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ENDIVIDAMENTO DOS
PAÍSES AFRICANOS
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África21– ABRIL 2019 1
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Representação no Brasil Luís Carlos Patraquim, Muniz Sodré, Odete Costa marinamelo@africa-21.com
Belisan Editora, Comércio e Serviços Ltda Semedo e Pepetela marina.melo@sapo.pt
“É possível os
de recursos estruturais para melhoria das
condições de vida não só das mulheres,
mas também das nossas sociedades.
Na Guiné-Bissau, as mulheres são os pi-
o paraíso no seu
quase arredadas das esferas de decisão
nos espaços tradicionais locais mas tam-
bém nos órgãos de soberania e nas em-
presas. Porém, nós não partimos desta
continente”
base, mas sim reconvertemos as dinâmi-
cas de convivência para um cunho mais
machista em dois momentos:
- o regime colonial alterou os modelos
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Garantia de Capital: garantia da totalidade do montante depositado.
Origem de fundos para subscrição do DP: montantes em Kwanzas depositados
(numerário ou cheque) ou transferidos de Outras Instituições de Crédito.
4
Milhões de dólares é o valor que o Banco Africano de Desenvolvimento
disponibilizou para a operacionalização de 4 centros agros-ecológicos,
“ Sou uma criança que diz que
outras pessoas me estão a roubar
o futuro”.
Greta Thumberg, activista ambiental sueca de 15
instalados nas províncias do Huambo, Cabinda e Cuando Cubango. anos, que lidera os protestos de alunos na Europa
2, 4
biliões de Dólares é a perda anual que o PIB
africano tem tido devido as doenças.
“ Não devemos ir por aí, porque divide o país. E ele
simplesmente não merece.”
Nancy Pelosi, líder americana da Câmara dos Representantes, explicando porque era
contra a um “impeachment” a Trump
Abertas candidaturas para sede da Con- Zâmbia proíbe bebida que contém
ferência Internacional sobre o Sida Viagra
A Zâmbia proibiu a venda e a produção da Power Natural High
Energy Drink SX, uma “bebida energética” depois de receberem
uma queixa do regulador de medicamentos do país em dezembro
de 2018, sugerindo que a bebida tinha sido contaminado com o
medicamento de disfunção erétil Viagra .
A bebida também é exportada para países africanos, como
Uganda, Malaui e Zimbábue , informou a fabricante Revin Zambia.
A Autoridade Nacional de Medicamentos da Uganda disse em uma
carta datada de 28 de dezembro de 2018 que fez descobertas se-
melhantes depois que um cliente se queixou de sudorese constante
e uma ereção de quase seis horas.
A Zâmbia ordenou que o fabricante retirasse a bebida depois
que os testes mostraram que ela continha Citrato de Sildenafil, que
tem o nome de marca Viagra, o Sildenafil é um ingrediente ativo na
terapia oral para a disfunção erétil em homens e só deve estar dis-
ponível mediante receita médica, disse o comunicado.
“Os resultados do Zimbábue e da África do Sul se correlaciona-
ram com os obtidos no Laboratório de Alimentos e Drogas, que in-
dicavam uma presença positiva do Citrato de Sildenafil”, afirmou.
Em Janeiro de 2019, o Malawi proibiu a bebida após testes
Abidjan – Os países africanos desejosos de acolher a 21ª edição conduzidos no seu laboratório de controlo de qualidade de fárma-
da Conferência Internacional sobre o HIV/Sida e Doenças Sexual- cos, após terem sido levantadas preocupações de segurança na
mente Transmissíveis (ICASA 2021), em 2021, foram chamados a Zâmbia e no Uganda.
apresentar as respectivas candidaturas, anunciou, em Abidjan, a
Sociedade Africana Anti-Sida (SAA).
A escolha do anfitrião far-se-á em duas etapas: a primeira será C
ONU explora onda de mortes no confirmaram que cerca de 262 pessoas, incluindo crianças meno-
Uganda res de cinco anos, foram hospitalizadas desde 12 de março com
sintomas de confusão mental, vômitos, dores de cabeça, febre alta
O Programa Mundial de Alimentos (PMA) e o governo de Uganda e dor abdominal. Amostras do cereal, obtidas da Turquia, foram
iniciaram uma investigação sobre as mortes relacionadas à distri- enviadas para laboratórios no Quênia e na África do Sul para tes-
buição de mingau fortificado a refugiados e pessoas que sofrem de tes. Pelo menos 47.000 mulheres e crianças em Karamoja e
desnutrição. 102.000 refugiados em 13 distritos de hospedagem na Uganda re-
O Ministério da Saúde foi alertado para relatos de possível into- cebem suplementos Super Cereais sob o programa materno de
xicação alimentar entre pessoas que haviam consumido Super saúde e nutrição infantil do governo, implementado pelo PMA.
Cereal, um alimento misturado projetado para prevenir a desnutri-
ção, na região nordeste de Karamoja, em Março do ano em curso.
Quatro pessoas - dois homens, uma mulher e uma criança -
morreram e outras 262 receberam tratamento depois de consumi-
rem o mingau. A distribuição aos refugiados e as comunidades
anfitriãs em todo o país foi suspensa até que as investigações te-
nham sido concluídas.
Anuncio Imprimarte .pdf 1 25/10/16 13:04
Em uma declaração conjunta do Ministério da Saúde e PMA
732
milhões de dólares é o valor que Moçambique perde
com a corrupção desde 2018.
“ Os contadores de histórias evoluem com o
seu tempo”
Adame Ba Konaré, historiadora e literata maliana, sobre o papel actual dos “griots”
na idade das redes sociais
O Fórum Crans Montana está de volta a Dakhla, no Sahara Oci- jovens e mulheres para que se tornem agentes económicos rele-
dental, pelo quinto ano consecutivo. Mais de 1200 participantes, de vantes em Marrocos e no restante continente africano.
110 países, reuniram-se para refletir sobre o tema “Construir uma Hajbouha Zoubeir afirma que “60% dos nossos beneficiários
África Poderosa e Moderna a Serviço da Juventude”, uma edição são mulheres e acreditamos que investir em mulheres e em jovens
que deu a palavra aos jovens africanos, que representam 79% da é investir no futuro”.
população do continente. O programa de “Bolsas de excelência” da Fundação oferece a
Durante o Fórum um dos temas com maior destaque foi o papel oportunidade de ingressar nas maiores escolas nacionais e
das mulheres, que segundo os dados quase 25% das mulheres internacionais.
africanas, incluindo as mulheres marroquinas, são empresárias; “Temos 157 beneficiários que receberam bolsas de excelência,
tornaram-se campeãs do mundo na criação de empresas. 75% deles foram para escolas secundárias e universidades inter-
Uma plataforma única de intercâmbio e debate dedicada ao nacionais e alguns deles são hoje médicos e empreendedores, a
progresso das mulheres em África foi copresidida por Hajbouha participar no dia-a-dia e no desenvolvimento das suas regiões”,
Zoubeir, presidente da Fundação Phosboucraa. A Fundação apoia acrescenta a presidente da Fundação Phosboucraa.
No último Fórum Económico de Davos, em Janeiro passa- Analistas económicos pessimistas farejam no horizonte mais
do, Fang Xinghai, vice-presidente do órgão supervisor dos uma “bolha” financeira como a de 2008, esquissando cená-
Valores Mobiliários da China, afirmou que o endividamento rios contagiantes e depressivos no mercado de capitais, que
à escala planetária é o rinoceronte cinzento que está mesmo na sua complexidade não deixará ninguém incólume no cen-
à nossa frente, que todos veem mas que ninguém ousa im- tro da “city” nem nos seus arredores suburbanos.
portunar, ao mesmo tempo que todos apontam o dedo ao A entrada vigorosa da China no continente africano com li-
legendário cisne negro do mau augúrio. nhas de crédito que permitiram alavancar a construção de
numerosas infraestruturas, a sua presença como parceiro co- falta de pagamento, obter ventagens sobre matérias-primas e
mercial em todos os sectores da vida africana despertaram concessões territoriais. Trata-se de uma guerra ideológica de
as antigas potências coloniais para a competição receosos de que os africanos podem tirar proveito. Existe o mau endivi-
perder a influência tradicional que gozavam quase exclusi- damento e o endividamento sensato.
vamente. Os africanos estão perante uma grande oportunidade, tudo
A China é acusada de intoxicar o continente com linhas de depende das elites governantes.
crédito para projectos de valor duvidoso, para em caso de
A culpa é da China?
A China é apontada com a principal responsável do aumento
exponencial da dívida de alguns países africanos e as acusações
redobraram depois do Fórum de Cooperação China-África
de Setembro de 2018, quando Xi Jinping pôs sobre a mesa
mais 60 mil milhões de dólares de créditos a África, dos quais
quinze mil milhões de dólares sob a forma de empréstimos
isentos de juros, vinte mil milhões em linhas de crédito, dez
mil milhões num fundo especial para o desenvolvimento de
mecanismos financeiros e cinco mil milhões de importações
de produtos africanos.
Segundo o Instituto China-África Research Initiative (CARI)
da Universidade americana John Hopkins, o montante dos
créditos concedidos por Pequim a África desde o início do
século ascendia a 132 mil milhões de dólares, mas a China
era detentora de menos de 20% do total das dívidas públicas
A soberania mo
O Comité para o Jubileu da Dívida (CJD) – uma ONG que
defende o endividamento sustentável como alavanca para o
crescimento económico e o combate à pobreza - estima que
o aumento do peso do serviço da dívida sobre as economias
africanas é preocupante (11,7 % das receitas em 2017 contra
5,9 em 2015) mas afirma que a China não é a principal res-
ponsável.
Numa análise à composição da dívida dos países africanos,
citada pela agência Lusa, o CJD salienta que só 17% dos pa-
gamentos de juros vão para o gigante asiático contra 32% a
agentes privados e 35% às instituições multilaterais como o
FMI ou o Banco Mundial.
O britânico Tim Jones, fundador do CJD, diz que «o FMI
tem de parar de responder às crises da dívida emprestando
dinheiro para «salvar» os credores, ou seja aos bancos e ins-
tituições financeiras internacionais (IFI), o que os incentiva
a continuar a emprestar irresponsavelmente; em vez disso os Em 2017, o ativista beninense Kemi Séba queimou publi-
credores deviam ser forçados a reestruturar e reduzir a dívida». camente uma nota de 5000 francos CFA em Dacar e pas-
Sujeitar a sua população a drásticas «curas de austeridade» e ter sou vários meses atrás das grades antes de ser absolvido
de vender o seu património e as empresas públicas para salvar pela justiça senegalesa e desde então a polémica acerca
o seu sistema financeiro e os seus bancos, é a amarga receita da última moeda colonial em circulação em África não
que experimentaram, depois da crise financeira de 2008, vá- parou de crescer. Em Janeiro de 2019 um dos «amigos»
rios países do sul da Europa, sob a férula da «troika» formada europeus de Séba, o italiano Luigi di Maio, do Movimen-
pelo FMI, o Banco Central Europeu e a Comissão Europeia. to Cinco Estrelas, no poder em Roma, agarrou a deixa
Na origem das sanções esteve o escândalo da famosa «divida lançada por intelectuais e artistas africanos para acusar a
oculta» que levou à detenção, em Fevereiro, de cinco perso- França de «empobrecer África» e de obrigar milhares de
nalidades entre as quais um ex-ministro das Finanças e um africanos a emigrar para a Europa.
filho do ex-presidente Guebuza, é qualificado, por um diplo- Criada na sequência dos acordos de Bretton Woods em
mata citado pela imprensa helvética, de «hipocrisia estratos- 1945, a moeda única da «zona do franco» é atualmen-
férica»: «atacam Moçambique, mas ninguém toca na Alema- te em circulação em 14 países da União Económica e
nha, França, Suíça, Inglaterra, que estão todos implicados. Os Monetária da África Ocidental (UEMOA), da Comunida-
banqueiros que montaram essas operações de crédito sabiam de Económica e Monetária da África Central (CEMAC)
perfeitamente que o país estava sob perfusão do FMI. Deviam e nas Comores, totalizando 155 milhões de habitantes.
ter recusado». Inicialmente indexado à moeda francesa, segundo uma
paridade fixada unilateralmente pelo Banco Central fran-
O problema é África, não a China cês, o CFA é, desde a criação da moeda única europeia,
O ex-Ministro das Obras Públicas da Libéria, W.Gyude Moo- indexado ao Euro. A política monetária da zona é agora
re, afirma que a ideia de que a China é predadora e mal inten- conduzida pelo Banco Central Europeu (BCE), sediado
cionada e que quer colonizar África afogando-a em dívidas é em Francoforte. Mas é o tesouro francês que continua a
insultuosa porque subentende que os dirigentes africanos são garantir a convertibilidade do CFA em troca do deposito
ingénuos, corruptos ou inconscientes dos riscos. Na realidade, de 50 % da totalidade das reservas cambiais dos países
escreve Gyude, «em razão da sua demografia, África deverá, africanos.
nos próximos anos, criar mais empregos que qualquer outro Para o economista e ex-ministro togolês Kako Nabukpo
continente na história. Somos conscientes dos riscos, mas não (autor do livro «Sortir l´Afrique de la Servitude Monetai-
temos alternativa» re» publicado em 2016) a tutela exercida por Paris sobre
O crescimento é o principal assassino da dívida, mas não há as políticas económicas dos países da zona CFA não é
crescimento sem investimentos e quando o recurso ao crédito apenas um anacronismo neocolonial. Impede, de facto, as
é a regra para todo o investimento privado, dos particulares reformas estruturais das suas economias. A limitação do
às grandes multinacionais, é lógico que os Estados adoptem crédito e as altas taxas de juro travam os investimentos
o mesmo modelo, sobretudo quando as receitas orçamentais produtivos, criadores de riquezas e de empregos, ao mes-
são exíguas e as despesas correntes dificilmente compressíveis, mo tempo que a força e a estabilidade do CFA favorecem
como é o caso da maioria dos países africanos, mesmo aqueles
DEPOIS DO DESLUMBRAMENTO das linhas de crédito fende a existência de um fundo de estabilização que deve ser
chinesas, dinheiro a rodos gastos em infraestruturas neces- alimentado por excedentes fiscais estruturais, suportado com
sárias, mas com um ror de “elefantes brancos” à mistura de receitas pelas receitas petrolíferas, frisando a “importância de
duvidosa qualidade, Angola assinou com o Fundo Monetário liquidar atrasados, evitando o aumento da dívida pública evi-
Internacional (FMI) o Programa de Financiamento Ampliado tando o aumento significativo do rácio da dívida pública em
(EEF), depois de altos e baixos nas relações que se seguiram relação ao PIB”.
desde 2002. Com o fim da dolorosa guerra civil e da destrui- Seguem-se as tradicionais e inevitáveis recomendações da car-
ção das infraestruturas, o país precisava de ajuda financeira. tilha do FMI, para casos semelhantes: a racionalização de des-
O FMI impunha condições e uma delas era a transparência, pesas e o aumento de receitas não petrolíferas; contenção da
que finalmente se iniciou sob a presidência de João Lourenço. massa salarial, ajuizamento de incentivos fiscais, assim como o
O programa EEF avaliado em 3,7 mil milhões de dólares, de- estabelecimento de prioridades nos investimentos públicos e
Luanda a capital da
informalidade
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Mil pessoas
não fazem
um país
A nação arco-íris
está doente!
Relações Angola-Portugal
Uma nova era, com certeza
No término da visita de estado a Angola do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, Por-
tugal e Angola assinaram 11 instrumentos de cooperação bilateral, com destaque para
os dois protocolos: um sobre a administração local e outro sobre segurança e ordem
interna; também foram assinados cinco memorandos de entendimento sobre diversas
áreas. Para trás ficou o irritante provocado pelo “caso Manuel Vicente” e os dois países
falam de um novo ciclo de relacionamento económico que querem construir.
J. A. R angel
transportes marítimos e logística, segurança marítima e por- da Economia, Pedro Siza Vieira. Y
tuária, gestão de frotas, construção naval e formação de capital Fora do âmbito governamental, os dois países assinaram tam- CM
Por outro lado, os memorandos de entendimento incluem do entre o Instituto Nacional de Apoio às Micro, Pequenas e
CY
também as áreas da simplificação, modernização administrati- Médias Empresas (INAPEM) de Angola e a Agência para a
va e reforma do estado, fortalecendo e promovendo a coope- Competitividade e Inovação (IAPMEI, I.P.) de Portugal. CMY
ração e da reforma do estado, através da troca de experiências O protocolo visa estabelecer a cooperação na área da qualifica- K
e conhecimentos, bem como no sistema educativo e no desen- ção, da promoção do investimento inovador e da partilha de
volvimento do ensino profissional. boas práticas e ‘benchmarking’ dos instrumentos de financia-
O quinto diz respeito à formação de funcionário técnicos di- mento às empresas como do desenvolvimento de promoção
plomáticos, em que se actualiza o quadro de cooperação entre de investimento. O segundo foi assinado entre o Instituto de
os dois ministérios com base em programas específicos de for- Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE) do Mi-
mação, capacitação e preparação de funcionários das carreiras nistério das Finanças angolano e a Parpública - Participações
técnicas e diplomáticas. Públicas, SGPS, S.A, do Ministério das Finanças português.
Também em relação à área diplomática, Portugal e Angola O protocolo estabelece os termos e condições para o desen-
assinaram igualmente uma “declaração de intenções” ligada volvimento de projectos de consultoria e assessoria técnica
à Convenção sobre Segurança Social, com vista ao reforço e especializada, bem como outros projectos, na área do sector
continuidade das negociações técnicas necessárias para mate- empresarial do Estado e processo de abertura de capital a ter-
rializar a cooperação. ceiros e de privatizações. Estão assim, criadas as condições para
Ainda na área diplomática, as duas partes assinaram um “acor- que investidores portugueses encontrem um bom ambiente de
do sobre actividades remuneradas de membros do pessoal di- negócios em solo angolano, ultrapassado que está o obstáculo
plomático e consular”, que permite que membros do agrega- que existia nomeadamente ao limite ao investimento, a neces-
do familiar de funcionários de missões diplomáticas possam sidade de se fazer parceria com algum empresário local
exercer actividades remuneradas no estado acreditador nas “Proximidade” e “confiança” são as palavras-chave da nova
mesmas condições que os cidadãos desse estado e de acordo era de cooperação entre os dois países, agora que tentam a
com a lei aplicável. reconciliação económica. Numa altura em que Angola aposta
Os acordos foram assinados, do lado angolano, pelos minis- na diversificação da economia, viver apenas do petróleo é in-
tros das Relações Exteriores, Manuel Augusto, do Interior, viável, pois uma economia diversificada vai representar mais
Ângelo Veiga Tavares e, pelo lado português, pelos ministros oportunidades para as empresas portuguesas.
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Ciclismo angolano
ganha visibilidade internacional
Já é comum nos finais de semana dezenas de cliclistas percorrerem gran-
des distâncias em suas “bikes” de competição, tanto nas centralidades
como nas estradas próximas de Luanda. O que pouca gente sabe no en-
tanto, é que entre estes atletas existe uma equipa de ciclistas profissionais
de primeira linha que tem obtido grande visibilidade nas competições
internacionais.
por Jorge Milagre
Enfrentar os desafios
energéticos em África
A sustentabilidade energética é uma prioridade absoluta para a África,
onde 57 % da sua população (de cerca de 1.277 milhões de pessoas)
continua privada de electricidade. A situação, para além de ser preju-
dicial para o desenvolvimento económico do continente, impede-o de
atingir todo o seu potencial. O sector energético caracteriza-se pela ine-
ficiência, sendo o investimento necessário limitado pela prática de tari-
fas abaixo do preço de custo.
Por Mário Pedro
8 - 11 MINISTÉRIO DA INDUSTRIA
Local:
ZEE- Zona Económica Especial
Local:
1 JUNHO REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNO DA PROVÍNCIA DE BENGUELA
Estádio Nacional de Ombaka - Benguela
15 - 17 Local:
Baía de Luanda - Luanda
9 - 13 REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIODAECONOMIAEPLANEAMENTO
Local:
ZEE- Zona Económica Especial
25 - 28 CIDADE DO
EMPREENDEDOR
REPÚBLICA DE ANGOLA
GOVERNODAPROVÍNCIADELUANDA
Local:
Baía de Luanda
9 - 12 MINISTÉRIO DA INDUSTRIA
Local:
ZEE- Zona Económica Especial
NOVEMBRO
FÓRUM E EXPOSIÇÃO SOBRE A CONSTRUÇÃO CIVIL, OBRAS PÚBLICAS E
16ª EDIÇÃO DA PROJEKTA MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
13 - 16 MINISTÉRIO DA CONSTRUÇÃO
E OBRAS PÚBLICA
Local:
Tenda Ilha de Luanda - Luanda
18-03-2019 | V13
Afonso Macacho Marceta Dhlakama estava há mais de 40 Figura controversa, com uma linguagem simples e directa,
anos na liderança da Renamo, cuja presidência assumiu
TABELA após era visto por uns como o “Mandela moçambicano” e, por
DE ASSINATURAS
REGIÃO
a morte de André Matsangaíssa, noBANCO
SEMESTRAL ANUAL
auge da guerra civil mo- CONTA
SWIFT
outros, como um IBAN
“senhor da guerra”. Assumia AGENTE
/ AGÊNCIA
a sua faceta
çambicana. A sua entrada no mundo da política aconteceu em controversa sem problemas. “Se não gostarem de mim, depois
Angola KZ 8.000 KZ 14.000 BIC BCCBAOLU 00766438210001 AO06005100000766438210162 Movimento
1974, com o final da guerra colonial, tendo-se alistado na de cinco anos, podem-me mandar embora, porque não vou
Brasil Frelimo, partido
R$ 120 que abandonaria,
R$ 200 doisITAÚanos depois. 69854-5 Agencia 0532
matar ninguém”, afirmou, BELISAN
num comício, em 2014, aquando
Portugal Foi um€dos 20 fundadores€ 35do movimento armado RNM da campanha para a presidência de Moçambique.
União(Resistência
Europeia €Nacional
30 de €
Moçambique).
55 Millennium BCOMPTPL Foi alvo de vários
45371872997 atentados, desde as eleições
PT 50003300004537187299705 de 15 de
Triangulação
BCP
Após a USD
Resto do mundo morte60de Matsangaíssa,
USD 100 começou a luta pela suces- Outubro de 2014.
são, ganha por Dhlakama. O movimento muda de nome e Dhlakama foi casado com Rosária Xavier Mbiriakwira
nasce a Renamo. Dhlakama, com quem teve oito filhos.
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Tlm: 912 442 453 jbelisario.movimento@gmail.com marinamelo@africa-21.com
pouco abusivo catalogá-los como BD, pois segue a tradição No fervor das independências africanas, os autores africanos
da caricatura política dos jornais britânicos e franceses no participam na exaltação de heróis míticos dos antigos reinos
auge de humor jornalístico da época. Foi em 1915, na África da África pré-colonial da “golden age” e das façanhas da luta
do Sul, que aparece a primeira publicação africana aceite de contra o colonialismo, ao mesmo tempo emprestam o seu
forma unânime pelos estudiosos da BD, com o título Karan- talento à figuração narrativa da pedagogia de saúde pública e
ga Konikal, magazine humorístico impresso no Malawi, sob da prática de boa cidadania.
a égide da Livingstonian Mission Press, que durou pouco Mas é partir dos anos de 1960, juntamente com a literatura
mais que um ano. e o cinema, que os autores amadurecem o seu espírito de
Nos anos vinte do século passado, encontramos traços da reflexão, com um novo olhar sobre a Europa e os regimes
BD nos sumários das revistas coloniais, L’Avenir (1920) de africanos, que são escalpelizados sem peias e complexos. No
qualidade gráfica medíocre, L’Essor du Congo, criado em Egipto, os grandes artistas Ettap, Labbed e Kateb, lançam
1928, que se insere no caracter de narração histórica e no contos e narrativas em árabe, com o célebre “Sindbad, o
mesmo ano l’Écho du Katanga (1928) na antiga Elisabetevil- marinheiro”, que mereceu as críticas ferozes de Nasser e do
le (Lumumbashi), a que se seguiu o L’Echo de Stan em Stan- clero muçulmano em uníssono.
leyviile ( Kisangani), mas que, pese o facto serem publicações Na Argélia, na mesma época, Ismael Ait Djaffar, publica
impressas e editadas no continente africano, a identidade dos “Lamentações dos Mendigos da Casbah”, que pode ser con-
autores e colaboradores está longe de ser estabelecida. siderada o grande precursor do romance-gráfico norte-africa-
A consagração do primeiro autor africano de BD em África no, enquanto que nas margens do grande rio Congo, mais
(embora seja difícil dizer quem foi o primeiro dos primeiros) precisamente em 1965, duas grandes vedetas da BD, Freddy
vai para o congolês, Paul Liugani, que debuta em 1930, Mulongo e Achille Ngoye, editam a Gento Oye, que mais
no magazine La Croix du Congo e, quase em simultâneo tarde se tornará o êxito de “Jovens para Jovens” e “Koke”, em
(1940) era publicada no Daily Times, da Nigéria, as Joseph que participam os grandes nomes africanos: Denis Boyau,
Hollyday’s Adventures, que contagiou o Quénia e Tangani- Lepa Mabila Saye, Bernard Mayo, Djemba Djeis, entre mui-
ca, com a aparição do Swali Rafiku Yetu, de onde emerge o tos e muitos outros que vale a pena hoje redescobrir.
grande autor M.S. Agutu, com a série Mrefu e Peter Kasem- Por sua vez, os autores europeus começam a “desenhar”
be, todos eles editados em inglês e suaíli, numa África que África com outros olhos. O italiano Hugo Pratt, passeia o
começavam a soprar os “ventos da independência”. magnífico e fantasioso Corto Maltese, na Etiópia da infância
Na década de 50, a BD ganhou o seu estatuto definitivo de tardia, com o belíssimo álbum “Etíopes”, que juntamente
8ª Arte, logo a seguir ao cinema, com a divulgação dos super- com “Equatória”, nos remetem para poesia renegada, deses-
-heróis americanos Capitão América, Batman, que enfren- perada e negra de Conrad, mas deixando sempre uma porta
tavam os “maus” que se queriam apoderar de Gothan City, aberta, de um misterioso sorriso e esperança.
uma espécie de Elsinore dos tempos modernos, o arquétipo Por outro lado certos autores europeus, começam a contar os
do poder americano, se quisermos; enquanto do outro lado acontecimentos da actualidade em África, com um espírito
do Atlântico ganhava maturidade e estatuto, a BD escola crítico de “história do tempo presente”, de que é um exem-
franco-belga, que irá influenciar uma boa parte dos autores plo o álbum “Des Billets et des Bombes” (Bilhetes e Bombas)
da BD nas antigas colónias francesas. de George Samprun, em que é denunciada a duplicidade de
Mas os preconceitos coloniais também passavam pela BD, Sarkozy na queda e assassinato de Kadhafi.
A consultora EXX Africa considera que a capacidade de mo tempo que tem de implementar as mudanças institu-
Moçambique responder aos efeitos do ciclone Idai, recu- cionais para aumentar a confiança externa”.
perando e garantindo a resiliência necessária para respon- Como a agricultura representa mais de 20% do PIB e
der a futuros eventos climatéricos, está comprometida emprega quase 80% da força de trabalho, “o Idai vai ter
pelas dificuldades financeiras. um impacto imediato na vida da maioria dos trabalhado-
“A capacidade de Moçambique recuperar rapidamente e res moçambicanos”, escreve a consultora, acrescentando
garantir a resiliência a eventos futuros deste género está que “além dos custos de reconstrução, várias importações
em dúvida”, escreveu o director da consultora, Robert de alimentos devem duplicar este ano, devido à descida
Besseling, num relatório sobre Moçambique. Lembrando da produção interna”.
que “ainda há partes de Moçambique que continuam a O ciclone Idai, que devastou parte da costa do sudoeste
ser afectadas pelo ciclone Eline, de 2000”, a EXX Africa africano, deixou mais de 900 mortos em Moçambique,
escreve que “é imperativo que o Governo assegure esse Zimbabwe e Maláui.
apoio através de doações e não de empréstimos, ao mes-
Grupo Zahara aposta na juven- qualquer alteração no curso regular de distribui- Segundo o ministro Marcos Nhunga, que proce-
tude angolana ção de combustível, o mercado leva alguns dias deu ao encerramento da conferência, o Ministé-
a voltar à normalidade, situação susceptível de rio da Agricultura e Florestas está a negociar
induzir à falsa percepção de existência de es- com empresas russas e marroquinas para a
cassez de produto, o que não é o caso. A So- produção de fertilizantes no país. A actividade
nangol Logística apela à tranquilidade dos seus foi promovida pela revista Economia & Mercado,
consumidores e a denúncia às autoridades foram prelectores José Severino, presidente da
sempre que verifiquem o descaminho do aludi- AIA (Associação Industrial de Angola), José
do produto. César Macedo, director geral da Agropromotora;
O Grupo Zahara lançou a 2ºedição do Progra- e Castro Camarada, agrónomo, participaram
ma Kima – um programa de trainees que visa a Petro conquista a 3º e 4º etapa dos painéis de debate o director-geral da ADRA,
captação dos melhores talentos à saída das das provas Belarmino Jelembi; Carlos Pinto, agrónomo.
universidades. O Programa Kima pretende A Associação Provincial de Ciclismo de Luanda
identificar e seleccionar jovens angolanos, fina- (APCIL), realizou nos dias 30 e 31 de Março a 3º 50 Anos de António OLE expostoS
listas de uma licenciatura/mestrado ou recém- e 4º etapa das provas de ciclismo “TAÇA LUAN- no Banco Económico
-licenciados, para integrar num programa de DA XXL 2019”, com o patrocínio oficial da XXL O Banco Económico realizou uma conferência
formação dentro do Grupo Zahara, o mesmo ENERGY uma marca de bebida energética do de imprensa de apresentação da exposição “
permitirá a empregabilidade de 30 jovens, que 50 Anos- Passado, Presente e Futuro” do artis-
durante 6 meses, terão formação direccionada ta António Ole, a exibição terá lugar Galeria
para a compreensão geral dos conceitos-chave Banco Económico encerrando o mês de Abril.
de negócio com foco no desenvolvimento de A actividade é uma celebração, e uma home-
competências práticas em áreas operacionais. nagem, ao meio século de carreira de António
O recrutamento será no dia 30 de Abril, durante Ole, um dos maiores artistas contemporâneos
o mês, o Programa encontra-se a fazer um de Angola. Esta mostra de arte integra cerca
roadshow pelas Universidades de Angola, de 40 obras – entre pintura, desenho e fotogra-
onde está a apresentar detalhadamente os fia- cria uma retrospectiva com algumas das
respectivos objectivos. peças mais emblemáticas dos primeiros anos
Grupo Castel Angola. de trabalho de António Ole e apresenta, tam-
Sonangol esclarece falta de No primeiro dia foi disputada a 3ª etapa em cir- bém, diversas obras recentes e inéditas.
combustível em Luanda cuito fechado com um percurso de 75 km, na O percurso profissional de António Ole está in-
A Sonangol Logística torna público que, um cer- centralidade do Kilamba e o segundo dia foi trinsecamente ligado às diversas dimensões de
to condicionamento logístico esteve na base do marcado com á 4ª etapa, prova de fundo com evolução da sociedade angolana e das geogra-
desencadeamento de uma maior procura de um percurso de 120 km, partindo do município fias por onde passou. A sua obra é um legado
combustível, mais concretamente de gasolina, de Viana a Cabala regresso a Viana. indelével na arte e na cultura contemporânea
em Luanda. A equipa Bai Sicasal Petro de Luanda, foi a de Angola.
A referida ocorrência conduziu à necessidade equipa vencedora desta 3ª & 4ª Etapa, com os
de se reestruturar alguns processos relativos às atletas Hélvio Lemos vencedor da 3ª Etapa e o
quantidades de combustível necessárias aos di- Gabriel Cole vencedor da 4ª etapa, com os tem-
ferentes consumidores, intermédios e finais, de pos de 01:44:24 e 02:56:00.
modo que os reabastecimentos já em curso, as-
sim como as reposições posteriores possam ir Minagrif anuncia novo plano
ao encontro das necessidades do mercado. para facilitar acesso a
Mais informa que, normalmente, a seguir a fertilizantes
À margem da Conferência E&M “Agricultura:
passado à actualidade, principais constrangi-
mentos e caminhos a seguir”, realizada na
Quarta-feira, 10 de Abril, em Luanda, o Ministé-
rio da Agricultura e Florestas de Angola anun-
ciou que está em curso um novo plano ministe-
rial para facilitar o acesso dos camponeses a
fertilizantes e outros insumos agrícolas.
A prosperidade da África
depende de cidades sustentáveis
Carlos Lopes, alto representante da Comissão da União Afri-
cana, expõe os seus pontos de vista sobre as alterações climá-
ticas desde a Cimeira Climática Africana de 2019
Ascensão e queda do
ditador Omar al-Bechir
INSCREVA JÁ
A SUA EMPRESA NA
FEIRA DO TALENTO
JOBARTIS 2019
Pela sua posição geo-estratégica privilegiada, Angola tem uma costa marítima na
ordem de 1650 km de extensão, com praias maravilhosas e um clima que convida
a actividades de recreio, lazer e desportivas permanentemente.
CONTACTOS
História da BD
nos Camarões
A história pós-colonial do desenho animado camaronês
começa com As Aventuras de Sam Monfong, um po-
lícia destemido, publicadas no The Gazette, sob o pincel do
Os Pequenos Desenhos do Sorriso, provavelmente um dos ca-
ricaturistas mais talentosos do país.
Mais de 40 anos depois, o que resta? Thomas Kiti ainda é
designer Thomas Durand Kiti. Este é o primeiro herói de professor de artes visuais e história da arte. Thomas Kiti não
quadrinhos na história de Camarões. Kiti é o primeiro cartu- publica quadrinhos há mais de 25 anos. Lémana Louis Marie
nista a caricaturar o então Presidente da República, Amadou morreu em 1997.
Ahidjo, no jornal Camarões Sports em 1982. Macus não deu mais sinal de vida. A menos que o Mboa
Em 1985, Thomas Durand Kiti lança uma das primeiras re- Comic Strip Festival lhes ofereça uma homenagem, pode-se
vistas de humor e caricatura dos Camarões, Mad, em que en- temer que estes artistas permaneçam em relativo anonimato.
contramos as aventuras de Sam Monfong. Kiti criou em 1986
o Centro Africano de Estudos e Pesquisas sobre Quadrinhos
e Desenhos Animados. Sem apoio financeiro, este centro está
fechado. Outras séries aparecem em 1975, como Le Grand
Duel, roteirizado por Macus, em cerca de cinquenta edições.
Alguns dias depois, saem os primeiros ensaios em quadrinhos
de Lémana Louis Marie, da série do Balão de Pep que abor-
da de modo humorístico vários males da sociedade da época.
Depois, Lémana Louis Marie anima por uma década a página
Tonspi expõe
Contagem Decrescente
estas dores já estão mortos há muito tempo.”
Depois da vídeo-montagem, o hall maior de exposições do
Camões, no piso superior, apresenta o próprio Tonspi, preto
no branco, como todas as 47 fotografias e os três desenhos,
com as mãos sobre a cabeça, tentando travar a água da vida
que a lava das imagens doídas no coração. Angola é um país
de Alimento.
A Gratidão frente a um prato de esmalte já amolgado com ar-
roz transforma a mesa em santuário e Deus recebe esse gesto,
dos dois meninos à mesa a jantar.
D
A exposição Contagem Decrescente fecha com três desenhos:
eve haver uma linha do sem-tempo de onde cresce essa a fragilidade do homo sapiens, lâmpada do mundo. Como
música clássica e se enraíza na sala de exposições do escreveu Mateus, o evangelista: “não se acende uma candeia
Centro Cultural Camões, nos últimos dias de Fevereiro de para colocá-la debaixo de um cesto. Ao contrário, coloca-se no
2019 e faz respirar as imagens que José Silva Pinto (Tonspi) velador e, assim, ilumina a todos os que estão na casa.”
sequenciou em vídeo, no pequeno ecrã fechado sob cortinas Tonspi nasceu no Lobito (1959). Com experiência profis-
nocturnas: “Hoje é o primeiro dia da minha morte. Hoje é o sional em diferentes áreas, decidiu empenhar-se a fundo na
dia em que gostava que começasses a viver”, lê-se no ecrã, pas- fotografia, como aprendiz de contador de histórias, com a pa-
sam acordes de música sacra, “os que não conseguem sentir ciência inaudita do iogue indiano.
Jogar kissoro
“online”!
K isoro é um dos mais antigos jogos do mundo, da família
“mancala” (em árabe – deslocar). O jogo é praticado na
República Centro-africana há muitos séculos.
gamos e um modo de conquista com um mapa sincronizado
representando dois reinos que estão lutando.
O jogo foi feito para permitir que jogadores de todos os níveis
Tem agora a sua versão numérica criada pelo jovem centro- gostem. A dificuldade é automaticamente ajustada de acordo
-africano Teddy Kossoko, que vive na França onde estuda com o número de ganhos e perdas. É fácil de jogar como os
informática: «No domínio numérico há uma falta de jogos jogos de damas.
africanos, de entre as milhões de adaptações que existem». O
seu criador pretende «dar uma outra visão do meu país através
deste jogo e deste modo uma outra visão da África».
Na verdade, é uma variante do bem conhecido Awale, Senet,
Bao ou Congkak e é o equivalente a jogos de xadrez. O objeti-
vo do jogo de estratégia é capturar todas as peças do adversário
para evitar que ele se mova. Apresenta um grande interesse
educacional: é simples de aprender; requer o uso de cálculos;
pode ser usado no jardim de infância e desenvolve fortemente
cálculo mental (adição e subtração)
É um modo multijogador online, onde o jogador incorpora
um personagem e confronta vários Chefes com diferentes téc-
nicas de jogo e onde o acaso foi integrado para mais diversão,
possui um tutorial que permite ao jogador entender como jo-
Lætitia Kandolo,
a magia de criar roupas
T em a experiência de um imbondeiro e a frescura de um
junco. Entre Paris e Kinshasa, a estilista Laetitia Kando-
lo distribui a sua marca de roupas.
goleses, Laetitia começou como estilista com Sarah Diouf para
a revista Ghubar. Durante três anos, foi responsável por ves-
tir Kanye West. Também trabalha para Rihanna, The Black
Olhos brilhantes, lábios sorridentes e cabelos coloridos, a es- Eyed Peas, Beyoncé, Madonna ...
tilista Lætitia, com apenas 25 anos, tem um vasto currículo. Em 2015 lança a sua marca: “Eu precisava colocar o meu
Nascida em Rosny-sous-Bois (França) com antepassados con- know-how em prática”. Voa para Kinshasa para desenvolver
o seu projeto, Uchawi, que significa “mágica” em suaíli. Três
anos depois, multiplica as suas colecções.
Há uma mistura de cera, tecidos orientais e africanos, mas
também trança e muitos materiais. Todas as peças (entre 60 a
300 €) estão disponíveis apenas na loja online. “Pretendo fazer
viagens através da moda. Uchawi não tem fronteiras”, disse
Lætitia. A sua marca é parceira do Instituto Superior de Artes
e Ofícios de Kinshasa. “Espero que a produção local ajude a
despertar a indústria têxtil no Congo e ofereça outra imagem
do que é a moda no continente”. Laetitia conclui: “Não é a
roupa que se veste, é a nossa personalidade que veste a roupa.
Você pode usar um top branco e calças pretas e ouvir dizer
que está super bem vestido como você pode usar um vestido
que custa 5000 euros e não deslumbrar”.
UM BOLETIM
ESCOLAR COSIDO NO
FORRO DO CASACO
N
Amável Fernandes
ão sabemos o nome dele e pouco interessa para esta sendo sempre a focada a África a sul do Sahara, mas que mes-
crónica. Para a médica legista Cristina Cattaneo e da mo assim se situa no 19º lugar no ranking mundial da
sua equipa científica na Sicília, era mais um corpo entre mi- migração
lhares de outros, recolhidos das praias do Mediterrâneo em O México é o país do mundo com maior número de mi-
2015. grantes (5%seguindo-se a Rússia (4,1%) e China (3,9%). O
Habituada ao exercício frio da sua profissão, que tinha por relatório afirmando ainda que 75% da população migrante
finalidade de colectar dados biológicos e genéticos para um africana elege outros países africanos como domicílio; África
banco de dados, o cadáver do jovem migrante naufragado, acolheu 67% da migração mundial a partir do ano 2000, e
quase uma criança, tinha uma particularidade que a emocio- recebeu no seu solo 452 mil palestinos e 253 mil franceses,
nou: um boletim escolar cosido cuidadosamente no forro do sem contar com outras numerosas comunidades estrangeira
casaco, com o nome indecifrável, mas conservava as notas le- que seria enfadonho numerar.
gíveis em todas as disciplinas exarada por uma escola anónima A realidade dos números, pura e fria, contra uma onda de
do Mali. histeria alimentada pelas redes sociais e a manipulação das
“Era a primeira vez, que muitos deles viam o mar”, recor- mentes por algoritmos com fins tenebrosos. A desestabilização
dou a médica para imprensa. O famoso desenhador, Marco do Ocidente está em marcha de forma ostensiva. Por todo o
Dombrosio, dedicou-lhe um desenho, simultaneamente ter- lado, observamos o retrocesso dos valores democráticos a fa-
no e cruel: uma criança no fundo do mar a ler para os peixes vor de autoritarismo e teorias de conspiração.
o seu boletim escolar que ele acreditava, fosse o bilhete de Os atentados de ChristChurch na Nova Zelândia perpe-
garantia para uma nova vida. trado por suprematistas da extrema-direita branca contra po-
Poderia prosseguir os seus estudos na Europa, sonhara ele, pulação muçulmana migrante, assim como o atentado no Sri
e como tinha boas notas, talvez pudesse ascender mesmo a Lanka contra cristãos que celebravam a Páscoa, executado por
uma carreira científica, e ajudar a sua família que deixara no muçulmanos em retaliação, é uma prova de uma progressiva
país distante! intoxicação que se espalha como peste por todos os
Cosido no forro do casaco estava, porém, outro destino! continentes.
Injusto, absurdo e desumano, cujos contornos no horizonte Possuem um ponto em comum, a identificação do Outro
negro ainda não vislumbramos claramente: a falsa representa- como Inimigo, as teses de uma nova barbárie como horda
ção do perigo da migração africana como ameaça para segu- vinda das estepes africanas para ocupar espaços continentais e
rança da “civilização branca europeia”, que alimenta ideologia substituir as respectivas populações.
da “direita alternativa”, da Europa aos Estados Unidos, do Mas voltemos ao princípio: estava a contar a história de
Brasil à Nova Zelândia. um rapazinho prometedor que partiu da zona do Sahel, com
Estamos perante um eixo xenófobo que faz da manipula- um boletim escolar de notas 10 cosido no forro do casaco.
ção da migração o seu cavalo de batalha, construindo numa Nunca tinha visto o mar azul e…
falsa narrativa que foi rebatida pelos pela estatística do Relató-
rio Mo-Ibrhim, a escassas semanas em Abidjan.
Em 2018, a migração africana em relação à migração Possuem um ponto em comum, a identifi-
mundial não excedia os 18,5%, comparado com 41% da cação do Outro como Inimigo, as teses de
Ásia, e da Europa com 23,7%; o Egipto é o primeiro fornece-
dor de migrantes de África, depois de Marrocos e Somália, uma nova barbárie como horda vinda das
mas nunca a imprensa internacional sublinhou este facto, estepes africanas…