Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Oracy Nogueira integra uma geração cuja trajetória se entrelaça com a das
ciências sociais no país. Sua presença discreta e marcante perpassa diversas
instituições e iniciativas; sua obra inovadora aborda decisivamente temas como
o estigma e o preconceito, as relações raciais, família e parentesco, metodologia
e técnicas de pesquisa, estudos de comunidade e sociologia das profissões, entre
outros.
Sua família se muda para São Paulo, onde Oracy, já refeito, faz o curso de
formação de professor primário. Um colega mostra-lhe um anuário da Escola
Livre de Sociologia e Política (ELSP) em cujo curso de bacharelado ele ingressa
em 1940. Na Escola, torna-se logo estudante-bolsista de Donald Pierson, e lá
conhece Lisette Toledo Ribeiro que viria a tornar-se sua esposa, colaboradora e
mãe de seus quatro filhos.
Data dessa época também sua colaboração com a Comissão Paulista de Folclore,
liderada por Rossini Tavares Lima. Pesquisas social: introdução às suas técnicas,
(1964), é o resultado de um ciclo de palestas ministradas no Conservatório
Dramático e Musical de São Paulo, ao longo do ano de 1951. O. N. teve também
expressiva participação nos debates conceituais então travados pelo Movimento
Folclórico.
Em 1952, no mesmo ano em que Pierson deixou o Brasil, percebendo que sua
situação na ELSP "já não era a mesma", Oracy aceita o convite para a cadeira de
Ciência da Administração da Faculdade de Ciências Econômicas e
Administrativas da Universidade de São Paulo (USP) e para o Instituto de
Administração anexo. A partir de então, até o desligamento formal em 1961, a
relação com a Escola se desenrolaria numa agonia lenta. Em 1955, ele se efetiva
como técnico do Instituto de Administração da USP (então dirigido por Mário
Wagner Vieira da Cunha, que também passara pela ELSP) , logo tornando-se
chefe do Setor de Pesquisas Sociais.