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Aula 05

Questões Comentadas de Português - CESPE - p/ TRE-MT (todos os cargos)

Professor: Ludimila Lamounier


Português para o TRE/MT Analista e Técnico
Profª Ludimila Lamounier

AULA 05 – LÍNGUA PORTUGUESA

SUMÁRIO PÁGINA
Lista de Questões 02 – 32
Gabarito 33 – 34
Questões Comentadas 35 – 114
Regência: um pouco de teoria 115 – 125
Crase: um pouco de teoria 125 – 131
Significação das palavras: um pouco de teoria 132 - 154

Olá, amigo do Estratégia Concursos!

Vamos iniciar nossa aula do curso de Questões de Língua


Portuguesa para o concurso do Tribunal Regional Eleitoral de
Mato Grosso – Analista e Técnico Judiciário.

Nesta aula, veremos alguns assuntos muito cobrados em provas:


Regência Verbal e Nominal, Uso da Crase e Significação das
Palavras.
É importante destacar que a parte de Significação das Palavras é um
tema que precisamos estudar para fazer questões que envolvem
interpretação de textos. Assim, nesta aula, vamos tratar da
Significação das Palavras por uma perspectiva mais ampla e
completa, abordando também assunto da Coesão Textual.
Os demais tópicos que envolvem a interpretação de textos serão
tratados em aula futura específica sobre o tema.

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Muita concentração!

Então, vamos lá!

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LISTA DE QUESTÕES

Questão 01 – (CESPE) Contador – MTE/2014


(Adaptada)

Há ainda outros mitos que fazem parte do comportamento do brasileiro.

No que se refere aos aspectos sintáticos do trecho acima, julgue o item que
se segue.

A forma verbal “Há” poderia ser substituída por “Existe” sem que houvesse prejuízo
para a correção gramatical do período.

Questão 02 – (CESPE) Agente Administrativo – MDIC/2014


(Adaptada)

Temos a obrigação de sonhar acordados e usar a imaginação.

No que se refere aos aspectos sintáticos do trecho acima, julgue o item que
se segue.

No trecho “a obrigação de sonhar”, a correção gramatical seria mantida se a


preposição “de” fosse substituída por em.

Questão 03 – (CESPE) Nível Superior – Caixa/2014


(Adaptada)

Com o surgimento da cunhagem a martelo e o uso de metais nobres, como o ouro e


a prata, os signos monetários passaram a ser valorizados também pela nobreza dos
metais neles empregados. 62456350391

No que se refere aos aspectos linguísticos do trecho acima, julgue o item


que se segue.

Seria mantida a correção gramatical do texto, caso fosse empregado o acento


indicativo de crase no “a”, em “cunhagem a martelo” (sublinhado no trecho).

Questão 04 – (CESPE) Contador – MTE/2014


(Adaptada)

Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira —


aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma
avalanche de quase 110 milhões de cidadãos. Uma pesquisa do Serasa Experian

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mostrou que o pelotão formado por essa turma, que se convencionou chamar de
classe C, estaria no grupo das maiores nações no consumo mundial, caso fosse
classificado como um país. Juntos, os milhares de neocompradores movimentam
quase R$ 1,2 trilhão ao ano. Isso é mais do que consome a população inteira de
uma Holanda ou uma Suíça, para ficar em exemplos do primeiro mundo. Não
por menos, tal massa de compradores se converteu na locomotiva da economia
brasileira e em alvo preferido das empresas. Com mais crédito e programas
sociais, em especial o Bolsa Família, os emergentes daqui saíram às lojas e
estão gradativamente se tornando mais e mais criteriosos em suas aquisições.

Carlos José Marques. A classe C é G20. Internet: <www.istoedinheiro.com.br> (com


adaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos e às ideias do texto acima, julgue


o próximo item.

O emprego do sinal indicativo de crase em “às lojas” (em negrito no texto) é


facultativo, de modo que sua supressão não prejudicaria a correção gramatical do
período.

Questão 05 – (CESPE) Contador – MTE/2014


(Adaptada)

O envio de duzentos cientistas à Antártida representará o reinício da pesquisa


biológica e meteorológica brasileira no continente, depois do incêndio que destruiu a
base que o Brasil operava ali desde 1984.

No que se refere aos aspectos linguísticos do trecho acima, julgue o item


que se segue.

Na linha 1, o emprego do sinal indicativo de crase em “à Antártida” justifica-se


porque o termo “envio” exige complemento regido da preposição “a” e o termo
“Antártida” está precedido de artigo definido feminino.
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Questão 06 – (CESPE) Todos os cargos – MEC/2014


(Adaptada)

O Censo Escolar da Educação Básica de 2013 revela que, desde 2010, o número de
matrículas em educação integral no ensino fundamental cresceu 139%, chegando a
3,1 milhões o número de estudantes matriculados na educação básica. Só no último
ano, o crescimento foi de 45,2%.

O aumento do número de alunos no ensino integral é atribuído ao Programa Mais


Educação, criado pelo Ministério da Educação para incentivar as secretarias
estaduais e municipais de educação, com a transferência de recursos federais, a
oferecer a educação integral. É considerada educação integral a jornada escolar com
sete ou mais horas de duração.

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“Esses números demonstram o esforço que está sendo feito e mostram que já
temos resultados”, disse o ministro da Educação, para quem a expansão do ensino
integral é um dos grandes destaques do censo. “A meta de ensino integral do Plano
Nacional de Educação, de 25% dos alunos estarem no ensino integral, é factível se
continuarmos com esse esforço”, complementou.

De acordo com o ministro, os dados do censo evidenciam o resultado das políticas


públicas e dos programas governamentais dedicados à ampliação da oferta
educacional. “Em médio e longo prazo, as políticas públicas voltadas para o
processo educacional começam a surtir efeito no censo”, afirmou.

Censo revela crescimento no ensino integral. fev./2014.Internet: <www.portal.inep.gov.br>


(com adaptações).

No que se refere aos aspectos sintáticos e semânticos do texto acima,


julgue o item que se segue.

O emprego do acento grave em “à ampliação” (sublinhado no texto) justifica-se em


razão de o termo “dedicados” exigir complemento regido pela preposição a e o
termo “ampliação” estar precedido de artigo definido feminino.

Questão 07 – (CESPE) Auditor de Controle Externo – TCU/2013


(Adaptada)

A experiência de governança pública tem mostrado que os sistemas democráticos


de governo se fortalecem à medida que os governos eleitos assumem a liderança de
processos de mudanças que buscam o atendimento das demandas de sociedades
cada vez mais complexas e alcançam resultados positivos perceptíveis pela
população.

Contemporaneamente, para o alcance de resultados de desenvolvimento nacional,


exige-se dessa liderança não apenas o enfrentamento de desafios de gestão, como
a busca da eficiência na execução dos projetos e das atividades governamentais, no
conhecido lema de “fazer mais com menos”, mas também o desafio de “fazer
melhor” (com mais qualidade), como se espera, por exemplo, nos serviços públicos
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de educação e saúde prestados à população. Esse novo desafio de governo tem


como consequência um novo requisito de gestão, o que implica a necessidade de
desenvolvimento de novos modelos de governança para se alcançarem os objetivos
e metas de governo, em sintonia com a sociedade.

Outros aspectos sociotécnicos importantes que caracterizam a nova governança


pública se relacionam aos anseios de maior participação e controle social nas ações
de governo, que, somados ao de liberdade, estabelecem o cerne do milenar
conceito de cidadania (participação no governo) e os valores centrais da democracia
social do século XXI.

Governar de modo inovador exige, invariavelmente, repensar o modelo secular de


governança pública em todas as suas dimensões: política, econômica, social e
tecnológica. Com a evolução sociotécnica, fortemente alavancada pelo
desenvolvimento das tecnologias da informação e comunicação, as mudanças na

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governança pública implicam mudanças na base tecnológica que sustenta a


burocracia, nas estruturas do aparelho de Estado e em seus modelos de gestão.

Internet: <http://aquarius.mcti.gov.br> (com adaptações).

Considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o


item a seguir.

O emprego da preposição em “dessa liderança” (sublinhado no texto) justifica-se


pela regência do verbo exigir.

Questão 08 – (CESPE) Cargos de Nível Médio – MPE-PI/2012


(Adaptada)

Observou-se, ao longo da história, não uma condenação, mas uma espécie de


cortina de silêncio iniciada com Platão, cujo veto ao riso atingiu indiretamente o
legado de Demócrito (nascido em 460 a.C.), chamado de “o filósofo que ri”.
Infelizmente, da lavra de Demócrito pouco restou. O rastilho daquele lampejo que
fez o cérebro do filósofo brilhar após a gargalhada apagou-se no mundo medieval. A
valorização cristã do sofrimento levou a um desprezo geral pelo riso. Por conta
desse renitente veto ao riso, figuras pouco conhecidas foram desaparecendo da
sisuda história da filosofia. Com algumas exceções, filósofos sisudos e sérios se
esquecem de que os mecanismos de compreensão e recompensa tanto dos
conceitos filosóficos quanto das piadas são construídos da mesma matéria. Em uma
explanação filosófica ou em uma anedota, o que o ouvinte mais teme é ser
enganado. Neste caso, o “quem ri por último ri melhor” é apenas outra versão da
frase que diz: “Quem ri por último não entendeu a piada”. A revelação que as
piadas ou frases de duplo sentido proporcionam é um dos insights de maior efeito
entre as pessoas. O que os filósofos chamam de “iluminação”, os humoristas
intitulam “solavanco mental” da anedota.

A capacidade de rir surge inerente ao homem, mas o sentimento do humor é raro,


pois envolve a capacidade de a pessoa se distanciar de si mesma. “Eu sempre rio de
todo mundo que não riu de si também.” Esse foi o dístico que Friedrich Nietzsche
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sugeriu escrever em sua porta, em A Gaia Ciência. Frase típica de um filósofo


gaiato. Literalmente.

Elias Thomé Saliba. Na cortina de silêncio. In: CartaCapital. Ano XII, n.º 673, 23/11/2011,
p. 82-3, (com adaptações).

A respeito das ideias e das estruturas do texto acima, julgue o item


subsequente.

Seria mantida a correção gramatical do período caso a preposição “de”, em


“chamado de ‘o filósofo que ri’” (sublinhado no texto), fosse omitida.

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Questão 09 – (CESPE) Auditor de Controle Externo – Tribunal de Contas do


Estado do Espírito Santo/2012
(Adaptada)

O rápido período em que trabalhei na chefia da Casa Civil de Benedito Valadares


representou, na realidade, uma tomada de posição no que dizia respeito ao meu
futuro. Até então, não havia resolvido abandonar a clínica. Todas as manhãs ia ao
Hospital Militar, pois não queria deixar de operar um dia sequer. Encontrava-me
numa situação transitória — sobre isso não tinha qualquer dúvida, dada a natureza
política do cargo que ocupava. Tudo era questão de tempo. Mais dia, menos dia, e
todo aquele alvoroço palaciano se extinguiria. E o que iria fazer então? Daí a razão
por que conservava meu consultório no edifício do Parc Royal e insistia em manter-
me atualizado com a melhor técnica cirúrgica. Esforço vão. Em Diamantina — a
minha velha e amada Diamantina —, contudo, o destino já começara a tecer, com
seus dedos invisíveis, a teia na qual em breve iria me enredar.

Juscelino Kubitschek. Meu caminho para Brasília. Rio de Janeiro: Bloch Ed., 1.º vol.,
1974, p. 218 (com adaptações).

Julgue o item subsequente, com base no texto acima.

O vocábulo “futuro” (sublinhado no texto) está empregado, no texto, no sentido de


sina, e poderia ser por essa palavra substituído se o trecho em que ele ocorre fosse
reescrito da seguinte forma: à minha sina, caso em que o emprego do sinal
indicativo de crase seria obrigatório.

Questão 10 – (CESPE) – Analista Judiciário – TRE-GO/2014

Segundo a Constituição Federal, todo poder emana do povo e por ele será exercido,
quer de maneira direta, quer por intermédio de representantes eleitos. Essa
afirmação, dentro do espírito do texto constitucional, deve ser interpretada como
verdadeiro dogma estabelecido pelo constituinte originário, mormente quando nos
debruçamos sobre o cenário político dos anos anteriores à eleição dos membros que
comporiam a Assembleia Constituinte que resultou na Carta de 1988.
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Em expedita sinopse, é possível perceber que, após longo período de repressão à


manifestação do pensamento, o povo brasileiro ansiava por exercer o direito de
eleger os seus representantes com o objetivo de participar direta ou indiretamente
da formação da vontade política da nação.

Dentro desse contexto, impende destacar que os movimentos populares que


ocorreram a partir do ano de 1984, que deram margem ao início do processo de
elaboração da nova Carta, deixaram transparecer de maneira cristalina aos então
governantes que o coração da nação brasileira estava palpitante, quase que
exageradamente acelerado, tendo em vista a possibilidade de se recuperar o
exercício do poder, cujo titular, por longo lapso, deixou de ser escolhido pelo povo
brasileiro.

Em meio a esse cenário, foi elaborado o texto constitucional, que, desde então,
recebeu a denominação de Constituição Cidadã. O art. 14 desse texto confere

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ênfase à titularidade do poder para ressaltar que “A soberania popular é exercida


pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual a todos”,
deixando transparecer que a intenção da Lei Maior é fazer que o povo exerça
efetivamente o seu direito de participar da formação da vontade política.

Fernando Marques Sá. Desaprovação das contas de campanha do candidato – avanço da


legislação para as eleições de 2014. In: Estudos Eleitorais. Brasília: Tribunal Superior
Eleitoral. Vol. 9, n.o 2, 2014, p. 52-3. Internet: (com adaptações).

Com referência às estruturas linguísticas do texto, julgue o próximo


item.

No trecho “Em meio a esse cenário" (sublinhado no texto), a inserção de sinal


indicativo de crase no “a" acarretaria prejuízo à correção gramatical do texto.

Questão 11 – (CESPE) – Agente de Polícia Federal – Polícia Federal/2014

(Texto para as questões 11 e 12)

O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça à


humanidade e à estabilidade das estruturas e valores políticos, econômicos,
sociais e culturais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências infligem
considerável prejuízo às nações do mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras:
avançam por todos os cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos,
afetando homens e mulheres de diferentes grupos étnicos, independentemente de
classe social e econômica ou mesmo de idade. Questão de relevância na discussão
dos efeitos adversos do uso indevido de drogas é a associação do tráfico de drogas
ilícitas e dos crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com a
criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e afetam a
estrutura social e econômica interna, devendo o governo adotar uma postura firme
de combate ao tráfico de drogas, articulando-se internamente e com a sociedade,
de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção e repressão e
garantir o envolvimento e a aprovação dos cidadãos.

Internet:<www.direitoshumanos.usp.br>
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No que se refere aos aspectos linguísticos do fragmento de texto acima,


julgue o próximo item.

O acento indicativo de crase em “à humanidade e à estabilidade” (em negrito no


texto) é de uso facultativo, razão por que sua supressão não prejudicaria a
correção gramatical do texto.

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Questão 12 – (CESPE) – Agente de Polícia Federal – Polícia Federal/2014

No que se refere aos aspectos linguísticos do fragmento de texto acima,


julgue o próximo item.

No trecho sublinhado no texto, o emprego da preposição “com”, em “com a


criminalidade e a violência”, deve-se à regência do vocábulo “conexos”.

Questão 13 – (CESPE) – Estudantes universitário – SEE-DF/2014

Com cada vez mais usuários, a Internet está criando novos hábitos de comunicação
entre as pessoas. Não só a leitura, como também a escrita foram favorecidas pela
explosão da comunicação na Internet observada na última década, o que
proporcionou um contato maior das pessoas com atividades que envolvam a escrita.
Também é inegável que sítios de relacionamento tornaram o ato de escrever mais
banal e cotidiano.

O que já havia sido deflagrado nos anos 90 do século XX pela comunicação via
email, por mensageiros eletrônicos e pela cultura escrita dos blogues, com as redes
sociais foi elevado à enésima potência, visto que elas garantiram interatividade e
visibilidade às pessoas em torno de interesses em comum. O próprio microblogue
Twitter, intensamente debatido na mídia por sua contribuição à concisão, de certa
forma cristalizou a tendência à escrita de textos enxutos. Anos antes de o
microblogue cair na preferência de internautas no mundo inteiro, os blogues já
ocupavam um lugar privilegiado na Internet, que pela primeira vez oferecia aos
usuários a possibilidade de escrever, editar e publicar seus próprios textos.

A partir daí, navegar pela Internet deixou de ser um ato solitário, em que o usuário
apenas entrava nas páginas e lia seus conteúdos. Com os recursos de interação
cada vez mais expandidos, qualquer sítio é um convite a comentários, críticas e
observações, o que obrigou os internautas a desenvolverem discursos de improviso
e a defender seus pontos de vista.

Embora não se possa afirmar categoricamente que a Internet favoreceu o


desenvolvimento de uma “cultura letrada”, com ênfase em informações profundas e
relevantes, ela reforçou o peso da palavra escrita no cotidiano das pessoas.
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Edgard Murano. O texto na era digital. In: Revista Língua Portuguesa, ed.64, dez./2011.
Internet: (com adaptações).

Acerca das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item.

No trecho sublinhado no texto, o uso do sinal indicativo de crase em “à


concisão” deve-se à regência do substantivo “contribuição” e à presença do
artigo feminino determinando “concisão”.

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Questão 14 – (CESPE) – Nível Superior – FUB/2014

Há muito tempo a sociedade demonstra interesse por assuntos relacionados à


ciência e à tecnologia. Na verdade, desde a pré-história, o homem busca
explicações para a realidade e os mistérios do mundo que o cerca. Observou os
movimentos das estrelas, manuseou o fogo, aprendeu a usar ferramentas em seu
favor, buscou respostas para os fenômenos da natureza. Independentemente dos
mitos, lendas e crenças que moldaram as culturas mais primitivas, o pensamento
humano sempre esteve, de alguma forma, atrelado ao conhecimento científico, que
se renovou e se disseminou com o passar dos séculos.

Mesmo com todo o aparato tecnológico, que tem possibilitado o acesso


praticamente instantâneo à informação, questionam-se tanto aspectos quantitativos
como qualitativos dos conteúdos sobre ciência veiculados pelos meios de
comunicação de massa. A divulgação, por meio do jornalismo científico, está longe
do ideal. Na grande mídia, a ciência e a tecnologia ficam relegadas a segundo plano,
restritas a notas e notícias isoladas, em uma cobertura que busca sempre valorizar
o espetáculo e o sensacionalismo. A televisão aberta, principal veículo condutor de
conteúdos culturais, não contribui como deveria para o processo de “alfabetização
científica”, exibindo programas sobre o tema em horários de baixa audiência.

Mas até que ponto é relevante incluir a sociedade de massa na esfera de discussão
de um grupo seleto de estudiosos? A promoção da informação científica contribui
para o processo de construção da cidadania, quando possibilita a ampliação do
conhecimento e da compreensão do público leigo a respeito do processo científico e
de sua lógica, no momento em que constrói uma opinião pública informada sobre os
impactos do desenvolvimento científico e tecnológico sobre a sociedade e quando
permite a ampliação da possibilidade e da qualidade de participação da sociedade
na formulação de políticas públicas e na escolha de opções tecnológicas,
especialmente em um país onde a grande maioria dos investimentos na área são
públicos.

Luiz Fernando Dal Pian Nobre. Do jornal para o livro: ensaios curtos de cientistas. Internet:
(com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativos às estruturas linguísticas do texto.


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No trecho sublinhado no texto, o uso do acento indicativo de crase em “à


informação” deve-se à regência do substantivo “acesso” e à presença do artigo
feminino determinando “informação”.

Questão 15 – (CESPE) – Analista Judiciário – STF/2013

Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu
nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe
emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura
chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho,
de Monteiro Lobato.

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Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele,
comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que
eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia,


nadava devagar em um mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia
seguinte, fui à sua casa, literalmente correndo. Não me mandou entrar. Olhando
bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que
eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve
a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que
era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí:
guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais
tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas
ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Clarice Lispector. Felicidade clandestina. In: Felicidade clandestina: contos. Rio de Janeiro:
Rocco, 1998 (com adaptações).

Julgue o item, referentes às ideias e às estruturas linguísticas do texto


acima.

No trecho sublinhado no texto, o acento indicativo de crase em “à sua casa” é


obrigatório, uma vez que o vocábulo “casa” está especificado pelo pronome “sua”
e o verbo ir — “fui” — exige a preposição a.

Questão 16 – (CESPE) – Papiloscopista – SEGESP-AL/2013

Quando era mais jovem, eu estudara um pouco de filosofia, de lógica, e, da


matemática, a análise dos geômetras e a álgebra, três artes ou ciências que
pareciam poder contribuir com algo para o meu propósito. No entanto, analisando-
as, percebi que, quanto à lógica, seus silogismos e a maior parte de seus outros
preceitos servem mais para explicar aos outros as coisas já conhecidas, ou mesmo,
como a arte de Lúlio, para falar, sem formar juízo, daquelas que são ignoradas, do
que para aprendê-las. 62456350391

Por esse motivo, considerei ser necessário buscar algum outro método que,
contendo as vantagens desses três, estivesse desembaraçado de seus defeitos. A
grande quantidade de leis fornece com frequência justificativas aos vícios, de forma
que um Estado é mais bem dirigido quando, apesar de possuir muito poucas delas,
são estritamente cumpridas; portanto, em lugar desse grande número de preceitos
de que se compõe a lógica, achei que me seriam suficientes os quatro seguintes,
uma vez que tomasse a firme e inalterável resolução de não deixar uma só vez de
observá-los.

O primeiro era o de nunca aceitar algo como verdadeiro que eu não conhecesse
claramente como tal; ou seja, de evitar cuidadosamente a pressa e a prevenção, e
de nada fazer constar de meus juízos que não se apresentasse tão clara e
distintamente a meu espírito que eu não tivesse motivo algum de duvidar dele. O
segundo, o de repartir cada uma das dificuldades que eu analisasse em tantas
parcelas quantas fossem possíveis e necessárias a fim de melhor solucioná-las. O
terceiro, o de conduzir por ordem meus pensamentos, iniciando pelos objetos mais

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simples e mais fáceis de conhecer, para elevar-me, pouco a pouco, como galgando
degraus, até o conhecimento dos mais compostos, e presumindo até mesmo uma
ordem entre os que não se precedem naturalmente uns aos outros. E o último, o de
efetuar em toda parte relações metódicas tão completas e revisões tão gerais que
eu tivesse a certeza de nada omitir.

René Descartes. O discurso do método. Internet: (com adaptações).

No que se refere à estrutura linguística do texto, julgue o item


subsequente.

O emprego do sinal indicativo de crase no “a” que constitui a expressão “pouco a


pouco” (sublinhada no texto) é facultativo.

Questão 17 – (CESPE) – Analista Administrativo – ANTT/2013

É inegável que a política de estímulo ao transporte individual motorizado é


absolutamente insustentável, tanto pelo uso de recursos naturais quanto pela
geração de poluição e pela crescente inviabilização dos deslocamentos urbanos.

Não são necessárias muitas considerações para se constatar o óbvio: os


engarrafamentos quase permanentes em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo
provocaram, nos últimos anos, uma queda vertiginosa na velocidade média de suas
ruas. Não apenas a lentidão irritante do tráfego urbano, a par da escassez de vagas,
provoca desperdício de petróleo, um recurso natural não renovável, e aumento na
quantidade de horas de trabalho perdidas no trânsito, como a poluição decorrente
desses fatos causa um número cada vez maior de casos de doenças respiratórias,
sem falar nos problemas psíquicos. Os prejuízos são, ao mesmo tempo, sociais,
ambientais e econômicos (embora alguns setores sempre lucrem com o caos).

Com a moeda estável e financiamentos em até 72 meses, as classes ascendentes


podem realizar suas aspirações de possuir um carro novo. Certo, elas também têm
direito a um carro e, além disso, tal poder de compra “é um sinal de progresso
social e econômico”, como tanto se ouve falar. No entanto, essa forma superficial de
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encarar a questão esconde que, na verdade, não há progresso algum, nem para a
sociedade, como um todo, nem para o feliz possuidor do carro novo.

É indispensável que a sociedade tome consciência de que o transporte individual nas


cidades é incompatível com uma boa qualidade de vida. É importante que se
renuncie à ideia falsa de conforto que o automóvel proporciona e ao seu uso como
mero símbolo de status. Somente modos de transporte de massa, ou seja, os
movidos à energia elétrica, como trens e metrô, podem resolver tais problemas.

Planejamento urbano de qualidade é igualmente indispensável. Isso significa, entre


outras medidas, concentrar serviços próximos ou entremeados com áreas
residenciais, para que se reduza a necessidade de deslocamentos; permitir
escritórios de baixa movimentação de pessoas em áreas meramente residenciais;
incentivar a implantação de escolas de qualidade em todos os bairros;
descentralizar os polos de negócio, de comércio e de finanças. Quanto mais tempo

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levarmos para a adoção dessas medidas, mais cara, demorada e dolorosa será a
tentativa de reverter a tendência de colapso no sistema de transporte urbano.

Carlos Gabaglia Penna. Transporte e meio ambiente. Internet: (com adaptações).

Com base nas ideias e na estrutura do texto acima, julgue o item.

Visto que o verbo renunciar — “renuncie” (sublinhado no texto) — pode tanto


ter complementação direta quanto indireta, a correção gramatical do texto seria
mantida se o sinal indicativo de crase em “à ideia” (em negrito no texto) fosse
eliminado.

Questão 18 – (CESPE) – Analista em Geociências – CPRM/2013

Os depósitos de ferro de Carajás

Os enormes depósitos de ferro da Serra dos Carajás são associados à sequência


vulcanossedimentar do Grupo Grão-Pará descrita inicialmente por Tolbert et al.
(1971) e Beisiegel et al. (1973) como constituída de três unidades: unidade
vulcânica máfica inferior, denominada formação Parauapebas; unidade de jaspilitos
intermediária, denominada formação Carajás; e unidade vulcânica máfica superior.
Sills e diques de rochas máficas a intermediárias são intrusivos nas três unidades
definidas. Ao longo da Serra dos Carajás, o grupo Grão-Pará é dividido em três
segmentos: Serra Norte, Serra Leste e Serra Sul, onde o grau de metamorfismo
varia sensivelmente, sendo nitidamente mais elevado na Serra Sul. Neste último
segmento, a influência da zona de cisalhamento de alto ângulo provocou a completa
recristalização dos jaspilitos, o que conduziu à formação de verdadeiros itabiritos. O
desenvolvimento atual da mineração a céu aberto do enorme depósito de ferro de
Carajás interessa principalmente no que se refere aos corpos N4 e N8, nos quais o
metamorfismo é ausente e limitado a zonas de cisalhamento locais. Nessas áreas, o
protominério é constituído por uma camada de jaspilitos, com espessura entre 100
m e 400 m, totalmente preservados, que foram descritos por Meirelles (1986) e
Meirelles e Dardenne (1993).

Marcel Auguste Dardenne e Carlos Schobbenhaus. Depósitos minerais no tempo geológico e


62456350391

épocas metalogenéticas. In: L. A. Bizzi, C. Schobbenhaus, R. M. Vidotti e J. H. Gonçalves.


Geologia, tectônica e recursos minerais do Brasil. CPRM, Brasília, 2003, p. 376 (com
adaptações).

Considerando as informações e estruturas do texto acima, julgue o item


seguinte.

Em “o que conduziu à formação” (sublinhado no texto), o emprego do sinal


indicativo de crase é obrigatório, de forma que a omissão desse sinal alteraria
os sentidos do texto e prejudicaria sua correção gramatical.

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Questão 19 – (CESPE) – Analista Judiciário – TJ-AC/2012

A água, ingrediente essencial à vida, certamente é o recurso mais precioso de que a


humanidade dispõe. Embora se observe pelo mundo tanta negligência e falta de
visão com relação a esse bem vital, é de se esperar que os seres humanos
procurem preservar e manter os reservatórios naturais desse líquido precioso. De
fato, o futuro da espécie humana e de muitas outras espécies pode ficar
comprometido, a menos que haja uma melhora significativa no gerenciamento dos
recursos hídricos.

Entre os fatores que mais têm afetado esse recurso estão o crescimento
populacional e a grande expansão dos setores produtivos, como a agricultura e a
indústria. Essa situação, responsável pelo consumo e também pela poluição da água
em escala exponencial, tem conduzido à necessidade de reformulação do seu
gerenciamento.

No ambiente agrícola, as perspectivas de mudança decorrem das alterações do


clima, que afetarão sensivelmente não só a disponibilidade de água, mas também a
sobrevivência de diversas espécies animais e vegetais. O atual estado de
conhecimento técnico-científico nesse âmbito já permite a adoção e implementação
de técnicas direcionadas para o equilíbrio ambiental, porém o desafio está em
colocá-las em prática, uma vez que isso implica mudança de comportamento e de
atitude por parte do produtor, aliadas à necessidade de uma política pública que
valorize a adoção dessas medidas.

Marco Antonio Ferreira Gomes e Lauro Charlet Pereira. Água no século XXI: desafios e
oportunidades. Internet: (com adaptações).

Considerando as informações e estruturas do texto acima, julgue o item


seguinte.

No trecho sublinhado no texto, sem que houvesse prejuízo ao sentido e à


correção gramatical do texto, o complemento da forma verbal “tem conduzido”
poderia ser introduzido pelo artigo a, em vez de pela contração “à”, já que o
verbo principal da estrutura —conduzir — tanto pode apresentar objeto direto
quanto indireto. 62456350391

Questão 20 – (CESPE) – Agente de Polícia – PC-AL/2012

Na cidade do Rio de Janeiro, são registrados, em média, 5.200 casos de


desaparecimento por ano. Alguns dos desaparecidos voltam para casa dias depois;
outros, para desespero dos familiares, são encontrados mortos — em ocorrências
que variam de acidentes, como atropelamento ou afogamento, a assassinatos.

Centenas de casos, no entanto, ficam sem solução. Uma policial civil resolveu
investigá-los formalmente. Foram avaliados cerca de duzentos casos não
solucionados de desaparecimento, ocorridos entre janeiro de 2010 e dezembro de
2010. “A falta de materialidade do corpo difere o desaparecimento de qualquer
outro crime, o que dificulta imensamente a investigação”, explica a policial.

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De fato, o desaparecimento é tão diferente de outros crimes que nem se encaixa


nessa categoria — ou seja, não é tipificado no Código Penal. Quando a família vai
fazer o registro de ocorrência, o caso é tratado apenas como “fato atípico”, uma
espécie de acontecimento administrativo.

A consequência desse tipo de registro não é das melhores, afirma a policial. “O


tratamento destinado à maioria dos casos de desaparecimento não é prioritário;
afinal, não se trata da investigação de um crime. Entre apurar um crime e um fato
atípico, na lógica policial, é preferível apurar o primeiro.”

A policial civil defende que não apenas seja revisto o tipo de registro atribuído ao
desaparecimento, mas também que o próprio inquérito seja realizado com mais
atenção pelos policiais. “Em 45% dos casos, por exemplo, não se informa se o
desaparecido tem ou não algum problema mental”, diz. “É uma omissão muito
grande não se preocupar em colocar esse dado na ocorrência, pois ele constitui
informação essencial”, ressalta.

Thiago Camelo. Desaparecidos sociais. Internet: (com adaptações).

Julgue o item subsequente, a respeito das ideias e estruturas linguísticas


do texto.

Seriam mantidos o sentido original do texto e a sua correção gramatical, caso a


preposição de fosse inserida logo após a forma verbal “difere” (sublinhada no
texto).

Questão 21 – (CESPE) – Analista de Infraestrutura – MP/2012

É um erro buscar o crescimento pelo crescimento, sem levar em conta os seus


efeitos mais amplos e as suas consequências. É necessário ponderar, entre outros
fatores, o impacto ambiental. É fundamental também usar os frutos do crescimento,
para aprimorar a qualidade de vida da população de maneira abrangente, e não
apenas para favorecer certos grupos. Precisamos prestar atenção em como
podemos tirar o melhor proveito do enriquecimento do país. Sou contra o
62456350391

crescimento pelo crescimento, e ofereço todas as minhas críticas àqueles que são a
favor. Entretanto, àqueles que não buscam nenhum crescimento, como é o caso da
Europa hoje em dia, minhas críticas são ainda mais severas. Adam Smith estava
certo quando observou que o crescimento aumenta a renda da população e, assim,
amplia a capacidade das pessoas de ter acesso a melhores condições de vida.
Estava certo também quando disse que o crescimento gera os recursos necessários
para que os governos possam exercer suas atividades essenciais.

Amartya Sem. Mercado, justiça e liberdade. In: Veja, 2/5/2012 (com adaptações).

No que se refere à organização das ideias no texto acima, julgue o item


seguinte.

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No trecho sublinhado no texto, o emprego do sinal indicativo de crase em


“àqueles” é exigido, na primeira ocorrência, pela presença da forma verbal
“ofereço” (em negrito no texto) e, na segunda, pela presença do substantivo
“críticas” (em negrito no texto).

Questão 22 – (CESPE) – Nível Superior – ICMBio/2014

O ofício de catador conquistou espaço em âmbito público em 2010, com a sanção da


Política Nacional de Resíduos Sólidos. Após vinte anos de tramitação, a nova lei
regula a destinação dos produtos com ciclo de vida durável, integrando o poder
público, as empresas e a população na gestão dos resíduos. Os estados e municípios
deverão adotar os novos parâmetros até agosto de 2014, caso contrário, não
receberão recursos da União. Nesse contexto, a lei propõe incentivos dos municípios
para a organização desses trabalhadores em cooperativas, em detrimento do
trabalho autônomo dos catadores de rua. A maioria dos catadores autônomos,
entretanto, é moradora de rua ou desempregada, sem acesso ao mercado de
trabalho formal. Em muitos casos, são dependentes químicos ou alcoólatras, e não
têm horários estabelecidos para o trabalho. Entre as razões para preferir a
informalidade, estão a liberdade para estabelecer horários, a desconfiança da
hierarquia das cooperativas, o pagamento semanal em vez de diário e a
incompatibilidade com a forma da organização.

Emily Almeida. Emancipação dos catadores. In: Darcy, set.-out./2013 (com adaptações)

A respeito dos aspectos estruturais e interpretativos do texto acima,


julgue o seguinte item.

No trecho sublinhado no texto, caso se substituísse o trecho “ao mercado de


trabalho formal” por às benesses das leis trabalhistas, a correção gramatical
do período seria mantida, visto que o elemento “acesso” rege complemento com
a preposição a e “benesses” está especificado pelo artigo as.

62456350391

Questão 23 – (CESPE) IRB – Diplomata/2011

(Adaptada)

Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-reportagem de


Oscar Niemeyer sobre sua experiência em Brasília. Para quem conhece apenas o
arquiteto, o artigo poderá passar por uma defesa em causa própria — o revide
normal de um pai que sai de sua mansidão costumeira para ir brigar por um filho
em quem querem bater. Mas, para quem conhece o homem, o artigo assume
proporções dramáticas. Pois Oscar é não só o vesso do causídico, como um dos
seres mais antiautopromocionais que já conheci em minha vida.

Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de vaidade. Ela não tem
nada a ver com o conhecimento realista — que Oscar tem — de seu valor
profissional e de suas possibilidades. É a modéstia dos criadores verdadeiramente
integrados com a vida, dos que sabem que não há tempo a perder, é preciso

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construir a beleza e a felicidade no mundo, por isso mesmo que, no indivíduo, é


tudo tão frágil e precário.

Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia construindo brasílias
angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe ele, como um verdadeiro homem, a
felicidade do seu semelhante no aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no
exemplo do trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e rurais,
em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este nobre fim: fazer o
homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi dado para viver.

Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio refletido num
depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e querido amigo, como não me
emocionar?

Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor.


Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 134-5 (com adaptações).

Julgue (C ou E) o item a seguir, relativo às estruturas linguísticas do texto.

A elipse em “nem que estará” e o emprego do pronome anafórico “ele” são


mecanismos de coesão utilizados para referenciar o substantivo “Oscar”. (trechos
sublinhados no texto)

Questão 24 – (CESPE) Analista Judiciário – TJ-RJ/2008

Assinale a opção em que as palavras grifadas mantêm, entre si, a relação


semântica indicada entre parênteses.

a) Todos os réus foram julgados sem discriminação. Nos processos não houve ato
algum de descriminação. (paronímia)

b) A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. Esses delitos são
classificados de acordo com o tipo de bem que atingem, material ou
imaterial. (hiperonímia/hiponímia) 62456350391

c) O crime já foi definido como toda conduta humana que infringisse a lei penal.
Nesse sentido, o indivíduo que transgredisse essa lei deveria ser punido.
(homonímia)

d) A dissidência nem sempre impossibilita a conciliação. (sinonímia)

e) A delação constrangeu os jurados, o que motivou a dilação do julgamento pelo


juiz. (antonímia)

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Questão 25 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em Gesso/2012

(Adaptada)

(Texto para as questões 25 e 26)

Postos da Polícia Rodoviária Federal poderão ter ambulâncias e paramédicos para


atendimento às vítimas de acidentes durante 24 horas por dia. É o que propõe o
Projeto de Lei n.º 3.111/2012. Pela proposta, os postos que distam mais de vinte
quilômetros de centros urbanos deverão ter ambulâncias e pessoal treinado para
prestar socorro.

Segundo dados do Departamento da Polícia Rodoviária Federal, de janeiro a


novembro de 2011, foram registrados mais de 170 mil acidentes nas rodovias
federais do Brasil, sendo 57 mil com feridos e 6 mil com vítimas fatais. O assessor
nacional de comunicação da Polícia Rodoviária Federal lembrou que a presteza no
atendimento, muitas vezes, faz a diferença entre a vida e a morte. “Nós sabemos
que existe uma regra chamada ‘a hora de ouro’. Se uma vítima politraumatizada dá
entrada em um hospital em até uma hora 16 após o acidente, a chance de
sobrevida aumenta em até 80%.” A Polícia Rodoviária Federal fiscaliza mais de 61
mil quilômetros de rodovias e estradas federais e conta com 400 postos de
fiscalização e 150 delegacias.

Internet: <www2.camara.gov.br> (com adaptações.)

Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item


subsecutivo.

Mantêm-se as informações originais do período ao se substituir a palavra “presteza”


(palavra sublinhada no texto) por celeridade.

Questão 26 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em Gesso/2012

(Adaptada) 62456350391

Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item


subsecutivo.

Após o período que se encerra ao final do primeiro parágrafo, seria coerente e coeso
inserir o seguinte trecho, no mesmo parágrafo: “O presidente da ONG Trânsito
Amigo considera importante o projeto, mas lembra que a Polícia Rodoviária Federal
tem um déficit muito grande de agentes e viaturas. Para ele, o melhor seria investir
em UTIs móveis.”

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Questão 27 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em


Gesso/2012

(Adaptada)

(Texto para as questões 27, 28 e 29)

Tramita na Câmara o Projeto de Lei n.º 3.596/2012, do Senado, que estabelece


medidas para inibir erros de administração e uso equivocado de medicamentos. Pelo
texto, a rotulagem e a embalagem dos produtos deverão ter características que
possibilitem a sua imediata identificação. O autor da proposta observa que a medida
poderia evitar equívocos semelhantes ao ocorrido, recentemente, no Centro de
Terapia Intensiva do Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte, onde uma técnica de
enfermagem trocou sedativo por ácido. “Entre outras causas, a utilização de rótulos
e embalagens iguais ou semelhantes para produtos de composição diferente é fator
que induz a equívocos, muitas 13 vezes fatais”, alerta.

Internet: <www2.camara.gov.br> (com adaptações).

Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o


próximo item.

O sentido original do período permanece inalterado se a palavra “administração”


(palavra sublinhada no texto) for substituída pela palavra “gerenciamento”.

Questão 28 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em Gesso/2012

(Adaptada)

Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o


próximo item.

Pelos sentidos do texto, depreende-se que o pronome “sua” retoma, por coesão, o
antecedente “dos produtos” (expressão sublinhada no texto).
62456350391

Questão 29 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em Gesso/2012

(Adaptada)

Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do texto, julgue o


próximo item.

Prejudica-se a informação do período se a palavra “observa” (palavra sublinhada no


texto) for substituída por qualquer uma das seguintes: lembra, afirma, pondera.

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Questão 30 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011

(Adaptada)

(Texto para questões 30, 31 e 32)

Em meio à multidão de milhares de manifestantes, rapazes vestidos de preto e com


a cabeça e o rosto cobertos por capuzes ou capacetes caminham dispersos,
tentando manter-se incógnitos. A atitude muda quando encontram um alvo: um
cordão de isolamento policial, uma vitrine ou uma agência bancária. Eles, então,
agrupam-se e, armados com porretes, pedras e garrafas de coquetel molotov,
quebram, incendeiam e agridem. Quando a polícia reage, os vândalos voltam a se
misturar à massa de gente que protesta pacificamente, na esperança de, com isso,
provocar um tumulto e incitar outros manifestantes a entrar no confronto. É a tática
do black bloc (bloco negro, em inglês), cujo uso se intensificou nos protestos de rua
que dominaram a Europa este ano. Quase sempre, a minoria violenta é formada por
anarquistas — que, de seus análogos do início do século XX, imitam os métodos
violentos e o ódio ao capitalismo e ao Estado.

Diogo Schelp. In: Veja, 22/12/2010 (com adaptações).

No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos do texto


acima, julgue o item seguinte.

Os complementos elípticos das formas verbais “quebram”, “incendeiam” e “agridem”


possuem o mesmo referente no texto. (palavras sublinhadas no texto)

Questão 31 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011

(Adaptada)

No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos do texto


acima, julgue o item seguinte.
62456350391

A palavra “análogos” (palavra sublinhada no texto) está sendo empregada com o


sentido equivalente a antecessores.

Questão 32 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011

(Adaptada)

No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos do texto


acima, julgue o item seguinte.

O elemento “que”, nas ocorrências sublinhadas no texto, possui a propriedade de


retomar palavras ou expressões que o antecedem.

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Questão 33 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – PF/2014

Hoje, todos reconhecem, porque Marx impôs esta demonstração no Livro II d’O
Capital, que não há produção possível sem que seja assegurada a reprodução das
condições materiais da produção: a reprodução dos meios de produção. Qualquer
economista, que neste ponto não se distingue de qualquer capitalista, sabe que, ano
após ano, é preciso prever o que deve ser substituído, o que se gasta ou se usa na
produção: matéria-prima, instalações fixas (edifícios), instrumentos de produção
(máquinas) etc. Dizemos: qualquer economista é igual a qualquer capitalista, pois
ambos exprimem o ponto de vista da empresa.

Louis Althusser. Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. 3.ª ed. Lisboa: Presença, 1980
(com adaptações).

Julgue o item a seguir, a respeito dos sentidos do texto acima.

O trecho “que não há produção possível (...) dos meios de produção” (sublinhado no
texto) é a demonstração a que se refere a expressão “esta demonstração” (em
negrito no texto).

Questão 34 – (CESPE) Nível Superior – TC-DF/2014

(Texto para as questões 34 e 35)

O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, busca promover a


consolidação, expansão e internacionalização da ciência e tecnologia brasileiras,
com inovação e competitividade, por meio do intercâmbio com outros países. No
âmbito do programa, serão concedidas, até 2015, mais de 100 mil bolsas de
estudos no exterior para estudantes de graduação e pós-graduação. O Ciência sem
Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior interessados em
trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se imperativo no início do século XXI,
devido à extrema velocidade com que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há
décadas, países como China e Índia têm enviado estudantes para países centrais,
com resultados muito positivos. Provavelmente, o programa brasileiro vai acelerar a
62456350391

mobilidade internacional e proporcionar avanços na ciência brasileira. Essa iniciativa


louvável talvez inspire outras não menos importantes — como o estímulo à
mobilidade nacional de estudantes —, que ainda são incipientes. Estudantes do
Acre, de Rondônia ou do Maranhão certamente seriam beneficiados com a estada de
um ano em universidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Da mesma forma,
alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília se beneficiariam com uma temporada
no Acre, em Rondônia ou no Maranhão. Essa troca de experiências seria um
instrumento de coesão e compreensão dos diferentes aspectos culturais e de
problemas comuns e específicos de diferentes regiões brasileiras.

Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY. Brasília: UnB, n.º 11, jun.-
jul./2012, p. 7 (com adaptações).

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Julgue o item, no que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do


texto acima.

O pronome “que” (sublinhado no texto) tem como referente o termo “estudantes”


(sublinhado no texto).

Questão 35 – (CESPE) Nível Superior – TC-DF/2014

Julgue o item, no que se refere às ideias e aos aspectos linguísticos do


texto acima.

Conclui-se dos sentidos do texto que o antecedente do termo “Esse incentivo” (em
negrito no texto) é a ideia expressa em “atrair pesquisadores do exterior
interessados em trabalhar no Brasil” (em negrito no texto).

Questão 36 – (CESPE) Nível Superior – SUFRAMA/2014

Com efeito, a habitação em cidades é essencialmente antinatural, associa-se a


manifestações do espírito e da vontade, na medida em que esses se opõem à
natureza. Para muitas nações conquistadoras, a construção de cidades foi o mais
decisivo instrumento de dominação que conheceram. Max Weber mostra
admiravelmente como a fundação de cidades representou, para o Oriente Próximo e
particularmente para o mundo helenístico e para a Roma imperial, o meio específico
de criação de órgãos locais de poder, acrescentando que o mesmo fenômeno se
verifica na China, onde, ainda durante o século passado, a subjugação das tribos
miaotse pode ser relacionada à urbanização de suas terras. E não foi sem boas
razões que esses povos usaram de semelhante recurso, pois a experiência tem
demonstrado que ele é, entre todos, o mais duradouro e eficiente. As fronteiras
econômicas estabelecidas no tempo e no espaço pelas fundações de cidades no
Império Romano tornaram-se também as fronteiras do mundo que mais tarde
ostentaria a herança da cultura clássica.

Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1995 (com
62456350391

adaptações).

Julgue o seguinte item, relativo à ideia e ao aspecto semântico do texto


apresentado.

O pronome “ele” (sublinhado no texto) retoma o antecedente “semelhante recurso”


(sublinhado no texto), que, por sua vez, remete à expressão “subjugação das tribos
miaotse” (sublinhado no texto).

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Questão 37 – (CESPE) Nível Superior – Polícia Federal/2014

A origem da polícia no Brasil

Polícia é um vocábulo de origem grega (politeia) que passou para o latim (politia)
com o mesmo sentido: governo de uma cidade, administração, forma de governo.
No entanto, com o decorrer do tempo, assumiu um sentido particular, passando a
representar a ação do governo, que, no exercício de sua missão de tutela da ordem
jurídica, busca assegurar a tranquilidade pública e a proteção da sociedade contra
violações e malefícios.

No Brasil, a ideia de polícia surgiu nos anos 1500, quando o rei de Portugal resolveu
adotar um sistema de capitanias hereditárias e outorgou uma carta régia a Martim
Afonso de Souza para estabelecer a administração, promover a justiça e organizar o
serviço de ordem pública, como melhor entendesse, em todas as terras que ele
conquistasse. Registros históricos mostram que, em 20 de novembro de 1530, a
polícia brasileira iniciou suas atividades, promovendo justiça e organizando os
serviços de ordem pública.

Internet: (com adaptações)

Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto acima, julgue o


seguinte item.

Sem prejuízo da coerência textual, a palavra “tutela” (sublinhada no texto) poderia


ser substituída por “proteção”.

Questão 38 – (CESPE) Contador – MTE/2014

Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média brasileira — aquela


que, na última década, ascendeu ao mercado de consumo, como uma avalanche de
quase 110 milhões de cidadãos. Uma pesquisa do Serasa Experian mostrou que o
pelotão formado por essa turma, que se convencionou chamar de classe C, estaria
no grupo das 20 maiores nações no consumo mundial, caso fosse classificado como
62456350391

um país. Juntos, os milhares de neocompradores movimentam quase R$ 1,2 trilhão


ao ano. Isso é mais do que consome a população inteira de uma Holanda ou uma
Suíça, para ficar em exemplos do primeiro mundo. Não por menos, tal massa de
compradores se converteu na locomotiva da economia brasileira e em alvo preferido
das empresas. Com mais crédito e programas sociais, em especial o Bolsa Família,
os emergentes daqui saíram às lojas e estão gradativamente se tornando mais e
mais criteriosos em suas aquisições.

Carlos José Marques. A classe C é G20. Internet: (com adaptações)

No que se refere aos aspectos linguísticos e às ideias do texto acima, julgue


o próximo item.

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O vocábulo “aquela” (em negrito no texto) refere-se à expressão “nova classe média
brasileira” (sublinhada no texto).

Questão 39 – (CESPE) Analista Técnico – MDIC/2014

O Congresso Nacional aprovou, em novembro de 2011, o Plano Brasil Maior, a


política industrial do governo federal para os anos de 2011 a 2014. O plano cria
possibilidades de uma mudança significativa na estrutura tributária brasileira,
incentivando a competitividade da indústria nacional, especialmente no caso de
estados de vocação exportadora como Minas Gerais. Minas é o segundo estado que
mais vende para o exterior, com uma participação que alcança em torno de 15%
das vendas externas brasileiras.

Até outubro de 2011, o estado acumulou superávit comercial de US$ 23,7 bilhões, o
maior valor observado entre todas as demais unidades da Federação. As
exportações alcançaram o volume de US$ 34,1 bilhões.

Uma medida significativa do plano é a previsão de devolução, ao exportador, de 3%


da receita obtida com a venda de bens industrializados para o exterior. As empresas
terão direito à devolução em espécie ou poderão usar os recursos devolvidos para
abater débitos referentes a outros tributos com a União.

Outra medida expressiva é a desoneração da folha de pagamentos de setores


intensivos em mão de obra, como confecções, calçados e softwares, que
concentram em Minas percentuais relevantes do total de postos de trabalho
ofertados no país: cerca de 11,5%, 8,1% e 8,0%, respectivamente. Até 2014, esses
setores deixarão de pagar a alíquota de 20% da contribuição patronal para a
previdência social, que será substituída por um percentual cobrado sobre a receita
da empresa. O governo deixa, assim, de onerar a criação de empregos para
incentivar as contratações e a formalização. Também serão beneficiados pela
medida os setores de couro, empresas de call center e empresas de transporte
público coletivo urbano.

Fernando Pimentel. In: Estado de Minas, 1.º/12/2011 (com adaptações).

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Julgue o item que se segue, relativos a aspectos linguísticos do texto.

As expressões “em novembro de 2011” (sublinhada no texto), “Até outubro de


2011” (sublinhada no texto) e “Até 2014” (sublinhada no texto), empregadas como
elementos coesivos no texto, referem-se a períodos de adoção, pelo governo, de
medidas relativas à alteração da estrutura de cobrança de tributos.

Questão 40 – (CESPE) Analista Legislativo – Câmara dos Deputados/2014

À primeira vista, o Plano Piloto de Brasília parece uma repetição de construções. As


quadras, distribuídas simetricamente pelas asas, têm prédios com plantas
semelhantes, que se repetem a cada quadradinho, muitas vezes até localizados de
forma análoga. Dentro dos apartamentos, entretanto, esconde-se o estilo de cada

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morador, que se revela não apenas em detalhes decorativos, mas em modificações


nas plantas e na função dos cômodos. Para desvendar como os brasilienses ocupam
e reinventam seus lares, a pesquisadora Franciney França decidiu analisar 168
plantas de apartamentos em sua tese de doutorado. “Quem olha para o Plano Piloto,
que impressão tem? Que as quadras são iguais e que sempre têm o mesmo padrão
arquitetônico. E aí pensa que as pessoas moram do mesmo jeito. Mostrei que não é
bem assim”, conta. A pesquisadora dividiu as “indisciplinas arquitetônicas”
praticadas pelos brasilienses entre leves e pesadas. As leves são as que mudam a
destinação dos espaços. É aquele quartinho de empregada que acaba virando um
escritório, ou um quarto que vira sala de televisão. Já as indisciplinas pesadas são
as que implicam mudanças geométricas e configuracionais das plantas. São aquelas
reformas que resultam em quebra de paredes, ou que transformam três quartos
pequenos em dois maiores, ou as que agregam a cozinha à sala.

Juliana Braga. A casa de cada um. In: Revista Darcy, ago.-set./ 2011 (com adaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos do texto acima, julgue o item a


seguir.

O termo ‘aí’ (sublinhado no texto) tem por referente a expressão ‘as quadras’
(sublinhado no texto).

Questão 41 – (CESPE) Analista Judiciário – STF/2013

(Texto para as questões 41, 42 e 43)

Durante o século passado, a doutrina da tábula rasa norteou os trabalhos de boa


parte das ciências sociais e humanidades. Uma longa e crescente lista de conceitos
que pareceriam naturais ao modo de pensar humano (emoções, parentesco, sexo,
doença, natureza, mundo) passou a ser vista como inventada ou socialmente
construída.

A tábula rasa frequentemente anda em companhia de duas outras doutrinas que


também alcançaram status sagrado na vida intelectual moderna.
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Uma dessas doutrinas é geralmente atribuída a Descartes (1596-1650). Para ele,


existe uma grande diferença entre mente e corpo, porquanto o corpo é, por
natureza, sempre divisível, e a mente, inteiramente indivisível. Ele contestou
Thomas Hobbes (1588-1617), que dizia que a mente podia operar segundo
princípios físicos, e argumentou que, ao contrário, o comportamento, especialmente
a fala, não era causado por nada, e sim, livremente escolhido. Um nome memorável
para a doutrina defendida por Descartes foi dado três séculos depois pelo filósofo
Gilbert Ryle (1900-1976), que a considerava a teoria “oficial”, o dogma do fantasma
da máquina, segundo a qual o corpo e a mente estão atrelados, e, enquanto o corpo
está sujeito a leis mecânicas, a mente não existe no espaço nem suas operações
estão sujeitas a leis mecânicas.

A outra teoria que acompanha a tábula rasa é comumente atribuída ao filósofo


Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), embora, na verdade, provenha de John
Dryden, em peça publicada em 1670:

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Sou tão livre quanto o primeiro homem da Natureza,

Antes de começarem as ignóbeis leis da servidão,

Quando o nobre selvagem corria solto nas florestas.

O conceito do bom selvagem capta a crença de que os seres humanos, em seu


estado natural, são altruístas, pacíficos e serenos, portanto males como a ganância,
a ansiedade e a violência são produtos da civilização.

Segundo Rousseau, muitos autores se precipitaram ao concluir que o homem é


naturalmente cruel e requer um sistema de polícia regular, para regenerar-se. Cita,
por exemplo, Thomas Hobbes, segundo o qual está evidente que, durante o tempo
em que vivem sem um poder comum que os mantenha em temor reverencial, os
homens encontram-se naquela condição denominada guerra; e essa é de cada
homem contra cada homem. Hobbes acreditava que as pessoas somente poderiam
escapar dessa existência infernal se entregassem sua autonomia a uma pessoa ou
assembleia soberana, um leviatã.

Muito depende de qual desses antropólogos de gabinete está correto. Se


considerarmos que as pessoas são bons selvagens, um leviatã dominador é
desnecessário. De fato, ao forçar as pessoas a descrever a propriedade privada para
que ela seja reconhecida pelo leviatã, este cria a própria cobiça e beligerância para
cujo controle foi concebido. Se, em contraste, as pessoas são naturalmente
perversas, o melhor que podemos esperar é uma trégua precária, mantida graças à
polícia e ao exército. As duas teorias também têm, por conseguinte, implicações
para a vida privada.

Steven Pinker. Tábula rasa: a negação contemporânea da natureza humana. São Paulo:
Companhia das Letras, 2004, p. 24-8 (com adaptações).

Com base no conteúdo e nos elementos estruturais, de coesão e de


coerência do texto, julgue o item a seguir.

O emprego do elemento referencial “a qual” (sublinhado no texto) evita a repetição


viciosa da palavra “máquina” (sublinhado no texto).
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Questão 42 – (CESPE) Analista Judiciário – STF/2013

Com base no conteúdo e nos elementos estruturais, de coesão e de


coerência do texto, julgue o item a seguir.

Em “nem suas operações estão sujeitas a leis mecânicas” (sublinhado no texto), o


núcleo do complemento do vocábulo “sujeitas” poderia estar precedido de artigo (às
leis), sem prejuízo para a correção gramatical e as informações do texto.

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Questão 43 – (CESPE) Analista Judiciário – STF/2013

Com base no conteúdo e nos elementos estruturais, de coesão e de


coerência do texto, julgue o item a seguir.

Em “este cria a própria cobiça e beligerância para cujo controle foi concebido”
(sublinhado no texto), o emprego de “para” como elemento coesivo é estilístico;
portanto, caso essa preposição fosse excluída, o texto se tornaria mais conciso, e as
relações de sentido originais seriam mantidas.

Questão 44 – (CESPE) Analista Legislativo – Câmara dos Deputados/2014

As tendências que levaram D. Pedro II a querer dissimular o imenso poderio de que


efetivamente dispunha e, é bom dizê-lo, que não lhe é regateado pela Constituição,
faziam que fosse buscar, para ministros, aqueles que pareciam mais dóceis à sua
vontade, ou que esperava poder submeter algum dia às decisões firmes, ainda que
tácitas, da Coroa. Se não se recusa, conforme as circunstâncias, a pôr em uso
algumas regras do parlamentarismo, jamais concordará em aceitar as que lhe
retirariam a faculdade de nomear e demitir livremente os ministros de Estado para
confiá-la a uma eventual maioria parlamentar. E se afeta ceder nesse ponto, é que
há coincidência entre sua vontade e a da maioria, ao menos no que diz respeito à
nomeação. Ou então é porque não tem objeções sérias contra o chefe majoritário.
Quando nenhum desses casos se oferece, discricionariamente exerce a escolha, 16
e sabe que pode exercê-la, porque se estriba no art. 101, n.º 6, da Constituição do
Império.

Sérgio Buarque de Hollanda. O Brasil monárquico. Do Império à República. In: coleção


História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1972, tomo II,
vol. 5. p. 21 (com adaptações).

Julgue o item a seguir, referente aos sentidos e aos aspectos linguísticos


do texto acima.

O termo “nesse ponto” (sublinhado no texto) remete ao seguinte trecho do período


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precedente: “pôr em uso algumas regras do parlamentarismo” (sublinhado no


texto).

Questão 45 – (CESPE) Analista Técnico – MDIC/2014

Os municípios do Brasil alcançaram, em média, um índice de desenvolvimento


humano municipal (IDHM) alto, graças a avanços em educação, renda e expectativa
de vida nos últimos vinte anos.

Mas o país ainda registra consideráveis atrasos educacionais, de acordo com dados
divulgados pela Organização das Nações Unidas e pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada.

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O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 aponta que o IDHM médio do


país subiu de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010 — quanto mais próximo de 1,
maior é o desenvolvimento. Com isso, o Brasil passou de um patamar “muito baixo”
para um patamar “alto” de desenvolvimento social. O que mais contribuiu para esse
índice foi o aumento na longevidade, que subiu de 64,7 anos para 73,9 anos.
Também houve aumento de 14,2% ou (R$ 346,31) na renda nesse período.

Os maiores desafios concentram-se na educação, o terceiro componente do IDHM.


Apesar de ter crescido de 0,279 para 0,637 em vinte anos, o IDHM específico de
educação é o mais distante da meta ideal, de 1. Em 2010, pouco mais da metade
dos brasileiros com dezoito anos de idade ou mais havia concluído o ensino
fundamental; e só 57,2% dos jovens entre quinze e dezessete anos de idade tinham
o ensino fundamental completo. O ministro da Educação admitiu um “imenso
desafio” na área, mas destacou que a educação é o componente que, tendo partido
de um patamar mais baixo, registrou os maiores avanços, graças ao aumento no
fluxo de alunos matriculados nas escolas. O índice de crianças de cinco e seis anos
de idade que entraram no sistema de ensino passou de 37,3%, em 1991, para
91,1%, em 2010.

Conforme o atlas, dois terços dos 5.565 municípios brasileiros estão na faixa de
desenvolvimento humano considerada alta ou média. Ao mesmo tempo, a
porcentagem de municípios na classificação “muito baixa” caiu de 85,5%, em 1991,
para 0,6%, em 2010. O relatório identificou uma redução nas disparidades sociais
entre Norte e Sul do Brasil, mas confirmou que elas continuam a existir. Um
exemplo disso é que 90% dos municípios das regiões Norte e Nordeste têm baixos
índices de IDHM em educação e renda.

Internet: (com adaptações).

No que se refere às ideias e expressões linguísticas contidas no texto,


julgue o item que se segue.

O pronome “isso” (sublinhado no texto) retoma apenas a ideia expressa em “quanto


mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento” (sublinhado no texto).

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Questão 46 – (CESPE) Analista Técnico – MDIC/2014

Os municípios do Brasil alcançaram, em média, um índice de desenvolvimento


humano municipal (IDHM) alto, graças a avanços em educação, renda e expectativa
de vida nos últimos vinte anos.

Mas o país ainda registra consideráveis atrasos educacionais, de acordo com dados
divulgados pela Organização das Nações Unidas e pelo Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada.

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 aponta que o IDHM médio do


país subiu de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010 — quanto mais próximo de 1,
maior é o desenvolvimento. Com isso, o Brasil passou de um patamar “muito baixo”
para um patamar “alto” de desenvolvimento social. O que mais contribuiu para esse

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índice foi o aumento na longevidade, que subiu de 64,7 anos para 73,9 anos.
Também houve aumento de 14,2% ou (R$ 346,31) na renda nesse período.

Os maiores desafios concentram-se na educação, o terceiro componente do IDHM.


Apesar de ter crescido de 0,279 para 0,637 em vinte anos, o IDHM específico de
educação é o mais distante da meta ideal, de 1. Em 2010, pouco mais da metade
dos brasileiros com dezoito anos de idade ou mais havia concluído o ensino
fundamental; e só 57,2% dos jovens entre quinze e dezessete anos de idade tinham
o ensino fundamental completo. O ministro da Educação admitiu um “imenso
desafio” na área, mas destacou que a educação é o componente que, tendo partido
de um patamar mais baixo, registrou os maiores avanços, graças ao aumento no
fluxo de alunos matriculados nas escolas. O índice de crianças de cinco e seis anos
de idade que entraram no sistema de ensino passou de 37,3%, em 1991, para
91,1%, em 2010.

Conforme o atlas, dois terços dos 5.565 municípios brasileiros estão na faixa de
desenvolvimento humano considerada alta ou média. Ao mesmo tempo, a
porcentagem de municípios na classificação “muito baixa” caiu de 85,5%, em 1991,
para 0,6%, em 2010. O relatório identificou uma redução nas disparidades sociais
entre Norte e Sul do Brasil, mas confirmou que elas continuam a existir. Um
exemplo disso é que 90% dos municípios das regiões Norte e Nordeste têm baixos
índices de IDHM em educação e renda.

Internet: (com adaptações).

No que se refere às ideias e expressões linguísticas contidas no texto,


julgue o item que se segue.

A coerência e a correção gramatical do texto seriam mantidas caso o vocábulo


“longevidade” (sublinhado no texto) fosse substituído por expectativa de vida.

Questão 47 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – PF/2014

O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente ameaça à


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humanidade e à estabilidade das estruturas e valores políticos, econômicos, sociais


e culturais de todos os Estados e sociedades. Suas consequências infligem
considerável prejuízo às nações do mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras:
avançam por todos os cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos,
afetando homens e mulheres de diferentes grupos étnicos, independentemente de
classe social e econômica ou mesmo de idade. Questão de relevância na discussão
dos efeitos adversos do uso indevido de drogas é a associação do tráfico de drogas
ilícitas e dos crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com a
criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a soberania nacional e afetam a
estrutura social e econômica interna, devendo o governo adotar uma postura firme
de combate ao tráfico de drogas, articulando-se internamente e com a sociedade,
de forma a aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção e repressão e
garantir o envolvimento e a aprovação dos cidadãos.

Internet: <direitoshumanos.usp.br>

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No que se refere aos aspectos linguísticos do fragmento de texto acima,


julgue o próximo item.

O pronome possessivo “Suas” (em negrito no texto) refere-se a “de todos os


Estados e sociedades” (sublinhado no texto).

Questão 48 – (CESPE) Nível Superior – AL-SE/2011

(Adaptada)

Sr. Y (sem revisão do orador) — Boa tarde a todos. Primeiramente, dizemos aos
presentes que, em todo o mundo, está sendo celebrado o Dia Internacional dos
Direitos Humanos. Em 1948, foi aprovada e proclamada a Declaração Universal dos
Direitos Humanos como o mais forte grito a humanidade contra a intolerância, a
discriminação e o preconceito.

De lá para cá, muita coisa avançou. O Brasil tornou-se país signatário de todos os
tratados e convenções dos direitos humanos. E, nesse avanço, há quinze anos
surgiu o Conselho Estadual de Direitos Humanos do Estado do Espírito Santo, um
“adolescente” que teve papel extremamente importante, no Espírito Santo, em
todas as lutas, estando sempre ao lado dos humilhados e dos ofendidos. O Conselho
Estadual de Direitos Humanos foi a voz dos excluídos e dos presos, em uma época
recente.

Internacionalmente, ressoou, na Corte Interamericana dos Direitos Humanos e na


ONU, o grito dos excluídos, extremamente importante para o Espírito Santo, para o
Brasil e para o mundo. Enquanto teimarmos e não reconhecermos que existem
problemas, discriminação, preconceito e violência, não avançaremos. É fundamental
que reconheçamos que eles existem, pois esse é o papel do Conselho Estadual de
Direitos Humanos. Graças ao Conselho Estadual de Direitos Humanos, o Espírito
Santo avançou muito. Com apenas quinze anos, nosso conselho é um dos mais
velhos do Brasil.

Graças a esse conselho, muitas conferências foram estimuladas. Agora ele está
empenhado na criação de um programa voltado para a educação em direitos
humanos, o enfrentamento à tortura, o combate à homofobia e o combate a todas
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as formas de preconceito e discriminação.

Esta sessão solene celebra momento muito importante para nós, para o Espírito
Santo, para o Brasil e para o mundo. Os direitos humanos devem-nos orientar e
dar-nos esperança e disposição para remarmos contra a maré. Temos de entender
que as pessoas não podem continuar sendo discriminadas se quisermos construir
um projeto de nação. Os direitos humanos têm de ser uma política pública — é
fundamental que assim seja — e incorporada definitivamente como projeto de
nação, pois uma nação sem direitos humanos não pode ter o nome de nação.
Nenhuma nação será forte enquanto as mulheres não tiverem respeitados e
garantidos todos os seus direitos; nenhuma nação será forte enquanto o povo sofrer
qualquer discriminação racial ou de gênero; nenhuma nação será forte se houver
intolerância religiosa; nenhuma nação será forte se houver homofobia, em suma,
nenhuma forma de preconceito pode existir. Os direitos humanos têm a tarefa de
ser a tribo civilizadora.

Internet: <www.al.es.gov.br> (com adaptações).

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Em relação aos elementos linguísticos do texto, julgue a seguinte


afirmativa:

A expressão “em suma”, de caráter explicativo, tem a função de retomar,


exclusivamente, o trecho imediatamente anterior: “nenhuma nação será forte se
houver homofobia”. (trechos sublinhados no texto)

Questão 49 – (CESPE) Nível Superior – ANTAQ/2014

A participação e o lugar da mulher na história foram negligenciados pelos


historiadores e, por muito tempo, elas ficaram à sombra de um mundo dominado
pelo gênero masculino. Ao pensarmos o mundo medieval e o papel dessa mulher, o
quadro de exclusão se agrava ainda mais, pois, além do silêncio que encontramos
nas fontes de consulta, os textos, que muito raramente tratam o mundo feminino,
estão impregnados pela aversão dos religiosos da época por elas.

Na Idade Média, a maioria das ideias e de conceitos era elaborada pelos


escolásticos. Tudo o que sabemos sobre as mulheres desse período saiu das mãos
de homens da Igreja, pessoas que deveriam viver completamente longe delas.
Muitos clérigos consideravam-nas misteriosas, não compreendiam, por exemplo,
como elas geravam a vida e curavam doenças utilizando ervas.

A mulher era considerada pelos clérigos um ser muito próximo da carne e dos
sentidos e, por isso, uma pecadora em potencial. Afinal, todas elas descendiam de
Eva, a culpada pela queda do gênero humano. No início da Idade Média, a principal
preocupação com as mulheres era mantê-las virgens e afastar os clérigos desses
seres demoníacos que personificavam a tentação. Dessa forma, a maior parte das
autoridades eclesiásticas desse período via a mulher como portadora e
disseminadora do mal.

Isso as tornava más por natureza e atraídas pelo vício. A partir do século XI, com a
instituição do casamento pela Igreja, a maternidade e o papel da boa esposa
passaram a ser exaltados. Criou-se uma forma de salvação feminina a partir
basicamente de três modelos femininos: Eva (a pecadora), Maria (o modelo de
perfeição e santidade) e Maria Madalena (a pecadora arrependida). O matrimônio
vinha para saciar e controlar as pulsões femininas. No casamento, a mulher estaria
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restrita a um só parceiro, que tinha a função de dominá-la, de educá-la e de fazer


com que tivesse uma vida pura e casta.

Essa falta de conhecimento da natureza feminina causava medo aos homens. Os


religiosos se apoiavam no pecado original de Eva para ligá-la à corporeidade e
inferiorizá-la. Isso porque, conforme o texto bíblico, Eva foi criada da costela de
Adão, sendo, por isso, dominada pelos sentidos e os desejos da carne. Devido a
essa visão, acreditava-se que ela fora criada com a única função de procriar.

Essa concepção de mulher, que foi construída através dos séculos, é anterior
mesmo ao cristianismo. Foi assegurada por ele e se deu porque permitiu a
manutenção dos homens no poder; forneceu ao clero celibatário uma segurança
baseada na distância e legitimou a submissão da ordem estabelecida pelos homens.
Essa construção começou apenas a ruir, mas os alicerces ainda estão bem fincados
na nossa sociedade.

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Patrícia Barboza da Silva. Colunista do Brasil Escola. (com adaptações).

A respeito das ideias e de aspectos gramaticais do texto acima, julgue o


item.

O acento indicativo de crase em “à sombra” (sublinhado no texto) poderia ser


omitido sem prejuízo da correção gramatical do texto, visto que seu emprego é
opcional no contexto em questão.

Questão 50 – (CESPE) Oficial da Polícia Militar – PM-CE/2014

Ele não descobriu a América

Oficialmente, o título de “descobridor da América” pertence ao navegante genovês


Cristóvão Colombo, mas ele não foi o primeiro estrangeiro a chegar ao chamado
Novo Mundo. Além disso, o próprio Colombo nunca se deu conta de que a terra que
encontrou era um continente até então desconhecido.

A arqueologia já revelou vestígios da passagem dos vikings pelo continente por


volta do ano 1000. Leif Ericson, explorador que viveu na região da Islândia, chegou
às margens do atual estado de Maine, no norte dos Estados Unidos da América
(EUA), no ano 1003. Em 1010, foi a vez de outro aventureiro nórdico, Bjarn
Karlsefni, aportar nos arredores de Long Island, na região de Nova York. Além
disso, alguns pesquisadores defendem que um almirante chinês chamado Zeng He
teria cruzado o Pacífico e desembarcado, em 1421, no que hoje é a costa oeste dos
EUA.

Polêmicas à parte, Cristóvão Colombo jamais se deu conta de que havia descoberto
um novo continente. A leitura de suas anotações de bordo ou de suas cartas deixa
claro que ele acreditou até a morte que tinha chegado à China ou ao Japão, ou seja,
às “Índias”. É o que o navegador escreveu, por exemplo, em uma carta de março de
1493.
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Mesmo nos momentos em que se apresenta como um “descobridor”, Colombo se


refere aos arredores de um continente que o célebre Marco Polo – do qual foi leitor
assíduo – já havia descrito. Em outubro de 1492, depois de seu primeiro encontro
com nativos americanos, o explorador fez a seguinte anotação em seu diário de
bordo: “Resolvi descer à terra firme e ir à cidade de Guisay entregar as cartas de
Vossas Altezas ao Grande Khan”. Guisay é uma cidade real chinesa que Marco Polo
visitara. Nesse mesmo documento, Colombo escreveu que, segundo o que os índios
haviam informado, ele estava a caminho do Japão. Os nativos tinham apontado, na
verdade, para Cuba.

Suas certezas foram parcialmente abaladas nas viagens seguintes, mas o navegador
nunca chegou a pensar que aportara em um novo continente. Sua quarta viagem o
teria levado, segundo escreveu, à província de “Mago”, “fronteiriça à de Catayo”,
ambas na China.

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Somente nos últimos anos de sua vida o genovês considerou a possibilidade de ter
descoberto terras realmente virgens. Mas foi necessário certo tempo para que a
existência de um novo continente começasse a ser aceita pelos europeus. Américo
Vespúcio foi um dos primeiros a apresentar um mapa com quatro continentes. Mais
tarde, em 1507, a nova terra seria batizada em homenagem ao explorador italiano.
Um ano depois da morte de Colombo, que passou a vida sem entender bem o que
havia encontrado.

Antouaine Roullet. In: Revista História Viva. Internet: (com adaptações).

Julgue o item que se segue, considerando as ideias veiculadas no texto


acima, a sua estrutura e seus aspectos gramaticais.

No segmento ‘fronteiriça à de Catayo’ (sublinhado no texto), o emprego do sinal


indicativo de crase seria obrigatório ainda que se eliminasse a preposição “de”.

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1. E
2. E
3. E
4. E
5. C
6. C
7. C
8. C
9. E
10. C
11. E
12. E
13. C
14. C
15. E
16. E
17. C
18. C
19. E
20. E
21. C
22. C
23. C
24. 62456350391

A
25. C
26. C
27. E
28. C
29. E
30. E
31. E
32. C
33. C
34. E
35. E
36. E

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37. C
38. C
39. E
40. E
41. E
42. C
43. E
44. E
45. E
46. C
47. E
48. E
49. E
50. E

62456350391

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QUESTÕES COMENTADAS

Questão 01 – (CESPE) Contador – MTE/2014


(Adaptada)

Há ainda outros mitos que fazem parte do comportamento do


brasileiro.

No que se refere aos aspectos sintáticos do trecho acima,


julgue o item que se segue.

A forma verbal “Há” poderia ser substituída por “Existe” sem que
houvesse prejuízo para a correção gramatical do período.

Comentários

A afirmativa está ERRADA.

Os verbos HAVER e EXISTIR, embora possuam o mesmo sentido,


apresentam transitividades diferentes.

“Haver” é verbo transitivo direto e é impessoal (não apresenta


sujeito), motivo pelo qual estará sempre na terceira pessoa do
singular. “Existir”, ao contrário, sempre apresenta sujeito (com o
qual concorda) e é verbo intransitivo.

Por isso, seria gramaticalmente errado dizer “existe outros mitos”.


Correto seria concordar o verbo EXISTIR com o sujeito (“outros
mitos”), da seguinte forma:

“Existem ainda outros mitos que fazem parte do comportamento do


brasileiro.”
62456350391

Veja:

HAVER

O verbo HAVER merece toda a sua atenção não apenas quanto à sua
concordância, mas também quanto à regência.

- Transitivo direto: quando significar “existir” (sentido mais comum)


ou no sentido de “decorrer (tempo)”. Nesses casos, o verbo estará
SEMPRE na terceira pessoa do singular e não possuirá sujeito (é
impessoal).

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Houve grande confusão no fim da festa.


OBJETO DIRETO

Há muitas pessoas que gostam de você.


OBJETO DIRETO

Há vários dias espero notícias suas.


OBJETO DIRETO

ATENÇÃO: Não confunda a regência do verbo HAVER com a do


verbo EXISTIR. O verbo “existir” é intransitivo e sempre possui
sujeito (com o qual deve concordar).

Há muitas pessoas na sala.


OBJETO DIRETO

Existem muitas pessoas na sala.


SUJEITO

GABARITO: ERRADO

Questão 02 – (CESPE) Agente Administrativo – MDIC/2014


(Adaptada)

Temos a obrigação de sonhar acordados e usar a imaginação.

No que se refere aos aspectos sintáticos do trecho acima,


julgue o item que se segue.

No trecho “a obrigação de sonhar”, a correção gramatical seria


mantida se a preposição “de” fosse substituída por em.

Comentários

Observe que a questão apenas pede ao candidato que analise a


62456350391

correção do trecho de acordo com os aspectos sintáticos. Desse


modo, o enunciado da questão não traz explicitamente que o assunto
abordado é Regência, mas é justamente esse o conhecimento
necessário para que o candidato resolva bem o exercício. Dessa
forma, fique atento.

Ao analisar o item, percebemos que a afirmativa está ERRADA.

A regência do substantivo “OBRIGAÇÃO” requer o uso da preposição


“DE” (“ter obrigação DE fazer algo”). A preposição “EM” não cabe
nesse caso, pois não se diz “ter obrigação em fazer algo”.

Vamos estudar um pouco o assunto “regência nominal”?

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A Regência Nominal estuda a relação de subordinação ou


dependência entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio
– termo regente) e o termo que lhe complementa o sentido (termo
regido).

Nesse tipo de relação, sempre haverá a presença de uma


preposição.

Uma boa dica, para identificar a regência de alguns nomes, é observar


se a palavra deriva de verbo. Caso derive, você poderá seguir a
regência do verbo (ex: preferir a, preferível a).

Vamos analisar, agora, a regência de alguns substantivos e


adjetivos, por meio do quadro abaixo.

acessível a capaz de/para grato a obediência a


acostumado a/com certo de hábil em ojeriza a/por/contra
adaptado a compatível com habituado a passível de
afeição a/para/com/por comum a/de imbuído de/em permissivo a
aflito com/por constante de/em imune a/de possível de
agradável a contemporâneo a/de indeciso em posterior a
alheio a/de contíguo a indiferente a preferível a
alienado de contrário a inerente a prestes a/em/para
alusão a devoto a/de inexorável a próximo a/de
ansioso de/para/por diferente de insensível a/para/com relacionado com
apto a/para equivalente a manutenção de/em residente em
atentado a/contra erudito em medo a/de seguro de/em
atento a/em essencial a natural de semelhante a
aversão a/por/em/para estranho a necessário a sensível a
ávido de/por fácil de negligente em sito em/entre
benéfico a favorável a nocivo a útil a/para

GABARITO: ERRADO

Questão 03 – (CESPE) Nível Superior – Caixa/2014


62456350391

(Adaptada)

Com o surgimento da cunhagem a martelo e o uso de metais nobres,


como o ouro e a prata, os signos monetários passaram a ser
valorizados também pela nobreza dos metais neles empregados.

No que se refere aos aspectos linguísticos do trecho acima,


julgue o item que se segue.

Seria mantida a correção gramatical do texto, caso fosse empregado


o acento indicativo de crase no “a”, em “cunhagem a martelo”
(sublinhado no trecho).

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Comentários

A afirmativa está ERRADA.

A crase é a junção de duas vogais “A”: na maior parte das vezes, a


junção de preposição “A” com artigo feminino “A”.

No trecho sublinhado, não poderia haver artigo feminino antes


de “MARTELO”, por se tratar de um substantivo masculino.

Por esse motivo, costuma-se afirmar que não se emprega o sinal


indicativo de crase antes de palavra masculina.

GABARITO: ERRADO

Questão 04 – (CESPE) Contador – MTE/2014


(Adaptada)

Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média


brasileira — aquela que, na última década, ascendeu ao mercado
de consumo, como uma avalanche de quase 110 milhões de
cidadãos. Uma pesquisa do Serasa Experian mostrou que o pelotão
formado por essa turma, que se convencionou chamar de classe C,
estaria no grupo das maiores nações no consumo mundial, caso
fosse classificado como um país. Juntos, os milhares de
neocompradores movimentam quase R$ 1,2 trilhão ao ano. Isso é
mais do que consome a população inteira de uma Holanda ou uma
Suíça, para ficar em exemplos do primeiro mundo. Não por menos,
tal massa de compradores se converteu na locomotiva da economia
brasileira e em alvo preferido das empresas. Com mais crédito e
programas sociais, em especial o Bolsa Família, os emergentes
62456350391

daqui saíram às lojas e estão gradativamente se tornando mais e


mais criteriosos em suas aquisições.

Carlos José Marques. A classe C é G20. Internet: <www.istoedinheiro.com.br>


(com adaptações).

No que se refere aos aspectos linguísticos e às ideias do texto


acima, julgue o próximo item.

O emprego do sinal indicativo de crase em “às lojas” (em negrito no


texto) é facultativo, de modo que sua supressão não prejudicaria a
correção gramatical do período.

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Comentários

A questão pede que se analise o emprego do sinal indicativo de crase


no seguinte trecho: “os emergentes saíram às lojas”.

Trata-se da união de preposição “A” com artigo definido feminino


plural “AS”. Isso porque o verbo sair, neste caso, é transitivo
indireto (sair A algum lugar).

A supressão do sinal grave significaria retirar a preposição, fato que


comprometeria a correção gramatical do período, uma vez que a
regência do verbo exige o complemento preposicionado.

Assim, concluímos que a questão está errada.

GABARITO: ERRADO

Questão 05 – (CESPE) Contador – MTE/2014


(Adaptada)

O envio de duzentos cientistas à Antártida representará o reinício da


pesquisa biológica e meteorológica brasileira no continente, depois do
incêndio que destruiu a base que o Brasil operava ali desde 1984.

No que se refere aos aspectos linguísticos do trecho acima,


julgue o item que se segue.

Na linha 1, o emprego do sinal indicativo de crase em “à Antártida”


justifica-se porque o termo “envio” exige complemento regido da
preposição “a” e o termo “Antártida” está precedido de artigo definido
feminino. 62456350391

Comentários

A afirmativa está CERTA.

A regência do verbo “enviar”, nesse caso, requer o uso da preposição


“A” (enviar algo A algum lugar). O termo seguinte, por sua vez,
inicia-se pelo artigo definido feminino (A Antártida). Da união dessas
duas vogais, surge a necessidade do emprego do sinal grave. Veja:

O envio de cientistas à Antártida.


= O envio de cientistas a + a Antártida
= O envio de cientistas para a Antártida

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GABARITO: CERTO

Questão 06 – (CESPE) Todos os cargos – MEC/2014


(Adaptada)

O Censo Escolar da Educação Básica de 2013 revela que, desde 2010,


o número de matrículas em educação integral no ensino fundamental
cresceu 139%, chegando a 3,1 milhões o número de estudantes
matriculados na educação básica. Só no último ano, o crescimento foi
de 45,2%.

O aumento do número de alunos no ensino integral é atribuído ao


Programa Mais Educação, criado pelo Ministério da Educação para
incentivar as secretarias estaduais e municipais de educação, com a
transferência de recursos federais, a oferecer a educação integral. É
considerada educação integral a jornada escolar com sete ou mais
horas de duração.

“Esses números demonstram o esforço que está sendo feito e


mostram que já temos resultados”, disse o ministro da Educação,
para quem a expansão do ensino integral é um dos grandes
destaques do censo. “A meta de ensino integral do Plano Nacional de
Educação, de 25% dos alunos estarem no ensino integral, é factível se
continuarmos com esse esforço”, complementou.

De acordo com o ministro, os dados do censo evidenciam o resultado


das políticas públicas e dos programas governamentais dedicados à
ampliação da oferta educacional. “Em médio e longo prazo, as
políticas públicas voltadas para o processo educacional começam a
surtir efeito no censo”, afirmou.
62456350391

Censo revela crescimento no ensino integral. fev./2014.Internet:


<www.portal.inep.gov.br> (com adaptações).

No que se refere aos aspectos sintáticos e semânticos do texto


acima, julgue o item que se segue.

O emprego do acento grave em “à ampliação” (sublinhado no texto)


justifica-se em razão de o termo “dedicados” exigir complemento
regido pela preposição a e o termo “ampliação” estar precedido de
artigo definido feminino.

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Comentários

Está correta a afirmativa acima.

O emprego do sinal grave justifica-se exatamente pelo motivo


mencionado, qual seja, a presença da preposição “A” (exigida pela
regência do termo “dedicados”) unida ao artigo definido feminino “A”
(de “a ampliação”). Essa união de duas vogais “A” é o que se
denomina CRASE.

GABARITO: CERTO

Questão 07 – (CESPE) Auditor de Controle Externo – TCU/2013


(Adaptada)

A experiência de governança pública tem mostrado que os sistemas


democráticos de governo se fortalecem à medida que os governos
eleitos assumem a liderança de processos de mudanças que buscam o
atendimento das demandas de sociedades cada vez mais complexas e
alcançam resultados positivos perceptíveis pela população.

Contemporaneamente, para o alcance de resultados de


desenvolvimento nacional, exige-se dessa liderança não apenas o
enfrentamento de desafios de gestão, como a busca da eficiência na
execução dos projetos e das atividades governamentais, no conhecido
lema de “fazer mais com menos”, mas também o desafio de “fazer
melhor” (com mais qualidade), como se espera, por exemplo, nos
serviços públicos de educação e saúde prestados à população. Esse
novo desafio de governo tem como consequência um novo requisito
de gestão, o que implica a necessidade de desenvolvimento de novos
modelos de governança para se alcançarem os objetivos e metas de
62456350391

governo, em sintonia com a sociedade.

Outros aspectos sociotécnicos importantes que caracterizam a nova


governança pública se relacionam aos anseios de maior participação e
controle social nas ações de governo, que, somados ao de liberdade,
estabelecem o cerne do milenar conceito de cidadania (participação
no governo) e os valores centrais da democracia social do século XXI.

Governar de modo inovador exige, invariavelmente, repensar o


modelo secular de governança pública em todas as suas dimensões:
política, econômica, social e tecnológica. Com a evolução sociotécnica,
fortemente alavancada pelo desenvolvimento das tecnologias da
informação e comunicação, as mudanças na governança pública

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implicam mudanças na base tecnológica que sustenta a burocracia,


nas estruturas do aparelho de Estado e em seus modelos de gestão.

Internet: <http://aquarius.mcti.gov.br> (com


adaptações).

Considerando as ideias e estruturas linguísticas do texto


acima, julgue o item a seguir.

O emprego da preposição em “dessa liderança” (sublinhado no texto)


justifica-se pela regência do verbo exigir.

Comentários

Vamos analisar a regência do verbo “exigir”.

Ele pode ser transitivo direto e indireto quando significar “impor


obrigação ou dever”. O objeto indireto será regido pela preposição
“DE”. Assim, diz-se exigir algo de alguém.

É o que ocorre no trecho destacado: “exige-se dessa liderança...”.

Correta está, portanto, a afirmativa da questão.

Vamos estudar mais um pouco o assunto “regência verbal”?

A Regência Verbal é orientada pela transitividade. A transitividade


ou predicação verbal é o modo como o verbo forma o
predicado, isto é, se o verbo exige ou não complementos.
62456350391

Os verbos podem ser classificados em intransitivos, transitivos


(direto, indireto ou direto e indireto) e de ligação.

VERBO INTRANSITIVO:

É o verbo que não necessita de informações complementares,


pois já apresenta sentido completo. Isso não impede, no entanto, que
o verbo intransitivo venha acompanhado de termos acessórios
(adjunto adverbial) ou integrantes (predicativo), os quais são usados
apenas para especificar as circunstâncias da ação ou estado.

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VERBO TRANSITIVO:

É o verbo que necessita de informações complementares, pois


não apresenta sentido completo. Seu complemento será chamado de
objeto. O verbo transitivo pode ser:

VERBO TRANSITIVO DIRETO: seu complemento NÃO necessita de


preposição obrigatória e é denominado objeto direto.
VERBO TRANSITIVO INDIRETO: seu complemento necessita de
preposição obrigatória e é denominado objeto indireto.
VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO: necessita de dois
complementos; um complemento NÃO necessita de preposição
obrigatória (objeto direto) e o outro necessita de preposição
obrigatória (objeto indireto).

Agora vamos ver outro aspecto relacionado à transitividade verbal: a


função sintática dos pronomes oblíquos átonos na oração.

 Os pronomes “O”, “A”, “OS” e “AS” funcionam como objeto


direto;
 Os pronomes “LHE” e “LHES” funcionam como objeto indireto;
 Os pronomes “ME”, “TE”, “SE”, “NOS” e “VOS” funcionam tanto
como objeto direto quanto como objeto indireto.

VERBOS PRONOMINAIS

Alguns verbos exigem sempre a presença imediata de um pronome


oblíquo átono: são os verbos essencialmente pronominais
(arrepender-se, indignar-se, suicidar-se, queixar-se, zangar-se, por
exemplo).
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Há, no entanto, alguns verbos que tanto podem assumir a forma


pronominal quanto podem subsistir sem o auxílio do pronome: os
verbos acidentalmente pronominais. Observe:

Maria aconselhou-se com sua amiga.


Maria aconselhou Joana.

Ao assumir a forma pronominal, esses verbos, em geral, exigem


um complemento preposicionado (“aconselhou-se com”), ainda
que o verbo seja tipicamente transitivo direto.

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Vamos ver outros exemplos de verbos que, na forma pronominal,


exigem complemento preposicionado:

ABRAÇAR ABRAÇAR-SE COM/A/EM/CONTRA


ACONSELHAR ACONSELHAR-SE COM
ALEGRAR ALEGRAR-SE COM
APOIAR APOIAR-SE EM
APROVEITAR APROVEITAR-SE DE
CARREGAR CARREGAR-SE DE
CERCAR CERCAR-SE DE
COMUNICAR COMUNICAR-SE COM
CONTENTAR CONTENTAR-SE COM
DEFENDER DEFENDER-SE DE/CONTRA
ESQUECER ESQUECER-SE DE
LEMBRAR LEMBRAR-SE DE
LIMITAR LIMITAR-SE A
RECORDAR RECORDAR-SE DE
UTILIZAR UTILIZAR-SE DE

Nos verbos pronominais (acidentalmente ou essencialmente), o “SE”


terá função morfológica de parte integrante do verbo.

GABARITO: CERTO

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Questão 08 – (CESPE) Cargos de Nível Médio – MPE-PI/2012


(Adaptada)

Observou-se, ao longo da história, não uma condenação, mas uma


espécie de cortina de silêncio iniciada com Platão, cujo veto ao riso
atingiu indiretamente o legado de Demócrito (nascido em 460 a.C.),
chamado de “o filósofo que ri”. Infelizmente, da lavra de Demócrito
pouco restou. O rastilho daquele lampejo que fez o cérebro do filósofo
brilhar após a gargalhada apagou-se no mundo medieval. A
valorização cristã do sofrimento levou a um desprezo geral pelo riso.
Por conta desse renitente veto ao riso, figuras pouco conhecidas
foram desaparecendo da sisuda história da filosofia. Com algumas
exceções, filósofos sisudos e sérios se esquecem de que os

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mecanismos de compreensão e recompensa tanto dos conceitos


filosóficos quanto das piadas são construídos da mesma matéria. Em
uma explanação filosófica ou em uma anedota, o que o ouvinte mais
teme é ser enganado. Neste caso, o “quem ri por último ri melhor” é
apenas outra versão da frase que diz: “Quem ri por último não
entendeu a piada”. A revelação que as piadas ou frases de duplo
sentido proporcionam é um dos insights de maior efeito entre as
pessoas. O que os filósofos chamam de “iluminação”, os humoristas
intitulam “solavanco mental” da anedota.

A capacidade de rir surge inerente ao homem, mas o sentimento do


humor é raro, pois envolve a capacidade de a pessoa se distanciar de
si mesma. “Eu sempre rio de todo mundo que não riu de si também.”
Esse foi o dístico que Friedrich Nietzsche sugeriu escrever em sua
porta, em A Gaia Ciência. Frase típica de um filósofo gaiato.
Literalmente.

Elias Thomé Saliba. Na cortina de silêncio. In: CartaCapital. Ano XII, n.º 673,
23/11/2011, p. 82-3, (com adaptações).

A respeito das ideias e das estruturas do texto acima, julgue o


item subsequente.

Seria mantida a correção gramatical do período caso a preposição


“de”, em “chamado de ‘o filósofo que ri’” (sublinhado no texto), fosse
omitida.

Comentários

Sobre a regência do verbo “CHAMAR”, seu predicativo admite tanto a


forma preposicionada quanto a forma não preposicionada.
62456350391

Assim, tanto faz dizer “chamado de ‘o filosofo que ri’” ou “chamado ‘o


filósofo que ri’”. Está correta a afirmativa.

Veja:

CHAMAR

- Transitivo direto: quando significar “convocar”.

João chamou Maria para jantar.


O. DIRETO

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- Transitivo indireto: no sentido de “invocar, clamar”. Nesse caso,


usa-se a preposição “POR”.

Chamou por todos os santos quando se viu em apuros.


OBJETO INDIRETO

Alguns autores não consideram que o verbo seja transitivo indireto


nesse último caso, mas sim que se trata de objeto direto
preposicionado.

- Quando significar “apelidar, qualificar”, o verbo CHAMAR tanto pode


ser transitivo direto quanto transitivo indireto.

Maria chamou João (de) inescrupuloso.


OD PREDICATIVO DO OBJETO

Maria chamou a João (de) inescrupuloso.


OI PREDICATIVO DO OBJETO

Além disso, o predicativo do objeto também poderá vir preposicionado


ou não. Observe, abaixo, as quatro possibilidades de construção da
frase nesses casos.

Chamar alguém de algo.


Chamar a alguém de algo.
Chamar alguém algo.
Chamar a alguém algo.

Em resumo: O termo “alguém” funciona como complemento verbal do


verbo “chamar” nos quatro casos (ora será objeto direto, ora será
objeto indireto). Por sua vez, o termo “algo” funciona como
predicativo do objeto, e tanto poderá vir preposicionado quanto sem a
preposição.
62456350391

GABARITO: CERTO

Questão 09 – (CESPE) Auditor de Controle Externo – Tribunal


de Contas do Estado do Espírito Santo/2012
(Adaptada)

O rápido período em que trabalhei na chefia da Casa Civil de Benedito


Valadares representou, na realidade, uma tomada de posição no que
dizia respeito ao meu futuro. Até então, não havia resolvido
abandonar a clínica. Todas as manhãs ia ao Hospital Militar, pois não
queria deixar de operar um dia sequer. Encontrava-me numa situação

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transitória — sobre isso não tinha qualquer dúvida, dada a natureza


política do cargo que ocupava. Tudo era questão de tempo. Mais dia,
menos dia, e todo aquele alvoroço palaciano se extinguiria. E o que
iria fazer então? Daí a razão por que conservava meu consultório no
edifício do Parc Royal e insistia em manter-me atualizado com a
melhor técnica cirúrgica. Esforço vão. Em Diamantina — a minha
velha e amada Diamantina —, contudo, o destino já começara a tecer,
com seus dedos invisíveis, a teia na qual em breve iria me enredar.

Juscelino Kubitschek. Meu caminho para Brasília. Rio de Janeiro: Bloch Ed., 1.º vol.,
1974, p. 218 (com adaptações).

Julgue o item subsequente, com base no texto acima.

O vocábulo “futuro” (sublinhado no texto) está empregado, no texto,


no sentido de sina, e poderia ser por essa palavra substituído se o
trecho em que ele ocorre fosse reescrito da seguinte forma: à minha
sina, caso em que o emprego do sinal indicativo de crase seria
obrigatório.

Comentários

É facultativa a crase antes de pronomes possessivos. Isso


porque o artigo, nesses casos, será facultativo.

Observe que tanto se pode escrever “dizia respeito AO meu futuro”


quanto “dizia respeito A meu futuro” (com o artigo definido masculino
e sem o artigo definido masculino, respectivamente).

Do mesmo modo, tanto se pode escrever “dizia respeito À minha


sina” quanto “dizia respeito A minha sina” (com o artigo definido
feminino e sem o artigo definido feminino, respectivamente).
62456350391

Assim, a afirmativa está errada.

GABARITO: ERRADO

Questão 10 – (CESPE) – Analista Judiciário – TRE-GO/2014

Segundo a Constituição Federal, todo poder emana do povo e por ele


será exercido, quer de maneira direta, quer por intermédio de
representantes eleitos. Essa afirmação, dentro do espírito do texto
constitucional, deve ser interpretada como verdadeiro dogma

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estabelecido pelo constituinte originário, mormente quando nos


debruçamos sobre o cenário político dos anos anteriores à eleição dos
membros que comporiam a Assembleia Constituinte que resultou na
Carta de 1988.

Em expedita sinopse, é possível perceber que, após longo período de


repressão à manifestação do pensamento, o povo brasileiro ansiava
por exercer o direito de eleger os seus representantes com o objetivo
de participar direta ou indiretamente da formação da vontade política
da nação.

Dentro desse contexto, impende destacar que os movimentos


populares que ocorreram a partir do ano de 1984, que deram margem
ao início do processo de elaboração da nova Carta, deixaram
transparecer de maneira cristalina aos então governantes que o
coração da nação brasileira estava palpitante, quase que
exageradamente acelerado, tendo em vista a possibilidade de se
recuperar o exercício do poder, cujo titular, por longo lapso, deixou de
ser escolhido pelo povo brasileiro.

Em meio a esse cenário, foi elaborado o texto constitucional, que,


desde então, recebeu a denominação de Constituição Cidadã. O art.
14 desse texto confere ênfase à titularidade do poder para ressaltar
que “A soberania popular é exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual a todos”, deixando transparecer
que a intenção da Lei Maior é fazer que o povo exerça efetivamente o
seu direito de participar da formação da vontade política.
Fernando Marques Sá. Desaprovação das contas de campanha do candidato –
avanço da legislação para as eleições de 2014. In: Estudos Eleitorais. Brasília:
Tribunal Superior Eleitoral. Vol. 9, n.o 2, 2014, p. 52-3. Internet: (com adaptações).

62456350391

Com referência às estruturas linguísticas do texto, julgue


o próximo item.

No trecho “Em meio a esse cenário" (sublinhado no texto), a


inserção de sinal indicativo de crase no “a" acarretaria prejuízo à
correção gramatical do texto.

Comentários
Temos, aqui, uma questão sobre crase.
Para responder, devemos analisar a pergunta feita no enunciado: está
certo ou não colocar crase na preposição “a” antes do pronome
demonstrativo “esse”?

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Antes, no entanto, vale lembrar que crase é o fenômeno de união


entre duas vogais idênticas (em nossa língua, de duas vogais
“A”), indicado pelo acento grave (sinal indicativo de crase). O caso
mais comum de crase ocorre da união entre preposição “A” e artigo
definido feminino “A”.
O enunciado pergunta se podemos colocar crase antes do pronome
“esse”, ou seja, na verdade, o item questiona se é possível inserir o
artigo “a” antes de “esse”. Observe que isso é impossível, porque não
empregamos artigos antes de pronomes demonstrativos.
Dessa maneira, vemos que não é correto o emprego de crase antes
de “esse”, pois o texto ficaria gramaticalmente incorreto.

Assim, o item está correto.

GABARITO: CERTO

Questão 11 – (CESPE) – Agente de Polícia Federal – Polícia


Federal/2014

(Texto para as questões 11 e 12)

O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente


ameaça à humanidade e à estabilidade das estruturas e valores
políticos, econômicos, sociais e culturais de todos os Estados e
sociedades. Suas consequências infligem considerável prejuízo às
nações do mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras: avançam
por todos os cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos,
afetando homens e mulheres de diferentes grupos étnicos,
independentemente de classe social e econômica ou mesmo de idade.
Questão de relevância na discussão dos efeitos adversos do uso
62456350391

indevido de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos


crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com a
criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a soberania
nacional e afetam a estrutura social e econômica interna, devendo o
governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico de drogas,
articulando-se internamente e com a sociedade, de forma a
aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção e repressão e
garantir o envolvimento e a aprovação dos cidadãos.

Internet:<www.direitoshumanos.usp.br>

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No que se refere aos aspectos linguísticos do fragmento de


texto acima, julgue o próximo item.

O acento indicativo de crase em “à humanidade e à estabilidade”


(em negrito no texto) é de uso facultativo, razão por que sua
supressão não prejudicaria a correção gramatical do texto.

Comentários

Esta é uma questão bastante comum sobre crase.

Vamos ver o respectivo trecho do texto?

O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente


ameaça à humanidade e à estabilidade das estruturas e valores
políticos, econômicos, sociais e culturais de todos os Estados e
sociedades.

Observe que, antes de “humanidade”, temos artigo “a” e preposição


“a”, esta exigida pela regência do substantivo “ameaça”. Note que o
artigo é obrigatório, pois o substantivo “humanidade” está
especificado.

A mesma coisa acontece com o substantivo “estabilidade”. Assim, a


supressão de crase prejudica a correção gramatical da frase,
uma vez que, neste caso, a crase representa a junção do artigo
“a” com a preposição “a”.

Dessa forma, o item está errado.

GABARITO: ERRADO

62456350391

Questão 12 – (CESPE) – Agente de Polícia Federal – Polícia


Federal/2014

No que se refere aos aspectos linguísticos do fragmento de


texto acima, julgue o próximo item.

No trecho sublinhado no texto, o emprego da preposição “com”, em


“com a criminalidade e a violência”, deve-se à regência do vocábulo
“conexos”.

Comentários

Esta é uma questão sobre regência nominal.

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Vamos ver o respectivo trecho do texto?

Questão de relevância na discussão dos efeitos adversos do uso


indevido de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos
crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com a
criminalidade e a violência.

Observe que a preposição “com” possui relação com o termo


“associação”, e não com a palavra “crimes”.

Assim, é muito importante que você tenha atenção na sua


leitura, para depreender corretamente o que o texto transmite.

Dessa forma, o item está errado.

GABARITO: ERRADO

Questão 13 – (CESPE) – Estudantes universitário – SEE-


DF/2014

Com cada vez mais usuários, a Internet está criando novos hábitos de
comunicação entre as pessoas. Não só a leitura, como também a
escrita foram favorecidas pela explosão da comunicação na Internet
observada na última década, o que proporcionou um contato maior
das pessoas com atividades que envolvam a escrita. Também é
inegável que sítios de relacionamento tornaram o ato de escrever
mais banal e cotidiano.

O que já havia sido deflagrado nos anos 90 do século XX pela


comunicação via email, por mensageiros eletrônicos e pela cultura
escrita dos blogues, com as redes sociais foi elevado à enésima
62456350391

potência, visto que elas garantiram interatividade e visibilidade às


pessoas em torno de interesses em comum. O próprio microblogue
Twitter, intensamente debatido na mídia por sua contribuição à
concisão, de certa forma cristalizou a tendência à escrita de textos
enxutos. Anos antes de o microblogue cair na preferência de
internautas no mundo inteiro, os blogues já ocupavam um lugar
privilegiado na Internet, que pela primeira vez oferecia aos usuários a
possibilidade de escrever, editar e publicar seus próprios textos.

A partir daí, navegar pela Internet deixou de ser um ato solitário, em


que o usuário apenas entrava nas páginas e lia seus conteúdos. Com
os recursos de interação cada vez mais expandidos, qualquer sítio é
um convite a comentários, críticas e observações, o que obrigou os

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internautas a desenvolverem discursos de improviso e a defender


seus pontos de vista.

Embora não se possa afirmar categoricamente que a Internet


favoreceu o desenvolvimento de uma “cultura letrada”, com ênfase
em informações profundas e relevantes, ela reforçou o peso da
palavra escrita no cotidiano das pessoas.

Edgard Murano. O texto na era digital. In: Revista Língua Portuguesa, ed.64,
dez./2011. Internet: (com adaptações).

Acerca das estruturas linguísticas do texto acima, julgue o


item.

No trecho sublinhado no texto, o uso do sinal indicativo de crase


em “à concisão” deve-se à regência do substantivo “contribuição” e
à presença do artigo feminino determinando “concisão”.

Comentários
Temos, aqui, uma questão sobre crase.
Para responder, devemos analisar a pergunta feita no enunciado: o
uso do sinal indicativo de crase em “à concisão” deve-se à regência
do substantivo “contribuição” e à presença do artigo feminino
determinando “concisão”?
Antes, no entanto, vale lembrar que crase é o fenômeno de união
entre duas vogais idênticas (em nossa língua, de duas vogais
“A”), indicado pelo acento grave (sinal indicativo de crase). O caso
mais comum de crase ocorre da união entre preposição “A” e artigo
definido feminino “A”.
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Vamos ver o trecho do texto?

O próprio microblogue Twitter, intensamente debatido na mídia por


sua contribuição à concisão, de certa forma cristalizou a tendência à
escrita de textos enxutos.

Devemos observar que, antes de “concisão”, temos artigo “a”, pois


esse substantivo está determinado. Também, antes de “concisão”,
existe a preposição “a”, por causa da regência do termo
“contribuição”, o qual exige a presença da preposição “a”.
Vamos fazer uma revisão sobre regência nominal?

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Regência é a relação de subordinação ou dependência


estabelecida entre duas palavras quando uma serve de
complemento para a outra.
Uma das palavras será denominada termo regente, enquanto a
outra será o termo regido.
Termo regente: É a palavra principal à qual o termo regido será
subordinado. O termo regente é, portanto, aquele que pede o
complemento.
Termo regido: É a palavra que se subordina ao termo regente, para
completar-lhe o sentido.
Assim, para facilitar a compreensão do tema, a regência é dividida em
regência nominal e regência verbal.

REGÊNCIA NOMINAL: a relação de subordinação ocorre entre um


nome (substantivo, adjetivo ou advérbio – termo regente) e o termo
que lhe complementa o sentido (termo regido).
REGÊNCIA VERBAL: a relação de subordinação dá-se entre um
verbo (termo regente) e o termo que lhe completa o sentido (termo
regido).

A Regência Nominal estuda a relação de subordinação ou


dependência entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio
– termo regente) e o termo que lhe complementa o sentido (termo
regido).
Nesse tipo de relação, sempre haverá a presença de uma
preposição.
Uma boa dica, para identificar a regência de alguns nomes, é observar
se a palavra deriva de verbo. Caso derive, você poderá seguir a
regência do verbo (ex: preferir a, preferível a).
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Vamos analisar, agora, a regência de alguns substantivos e


adjetivos, por meio do quadro abaixo.

acessível a capaz de/para grato a obediência a


acostumado a/com certo de hábil em ojeriza a/por/contra
adaptado a compatível com habituado a passível de
afeição a/para/com/por comum a/de imbuído de/em permissivo a
aflito com/por constante de/em imune a/de possível de
agradável a contemporâneo a/de indeciso em posterior a
alheio a/de contíguo a indiferente a preferível a
alienado de contrário a inerente a prestes a/em/para
alusão a devoto a/de inexorável a próximo a/de
ansioso de/para/por diferente de insensível a/para/com relacionado com
apto a/para equivalente a manutenção de/em residente em
atentado a/contra erudito em medo a/de seguro de/em
atento a/em essencial a natural de semelhante a
aversão a/por/em/para estranho a necessário a sensível a

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ávido de/por fácil de negligente em sito em/entre


benéfico a favorável a nocivo a útil a/para

Assim, o item está correto.

GABARITO: CERTO

Questão 14 – (CESPE) – Nível Superior – FUB/2014

Há muito tempo a sociedade demonstra interesse por assuntos


relacionados à ciência e à tecnologia. Na verdade, desde a pré-
história, o homem busca explicações para a realidade e os mistérios
do mundo que o cerca. Observou os movimentos das estrelas,
manuseou o fogo, aprendeu a usar ferramentas em seu favor, buscou
respostas para os fenômenos da natureza. Independentemente dos
mitos, lendas e crenças que moldaram as culturas mais primitivas, o
pensamento humano sempre esteve, de alguma forma, atrelado ao
conhecimento científico, que se renovou e se disseminou com o
passar dos séculos.

Mesmo com todo o aparato tecnológico, que tem possibilitado o


acesso praticamente instantâneo à informação, questionam-se tanto
aspectos quantitativos como qualitativos dos conteúdos sobre ciência
veiculados pelos meios de comunicação de massa. A divulgação, por
meio do jornalismo científico, está longe do ideal. Na grande mídia, a
ciência e a tecnologia ficam relegadas a segundo plano, restritas a
notas e notícias isoladas, em uma cobertura que busca sempre
valorizar o espetáculo e o sensacionalismo. A televisão aberta,
principal veículo condutor de conteúdos culturais, não contribui como
deveria para o processo de “alfabetização científica”, exibindo
programas sobre o tema em horários de baixa audiência.
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Mas até que ponto é relevante incluir a sociedade de massa na esfera


de discussão de um grupo seleto de estudiosos? A promoção da
informação científica contribui para o processo de construção da
cidadania, quando possibilita a ampliação do conhecimento e da
compreensão do público leigo a respeito do processo científico e de
sua lógica, no momento em que constrói uma opinião pública
informada sobre os impactos do desenvolvimento científico e
tecnológico sobre a sociedade e quando permite a ampliação da
possibilidade e da qualidade de participação da sociedade na
formulação de políticas públicas e na escolha de opções tecnológicas,
especialmente em um país onde a grande maioria dos investimentos
na área são públicos.

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Luiz Fernando Dal Pian Nobre. Do jornal para o livro: ensaios curtos de cientistas.
Internet: (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativos às estruturas


linguísticas do texto.

No trecho sublinhado no texto, o uso do acento indicativo de crase


em “à informação” deve-se à regência do substantivo “acesso” e à
presença do artigo feminino determinando “informação”.

Comentários
Temos, aqui, uma questão sobre crase. Veja como é bem comum este
tipo de questão em provas do CESPE.
Para responder, devemos analisar a pergunta feita no enunciado: o
uso do acento indicativo de crase em “à informação” deve-se à
regência do substantivo “acesso” e à presença do artigo feminino
determinando “informação”?
Antes, no entanto, vale lembrar que crase é o fenômeno de união
entre duas vogais idênticas (em nossa língua, de duas vogais
“A”), indicado pelo acento grave (sinal indicativo de crase). O caso
mais comum de crase ocorre da união entre preposição “A” e artigo
definido feminino “A”.

Vamos ver o trecho do texto?


Mesmo com todo o aparato tecnológico, que tem possibilitado o
acesso praticamente instantâneo à informação, questionam-se tanto
aspectos quantitativos como qualitativos dos conteúdos sobre ciência
veiculados pelos meios de comunicação de massa.
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Devemos observar que, antes de “informação”, temos artigo “a”, pois


esse substantivo está determinado. Também, antes de “informação”,
existe a preposição “a”, por causa da regência do termo “acesso”, o
qual exige a presença da preposição “a”.

Assim, o item está correto.

GABARITO: CERTO

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Questão 15 – (CESPE) – Analista Judiciário – STF/2013

Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia


de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia:
continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim
uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As
Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo
com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas
posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e
que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria:


eu não vivia, nadava devagar em um mar suave, as ondas me
levavam e me traziam. No dia seguinte, fui à sua casa, literalmente
correndo. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos,
disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu
voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas
em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na
rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas
ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o
dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida
inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas
como sempre e não caí nenhuma vez.

Clarice Lispector. Felicidade clandestina. In: Felicidade clandestina: contos. Rio de


Janeiro: Rocco, 1998 (com adaptações).

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Julgue o item, referentes às ideias e às estruturas


linguísticas do texto acima.

No trecho sublinhado no texto, o acento indicativo de crase em “à


sua casa” é obrigatório, uma vez que o vocábulo “casa” está
especificado pelo pronome “sua” e o verbo ir — “fui” — exige a
preposição a.

Comentários

É verdade que o substantivo “casa” está especificado pelo pronome


possessivo “sua”. Acontece que, aqui, temos um caso de crase
facultativa. Veja:

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Há casos em que a crase é facultativa, ou seja, o sinal grave poderá


ou não ser empregado. Isso porque, nesses casos, o emprego do
artigo definido será opcional.

Antes de pronomes possessivos:

Irei à sua casa hoje. / Irei a sua casa hoje.


para a sua casa para sua casa

A realização de questões é necessária a/à sua aprovação.


para sua aprovação
para a sua aprovação

OBSERVAÇÃO:

Se o pronome possessivo retomar um termo elíptico (oculto), a crase


será obrigatória (pois a presença do artigo também):

Ele irá a/à minha casa, mas não irá à sua.

Vamos ver outro caso de crase facultativa?

Antes da preposição “ATÉ”:

Irei até à casa de Maria. / Irei até a casa de Maria.

Alguns outros casos específicos sobre crase:

- Crase antes das palavras “TERRA” e “CASA”

É muito frequente que se faça confusão quando ocorre e quando não


ocorre a crase antes das palavras “TERRA” e “CASA”. Vamos analisar
esses casos. 62456350391

- TERRA:

Quando a palavra for empregada no sentido de “terra firme, chão”,


NÃO haverá crase. Isso porque não se emprega o artigo feminino
antes do termo. Observe:

O comandante deixou o navio e chegou a terra.

Por outro lado, quando o termo for empregado em qualquer outro


sentido determinado de terra (“planeta Terra”, “terra natal”,
“barro”), haverá o uso do artigo feminino. Nesses casos, quando
ocorrer preposição, haverá a junção desta com o artigo, e, portanto,
será necessário o uso do sinal indicativo de crase. Veja:

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O astronauta voltou da lua e chegou à Terra.


Retornou à terra natal para rever os amigos.
O avião planou rente à terra.

- CASA:

Quando a palavra for empregada no sentido genérico de “lar,


morada”, NÃO haverá crase. Isso porque não se emprega o artigo
feminino antes do termo. Observe:

Foi a casa almoçar. (= para casa)


Enquanto viajava, só pensava em retornar a casa. (= retornar para casa)

Por outro lado, quando o termo estiver acompanhado de adjetivo ou


locução adjetiva que determine seu sentido (“casa de fulano”,
“casa tal”), haverá o uso do artigo feminino. Nesses casos, quando
ocorrer preposição, haverá a junção desta com o artigo, e, portanto,
será necessário o uso do sinal indicativo de crase. Veja:

Foi à casa do irmão almoçar. (= para a casa do irmão)


Dirigiu-se à casa amarela e fotografou a fachada.

Dessa maneira, o item está errado.

GABARITO: ERRADO

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Questão 16 – (CESPE) – Papiloscopista – SEGESP-AL/2013

Quando era mais jovem, eu estudara um pouco de filosofia, de lógica,


e, da matemática, a análise dos geômetras e a álgebra, três artes ou
ciências que pareciam poder contribuir com algo para o meu
propósito. No entanto, analisando-as, percebi que, quanto à lógica,
seus silogismos e a maior parte de seus outros preceitos servem mais
para explicar aos outros as coisas já conhecidas, ou mesmo, como a
arte de Lúlio, para falar, sem formar juízo, daquelas que são
ignoradas, do que para aprendê-las.

Por esse motivo, considerei ser necessário buscar algum outro método
que, contendo as vantagens desses três, estivesse desembaraçado de

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seus defeitos. A grande quantidade de leis fornece com frequência


justificativas aos vícios, de forma que um Estado é mais bem dirigido
quando, apesar de possuir muito poucas delas, são estritamente
cumpridas; portanto, em lugar desse grande número de preceitos de
que se compõe a lógica, achei que me seriam suficientes os quatro
seguintes, uma vez que tomasse a firme e inalterável resolução de
não deixar uma só vez de observá-los.

O primeiro era o de nunca aceitar algo como verdadeiro que eu não


conhecesse claramente como tal; ou seja, de evitar cuidadosamente a
pressa e a prevenção, e de nada fazer constar de meus juízos que não
se apresentasse tão clara e distintamente a meu espírito que eu não
tivesse motivo algum de duvidar dele. O segundo, o de repartir cada
uma das dificuldades que eu analisasse em tantas parcelas quantas
fossem possíveis e necessárias a fim de melhor solucioná-las. O
terceiro, o de conduzir por ordem meus pensamentos, iniciando pelos
objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para elevar-me,
pouco a pouco, como galgando degraus, até o conhecimento dos mais
compostos, e presumindo até mesmo uma ordem entre os que não se
precedem naturalmente uns aos outros. E o último, o de efetuar em
toda parte relações metódicas tão completas e revisões tão gerais que
eu tivesse a certeza de nada omitir.

René Descartes. O discurso do método. Internet: (com adaptações).

No que se refere à estrutura linguística do texto, julgue o


item subsequente.

O emprego do sinal indicativo de crase no “a” que constitui a


expressão “pouco a pouco” (sublinhada no texto) é facultativo.
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Comentários

Vamos ver alguns casos nos quais não ocorre a crase?

a) antes de verbo
Convidamos João a visitar nosso apartamento.
b) antes de palavras masculinas
Andava sempre a pé.
c) antes de pronomes de tratamento, exceto ”senhora, senhorita e
dona”:
Enviarei a Vossa Excelência minhas considerações sobre o caso.
Enviarei à senhorita minhas considerações sobre o caso.

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d) em expressões formadas por palavras repetidas:


Fiquei frente a frente com o acusado.
Fiquei cara a cara com o acusado.
Assim, concluímos que a crase em “pouco a pouco” é proibida, e não
facultativa. Além de ela ser uma expressão com palavras repetidas, a
palavra “pouco” é masculina. Sabemos que não usamos crase antes
de palavras masculinas, pois elas não admitem artigo “a” ou “as”
antes delas, não é mesmo?
Dessa maneira, o item está errado.

GABARITO: ERRADO

Questão 17 – (CESPE) – Analista Administrativo – ANTT/2013

É inegável que a política de estímulo ao transporte individual


motorizado é absolutamente insustentável, tanto pelo uso de recursos
naturais quanto pela geração de poluição e pela crescente
inviabilização dos deslocamentos urbanos.

Não são necessárias muitas considerações para se constatar o óbvio:


os engarrafamentos quase permanentes em cidades como Rio de
Janeiro e São Paulo provocaram, nos últimos anos, uma queda
vertiginosa na velocidade média de suas ruas. Não apenas a lentidão
irritante do tráfego urbano, a par da escassez de vagas, provoca
desperdício de petróleo, um recurso natural não renovável, e aumento
na quantidade de horas de trabalho perdidas no trânsito, como a
poluição decorrente desses fatos causa um número cada vez maior de
casos de doenças respiratórias, sem falar nos problemas psíquicos. Os
prejuízos são, ao mesmo tempo, sociais, ambientais e econômicos
(embora alguns setores sempre lucrem com o caos).
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Com a moeda estável e financiamentos em até 72 meses, as classes


ascendentes podem realizar suas aspirações de possuir um carro
novo. Certo, elas também têm direito a um carro e, além disso, tal
poder de compra “é um sinal de progresso social e econômico”, como
tanto se ouve falar. No entanto, essa forma superficial de encarar a
questão esconde que, na verdade, não há progresso algum, nem para
a sociedade, como um todo, nem para o feliz possuidor do carro novo.

É indispensável que a sociedade tome consciência de que o transporte


individual nas cidades é incompatível com uma boa qualidade de vida.
É importante que se renuncie à ideia falsa de conforto que o
automóvel proporciona e ao seu uso como mero símbolo de status.

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Somente modos de transporte de massa, ou seja, os movidos à


energia elétrica, como trens e metrô, podem resolver tais problemas.

Planejamento urbano de qualidade é igualmente indispensável. Isso


significa, entre outras medidas, concentrar serviços próximos ou
entremeados com áreas residenciais, para que se reduza a
necessidade de deslocamentos; permitir escritórios de baixa
movimentação de pessoas em áreas meramente residenciais;
incentivar a implantação de escolas de qualidade em todos os bairros;
descentralizar os polos de negócio, de comércio e de finanças. Quanto
mais tempo levarmos para a adoção dessas medidas, mais cara,
demorada e dolorosa será a tentativa de reverter a tendência de
colapso no sistema de transporte urbano.

Carlos Gabaglia Penna. Transporte e meio ambiente. Internet: (com adaptações).

Com base nas ideias e na estrutura do texto acima, julgue o


item.

Visto que o verbo renunciar — “renuncie” (sublinhado no texto) —


pode tanto ter complementação direta quanto indireta, a correção
gramatical do texto seria mantida se o sinal indicativo de crase em
“à ideia” (em negrito no texto) fosse eliminado.

Comentários

Para resolver questões como esta, devemos nos lembrar de nossos


conhecimentos sobre regência verbal.

Se eliminarmos o sinal indicativo de crase, estaríamos


eliminando também a preposição “a” antes de ideia, não é
mesmo?

Isso é possível? Sim, pois o verbo “renunciar” possui duas


62456350391

transitividades e o mesmo significado para ambas. Temos que ter


cuidado, pois, muitas vezes, quando a transitividade do verbo muda,
seu significado também é alterado (não é o caso aqui).

Então, as duas formas estão corretas: “renunciar a ideia” e “renunciar


à ideia”.

Dessa forma, o item está correto.

GABARITO: CERTO

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Questão 18 – (CESPE) – Analista em Geociências – CPRM/2013

Os depósitos de ferro de Carajás

Os enormes depósitos de ferro da Serra dos Carajás são associados à


sequência vulcanossedimentar do Grupo Grão-Pará descrita
inicialmente por Tolbert et al. (1971) e Beisiegel et al. (1973) como
constituída de três unidades: unidade vulcânica máfica inferior,
denominada formação Parauapebas; unidade de jaspilitos
intermediária, denominada formação Carajás; e unidade vulcânica
máfica superior. Sills e diques de rochas máficas a intermediárias são
intrusivos nas três unidades definidas. Ao longo da Serra dos Carajás,
o grupo Grão-Pará é dividido em três segmentos: Serra Norte, Serra
Leste e Serra Sul, onde o grau de metamorfismo varia sensivelmente,
sendo nitidamente mais elevado na Serra Sul. Neste último segmento,
a influência da zona de cisalhamento de alto ângulo provocou a
completa recristalização dos jaspilitos, o que conduziu à formação de
verdadeiros itabiritos. O desenvolvimento atual da mineração a céu
aberto do enorme depósito de ferro de Carajás interessa
principalmente no que se refere aos corpos N4 e N8, nos quais o
metamorfismo é ausente e limitado a zonas de cisalhamento locais.
Nessas áreas, o protominério é constituído por uma camada de
jaspilitos, com espessura entre 100 m e 400 m, totalmente
preservados, que foram descritos por Meirelles (1986) e Meirelles e
Dardenne (1993).

Marcel Auguste Dardenne e Carlos Schobbenhaus. Depósitos minerais no tempo


geológico e épocas metalogenéticas. In: L. A. Bizzi, C. Schobbenhaus, R. M. Vidotti
e J. H. Gonçalves. Geologia, tectônica e recursos minerais do Brasil. CPRM, Brasília,
2003, p. 376 (com adaptações).

Considerando as informações e estruturas do texto acima,


julgue o item seguinte. 62456350391

Em “o que conduziu à formação” (sublinhado no texto), o emprego


do sinal indicativo de crase é obrigatório, de forma que a omissão
desse sinal alteraria os sentidos do texto e prejudicaria sua
correção gramatical.

Comentários

Vamos ver o trecho?

Neste último segmento, a influência da zona de cisalhamento de alto


ângulo provocou a completa recristalização dos jaspilitos, o que
conduziu à formação de verdadeiros itabiritos.

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Perceba que o vocábulo “formação” está determinado, pois é a


“formação de verdadeiros itabiritos”, e não qualquer “formação”.
Assim, é obrigatória a presença do artigo “a” antes de “formação”.

A presença da preposição “a” também é obrigatória, por causa da


regência do verbo “conduzir”.

Portanto, a crase é obrigatória, uma vez que ela indica a união


da preposição mais do artigo.

Assim, o item está correto.

GABARITO: CERTO

Questão 19 – (CESPE) – Analista Judiciário – TJ-AC/2012

A água, ingrediente essencial à vida, certamente é o recurso mais


precioso de que a humanidade dispõe. Embora se observe pelo mundo
tanta negligência e falta de visão com relação a esse bem vital, é de
se esperar que os seres humanos procurem preservar e manter os
reservatórios naturais desse líquido precioso. De fato, o futuro da
espécie humana e de muitas outras espécies pode ficar
comprometido, a menos que haja uma melhora significativa no
gerenciamento dos recursos hídricos.

Entre os fatores que mais têm afetado esse recurso estão o


crescimento populacional e a grande expansão dos setores
produtivos, como a agricultura e a indústria. Essa situação,
responsável pelo consumo e também pela poluição da água em escala
exponencial, tem conduzido à necessidade de reformulação do seu
gerenciamento. 62456350391

No ambiente agrícola, as perspectivas de mudança decorrem das


alterações do clima, que afetarão sensivelmente não só a
disponibilidade de água, mas também a sobrevivência de diversas
espécies animais e vegetais. O atual estado de conhecimento técnico-
científico nesse âmbito já permite a adoção e implementação de
técnicas direcionadas para o equilíbrio ambiental, porém o desafio
está em colocá-las em prática, uma vez que isso implica mudança de
comportamento e de atitude por parte do produtor, aliadas à
necessidade de uma política pública que valorize a adoção dessas
medidas.

Marco Antonio Ferreira Gomes e Lauro Charlet Pereira. Água no século XXI: desafios
e oportunidades. Internet: (com adaptações).

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Considerando as informações e estruturas do texto acima,


julgue o item seguinte.

No trecho sublinhado no texto, sem que houvesse prejuízo ao


sentido e à correção gramatical do texto, o complemento da forma
verbal “tem conduzido” poderia ser introduzido pelo artigo a, em
vez de pela contração “à”, já que o verbo principal da estrutura —
conduzir — tanto pode apresentar objeto direto quanto indireto.

Comentários

Temos aqui um caso de regência verbal, no qual a transitividade do


verbo muda seu sentido. Assim, devemos ter muita atenção, pois, ao
se alterar a regência (retirada da preposição, ou seja, retirada da
crase), o sentido também é alterado.

Portanto, haveria prejuízo ao sentido original do texto, o que


torna o item incorreto.

GABARITO: ERRADO

Questão 20 – (CESPE) – Agente de Polícia – PC-AL/2012

Na cidade do Rio de Janeiro, são registrados, em média, 5.200 casos


de desaparecimento por ano. Alguns dos desaparecidos voltam para
casa dias depois; outros, para desespero dos familiares, são
encontrados mortos — em ocorrências que variam de acidentes, como
atropelamento ou afogamento, a assassinatos.

Centenas de casos, no entanto, ficam sem solução. Uma policial civil


resolveu investigá-los formalmente. Foram avaliados cerca de
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duzentos casos não solucionados de desaparecimento, ocorridos entre


janeiro de 2010 e dezembro de 2010. “A falta de materialidade do
corpo difere o desaparecimento de qualquer outro crime, o que
dificulta imensamente a investigação”, explica a policial.

De fato, o desaparecimento é tão diferente de outros crimes que nem


se encaixa nessa categoria — ou seja, não é tipificado no Código
Penal. Quando a família vai fazer o registro de ocorrência, o caso é
tratado apenas como “fato atípico”, uma espécie de acontecimento
administrativo.

A consequência desse tipo de registro não é das melhores, afirma a


policial. “O tratamento destinado à maioria dos casos de
desaparecimento não é prioritário; afinal, não se trata da investigação

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de um crime. Entre apurar um crime e um fato atípico, na lógica


policial, é preferível apurar o primeiro.”

A policial civil defende que não apenas seja revisto o tipo de registro
atribuído ao desaparecimento, mas também que o próprio inquérito
seja realizado com mais atenção pelos policiais. “Em 45% dos casos,
por exemplo, não se informa se o desaparecido tem ou não algum
problema mental”, diz. “É uma omissão muito grande não se
preocupar em colocar esse dado na ocorrência, pois ele constitui
informação essencial”, ressalta.

Thiago Camelo. Desaparecidos sociais. Internet: (com adaptações).

Julgue o item subsequente, a respeito das ideias e estruturas


linguísticas do texto.

Seriam mantidos o sentido original do texto e a sua correção


gramatical, caso a preposição de fosse inserida logo após a forma
verbal “difere” (sublinhada no texto).

Comentários

A Regência Verbal é orientada pela transitividade. A transitividade


ou predicação verbal é o modo como o verbo forma o
predicado, isto é, se o verbo exige ou não complementos.

Você se lembra de que os verbos podem ser classificados em


intransitivos, transitivos (direto, indireto ou direto e indireto)
e de ligação.

Temos que ter atenção, pois muitos verbos mudam de sentido


com base na sua transitividade. Um exemplo é o verbo
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“diferir”.

Assim, o verbo “diferir”, quando transitivo direto, quer dizer adiar,


prorrogar, retardar, procrastinar, dilatar. Quando transitivo indireto
ou intransitivo, significa ser de opinião diferente, discordar, divergir.

Dessa forma, se inserirmos a preposição “de”, conforme proposto no


enunciado, o significado do verbo seria alterado. Portanto, o sentido
original do texto não seria mantido.

O item, então, está errado.

GABARITO: ERRADO

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Questão 21 – (CESPE) – Analista de Infraestrutura – MP/2012

É um erro buscar o crescimento pelo crescimento, sem levar em conta


os seus efeitos mais amplos e as suas consequências. É necessário
ponderar, entre outros fatores, o impacto ambiental. É fundamental
também usar os frutos do crescimento, para aprimorar a qualidade de
vida da população de maneira abrangente, e não apenas para
favorecer certos grupos. Precisamos prestar atenção em como
podemos tirar o melhor proveito do enriquecimento do país. Sou
contra o crescimento pelo crescimento, e ofereço todas as minhas
críticas àqueles que são a favor. Entretanto, àqueles que não buscam
nenhum crescimento, como é o caso da Europa hoje em dia, minhas
críticas são ainda mais severas. Adam Smith estava certo quando
observou que o crescimento aumenta a renda da população e, assim,
amplia a capacidade das pessoas de ter acesso a melhores condições
de vida. Estava certo também quando disse que o crescimento gera
os recursos necessários para que os governos possam exercer suas
atividades essenciais.

Amartya Sem. Mercado, justiça e liberdade. In: Veja, 2/5/2012 (com adaptações).

No que se refere à organização das ideias no texto acima,


julgue o item seguinte.

No trecho sublinhado no texto, o emprego do sinal indicativo de


crase em “àqueles” é exigido, na primeira ocorrência, pela presença
da forma verbal “ofereço” (em negrito no texto) e, na segunda, pela
presença do substantivo “críticas” (em negrito no texto).

Comentários
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Quando temos questões assim, com duas afirmativas a serem


analisadas, precisamos ter bastante cuidado.

Veja o trecho:

Sou contra o crescimento pelo crescimento, e ofereço todas as


minhas críticas àqueles que são a favor. Entretanto, àqueles que não
buscam nenhum crescimento, como é o caso da Europa hoje em dia,
minhas críticas são ainda mais severas.

Observe que a primeira ocorrência de “àqueles” recebeu crase por


causa da contração que houve entre a preposição “a” e a letra “a” de
“aqueles”. Essa preposição é obrigatória por causa da regência do
verbo “oferecer”.

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Note que o verbo “oferecer” é transitivo direto e indireto, ou seja,


exige um complemento não preposicionado e um complemento
preposicionado (oferecer algo A alguém).

Por sua vez, a segunda ocorrência de “àqueles” possui crase por


causa da mesma contração já explicada. Porém, a preposição é
obrigatória por causa da regência do nome “críticas”.

Dessa forma, o item está correto.

GABARITO: CERTO

Questão 22 – (CESPE) – Nível Superior – ICMBio/2014

O ofício de catador conquistou espaço em âmbito público em 2010,


com a sanção da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Após vinte
anos de tramitação, a nova lei regula a destinação dos produtos com
ciclo de vida durável, integrando o poder público, as empresas e a
população na gestão dos resíduos. Os estados e municípios deverão
adotar os novos parâmetros até agosto de 2014, caso contrário, não
receberão recursos da União. Nesse contexto, a lei propõe incentivos
dos municípios para a organização desses trabalhadores em
cooperativas, em detrimento do trabalho autônomo dos catadores de
rua. A maioria dos catadores autônomos, entretanto, é moradora de
rua ou desempregada, sem acesso ao mercado de trabalho formal.
Em muitos casos, são dependentes químicos ou alcoólatras, e não
têm horários estabelecidos para o trabalho. Entre as razões para
preferir a informalidade, estão a liberdade para estabelecer horários,
a desconfiança da hierarquia das cooperativas, o pagamento semanal
em vez de diário e a incompatibilidade com a forma da organização.
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Emily Almeida. Emancipação dos catadores. In: Darcy, set.-out./2013 (com


adaptações)

A respeito dos aspectos estruturais e interpretativos do texto


acima, julgue o seguinte item.

No trecho sublinhado no texto, caso se substituísse o trecho “ao


mercado de trabalho formal” por às benesses das leis
trabalhistas, a correção gramatical do período seria mantida, visto
que o elemento “acesso” rege complemento com a preposição a e
“benesses” está especificado pelo artigo as.

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Comentários

Vamos ver o trecho respectivo?

A maioria dos catadores autônomos, entretanto, é moradora de rua


ou desempregada, sem acesso ao mercado de trabalho formal.

Na frase original, temos o emprego da contração “ao”, o que


corresponde a: preposição “a” + artigo definido masculino “o”.

Na frase proposta no enunciado, temos o uso da contração “às”, o


que corresponde a: preposição “a” + artigo definido feminino “as”.

Observe, então, que a substituição proposta mantém a correção


gramatical do período.

Desse modo, o item está correto.

GABARITO: CERTO

Questão 23 – (CESPE) IRB – Diplomata/2011

(Adaptada)

Poucos depoimentos eu tenho lido mais emocionantes que o artigo-


reportagem de Oscar Niemeyer sobre sua experiência em Brasília.
Para quem conhece apenas o arquiteto, o artigo poderá passar por
uma defesa em causa própria — o revide normal de um pai que sai de
sua mansidão costumeira para ir brigar por um filho em quem querem
bater. Mas, para quem conhece o homem, o artigo assume
proporções dramáticas. Pois Oscar é não só o vesso do causídico,
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como um dos seres mais antiautopromocionais que já conheci em


minha vida.

Sua modéstia não é, como de comum, uma forma infame de vaidade.


Ela não tem nada a ver com o conhecimento realista — que Oscar tem
— de seu valor profissional e de suas possibilidades. É a modéstia dos
criadores verdadeiramente integrados com a vida, dos que sabem que
não há tempo a perder, é preciso construir a beleza e a felicidade no
mundo, por isso mesmo que, no indivíduo, é tudo tão frágil e
precário.

Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia


construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe
ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no

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aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no exemplo do


trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e
rurais, em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este
nobre fim: fazer o homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi
dado para viver.

Eu acredito também nisso, e quando vejo aquilo em que creio


refletido num depoimento como o de Oscar Niemeyer, velho e querido
amigo, como não me emocionar?

Vinicius de Moraes. Para viver um grande amor.


Rio de Janeiro: J. Olympio, 1982, p. 134-5 (com adaptações).

Julgue (C ou E) o item a seguir, relativo às estruturas


linguísticas do texto.

A elipse em “nem que estará” e o emprego do pronome anafórico


“ele” são mecanismos de coesão utilizados para referenciar o
substantivo “Oscar”. (trechos sublinhados no texto)

Comentários

Temos aqui uma típica questão de coesão textual, mais


especificamente de referenciação.

É hora de ir ao texto e marcar as expressões dadas no comando.

Vamos lá?

Observe que o enunciado denomina os mecanismos coesivos como


elipse e pronome anafórico. É importante que você, antes de mais
nada, examine se é isso mesmo. A banca pode colocar uma
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pegadinha aí. Então, mãos à obra!

Realmente, há uma elipse antes do trecho nem que estará, pois


foi omitida aí a palavra Oscar, de forma a evitar uma repetição
desnecessária. A elipse é um tipo de substituição de palavras por
zero. Veja:

Elipse e Zeugma

É um tipo de substituição por zero. Mas, como assim? Na


verdade, não há substituição, e sim uma ausência ou retirada
do vocábulo.

Elipse e zeugma possuem características semelhantes. Na elipse,

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existe a omissão de um termo não mencionado antes, mas de


fácil identificação pelo contexto. Na zeugma, o termo ou expressão já
foi anteriormente citado, ou seja, a segunda palavra fica
logicamente subentendida em relação à primeira.

Exemplo de elipse:

No fim da festa de aniversário, sobre as mesas, copos e garrafas


vazias.

Neste caso de elipse, note que, antes de sobre, está subentendido


(pelo contexto) o termo havia.

Exemplo de zeugma:

Os estudantes fizeram uma passeata na Praça da República. Também


danificaram parte de um monumento histórico.

Note que, antes de também, está logicamente subentendido o


vocábulo estudantes.

Podemos considerar zeugma um tipo de elipse. Então, estará correto


se a questão da prova trouxer qualquer um desses dois tipos de
omissão e denominá-lo elipse.

Elipse e zeugma representam, portanto, um tipo de coesão que


contribui para uma devida articulação do texto e, consequentemente,
para a manutenção de uma unidade semântica.

Por sua vez, ele é um pronome pessoal e refere-se ao substantivo


Oscar, pois o substitui, também de maneira a evitar uma repetição
desnecessária. Como esse pronome se refere a um termo
anteposto (já registrado no texto), ele tem papel anafórico.
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Já verificamos, então, que as denominações estão corretas.

Ao mesmo tempo, ainda vimos que os dois mecanismos coesivos


propostos no comando se referem ao substantivo Oscar.

Antes de finalizarmos, vamos estudar mais um pouco o


assunto?

Elemento coesivo endofórico

São elementos que possuem referentes dentro do texto – referentes

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internos. Podemos dividir os recursos endofóricos em


anafóricos e catafóricos, como veremos em seguida.

Elemento coesivo anafórico

Quando um componente que já foi explicitado no texto é


retomado, temos o que se conceitua como anáfora. Assim,
quando um termo apresenta referente anteposto, dizemos que ele é
um elemento coesivo anafórico.

Veja o seguinte exemplo:

O diretor da empresa assinou os papéis que iam ser despachados no


dia seguinte.

Perceba que o pronome relativo que retoma o antecedente os papéis.

Elemento coesivo catafórico

A catáfora ocorre quando um componente do texto é precedido


(previsto) por algum outro elemento textual como um
pronome, verbo, advérbio, quantificador, os quais substituem
o referido componente. Desse modo, quando um termo apresenta
referente posposto, dizemos que ele é um elemento coesivo
catafórico.

Exemplo:

Este é o melhor remédio para gripe: repouso.

Observe que o pronome demonstrativo este se refere ao termo


posposto repouso. Percebe-se, assim, que a catáfora tem a função
de anunciar o que vai ser dito. 62456350391

Se resumirmos: caso você já tenha registrado a referência de


determinado termo no texto, é anáfora (referente anteposto).
Se você ainda for escrever a referência dele, é catáfora
(referente posposto).

Elementos coesivos exofóricos

São elementos que apresentam referente fora do texto –


referentes externos.

Para entender melhor, observe o seguinte exemplo:

Eu considero que deve haver uma revisão nas leis que disciplinam o

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trânsito no Brasil.

Note que o pronome pessoal eu não se refere a nenhum termo


registrado na oração, por isso dizemos que o referente não está no
texto, certo?

Nesse contexto de elemento exofórico, cabe estudarmos o


elemento dêitico (dêixis – mostrar).

O recurso dêitico é um elemento linguístico que designa algo


mostrando, e não conceituando, ou seja, o elemento dêitico
aponta por meio da linguagem. Ele mostra, verbalmente, as
condições ou informações contextuais em que determinado
enunciado ou texto é produzido.

Podemos dividir os dêiticos em espaciais, temporais e subjetivos.

O dêitico espacial indica o lugar onde o redator está, ou seja, marca


a localização espacial.

Exemplo:

Este município receberá muitos turistas nos próximos meses.

Por sua vez, o dêitico temporal marca a localização temporal, o


momento em que o redator se encontra.

Exemplos:

Neste mês, haverá aumento no preço da gasolina.

Atualmente, há problemas econômicos na Europa.

Por último, o dêitico subjetivo mostra traços de quem redige ou


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fala. Ele marca o papel dos participantes na situação relatada - o


relator é o marco de referência.

Exemplo:

Eu defendo o voto facultativo.

Neste caso, registra-se que não é necessária a presença do pronome


eu para que exista uma marca dêitica na oração acima. Portanto,
bastaria estar escrito: “Defendo o voto facultativo”, pois, pela
conjugação verbal, já se percebe tratar-se da 1ª pessoa do singular.

Alerto para termos cuidado com o uso do dêitico subjetivo

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(pessoal): a depender de como, quando e quanto ele é utilizado, o


elemento pode trazer alto grau de subjetividade ao texto.

Outro ponto de atenção se refere à correta identificação do elemento


dêitico, cuidado para não fazer confusão com os elementos
endofóricos, como no exemplo abaixo:

Meu nome é João. Eu sou um jornalista do Rio de Janeiro.

Neste caso, o pronome pessoal eu não é elemento dêitico, e, sim,


recurso endofórico (anáfora), uma vez que o termo possui
referente anteposto (João).

É importante mencionar os pronomes demonstrativos esse e este (e


suas variações) como elementos dêiticos espaciais fundamentais.

Desse modo, vejamos:

Esta mochila é minha. (a mochila está perto de quem fala)

Essa mochila é sua. (a mochila está longe de quem fala)

Por fim, de forma a facilitar a identificação de possíveis elementos


dêiticos, devemos estar sempre atentos em relação a pronomes
pessoais, desinências verbais, pronomes demonstrativos, locuções
prepositivas e adverbiais, advérbios de lugar (aqui, aí, etc.) e de
tempo (hoje, amanhã, agora, ultimamente, recentemente, ontem,
etc.).

Elemento coesivo vicário

O elemento vicário é uma palavra que substitui uma oração


inteira (substitutivo oracional). 62456350391

Mas, cuidado! A função vicária é única, ou seja, o elemento não


substitui qualquer coisa, substitui somente orações.

Exemplo:

Haverá outro caso de aposentadoria compulsória amanhã? Creio que


sim.

Observe que o vocábulo sim substitui a oração anterior inteira (Creio


que haverá outro caso de aposentadoria compulsória amanhã).

Neste momento, você deve estar pensando: mas, precisa saber esses
nomes tão estranhos para fazer a prova ou basta saber o conceito?

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GABARITO: CERTO

Questão 24 – (CESPE) Analista Judiciário – TJ-RJ/2008

Assinale a opção em que as palavras grifadas mantêm, entre


si, a relação semântica indicada entre parênteses.

a) Todos os réus foram julgados sem discriminação. Nos processos


não houve ato algum de descriminação. (paronímia)

b) A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes.


Esses delitos são classificados de acordo com o tipo de bem que
atingem, material ou imaterial. (hiperonímia/hiponímia)

c) O crime já foi definido como toda conduta humana


que infringisse a lei penal. Nesse sentido, o indivíduo
que transgredisse essa lei deveria ser punido. (homonímia)

d) A dissidência nem sempre impossibilita a conciliação. (sinonímia)

e) A delação constrangeu os jurados, o que motivou a dilação do


julgamento pelo juiz. (antonímia)

Comentários

Esta é uma questão que mistura alguns conceitos: hiperonímia,


hiponímia e sinonímia.

Também temos que saber as definições de paronímia, homonímia e


antomínia.
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Vamos revisar?

Sinonímia é a substituição feita por meio do uso de palavras ou


expressões sinônimas.

Hiperonímia é a substituição lexical feita por meio de palavras que


possuem uma significação mais ampla (abrangente) do que a
substituída.

Hiponímia tem conceito similar à hiperonímia, mas, aqui, a palavra


substituta tem uma significação mais restrita (específica).

Antonímia é a substituição feita por meio de palavras de sentido


contrário.

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Homonímia é a designação geral para os casos em que vocábulos de


significados diferentes têm a mesma grafia (os homônimos
homógrafos) ou a mesma pronúncia (os homônimos homófonos),
com grafia diferente. Assim, as palavras homófonas (homofonia)
são aquelas cuja pronúncia é igual, mas têm grafia e significado
diferentes.

Paronímia são palavras muito semelhantes, parecidas na grafia e na


pronúncia, mas com significados diferentes.

Depois de vistas as definições, vamos à questão? Precisamos


identificar, entre as alternativas, aquela em que as palavras grifadas
mantêm, entre si, a relação semântica indicada entre parênteses.

Alternativa a: Todos os réus foram julgados sem discriminação. Nos


processos não houve ato algum de descriminação. (paronímia)

Esta alternativa é a resposta da questão. Temos um exemplo clássico


de paronímia. São duas palavras muito semelhantes, parecidas na
grafia e na pronúncia, mas com significados diferentes. Assim,
discriminar significa diferençar; distinguir; tratar de modo
preferencial, geralmente com prejuízo para uma das partes. Por sua
vez, descriminar significa absolver de crime; inocentar. Além disso,
notamos que a sentença desta alternativa emprega ambas as
palavras em seu sentido correto.

Alternativa b: A lei caracteriza algumas ações e as define


como crimes. Esses delitos são classificados de acordo com o tipo de
bem que atingem, material ou imaterial. (hiperonímia/hiponímia)

Por ser mais específico e inserir-se no sentido mais abrangente de


delitos, perceba que o termo crimes é hipônimo de delitos. A
alternativa está errada, pois os termos entre parênteses estão
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trocados, ou seja, deveria ser: (hiponímia/hiperonímia).

Alternativa c: O crime já foi definido como toda conduta humana


que infringisse a lei penal. Nesse sentido, o indivíduo
que transgredisse essa lei deveria ser punido. (homonímia)

Esta alternativa troca o conceito de homonímia com sinonímia, pois


transgredir e infringir são sinônimos.

Alternativa d: A dissidência nem sempre impossibilita a conciliação.


(sinonímia)

Esta alternativa troca o conceito de antonímia com sinonímia, pois


conciliação e dissidência são palavras antônimas.

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Alternativa e: A delação constrangeu os jurados, o que motivou


a dilação do julgamento pelo juiz. (antonímia)

Aqui, temos um exemplo de paronímia. São duas palavras muito


parecidas na grafia e na pronúncia, mas com significados diferentes.
Assim, delatar significa denunciar alguém por sua culpabilidade em
algum crime. Por sua vez, dilatar significa aumentar o volume de um
corpo pela elevação de sua temperatura; estender; alargar; ampliar;
propagar.

GABARITO: A

Questão 25 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em


Gesso/2012

(Adaptada)

(Texto para as questões 25 e 26)

Postos da Polícia Rodoviária Federal poderão ter ambulâncias e


paramédicos para atendimento às vítimas de acidentes durante 24
horas por dia. É o que propõe o Projeto de Lei n.º 3.111/2012. Pela
proposta, os postos que distam mais de vinte quilômetros de centros
urbanos deverão ter ambulâncias e pessoal treinado para prestar
socorro.

Segundo dados do Departamento da Polícia Rodoviária Federal, de


janeiro a novembro de 2011, foram registrados mais de 170 mil
acidentes nas rodovias federais do Brasil, sendo 57 mil com feridos e
6 mil com vítimas fatais. O assessor nacional de comunicação da
Polícia Rodoviária Federal lembrou que a presteza no atendimento,
muitas vezes, faz a diferença entre a vida e a morte. “Nós sabemos
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que existe uma regra chamada ‘a hora de ouro’. Se uma vítima


politraumatizada dá entrada em um hospital em até uma hora 16
após o acidente, a chance de sobrevida aumenta em até 80%.” A
Polícia Rodoviária Federal fiscaliza mais de 61 mil quilômetros de
rodovias e estradas federais e conta com 400 postos de fiscalização e
150 delegacias.

Internet: <www2.camara.gov.br> (com adaptações.)

Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima,


julgue o item subsecutivo.

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Mantêm-se as informações originais do período ao se substituir a


palavra “presteza” (palavra sublinhada no texto) por celeridade.

Comentários

Questão que envolve conhecimentos de semântica, pois trata-se de


substituição de palavras por sinonímia.

Este tipo de questão exige que você volte ao texto e substitua a


palavra escrita lá, pela palavra constante no comando. Para tanto,
você tem que examinar, além do significado das duas palavras, o
contexto. Isso porque duas palavras podem até ser trocadas
entre si em um âmbito isolado, mas podem não ser cambiáveis
quando se leva em conta um determinado sentido do texto.

Nesta questão, as duas palavras possuem sentidos equivalentes,


porque o texto emprega a palavra presteza (ligeireza, agilidade), e o
vocábulo proposto é celeridade (rapidez, velocidade). Assim, ambos
os termos estão inseridos em um mesmo campo semântico e são
perfeitamente permutáveis.

GABARITO: CERTO

Questão 26 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em


Gesso/2012

(Adaptada)

Em relação às ideias e estruturas linguísticas do texto acima,


julgue o item subsecutivo.
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Após o período que se encerra ao final do primeiro parágrafo, seria


coerente e coeso inserir o seguinte trecho, no mesmo parágrafo: “O
presidente da ONG Trânsito Amigo considera importante o projeto,
mas lembra que a Polícia Rodoviária Federal tem um déficit muito
grande de agentes e viaturas. Para ele, o melhor seria investir em
UTIs móveis.”

Comentários

Esta questão versa sobre coerência e coesão. Ela solicita que você
verifique se é possível inserir um trecho após o primeiro parágrafo e,
ainda assim, o texto continuar coerente e coeso.

Vamos ver o primeiro parágrafo do texto com a proposta de inserção?

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Postos da Polícia Rodoviária Federal poderão ter ambulâncias e


paramédicos para atendimento às vítimas de acidentes durante 24
horas por dia. É o que propõe o Projeto de Lei n.º 3.111/2012. Pela
proposta, os postos que distam mais de vinte quilômetros de centros
urbanos deverão ter ambulâncias e pessoal treinado para prestar
socorro. O presidente da ONG Trânsito Amigo considera importante o
projeto, mas lembra que a Polícia Rodoviária Federal tem um déficit
muito grande de agentes e viaturas. Para ele, o melhor seria investir
em UTIs móveis.

Em questões assim, você tem que verificar se a inserção do trecho


proposto prejudica a continuidade de sentido do texto original. Deve
ser verificada a ligação entre o contexto e as informações trazidas
pelo novo trecho, de modo a identificar se a coerência é mantida.
Também precisamos verificar se houve algum emprego incorreto dos
mecanismos de coesão.

No caso em análise, vemos que as novas informações foram


adicionadas de modo harmônico e conferiram fluência ao
texto, sem alterar seu sentido. Observe a presença do
substantivo “projeto” (sublinhado na transcrição acima): ele é
um mecanismo de coesão importante, pois retoma algo dito
anteriormente.

Dessa maneira, o trecho sugerido tem conexão com o tema e o


sentido do texto, então a inserção não afeta a coerência. Da mesma
forma, a coesão também não foi prejudicada.

GABARITO: CERTO

Questão 27 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em


62456350391

Gesso/2012

(Adaptada)

(Texto para as questões 27, 28 e 29)

Tramita na Câmara o Projeto de Lei n.º 3.596/2012, do Senado, que


estabelece medidas para inibir erros de administração e uso
equivocado de medicamentos. Pelo texto, a rotulagem e a embalagem
dos produtos deverão ter características que possibilitem a sua
imediata identificação. O autor da proposta observa que a medida
poderia evitar equívocos semelhantes ao ocorrido, recentemente, no
Centro de Terapia Intensiva do Hospital Felício Rocho, em Belo
Horizonte, onde uma técnica de enfermagem trocou sedativo por

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ácido. “Entre outras causas, a utilização de rótulos e embalagens


iguais ou semelhantes para produtos de composição diferente é fator
que induz a equívocos, muitas 13 vezes fatais”, alerta.

Internet: <www2.camara.gov.br> (com adaptações).

Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do


texto, julgue o próximo item.

O sentido original do período permanece inalterado se a palavra


“administração” (palavra sublinhada no texto) for substituída pela
palavra “gerenciamento”.

Comentários

Aqui, a banca solicita que o candidato analise a troca de uma palavra


por outra, de forma a avaliar se há prejuízo para o sentido original do
texto. Temos, então, uma questão de sinonímia (substituição
lexical), ou seja, de semântica.

Dessa forma, vamos verificar os significados das palavras


administração e gerenciamento. Além disso, você tem que verificar o
contexto. Isso porque as duas palavras podem até ser trocadas
entre si em um âmbito isolado, mas podem não ser cambiáveis
quando se leva em conta um determinado sentido do texto.

Neste exercício, as duas palavras não possuem sentidos equivalentes,


porque o texto emprega a palavra administração (no sentido de
ministrar medicação e não no sentido de gerir um negócio) e o termo
proposto é gerenciamento (no sentido de direção de uma organização,
empresa). Desse modo, os dois vocábulos não estão inseridos em um
mesmo campo semântico e não são perfeitamente permutáveis. Caso
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se substitua um termo pelo outro, o sentido original do período ficará


alterado.

GABARITO: ERRADO

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Português para o TRE/MT Analista e Técnico
Profª Ludimila Lamounier

Questão 28 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em


Gesso/2012

(Adaptada)

Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do


texto, julgue o próximo item.

Pelos sentidos do texto, depreende-se que o pronome “sua” retoma,


por coesão, o antecedente “dos produtos” (expressão sublinhada no
texto).

Comentários

Temos uma questão de coesão gramatical. Esta se caracteriza pelo


uso de mecanismos conhecidos como operadores lógicos da
língua (pronomes, numerais, advérbios) e operadores de
sequenciação (coesão sequencial).

No caso desta questão, o operador lógico usado como mecanismo


coesivo foi o pronome possessivo sua.

A banca solicita que o candidato avalie se o pronome “sua” retoma o


antecedente “dos produtos”. Quando um termo apresenta referente
anteposto, dizemos que ele é um elemento coesivo anafórico.

Vamos ao texto para observar o emprego do pronome sua:

Pelo texto, a rotulagem e a embalagem dos produtos deverão ter


características que possibilitem a sua imediata identificação.

Se reescrevermos o trecho acima, teremos:


62456350391

Pelo texto, a rotulagem e a embalagem dos produtos deverão ter


características que possibilitem a imediata identificação dos produtos.

Dessa forma, percebemos que o pronome sua retoma, por coesão


(evita a repetição de palavras desnecessária), o antecedente dos
produtos.

GABARITO: CERTO

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Português para o TRE/MT Analista e Técnico
Profª Ludimila Lamounier

Questão 29 – (CESPE) Câmara dos Deputados – Técnico em


Gesso/2012

(Adaptada)

Com base nas informações e nas estruturas linguísticas do


texto, julgue o próximo item.

Prejudica-se a informação do período se a palavra “observa” (palavra


sublinhada no texto) for substituída por qualquer uma das
seguintes: lembra, afirma, pondera.

Comentários

Temos, aqui, uma questão de sinonímia (substituição lexical), ou


seja, de semântica.

Questões deste tipo exigem que você volte ao texto e substitua a


palavra escrita lá, pelas palavras propostas no comando. Para isso,
você tem que verificar, além do significado dos vocábulos, o contexto.
Isso porque palavras podem até ser trocadas entre si em um
âmbito isolado, mas podem não ser cambiáveis quando se leva
em conta um determinado sentido do texto.

Neste exercício, as três palavras possuem sentidos equivalentes,


porque o texto emprega a palavra observa (no sentido de constatar),
e os termos propostos são lembrar (no sentido de sugerir, advertir);
afirmar (no sentido de manifestar, declarar) e ponderar (no sentido
de expor, considerar). Desse modo, os três vocábulos estão inseridos
em um mesmo campo semântico e são perfeitamente permutáveis.

GABARITO: ERRADO
62456350391

Questão 30 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011

(Adaptada)

(Texto para questões 30, 31 e 32)

Em meio à multidão de milhares de manifestantes, rapazes vestidos


de preto e com a cabeça e o rosto cobertos por capuzes ou capacetes
caminham dispersos, tentando manter-se incógnitos. A atitude muda
quando encontram um alvo: um cordão de isolamento policial, uma
vitrine ou uma agência bancária. Eles, então, agrupam-se e, armados
com porretes, pedras e garrafas de coquetel molotov, quebram,

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Português para o TRE/MT Analista e Técnico
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incendeiam e agridem. Quando a polícia reage, os vândalos voltam a


se misturar à massa de gente que protesta pacificamente, na
esperança de, com isso, provocar um tumulto e incitar outros
manifestantes a entrar no confronto. É a tática do black bloc (bloco
negro, em inglês), cujo uso se intensificou nos protestos de rua que
dominaram a Europa este ano. Quase sempre, a minoria violenta é
formada por anarquistas — que, de seus análogos do início do século
XX, imitam os métodos violentos e o ódio ao capitalismo e ao Estado.

Diogo Schelp. In: Veja, 22/12/2010 (com adaptações).

No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos


do texto acima, julgue o item seguinte.

Os complementos elípticos das formas verbais “quebram”,


“incendeiam” e “agridem” possuem o mesmo referente no texto.
(palavras sublinhadas no texto)

Comentários

Outra vez a elipse – muito cobrada nas provas, não é mesmo?

A elipse é um tipo de substituição de palavras por zero.

A banca questiona se os complementos elípticos dos três verbos


(constantes do comando) possuem o mesmo referente. Assim, o
complemento de cada termo é aquele que foi omitido para evitar
repetição desnecessária (elipse).

Antes de mais nada, vamos dar uma olhada no significado


(semântica) desses verbos. Incendiar e quebrar possuem uma
relação com coisas materiais; por sua vez, agredir se associa com
62456350391

pessoas.

De volta ao trecho do texto, percebemos, com esse raciocínio, que


incendiar e quebrar se conectam com os referentes vitrine e agência
bancária. De maneira diferente, agredir tem como referente a polícia.

GABARITO: ERRADO

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Português para o TRE/MT Analista e Técnico
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Questão 31 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011

(Adaptada)

No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos


do texto acima, julgue o item seguinte.

A palavra “análogos” (palavra sublinhada no texto) está sendo


empregada com o sentido equivalente a antecessores.

Comentários

Outra questão de semântica, de substituição lexical por


sinonímia.

Este tipo de exercício é aquele que exige que você volte ao texto e
substitua a palavra escrita lá, pela palavra proposta no enunciado.
Para isso, você tem que verificar, além do significado das duas
palavras, o contexto. Isso porque duas palavras podem até ser
trocadas entre si em um âmbito isolado, mas podem não ser
cambiáveis quando se leva em conta um determinado sentido
do texto.

Nesta questão, as duas palavras não possuem sentidos equivalentes,


porque o texto emprega a palavra análogos (correspondentes,
semelhantes), e o termo proposto é antecessores (algo que
antecede). Ou seja, uma coisa pode anteceder outra, mas não
necessariamente, é semelhante a ela.

GABARITO: ERRADO

Questão 32 – (CESPE) STM – Nível Superior/2011


62456350391

(Adaptada)

No que se refere aos aspectos morfossintáticos e semânticos


do texto acima, julgue o item seguinte.

O elemento “que”, nas ocorrências sublinhadas no texto, possui a


propriedade de retomar palavras ou expressões que o antecedem.

Comentários

Temos uma questão de coesão gramatical. Esta se caracteriza pelo


uso de mecanismos conhecidos como operadores lógicos da

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língua (pronomes, numerais, advérbios) e operadores de


sequenciação (coesão sequencial).

Neste caso, vamos identificar se a palavra que está sendo usada como
pronome relativo (operador lógico) com a finalidade de retomar
palavras ou expressões que o antecedem. Já sabemos que isso é a
denominada anáfora.

Vamos rever?

Elemento coesivo anafórico

Quando um componente que já foi explicitado no texto é


retomado, temos o que se conceitua como anáfora. Assim,
quando um termo apresenta referente anteposto, dizemos que ele é
um elemento coesivo anafórico.

O pronome que é muito usado em nossa língua e se caracteriza por


ser um importante mecanismo de coesão, pois ele serve para retomar
substantivos e facilitar bastante o processo coesivo, o que evita
repetições desnecessárias.

De volta à questão, analisamos as três ocorrências e verificamos que


o elemento que retoma os seguintes termos (antepostos) em negrito:

misturar à massa de gente que protesta pacificamente;


nos protestos de rua que dominaram a Europa este ano;
formada por anarquistas que... imitam os métodos violentos.

GABARITO: CERTO

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Questão 33 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – PF/2014

Hoje, todos reconhecem, porque Marx impôs esta demonstração no


Livro II d’O Capital, que não há produção possível sem que seja
assegurada a reprodução das condições materiais da produção: a
reprodução dos meios de produção. Qualquer economista, que neste
ponto não se distingue de qualquer capitalista, sabe que, ano após
ano, é preciso prever o que deve ser substituído, o que se gasta ou se
usa na produção: matéria-prima, instalações fixas (edifícios),
instrumentos de produção (máquinas) etc. Dizemos: qualquer
economista é igual a qualquer capitalista, pois ambos exprimem o
ponto de vista da empresa.

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Português para o TRE/MT Analista e Técnico
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Louis Althusser. Ideologia e aparelhos ideológicos do Estado. 3.ª ed. Lisboa:


Presença, 1980 (com adaptações).

Julgue o item a seguir, a respeito dos sentidos do texto acima.

O trecho “que não há produção possível (...) dos meios de produção”


(sublinhado no texto) é a demonstração a que se refere a expressão
“esta demonstração” (em negrito no texto).

Comentários

A catáfora ocorre quando um componente do texto é precedido


(previsto) por algum outro elemento textual como um
pronome, verbo, advérbio, quantificador, os quais substituem
o referido componente. Desse modo, quando um termo apresenta
referente posposto, dizemos que ele é um elemento coesivo
catafórico.

No texto apresentado nesta questão, temos o emprego da catáfora.


Observe que “esta demonstração” ainda terá seu referente explicitado
no texto. Se fizermos a substituição de um pelo outro, é possível
verificar isso:

Hoje, todos reconhecem, porque Marx impôs, no Livro II d’O Capital,


que não há produção possível sem que seja assegurada a reprodução
das condições materiais da produção: a reprodução dos meios de
produção.

Dessa forma, percebemos que o item está correto.

GABARITO: CERTO
62456350391

Questão 34 – (CESPE) Nível Superior – TC-DF/2014

(Texto para as questões 34 e 35)

O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, busca


promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e
tecnologia brasileiras, com inovação e competitividade, por meio do
intercâmbio com outros países. No âmbito do programa, serão
concedidas, até 2015, mais de 100 mil bolsas de estudos no exterior
para estudantes de graduação e pós-graduação. O Ciência sem
Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior

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interessados em trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se


imperativo no início do século XXI, devido à extrema velocidade com
que ciência e tecnologia se desenvolvem. Há décadas, países como
China e Índia têm enviado estudantes para países centrais, com
resultados muito positivos. Provavelmente, o programa brasileiro vai
acelerar a mobilidade internacional e proporcionar avanços na ciência
brasileira. Essa iniciativa louvável talvez inspire outras não menos
importantes — como o estímulo à mobilidade nacional de estudantes
—, que ainda são incipientes. Estudantes do Acre, de Rondônia ou do
Maranhão certamente seriam beneficiados com a estada de um ano
em universidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Da mesma
forma, alunos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília se beneficiariam
com uma temporada no Acre, em Rondônia ou no Maranhão. Essa
troca de experiências seria um instrumento de coesão e compreensão
dos diferentes aspectos culturais e de problemas comuns e específicos
de diferentes regiões brasileiras.

Isaac Roitman. Brasil sem fronteiras. In: Revista DARCY. Brasília: UnB, n.º 11, jun.-
jul./2012, p. 7 (com adaptações).

Julgue o item, no que se refere às ideias e aos aspectos


linguísticos do texto acima.

O pronome “que” (sublinhado no texto) tem como referente o termo


“estudantes” (sublinhado no texto).

Comentários

Esta é uma questão que aborda o assunto coesão gramatical. Ela se


caracteriza pelo uso de mecanismos conhecidos como
operadores lógicos da língua (pronomes, numerais, advérbios)
e operadores de sequenciação (coesão sequencial).

No caso desta questão, o operador lógico usado como mecanismo


62456350391

coesivo foi o pronome relativo que.

A banca solicita que o candidato avalie se o pronome “que” retoma o


antecedente “estudantes”. Quando um termo apresenta referente
anteposto, dizemos que ele é um elemento coesivo anafórico.

Vamos ao texto para observar o emprego do pronome que:

Essa iniciativa louvável talvez inspire outras não menos importantes


— como o estímulo à mobilidade nacional de estudantes —, que ainda
são incipientes.

Se reescrevermos o trecho acima com termo “estudantes”, teremos:

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Essa iniciativa louvável talvez inspire outras não menos importantes


— como o estímulo à mobilidade nacional de estudantes —,
estudantes ainda são incipientes. (errado)

Observe que está errada a substituição proposta, pois o pronome


“que” retoma “outras [iniciativas] não menos importantes”.

Dessa forma, percebemos que o pronome “que” não tem como


referente o termo “estudantes”.

GABARITO: ERRADO

Questão 35 – (CESPE) Nível Superior – TC-DF/2014

Julgue o item, no que se refere às ideias e aos aspectos


linguísticos do texto acima.

Conclui-se dos sentidos do texto que o antecedente do termo “Esse


incentivo” (em negrito no texto) é a ideia expressa em “atrair
pesquisadores do exterior interessados em trabalhar no Brasil” (em
negrito no texto).

Comentários

Esta questão exige do candidato a leitura atenta do texto, para


descobrir qual é o antecedente do termo “Esse incentivo”.

Vamos ver um trecho do texto?

O Programa Ciência sem Fronteiras, lançado em 2011, busca


promover a consolidação, expansão e internacionalização da ciência e
62456350391

tecnologia brasileiras, com inovação e competitividade, por meio do


intercâmbio com outros países. No âmbito do programa, serão
concedidas, até 2015, mais de 100 mil bolsas de estudos no exterior
para estudantes de graduação e pós-graduação. O Ciência sem
Fronteiras também pretende atrair pesquisadores do exterior
interessados em trabalhar no Brasil. Esse incentivo torna-se
imperativo no início do século XXI, devido à extrema velocidade com
que ciência e tecnologia se desenvolvem.

O termo “esse incentivo” faz uma referência às ideias expostas no


primeiro parágrafo do texto (trecho sublinhado acima). Pelo sentido
do texto, verificamos que “atrair pesquisadores do exterior
interessados em trabalhar no Brasil” é uma ideia secundária, dada

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pela presença do termo “também”: “O Ciência sem Fronteiras


também pretende atrair”.

Dessa forma, percebemos que o item está errado.

GABARITO: ERRADO

Questão 36 – (CESPE) Nível Superior – SUFRAMA/2014

Com efeito, a habitação em cidades é essencialmente antinatural,


associa-se a manifestações do espírito e da vontade, na medida em
que esses se opõem à natureza. Para muitas nações conquistadoras, a
construção de cidades foi o mais decisivo instrumento de dominação
que conheceram. Max Weber mostra admiravelmente como a
fundação de cidades representou, para o Oriente Próximo e
particularmente para o mundo helenístico e para a Roma imperial, o
meio específico de criação de órgãos locais de poder, acrescentando
que o mesmo fenômeno se verifica na China, onde, ainda durante o
século passado, a subjugação das tribos miaotse pode ser relacionada
à urbanização de suas terras. E não foi sem boas razões que esses
povos usaram de semelhante recurso, pois a experiência tem
demonstrado que ele é, entre todos, o mais duradouro e eficiente. As
fronteiras econômicas estabelecidas no tempo e no espaço pelas
fundações de cidades no Império Romano tornaram-se também as
fronteiras do mundo que mais tarde ostentaria a herança da cultura
clássica.

Sérgio Buarque de Holanda. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras,
1995 (com adaptações).

62456350391

Julgue o seguinte item, relativo à ideia e ao aspecto semântico


do texto apresentado.

O pronome “ele” (sublinhado no texto) retoma o antecedente


“semelhante recurso” (sublinhado no texto), que, por sua vez, remete
à expressão “subjugação das tribos miaotse” (sublinhado no texto).

Comentários

Outra questão do CESPE que trata de referentes, de retomada


de antecedentes. Esse assunto é bastante presente nas provas
de Língua Portuguesa dessa banca. Tenha bastante cuidado

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para não se confundir, pois você precisa verificar qual o


antecedente correto.

O pronome “ele” foi usado como mecanismo coesivo anafórico (coesão


gramatical) para substituir e fazer referência ao termo “semelhante
recurso”. Até aí, tudo certo. Mas, a segunda afirmação do item está
errada. Se analisarmos com atenção, o “semelhante recurso” usado é
“a urbanização”, ou seja, “a construção de cidades”, “a fundação de
cidades”, e não a “subjugação das tribos miaotse”.

Assim, tenha bastante atenção: analise todo o item, não se


esqueça de verificar todas as afirmações propostas.

Dessa forma, percebemos que o item está errado.

GABARITO: ERRADO

Questão 37 – (CESPE) Nível Superior – Polícia Federal/2014

A origem da polícia no Brasil

Polícia é um vocábulo de origem grega (politeia) que passou para o


latim (politia) com o mesmo sentido: governo de uma cidade,
administração, forma de governo. No entanto, com o decorrer do
tempo, assumiu um sentido particular, passando a representar a ação
do governo, que, no exercício de sua missão de tutela da ordem
jurídica, busca assegurar a tranquilidade pública e a proteção da
sociedade contra violações e malefícios.

No Brasil, a ideia de polícia surgiu nos anos 1500, quando o rei de


Portugal resolveu adotar um sistema de capitanias hereditárias e
62456350391

outorgou uma carta régia a Martim Afonso de Souza para estabelecer


a administração, promover a justiça e organizar o serviço de ordem
pública, como melhor entendesse, em todas as terras que ele
conquistasse. Registros históricos mostram que, em 20 de novembro
de 1530, a polícia brasileira iniciou suas atividades, promovendo
justiça e organizando os serviços de ordem pública.

Internet: (com adaptações)

Considerando as ideias e as estruturas linguísticas do texto


acima, julgue o seguinte item.

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Sem prejuízo da coerência textual, a palavra “tutela” (sublinhada no


texto) poderia ser substituída por “proteção”.

Comentários

Temos, agora, uma questão sobre a substituição léxica (de


palavras, vocábulos, expressões). Esse tipo de mecanismo coesivo é
bastante útil, pois permite evitar a repetição não intencional e
enriquece o texto.

Devemos verificar se a palavra “tutela” pode ser substituída por


“proteção”. Mais uma vez, percebemos como o conhecimento acerca
de vocabulário é importante na hora de resolver as questões. Por isso,
sempre repito que a leitura deve ser um hábito cultivado pelos
candidatos.

Vamos ver um trecho do texto?

No entanto, com o decorrer do tempo, assumiu um sentido particular,


passando a representar a ação do governo, que, no exercício de sua
missão de tutela da ordem jurídica, busca assegurar a tranquilidade
pública e a proteção da sociedade contra violações e malefícios.

Depois da leitura, percebemos que a substituição proposta não altera


a coerência textual. Note que “tutela” quer dizer “amparo, defesa,
proteção”. Veja:

No entanto, com o decorrer do tempo, assumiu um sentido particular,


passando a representar a ação do governo, que, no exercício de sua
missão de proteção da ordem jurídica, busca assegurar a
tranquilidade pública e a proteção da sociedade contra violações e
malefícios.
62456350391

Dessa maneira, verificamos que o item está correto.

GABARITO: CERTO

Questão 38 – (CESPE) Contador – MTE/2014

Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média


brasileira — aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de
consumo, como uma avalanche de quase 110 milhões de cidadãos.
Uma pesquisa do Serasa Experian mostrou que o pelotão formado por
essa turma, que se convencionou chamar de classe C, estaria no
grupo das 20 maiores nações no consumo mundial, caso fosse

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Português para o TRE/MT Analista e Técnico
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classificado como um país. Juntos, os milhares de neocompradores


movimentam quase R$ 1,2 trilhão ao ano. Isso é mais do que
consome a população inteira de uma Holanda ou uma Suíça, para
ficar em exemplos do primeiro mundo. Não por menos, tal massa de
compradores se converteu na locomotiva da economia brasileira e em
alvo preferido das empresas. Com mais crédito e programas sociais,
em especial o Bolsa Família, os emergentes daqui saíram às lojas e
estão gradativamente se tornando mais e mais criteriosos em suas
aquisições.

Carlos José Marques. A classe C é G20. Internet: (com adaptações)

No que se refere aos aspectos linguísticos e às ideias do texto


acima, julgue o próximo item.

O vocábulo “aquela” (em negrito no texto) refere-se à expressão


“nova classe média brasileira” (sublinhada no texto).

Comentários

Mais uma questão do CESPE que trata de referentes. Esse assunto é


bastante presente nas provas de Língua Portuguesa dessa banca.
Tenha bastante cuidado para não se confundir, pois você
precisa verificar qual é o correto referente. Para isso, faça uma
leitura cuidadosa do texto e as substituições propostas. Por
fim, interprete e analise os corretos referentes.

O pronome “aquela” foi usado como mecanismo coesivo anafórico


(coesão gramatical) para substituir e fazer referência ao termo “a
nova classe média brasileira”. Veja como esse recurso evita repetições
desnecessárias e cansativas: 62456350391

Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média


brasileira — aquela que, na última década, ascendeu ao mercado de
consumo, como uma avalanche de quase 110 milhões de cidadãos.

Saiu finalmente a conta da contribuição da nova classe média


brasileira — a nova classe média brasileira, na última década,
ascendeu ao mercado de consumo, como uma avalanche de quase
110 milhões de cidadãos.

Dessa forma, percebemos que o item está certo.

GABARITO: CERTO

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Questão 39 – (CESPE) Analista Técnico – MDIC/2014

O Congresso Nacional aprovou, em novembro de 2011, o Plano Brasil


Maior, a política industrial do governo federal para os anos de 2011 a
2014. O plano cria possibilidades de uma mudança significativa na
estrutura tributária brasileira, incentivando a competitividade da
indústria nacional, especialmente no caso de estados de vocação
exportadora como Minas Gerais. Minas é o segundo estado que mais
vende para o exterior, com uma participação que alcança em torno de
15% das vendas externas brasileiras.

Até outubro de 2011, o estado acumulou superávit comercial de US$


23,7 bilhões, o maior valor observado entre todas as demais unidades
da Federação. As exportações alcançaram o volume de US$ 34,1
bilhões.

Uma medida significativa do plano é a previsão de devolução, ao


exportador, de 3% da receita obtida com a venda de bens
industrializados para o exterior. As empresas terão direito à devolução
em espécie ou poderão usar os recursos devolvidos para abater
débitos referentes a outros tributos com a União.

Outra medida expressiva é a desoneração da folha de pagamentos de


setores intensivos em mão de obra, como confecções, calçados e
softwares, que concentram em Minas percentuais relevantes do total
de postos de trabalho ofertados no país: cerca de 11,5%, 8,1% e
8,0%, respectivamente. Até 2014, esses setores deixarão de pagar a
alíquota de 20% da contribuição patronal para a previdência social,
que será substituída por um percentual cobrado sobre a receita da
empresa. O governo deixa, assim, de onerar a criação de empregos
para incentivar as contratações e a formalização. Também serão
beneficiados pela medida os setores de couro, empresas de call center
e empresas de transporte público coletivo urbano.
62456350391

Fernando Pimentel. In: Estado de Minas, 1.º/12/2011 (com adaptações).

Julgue o item que se segue, relativos a aspectos linguísticos do


texto.

As expressões “em novembro de 2011” (sublinhada no texto), “Até


outubro de 2011” (sublinhada no texto) e “Até 2014” (sublinhada no
texto), empregadas como elementos coesivos no texto, referem-se a
períodos de adoção, pelo governo, de medidas relativas à alteração da
estrutura de cobrança de tributos.

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Comentários

Mais uma questão do CESPE que aborda o uso de referentes. Esse


assunto está sempre presente nas provas de Língua Portuguesa dessa
banca. Tenha bastante cuidado para não se confundir, pois você
precisa verificar qual é o correto referente. Para isso, faça uma
leitura cuidadosa do texto, interprete e analise, para
identificar os corretos referentes.

Vamos ver o texto?

O Congresso Nacional aprovou, em novembro de 2011, o Plano Brasil


Maior, a política industrial do governo federal para os anos de 2011 a
2014. O plano cria possibilidades de uma mudança significativa na
estrutura tributária brasileira, incentivando a competitividade da
indústria nacional, especialmente no caso de estados de vocação
exportadora como Minas Gerais. (...)

Até outubro de 2011, o estado acumulou superávit comercial de


US$ 23,7 bilhões, o maior valor observado entre todas as demais
unidades da Federação. As exportações alcançaram o volume de US$
34,1 bilhões.

(...)

Outra medida expressiva é a desoneração da folha de pagamentos de


setores intensivos em mão de obra, como confecções, calçados e
softwares, que concentram em Minas percentuais relevantes do total
de postos de trabalho ofertados no país: cerca de 11,5%, 8,1% e
8,0%, respectivamente. Até 2014, esses setores deixarão de
pagar a alíquota de 20% da contribuição patronal para a
previdência social, que será substituída por um percentual
cobrado sobre a receita da empresa. O governo deixa, assim, de
62456350391

onerar a criação de empregos para incentivar as contratações e a


formalização. Também serão beneficiados pela medida os setores de
couro, empresas de call center e empresas de transporte público
coletivo urbano.

Observe que, “em novembro de 2011”, foi criado um plano que trazia
“possibilidades de uma mudança significativa na estrutura tributária
brasileira”, ou seja, essa expressão refere-se a “períodos de adoção,
pelo governo, de medidas relativas à alteração da estrutura de
cobrança de tributos”.

Por sua vez, a expressão “Até outubro de 2011” se refere a um


período de superávit comercial, ou seja, essa expressão não se

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refere a “períodos de adoção, pelo governo, de medidas relativas à


alteração da estrutura de cobrança de tributos”.

Note que, “Até 2014”, “setores deixarão de pagar a alíquota de 20%


da contribuição patronal para a previdência social, que será
substituída por um percentual cobrado sobre a receita da empresa”,
ou seja, essa expressão refere-se a “períodos de adoção, pelo
governo, de medidas relativas à alteração da estrutura de cobrança
de tributos”.

Dessa forma, percebemos que o item está errado.

GABARITO: ERRADO

Questão 40 – (CESPE) Analista Legislativo – Câmara dos


Deputados/2014

À primeira vista, o Plano Piloto de Brasília parece uma repetição de


construções. As quadras, distribuídas simetricamente pelas asas, têm
prédios com plantas semelhantes, que se repetem a cada
quadradinho, muitas vezes até localizados de forma análoga. Dentro
dos apartamentos, entretanto, esconde-se o estilo de cada morador,
que se revela não apenas em detalhes decorativos, mas em
modificações nas plantas e na função dos cômodos. Para desvendar
como os brasilienses ocupam e reinventam seus lares, a pesquisadora
Franciney França decidiu analisar 168 plantas de apartamentos em
sua tese de doutorado. “Quem olha para o Plano Piloto, que
impressão tem? Que as quadras são iguais e que sempre têm o
mesmo padrão arquitetônico. E aí pensa que as pessoas moram do
mesmo jeito. Mostrei que não é bem assim”, conta. A pesquisadora
dividiu as “indisciplinas arquitetônicas” praticadas pelos brasilienses
62456350391

entre leves e pesadas. As leves são as que mudam a destinação dos


espaços. É aquele quartinho de empregada que acaba virando um
escritório, ou um quarto que vira sala de televisão. Já as indisciplinas
pesadas são as que implicam mudanças geométricas e
configuracionais das plantas. São aquelas reformas que resultam em
quebra de paredes, ou que transformam três quartos pequenos em
dois maiores, ou as que agregam a cozinha à sala.

Juliana Braga. A casa de cada um. In: Revista Darcy, ago.-set./ 2011 (com
adaptações).

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No que se refere aos aspectos linguísticos do texto acima,


julgue o item a seguir.

O termo ‘aí’ (sublinhado no texto) tem por referente a expressão ‘as


quadras’ (sublinhado no texto).

Comentários

Esta é mais uma questão sobre referentes, tipo de questão


muito comum nas provas da banca CESPE.

O item constante do enunciado tenta confundir o candidato. Observe


que o autor está fazendo referência ao pensamento de “Quem olha
para o Plano Piloto...”, e não ao pensamento de alguém que esteja
posicionado nas quadras.

Dessa forma, percebemos que o item está errado.

GABARITO: ERRADO

Questão 41 – (CESPE) Analista Judiciário – STF/2013

(Texto para as questões 41, 42 e 43)

Durante o século passado, a doutrina da tábula rasa norteou os


trabalhos de boa parte das ciências sociais e humanidades. Uma longa
e crescente lista de conceitos que pareceriam naturais ao modo de
pensar humano (emoções, parentesco, sexo, doença, natureza,
mundo) passou a ser vista como inventada ou socialmente construída.

A tábula rasa frequentemente anda em companhia de duas outras


62456350391

doutrinas que também alcançaram status sagrado na vida intelectual


moderna.

Uma dessas doutrinas é geralmente atribuída a Descartes (1596-


1650). Para ele, existe uma grande diferença entre mente e corpo,
porquanto o corpo é, por natureza, sempre divisível, e a mente,
inteiramente indivisível. Ele contestou Thomas Hobbes (1588-1617),
que dizia que a mente podia operar segundo princípios físicos, e
argumentou que, ao contrário, o comportamento, especialmente a
fala, não era causado por nada, e sim, livremente escolhido. Um
nome memorável para a doutrina defendida por Descartes foi dado
três séculos depois pelo filósofo Gilbert Ryle (1900-1976), que a
considerava a teoria “oficial”, o dogma do fantasma da máquina,
segundo a qual o corpo e a mente estão atrelados, e, enquanto o

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corpo está sujeito a leis mecânicas, a mente não existe no espaço


nem suas operações estão sujeitas a leis mecânicas.

A outra teoria que acompanha a tábula rasa é comumente atribuída


ao filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), embora, na verdade,
provenha de John Dryden, em peça publicada em 1670:

Sou tão livre quanto o primeiro homem da Natureza,

Antes de começarem as ignóbeis leis da servidão,

Quando o nobre selvagem corria solto nas florestas.

O conceito do bom selvagem capta a crença de que os seres


humanos, em seu estado natural, são altruístas, pacíficos e serenos,
portanto males como a ganância, a ansiedade e a violência são
produtos da civilização.

Segundo Rousseau, muitos autores se precipitaram ao concluir que o


homem é naturalmente cruel e requer um sistema de polícia regular,
para regenerar-se. Cita, por exemplo, Thomas Hobbes, segundo o
qual está evidente que, durante o tempo em que vivem sem um
poder comum que os mantenha em temor reverencial, os homens
encontram-se naquela condição denominada guerra; e essa é de cada
homem contra cada homem. Hobbes acreditava que as pessoas
somente poderiam escapar dessa existência infernal se entregassem
sua autonomia a uma pessoa ou assembleia soberana, um leviatã.

Muito depende de qual desses antropólogos de gabinete está correto.


Se considerarmos que as pessoas são bons selvagens, um leviatã
dominador é desnecessário. De fato, ao forçar as pessoas a descrever
a propriedade privada para que ela seja reconhecida pelo leviatã, este
cria a própria cobiça e beligerância para cujo controle foi concebido.
62456350391

Se, em contraste, as pessoas são naturalmente perversas, o melhor


que podemos esperar é uma trégua precária, mantida graças à polícia
e ao exército. As duas teorias também têm, por conseguinte,
implicações para a vida privada.

Steven Pinker. Tábula rasa: a negação contemporânea da natureza humana. São


Paulo: Companhia das Letras, 2004, p. 24-8 (com adaptações).

Com base no conteúdo e nos elementos estruturais, de coesão


e de coerência do texto, julgue o item a seguir.

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O emprego do elemento referencial “a qual” (sublinhado no texto)


evita a repetição viciosa da palavra “máquina” (sublinhado no texto).

Comentários

Esta é uma questão que trata do assunto coesão gramatical. Ela se


caracteriza pelo uso de mecanismos conhecidos como
operadores lógicos da língua (pronomes, numerais, advérbios)
e operadores de sequenciação (coesão sequencial).

No caso desta questão, o operador lógico usado como mecanismo


coesivo foi o pronome relativo a qual.

A banca solicita que o candidato avalie se o pronome “a qual” evita a


repetição viciosa da palavra “máquina”.

Vamos ao texto para observar o emprego do pronome a qual:

Um nome memorável para a doutrina defendida por Descartes foi


dado três séculos depois pelo filósofo Gilbert Ryle (1900-1976), que a
considerava a teoria “oficial”, o dogma do fantasma da máquina,
segundo a qual o corpo e a mente estão atrelados, e, enquanto o
corpo está sujeito a leis mecânicas, a mente não existe no espaço
nem suas operações estão sujeitas a leis mecânicas.

Se reescrevermos o trecho acima, teremos:

Um nome memorável para a doutrina defendida por Descartes foi


dado três séculos depois pelo filósofo Gilbert Ryle (1900-1976), que a
considerava a teoria “oficial”, o dogma do fantasma da máquina,
segundo a doutrina defendida por descartes (a teoria “oficial”), o
corpo e a mente estão atrelados, e, enquanto o corpo está sujeito a
leis mecânicas, a mente não existe no espaço nem suas operações
62456350391

estão sujeitas a leis mecânicas.

Dessa forma, concluímos que “a qual” não se refere ao termo


“máquina”, e sim ao termo “doutrina defendida por
descartes”. Observe que os termos “teoria ‘oficial’” e “o dogma
do fantasma da máquina” também fazem parte dessa cadeia
de referências.

GABARITO: ERRADO

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Questão 42 – (CESPE) Analista Judiciário – STF/2013

Com base no conteúdo e nos elementos estruturais, de coesão


e de coerência do texto, julgue o item a seguir.

Em “nem suas operações estão sujeitas a leis mecânicas” (sublinhado


no texto), o núcleo do complemento do vocábulo “sujeitas” poderia
estar precedido de artigo (às leis), sem prejuízo para a correção
gramatical e as informações do texto.

Comentários

Se colocarmos o artigo “as” antes de “lei”, devemos fazer duas


coisas para deixar a frase correta.

1. Colocar o substantivo “lei” no plural.

2. Colocar o acento indicativo de crase, que marca a junção de “a”


(preposição) + “as”.
Note que a colocação de artigo especificou o substantivo “leis
mecânicas”, mas isso não modificou as informações originais do texto.
Assim, o item está correto.

Gabarito: CERTO

Questão 43 – (CESPE) Analista Judiciário – STF/2013

Com base no conteúdo e nos elementos estruturais, de coesão


e de coerência do texto, julgue o item a seguir.
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Em “este cria a própria cobiça e beligerância para cujo controle foi


concebido” (sublinhado no texto), o emprego de “para” como
elemento coesivo é estilístico; portanto, caso essa preposição fosse
excluída, o texto se tornaria mais conciso, e as relações de sentido
originais seriam mantidas.

Comentários

Para responder a esta questão, temos que analisar o emprego


da preposição “para”. Para tanto, vamos ver o trecho seguinte:

De fato, ao forçar as pessoas a descrever a propriedade privada para


que ela seja reconhecida pelo leviatã, este cria a própria cobiça e
beligerância para cujo controle foi concebido.

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No texto, vemos que a preposição “para” é usada para indicar a


finalidade da forma verbal “foi concebido”, ou seja, “cujo controle foi
concebido para...”. Ao retirarmos o termo “para”, o sentido é
alterado, pois perde-se a noção de finalidade.

Assim, concluímos que o item está errado, pois as relações de


sentido não seriam mantidas.

GABARITO: ERRADO

Questão 44 – (CESPE) Analista Legislativo – Câmara dos


Deputados/2014

As tendências que levaram D. Pedro II a querer dissimular o imenso


poderio de que efetivamente dispunha e, é bom dizê-lo, que não lhe é
regateado pela Constituição, faziam que fosse buscar, para ministros,
aqueles que pareciam mais dóceis à sua vontade, ou que esperava
poder submeter algum dia às decisões firmes, ainda que tácitas, da
Coroa. Se não se recusa, conforme as circunstâncias, a pôr em uso
algumas regras do parlamentarismo, jamais concordará em aceitar as
que lhe retirariam a faculdade de nomear e demitir livremente os
ministros de Estado para confiá-la a uma eventual maioria
parlamentar. E se afeta ceder nesse ponto, é que há coincidência
entre sua vontade e a da maioria, ao menos no que diz respeito à
nomeação. Ou então é porque não tem objeções sérias contra o chefe
majoritário. Quando nenhum desses casos se oferece,
discricionariamente exerce a escolha, 16 e sabe que pode exercê-la,
porque se estriba no art. 101, n.º 6, da Constituição do Império.

Sérgio Buarque de Hollanda. O Brasil monárquico. Do Império à República.


In: coleção História geral da civilização brasileira. São Paulo: Difusão
62456350391

Europeia do Livro, 1972, tomo II, vol. 5. p. 21 (com adaptações).

Julgue o item a seguir, referente aos sentidos e aos aspectos


linguísticos do texto acima.

O termo “nesse ponto” (sublinhado no texto) remete ao seguinte


trecho do período precedente: “pôr em uso algumas regras do
parlamentarismo” (sublinhado no texto).

Comentários

Para resolver esta questão, o candidato deve ler o texto

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atentamente e verificar se a referência proposta no enunciado


está correta.

Vamos analisar o seguinte trecho:

Se não se recusa, conforme as circunstâncias, a pôr em uso algumas


regras do parlamentarismo, jamais concordará em aceitar as que lhe
retirariam a faculdade de nomear e demitir livremente os ministros de
Estado para confiá-la a uma eventual maioria parlamentar. E se afeta
ceder nesse ponto, é que há coincidência entre sua vontade e a da
maioria, ao menos no que diz respeito à nomeação.

Observe que “nesse ponto” se refere a alguma coisa que está sendo
cedida, que é “a faculdade de nomear e demitir livremente os
ministros de Estado”.

Dessa forma, concluímos que o termo “nesse ponto” não


remete ao seguinte trecho: “pôr em uso algumas regras do
parlamentarismo”.

GABARITO: ERRADO

Questão 45 – (CESPE) Analista Técnico – MDIC/2014

Os municípios do Brasil alcançaram, em média, um índice de


desenvolvimento humano municipal (IDHM) alto, graças a avanços
em educação, renda e expectativa de vida nos últimos vinte anos.

Mas o país ainda registra consideráveis atrasos educacionais, de


acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas e
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.
62456350391

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 aponta que o


IDHM médio do país subiu de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010
— quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento. Com isso, o
Brasil passou de um patamar “muito baixo” para um patamar “alto”
de desenvolvimento social. O que mais contribuiu para esse índice foi
o aumento na longevidade, que subiu de 64,7 anos para 73,9 anos.
Também houve aumento de 14,2% ou (R$ 346,31) na renda nesse
período.

Os maiores desafios concentram-se na educação, o terceiro


componente do IDHM. Apesar de ter crescido de 0,279 para 0,637 em
vinte anos, o IDHM específico de educação é o mais distante da meta
ideal, de 1. Em 2010, pouco mais da metade dos brasileiros com

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dezoito anos de idade ou mais havia concluído o ensino fundamental;


e só 57,2% dos jovens entre quinze e dezessete anos de idade tinham
o ensino fundamental completo. O ministro da Educação admitiu um
“imenso desafio” na área, mas destacou que a educação é o
componente que, tendo partido de um patamar mais baixo, registrou
os maiores avanços, graças ao aumento no fluxo de alunos
matriculados nas escolas. O índice de crianças de cinco e seis anos de
idade que entraram no sistema de ensino passou de 37,3%, em 1991,
para 91,1%, em 2010.

Conforme o atlas, dois terços dos 5.565 municípios brasileiros estão


na faixa de desenvolvimento humano considerada alta ou média. Ao
mesmo tempo, a porcentagem de municípios na classificação “muito
baixa” caiu de 85,5%, em 1991, para 0,6%, em 2010. O relatório
identificou uma redução nas disparidades sociais entre Norte e Sul do
Brasil, mas confirmou que elas continuam a existir. Um exemplo disso
é que 90% dos municípios das regiões Norte e Nordeste têm baixos
índices de IDHM em educação e renda.

Internet: (com adaptações).

No que se refere às ideias e expressões linguísticas contidas


no texto, julgue o item que se segue.

O pronome “isso” (sublinhado no texto) retoma apenas a ideia


expressa em “quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento”
(sublinhado no texto).

Comentários

Vamos ver mais uma questão que cobra a retomada de ideias.


Como sabemos, os pronomes são termos muito usados como
62456350391

recursos de coesão.

Aqui, o pronome demonstrativo “isso” foi usado para retomar a ideia


expressa em todo o período anterior, não apenas no trecho
sublinhado. Veja:

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 aponta que o


IDHM médio do país subiu de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010
— quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento. Com isso, o
Brasil passou de um patamar “muito baixo” para um patamar “alto”
de desenvolvimento social.

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Dessa forma, concluímos que o pronome “isso” não retoma


apenas a ideia expressa em “quanto mais próximo de 1, maior
é o desenvolvimento”.

Antes de finalizarmos, vamos estudar mais um pouco?

Pronomes

Aqui, vamos ver o uso do pronome como mecanismo coesivo.

Em primeiro lugar, você deve ter em mente que os pronomes são


mecanismos de coesão por excelência, porque são amplamente
usados para retomar (anáfora) ou projetar (catáfora) termos
em um texto. O tema é muito vasto, portanto, vamos ver os casos
mais importantes e que são cobrados em prova, certo?

O essencial, aqui, e que você precisa dominar para fazer a


prova é saber ligar o pronome ou qualquer outro operador
lógico ao seu respectivo referente. Não importa qual o tipo de
pronome ou operador usado na sentença. O que a banca pergunta,
geralmente, é se você sabe a qual referente se conecta determinado
operador, ou seja, se você sabe identificar o mecanismo coesivo.

Vamos destrinchar mais um pouco o assunto?

Pronomes Demonstrativos

Devemos ter uma atenção especial com os pronomes demonstrativos.


Isso porque eles possuem uma particularidade no seu uso anafórico e
catafórico. Existem regras para tanto, que devem ser observadas com
o objetivo de se obedecer à norma culta da língua.
62456350391

Vamos a essas regras?

O pronome este (e suas variações estes, esta, estas, isto) é usado,


em um texto, para anunciar algo que ainda será dito ou
escrito. Dessa forma, podemos afirmar que o pronome este possui
uma função catafórica.

Por sua vez, o pronome esse (e suas variações esses, essa, essas,
isso) é utilizado, em um texto, para retomar algo que já foi dito
ou escrito. Assim, dizemos que o pronome esse possui uma função
anafórica.

Vejamos os seguintes exemplos:

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O caminho para a aprovação nos concursos é este: estudar muito.

Estudar muito: o caminho para a aprovação nos concursos é esse.

Observe que, na primeira sentença, ainda vamos dizer qual o caminho


para aprovação, e que, na segunda, já revelamos qual é o caminho.

Os pronomes demonstrativos podem exercer função localizadora,


ou seja, dar ao leitor instruções sobre a localização dos respectivos
referentes no texto.

Assim, quando temos uma sentença e queremos fazer uma


distinção entre dois elementos já mencionados, usamos o
pronome este (e suas variações estes, esta, estas, isto) para
retomar o elemento citado por último e o pronome aquele (e
suas variações aqueles, aquela, aquelas, aquilo) para retomar o que
foi citado em primeiro lugar.

Portanto, no caso acima, os pronomes este e aquele possuem,


ambos, função anafórica.

Vamos ver um exemplo:

Podemos comprar livros nacionais e importados em boas livrarias de


Brasília. Mas, sabemos que aqueles são mais baratos que estes.

Neste exemplo, identificamos que aqueles se refere a livros nacionais e que


estes se refere a livros importados.

Pronomes relativos

Vamos ver o pronome relativo que.

O pronome que é muito usado em nossa língua e se caracteriza por


62456350391

ser um importante mecanismo de coesão, pois ele serve para retomar


substantivos e facilitar bastante o processo coesivo, o que evita
repetições desnecessárias.

Exemplo:

Estive em uma cidade que é considerada uma das mais bonitas do mundo.

Note que o pronome que se refere ao substantivo cidade, e podemos


entender assim:

Estive em uma cidade. A cidade é considerada uma das mais bonitas do


mundo.

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Esse mesmo princípio se aplica também a outros pronomes relativos


como quando, onde, o qual (e variações os quais, a qual, as quais)
e cujo (e variações cujos, cuja, cujas).

Quanto ao pronome cujo, alerto que possui uso um pouco mais


específico, com algumas regrinhas especiais em relação aos outros
relativos.

São estas as regrinhas do pronome cujo:

 concorda com o consequente;


 retoma o antecedente (função anafórica);
 dá uma ideia de posse;
 não aceita artigo antes dele nem depois;
 aceita preposição antes dele.

Um exemplo:

A lei cujos artigos são obsoletos será abolida.

Aí, vemos que o pronome cujos retoma o substantivo lei


(antecedente) e concorda com o substantivo artigos (consequente).

Pronomes possessivos

Os pronomes possessivos também são muito empregados para fazer


referência a outras palavras no texto.

Veja o exemplo:

Mariana vendeu o apartamento. Depois que seu marido faleceu, ela preferiu
62456350391

sair de lá.

Notamos, de forma clara, que o pronome possessivo seu refere-se ao


substantivo anteposto Mariana, coesão pelo recurso anafórico.

Pronomes pessoais

Os pronomes pessoais são bastante utilizados para fazer referência a


outras palavras no texto.

Veja o exemplo:

Mariana vendeu o apartamento. Depois que seu marido faleceu, ela preferiu
sair de lá.

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Percebe-se que o pronome possessivo ela refere-se ao substantivo


anteposto Mariana, coesão pelo recurso anafórico.

Pronomes indefinidos

Os pronomes indefinidos (ex: tudo, todos, nenhum, vários, cada um,


cada qual) também trabalham como elementos coesivos em um texto.

Exemplo:

Trouxeram-lhe joias, flores, doces. Foi tudo obra de um admirador.

Observe que tudo se refere a joias, flores, doces e, dessa forma,


retoma uma expressão já citada (função anafórica).

GABARITO: ERRADO

Questão 46 – (CESPE) Analista Técnico – MDIC/2014

Os municípios do Brasil alcançaram, em média, um índice de


desenvolvimento humano municipal (IDHM) alto, graças a avanços
em educação, renda e expectativa de vida nos últimos vinte anos.

Mas o país ainda registra consideráveis atrasos educacionais, de


acordo com dados divulgados pela Organização das Nações Unidas e
pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 aponta que o


IDHM médio do país subiu de 0,493, em 1991, para 0,727, em 2010
— quanto mais próximo de 1, maior é o desenvolvimento. Com isso, o
Brasil passou de um patamar “muito baixo” para um patamar “alto”
62456350391

de desenvolvimento social. O que mais contribuiu para esse índice foi


o aumento na longevidade, que subiu de 64,7 anos para 73,9 anos.
Também houve aumento de 14,2% ou (R$ 346,31) na renda nesse
período.

Os maiores desafios concentram-se na educação, o terceiro


componente do IDHM. Apesar de ter crescido de 0,279 para 0,637 em
vinte anos, o IDHM específico de educação é o mais distante da meta
ideal, de 1. Em 2010, pouco mais da metade dos brasileiros com
dezoito anos de idade ou mais havia concluído o ensino fundamental;
e só 57,2% dos jovens entre quinze e dezessete anos de idade tinham
o ensino fundamental completo. O ministro da Educação admitiu um
“imenso desafio” na área, mas destacou que a educação é o
componente que, tendo partido de um patamar mais baixo, registrou

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os maiores avanços, graças ao aumento no fluxo de alunos


matriculados nas escolas. O índice de crianças de cinco e seis anos de
idade que entraram no sistema de ensino passou de 37,3%, em 1991,
para 91,1%, em 2010.

Conforme o atlas, dois terços dos 5.565 municípios brasileiros estão


na faixa de desenvolvimento humano considerada alta ou média. Ao
mesmo tempo, a porcentagem de municípios na classificação “muito
baixa” caiu de 85,5%, em 1991, para 0,6%, em 2010. O relatório
identificou uma redução nas disparidades sociais entre Norte e Sul do
Brasil, mas confirmou que elas continuam a existir. Um exemplo disso
é que 90% dos municípios das regiões Norte e Nordeste têm baixos
índices de IDHM em educação e renda.

Internet: (com adaptações).

No que se refere às ideias e expressões linguísticas contidas


no texto, julgue o item que se segue.

A coerência e a correção gramatical do texto seriam mantidas caso o


vocábulo “longevidade” (sublinhado no texto) fosse substituído
por expectativa de vida.

Comentários

Esta é uma questão que aborda o assunto coesão lexical. Ela se


refere ao tipo de coesão que é obtida por meio da simples
repetição ou da substituição léxica (de palavras). Observe que os
termos usados para esse tipo de substituição sempre terão uma
afinidade semântica.

No caso desta questão, devemos verificar se a palavra “longevidade”


62456350391

pode ser substituída pela expressão “expectativa de vida” e, ainda


assim, serem mantidas a coerência e a correção gramatical do texto.

Vamos ao texto para observar o emprego da palavra “longevidade”:

O que mais contribuiu para esse índice foi o aumento na longevidade,


que subiu de 64,7 anos para 73,9 anos. Também houve aumento de
14,2% ou (R$ 346,31) na renda nesse período.

Se reescrevermos o trecho acima, teremos:

O que mais contribuiu para esse índice foi o aumento na expectativa


de vida, que subiu de 64,7 anos para 73,9 anos. Também houve

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aumento de 14,2% ou (R$ 346,31) na renda nesse período.

Observe as palavras em negrito, pois elas nos mostram que a


correção gramatical foi mantida, pois “longevidade” e
“expectativa” estão no singular e no feminino.

Quanto à coerência, podemos verificar a afinidade semântica entre


esses termos, pois “longevidade” quer dizer “longa duração de vida”.

Dessa forma, percebemos que a substituição proposta no item


está correta.

GABARITO: CERTO

Questão 47 – (CESPE) Agente de Polícia Federal – PF/2014

O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente


ameaça à humanidade e à estabilidade das estruturas e valores
políticos, econômicos, sociais e culturais de todos os Estados e
sociedades. Suas consequências infligem considerável prejuízo às
nações do mundo inteiro, e não são detidas por fronteiras: avançam
por todos os cantos da sociedade e por todos os espaços geográficos,
afetando homens e mulheres de diferentes grupos étnicos,
independentemente de classe social e econômica ou mesmo de idade.
Questão de relevância na discussão dos efeitos adversos do uso
indevido de drogas é a associação do tráfico de drogas ilícitas e dos
crimes conexos — geralmente de caráter transnacional — com a
criminalidade e a violência. Esses fatores ameaçam a soberania
nacional e afetam a estrutura social e econômica interna, devendo o
governo adotar uma postura firme de combate ao tráfico de drogas,
articulando-se internamente e com a sociedade, de forma a
62456350391

aperfeiçoar e otimizar seus mecanismos de prevenção e repressão e


garantir o envolvimento e a aprovação dos cidadãos.

Internet: <direitoshumanos.usp.br>

No que se refere aos aspectos linguísticos do fragmento de


texto acima, julgue o próximo item.

O pronome possessivo “Suas” (em negrito no texto) refere-se a “de


todos os Estados e sociedades” (sublinhado no texto).

Comentários

Esta é uma questão que aborda o assunto coesão gramatical. Ela se

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caracteriza pelo uso de mecanismos conhecidos como


operadores lógicos da língua (pronomes, numerais, advérbios)
e operadores de sequenciação (coesão sequencial).

No caso desta questão, o operador lógico usado como mecanismo


coesivo foi o pronome possessivo suas.

A banca solicita que o candidato avalie se o pronome “suas” retoma o


antecedente “de todos os Estados e sociedades”. Quando um termo
apresenta referente anteposto, dizemos que ele é um elemento
coesivo anafórico.

Vamos ao texto para observar o emprego do pronome suas:

O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente


ameaça à humanidade e à estabilidade das estruturas e valores políticos,
econômicos, sociais e culturais de todos os Estados e sociedades. Suas
consequências infligem considerável prejuízo às nações do mundo inteiro,
(...)

Se reescrevermos o trecho acima, teremos:

O uso indevido de drogas constitui, na atualidade, séria e persistente


ameaça à humanidade e à estabilidade das estruturas e valores políticos,
econômicos, sociais e culturais de todos os Estados e sociedades. As
consequências do uso indevido de drogas infligem considerável prejuízo
às nações do mundo inteiro, (...)

Dessa forma, percebemos que o pronome “suas” retoma, por


coesão (evita a desnecessária repetição de palavras), o
antecedente “O uso indevido de drogas”.

GABARITO: ERRADO
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Questão 48 – (CESPE) Nível Superior – AL-SE/2011

(Adaptada)

Sr. Y (sem revisão do orador) — Boa tarde a todos. Primeiramente,


dizemos aos presentes que, em todo o mundo, está sendo celebrado o
Dia Internacional dos Direitos Humanos. Em 1948, foi aprovada e
proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos como o
mais forte grito a humanidade contra a intolerância, a discriminação e
o preconceito.

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De lá para cá, muita coisa avançou. O Brasil tornou-se país signatário


de todos os tratados e convenções dos direitos humanos. E, nesse
avanço, há quinze anos surgiu o Conselho Estadual de Direitos
Humanos do Estado do Espírito Santo, um “adolescente” que teve
papel extremamente importante, no Espírito Santo, em todas as lutas,
estando sempre ao lado dos humilhados e dos ofendidos. O Conselho
Estadual de Direitos Humanos foi a voz dos excluídos e dos presos,
em uma época recente.

Internacionalmente, ressoou, na Corte Interamericana dos Direitos


Humanos e na ONU, o grito dos excluídos, extremamente importante
para o Espírito Santo, para o Brasil e para o mundo. Enquanto
teimarmos e não reconhecermos que existem problemas,
discriminação, preconceito e violência, não avançaremos. É
fundamental que reconheçamos que eles existem, pois esse é o papel
do Conselho Estadual de Direitos Humanos. Graças ao Conselho
Estadual de Direitos Humanos, o Espírito Santo avançou muito. Com
apenas quinze anos, nosso conselho é um dos mais velhos do Brasil.

Graças a esse conselho, muitas conferências foram estimuladas.


Agora ele está empenhado na criação de um programa voltado para a
educação em direitos humanos, o enfrentamento à tortura, o combate
à homofobia e o combate a todas as formas de preconceito e
discriminação.

Esta sessão solene celebra momento muito importante para nós, para
o Espírito Santo, para o Brasil e para o mundo. Os direitos humanos
devem-nos orientar e dar-nos esperança e disposição para remarmos
contra a maré. Temos de entender que as pessoas não podem
continuar sendo discriminadas se quisermos construir um projeto de
nação. Os direitos humanos têm de ser uma política pública — é
fundamental que assim seja — e incorporada definitivamente como
projeto de nação, pois uma nação sem direitos humanos não pode ter
62456350391

o nome de nação. Nenhuma nação será forte enquanto as mulheres


não tiverem respeitados e garantidos todos os seus direitos; nenhuma
nação será forte enquanto o povo sofrer qualquer discriminação racial
ou de gênero; nenhuma nação será forte se houver intolerância
religiosa; nenhuma nação será forte se houver homofobia, em suma,
nenhuma forma de preconceito pode existir. Os direitos humanos têm
a tarefa de ser a tribo civilizadora.

Internet: <www.al.es.gov.br> (com adaptações).

Em relação aos elementos linguísticos do texto, julgue a


seguinte afirmativa:

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A expressão “em suma”, de caráter explicativo, tem a função de


retomar, exclusivamente, o trecho imediatamente anterior: “nenhuma
nação será forte se houver homofobia”. (trechos sublinhados no
texto)

Comentários

Esta é uma questão que sempre aparece nas provas. A banca


solicita que você analise a afirmativa de modo a verificar a
retomada de termos ou trechos de um texto. O examinador tenta
confundir o candidato, ele oferece um determinado trecho (ou
palavra, ou expressão) que estaria sendo retomado e questiona se
aquilo está certo, se é realmente aquele o trecho retomado pela
expressão constante do enunciado. O candidato precisa ter bastante
atenção e domínio do processo coesivo para identificar corretamente o
que é retomado (às vezes, a diferença é sutil), de acordo com o
pedido do enunciado.

Nesta questão, a banca pede para verificar se a expressão em suma


retoma, exclusivamente, o trecho imediatamente anterior: nenhuma
nação será forte se houver homofobia. Atente-se para a palavra
exclusivamente! Dessa forma, é preciso que voltemos ao texto
para examinar se em suma retoma apenas o trecho do
enunciado, se retoma mais trechos ou se retoma trechos
completamente diferentes. Ao relermos as últimas linhas do texto,
percebemos que o elemento de coesão sequencial em suma dá início
a um resumo de toda a informação exposta anteriormente a ele
(Nenhuma nação será forte enquanto as mulheres não tiverem
respeitados e garantidos todos os seus direitos; nenhuma nação será
forte enquanto o povo sofrer qualquer discriminação racial ou de
gênero; nenhuma nação será forte se houver intolerância religiosa;
nenhuma nação será forte se houver homofobia), e não retoma
apenas o trecho nenhuma nação será forte se houver homofobia.
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Observe que há outro erro na afirmativa da questão: o


elemento de coesão sequencial em suma não tem caráter
explicativo e, sim, de resumo.

Gabarito: ERRADO

Questão 49 – (CESPE) Nível Superior – ANTAQ/2014

A participação e o lugar da mulher na história foram negligenciados


pelos historiadores e, por muito tempo, elas ficaram à sombra de um
mundo dominado pelo gênero masculino. Ao pensarmos o mundo

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medieval e o papel dessa mulher, o quadro de exclusão se agrava


ainda mais, pois, além do silêncio que encontramos nas fontes de
consulta, os textos, que muito raramente tratam o mundo feminino,
estão impregnados pela aversão dos religiosos da época por elas.

Na Idade Média, a maioria das ideias e de conceitos era elaborada


pelos escolásticos. Tudo o que sabemos sobre as mulheres desse
período saiu das mãos de homens da Igreja, pessoas que deveriam
viver completamente longe delas. Muitos clérigos consideravam-nas
misteriosas, não compreendiam, por exemplo, como elas geravam a
vida e curavam doenças utilizando ervas.

A mulher era considerada pelos clérigos um ser muito próximo da


carne e dos sentidos e, por isso, uma pecadora em potencial. Afinal,
todas elas descendiam de Eva, a culpada pela queda do gênero
humano. No início da Idade Média, a principal preocupação com as
mulheres era mantê-las virgens e afastar os clérigos desses seres
demoníacos que personificavam a tentação. Dessa forma, a maior
parte das autoridades eclesiásticas desse período via a mulher como
portadora e disseminadora do mal.

Isso as tornava más por natureza e atraídas pelo vício. A partir do


século XI, com a instituição do casamento pela Igreja, a maternidade
e o papel da boa esposa passaram a ser exaltados. Criou-se uma
forma de salvação feminina a partir basicamente de três modelos
femininos: Eva (a pecadora), Maria (o modelo de perfeição e
santidade) e Maria Madalena (a pecadora arrependida). O matrimônio
vinha para saciar e controlar as pulsões femininas. No casamento, a
mulher estaria restrita a um só parceiro, que tinha a função de
dominá-la, de educá-la e de fazer com que tivesse uma vida pura e
casta.

Essa falta de conhecimento da natureza feminina causava medo aos


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homens. Os religiosos se apoiavam no pecado original de Eva para


ligá-la à corporeidade e inferiorizá-la. Isso porque, conforme o texto
bíblico, Eva foi criada da costela de Adão, sendo, por isso, dominada
pelos sentidos e os desejos da carne. Devido a essa visão, acreditava-
se que ela fora criada com a única função de procriar.

Essa concepção de mulher, que foi construída através dos séculos, é


anterior mesmo ao cristianismo. Foi assegurada por ele e se deu
porque permitiu a manutenção dos homens no poder; forneceu ao
clero celibatário uma segurança baseada na distância e legitimou a
submissão da ordem estabelecida pelos homens. Essa construção
começou apenas a ruir, mas os alicerces ainda estão bem fincados na
nossa sociedade.

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Patrícia Barboza da Silva. Colunista do Brasil Escola. (com adaptações).

A respeito das ideias e de aspectos gramaticais do texto acima,


julgue o item.

O acento indicativo de crase em “à sombra” (sublinhado no texto)


poderia ser omitido sem prejuízo da correção gramatical do texto,
visto que seu emprego é opcional no contexto em questão.

Comentários

Observe que o substantivo “sombra” está determinado, ou seja, é “a


sombra de um mundo dominado pelo gênero masculino” (não é toda e
qualquer sombra).

Portanto, o uso do artigo definido “a” é obrigatório.

A preposição “a” também é obrigatória, por causa da regência do


verbo “ficar”.

Assim, a crase é obrigatória, pois temos “artigo” + “preposição”.

Dessa maneira, o item está errado.

Gabarito: ERRADO

Questão 50 – (CESPE) Oficial da Polícia Militar – PM-CE/2014

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Ele não descobriu a América

Oficialmente, o título de “descobridor da América” pertence ao


navegante genovês Cristóvão Colombo, mas ele não foi o primeiro
estrangeiro a chegar ao chamado Novo Mundo. Além disso, o próprio
Colombo nunca se deu conta de que a terra que encontrou era um
continente até então desconhecido.

A arqueologia já revelou vestígios da passagem dos vikings pelo


continente por volta do ano 1000. Leif Ericson, explorador que viveu
na região da Islândia, chegou às margens do atual estado de Maine,
no norte dos Estados Unidos da América (EUA), no ano 1003. Em
1010, foi a vez de outro aventureiro nórdico, Bjarn Karlsefni, aportar
nos arredores de Long Island, na região de Nova York. Além disso,

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alguns pesquisadores defendem que um almirante chinês chamado


Zeng He teria cruzado o Pacífico e desembarcado, em 1421, no que
hoje é a costa oeste dos EUA.

Polêmicas à parte, Cristóvão Colombo jamais se deu conta de que


havia descoberto um novo continente. A leitura de suas anotações de
bordo ou de suas cartas deixa claro que ele acreditou até a morte que
tinha chegado à China ou ao Japão, ou seja, às “Índias”. É o que o
navegador escreveu, por exemplo, em uma carta de março de 1493.

Mesmo nos momentos em que se apresenta como um “descobridor”,


Colombo se refere aos arredores de um continente que o célebre
Marco Polo – do qual foi leitor assíduo – já havia descrito. Em outubro
de 1492, depois de seu primeiro encontro com nativos americanos, o
explorador fez a seguinte anotação em seu diário de bordo: “Resolvi
descer à terra firme e ir à cidade de Guisay entregar as cartas de
Vossas Altezas ao Grande Khan”. Guisay é uma cidade real chinesa
que Marco Polo visitara. Nesse mesmo documento, Colombo escreveu
que, segundo o que os índios haviam informado, ele estava a caminho
do Japão. Os nativos tinham apontado, na verdade, para Cuba.

Suas certezas foram parcialmente abaladas nas viagens seguintes,


mas o navegador nunca chegou a pensar que aportara em um novo
continente. Sua quarta viagem o teria levado, segundo escreveu, à
província de “Mago”, “fronteiriça à de Catayo”, ambas na China.

Somente nos últimos anos de sua vida o genovês considerou a


possibilidade de ter descoberto terras realmente virgens. Mas foi
necessário certo tempo para que a existência de um novo continente
começasse a ser aceita pelos europeus. Américo Vespúcio foi um dos
primeiros a apresentar um mapa com quatro continentes. Mais tarde,
em 1507, a nova terra seria batizada em homenagem ao explorador
italiano. Um ano depois da morte de Colombo, que passou a vida sem
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entender bem o que havia encontrado.

Antouaine Roullet. In: Revista História Viva. Internet: (com adaptações).

Julgue o item que se segue, considerando as ideias veiculadas


no texto acima, a sua estrutura e seus aspectos gramaticais.

No segmento ‘fronteiriça à de Catayo’ (sublinhado no texto), o


emprego do sinal indicativo de crase seria obrigatório ainda que se
eliminasse a preposição “de”.

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Comentários

Neste caso, teríamos “fronteiriça a Catayo”, sem a presença do artigo


“a”.

Isso está certo, pois é gramaticalmente correto e não altera o sentido


original do texto.

Assim, o sinal indicativo de crase não é obrigatório ainda que se


elimine a preposição “de”.

Portanto, o item está incorreto.

Gabarito: ERRADO

62456350391

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REGÊNCIA VERBAL E NOMINAL: um pouco de teoria

Vamos, agora, inteirar o estudo do tema com assuntos


complementares aos que foram explorados na resolução das
questões.

Alguns verbos e nomes da oração não conseguem, por si mesmos,


expressar uma significação completa. Para obter essa completude
sintática, eles necessitam estabelecer uma relação de dependência
com outros termos.
Assim, é importante estudar as relações entre os termos
regentes (verbos, substantivos, adjetivos ou advérbios) e os
termos regidos.
Para entender melhor essa relação, observe os exemplos a seguir:

O candidato revelou-se preparado para as provas.


TERMO REGENTE TERMO REGIDO

Sua preferência pela filha mais velha era evidente.


T. REGENTE T. REGIDO

Todos assistiram aos espetáculos atentamente.


T. REGENTE T. REGIDO

Eles compravam seus alimentos em pequenos mercados.


T. REGENTE T. REGIDO

Você deve ter notado que, nos dois primeiros exemplos, o termo
regido está completando o sentido de nomes (adjetivo e substantivo,
respectivamente). Nos dois últimos exemplos, por sua vez, o termo
regido completa o sentido de verbos.

Assim, para facilitar a compreensão do tema, a regência é dividida em


regência nominal e regência verbal.
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O mais importante para você, no estudo de Regência, é saber


quando se deve e quando não se deve empregar preposição
entre o termo regente e o termo regido, bem como saber qual a
preposição mais indicada (caso seu uso seja necessário).

Note que, nos três primeiros exemplos citados anteriormente, foi


necessário o emprego de preposições. Na última oração, no entanto,
não houve necessidade de utilizá-las.

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REGÊNCIA VERBAL

REGÊNCIA DE VERBOS ESPECÍFICOS

AGRADAR

- Transitivo direto: quando significar “acariciar, acarinhar”.

Antes de dormir, agradava sua namorada afagando-lhe os cabelos.


OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: quando significar “satisfazer, contentar”.

O governo daquele prefeito não agradou aos eleitores.


OBJETO INDIRETO

Atenção!

O verbo DESAGRADAR é sempre transitivo indireto.

AGRADECER

- É transitivo direto e indireto:

Agradeci a meu chefe o aumento salarial.


OBJETO INDIRETO OBJETO DIRETO

Na linguagem culta, evita-se dizer:

62456350391

Agradeci a meu chefe pelo aumento salarial.

AJUDAR

- Transitivo direto: quando significar “auxiliar, prestar ajuda”.

Ajudava sua mãe nas tarefas domésticas sempre que podia.


OBJETO DIRETO

- Transitivo direto e indireto: quando aparecer seguido de infinitivo


e também for completado por um objeto direto. Observe:

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Ajudava sua mãe a realizar as tarefas domésticas.


O. DIRETO O. INDIRETO (ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA INDIRETA)

ANTIPATIZAR/SIMPATIZAR

- São transitivos indiretos e pedem o uso da preposição “COM”:

Ele antipatizou com o cunhado, porém simpatizou com a sogra.


OBJETO INDIRETO OBJETO INDIRETO

Atenção!

Ambos os verbos não possuem forma pronominal. Portanto, na


linguagem culta, não é correto dizer:

Ele se antipatizou com o cunhado, porém se simpatizou com a sogra.

ASPIRAR

- Transitivo direto: quando significar “respirar, inalar”.

As vítimas do incêndio aspiraram muita fumaça.


OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: no sentido de “ambicionar, desejar, almejar”.

Desde pequeno, aspirava ao cargo de Presidente da República.


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OBJETO INDIRETO

Embora se trate de objeto indireto, não se deve utilizar o pronome


“LHE” em complemento ao verbo “ASPIRAR”. Trata-se de uma
exceção às regras de emprego dos pronomes oblíquos. Prefira utilizar
as formas tônicas analíticas “A ELE, A ELA, A ELES, A ELAS”.

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ASSISTIR

- Transitivo direto: quando significar “ajudar, auxiliar, socorrer”.

Os médicos assistiram muitas vítimas do incêndio.


OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: no sentido (mais comum) de “ver, presenciar,


observar”.

Assistimos ao programa de televisão.


OBJETO INDIRETO

Ele sempre queria assistir aos jogos de vôlei.


OBJETO INDIRETO

Na linguagem coloquial, costuma-se utilizar o verbo “ASSISTIR”


sempre como transitivo direto, ainda que no sentido acima
mencionado. Você deve ter em mente, no entanto, que a regência
correta de “assistir” (no sentido de “ver, presenciar,
observar”) exige o complemento preposicionado, sobretudo
porque se trata de verbo bastante cobrado nos certames.

Assim, observe que não é correto substituir os objetos indiretos acima


pelos pronomes oblíquos “O, A, OS, AS” (exclusivos para objetos
diretos). 62456350391

Também não é possível, formalmente, utilizar as frases acima na voz


passiva (é errado dizer “o jogo de vôlei foi assistido por ele”), pois já
aprendemos que verbos transitivos indiretos não aceitam a voz
passiva. Na língua falada, no entanto, essa construção é bastante
comum.

ATENDER

- Transitivo indireto: quando significar “atentar”.

O candidato não atendeu aos requisitos mínimos para ocupar o cargo.


OBJETO INDIRETO

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- No sentido mais comum de “responder, ser atencioso, cuidar”, o


verbo tanto poderá ser transitivo direto quanto transitivo
indireto.

Ela atendeu ao telefone.


OU
Ela atendeu o telefone.

Caso se queira, no entanto, substituir o complemento por pronome


oblíquo átono, utiliza-se a regência transitiva direta (“Ela atendeu-o”).

ALERTAR, ANUNCIAR, AVISAR, CERTIFICAR, COMUNICAR,


INFORMAR, NOTIFICAR, PREVENIR

Todos os verbos acima seguem a mesma lógica a seguir anunciada.

- Transitivo direto e indireto: quando significar “comunicar, dar


esclarecimento”.

O jornal informou a greve rodoviária aos telespectadores.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

O jornal anunciou a greve rodoviária aos telespectadores.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

O jornal comunicou a greve rodoviária aos telespectadores.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

Para alguns desses verbos, pode haver duas estruturas:

Informar algo a alguém.


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OU
Informar alguém de/sobre algo.

Observe os exemplos abaixo:

O jornal informou a greve rodoviária aos telespectadores.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

O jornal informou os telespectadores sobre a greve rodoviária.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

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CHEGAR, IR, DIRIGIR-SE

Os três verbos acima são intransitivos e possuem sentido de


deslocamento. Eles exigem, no entanto, a presença de adjunto
adverbial de lugar iniciado pelas preposições “A” ou “PARA”.

Aos doze anos, fui para Salvador.


ADJUNTO ADVERBIAL

Muitas pessoas chegaram ao centro de convenções pontualmente.


ADJUNTO ADVERBIAL

Eles dirigiram-se ao local combinado.


ADJUNTO ADVERBIAL

Atenção!

Nos casos acima, o uso da preposição “EM” não é aconselhado pela


linguagem formal (apesar de bastante comum na linguagem
coloquial). Evite, portanto, dizer “eu fui no quarto” ou “eu cheguei em
Salvador”.

CUSTAR

- Intransitivo: quando significar “valer, ter preço”, seu complemento


não será objeto, mas sim adjunto adverbial.

Sua casa valia quase um milhão de reais.


ADJUNTO ADVERBIAL

- Transitivo indireto: quando significar “ser difícil, ser custoso”.


Nesse caso, o sujeito será oracional, ou seja, será uma oração
subordinada substantiva subjetiva, sempre reduzida de infinitivo. Uma
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vez que o sujeito é oracional, o verbo CUSTAR virá sempre na terceira


pessoa do singular. Observe:

Custou aos familiares esquecer a morte de Maria.


OBJETO INDIRETO ORAÇÃO SUBORDINADA SUBJETIVA

Nunca diga: “os familiares custaram a esquecer a morte de Maria”,


pois essa construção está errada.

DESCULPAR

- É transitivo direto:

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Desculpe os erros cometidos.


OBJETO DIRETO

Também pode ser usado na forma pronominal, caso em que exigirá o


auxílio da preposição “POR”.

Desculpe-me pelos erros cometidos.

ENSINAR

- Transitivo direto: quando significar “educar”.

O professor ensinou muitas crianças carentes no interior do estado.


OBJETO DIRETO

- Transitivo direto e indireto: quando se diz “ensinar algo a


alguém”. Nesse caso, o objeto direto será o algo ensinado e o objeto
indireto será o alguém a quem se ensinou.

Ensinava matemática a todos os netos.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

ESQUECER/LEMBRAR

- Transitivo direto: no sentido mais usual de ESQUECER (“perder


na memória”) e LEMBRAR (“reter na memória”):

Marina esqueceu os aprontes do namorado e resolveu casar-se.


OBJETO DIRETO

Também pode ser usado na forma pronominal, caso em que exigirá o


auxílio da preposição “DE”. 62456350391

Marina esqueceu-se dos aprontes do namorado e resolveu casar-se.


OBJETO INDIRETO

- Transitivo direto e indireto: quando significar “obter, conseguir”.


Nesse sentido (pouco usual), o verbo flexiona-se para concordar com
o sujeito.

Eles houveram da justiça o direito de construir o edifício.


O. INDIRETO OBJETO DIRETO

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IMPLICAR

- Transitivo indireto: quando significar “embirrar, antipatizar”.


Nesse caso, usa-se a preposição “COM”.

João sempre implicou com meus parentes.


OBJETO INDIRETO

- Transitivo direto e indireto: quando significar “envolver,


comprometer”. Nesse caso, o objeto indireto será precedido da
preposição “EM”.

A justiça implicou os criminosos em penas bastante altas.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

- Transitivo direto: quando significar “acarretar, ocasionar”.

Seus crimes implicaram penas bastante altas.


OBJETO DIRETO

NAMORAR

Há algum tempo, o verbo NAMORAR era transitivo direto (“namorar


alguém”). Nos dias atuais, no entanto, é muito mais comum dizer-se
“namorar com alguém” (transitivo indireto).

São admitidas ambas as construções.

Lídia só namorava rapazes inteligentes.


OBJETO DIRETO

Lídia só namorava com rapazes inteligentes.


OBJETO INDIRETO

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NECESSITAR

- Tanto pode ser transitivo direto quanto transitivo indireto.

Ele necessitava minha ajuda semanalmente.


OBJETO DIRETO

Ele necessitava de minha ajuda semanalmente.


OBJETO INDIRETO

OBEDECER/DESOBEDECER

- São transitivos indiretos.

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Obedeça a seus pais.


OBJETO INDIRETO

Ele sempre desobedeceu às ordens dos superiores.


OBJETO INDIRETO

A peculiaridade desses verbos está no fato de admitirem a voz


passiva (apesar de serem transitivos indiretos):

João era obedecido sem maiores esforços.

PAGAR/PERDOAR

- Transitivos diretos: quando o complemento for “coisa”, e não


“pessoa”.

Paguei os impostos. Perdoei as dívidas.


OBJETO DIRETO OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: quando o complemento for “pessoa”.

Paguei aos credores. Perdoei aos inimigos.


OBJETO INDIRETO OBJETO INDIRETO

- Transitivo direto e indireto: quando houver dois complementos;


um será “coisa” e o outro será “pessoa”.

Paguei as dívidas aos credores.


OBJETO DIRETO OBJETO DIRETO

PRECISAR

- No sentido de “necessitar”, tanto pode ser transitivo direto quanto


62456350391

pode ser transitivo indireto (uso mais comum).

Preciso de sua ajuda.


OBJETO INDIRETO
Preciso sua ajuda.
OBJETO DIRETO

- É transitivo direto quando significar “estipular, marcar”.

A arquiteta precisou o valor do projeto.


OBJETO DIRETO

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PREFERIR

É transitivo direto e indireto. Diz-se “preferir isso a aquilo”. A


preposição indicada para iniciar o objeto indireto é sempre “A”.

Preferia Abelardo a todos os namorados anteriores.


OBJETO DIRETO OBJETO INDIRETO

Não é correto dizer “preferia Abelardo mais que todos os namorados


anteriores” ou “preferia sair do que ficar em casa”. A preposição deve
ser sempre “A”.

TRATAR

- Transitivo direto: no sentido de “dar tratamento (a algo ou


alguém)” ou no sentido de “fazer acordo, fazer negócio”.

Ele tratava todo mundo com respeito.


OBJETO DIRETO

O corretor tratou a venda do imóvel com o comprador.


OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: quando significar “discorrer, abordar (um


assunto)”.

Na reunião, tratamos dos problemas financeiros enfrentados pela empresa.


OBJETO INDIRETO

Tratei das questões familiares na terapia.


OBJETO INDIRETO

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VISAR

- Transitivo direto: quando significar “olhar, mirar”.

Visou o horizonte e seguiu em disparada.


OBJETO DIRETO

- Transitivo indireto: quando significar “desejar, almejar”.

Visou ao cargo de presidente na empresa da família.


OBJETO INDIRETO

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Atenção!

Se o complemento do verbo VISAR for uma oração reduzida de


infinitivo, costuma-se abolir o uso da preposição, ainda que o sentido
seja de “desejar, almejar”. A preposição será, portanto, facultativa.

Visou ocupar o cargo de presidente.


Visou a ocupar o cargo de presidente.

CRASE

O estudo da Crase costuma ser um grande incômodo para muitos


candidatos. Você verá, após esta aula, que não há motivo para
desespero. O uso da crase é muito mais simples do que parece à
primeira vista (Com ou sem crase? Vamos descobrir!).

Antes de iniciarmos, convém esclarecer que a crase não equivale


ao acento grave. São coisas distintas, porém relacionadas ao
mesmo acontecimento.

A crase é o fenômeno de união entre duas vogais idênticas.

O acento grave é o sinal gráfico que indica a presença do


fenômeno crase.

Em nossa língua, só há crase na junção de duas vogais “A” (as


demais vogais, por sua vez, não formam crase).

Essa união (de duas vogais “A”) pode se dar de diversas maneiras.
Vamos ver as junções mais frequentes:
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PREPOSIÇÃO “A”

+
A AQUELE / AQUELA / AQUILO A QUAL / AS QUAIS
ARTIGO PRONOMES DEMONSTRATIVOS PRONOMES RELATIVOS
DEFINIDO

Observe que, no esquema acima, a preposição “A” liga-se a termos


também iniciados pela letra “A”. A crase irá unir as duas vogais, para
que não seja necessário repeti-las.

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Assim, para que você entenda perfeitamente essa união, vamos


separar os exemplos por cada tipo de ocorrência da crase:

PREPOSIÇÃO “A” + ARTIGO DEFINIDO “A”:

João foi à casa de sua amiga.


= foi a + a casa
= foi para a casa

No exemplo acima, é fácil notar que houve a união de uma vogal “A”
(preposição) com outra vogal “A” (artigo feminino). Isso ocorreu
porque a regência do verbo “IR” exige complemento preposicionado
(“quem vai, vai A algum lugar”) e porque o complemento “A CASA” é
formado por artigo feminino “A”.

Em grande parte dos casos em que ocorre crase, a primeira vogal


“A” (com valor de preposição) poderá ser substituída pela
preposição “PARA”. Isso facilita bastante a visualização dos
elementos unidos pela crase (por exemplo: “quem vai, vai PARA
algum lugar”).
Portanto, sempre que você conseguir desmembrar o “À” em “PARA
A”, a crase estará empregada corretamente.

Alice perguntou à secretária se alguém havia telefonado.


= perguntou a + a secretária
= perguntou para a secretária

Averiguar a presença do artigo também é essencial, pois lembre que


estamos tratando da união de preposição “A” + artigo “A”. Assim,
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não basta a presença da preposição para que haja a crase. Observe:

Alice perguntou a ela se alguém havia telefonado.


= perguntou para ela

Não houve crase porque não houve encontro de preposição “A” com artigo
“A”.

Em outros casos, veremos que a preposição “A” não possui o mesmo


sentido da preposição “PARA”. Assim, a substituição não fará sentido
e teremos de verificar a existência da junção (entre preposição e
artigo) de outras maneiras.

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Uma boa dica é substituir “À” por “AO”, ou seja, colocar o termo
regido no masculino para conferir se há a junção de preposição “A”
com artigo definido. Veja:

Nós éramos indiferentes às provocações de todos.


= indiferentes aos caprichos

Assim, ficou fácil perceber que o termo regente (“INDIFERENTES”)


exige complemento preposicionado, bem como que o termo regido
(“AS PROVOCAÇÕES”) inicia-se com artigo feminino “AS”. Agora, veja
um caso em que não haverá crase:

Nós éramos indiferentes a você.

Não é possível dizer “nós éramos indiferentes ao você”, pois não cabe
artigo antes de “você”. Nesse caso, portanto, não haverá a ocorrência
da crase, por falta de artigo “A” para unir-se com a preposição “A”.
Espero que, até aqui, você esteja conseguindo compreender a lógica
da crase! Para confirmar, vamos ver mais uma série de exemplos em
que testaremos a presença da crase.

O estudante voltou à cidade natal depois de formado.


= voltou a + a cidade natal
= voltou para a cidade natal

Ele era favorável à descriminalização do aborto.


= favorável a + a descriminalização
= favorável ao controle

O policial ordenou às vítimas que permanecessem no local.


= ordenou a + as vítimas
= ordenou aos presentes
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Somos muito gratos à ajuda prestada por ela.


= gratos a + a ajuda
= gratos ao auxílio

Espero que as medidas sejam úteis à melhoria da situação.


= úteis a + a melhoria
= úteis para a melhoria
= úteis ao aprimoramento

Os brasileiros assistiram à Copa do Mundo com esperança de vitória.


= assistiram a + a Copa do Mundo
= assistiram ao torneio

Para compreender a ocorrência da crase, é essencial recorrer aos


conhecimentos de regência.
Já aprendemos que o verbo “ASSISTIR” será transitivo indireto ao
significar “ver, presenciar”. Assim, exigirá um complemento com

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preposição “A” (quem assiste, assiste A algo). Isso justifica a crase no


último exemplo acima.
Por outro lado, se significar “prestar auxílio”, o verbo “ASSISTIR” será
transitivo direto e não caberá a preposição “A” (portanto, não haverá
crase). Perceba:

Os médicos assistiram as vítimas do tiroteio com bastante dedicação.


= assistiram os doentes

OBSERVAÇÃO:
No caso dos topônimos (nomes locativos), devemos estar atentos!
Somente haverá crase se o nome aceitar a presença de artigo.
Observe:

Vamos à Bahia.
= Vamos a + a Bahia
= Vamos para a Bahia

Vamos a Olinda.
= Vamos para Olinda

Agora que já estudamos a crase na junção de preposição “A” +


artigo “A”, vamos analisar os outros casos.

PREPOSIÇÃO “A” + PRONOMES DEMONSTRATIVOS


“AQUELE, AQUELA, AQUILO”:
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Ele aconselhou que eu me dirigisse àquela casa em busca de proteção.


= me dirigisse a + aquela casa
= me dirigisse para aquela casa

Aqui, a lógica será a mesma do caso analisado anteriormente. A


diferença é que, agora, a junção será entre preposição “A” e
“AQUELE/AQUELA/AQUILO”.

Poderemos, até mesmo, utilizar as mesmas dicas de substituição,


como substituir a preposição “A” por “PARA” ou substituir o
“À” por “AO”. Observe:

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O professor fez alusão àquele assunto visto na aula passada.


= alusão a + aquele assunto
= alusão ao assunto

Os andarilhos voltaram àquela localização em busca de água.


= voltaram a + aquela localização
= voltaram para + aquela localização
= voltaram ao local

Fomos contrários àquilo que você disse.


= contrários a + aquilo
= contrários ao que você disse

Vamos, agora, analisar o terceiro caso mais comum de crase:

PREPOSIÇÃO “A” + PRONOMES RELATIVOS “A QUAL, AS


QUAIS”:

A rua à qual me dirigi estava interditada.


= a + a qual me dirigi
= para a qual me dirigi
O beco ao qual me dirigi estava interditado.

É possível notar que o emprego do sinal grave, neste caso, segue a


mesma lógica acima ensinada. Teremos, portanto, de estar sempre
atentos ao termo regente (para averiguar se ele exige complemento
preposicionado).

No exemplo acima, o termo regente é um verbo transitivo indireto


(“dirigir-se a algum lugar”) que necessita da preposição “A” para
completar seu sentido. Ao unir-se à forma “A QUAL”, temos uma
junção de duas vogais “A”, o que justifica o emprego do sinal de
crase.

Vamos ver mais um exemplo: 62456350391

A música à qual me referi tocou na rádio.


= a + a qual me referi
O livro ao qual me referi (...).

Vamos, agora, analisar algumas peculiaridades sobre a crase.

CRASE E TERMOS DETERMINADOS

Os artigos e os pronomes demonstrativos determinam os nomes.


Assim, dizer “menina age com o coração” é diferente de dizer “a

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menina age com o coração”. No primeiro caso, há a ideia de


indeterminação (“toda menina age com o coração”). No segundo caso,
o termo “menina” está determinado pelo artigo “a”, ou seja, “aquela
menina age com o coração”. É preciso estar atento a isso quando
analisamos a crase.

Observe:

Ele nunca foi a festa.


a festas
para qualquer festa

Ele nunca foi à festa.


para aquela festa específica

Para saber se haverá ou não a crase, devemos analisar o contexto: se


a palavra estiver em sentido genérico, não haverá a união (e,
portanto, não haverá o sinal indicativo de crase); mas se a palavra
estiver em sentido determinado, haverá a união (a crase), que será
indicada pelo sinal grave.

As crianças devem ir a escola.


para qualquer escola

As crianças não devem ir à escola hoje.


para a escola específica

CRASE OBRIGATÓRIA

Há casos em que a crase necessariamente ocorrerá. Vamos ver quais


são.

Em locuções femininas: nesse caso, o uso da crase não se dá por


relação regencial (como nos casos acima), mas para evitar
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ambiguidades, ou seja, para evitar que se confunda a locução com


outros termos da oração.

À noite, à tarde, à beça, à revelia, à deriva, à farta, à luz, à vista, à


escuta, à primeira vista, à hora certa, à esquerda, à direita, à toa, à
espanhola, à milanesa, à oriental, à ocidental, às vezes, às
escondidas, às avessas, às claras, às moscas, às pressas, às turras, à
vontade, às ocultas, à custa de, à força de, à beira de, à espera de, à
procura de, à vista de, à sombra de, à exceção de, à semelhança de,
à frente de, à razão de, à mercê de, à base de, à moda de, à maneira
de, à imitação de, à medida que, à proporção que, etc.

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Ficamos dias à espera de uma solução para nosso problema.

A escola fica à esquerda do hospital.


À medida que o conhecia, mais encantada ficava.
Apaixonou-se à primeira vista.

EXCEÇÃO:

As locuções adverbiais de meio ou instrumento não recebem o sinal


indicativo de crase. Alguns gramáticos, no entanto, consideram como
facultativo o emprego do sinal nesses casos.

Ele foi morto a bala / a espada / a foice.


Escrevia suas cartas a mão / a máquina.

OBSERVAÇÃO:

Muitas vezes, a locução adverbial “À MODA DE” aparece implícita.


Nesses casos, deve-se manter o sinal indicativo de crase:

Ela vestia-se à Lady Di.


à moda de Lady Di

Cantava à Elis Regina.


à maneira de Elis Regina

Antes de horas exatas:

Saiu às sete horas.


Marcamos à meia-noite, mas ele não apareceu.
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João sai do trabalho à uma hora.


A criança assistia à televisão das 8h às 9h.

OBSERVAÇÃO:
Se o tempo indicado for indeterminado ou generalizado, não há a
crase:

A perícia confirmou que ele foi morto após as 21 horas.


Daqui a três horas, sairei para jantar.
João sai do trabalho a uma hora. (= daqui a uma hora)

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SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS: um pouco de teoria

Vamos, agora, inteirar o estudo do tema com assuntos


complementares aos que foram explorados na resolução das
questões. Vale lembrar que este tópica está muito ligado aos assuntos
que envolvem o conhecimento de Coesão e Coerência Textual.

Mas, afinal, o que é coesão textual?

Para explicar o que é a coesão, antes, precisamos entender o que é


coerência textual, pois os dois conceitos estão intimamente ligados.

Um texto coerente é aquele bem construído, sem incompatibilidade


entre as suas partes, que possui uma correta interpretação, e não é
apenas uma soma ou sequência de frases sem lógica ou com
contradições. A coerência estabelece um sentido para o texto e
faz com que este tenha uma adequada relação com seu
receptor. A coerência é a responsável pela continuidade dos
sentidos no texto.

Temos, ainda, que prestar atenção em um fator: a incoerência não


depende apenas da maneira como são combinados os elementos
linguísticos no texto, mas também dos conhecimentos sobre o mundo
em que ele se insere. Um mesmo texto, portanto, pode ter sentido ou
não, a depender de fatores como o tipo dele e a situação em que ele
se relaciona com o leitor ou até mesmo com outros textos.

Em resumo, existe coerência na medida em que se é possível


estabelecer no texto alguma forma de unidade ou relação
entre seus elementos.

Diante do exposto, percebemos que se pode conceituar a


coerência como um princípio de interpretabilidade, ou seja, não
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existe o texto incoerente por si só, mas o texto pode ser


incoerente em uma certa situação de comunicação com o
interceptor. Assim, para classificarmos um texto como incoerente,
temos que determinar as questões de incoerência. Essas questões
podem ser da ordem de adequação a alguma situação, como a
intenção comunicativa do autor, objetivos do texto, destinatários,
regras socioculturais, etc.

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E qual a relação entre coerência e coesão?

A coerência está totalmente ligada à coesão textual, uma vez que


a coesão se refere às relações que se estabelecem entre os elementos
que formam o texto, ou seja, a coesão é a responsável pela
conexão e ligação, entre as partes do texto, por meio dos
chamados mecanismos de coesão textual. A coesão também
trata da relação entre as orações dentro do texto. Assim, quando se
empregam corretamente os elementos linguísticos, geralmente,
conseguimos um texto coerente.

Geralmente, porque, embora a coesão esteja bastante presente na


estrutura da coerência, ela, por si só, não garante que um texto seja
coerente. Os mecanismos coesivos nem sempre são suficientes
ou necessários para que a coerência se estabeleça de forma
completa. Há, em grande parte das vezes, a necessidade de
conhecimentos referentes a situações externas ao texto, como:
conhecimento de mundo, dos interlocutores, de normas sociais, etc.

Desse modo, há muitas sequências de palavras, com poucos ou


nenhum elemento coesivo, mas, por serem coerentes, constituem um
texto e, por isso, possuem a chamada textura ou textualidade. Eles
são, portanto, textos sem coesão, porém, coerentes.

De maneira inversa, como a coesão, às vezes, não é suficiente para


obtenção da coerência, há sequências linguísticas coesas que
dificilmente conseguem estabelecer, para o leitor, um sentido global
que as tornem coerentes, ou seja, não há como se determinar uma
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continuidade ou unidade de sentido.

É importante, portanto, percebermos que é a coerência que dá


textualidade a uma sequência linguística e não a coesão.

Podemos dizer que a coesão atua na organização da sequência


linguística do texto. Ela trabalha a conexão entre as diversas partes
do texto e, desse modo, observa-se que a coesão é sintática e
gramatical, mas também semântica, porque, em várias ocorrências,
os mecanismos de coesão se baseiam em uma relação entre os
significados dos elementos constantes do texto.

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A coesão tem relação com a coerência quando verificamos que aquela


é um dos fatores que permite o cálculo desta.

ELEMENTOS (RECURSOS) COESIVOS

Antes de começarmos a estudar os tipos de coesão existentes e


explicar cada um dos mecanismos coesivos, quero conversar com
você sobre os conceitos de alguns elementos (recursos)
coesivos de nossa língua. Assim, vai ficar mais fácil entender de
que forma são usados os mecanismos que veremos depois.

COESÃO LEXICAL

Você já notou que um texto produz cadeias coesivas à medida que


os vocábulos são registrados?

Dizemos, assim, que o texto possui uma estrutura diafórica, em


que ideias são sempre retomadas ou previstas. Dessa maneira, os
elementos de coesão lexical e gramatical apresentam
referentes antepostos, pospostos, internos e externos.

Assim, de uma forma mais geral, podemos dividir a coesão em


lexical e gramatical.

A coesão lexical, também denominada reiteração léxica, refere-se


ao tipo de coesão que é obtida por meio da simples repetição
ou da substituição léxica (de palavras). Observe que os termos
usados para esse tipo de substituição sempre terão uma afinidade
semântica. 62456350391

Aqui, cabe registrar a questão da coesão por repetição de


vocábulos. Podemos pensar que a repetição de palavras sempre
gera um texto mal construído, mal estruturado. Mas, não é bem
assim, pois a repetição pode ser um recurso estilístico ou de
ênfase, ou seja, ela pode ser intencional. A repetição, portanto,
deve ser feita com muito cuidado, tendo em vista que desejamos que
nossos textos fiquem ricos e bem articulados. Não queremos textos
pobres, não é mesmo?

Em primeiro lugar, vamos ver os problemas da repetição (coisas


que não podem acontecer na estrutura dos textos).

Uma precaução que sempre devemos ter é a proximidade entre

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as palavras repetidas. Quando elas estão muito próximas,


ocorre um desconforto.

Para tanto, observe a seguinte oração:

Mariana trabalhava em uma indústria automobilística. Após dois anos


como secretária, Mariana resolveu mudar de setor.

Outro cuidado importante se relaciona com a repetição de um


mesmo vocábulo em número excessivo, o que deixa o texto
monótono e com uma estrutura deficiente.

Vejamos um exemplo:

João é um rapaz que gosta muito de estudar matemática, mas nos


últimos meses, ele tem achado matemática uma matéria difícil, pois o
professor de matemática indicou um livro de matemática bastante
complicado.

Em segundo lugar, verificam-se alguns casos específicos, em que a


repetição é usada de forma intencional, com o objetivo de se
realçarem as ideias, como recurso estilístico ou de se obter ênfase.

Esse artifício costuma ser aplicado em textos literários,


publicitários, discursos, provérbios e ditados populares.

Exemplos:

“Cana na fazenda dá pinga; pinga na cidade dá cana.”

“Saudade, palavra que nunca morre, quando morre fica arquivada no


coração.”

“Vermelhos Especiais de Koleston.


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Cores mais quentes que duram, duram, duram.”

Ainda há um outro caso de repetição que não é visto como problema:


quando o termo repetido é usado com diferente aspecto
semântico (outro sentido).

Exemplo:

Quem casa quer casa.

Note que o substantivo casa foi empregado com dois significados

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diferentes.

SUBSTITUIÇÃO LÉXICA

Vamos, agora, estudar a substituição léxica (de palavras,


vocábulos, expressões). Esse tipo de mecanismo coesivo é bastante
útil, pois permite evitar a repetição não intencional e enriquece o
texto.

Sobre o assunto, precisamos estudar alguns conceitos, que serão


explicados a seguir.

Sinonímia

Como o próprio nome diz, é uma substituição feita por meio do


uso de palavras ou expressões sinônimas. Atente-se para o fato
de não existir uma sinonímia perfeita, e sim uma aproximação
semântica.

Desse modo, procuramos usar uma palavra que tenha um significado


semelhante àquela que será substituída, ou seja, tenha uma
identidade referencial. Mas, cuidado! Temos sempre que
examinar o contexto e a coerência, para termos certeza de que
uma palavra pode ser trocada por outra. A depender do sentido
do texto, podemos usar em um determinado caso, mas não em outro.
Então, devemos verificar se a palavra realmente se encaixa no trecho
em questão.

Ainda precisamos examinar se é necessário mudar alguma outra


palavra para que a estrutura da oração continue gramaticalmente
correta, ou seja, talvez seja preciso trocar ou colocar uma preposição,
ou alterar as palavras de feminino para masculino, etc.
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Que tal um exemplo para facilitar o entendimento?

Observe estas palavras: aquiescência, anuência, autorização,


concordância e consentimento. É perceptível que elas possuem
sentidos aproximados e que, de uma forma geral, podem ser trocadas
entre si, pois estão inseridas em um mesmo campo semântico.

Agora, vamos usá-las em uma sentença, que mostra o que acabamos


de ler:

O fato de os empresários terem conduzido a negociação sem a


anuência dos jogadores irritou a alta cúpula do clube. Esse
consentimento era necessário conforme acordo anterior.

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O fato de os empresários terem conduzido a negociação sem a


autorização dos jogadores irritou a alta cúpula do clube. Essa
aquiescência era necessária conforme acordo anterior.

Hiperonímia

A substituição lexical por hiperonímia é feita por meio de


palavras que possuem uma significação mais ampla
(abrangente) do que a substituída.

Devemos notar que os vocábulos (que se conectam) remetem a uma


mesma noção e, portanto, permitem que o texto ou o trecho dele
fique bem articulado e possua uma unidade de significação.

Para esclarecer, observe as seguintes palavras:

trabalhador – operário – homem

Podemos, afirmar que operário é sinônimo de trabalhador e que


homem é hiperônimo (sentido mais amplo) tanto de trabalhador,
quanto de operário.

remédio – medicamento – produto

No exemplo, medicamento é sinônimo de remédio, e produto é


hiperônimo tanto de remédio quanto de medicamento.

Hiponímia

O conceito de substituição por hiponímia é similar ao da hiperonímia,


mas, aqui, a palavra substituta tem uma significação mais
restrita (específica).

Como exemplos, veja as seguintes palavras:


62456350391

remédio – medicamento – analgésico

Note que medicamento é sinônimo de remédio, e analgésico é


hipônimo tanto de remédio quanto de medicamento.

cor - preto - negro

Por sua vez, preto é sinônimo de negro, e ambos são hipônimos do


vocábulo cor.

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Metonímia

Tipo de substituição lexical que ocorre quando o segundo vocábulo


mantém com o anterior uma relação de contiguidade e
aproximação semântica.

Preste atenção nestas palavras:

moços – jovens - juventude - mocidade

Temos que moços e jovens são pessoas, portanto podem ser palavras
consideradas sinônimas. A mesma coisa acontece com juventude e
mocidade, ambas são fases de vida e sinônimas. Mas, agora, compare
moços (e jovens) com mocidade (e juventude); observe que se trocou
a ideia de pessoa por fase de vida em que ela se encontra. Apesar
disso, os vocábulos remetem a um mesmo sentido e possuem, entre
si, uma estreita ligação semântica.

Percebemos, assim, que esse tipo de substituição contribui para que o


texto ou o trecho dele fique bem articulado e possua uma unidade de
significação.

Elipse e Zeugma

É um tipo de substituição por zero. Mas, como assim? Na


verdade, não há substituição, e sim uma ausência ou retirada
do vocábulo.

Elipse e zeugma possuem características semelhantes. Na elipse,


existe a omissão de um termo não mencionado antes, mas de
fácil identificação pelo contexto. Na zeugma, o termo ou expressão já
foi anteriormente citado, ou seja, a segunda palavra fica
logicamente subentendida em relação à primeira.
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Exemplo de elipse:

No fim da festa de aniversário, sobre as mesas, copos e garrafas


vazias.

Neste caso de elipse, note que, antes de sobre, está subentendido


(pelo contexto) o termo havia.

Exemplo de zeugma:

Os estudantes fizeram uma passeata na Praça da República. Também


danificaram parte de um monumento histórico.

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Note que, antes de também, está logicamente subentendido o


vocábulo estudantes.

Podemos considerar zeugma um tipo de elipse. Então, estará correto


se a questão da prova trouxer qualquer um desses dois tipos de
omissão e denominá-lo elipse.

Elipse e zeugma representam, portanto, mais um tipo de coesão que


contribui para uma devida articulação do texto e, consequentemente,
para a manutenção de uma unidade semântica.

Nominalização

A nominalização é um mecanismo coesivo feito por meio da


substituição de um verbo por um nome, ou seja, formas
nominalizadas.

Exemplo:

Os grevistas paralisaram todas as atividades do metrô. A paralisação


durou dois dias.

Expressões ou grupos nominais definidos

Trata-se de expressões que exercem a retomada de termos


(referem-se a outros vocábulos) por meio de propriedades ou
características destes.

Destaco que é importante observar o contexto e as instruções


coletadas ao longo do texto para a correta identificação dos termos
conectados entre si, ou seja, dos mecanismos coesivos.

Exemplos: 62456350391

Obama perdeu a batalha no Congresso. O presidente dos Estados


Unidos vem sofrendo diversas derrotas políticas.

Uma mulher perambulava pela rua escura: faminta, suja, cansada. A


pobre criatura parecia não notar a chuva fina que caía.

Quando a substituição qualifica uma pessoa ou coisa, temos o que se


denomina epíteto.

Exemplo:

Fernanda Montenegro ganhou outro prêmio por sua participação no


filme Central do Brasil. Na cerimônia de apresentação, a grande dama

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do teatro estava muito emocionada.

Você precisa perceber, em cada conceito explicitado acima, a conexão


que existe entre a coesão léxica e os elementos (recursos) coesivos
vistos no tópico anterior.

Assim, como exemplo, o mecanismo coesivo pode ser por meio de


uma expressão ou grupos nominais definidos, em conjunto com
um elemento anafórico.

Volte ao exemplo de coesão lexical já citado:

Obama perdeu a batalha no Congresso. O presidente dos Estados


Unidos vem sofrendo diversas derrotas políticas.

Dizemos que é um exemplo de anáfora lexical, porque a expressão


presidente dos Estados Unidos refere-se a um termo anteposto e é
uma substituição léxica.

EXEMPLOS – TRECHOS DE EXEMPLOS PROVAS

Neste tópico, vou colocar para vocês trechos retirados de textos


que foram objeto de provas anteriores. Neles, irei apontar o tipo
de mecanismo coesivo utilizado.

Preste atenção!
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Sartre mora na esquina da rue de l’Abbaye, num quarto andar aonde


se ascende por uma escada meio escura, em caracol. Esse solteirão
de 45 anos vive com sua mãe, e tem um apartamento bem arranjado.

A expressão esse solteirão de 45 anos se refere ao substantivo


próprio anteposto Sartre – exemplo de anáfora lexical.

É o que propõe o Projeto de Lei n. 3.111/2012. Pela proposta, os


postos que distam mais de vinte quilômetros de centros urbanos
deverão ter ambulâncias e pessoal treinado para prestar socorro.

O substantivo proposta foi empregado como elemento de coesão


lexical (nominalização).

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A divulgação científica, as informações e os conhecimentos que


podemos oferecer à educação são elementos que contribuem para
formar a opinião, a capacidade de crítica e de decisão dos diferentes
setores da sociedade.

Por ser mais abrangente e abarcar os sentidos específicos das três


palavras mencionadas, note que o termo elementos funciona como
hiperônimo (anafórica lexical) do trecho divulgação científica, as
informações e os conhecimentos.

A lei caracteriza algumas ações e as define como crimes. Esses delitos


são classificados de acordo com o tipo de bem que atingem, material
ou imaterial.

Por ser mais específico e inserir-se no sentido mais abrangente de


delitos, perceba que o termo crimes funciona como hipônimo
(catáfora lexical) de delitos.

As grandes atividades arquetípicas da sociedade humana são, desde o


início, inteiramente marcadas pelo jogo. Como, por exemplo, no caso
da linguagem, esse primeiro e supremo instrumento que o homem
forjou a fim de poder comunicar, ensinar e comandar. É a linguagem
que lhe permite distinguir as coisas, defini-las e constatá-las, em
resumo, designá-las e com essa designação elevá-las ao domínio do
espírito. Na criação da fala e da linguagem, brincando com essa
maravilhosa faculdade de designar, é como se o espírito estivesse
constantemente saltando entre a matéria e as coisas pensadas. Por
detrás de toda expressão abstrata se oculta uma metáfora, e toda
metáfora é jogo de palavras.

No trecho acima, observamos a repetição da palavra linguagem, mas


não é uma repetição equivocada. É um exemplo de repetição
intencional, que não deixa o texto monótono ou mal articulado.
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Aqui, também se verifica a repetição da palavra metáfora, mas apesar


de as duas ocorrências estarem próximas, percebe-se que foi uma
repetição para se obter ênfase. O exemplo também mostra o uso
de coesão lexical (nominalização), pois o substantivo designação
foi empregado para substituir o verbo designar. Ainda temos outros
exemplos de coesão lexical (anáfora), uma vez que as expressões
primeiro e supremo instrumento, maravilhosa faculdade de designar e
toda expressão abstrata fazem referência à palavra anteposta
linguagem.

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COESÃO GRAMATICAL

A coesão gramatical se caracteriza pelo uso de mecanismos


conhecidos como operadores lógicos da língua (pronomes,
numerais, advérbios) e operadores de sequenciação (coesão
sequencial).

Você perceberá que, tal como ocorreu na coesão lexical, existe


conexão entre a coesão gramatical e os elementos (recursos)
coesivos. Preste atenção, então, em todos os operadores lógicos que
serão vistos e seus respectivos conceitos.

OPERADORES LÓGICOS

Agora, vamos estudar os operadores lógicos.

A coesão gramatical se caracterizava pelo uso de operadores


lógicos da língua (pronomes, numerais, advérbios) e
operadores de sequenciação.

Pronomes

Vamos ver o uso do pronome como mecanismo coesivo.


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Em primeiro lugar, você deve ter em mente que os pronomes são


mecanismos de coesão por excelência, porque são amplamente
usados para retomar (anáfora) ou projetar (catáfora) termos
em um texto. O tema é muito vasto, portanto, vamos ver os casos
mais importantes e que são cobrados em prova, certo?

O essencial, aqui, e que você precisa dominar para fazer a


prova é saber ligar o pronome ou qualquer outro operador
lógico ao seu respectivo referente. Não importa qual o tipo de
pronome ou operador usado na sentença. O que a banca pergunta,
geralmente, é se você sabe a qual referente se conecta determinado
operador, ou seja, se você sabe identificar o mecanismo coesivo.

Vamos destrinchar mais um pouco o assunto?

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Pronomes Demonstrativos

Devemos ter uma atenção especial com os pronomes demonstrativos.


Isso porque eles possuem uma particularidade no seu uso anafórico e
catafórico. Existem regras para tanto, que devem ser observadas com
o objetivo de se obedecer à norma culta da língua.

Vamos a essas regras?

O pronome este (e suas variações estes, esta, estas, isto) é usado,


em um texto, para anunciar algo que ainda será dito ou
escrito. Dessa forma, podemos afirmar que o pronome este possui
uma função catafórica.

Por sua vez, o pronome esse (e suas variações esses, essa, essas,
isso) é utilizado, em um texto, para retomar algo que já foi dito
ou escrito. Assim, dizemos que o pronome esse possui uma função
anafórica.

Vejamos os seguintes exemplos:

O caminho para a aprovação nos concursos é este: estudar muito.

Estudar muito: o caminho para a aprovação nos concursos é esse.

Observe que, na primeira sentença, ainda vamos dizer qual o caminho


para aprovação, e que, na segunda, já revelamos qual é o caminho.

Os pronomes demonstrativos podem exercer função localizadora,


ou seja, dar ao leitor instruções sobre a localização dos respectivos
referentes no texto.

Assim, quando temos uma sentença e queremos fazer uma


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distinção entre dois elementos já mencionados, usamos o


pronome este (e suas variações estes, esta, estas, isto) para
retomar o elemento citado por último e o pronome aquele (e
suas variações aqueles, aquela, aquelas, aquilo) para retomar o que
foi citado em primeiro lugar.

Portanto, no caso acima, os pronomes este e aquele possuem,


ambos, função anafórica.

Vamos ver um exemplo:

Podemos comprar livros nacionais e importados em boas livrarias de


Brasília. Mas, sabemos que aqueles são mais baratos que estes.

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Neste exemplo, identificamos que aqueles se refere a livros nacionais


e que estes se refere a livros importados.

Pronomes relativos

Vamos ver o pronome relativo que.

O pronome que é muito usado em nossa língua e se caracteriza por


ser um importante mecanismo de coesão, pois ele serve para retomar
substantivos e facilitar bastante o processo coesivo, o que evita
repetições desnecessárias.

Exemplo:

Estive em uma cidade que é considerada uma das mais bonitas do


mundo.

Note que o pronome que se refere ao substantivo cidade, e podemos


entender assim:

Estive em uma cidade. A cidade é considerada uma das mais bonitas


do mundo.

Esse mesmo princípio se aplica também a outros pronomes relativos


como quando, onde, o qual (e variações os quais, a qual, as quais)
e cujo (e variações cujos, cuja, cujas).

Quanto ao pronome cujo, alerto que possui uso um pouco mais


específico, com algumas regrinhas especiais em relação aos outros
relativos.

São estas as regrinhas do pronome cujo:

 concorda com o consequente;


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 retoma o antecedente (função anafórica);


 dá uma ideia de posse;
 não aceita artigo antes dele nem depois;
 aceita preposição antes dele.

Um exemplo:

A lei cujos artigos são obsoletos será abolida.

Aí, vemos que o pronome cujos retoma o substantivo lei


(antecedente) e concorda com o substantivo artigos (consequente).

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Pronomes possessivos

Os pronomes possessivos também são muito empregados para fazer


referência a outras palavras no texto.

Veja o exemplo:

Mariana vendeu o apartamento. Depois que seu marido faleceu, ela


preferiu sair de lá.

Notamos, de forma clara, que o pronome possessivo seu refere-se ao


substantivo anteposto Mariana, coesão pelo recurso anafórico.

Pronomes pessoais

Os pronomes pessoais são bastante utilizados para fazer referência a


outras palavras no texto.

Veja o exemplo:

Mariana vendeu o apartamento. Depois que seu marido faleceu, ela


preferiu sair de lá.

Percebe-se que o pronome possessivo ela refere-se ao substantivo


anteposto Mariana, coesão pelo recurso anafórico.

Pronomes indefinidos

Os pronomes indefinidos (ex: tudo, todos, nenhum, vários, cada um,


cada qual) também trabalham como elementos coesivos em um texto.

Exemplo:

Trouxeram-lhe joias, flores, doces. Foi tudo obra de um admirador.


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Observe que tudo se refere a joias, flores, doces e, dessa forma,


retoma uma expressão já citada (função anafórica).

Advérbios

Os advérbios possuem papel fundamental no processo coesivo, uma


vez que podem posicionar o tempo ou lugar de um termo no
texto, por meio de sua função anafórica, catafórica ou dêitica.

Nada melhor que exemplos para entendermos:

João foi ao Rio de Janeiro. Lá é uma cidade que recebe muitos

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turistas.

Percebe-se, no exemplo acima, que o relator não se encontra no Rio


de Janeiro, por causa do uso do advérbio lá como mecanismo coesivo,
que retoma Rio de Janeiro.

Venha ao Ceará e conheça as maravilhas daqui.

Observe que, o uso do advérbio daqui se refere ao substantivo já


mencionado Ceará e demonstra sua função coesiva.

Numerais

Os numerais (operadores lógicos) também exercem função coesiva.

Note, por meio dos exemplos a seguir, que o numeral é um


mecanismo de coesão, pois ele pode ser usado para se fazer
referência a outros termos de uma sentença ou de um texto.

Antônio, Francisco e João estudam na mesma faculdade. Os três


pretendem formar-se no ano que vem.

Haverá prêmios para os melhores trabalhos. O primeiro será uma


viagem a Paris.

Maria, Ana e Amanda são atletas. A primeira joga tênis, a segunda


joga futebol e a terceira pratica natação.

Atenção!

O que você precisa dominar para fazer a prova é saber ligar o


operador lógico ao seu respectivo referente. Não importa qual o
tipo de operador usado na sentença. O que a banca pergunta,
geralmente, é se você sabe a qual referente se conecta determinado
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operador, ou seja, se você sabe identificar o mecanismo coesivo.

EXEMPLOS – TRECHOS EXEMPLOS DE PROVAS

Neste tópico, vou colocar para vocês trechos retirados de textos


que foram objeto de provas anteriores. Neles, irei apontar o tipo
de mecanismo coesivo utilizado.

Preste atenção!

A civilização deu uma importância extraordinária à escrita e, muitas


vezes, quando nos referimos à linguagem, só pensamos nesse seu

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aspecto. É preciso não perder de vista, porém, que lhe há ao lado,


mais antiga, mais básica, uma expressão oral.

Notamos que o pronome possessivo lhe refere-se ao substantivo


anteposto escrita – uso de recurso anafórico.

Em milênios de filosofia, só dois filósofos quebraram as fronteiras da


academia para que seus nomes gerassem adjetivos conhecidos de
todos, até de quem não sabe quem eles foram: Platão e Maquiavel.
Todos ouvimos falar em amor platônico ou em pessoas maquiavélicas.
Não interessa que os especialistas se irritem porque Maquiavel não foi
maquiavélico; o fato é que ele, como Platão, deixou uma marca no
imaginário social.

Temos, aqui, um exemplo de função anafórica do pronome


pessoal ele, pois verifica-se que esse pronome se refere ao
substantivo Maquiavel, anteriormente mencionado.

Durante os primeiros séculos da história do Brasil, o uso de


abreviaturas nos documentos aqui escritos era constante.

Percebe-se que a expressão durante os primeiros séculos da história


do Brasil é um termo dêitico temporal.

Oscar não acredita em Papai do Céu, nem que estará um dia


construindo brasílias angélicas nas verdes pastagens do Paraíso. Põe
ele, como um verdadeiro homem, a felicidade do seu semelhante no
aproveitamento das pastagens verdes da Terra; no exemplo do
trabalho para o bem comum e na criação de condições urbanas e
rurais, em estreita intercorrência, que estimulem e desenvolvam este
nobre fim: fazer o homem feliz dentro do curto prazo que lhe foi dado
para viver.
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O pronome demonstrativo este é um recurso catafórico, pois


projeta a expressão referente (fazer o homem feliz dentro do curto
prazo que lhe foi dado para viver) à frente no texto.

Quando se fala em sistema público de comunicação, pensa-se


justamente em um conjunto de mídias públicas (nos diversos
suportes, como rádio, televisão, Internet etc.) que operam de modo
integrado e sistêmico, tendo como horizonte o interesse dos cidadãos.
Para o professor Laurindo Leal Filho, da Universidade de São Paulo,
um dos pioneiros na pesquisa sobre mídia pública no Brasil, esse não
é um conceito fechado.

No exemplo acima, o pronome esse refere-se ao conceito de sistema


público de comunicação explicitado anteriormente. Dessa forma,

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temos um emprego de recurso anafórico.

De sorte que, saindo das insolações demoradas para as inundações


subitâneas, a terra, mal protegida por uma vegetação decídua, que as
primeiras requeimam e as segundas erradicam, se deixa, a pouco e
pouco, invadir pelo regime francamente desértico.

Verifica-se que o numeral primeiras se refere à expressão mencionada


anteriormente insolações demoradas. Por sua vez, o numeral
segundas retoma a expressão anteposta inundações subitâneas.
Assim, ambos são casos de numeral exercendo sua função
coesiva anafórica.

COESÃO SEQUENCIAL

A coesão gramatical se caracteriza pelo uso de mecanismos


conhecidos como operadores lógicos da língua (pronomes,
numerais, advérbios) e operadores de sequenciação (coesão
sequencial).

Por meio dessa definição, vemos que a coesão sequencial (ou


sequenciação) se inclui na coesão gramatical, pois naquela se usam
os operadores de sequenciação (ou operadores
argumentativos) como mecanismos de coesão textual.

Esses operadores são, em grande parte, as conjunções coordenativas


e as subordinativas adverbiais, locuções conjuntivas, preposições,
locuções prepositivas.

Aqui, cabe salientar que vamos ver o uso da conjunção como


mecanismo coesivo. 62456350391

A coesão sequencial se refere basicamente à ligação de palavras,


orações, parágrafos. Desse modo, os operadores sequenciais não são
somente as conjunções e preposições, também outras palavras fazem
as vezes de mecanismo coesivo na sequenciação textual.

Na sequenciação, é sempre essencial garantir a manutenção temática


e os encadeamentos, de modo a buscar os elementos lógicos e
operadores da sequência linguística que forma o texto.

O estudo da coesão sequencial é bastante denso e estudado em um


nível mais elevado por muitos teóricos. O assunto é muito complexo
e, aqui, estudaremos apenas o que é passível de ser cobrado em
provas de concurso, certo?

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Temos que ter conhecimento de que os operadores de


sequenciação são os responsáveis pela conexão dentro do
texto, e por isso, dão sequência à leitura, estabelecem relações
de sentido e ligam as ideias constantes no texto.

Para fazermos as provas, precisamos estudar os operadores de


sequenciação (ou argumentativos). Eles serão divididos em
grupos de valor semântico para facilitar nosso entendimento.
Atenção! Esta lista a seguir não é exaustiva, são apenas exemplos
mais comuns.

Vamos, lá?

Oposição, contraste, adversidade, compensação, concessão:


mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto, não obstante,
pelo contrário, em contraste com, exceto por, por outro lado, ainda
que, mesmo (que), apesar de, em detrimento de, a despeito de,
conquanto, se bem que.

Exemplos:

Estudo muito, mas não passo no concurso.

Ainde que trabalhe muito, ganha pouco.

Tempo: quando, logo que, depois que, antes que, sempre que, desde
que, até que, assim que, enquanto, mal, apenas, finalmente, enfim,
por fim, atualmente, logo após, ao mesmo tempo, enquanto isso,
frequentemente, eventualmente, se.

Exemplos:

Vou estudar muito até que passe no concurso.


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Quando eu tirar férias, vou viajar.

Objetivo, finalidade, propósito, intenção: para, para que


(porque), a fim de que, com o objetivo (intuito, escopo), com o fim
de, com a finalidade de, a fim de.

Exemplos:

Estou estudando para que eu passe no concurso.

Vou tirar férias com o objetivo de fazer uma viagem para a Europa.

Prioridade, relevância, ordem: primeiramente, precipuamente, em

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primeiro lugar, primeiro, antes de mais nada, acima de tudo,


sobretudo, por último, antes de tudo.

Exemplos:

Antes de mais nada, quero almoçar com os meus amigos.

Primeiramente, quero conversar com o gerente da loja.

Ilustração, esclarecimento, exemplificação ou retificação: ou


seja, isto é, vale dizer ainda, a saber, melhor dizendo, quer dizer, ou
melhor, ou antes, na realidade, aliás, por exemplo, em outras
palavras.

Exemplos:

Quero jantar com a minha família, ou seja, meus pais.

Amanhã, estudarei várias matérias, por exemplo: matemática,


português e física.

Contraposição: de um lado, de (ou por) outro lado.

Exemplo:

De um lado, mansões; de outro favela.

Inclusão: inclusive, ainda, mesmo, até, também.

Exemplo:

Ele gosta de todos os esportes, até dos mais perigosos.

Resumo, recapitulação: em suma, em síntese, enfim, dessa


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maneira, em resumo, recapitulando, em conclusão, portanto.

Exemplo:

Ele gosta de natação, tênis, basquete, vôlei, futebol, boxe, em suma,


de todos os esportes.

Proporcionalidade, simultaneidade, concomitância de fatos: à


proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais (menos,
menor, maior, melhor, pior).

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Exemplos:

Quanto mais estudo, mais animada eu fico com as provas.

As árvores crescem à medida que cuidamos delas.

Acordo, conformidade: conforme (ou como), consoante, segundo,


que.

Exemplos:

Segundo o professor, as provas finais serão complicadas.

Essa notícia, consoante já falamos, é verdadeira.

Dúvida, condição, hipótese: se, caso, contanto que, exceto se,


desde que (verbo no subjuntivo), a menos que, a não ser que, exceto
se, provavelmente, é provável que, possivelmente, não é certo que,
se é que.

Exemplos:

O professor irá ajudar, desde que estudemos a matéria necessária.

Se não chover amanhã, é provável que faça muito calor.

Semelhança, comparação, analogia: (do) que (após mais, menos,


maior, menor, melhor, pior), qual ou como (após tal), como ou
quanto (após tanto ou tão), como (ou igual a), assim como, como se,
feito, igualmente, da mesma forma, analogamente, por analogia, de
acordo com, sob o mesmo ponto de vista, assim também.

Exemplos:
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Viva o hoje como se não houvesse o amanhã.

Eu gosto de limão assim como Adriana gosta de maracujá.

Explicação, motivo, razão, causa: porque, que, porquanto, senão,


pois (antes do verbo), visto que (ou como), uma vez que, já que,
dado que, na medida em que, em virtude de, devido a, por motivo
(causa, razão de), graças a, em decorrência de, como, por isso.

Exemplos:

Iniciei um curso de matemática, uma vez que preciso fazer uma prova
específica.

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Em virtude de uma manifestação, ficamos presos no trânsito.

Conclusão, consequência: como resultado, por consequência, logo,


portanto, por isso, por conseguinte, então, assim, em vista disso,
sendo assim, pois (depois do verbo), de modo (forma, maneira, sorte
que).

Exemplos:

O ônibus estragou, dessa forma Joana chegou atrasada.

Não gostava de trabalhar na indústria, por isso pediu demissão.

Alternância, exclusão: ou...ou, ora...ora, quer...quer, já...já, umas


vezes...outras vezes, talvez...talvez, seja...seja..., ou.

Exemplos:

Brasil ou Espanha ganhará a competição.

Quer consiga o novo cargo, quer não, nunca desistirei de trabalhar no


setor público.

Continuação, soma, acréscimo, adição: e, nem (e não), não só


(apenas, somente), tanto quanto (como), além de, além disso,
também, ainda, outrossim, ainda mais, ademais.

Exemplos:

A felicidade não só faz bem, como é essencial.

Não desista de estudar nem de trabalhar.

Eu gosto de estudar e de trabalhar.


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Atenção!

A conjunção e, além do valor aditivo, pode ter outros valores


semânticos como adversidade e consequência.

Exemplos:

Nós trabalhamos até tarde, e não conseguimos acabar o serviço.

Mariana foi muito aplaudida e ficou tímida.

Lugar: perto de, longe de, próximo a, além de, mais adiante.

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Exemplo:

Estarei no parque amanhã, perto do lago.

EXEMPLOS – TRECHOS DE TEXTOS DE PROVAS

Neste tópico, vou colocar para vocês trechos retirados de textos


que foram objeto de provas anteriores. Neles, irei apontar o tipo
de mecanismo coesivo utilizado.

Preste atenção!

O Príncipe, que, em breve, completará 500 anos, tem características


notáveis. Primeira: é livro facílimo de ler. Segunda: apesar disso, não
há acordo sobre o que quer dizer. Nós o lemos com facilidade e não
temos certeza do que ele pretende. Talvez porque, terceira
característica, pareça contradizer o resto da vida e obra do autor.

Perceba que, ao enumerar as características da obra de Maquiavel, o


autor empregou o recurso coesivo da sequenciação numérica.

Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações


negativas dos padrões culturais de povos diferentes. Por isso, práticas
de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas,
deprimentes e imorais.

O operador sequencial por isso é empregado para fazer uma ligação


entre a ideia anterior e a ideia posterior, ou seja, como mecanismo
de coesão sequencial. Note seu valor de conclusão (consequência).

Abri uma página ao acaso e li uma frase que dizia ser um sinal de
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fraqueza, e não de virtude, ir agachar-se sob o túmulo a fim de


escapar dos golpes do destino.

Observe a presença do operador sequencial a fim, que estabelece


uma relação semântica (de valor) de finalidade.

Objetivo, finalidade, propósito, intenção: para, para que


(porque), a fim de que, com o objetivo (intuito, escopo), com o fim
de, com a finalidade de.

Cada discurso, não só dos principais oradores, mas dos secundários,


era para o Nicolau verdadeiro suplício. E, não obstante, firme,
pontual.

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Perceba que o operador sequencial não obstante é empregado para


fazer uma conexão entre a ideia anterior e a ideia posterior, ou
seja, como mecanismo de coesão sequencial. Note seu valor
adversativo, de oposição e contraste.

OUTRAS NOMENCLATURAS

Agora, quero destacar outras nomenclaturas também usadas quando


falamos de coesão textual.

Como você notou, eu usei a divisão: coesão lexical e gramatical; e


dentro de cada uma, suas subdivisões.

Alguns autores fazem outras divisões como coesão referencial e


sequencial. Nesse caso, vamos conceituar (em síntese) o que é a
coesão referencial.

A coesão referencial é aquela existente entre dois ou mais


componentes de um texto que faz remissão ou possibilita recuperar
um referente (referência a palavra, expressão ou trecho do texto
expresso anteriormente ou posteriormente).

Pode-se obter a coesão referencial por meio de dois mecanismos de


coesão: substituição (anáforas, pronomes, advérbios, elipses e
outros) e reiteração (epítetos, sinônimos, nominalizações, repetições
e outros).

Dessa maneira, você nota que são apenas as nomenclaturas que se


diferem, então não há com o que se preocupar. A banca não costuma
exigir que você saiba esse tipo de nomenclatura.
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Caro aluno,

Chegamos ao final da nossa aula.

Espero que tenha aproveitado a nossa aula e o aguardo no próximo


encontro.

Um grande abraço e bons estudos!

Ludimila

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