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Estágio em Centro de Saúde

Inês Mariana Ferreira Dias Salazar, a85162

Mestrado Integrado em Medicina – 1ºano

Universidade do Minho

2017/2018
Estágio em Centro de Saúde

Parte I) “Diário de Bordo”

Sábado, 9 de junho de 2018

Na manhã do dia 9 de junho, participámos em vários seminários com o intuito


de nos informar sobre a história, o papel e a importância dos Agrupamentos de Centros
de Saúde (ACeS) e as funções das várias unidades destes.

Inicialmente, começamos por uma sessão introdutória sobre a origem e as


sucessivas melhorias dos Agrupamentos de Centros de Saúde e a sua finalidade:
garantir a prestação dos cuidados de saúde primários à população. Seguidamente, foi-
nos apresentado a função de um nutricionista e os princípios para ter uma alimentação
saudável e a importância de praticar uma boa alimentação no dia a dia. Além disso,
explicaram-nos, de uma forma geral, o papel do médico de família. Por fim, fomos
informados sobre as regras e objetivos a atingir no estágio e as diretrizes de avaliação
desta unidade curricular.

Segunda-feira,18 de junho de 2018

No primeiro dia de estágio apresentei-me na USF, onde fui recebida por uma
das secretárias que se encarregou de me mostrar as diferentes divisões explicando a
utilidade destas e apresentou-me outros profissionais de saúde e do secretariado.

De seguida, fui encaminhada ao gabinete do meu tutor onde definimos o


horário e fez um breve esclarecimento do funcionamento da Unidade de Saúde.
Apresentou-me o programa informático utilizado para anotar o registo clínico de cada
utente que segue o método de documentação SOAP: S – subjetivo, queixas e sintomas
relatados pelo utente; O – descrição objetiva construída pelo médico; A – avaliação
efetuada pelo médico; P – plano adotado pelo médico para tratamento dos sintomas.
Mostrou-me também o funcionamento do programa utilizado para agendamento de
consultas, marcação de exames e análises, entre outro: SClínico. Acrescento que me
mostraram também o sistema informático de prescrição de receitas médicas (PEM).

No resto da manhã, acompanhei o meu tutor nas suas diversas consultas.


Aprendi que estas se dividem em três ramos: programadas, abertas ou domiciliárias.
Dentro das programadas existe ainda a de diabéticos, hipertensos, Saúde Infantil e
Materna, Planeamento Familiar. Gostaria de destacar uma consulta em que uma jovem
de 28 anos marcou consulta para pedir exames a tudo, sem antecedentes de risco,
apenas como medida de prevenção. O médico, de uma forma compreensiva, comunicou
à utente que a realização de certos exames acarreta algum risco ao corpo humano pelo
que só devem ser feitos quando recomendados, exercendo assim uma boa prática
médica.

A tarde foi dedicada à Saúde Materna, onde tive a oportunidade de medir o


perímetro abdominal às grávidas. Uma destas foi diagnosticada como infértil após ter
realizado quimioterapia e radioterapia para combater um linfoma que acabou por vencer.
O meu tutor afirmava que era um milagre e, em seguida, tive a oportunidade de ouvir o
batimento cardíaco do bebé através do doppler fetal que foi muito fascinante.

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Terça-feira, 19 de junho de 2018

Durante a manhã, as consultas foram dedicadas, principalmente, aos


Diabéticos e Hipertensos. O meu tutor, ao longo destas consultas, alertou-me que
muitas das vezes, principalmente os utentes mais velhos, esqueciam-se de tomar os
medicamentos ou mostravam uma atitude de indiferença porque são doenças que não
se sentem e só acarretam consequências graves quando os níveis estão muito
alterados. Nestas consultas, o médico verifica se as análises estão dentro dos
parâmetros normais e regista-as, medição dos sinais vitais e realiza os testes físicos a
ver se está tudo normal. Uma consulta que me impressionou foi uma consulta aberta
em que o senhor estava a recuperar de uma icterícia. Quando chegou, ainda estava
com um tom de pele amarelado. O motivo da marcação da consulta foi devido a ter tido
alta do hospital há mais de um mês e não terem sequer falado com a família e os exames
que realizou no hospital afirmavam que o utente tinha cancro na vesícula. A família
mostrava-se indignada por ainda não terem marcado uma consulta. Apreciei bastante
esta consulta, pelo facto de já ter falado desta patologia nas aulas e acerca da qual pude
esclarecer mais dúvidas e também pela disponibilidade e preocupação que o médico
mostrou em resolver a situação.

Terminei o dia com consultas de Saúde Adultos com o meu tutor, que na
maioria eram mulheres com depressão. Conheci uma realidade que me era de todo
estranha e que nunca pensei que tanta gente atravessasse pelo mesmo. Gostaria de
realçar uma mulher de 40 anos que se encontrava com depressão. O meu tutor contou-
me que a senhora já tinha tido uma consulta anterior onde afirmava que se sentia
deprimida, não tinha paciência para o filho e marido e que foi medicada. Na consulta
que presenciei, ela afirmava que se sentia melhor, mas quando está sozinha tudo
voltava. Após um discurso do meu tutor, que se mostrou bastante compreensivo,
apercebi-me do papel do médico de família, que apenas com uma conversa honesta,
ele conseguiu ser ouvido pela paciente e incentiva-la a ser mais resiliente na vida.

Quarta-feira, 20 de junho de 2018

Hoje pude observar pela primeira vez a realização de uma citologia cervico-
vaginal, mais conhecida popularmente como “papanicolau”, que seguiu para análise.
Este exame é essencial no rastreio do cancro do colo do útero. O meu tutor afirmou que
devemos ter um especial cuidado nas situações em que a mulher se encontra na
menopausa uma vez que há uma menor lubrificação vaginal, que pode provocar um
maior desconforto na realização do exame.

Assisti a consultas de Saúde de Adultos o resto da manhã, onde pude observar


uma tromboflebite numa senhora obesa e um senhor alcoólico em que os valores
referentes ao número de células do fígado encontravam-se dez vezes mais altos em
relação aos valores de referência. O senhor mostrou-se bastante motivado em realizar
uma desintoxicação e parar, definitivamente, de beber. Um dos aspetos que considerei
muito positivo neste dia, foi perceber a proximidade entre o médico de família e o utente,
que permitiu que o doente aceitasse as sugestões e conselhos vindo do médico, sendo
uma mais valia na recuperação do paciente.

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Durante a tarde estive no secretariado clínico da USF onde me apercebi da


importância da eficácia e de uma boa gestão da área administrativa da Unidade de
Saúde, que era responsável pelo agendamento de consultas, atendimento de chamadas
e a receção e receção de exames para consultas não presenciais. Apercebi-me que
temos de estar preparados para situações mais complicados, como o caso de uma
senhora que queria marcar uma consulta para o filho, mas apenas trazia documentos
fora de validade, ou seja, não eram válidos. A secretária clínica não poderia marcar uma
consulta, devidas às novas leis de proteção de dados e privacidade e a senhora exaltou-
se. Esta lidou, muito calmamente, com a situação mostrando à senhora que nada podia
fazer.

Quinta-feira, 21 de junho de 2018

Iniciei o dia realizando duas consultas ao domicílio com duas enfermeiras em


que uma delas destacarei mais à frente e a outra teve como principal objetivo a
manutenção de pensos para ajudar no tratamento e cicatrização de duas úlceras de
pressão. No resto da manhã, observei uma senhora com artrite nos ombros e joelhos
que estava a piorar devido ao excesso de peso e um senhor com sinais de grandes
dimensões nas costas e que procurava saber se era necessário removê-los. Estas
consultas permitiram-me rever os conhecimentos adquiridos ao longo deste ano e
aplicar alguns conhecimentos, como medir tensões e analisar ecografias e radiografias.

Durante a tarde, tive a oportunidade de observar, por duas vezes, o exame


citológico cervico-vaginal em que pude ver a diferença de abertura do orifício do colo do
útero de uma mulher que fez cesariana e de uma utente que teve um parto normal. Pude
também observar a realização do teste EAS (Elementos anormais e sedimentoscopia)
que avalia a presença ou ausência de substâncias anormais na urina.

Sexta-feira, 22 de junho de 2018

No início da manhã observei as consultas de enfermagem, onde vi a mudança


de pensos de uma cicatriz após uma cirurgia aos joanetes, a admistração de vacinas, a
pesagem e medição da altura a bebés e crianças. A enfermeira mostrou-me que era
muito importante registar todos os valores no Boletim de Saúde Infantil e ver nos gráficos
se está de acordo com os valores de referência. Nestas consultas, reparei no papel
fundamental da enfermeira na educação para a saúde, aconselhando a mãe nos hábitos
alimentares e higiénicos que esta devia assumir e avaliando a introdução de novos
alimentos na dieta infantil.

No resto da manhã acompanhei o meu tutor em consultas de saúde infantil,


observando uma menina de 18 anos sem menarca, onde os exames revelaram que os
níveis das hormonas femininas se encontravam relativamente mais baixos aos normais.
Foi encaminhada para uma consulta de genecologia no hospital. Pude também observar
consultas de saúde infantil dos 5 anos e 10 anos.

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Parte II) Situação presenciada


Uma das consultas que mais me impressionou foi um domicílio de enfermagem.

Uma das enfermeiras que eu acompanhava, durante a viagem para a casa


onde se daria o tratamento, elucidou-me sobre a história clínica do utente. Tratava-se
de um senhor com 75 anos com doença arterial periférica e tinha pé diabético, que na
última semana tinha evoluído, muito rapidamente, para um pé necrótico. Já tinha
realizado uma desobstrução de uma artéria. Há duas semanas, o utente teve uma
consulta de Cirurgia Vascular no hospital devido a uma nova obstrução de uma artéria
onde lhe comunicaram que não era possível realizar nenhuma cirurgia ao membro
inferior uma vez que a obstrução era de grandes dimensões. Devido à rapidez da
evolução da ferida necrótica do pé, a filha marcou, uns dias antes, uma consulta com o
meu tutor para ver o que se poderia fazer para tratar a necrose. Foi-lhe dito que teria de
marcar uma consulta no hospital em cirurgia vascular e que o mais provável é que ele
teria de ser amputado antes do joelho. No dia seguinte a filha fez o que o médico de
família lhe recomendou e no dia a seguir foi lhe marcada a consulta. Na consulta
informaram-lhe o que o médico de família tinha previsto.

Quando chegamos ao local, fiquei um pouco sensibilizada com o pé do utente,


que já se encontrava com feridas de grandes dimensões em necrose. Fiquei ainda mais
tocada e comovida quando a médica referiu sobre a amputação urgente do membro
inferior do utente e este começou a chorar. Observei a forma como a enfermeira
interveio de forma pertinente, tendo a capacidade de tranquiliza-lo e mostrando-lhe que
há pessoas muito mais novas a terem que serem amputadas e o que importava era ele
ficar curado. Notou-se, que embora continuasse emocionado, sentiu-se mais aliviado e
a ver a situação de outra perspetiva. Esta consulta fez-me perceber que é essencial,
como futura médica, estar preparada para lidar com estas situações em que os utentes
estão mais vulneráveis, e que necessitam de uma palavra de tranquilidade.

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