1) Trata-se de temperaturas críticas que delimitam a zona crítica de transformação do Ferro-
carbono. A1 é a temperatura na qual ocorre a primeira transformação dos microconstituintes,
podendo ser para austenita se o teor de carbono for de 0,8 ou austenita + ferrita se for para teores de carbono abaixo. A3 é a linha que delimita a curva que rege a transformação de ferrita em austenita e vice-versa. AC3 e AC1 representam condições de temperatura otimizadas de tratamento térmico para transformação austenitica sendo AC3 inicial e AC1 final. Ar1 e Ar3 representam temperaturas críticas de resfriamento, sendo Ar3 a transformação da austenita em ferrita + austenita e Ar1 em perlita + ferrita.
2) O diagrama ferro-carbono relaciona o teor de carbono do material com a temperatura,
prevendo assim as transformações que ocorrerão no material em equilíbrio termodinâmico. Em contraste os gráficos do artigo relacionam a temperatura com o tempo das transformações fora do equilíbrio termodinâmico, aumentando ou diminuindo taxas como o resfriamento e aquecimento. Assim conseguindo prever e caracterizar a formação de microconstituintes (agregados eutetoides) como a Martensita bainitica.
3) produto da decomposição da austenita em aços ARBL, grande parte da austenita se transforma
em ferrita, e uma parte menor transforma-se em segundas partes dispersas, também tida para alguns autores como agregados eutetoides, uma delas é a estrutura bainitica: Martensita austenita (MA). As partículas de M-A apresentam tamanhos pequenos (≤ 3 μm) e é um elemento duro e frágil. Dependendo da sua forma pode passar de ser um simples concentrador de tensões a um criador de microtrincas, logo seu estudo é essencial para aumentar a resistência do material como um todo.
4) A curva de transformação TRC descrita no artigo foi determinada aplicando-se taxas de
resfriamento entre 0,1°C/s e 40°C/s. Desenvolvendo a análise metalográfica foi possível constatar que a elevação dos valores da taxa de resfriamento propicia uma maior formação do microconstituinte (MA). Para taxas de 0,1°C/s até 1°C/s com matriz de ferrita poligonal não foram identificadas formação de MA, porém a partir da taxa de 3°C/s com matriz similar a anterior, foram identificados acréscimos na quantidade de MA. Sob baixas taxas de resfriamento a matriz ferrítica evoluiu desde ferrita poligonal para ferrita quase poligonal e ferrita granular, chegando a ferrita acicular sob a taxa máxima de resfriamento de 40°C/s. Pela tabela 1, podemos constatar um aumento na dureza do aço para taxas de resfriamento maiores, chegando ao ápice para taxa de 40°C/s com 272 HV03. É importante salientar que com o aumento da dureza do material, ocorre também a fragilidade.