 SP
40 33 SUL
97
30 26
18
20
20 7
0
10
ES MG RJ SP
30 ANUÁRIO
0
40
ESTATÍSTICO ABRAPEL
37
DE ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA 2019 - ANO BASE342018
PR RS SC SUL
30 26
20
80
0
21 23 27
33
7 7
261
AL
MORTE BA CE
60 CHOQUE
POR MA PB
ELÉTRICOPE PI RN SE NORDESTE
261
60
45
SUDESTE
40 2018 38
33
21 23 27
20
7 7
0
80 AL BA CE MA PB PE PI RN SE
65
SUDESTE
123
60
40 33
18
20
7
80
0
65
ES MG RJ SP SUDESTE
123
60
Gráfico
40 7: Acidentes fatais 33
com choque elétrico por estado - Região Sudeste
18
20
7
0
40 37
MORTE PORES CHOQUE
MGELÉTRICO RJ 34 SP
SUL
97
30
SUL 2018 26
20
10
0
40 37
PR RS 34
SC SUL
97
30 26
20
10
0
PR RS SC
Gráfico 8: Acidentes fatais com choque elétrico por estado - Região Sul
COMENTÁRIO:
Os estados do São Paulo (65), Bahia (60), Rio Grande do Sul (37), Mato
Grosso (27) e Pará (21), encabeçam a lista, em suas respectivas regiões,
como os que mais registraram acidentes com vítimas fatais por choques
elétricos. Apesar de a Bahia ter aproximadamente 1/3 da população do
estado de São Paulo, apenas cinco acidentes separam o estado nordestino
do mais populoso do país. No outro extremo, o estado de Roraima é o que
soma menos ocorrências, com dois registros.
31
MORTE POR CHOQUE ELÉTRICO
POR TIPO DE EDIFICAÇÃO OU LOGRADOURO - 2018
outros 1
Usina 0
Shopping center 0
Rios / lagos / açudes 27
Super / hipermercado 1
Subestações 5
Sí�o, chacara ou fazenda 40
Residência unifamiliar - casa 168
Residência mul�familiar - área comum 0
Residência mul�familiar - apto 1
Parque de diversão/clube 3
Praças, largos 12
Região Litorânea 1
rede aérea de transmissão 2
Rede aérea de distribuição 172
indústria de médio ou pequeno porte 16
Igreja 0
Empresa Pública/Presídios 3
Escola 6
Construção civil - acidentes internos 11
Comércio - outros 3
Comércio pequeno porte 30
Área urbana - postes, ruas, avenidas 59
Área Rural Externa 61
0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200
COMENTÁRIO:
De acordo com os dados, os ambientes residenciais (somatória de
unifamiliar+multifamiliar+sítios e fazendas) registram 209 mortes
superando os acidentes que envolvem as redes aéreas de distribuição
(172). Ainda em 2017, o “Raio X das Instalações Elétricas”, publicado pela
Abracopel em conjunto com o Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre)
alertava para a condição preocupante de apenas 29% das residências
brasileiras possuírem projeto elétrico, pouco mais de 50% das moradias
contarem com condutor de proteção (fio terra) instalado e apenas 27%
dessas edificações terem DR, um dispositivo de proteção que interrompe
a fuga de corrente e reduz o risco de choque elétrico. À época, o estudo
apontou também que 60% das moradias com idade média de 20 anos de
construção nunca haviam passado por reforma e apenas 35% dos imóveis
adotavam o padrão de tomada de três polos, vigente no Brasil. O estudo
completo pode ser revisitado no endereço: http://programacasasegura.
org/blog/2017/05/04/raio-x-das-instalacoes-eletricas-residenciais-
brasileiras.
Não iden�ficado 0
41 a 50 anos 106
31 a 40 anos 160
21 a 30 anos 144
16 a 20 anos 37
11 a 15 anos 37
6 a 10 anos 14
0 a 5 anos 20
COMENTÁRIO:
Em 2018, 160 vítimas fatais de choques elétricos tinham de 31 a 40 anos
de idade, sendo essa a faixa etária mais afetada, com 26% de acidentes.
Os jovens adultos, de 21 a 30 anos, compõem a segunda população que
mais sofreu a incidência de choques mortais, com 144 vítimas ou 23%
das ocorrências. Entre os indivíduos de 41 a 50 anos, houve 106 mortes e
entre os acima de 50 anos, 104 fatalidades, respondendo cada uma por
aproximadamente 17% dos eventos. As faixas etárias de 11 a 15 anos e 16 a
20 anos registraram 37 (6%) mortes cada. Entre as crianças de 0 a 10 anos
foram 34 as vítimas (5%), sendo 20 delas de 0 a 5 anos (3%).
33
CHOQUE ELÉTRICO TOTAL E FATAL
POR PROFISSÃO/OCUPAÇÃO - 2018
180
168 164
160
140
125
118
120 111
105
100
85
80
67 63 64
57 56
60 50 52
44 40
37 37
40 27 23 24 20
20 13 9 7 13 16
5 9 7
0
total fatal
COMENTÁRIO:
Os acidentes fatais por choques elétricos vitimaram mais de uma centena
de agricultores. Muitas dessas mortes ocorreram em decorrência do
manuseio, instalação e manutenção de bombas de poços artesianos
e bombas de sucção. Entre os pedreiros e os pintores, as causas mais
comuns de acidentes com vítimas são a desatenção com o manuseio de
materiais metálicos (barras de ferro ou extensores dos rolos) próximo
às redes de energia elétrica. Ao tocarem a rede, acontece a fatalidade.
Crianças e adolescentes por não possuírem profissão determinada são
classificados, metodologicamente, como estudantes. A denominação
“Outros” é aplicada sempre que não é possível identificar a profissão do
acidentado.
35
30
30
29
25
23
20
15 18
15
10 13
10
8 9 9
5 1
4 3 0
0
COMENTÁRIO:
Apesar de todos os esforços das concessionárias de distribuição de energia
elétrica em alertar sobre os riscos da proximidade com a rede de energia,
parte da população continua colocando a vida em perigo ao construir
moradias próximas às linhas de transmissão. No caso dos agricultores, o
manuseio de máquinas agrícolas próximas a essas linhas são as principais
causas de acidentes. Ainda que em número menor, os acidentes com
eletricistas funcionários de empresas de energia continuam acontecendo
mesmo com todo conhecimento que o exercício da profissão requer.
35
CHOQUES ELÉTRICOS FATAIS POR MÊS - 2018
90
80 79
70
65 62 66
60 58
57
50 44
40 42
40 38
30 32
31
20
10
0
COMENTÁRIO:
Curiosamente, os dados agregados mostram um aumento no número de
acidentes fatais nos meses que iniciaram o ano de 2018 e os próximos do
seu término. Os dois períodos concentram as estações mais quentes do
ano, as férias escolares e algumas das festividades mais representativas
da cultura popular, caso do Carnaval e do Ano Novo.
9
Sul
142
26
Sudeste
155
5
Centro Oeste
60
18
Nordeste
124
3
Norte
56
61
Total
537
Morte Incêndio
Outros 0
4
Super / hipermercado 0
2
Shopping center 0
6
Residência Mul�familiar - apto 14
45
Residência Unifamiliar - casas+sí�os 44
207
Indústria de pequeno ou médio porte 1
46
Igrejas 0
7
Hospitais 0
17
Escola/Universidade 0
29
Empresa Pública/Presídios 1
44
Comércios pequeno porte/outros 1
130
Fatal Incêndio
COMENTÁRIO:
As residências unifamiliares são o tipo de edificação que mais registraram
incêndios por curto-circuito/sobrecarga, com 207 eventos e 44 mortes.
Nos prédios residenciais, os incêndios por sobrecarga deixaram 14 mortos
e a incidência foi de 45 ocorrências. Em comércios (sejam de pequeno ou
grande porte) os dados revelam 130 incêndios ao longo do ano de 2018,
com uma morte, permitindo afirmar que os incêndios por sobrecarga
ocorrem, majoritariamente, em ambientes residenciais e comerciais.
37
INCÊNDIOS POR SOBRECARGA POR MÊS E REGIÃO 2018
20
19
18 18 18 18
17 17
16
20 16
19 15 15
14
18 18 18 18 14
17 13 13 13 17 13
12
16 12 12 12 16 12 12
11 11 11 15 15
10
14 10 10 14
9 9 9 13 13 9 13 13
128 12 12 8 8 12 8 12 8 12 8 8
7 11 7 11 11 7
106 6
10 10 6 6 6
9 9 9 5 9
84 4 8 8 4 8 4 8 8 8 4
73 3 3 7 3 7
62 6 2 6 6 2 6 2 2
5 1
40 4 4 4 4
3 3 3 3
2 2 2 2 2
1
0
70
Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul 61
MORTES
60
50
70
40 61
60
30
50
20 16
40 9
10 7 5 6 6
4 4 2
30 1 0 1
0
20 16
9 7
10 4 5 6 6
4 2
1 0 1
0
39
40 ANUÁRIO ESTATÍSTICO ABRAPEL
DE ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA 2019 - ANO BASE 2018
SEÇÃO 2
Série Histórica
Dados Comparados
Outro corte para análise de dados refere-se ao acumulado anual abrangendo
os anos de 2013, início da série histórica, a 2018, para fins de comparação. O
método historiográfico permite, de maneira facilitada, entender a evolução
dos acidentes de origem elétrica no Brasil e identificar pontos de maior
vulnerabilidade, que requerem maior atenção quanto às ações preventivas.
41
DADOS GERAIS
TOTAL DE ACIDENTES
1600
1387 1424
1400 1319
1223 1248
1200
1038
1000
800
600
400
200
0
2013 2014 2015 2016 2017 2018
2013 2014 2015 2016 2017 2018
COMENTÁRIO:
A série histórica de dados mostra uma escalada crescente de acidentes
de origem elétrica no país, com incremento de 37,2% em 2018 em relação
a 2013, ano de início da pesquisa. Em números absolutos, esse percentual
representou um aumento de 386 acidentes. Anualmente, os acréscimos
para os períodos 2013-2014, 2014-2015, 2015-2016, 2016-2017 e 2017-2018
foram, respectivamente, 17,82% (185), 2,04% (25), 5,68% (71), 5,15% (68) e
2,67% (37).
CHOQUES ELÉTRICOS
COMPARATIVO MORTES POR CHOQUE ELÉTRICO POR REGIÃO - 2013
A 2018
700
627
627
622
599
592
590
600
500
400
287
300
271
261
259
266
258
200
133
123
125
123
116
118
109
109
98
97
88
94
100
73
74
65
69
66
68
60
54
54
52
43
44
0
Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul TOTAL
Gráfico 18: Evolução dos acidentes fatais por choque elétrico por região
Gráfico 19: Total de acidentes por choque elétrico – fatal/não fatal 2013 a 2018
COMENTÁRIO:
O ano de 2015 foi o que registrou menos acidentes com choques elétricos
em toda a série e, embora os casos com vítimas fatais em 2018 tenham
sido mais numerosos do que 2013 (41 ocorrências a mais), no ano passado
houve 05 mortes a menos do que em 2017. No acumulado de acidentes
com choque elétrico, 2018 teve 85 eventos a mais se comparado a 2017.
43
MORTE POR CHOQUE ELÉTRICO POR TIPO DE EDIFICAÇÃO OU
LOGRADOURO 2013 A 2018
1
4
Outros 2
5
4
3
0
12
Shopping center/praças 7
11
0
0
28
24
Rios, lagos, açudes/praia 26
17
2
3
1
3
Super/hipermercado 0
1
1
2
209
218
Residência unifamiliar+sí�os,chácaras, fazendas+Apto 173
163
214
198
7
0
Subestações/transmissão 0
9
3
6
172
181
Rede áerea de distribuição 218
213
109
170
16
12
Indústria 14
19
12
22
0
5
Igreja/convento/hospitais 8
2
0
0
3
3
Empresa pública/presídio 5
5
3
0
9
4
Clube/parque/escola 8
3
4
5
11
16
Construção civil (interno) 14
12
0
0
33
47
Comércio (pequeno/outros) 37
39
79
44
59
49
Área urbana 20
36
112
66
61
50
Área rural 69
55
81
75
Gráfico 20: Fatalidades por choque elétrico por tipo de edificação ou logradouro
Outro 18 33 36 36 24 59
Aposentado 9 11 10 11 0
Soldador / Serralheiro 04 30
3
Vidraceiro
Motorista de caminhão 15 10 16 22 20
Curioso 9 16 21 12 9 0
Agricultor 30 15 11 12 0
Pintor / ajudante 23 15 13 14 8 6
Instalador TV a cabo/telefonia
8 5 13 6 8 13
placas/toldos/calhas
Faxineira, domés�ca
128 213
dona de casa
Estudante 13 11 17 16 23 22
Eletricista profissional
4 13 15 14 9 12
empresa
Eletricista ou técnico
10 9 11 17 20 28
autônomo
Gráfico 21: Mortes por choque elétrico na rede aérea por tipo de ocupação
COMENTÁRIO:
Apesar de todo o trabalho de conscientização sobre os riscos do
manuseio de materiais sem manter a devida distância das redes aéreas de
distribuição de energia, muitos profissionais ligados às áreas da construção
civil e comunicação visual continuam se acidentando. Pedreiros, pintores
e instaladores de fachada são as vítimas mais frequentes dos acidentes
com mortes por choque elétrico.
45
COMPARATIVO MORTE POR CHOQUE ELÉTRICO POR PROFISSÃO
2013 A 2018
0
0
39
Aposentado 40
33
50
0
15
9
Soldador / Serralheiro 21
10
7
0
2
24
Motorista de caminhão 20
14
16
0
33
17
Curioso 31
30
40
0
0
56
Agricultor 90
72
105
10
23
16
Pintor / ajudante 31
18
24
55
60
58
Pedreiro / ajudantes 71
67
37
20
20
17
Instalador cabo/telefonia/placas/toldos/calhas 39
10
13
0
4
1
podador de árvore 6
10
7
72
41
33
Faxineira, domés�ca dona de casa 40
37
56
117
79
76
Estudante 93
76
118
29
16
22
Eletricista profissional empresa 33
18
5
71
54
61
Eletricista ou técnico autônomo 59
45
57
COMENTÁRIO:
Diferentemente da condição anterior, que avalia os acidentes computados
na rede aérea de distribuição, os acidentes, em geral, têm como principais
vítimas estudantes (pessoas sem profissão definida), agricultores, os
próprios profissionais autônomos da área elétrica e as donas de casa
(aqui também computadas as trabalhadoras domésticas).
Gráfico 23: Total geral de mortes por choque elétrico e por faixa etária
COMENTÁRIO:
De 2013 a 2018, 3.657 pessoas foram vitimadas por choques elétricos
fatais no Brasil, o que significa 1,67 morte/dia. Só entre as crianças e
adolescentes (de 0 a 15 anos) foram 439 mortes. Os adultos jovens (de 21
a 40 anos) representam quase a metade do total de vítimas de acidentes
fatais por choques elétricos.
INCÊNDIOS POR
SOBRECARGA/CURTO-CIRCUITO
COMPARATIVO INCÊNDIOS/MORTES ORIGINADOS POR
SOBRECARGA - 2013 A 2018
537
451
448
441
295
200
61
33
33
30
20
16
COMENTÁRIO:
De 2013 a 2018, os incêndios por sobrecarga e curto-circuito mais que
duplicaram e as mortes quase quadruplicaram. Em relação ao ano anterior,
2018 registrou um aumento de 18,84% no número de incêndios e pouco
mais que 100% no número de mortes.
47
COMPARATIVO INCÊNDIOS/MORTES CAUSADOS POR SOBRECARGA
- 2013 A 2018
16
0
0
2
FATAL 0
0
0
0
14
2013
250
8
4
8
I N C Ê N D IO 20
11
47
75
77
20
0
0
0
FATAL 0
0
0
0
20
2014
298
3
4
9
I N C Ê N D IO 3
14
25
104
136
33
0
0
0
FATAL 0
0
0
2
31
2015
441
8
4
13
I N C Ê N D IO 14
23
31
149
199
448
12
21
21
I N C Ê N D IO 22
28
28
104
212
30
0
0
0
FATAL 1
0
0
8
21
2017
451
15
4
22
I N C Ê N D IO 20
18
22
135
215
61
0
0
1
FATAL 0
0
1
1
58
2018
537
8
4
46
I N C Ê N D IO 24
29
44
130
252
COMENTÁRIO:
Os ambientes mais susceptíveis à ocorrência de incêndios por sobrecarga
e curto-circuito, de acordo com os dados acumulados, são os ambientes
residenciais e os pequenos comércios, com 1091 e 697 eventos,
respectivamente.
49
50 ANUÁRIO ESTATÍSTICO ABRAPEL
DE ACIDENTES DE ORIGEM ELÉTRICA 2019 - ANO BASE 2018
SEÇÃO 3
Considerações
Relevantes
Nessa seção, estão especificadas as ações de mobilização
conduzidas pela Abracopel e que podem ser difundidas para minorar
o número de acidentes com eletricidade no país e as que podem ser
implantadas, visando à melhoria nas condições de segurança das
instalações elétricas das edificações.
51
CONSIDERAÇÕES
RELEVANTES
Os dados do Anuário 2018 mostram o quanto a população brasileira ainda
é carente de informação sobre os riscos que a eletricidade pode oferecer
quando mal-empregada. Não fosse assim, a maioria dos acidentes
apurados nesse levantamento poderia ter sido evitada, poupando
centenas de vítimas.
Embora instalações elétricas inadequadas não impeçam, muitas vezes,
um equipamento de funcionar, o desconhecimento e a negligência
dos proprietários de imóveis e até dos próprios profissionais da área
elétrica sobre os riscos relacionados às instalações antigas, ao uso de
fios e cabos não certificados, às gambiarras elétricas, são fatores que
colocam em perigo a vida do usuário da eletricidade.
A importância desse Anuário está em espelhar essa realidade, por meio
dos números apresentados, e realçar a necessidade de mudança de
cultura para a segurança das instalações elétricas, de forma a reduzir a
exposição a acidentes por choque ou incêndios por sobrecarga.
Além do Anuário, a Abracopel realiza diversas ações para levar o conceito
da eletricidade segura para os profissionais do setor e para o público
em geral. Os seminários, workshops, encontros técnicos, congressos,
roadshows e palestras são voltados à capacitação da mão de obra, para
que adote as boas práticas de mercado no dia a dia de trabalho, de forma
a conseguir um resultado de qualidade, sinônimo de segurança.
Durante os 13 anos de atuação da Abracopel, mais de 35 mil profissionais
puderam manter-se atualizados em todo o Brasil por meio das ações
promovidas pela entidade. Quando somadas as iniciativas on-line, esse
universo duplica.
Por meio do Conadse, Congresso Nacional Abracopel de Atualização
Docente em Segurança com Eletricidade, a Associação também
participa da qualificação de professores, levando informação sobre novas
tecnologias, normalizações e tudo de mais atual que está acontecendo
no setor. Dessa forma, ao retornarem às suas instituições, os docentes
podem replicar os conhecimentos adquiridos a seus pares e alunos.
Para a sociedade, as ações de conscientização incluem o Concurso
Nacional de Redação e Desenho e o Prêmio Abracopel de Jornalismo, cujo
objetivo é cultivar e disseminar a cultura da segurança com eletricidade
junto à população.
A ideia de criar um concurso nacional voltado para crianças e adolescentes
era um sonho antigo da Abracopel, que almejava chegar até a base da
sociedade para incutir nesse público um conceito correto sobre as boas
práticas em segurança pra lidar com a eletricidade.
53
A certeza que move a Abracopel é de que as ações conduzidas por ela
já preservaram milhares de vidas ao evitar um número incontável de
acidentes. E, nesse sentido, cabe um agradecimento especial a todos os
que, direta ou indiretamente, contribuíram para que isso fosse possível.
A Abracopel despende esforços perseguindo esse propósito e, com vistas
a concretizá-lo em um horizonte próximo, algumas medidas emergenciais
precisam ser colocadas em prática. São medidas simples, mas com
potencial para interromper o avanço do número de acidentes fatais por
choques elétricos e os incêndios por curto-circuito, que tanto sensibiliza
a todos por gerar um passivo - emocional ou financeiro – na maioria das
vezes evitável:
• Padronizar procedimentos e metodologias seguras de trabalho;
• Difundir princípios básicos de controle de riscos elétricos;
• Conscientizar profissionais envolvidos e promover melhoria na
atitude e no comportamento dos trabalhadores do setor;
• Ampliar a divulgação das boas práticas em segurança elétrica em
escolas, comunidades carentes, associações de bairro, de forma
a minimizar os acidentes que acontecem por absoluta falta de
informação e conscientização;
• Reforçar a fiscalização da NR-10, norma regulamentadora do
Ministério do Trabalho, que rege as regras para o trabalho com
eletricidade de forma segura.