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PROCESSO CIVIL – PROCESSO DO CONHECIMENTO

Relembrando...
TEORIAS DO DIREITO DE AÇÃO

Teoria Civilista: Depende da


condição de vítima.

Teoria da Autonomia
Absoluta: Não depende de
condições.
Teoria da Autonomia Relativa:
Exercida de maneira
condicionada. *Criou as
condições da ação.*

CONDIÇÕES DA AÇÃO

Legitimidade das Partes

Interesse de Agir

*ATENÇÃO: Com a reforma do Código de Processo Civil de 2015 a possibilidade


jurídica do pedido passou a integrar ao mérito, deixando de ser uma das condições da
ação.

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

Conceito
São requisitos para existência (pressupostos de constituição) e para a validade
(pressupostos de desenvolvimento válido e regular) do processo, e, consequentemente,
para o exame do mérito.

Classificação:
OBJETIVOS

SUBJETIVOS

POSITIVOS

NEGATIVOS

INTRÍNSECOS

EXTRÍNSECOS
EXISTÊNCIA
São requisitos para a constituição da relação processual:
 O Órgão estatal investido de jurisdição: juízo de direito ou tribunal;
 Partes: autor e réu;
 Demanda: o ato da parte traduzido numa petição inicial pelo qual o processo é
formado.

Demanda regularmente ajuizada: se a petição inicial não possuir seus elementos


essenciais – partes, causa de pedir (causa de pedir) e pedido (ou objeto) – ou os
requisitos formais elencados no art.319 do CPC, ela será considerada inepta (art.330,
inciso I, CPC). Assim, embora dê origem a uma relação jurídica processual, esta terá
sua validade comprometida, o que poderá conduzir, caso o vício não seja corrigido no
prazo de 15 dias (art.321, CPC), ao indeferimento da petição inicial, isto é, à prolação
de uma sentença terminativa (sem resolução do mérito), que vai extinguir a relação
processual.
Conforme já dito acima, partes são aquelas pessoas (físicas, jurídicas ou morais) que
participam do contraditório perante o juiz.

Classificação de partes:
PARTES DA DEMANDA: são o autor e o réu; aquele que pede e aquele em face de
quem se pede. Em outras palavras, são os integrantes dos dois polos da ação;
PARTES DO PROCESSO: são as partes da demanda e ainda os terceiros, que
intervêm no processo de forma facultativa ou obrigatória (arts.119 a 138 do CPC).

Causa de pedir: são os fatos constitutivos do direito e os fundamentos jurídicos que


embasam a pretensão autoral. A causa de pedir se divide em:

PRÓXIMA: relação jurídica controvertida.


REMOTA: fato constitutivo do direito subjetivo.

O pedido, por sua vez, é a exteriorização da pretensão do demandante, que comporta


divisão em:

IMEDIATO: provimento jurisdicional pleiteado.


MEDIATO: bem da vida tutelado.
Segundo o novo CPC, o pedido, como regra é certo (art.322, CPC) e determinado
(art.324, CPC). Excepcionalmente, pode ser genérico:

Hipóteses contempladas no parágrafo 1 do art.324, CPC:


I - Nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados;
II – Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do
fato;
III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato
que deva ser praticado pelo réu;

O pedido pode ser único ou cumulado. Se for cumulado, pode assumir umas das
configurações abaixo:

CUMULAÇÃO SIMPLES: aqui o autor deseja o pedido A e o pedido B;


CUMULAÇÃO ALTERNATIVA: aqui o autor deseja ou o pedido A ou o pedido B, e
não manifesta preferência por um deles;
CUMULAÇÃO SUBSIDIÁRIA: aqui o autor deseja ou o pedido A ou o pedido B, mas
manifesta preferência por um deles;
CUMULAÇÃO SUCESSIVA: aqui o autor deseja o pedido A e o pedido B, mas o
segundo só pode ser examinado se o primeiro for acolhido. Em outras palavras, o
pedido A funciona como um antecedente lógico para o pedido B.

VALIDADE
São requisitos para o desenvolvimento válido e regular da relação processual. Se
ausentes, não será possível a efetivação de eventual sentença de mérito, muito
embora o processo tenha existido:
Competência do órgão estatal (juiz) e sua imparcialidade: quanto ao primeiro, vale
ressaltar que o processo de validade só não existirá em caso de incompetência
absoluta, visto que a incompetência relativa, caso não alegada pelo réu, levará à
prorrogação da competência. Por outro lado, somente em caso de impedimento a
imparcialidade do juiz estará afetada, já que, diferentemente da suspeição, sanável no
curso do processo, não se convalida, ensejando, inclusive, a possibilidade de ação
rescisória.
Capacidade das partes que, por sua vez, se subdivide em:
CAPACIDADE DE SER PARTE: é a capacidade de ser titular de direitos, ou seja, a
capacidade de gozo definida pelo Direito Civil. Todas as pessoas físicas e jurídicas
são sujeitos de direito e têm capacidade de ser parte em juízo. O art.70 do CPC
determina que toda pessoa que se encontre no exercício de seus Direitos tem
capacidade para estar em juízo. A lei reconhece, inclusive, capacidade para certos
entes formais, como a massa falida e o espólio (art.75, V e VII, do CPC).
CAPACIDADE DE ESTAR EM JUÍZO: é o mesmo que a capacidade de fato (ou de
exercício) do Direito Civil, sendo também conhecida como capacidade processual.
O art.71 do CPC estabelece que o incapaz será representado ou assistido por seus
pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. Dessa forma, fica suprida sua
incapacidade processual.
Importante ressaltar que a capacidade se distingue da legitimação para a causa, na
medida em que essa é, normalmente, definida em função dos elementos fornecidos
pelo direito material, representando uma condição da ação.
Além das figuras da representação e da assistência, que suprem a incapacidade, o CC
prevê, ainda, a figura do curador especial, que deverá ser nomeado pelo juiz ao:
I – Incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com
os daquele, enquanto durar a incapacidade.
II – Réu preso revel, bem como ao réu revel citado pelo edital ou com hora certa,
enquanto não for constituído advogado.
CAPACIDADE POSTULATÓRIA: é a aptidão para a prática dos atos processuais. Só
o advogado inscrito na OAB e o MP possuem o direito de postular em juízo. Salvo,
para impetrar habeas corpus e para postular nos juizados especiais, na Justiça do
Trabalho e aos juízes de paz.

PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS SUBJETIVOS:


 Órgão estatal investido de jurisdição, competente e imparcial (ausência de
suspeição ou impedimento, arts.144 e 145 do CPC).

 Partes com capacidade de ser parte, postular em juízo e capacidade


processual.
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS OBJETIVOS:

EXTRÍNSECOS: são requisitos externos à relação processual e que dizem respeito à


inexistência de fatos impeditivos a sua constituição. São aferidos de forma negativa,
pois devem inexistir:

COISA JULGADA: é o fenômeno pelo qual uma parte ajuíza ação igual a uma
primeira, já definitivamente julgada;

LITISPENDÊNCIA: é a repetição de uma ação idêntica (mesmas partes, mesma


causa de pedir e mesmo pedido) a outra ação que ainda se encontra em curso;

CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM: pacto no qual as partes concordam, com base na


autonomia da vontade, em submeter eventual conflito de interesses à arbitragem;

FATO IMPEDITIVO AO EXERCÍCIO DA AÇÃO: decorre de ato reiterado do autor, tal


como na perempção, em que o autor desiste por três vezes seguidas de dar
continuidade à ação, impedindo que ele a proponha novamente.

INTRÍNSECOS: são requisitos intrínsecos à relação processual, relativos à


subordinação dos procedimentos às normas legais. São eles:

SUBORDINAÇÃO DO PROCEDIMENTO AS NORMAS LEGAIS: os atos processuais


devem seguir as regras contidas no CPC. Exemplo: presença dos requisitos da
petição inicial.

PROCEDIMENTO COMUM E SUAS FASES


O procedimento comum é o nome que o CPC atribui ao rito padrão para a fase de
conhecimento do processo. Se não houver a previsão de um procedimento especial
para a ação de conhecimento, ela deverá seguir o procedimento comum.

FASES DO PROCEDIMENTO COMUM


a) POSTULATÓRIA: é o momento em que as partes lançam suas alegações e defesas.
Inicia-se com a propositura da demanda pelo autor, passa pela citação e contestação
do réu e vai até a réplica (eventual resposta do autor à contestação).
b) SANEADORA: tem início com a determinação de correção de defeitos processuais
pelo juiz, que é sucedida pelo “julgamento conforme o estado do processo”, em que o
juiz verifica se é caso de encerrar a fase cognitiva naquele próprio momento, com ou
sem resolução do mérito, por já reunir fundamentos para isso (hipótese em que já se
terá a fase decisória, inframencionada), ou de proferir a decisão de saneamento do
processo, declarando não haver defeitos que impeçam a continuidade da fase de
cognição, fixando as questões controvertidas de fato e de direito e definindo os meios
de prova que serão a seguir produzidos (hipótese em que se tem a fase saneadora em
sua íntegra).
c) INSTRUTÓRIA: é a etapa destinada à produção de provas. Começa com a
determinação da produção de provas, ainda na decisão de saneamento do processo, e
vai até a audiência de instrução e julgamento, oportunidade em que podem ser ouvidos
os peritos e assistentes técnicos, as partes e testemunhas. Ainda na audiência, as
partes, por seus advogados, em princípio apresentam verbalmente razões finais,
manifestando-se sobre a prova produzida e os argumentos apresentados no curso do
processo;
d) DECISÓRIA: dá-se com a prolação da sentença pelo juiz, seguida da resposta a
eventuais embargos de declaração interpostos pelas partes;
e) RECURSAL: abrange tanto os recursos interpostos para o tribunal de segundo grau
de jurisdição contra os pronunciamentos para o tribunal de segundo grau de jurisdição
contra os pronunciamentos de primeiro grau, quanto os recursos subsequentes para os
tribunais superiores (recurso especial e recurso extraordinário e outros recursos com
eles relacionados).

POSTULATÓRIA

RECURSAL SANEADORA

DECISÓRIA INSTRUTÓRIA

ESTRUTURA PROCESSUAL COMUM


DEMANDA PETIÇÃO INICIAL
FORMAÇÃO DA RELAÇÃO JURÍDICA PROCESSUAL CITAÇÃO
CONTRADITÓRIO CONTESTAÇÃO
FASE
POSTULATÓRIA

INSTRUÇÃO PRODUÇÃO DE PROVAS


DECISÃO SENTENÇA
FASE
RECURSOS INSTRUTÓRIA

FASE DECISÓRIA
DA PETIÇÃO INICIAL
CONCEITO: É o ato do jurisdicionado para provocar o início de um processo judicial,
após a violação de um direito e que se demonstra por meio de uma narrativa coerente
com algum pedido.
Art.319, CPC ENDEREÇAMENTO
“ESTRUTURA” QUALIFICAÇÃO DAS PARTES
FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS
PEDIDO COM SUAS ESPECIFICAÇÕES
VALOR DA CAUSA
PROVA DOCUMENTAL
REALIZAÇÃO OU NÃO DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
*ASSINATURA

1. ENDEREÇAMENTO: Determina a indicação do juízo a que é dirigida a petição


inicial. Não se trata do nome da autoridade judiciária, mas sim do órgão, exatamente
porque se está diante de exigência de competência. Destarte, deve ser observado as
regras de competência:
2. PARTES E SUAS QUALIFICAÇÕES: Esse requisito vai além de mera exigência
formal, pois se refere a uma das condições da ação: a legitimidade (art.485, VI, CPC).
Se a petição inicial é o instrumento pelo qual o direito de ação é exercido, nela deve
ser desde logo verificável – sempre que isso já seja possível – a existência das
condições da ação. O interesse de agir está encartado na causa de pedir e no pedido.

QUALIFICAÇÕES: NOMES
PRENOMES
ESTADO CIVIL
EXISTÊNCIA DE UNIÃO ESTÁVEL
CPF/CNPJ
ENDEREÇO ELETRÔNICO
DOMÍCILIO E RESIDÊNCIA DO AUTOR E DO RÉU
a) NOMES E PRENOMES DO AUTOR E DO RÉU: se houver litisconsórcio, todos os
litisconsortes devem ser nominados.
b) ESTADO CIVIL E A EXISTÊNCIA DE UNIÃO ESTÁVEL: esse dado é importante
para verificar se a outorga uxória se faz necessária, nos casos em que exigível (art.73,
CPC). A ausência da menção ao estado civil de casado do réu ou da existência da
união estável pode ocasionar a falta de citação do cônjuge ou do companheiro, o que,
muitas vezes, pode gerar nulidade ou ineficácia da decisão final.
c) PROFISSÃO: também se exige, não só para individualizar o litigante, mas para
definir alguns aspectos da citação; o militar, por exemplo, será citado na unidade em
que estiver servindo, caso não se conheça sua residência ou nela não for encontrado
(art.243, parágrafo único, CPC). Além disso, o conhecimento prévio da profissão das
partes tem relevância porque há casos em que esse dado traça algumas limitações à
atividade probatória, como, por exemplo, a dispensa de depoimento pessoal sobre
fatos protegidos por sigilo profissional (art.388, II, CPC). Evidentemente, se esse dado
do réu for desconhecido, o autor simplesmente indicará essa circunstância.
d) DOMICÍLIO, RESIDÊNCIA E ENDEREÇO ELETRÔNICO: além de a citação só se
viabilizar com o conhecimento do exato local onde o réu é localizável, o que, à
primeira vista, é o objetivo desse requisito, existem outras razões para a necessidade
de a petição inicial trazer o domicílio, a residência e o endereço eletrônico de todas as
partes litigantes. Alguns atos processuais não são praticados por advogado, mas pela
própria parte. A regra, pois, é que aquele que está em juízo precisa poder ser
localizado, para a necessária intimação desses atos processuais. Daí a exigência do
dispositivo.
e) NÚMERO DE PARTES NO CPF OU CNPJ: A providência presta-se a facilitar a
identificação de ações anteriores idênticas ou semelhantes entre as mesmas partes. O
autor poderá requerer, na petição inicial, que sejam realizadas as diligências
necessárias para a obtenção dos dados a que não tiver acesso. De todo o modo, a
falta de alguma das informações não implicará no indeferimento da petição inicial se,
ainda assim, o réu puder ser citado, ou se for impossível ou excessivamente oneroso
para o autor obtê-las.

3.CAUSA DE PEDIR: refere-se aos fatos e os fundamentos jurídicos. Na petição


inicial, a causa de pedir é elemento identificador da ação, mostrando-se como
indispensável delimitador da atividade jurisdicional que se seguirá. O pedido delimita a
parte decisória da sentença. Mas ele decorre da exposição fática e da argumentação
jurídica subsequente. Sua identidade própria depende da consideração de seus
fundamentos.
Podendo ser: CAUSA DE PEDIR FÁTICA:
Pela descrição dos fatos que servem de fundamento ao pedido.

CAUSA DE PEDIR JURÍDICA:


Pela correlação lógico-jurídica entre os fatos descritos e a
consequência jurídica pleiteada.
Assim, o sistema processual civil brasileiro adotou a TEORIA DA
SUBSTANCIAÇÃO, pela qual a definição da causa de pedir é emergente de fatos. Bem
por isso, os fatos que devem constar da petição inicial são os relevantes e pertinentes,
vale dizer, aqueles que embasam a pretensão expressada.
Os fundamentos jurídicos do pedido não se confundem com fundamentos legais.
A lei não exige que o autor mencione, na petição inicial, os números dos artigos de lei
em que baseia seu pedido. Aliás, nem mesmo a errônea capitulação legal conduz a
inépcia. Tampouco é preciso atribuir aos institutos jurídicos o seu correto nome. O
emprego de terminologia inadequada não torna a petição inicial inepta. O que o requisito
impõe é que, expostos os fatos, passe o autor a demonstrar as consequências jurídicas
que dos fatos entende resultantes. Ou seja, que a relação jurídica conflituosa emergiu
dos fatos narrados. Portanto, o fundamento jurídico nada mais é do que o nexo de
causalidade entre os fatos e o pedido. Ou, ainda, é a demonstração de que, dos fatos
apresentados, surgiu para o autor o direito que busca obter no pedido.
O nome que se dê a ação é irrelevante, tanto que o art.319 do CPC não o exige.
Para a verificação de litispendência, coisa julgada ou perempção, o que importa é a
análise dos elementos da ação: partes, pedido e causa de pedir, em nada interessando
qual o nome que tenha sido atribuído.
4.PEDIDO: Trata-se do pedido com suas especificações. Desta forma, é o pedido que
demonstra o objeto litigioso. É o elemento central da petição inicial, pois expressa o
provimento jurisdicional que o autor espera obter. Vale dizer, o pedido é a solução que
o autor pretende que seja dada à situação reclamada.
O objeto é o objeto da ação, vale dizer é a expressão da pretensão do autor, pois
expressa a aspiração de que lhe seja prestado provimento jurisdicional apto a resolver
o conflito levado a juízo. Ou seja, o pedido é a solução que se pretende seja dada pela
jurisdição à causa. É aquilo que o autor espera obter da atividade jurisdicional.
Assim, o pedido pode visar tanto a uma providência que imponha ao réu prestar
uma conduta (pedidos condenatório, mandamental e executivo), ou o que declare a
existência, inexistência ou modo de ser uma relação ou situação jurídica (pedido
declaratório), ou que a altere (pedido constitutivo ou desconstitutivo).

MEDIATO: bem da vida


CLASSIFICAÇÃO IMEDIATO: atividade jurisdicional

INTELIGIBILIDADE DO PEDIDO
PEDIDO pode ser: CERTO
LIMITES DA PRETENSÃO
DETERMINADO
GENÉRICO AÇÕES UNIVERSAIS
SUCESSIVO
CONSEQUÊNCIAS DE ATO OU FATO
COMINATÓRIO ILÍCITO

SIMPLES ALTERNATIVO EXTENSÃO DA CONDENAÇÃO

SUBSIDIÁRIO CUMULAÇÃO DE PEDIDOS DEPENDE DE ATO DO RÉU

ALTERNATIVO
VINCENDAS
SUCESIVO EVENTUAL
VENCIDAS
a) PEDIDO CERTO E DETERMINADO: A certeza diz respeito à clareza do
pedido. Ele deve ser inequívoco, inteligível. Deve ser formulado em termos
explícitos. De modo a abranger, sem dar margem de dúvidas, tudo aquilo que o
autor pretende – tanto no tocante à modalidade da providência processual
almejada (pedido imediato) quanto ao bem da vida se espera obter (pedido
mediato). O pedido precisa referir-se a uma situação concreta e objetivamente
delineada. A atuação jurisdicional não se destina à resolução de questões
meramente hipotéticas ou simples conjecturas teóricas.

Já a determinação refere-se aos limites daquilo que o autor pretende,


demonstrando sua extensão. Concerne ao pedido mediato (o pedido imediato,
na medida em que certo, já está claramente definido). A determinação é um
atributo relevante quando o pedido mediato concerne a objeto genérico, fungível.
Nesse caso, será fundamental a identificação da sua quantidade. Tal número
deverá estar vinculado na petição inicial ou, quando menos, nela deverão estar
expostos os fundamentos e critérios para tal quantificação. Nesse sentido,
afirma-se que o pedido deve ser determinado ou ao menos determinável.
Também para isso a consideração da causa de pedir é fundamental.

A certeza e a determinação do pedido são necessárias não apenas porque a


jurisdição não pode atuar sobre meras cogitações hipotéticas ou ilações teóricas,
mas também para a exata e precisa fixação do objeto litigioso – que tem reflexos
importantes sobre outros institutos processuais, como a coisa julgada, a
litispendência e a perempção.

b) PEDIDO GENÉRICO: A certeza é condição tanto do pedido imediato quanto


do mediato, sendo impossível admitir-se pedido incerto. O pedido imediato, na
medida em que é certo, já está claramente definido. Não cabe falar em
determinação (quantificação) para a providência processual, consideram em si
mesma. Quanto ao pedido mediato, ele será determinado sempre que a
extensão do bem da vida postulado puder, desde logo, ser delimitada. Todavia,
pode o pedido mediato, quando não determinado, ser oportunamente
determinável, se tal fixação for impossível no momento da propositura da
demanda. A isso o Código chama de pedido genérico. A generalidade não
significa indeterminação absoluta. Não é admissível a formulação de pedido
totalmente desatrelado de parâmetro de determinação. O que se admite é que a
determinação ocorra em momento posterior, pois a sentença obtida de pedido
genérico, ilíquida, será posteriormente liquidada.

Pode ocorrer formulação de pedido genérico (na ação e na reconvenção) nas seguintes
hipóteses:
b.1) AÇÕES UNIVERSAIS: São entendidas como aquelas que versam sobre direitos
referentes a universalidade de fato (exemplo: um rebanho, uma biblioteca, uma coleção
de selos...) ou de direito (uma herança, um dote...).
b.2) CONSEQUÊNCIAS DE ATO OU FATO ILÍCITO: Quando impossível desde logo
definir todo o desdobramento das consequências danosas. Por exemplo: busca-se a
indenização por um atropelamento, mas somente após o término do tratamento médico
e fisioterápico, que deve estender-se por mais de dois anos, será possível definir a
extensão dos danos físicos e, até mesmo, se as sequelas provenientes do acidente
serão irreversíveis;
b.3) QUANDO A EXTENSÃO DA CONDENAÇÃO DEPENDER DE ATO DO RÉU: Há
situações em que, dependendo da conduta do réu, a extensão do pedido pode sofrer
variação, como por exemplo, ocorre na ação de exigir de contas. A verificação do saldo
credor depende das contas a serem apresentadas, e ao autor é impossível precisar, já
na petição inicial, o montante desse saldo.

Nesses casos é admissível que a parte formule pedido genérico. Mas, mesmo nessas
hipóteses, sempre que possível, a decisão final de procedência deverá estabelecer “a
extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial
de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros”.

c) PEDIDO DE PRESTAÇÕES SUCESSIVAS – Condenação para o futuro


Nas relações jurídicas de trato sucessivo, ou seja, aquelas em que as prestações
são periódicas (como ocorre com os aluguéis, os alimentos etc.) O CPC também
admite pedido implícito (art.323, CPC). Mesmo que não haja expressa menção
no pedido, serão as prestações periódicas incluídas, todas, na sentença. Vale
dizer, a sentença abrangerá não somente as prestações vencidas ao tempo da
propositura da demanda, como também as que vencerem durante o curso do
processo e, mesmo, as vincendas (enquanto durar a obrigação), ressalvado,
quanto a estas, que a execução só se viabilizará nos respectivos vencimentos e
desde que não espontaneamente adimplidas. Tem-se, assim, aquilo que a
doutrina chama de “condenação para o futuro” – ou seja, uma mera perspectiva,
fundada em indicativos sólidos (o fato de o réu já haver descumprido as
prestações anteriores, já vencidas). A finalidade da norma é evitar que
sucessivas demandas sejam propostas para obtenção da mesma coisa, pois,
afinal, a gênese das prestações sucessivas é uma só. Essa regra atende aos
princípios da economia processual, da razoabilidade e da eficiência. Seria
despropositado para o autor – e transtornador para o Judiciário – exige-se uma
nova ação a cada nova prestação periódica vencida.
d) PEDIDO COMINATÓRIO: Quando o pedido consistir na imposição ao réu do
dever de não praticar algum ato ou de tolerar alguma atividade, ou ainda na
imposição de um dever de fazer ou de entregar coisa, será lícita a cumulação de
um pedido de “preceito cominatório”, ou seja, um pleito acessório de cominação
de uma multa processual para o caso eventual de descumprimento de
determinação. A formulação do pedido de multa processual é facultativa. A falta
desse pleito na inicial não obsta sua aplicação pelo juiz, nos casos em que for
cabível (deveres de fazer, não fazer e de entrega de coisa, na decisão final de
procedência ou em tutela provisória). Em outras palavras, a multa pode até ser
cominada de ofício.
e) PEDIDO NAS OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS: São aquelas que comportam
mais de um modo de cumprimento. (exemplo: entregar um bem ou pagar o seu
respectivo valor). A escolha quanto ao modo de cumprimento pode caber ao
credor ou ao devedor, conforme estabelecido em lei ou contrato. Em regra, tal
escolha compete ao réu, apenas ocorrendo de modo diverso se expressamente
previsto no contrato.

f) CUMULAÇÃO DE PEDIDOS: Funda-se no princípio da economia processual.


Se o autor busca a tutela jurisdicional e tem mais de um pedido a formular contra
o mesmo réu, não haveria razão para se exigir que, para cada pedido,
propusesse uma ação diferente, instauradora de um novo processo. Isso
implicaria não apenas maior esforço e dispêndio de recursos pelo autor, como
maior carga de trabalho e custos para a máquina judiciária.
Modalidades:
f.1) COMPETÊNCA: Como todos os pedidos cumulados precisarão ser
processados conjuntamente, é imprescindível que o juízo seja competente para
todos. Se se tratar de incompetência absoluta, a cumulação está vedada. Se for
apenas relativa, é possível a cumulação, pois haverá a prorrogação,
modificadora de competência.
f.2) UNIFORMIDADE PROCEDIMENTAL: Todos os pedidos cumulados
precisarão seguir a mesma marcha procedimental. Por isso, é requisito da
cumulação que todos eles se submetam ao mesmo tipo de procedimento
(comum ou especial). Se os diversos pedidos tiverem de seguir procedimentos
distintos, a cumulação está afastada – exceto se o autor puder abrir mão do
procedimento especial, optando por submeter todos os pedidos ao procedimento
comum. Nesse caso, serão aplicadas apenas pontualmente as técnicas
processuais peculiares ao procedimento especial que sejam compatíveis com as
regras do procedimento comum. Todavia, jamais será viável a cumulação
quando os pedidos disserem respeito a espécies distintas de processos. Assim,
é impossível cumular pedido de execução por quantia certa fundada em título
executivo extrajudicial com pedido de condenação ao pagamento de outra
quantia. O primeiro enseja processo de execução; o segundo, de conhecimento.

As cumulações podem ser:


1) CUMULAÇÃO SIMPLES: Há cumulação simples quando o autor faz vários
pedidos que independem um dos outros. O juiz terá de apreciar todos os pedidos
em qualquer caso. Ou seja: o acolhimento ou desacolhimento de cada um deles
não interfere sobre o destino dos outros. Essa hipótese é também chamada de
cumulação em sentido estrito, ou cumulação propriamente dita. No entanto, os
pedidos cumulados de modo simples precisam ser compatíveis entre si. Como
se trata de providências que se pretende que sejam todas elas concedidas
simultaneamente, elas não podem excluir-se umas às outras em termos práticos
nem lógico-jurídicos.
2) PEDIDOS SUBSIDIÁRIOS (ou cumulação alternativa eventual): Trata-se
do instituto jurídico pelo qual o autor expressa uma sequência de pedidos, em
uma verdadeira escala de preferências. Em primeiro lugar ele formula o pedido
principal (subordinante), a ser conhecido em primeiro plano, que representa
aquilo que primordialmente anseia (ou que lhe é mais interessante obter), e, em
seguida, um ou vários pedidos subsidiários (subordinados), em ordem
decrescente de interesse, para a anulação do contrato por vício de vontade; se
o juiz acolhe esse pedido, o autor está satisfeito. Mas, por cautela, já na inicial o
autor pede também a resolução do contrato por inadimplemento contratual do
réu, para o caso de não ser acolhido aquele primeiro pedido. E pede ainda,
subsidiariamente, que se imponha ao réu o cumprimento do contrato, caso o juiz
também não acolha o segundo pedido – e assim por diante. Diversamente do
que ocorre na cumulação simples, em que é indispensável a compatibilidade
entre os pedidos formulados (pois há a perspectiva de serem simultaneamente
acolhidos), os pedidos acumulados de modo alternativo eventual não precisam
ser compatíveis entre si, como evidenciam os próprios exemplos antes postos.
3) CUMULAÇÃO ALTERNATIVA: O autor pode também formular dois ou mais
pedidos em caráter alternativo, mas sem estabelecer uma ordem de preferência.
Ou seja, o autor pede ou A ou B ou C. Ele visa a obter apenas um deles – sendo-
lhe indiferente a obtenção de qualquer dos três. Também nesse caso, como não
há a perspectiva de concessão simultânea e conjunta dos diversos pedidos
cumulados, não se põe o requisito da compatibilidade entre eles.
4) CUMULAÇÃO SUCESSIVA EVENTUAL: Na cumulação sucessiva eventual,
o autor formula um pedido subsequente que só deverá ser examinado pelo juiz
se acolhido o pedido antecedente. O autor pede A; e pede também que, caso
seja acolhido A, o juiz lhe dê também B; e pode ainda pedir que, se julgado
procedente B, o juiz lhe conceda também C – e assim por diante. Nota-se
diferença em face da cumulação alternativa. Nela, o juiz só trataria do pedido
posterior caso não acolhesse o anterior. Já aqui se dá o oposto: o juiz só
examinará o pedido posterior caso acolha o anterior. Essa modalidade de
cumulação não foi prevista de modo expresso e específico no ordenamento, mas
é autorizada com base na regra geral do art.327 do CPC. Como nesse caso
busca-se a simultânea concessão das duas ou mais providências pleiteadas,
aplica-se o requisito da compatibilidade entre os pedidos feitos (art.327,
parágrafo 1, I, do CPC).

g) PEDIDO E CAUSA DE PEDIR: limitadores da atividade jurisdicional e


Sentença: Os arts.141 e 492 do CPC do CPC expressam o princípio da
congruência ou da correspondência entre o pedido formulado pelo autor e a
sentença proferida pelo juiz. Ou seja, em razão da adoção, entre nós, do
princípio do dispositivo, é vedado à jurisdição atuar sobre aquilo que não foi
objeto de pedido de tutela jurisdicional do legitimado ativo. Por isso, é o pedido
(tanto imediato como o mediato) que limita a extensão da decisão jurisdicional
que deverá, portanto, a ele estar jungida. A consequência da adoção desse
sistema, que combina o princípio do dispositivo com o da congruência, é que se
considera extra petita a sentença que decidir sobre pedido diverso daquilo que
consta da petição inicial (se o autor pede A, o juiz deve julgar a respeito de A,
tão somente). Será ultra petita a sentença que alcançar além da própria
extensão do pedido, apreciando mais do que foi pleiteado. E é infra petita (ou
citra petita, segundo alguns autores) a sentença que não versou sobre a
totalidade do pedido apreciando apenas parcela dele, sem, todavia, julgar tudo
quanto tenha sido expressado no pedido. É evidente que a limitação da sentença
também diz respeito indiretamente à causa de pedir, pois, ao analisar o pedido,
necessariamente deverá o julgador ter em vista os fatos e os fundamentos que
lhe dão sustentáculo. Se a causa de pedir não integra o pedido, certamente o
identifica. Assim, também é vedado ao juiz proferir sentença fundada em outra
causa de pedir que não constante da petição inicial.

PEDIDO E CAUSA DE PEDIR


SENTENÇA EXTRA PETITA
ULTRA PETITA
IFRA PETITA = CITRA PETITA

h) ADITAMENTO OU ALTERAÇÃO DO PEDIDO OU DA CAUSA DE PEDIR:


Enquanto não se realizar a citação, a relação jurídica processual é ainda linear,
pois o processo ainda não terá completado sua formação. Por isso, o art.329, I,
do CPC, autoriza o aditamento ou a alteração do pedido ou da causa de pedir,
até a citação, sem que a isso o réu possa se opor. Ao ser citado, ele
necessariamente já terá ciência do pedido e (ou) da causa de pedir já alterados.
Após a citação, até o saneamento, também é possível a alteração ou o
aditamento do pedido ou da causa de pedir. Porém, nesse caso, a alteração ou
o aditamento necessitará de anuência do réu, a quem será concedido o prazo
mínimo de 15 dias para manifestação (art.329, II, do CPC). Todavia, encerrada
a fase postulatória, com o saneamento, ocorre a definitiva estabilização da
demanda, sendo vedada qualquer alteração ou aditamento. Essas regras
também são aplicáveis a reconvenção.

5.VALOR DA CAUSA: Trata-se de elemento obrigatório na petição inicial, ainda que


esta não tenha conteúdo econômico imediato, ou mesmo que não possua nenhum
conteúdo econômico. A cogência da norma é patente, por mais que, muitas vezes,
possa parecer sem sentido atribuir um valor pecuniário a causas destituídas de
conteúdo patrimonial. Contudo, existe em alguns casos que existe a estimativa que
ocorre na ausência de conteúdo econômico no processo.

LEI SECA – art. 292, do CPC:

O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será:


I - Na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal,
dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de
propositura da ação;
II - Na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a
modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou
o de sua parte controvertida;
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo
autor;
IV - Na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da
área ou do bem objeto do pedido;
V - Na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido;
VI - Na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma
dos valores de todos eles;
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor;
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal.

§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor


de umas e outras.
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a
obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se
por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar
que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito
econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das
custas correspondentes.

EMENDA DA INICIAL
ALTERAÇÃO DO VALOR DA CAUSA ATO DE OFÍCIO DO JUIZ
IMPUGNAÇÃO PELO RÉU

COMPETÊNCIA EM FUNÇÃO DO VALOR DA CAUSA JUIZADOS ESPECIAIS

6. AS PROVAS QUE SERÃO PRODUZIDAS: Reconhece-se, na doutrina e na


jurisprudência, que o autor não tem o ônus de indicar detalhadamente tudo o que
pretende provar, mas tão somente os meios de prova de que se servirá para tanto.

7. MANIFESTAÇÃO SOBRE A AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO:


Trata-se da manifestação que o autor deve apontar na petição inicial, se deseja ou não
a realização dessa audiência. Portanto, se o autor nada disser a respeito na petição
inicial, a audiência será marcada, ainda que o réu manifeste seu desinteresse.

8. ENCERRAMENTO: A praxe consolidou-se em encerrar a petição inicial com a


inclusão do nome da localidade, a data de sua realização e a assinatura do subscritor.
Nada disso consta do elenco do art.319, CPC, contudo, é importante ser colocado.

9. EMENDA DA INICIAL: Se a petição inicial não cumprir os requisitos do art.319 do


CPC, ou não for suficiente clara, contendo aspectos obscuros, de molde a
impossibilitar o processamento e julgamento, o juiz mandará que o autor a
complemente ou esclareça – indicando expressamente o que deve ser corrigido ou
esclarecido no prazo de 15 dias, sob pena de indeferimento.
PRAZO DE 15 DIAS
COMPLEMENTAR OU ESCLARECER
INDICAÇÃO PRECISA – PREVENÇÃO E ESCLARECIMENTO
PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
DEVER JUDICIAL DE CORREÇÃO DOS DEFEITOS
PREFERÊNCIA PELA SOLUÇÃO DE MÉRITO

INDEFERIMENTO DA INICIAL E REJEIÇÃO LIMINAR DO PEDIDO


Consiste na negativa de processamento da demanda. Há a extinção da fase cognitiva,
logo no seu nascedouro, sem a resolução do mérito.

HIPÓTESES DE CABIMENTO: INICIAL INEPTA


FALTA DE PEDIDO OU CAUSA DE PEDIR
CONTIVER PEDIDO INDETERMINADO
CONTIVER PEDIDOS INCOMPATIVEIS
FALTA DE LÓGICA NOS PEDIDOS
ILEGITIMIDADE DE PARTE
FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL
PERDA DO PRAZO DE EMENDA DA INICIAL

NATUREZA DO PRONUNCIAMENTO E RECURSO CÁBIVEL


Tem natureza de sentença e põe fim na fase cognitiva e seu conteúdo insere-se no rol
de matérias do art.485, CPC (art.231, parágrafo 1 CPC).
Assim, contra ela cabe recurso de APELAÇÃO (arts.331 e 1.009, CPC).

CLASSIFICAÇÕES
A) INDEFERIMENTO PARCIAL DA INICIAL: Pode atingir apenas parte da peça.
Constado o efetivo prejuízo gerado pelo defeito e esgotada a possibilidade de sua
correção, caberá o indeferimento parcial da petição inicial – tanto quanto caberia, em
qualquer outro caso, a negativa parcial de resolução do mérito.

B) INDEFERIMENTO TARDIO DA INICIAL: Se presentes os defeitos justificadores da


extinção da inicial, e uma vez exaurida a possibilidade de sua correção, convém que o
juiz, ainda antes da citação do réu, ponha fim à fase cognitiva (ou, na hipótese do item
anterior, reduza seu objeto, sem julgamento do mérito).

IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO


Ocorre quando fica constatado de antemão não haver necessidade de fase instrutória,
o magistrado será autorizado a proferir sentença de improcedência liminarmente.
Congrega dois diferentes grupos de hipóteses. Por um lado, prevê casos em que o carne
da disputa reside unicamente em uma questão jurídica que foi resolvida, em julgamento
precedente ao qual o ordenamento confere especial valor, contrariamente à pretensão
do autor.
CLASSIFICAÇÕES
A) IMPROCEDÊNCIA LIMINAR FUNDADA EM PRECEDENTE: Cabe o julgamento
liminar de improcedência quando a tese em que se funda a pretensão do autor já tiver
sido rejeitada:

EM ENUNCIADO DO STF OU STJ


EM ACÓRDÃO PROFERIDO PELO STF OU PELO STJ
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO EM DEMANDAS REPITITIVAS
ENUNCIADO DE SÚMULA DO TJE OU DF SOBRE DIREITO LOCAL

B) RECONHECIMENTO LIMINAR DE PRESCRIÇÃO OU DECADÊNCIA: Também


pode-se fundar na direta constatação da ocorrência de decadência ou prescrição. A
prescrição consiste na extinção da pretensão de direito material por falta de seu
exercício no prazo legalmente fixado. A decadência extingue, pelo mesmo motivo, o
próprio direito material. Assim, trata-se de fatos que impedem ou extinguem o direito do
autor – ensejando sentença de mérito (art. 487, CPC).

NATUREZA DA DECISÃO E RECURSO CÁBIVEL


O pronunciamento da rejeição liminar do pedido é sentença, passível, portanto, de
APELAÇÃO. Faz coisa julgada material.

C) REJEIÇÃO LIMINAR E PARCIAL DO PEDIDO: A exemplo do que se afirmou a


respeito do indeferimento da inicial, cabe também a rejeição liminar de apenas um ou
alguns dos pedidos cumulativamente feitos pelo réu ou de uma parte de um pedido que
seja decomponível. Isso acontecerá quando o pressuposto para a improcedência liminar
ocorrer apenas em relação a uma parte do mérito. Contra tal capitulo decisório caberá
AGRAVO DE INSTRUMENTO.

CONTESTAÇÃO
É o meio por excelência de exercício de direito de defesa. Essa peça processual veicula
tanto as defesas processuais – excetuada a arguição de impedimento e suspeição, que
deve ser formulada em incidente próprio – quanto as defesas de mérito. Representa,
para o réu, aquilo que a petição inicial representa para o autor, pois na contestação,
compete ao réu alegar “toda a matéria de defesa”.

CONCENTRAÇÃO DA DEFESA: Uma vez ofertada a contestação, em princípio se tem


por consumado o direito de defesa, não podendo o réu deduzir novas alegações.

EVENTUALIDADE: Como, em princípio, a apresentação da contestação gera preclusão


consumativa e a não apresentação gera preclusão temporal, o réu tem de deduzir todas
as defesas de que disponha, ainda que em caráter sucessivo e mesmo que
rigorosamente essas sejam incompatíveis entre si. Se a primeira dessas defesas não é
acolhida, o juiz passa à análise da subsequente – e assim sucessivamente. A isto a
doutrina denominou princípio da eventualidade.
FORMA DA CONTESTAÇÃO: A regra é que a contestação seja produzida em petição
escrita - ressalvada a hipótese de contestação oral nos JECS, prevista no art.30 da
Lei.9.099/95.

CONTEÚDO DA CONTESTAÇÃO: Na contestação, o réu alega tanto defesa


processual (dilatória ou peremptória) como defesa de mérito (direta ou indireta).
Reitere-se quem em função do princípio da concentração, ainda que existam fortes
razões para supor que a defesa processual será atacada, não deve a contestação deixar
de cometer defesa de mérito, porque, se ela não deve a contestação deixar de conter
defesa de mérito, porque, se ela não for exercida, em princípio, ocorre preclusão.
Todavia, aquela deve anteceder a esta.

DEFESAS PRELIMINARES: Em seguida, se houver, devem constar as defesas


preliminares. Denominam-se preliminares as matérias previstas no art.337 do CPC,
porque logicamente sua análise precede à análise do mérito. São as defesas
processuais. Assim, antes de contestar o mérito, cabe ao réu alegar:

INEXISTÊNCIA OU NULIDADE DE CITAÇÃO


INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA
INCORREÇÃO DO VALOR DA CAUSA
INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL
PEREMPÇÃO
LITISPENDÊNCIA E COISA JULGADA
CONEXÃO
INCAPACIDADE DE PARTE, DEFEITO DE REPRESENTAÇÃO
FALTA DE AUTORIZAÇÃO
CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM
AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE / INTERESSE PROCESSUAL
FALTA DE CAUÇÃO OU DE OUTRA PRESTAÇÃO
INDEVIDA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DE GRATUIDADE

PRAZO PARA OFERECIMENTO: Em regra, o prazo para oferecimento é de 15 dias


úteis. Mas o prazo é contado em dobro quando: não sendo eletrônico os autos, os vários
réus tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, quando se
tratar de defensor público, ou quando for parte a União os Estados, o Distrito Federal,
os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público ou o MP.
RECONVENÇÃO

A reconvenção é uma nova ação, proposta pelo réu contra o autor, no processo já em
curso e que foi iniciado pelo autor. É um modo de cumulação superveniente de ações,
pois o réu, tendo pedido a deduzir em face do autor, exerce o direito de ação, no mesmo
procedimento em que está sendo demandado. Nesse sentido, constitui um contra-
ataque do réu. A reconvenção não substitui a defesa, pois, mesmo que o réu apresente
reconvenção, não está isento do ônus da impugnação ao pedido da ação principal. Com
a reconvenção, o objeto do processo sofre alargamento, passando a conter duas
demandas e duas lides: a originária, do autor contra o réu, e a reconvencional, do réu-
reconvinte contra o autor-reconvindo.

AUTONOMIA DA RECONVENÇÃO: Apesar de formulada no processo já instaurada


pela ação principal, a ação reconvencional é autônoma, não estando sujeita ao destino
daquela. Ambas apenas ficam unidas pelo liame procedimental da conexão e pelo fato
de serem vinculadas ao mesmo processo. Assim, se o autor desistir da ação principal,
ou ocorrer qualquer motivo para sua extinção, a reconvenção poderá prosseguir, pois
não há qualquer traço de acessoriedade. E, também, em sentido inverso: se houver
desistência ou extinção da reconvenção, a ação principal não é, por isso, afetada.

PRESSUPOSTOS OBJETIVOS: Está subordinada aos pressupostos de


admissibilidade da tutela jurisdicional (pressupostos processuais e condições da ação),
que são exigíveis em qualquer processo e para qualquer ação.

Além disso, apresenta pressupostos específicos

CONEXÃO COM A AÇÃO PRINCIPAL OU COM O FUNDAMENTO DA DEFESA


COMPETÊNCIA
IDENTIDADE PROCEDIMENTAL

LEGITIMIDADE

RÉU CONTRA AUTOR


LITISCONSÓRCIO
SUBSTITUTO PROCESSUAL

PROCEDIMENTO

OFERTADA NA PEÇA DA CONTESTAÇÃO


JULGADAS NO MESMO PROCESSO (REGRA)

RECOVENÇÃO DA RECOVENÇÃO: É possível, exceto no processo monitório.

OBSERVAÇÕES: É incabível na Lei 9.099/1995 (art.31) e na execução.


Obra utilizada: CURSO AVANÇADO DE PROCESSO CIVIL 2 – LUIZ RODRIGUES
WAMBIER e EDUARDO TALAMINI - 2017

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