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Alfenas – MG
2019
PERDAS COMUNS DE MATERIAIS DENTRO DE UM CANTEIRO DE OBRAS
Alfenas – MG
2019
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
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LISTA DE TABELAS
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 6
2 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 7
3 PERDAS DE MATERIAIS .............................................................................................. 8
4 TIPOS DE PERDAS ......................................................................................................... 9
5 INDICADORES DE PERDAS NO CANTEIRO DE OBRAS .................................... 11
6 CAUSAS ........................................................................................................................... 15
7 MINIMIZAR OS DESPERDÍCIOS DE MATERIAS ................................................. 15
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................... 17
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 18
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1. INTRODUÇÃO
A Construção Civil destaca-se por ser um dos setores que possui grandes índices de
desperdícios consideráveis. As perdas ocorrem de tantas formas nesse setor que geralmente só
são percebidas quando mensuradas de fato.
Sempre que ocorre perda física de material, à quantidade perdida de insumo está
associado um custo. Tais perdas ocorrem quando os materiais são utilizados para outros
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propósitos que não aqueles para os quais foram especificados, ou em quantidades superiores
aquelas requeridas para satisfazer às exigências do projeto.
2. OBJETIVO GERAL
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3. PERDAS DE MATERIAIS
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Figura 1 – Diferentes fases da obra.
4. TIPOS DE PERDAS
As perdas de materiais no canteiro de obras podem ocorrer por diversos fatores como são
exemplificadas a seguir:
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a) Perdas por superprodução: refere-se às perdas que ocorrem devido à produção em
quantidades superiores às necessárias, como, por exemplo: produção de argamassa em
quantidade superior à necessária para um dia de trabalho ou o excesso de espessura de
lajes de concreto armado;
b) Perdas por substituição: decorrem da utilização de um material de valor ou
características de desempenho superiores ao especificado, tais como: utilização de
argamassa com traços de maior resistência que a especificada ou a utilização de tijolos
maciços no lugar de blocos cerâmicos furados.
c) Perdas por espera: relacionadas com a sincronização e o nivelamento dos fluxos de
materiais e as atividades dos trabalhadores. Podem envolver tanto perdas de mão de
obra quanto de equipamentos, como, por exemplo, paradas nos serviços originadas por
falta de disponibilidade de equipamentos ou de materiais.
d) Perdas por transporte: as perdas por transporte estão associadas ao manuseio
excessivo ou inadequado dos materiais e componentes em função de uma má
programação das atividades ou de um layout ineficiente, como, por exemplo: tempo
excessivo despendido em transporte devido a grandes distâncias entre estoques e o
guincho, quebra de materiais devido ao seu duplo manuseio ou ao uso de equipamento
de transporte inadequado.
e) Perdas no processamento em si: têm origem na própria natureza das atividades do
processo ou na execução inadequada dos mesmos. Decorrem da falta de
procedimentos padronizados e ineficiências nos métodos de trabalho, da falta de
treinamento da mão de obra ou de deficiências no detalhamento e construtividade dos
projetos. São exemplos deste tipo de perdas: quebra de paredes rebocadas para
viabilizar a execução das instalações; quebra manual de blocos devido à falta de
meios-blocos.
f) Perdas nos estoques: estão associadas à existência de estoques excessivos, em função
da programação inadequada na entrega dos materiais ou de erros na orçamentação,
podendo gerar situações de falta de locais adequados para a estocagem dos mesmos.
Também decorrem da falta de cuidados no armazenamento dos materiais. Podem
resultar tanto em perdas de materiais quanto de capital, como por exemplo: custo
financeiro dos estoques, deterioração do cimento devido ao armazenamento em
contato com o solo e ou em pilhas muito altas.
g) Perdas no movimento: decorrem da realização de movimentos desnecessários por
parte dos trabalhadores, durante a execução das suas atividades. São exemplos deste
tipo de perda: tempo excessivo de movimentação entre postos de trabalho ou o esforço
excessivo do trabalhador.
h) Perdas pela elaboração de produtos defeituosos: ocorrem quando são fabricados
produtos que não atendem aos requisitos de qualidade especificados. Geralmente,
originam-se da falta de integração entre o projeto e a execução, das deficiências do
planejamento e controle do processo produtivo; da utilização de materiais defeituosos
e da falta de treinamento dos operários. Resultam em retrabalhos ou em redução do
desempenho do produto final, como, por exemplo: falhas nas impermeabilizações e
pinturas, descolamento de azulejos.
i) Outras: existem ainda tipos de perdas de natureza diferente dos anteriores, tais como
roubo, vandalismo, acidentes, etc.
Sabe-se que a Construção Civil destaca-se por ser um dos setores onde o desperdício é
maior. Chega-se a afirmar que com a quantidade de materiais e mãode-obra desperdiçados em
três obras, é possível a construção de outra idêntica, ou seja, o desperdício atingiria um índice
de 33% (GROHMANN, 1998).
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Apesar dos progressos oriundos dos investimentos feitos nos últimos anos, o setor da
Construção Civil ainda possui índices de desperdícios consideráveis.
Pinto (1995) identifica que os acréscimos nos custos da construção, advindos do
desperdício, são de 6% e os acréscimos na massa de materiais atingem os 20%. O mesmo
autor afirma que: na Bélgica, o acréscimo nos custos advindos do desperdício é de 17%; na
França de 12%; e, no Brasil, de cerca de 30%.
Com efeito, desperdício não pode ser visto apenas como o material refugado no canteiro
(rejeitos), mas sim como toda e qualquer perda durante o processo. Portanto, qualquer
utilização de recursos além do necessário à produção de determinado produto é caracterizada
como perda classificadas conforme: seu controle, sua natureza e sua origem (COLOMBO;
BAZZO, 1999).
Segundo Meseguer (1991), o desperdício advém, ou se origina, de todas as etapas do
processo de construção civil, que são: planejamento, projeto, fabricação de materiais e
componentes, execução e uso e manutenção. A Figura 2 demonstra as etapas do processo de
construção civil e seus respectivos responsáveis:
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Eles representam informações quantitativas ou qualitativas que medem e avaliam o
comportamento das perdas. A incidência de perdas deve ser monitorada através de diversos
indicadores, os quais podem ou não ser relacionados aos desperdícios de materiais. Entre os
diversos indicadores de perdas na construção civil, podem ser citados como exemplos os
seguintes:
𝑆𝑅𝐸𝐴𝐿−𝑆𝑅𝐸𝐹
𝐼𝑁𝐷(%) = ×100
𝑆𝑅𝐸𝐹
Onde:
IND = indicador de perdas.
SREAL = situação real.
SREF = situação de referência.
Uma pesquisa sobre redução do desperdício de materiais nos canteiros de obras, feita
pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade na Construção Civil (ITQC) e mais 15
universidades nacionais, desenvolveu esta fórmula para calcular o índice de consumo médio
de todos os materiais de construção. “Tendo em vista a porcentagem de perdas de cada um, o
cálculo pode definir a quantidade de todos os tipos de produtos”, explica Souza, coordenador
da pesquisa. Acompanhe:
Sendo:
IC = Índice de Consumo, ou seja, a quantidade de material que deve ser comprada
ICT = Índice de Consumo Teórico, ou a quantidade de material que cabe exatamente no local
onde será utilizado (prevendo aí a metragem das peças e dos rejuntes)
Perdas = porcentagem das perdas do material calculado
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Tabela 2 – Materiais estudados
Há uma acentuadíssima dispersão dos valores das perdas (por exemplo, o valor mínimo
no caso da areia foi de 7% e o máximo de 311%); tal fenômeno pode ser explicado tanto por
uma efetiva variabilidade do desempenho em cada obra. De qualquer forma, a perda de
materiais básicos nas obras é bastante acentuada e, além disso, há empresas muito mais
eficientes que outras.
A Tabela 4, apesar de o número de casos estudados ser menor, reúne os valores de perdas
de materiais básicos (estudou-se o cimento como representante dos serviços) por serviço pós-
estocagem. Mostra-se o desempenho detectado quanto a: emboço ou massa única internos;
emboço ou massa única externos e contrapiso.
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Tabela 4 – Perda de matérias básicos
Confirma-se, agora com indicadores mais precisos, a alta variabilidade dos valores das
perdas (por exemplo, variando de 8% a 234% para emboço ou massa única
internos).Aparecem, novamente, obras com desempenhos louváveis e outras em situações
preocupantes.
Reafirma-se a mediana como valor representativo do conjunto de resultados (assim, 42%
é o número que representa o conjunto de obras estudadas quanto ao contrapiso, e não os
79%).
As perdas de argamassa (mensuradas através do consumo de cimento) não são
fisicamente desprezíveis: 102% para emboço ou massa única internos, 53% para emboço ou
massa única externos, 42% para contrapiso.
Os materiais simples são aqueles que podem ser utilizados diretamente no serviço em
execução, sem necessidade de prévia mistura a outros materiais. É o exemplo do concreto
usinado, dos blocos de alvenaria entre outros.
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No caso do concreto e aço, as perdas não são desprezíveis (medianas respectivamente de
9% e 11%), embora apareçam desempenhos elogiáveis (mínimos respectivamente de 2% e
4%); aparecem também resultados preocupantes (máximos respectivamente de 23% e 16%);
No caso dos blocos e tijolos a situação é semelhante, porém com valores um pouco mais
altos e dispersos. Uma boa fração das perdas calculadas nos casos do concreto, aço e tijolos
poderia, algumas vezes, ser facilmente combatida, conforme detectado durante a coleta (por
exemplo, numa das obras estudadas, 50% da perda de concreto usinado ocorreu em função de
o encarregado achar “melhor sobrar do que faltar”).
As perdas apropriadas para eletrodutos, condutores e tubos para instalações
hidrossanitárias, embora calculadas a partir de uma amostra bem mais reduzida (e, portanto,
necessitando de um futuro aprofundamento do estudo), foram também significativas
(medianas respectivas de 15%, 27% e 15%); No caso das placas cerâmicas, a mediana das
perdas foi relevante (14%), sendo que o tamanho das peças (peças maiores estão associadas a
perdas maiores) e a qualidade da modulação da aplicação (mensurada através da percentagem
de peças cortadas em relação às totais) mostraram-se fatores explicadores destas perdas;
Quanto ao gesso, a dispersão dos resultados obtidos (apenas 3 casos estudados) tem a
seguinte explicação: a obra de menor perda (valor negativo: -14%) foi uma obra onde o gesso
era aplicado sobre o emboço prévio, levando a um consumo de materiais menor que a
referência adotada (espessura de 5 mm de revestimento); as outras 2 obras usaram o gesso
aplicado diretamente sobre a alvenaria, induzindo um consumo - e portanto uma perda –
também maiores.
Vargas et al (1997) resume a classificação de perdas na Tabela 1 e traz um exemplo para
cada tipo de perda.
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6. CAUSAS
Os desperdícios e a perda de materiais na obra são os principais vilões dos gastos extras
nos canteiros: ao final da construção, estes excessos podem chegar a 30% do total
empenhado. No Brasil, o setor da construção tem perda média total de 5%.
Na construção civil, os desperdícios já são parte da rotina – no entanto, é possível reduzir
(e muito!) as perdas durante os trabalhos no canteiro de obras.
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Tenha tudo planejado: O planejamento é a base de tudo. Desde o início, deve ser feito
um levantamento, com o auxílio do engenheiro e demais profissionais envolvidos na
obra, contendo a maior quantidade de informações possível. Este levantamento precisa
conter não menos que todos os materiais necessários para a realização da obra, as
quantidades de cada um e as medidas exatas do projeto — muitas perdas ocorrem
por cortes incorretos de peças.
Estabeleça um padrão de organização: Mantenha a distribuição física do canteiro de
obras o mais otimizado possível, para que os processos se conectem com facilidade e
haja menor deslocamento de pessoas e materiais. Os ambientes devem ser organizados
e limpos, tudo em seus devidos lugares, garantindo o bom andamento da obra e
evitando desperdícios.
Para que todas essas ações sejam realmente efetivas na redução do desperdício no
canteiro de obras é preciso transformá-las em hábitos. Implemente as melhorias, cientifique e
engaje os trabalhadores e responsáveis. Incentive novas ideias, acompanhe constantemente e,
certamente, seu objetivo será alcançado.
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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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