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Universidade de Brasília

Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia Mecânica

Experimento 1: Curva de Tensão x Deformação verdadeira

Professor: Guilherme Caribé de Carvalho


Disciplina: Tecnologia Mecânica 2
Turma: B
Data: 05/04/2019

Aluno

Guilherme Costa Resende – 15/0128185

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1. Objetivos

No presente ensaio, visa-se obter a curva tensão deformação verdadeira


por meio do gráfico carga x deslocamento gerada por uma máquina de ensaio
universal para diferentes materiais – aço 1020 e o alumínio comercial -.
Além disso, busca-se identificar os efeitos de encruamento em ciclo de
carregamento acima da tensão de escoamento e descarregamento, até a
ruptura.

2. Introdução Teórica

A curva tensão-deformação é uma descrição gráfica do comportamento


de deformação de um material sob carga de tração uniaxial. A curva é obtida no
chamado ensaio de tração.
O ensaio consiste em carregar um corpo de prova, submetendo-o a uma
carga de tração que aumenta gradativamente. Os valores de carga e
deslocamento são medidos continuamente ao longo do ensaio e traçada a curva
de comportamento. As máquinas e equipamentos convencionais utilizados no
ensaio de tração podem ser combinadas com equipamentos auxiliares que
geram a curva de comportamento, tomando os valores de engenharia tanto para
a tensão como para a deformação.
Os corpos de prova na maioria das vezes são circulares podendo também
serem retangulares. O corpo é fixado pelas suas extremidades nas garras de
fixação da máquina de tração. Ele é então submetido a um esforço, aplicando
uma carga gradativa e registrando cada valor de forca correspondente a um
diferente tipo de alongamento do material. O ensaio termina quando o material
se rompe. Para efeitos de reduzir as diferenças entre as dimensões de diferentes
corpos de prova, utiliza-se os conceitos de tensão de engenharia e deformação
de engenharia, definidos por:

𝐹
σ= (1)
𝐴0

𝑙𝑓 −𝑙0
𝜀= (2)
𝑙0
Onde:
F – Força aplicada
𝐴0 – Área Inicial
𝑙𝑓 – Comprimento final
𝑙0 – Comprimento inicial

O gráfico de tensão x deformação é mostrado abaixo com os seus


principais pontos.

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Figura 1: Pontos notáveis da curva de tensão x deformação de engenharia.

Analisando a figura 1, podemos definir alguns conceitos importantes:


Limite de resistência à tração: Corresponde à máxima tensão que o
material suporta sem romper-se. É calculada por:

𝐹𝑀á𝑥
𝐿𝑅 = (3)
𝑆0

Onde:
𝐹𝑀á𝑥 – Carga máxima aplicada no material
𝑆0 – Área da seção inicial do corpo de prova

Limite de proporcionalidade: É o limite no qual as tensões são


diretamente proporcionais as deformações.
Resiliência: Capacidade de um material absorver energia mecânica em
regime elástico (ou resistir à energia mecânica absorvida) por unidade de volume
e readquirir a forma original quando retirada a carga que provocou a deformação.
Tenacidade: é uma medida de quantidade de energia que um material
pode absorver antes de fraturar.
Tensão de escoamento: Início da deformação plástica, consiste
propriamente dito em um grande alongamento do material sem acréscimo
significativo de carga, com oscilações na velocidade de deformação. Ela pode
ser obtida por meio de uma reta paralela à região elástica, com desvio do
comportamento linear de 0,2% ou 0,002 na deformação.
Região Elástica: É a fase na qual o material recupera suas dimensões
originais após a retirada dos esforços externos sobre ele. A fase elástica
obedece a Lei de Hooke (σ = E x ε). Sendo o “E” denominado de módulo de
elasticidade ou módulo de Young. O módulo de elasticidade pode ser obtido
através da inclinação da reta na fase elástica.
Região Plástica: É a fase a partir do qual o material sofre uma
deformação permanente (não consegue recuperar suas dimensões originais
após a retirada das cargas).
Limite de ruptura: Correspondente ao ponto de fratura do material. É
importante saber que quando o material é submetido a uma tensão máxima
suportada, logo em seguida observamos um decréscimo de carga, ou seja, o
limite de ruptura é inferior ao limite de resistência, uma vez que o material sofre

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uma redução de sua área, denominado de estricção. A estricção pode ser
calculada pela redução percentual de área (RA%) por:

𝐴0 − 𝐴𝐹
𝑅𝐴% = (4)
𝐴0
Onde:
𝐴0 − Área da secção transversal inicial do material
𝐴𝐹 − Área da secção transversal final do material
Também pode ser medida pelo seu alongamento percentual dado pela
seguinte fórmula:
𝐿𝑓 − 𝐿0
𝐴𝐿% = (5)
𝐿0

A ductibilidade, que é a deformação ocorrida até a fratura num teste de


tração, pode ser medida por meio das equações 4 e 5.
A figura 2 apresenta duas características importantes de um corpo que foi
ensaiado por tração: seu alongamento e sua redução de área.

Figura 2: Corpo de prova antes e depois do ensaio de tração.

2.1. Curva tensão x deformação verdadeira

A curva de tensão x deformação verdadeira considera a área instantânea


da seção do corpo de prova ao invés da área inicial, como é feita na de
engenharia. A Tensão Verdadeira é definida como sendo a carga F dividido
sobre a área instantânea, ou seja, área do pescoço após o limite de resistência
à tração:

𝑭
σ= (6)
𝑨𝒊

A deformação verdadeira é definida pela expressão:

𝐿 𝑑𝑙 𝐿
𝜀 = ∫𝐿 = 𝑙𝑛 (7)
0 𝑙 𝐿0

Considerando que o volume do corpo não se altera no regime plástico,


para o intervalo em que ocorre deformação uniforme (σ < σmax), calcula-se a área
instantânea da seguinte maneira:

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𝐿 𝐴0
𝜀 = 𝑙𝑛 = (8)
𝐿0 𝐴𝑖

𝐴𝑖 = 𝐴0𝑒 −𝜀 (9)

A partir da estricção, liga-se esse ponto até o ponto de ruptura, fazendo


uma interpolação linear, gerando assim, o gráfico real.
A curva verdadeira é sempre crescente, porque, apesar da carga diminuir
após a estricção, a área também diminui de maneira a deixar a curva sempre
com derivada positiva.
Não se pode usar o gráfico fornecido pela máquina de ensaio, pois ela
fornece a carga em função do deslocamento e além disso, no caso de
conformação mecânica, há grandes deformações, necessitando de dados mais
precisos na região plástica, que é o que interessa, necessitando assim, um
gráfico real. Na região plástica, espera-se uma curva dada pela seguinte
equação:

σ= 𝐾𝜀 𝑛 (10)

Onde:
n - Expoente de encruamento, dependente de cada material.
K - Coeficiente de resistência = tensão para ε = 1.

𝑙𝑜𝑔𝜎−𝑙𝑜𝑔𝐾
𝑛= (11)
𝑙𝑜𝑔𝜀

A fórmula da resiliência, que é a área sob a curva tensão-deformação até


o escoamento, é apresentada como:
𝜎𝑒𝑠𝑐 𝑒0
𝑢𝑟 = (12)
2

Em que 𝑒0 é o valor limite da deformação da região elástica.


É sabido que, na fratura, as tensões atuantes na região do
empescoçamento são normais, mas também cisalhantes. Portanto, a tensão
normal verdadeira da fratura é menor que a calculada apenas com a área e a
força instantânea. Logo, há um estado triaxial de tensões. O fator de correção é
dado por:
𝜎𝑎𝑣
𝜎= 𝑅 𝑎 (13)
(1+2 )[𝑙𝑛(1+ )]
𝑎 2𝑅
Onde:
R – Raio de curvatura do pescoço
a – Raio mínimo do pescoço

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𝜎𝑎𝑣 – Tensão de fratura

3. Materiais utilizados e Procedimento Experimental

• Medição do comprimento inicial (𝐿0 ) nos dois corpos de prova através de


um paquímetro e anotação de seu valor. O mesmo foi realizado com o
diâmetro inicial (𝑑0 );
• Instalação dos corpos de provas na máquina de ensaio universal 810
Material Test System (Figura 3), fixando-os cuidadosamente;
• Ajuste nas variáveis de ensaio, força (KN) e deslocamento (mm), no
programa de controle do ensaio;
• Aplicação da carga e registro dos valores de cargas em pontos notáveis;
• Medição do comprimento final (𝐿𝑓 ) após a ruptura, assim como o diâmetro
mínimo na região da estricção;
• Determinação do raio de curvatura (Rc) para utilizar o fator de correção
para curvas tensão-deformação verdadeira;

Figura 3: Máquina de ensaio universal 810 Material Test System

4. Dados Experimentais

Na tabela 1, é apresentada os valores iniciais e finais do aço.

Tabela 1: Dados do aço 1020


Rc (mm) D0 (mm) L0 (mm) A0 (mm2) Df (mm) Lf (mm) Af (mm2)
7,64 8,00 36,00 50,27 5,60 40,70 24,63

Na tabela 2, é mostrado os valores iniciais e finais do alumínio comercial.

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Tabela 2: Dados do Alumínio Comercial
Rc (mm) D0 (mm) L0 (mm) A0 (mm2) Df (mm) Lf (mm) Af (mm2)
5,85 8,05 36,40 50,90 4,50 43,20 15,90

Para o cálculo do raio de curvatura, foi desenhada uma circunferência


tangente a área de estricção dos corpos de prova e assim, foi possível medir o
raio aproximado. A figura 4 mostra o procedimento realizado.

A B

Figura 4: A. Raio de curvatura do aço 1020; B. Raio de curvatura do alumínio comercial;

5. Análise dos Resultados e Discussão

Analisando a ductilidade dos materiais, podemos calcular de duas formas:


por meio do alongamento percentual (Equação 5) ou com a redução de área
(Equação 4). Para o aço 1020, temos o seguinte:

40,70−36,00
𝐴𝐿% = = 13% (14)
36,00

50,27−24,63
𝑅𝐴% = = 51% (15)
50,27

Para o alumínio comercial, temos que:

43,20−36,40
𝐴𝐿% = = 18,68% (16)
36,40

50,90−15,90
𝑅𝐴% = = 68,76% (17)
50,90

Por meio desses dados é possível observar que em relação ao


alongamento, o alumínio se mostra bem mais dúctil que o aço. Em relação à

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redução de área, segue-se a mesma lógica, na qual o alumínio possui um valor
superior ao aço, comprovando assim a sua maior ductibilidade.
Por meio dos dados obtidos no ensaio de tração, foi possível gerar as
curvas de tensão x deformação de engenharia e a tensão x deformação real do
aço 1020 e alumínio comercial, como mostra o gráfico 1 e 2, respectivamente.

Gráfico 1: Tensão x deformação do Aço 1020.

Gráfico 2: Tensão x deformação do Alumínio Comercial

A partir do ponto de estricção, inicia-se uma deformação verdadeira não


uniforme. Devido ao fenômeno do empesçocamento, a condição de tensão no
corpo não é mais uniaxial, devido à irregularidade geométrica e assim o estado
de tensão no corpo se torna triaxial.
Diante dessas circunstâncias torna-se necessário utilizar a relação de

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Bridgman, que é um dos tipos de fatores de correção para curvas tensão-
deformação verdadeiras. Substituindo os valores na equação (13), teremos, para
o aço 1020 e alumínio comercial, as seguintes tensões:

Alumínio
Aço 1020
Comercial
Tensão de
834,46 MPa 380,55 MPa
Bridgman (σ)
Tabela 3: Tensões obtidas pela relação de Bridgman.

Além dessas tensões, foram calculadas as deformações verdadeiras dos


dois corpos de provas, para o intervalo de deformações em que ocorre a
deformação uniforme(σ<UTS) que é dada pela seguinte fórmula:

𝐿
𝜀 = 𝑙𝑛 (18)
𝐿0

Considerando L = 40,7mm e 𝐿0 = 36mm para o Aço 1020 e substituindo


esses dados na equação (14), chega-se ao seguinte resultado:

𝜀𝐴ç𝑜 = 0,122709154 (19)

Considerando L=43,2 mm e 𝐿0 = 36,4 mm para o alumínio e seguindo o


mesmo procedimento acima, obtêm-se o valor abaixo:

𝜀𝐴𝑙𝑢 = 0,171271721 (20)

Com as tensões e deformações determinadas, se utiliza a equação de


Hollomon (σ= 𝐾𝜀 𝑛 ), para definir o coeficiente de resistência (K), e o expoente
de encruamento (n), para cada material.
Realizando a regressão linear dessa equação, do tipo logσ = logK + log𝜀,
observou-se os seguintes valores:

Aço 1020: σ = 917,7187896 × 𝜀 0,205333175

Alumínio: σ = 445,8683126 × 𝜀 0,089771269

Logo:

𝑛𝐴ç𝑜 = 0,205333175 e 𝐾𝐴ç𝑜 = 917,7187896


𝑛𝐴𝑙𝑢 = 0,089771269 e 𝐾𝐴𝑙𝑢 = 445,8683126

Comparando os dois materiais, observa-se que o aço 1045 possui uma

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maior resistência, tenacidade e resiliência que o alumínio comercial. Ademais, o
primeiro tem, ainda, um maior coeficiente de encruamento (n), logo, tem maior
capacidade de se deformar, em tração, sem que ocorra a estricção.
Uma das prováveis fontes de erro que podem ser elencadas são as
medições feitas no corpo de prova, sendo realizadas apenas ao olho nu por meio
de marcações feitas à mão. Além disso, ao se fixar os corpos de prova na
máquina de tração, pode ocorrer um leve escorregamento entre as garras da
máquina e as extremidades dos materiais, o que pode alterar o verdadeiro valor
da deformação. Portanto, uma forma de obter uma curva mais precisa seria
colocar um sensor que meça o alongamento do corpo de prova.

6. Conclusão

Destarte, por meio desse experimento, foi possível aprender um pouco


mais a respeito do ensaio de tração. Com esse ensaio, é possível determinar
várias propriedades mecânicas do material, como por exemplo, saber se o
material é dúctil ou frágil, o seu limite de ruptura, limite de resistência à tração,
além de determinar a força máxima que o material pode suportar antes que
comece a se deformar ou chegar à ruptura. Com relação aos corpos de prova
utilizados no experimento, pode-se concluir a partir dos dados obtidos, que o
alumínio possui uma menor resistência quando comparado ao aço, uma vez que
o segundo suporta uma tensão maior. Todavia, no que se refere ao alongamento,
o alumínio é superior ao aço, devido ao primeiro possuir uma maior ductibilidade.
Ademais, é possível notar que o ensaio de tração real tem um resultado mais
aceitável do que o ensaio convencional ou de engenharia, sendo que através
desses ensaios pode-se notar o fenômeno do encruamento, que é o que faz a
curva de tensão x deformação do ensaio real ser sempre crescente, uma vez
que a tensão necessária para que o material se rompa é maior. O interessante
da prática do experimento é que por meio das curvas de tensão x deformação,
é possível obter muitas informações sobre os corpos de prova em um único
gráfico.

7. Referências Bibliográficas

[1] KALPAKJIAN, S. Manufacturing Engineering and Technology, 3 rd Ed.


Reading, Mass: Addison Wesley, 1995.

[2] CHIAVERINI, V. Tecnologia Mecânica, processo de fabricação e tratamento.


a edição. Volume 2. McGraw-Hill. São Paulo. 1986.

[3] CALLISTER, William D., Ciência e Engenharia de Materiais: Uma


Introdução. 5ª edição. Editora: LTC (2002).

[4] BAUER, F. L. A. Materiais de construção. 5a edição. Volume 2. Livros


técnicos e científicos editora. Rio de Janeiro. P.595. 2009.

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