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26 Corte & Conformação de Metais – Dezembro 2008

Metalurgia

Aços avançados de
alta resistência:
microestrutura e
propriedades mecânicas
As chapas feitas com aços avançados de alta resistência são uma das principais
respostas da siderurgia aos desafios impostos por seus clientes em sua busca por
maior competitividade e atendimento às restrições ao consumo de energia e aos
danos ao meio ambiente. O caso da indústria automobilística é emblemático, já
que ela precisa reduzir cada vez mais o peso de seus produtos para minimizar seu
consumo de combustível e diminuir, assim, o custo e a agressão ecológica associados
a seu uso. Chapas mais finas de aço com maior resistência mecânica permitem reduzir
o peso das peças sem a perda de suas características originais. Contudo, há casos
em que um aumento da resistência leva à redução da conformabilidade do material,
o que afeta a liberdade de design. A solução para esse impasse foi a aplicação
de efeitos microestruturais complexos para conciliar, tanto quanto possível, essas
características aparentemente contraditórias. Este trabalho apresenta uma revisão
sobre as microestruturas dos aços e sua relação com as propriedades mecânicas, com
ênfase nos novos aços avançados de alta resistência que vêm sendo desenvolvidos:
bifásicos, TRIP, de fases complexas, martensíticos e parcialmente martensíticos, TWIP
e com tamanho de grão ultra-fino.

A. A. Gorni

A
contínua evolução tecno- baixo cujo desempenho atendes- termomecânicos ou térmicos
lógica dos bens de consu- se aos requisitos mecânicos, específicos.
mo duráveis e a necessidade de químicos e físicos necessários às Po de - s e cit ar aqui alguns
se implantar uma infraestrutura mais variadas aplicações. Os pro- exemplos dessa polivalência.
adequada para atender às neces- dutos planos de aço possuem Chapas grossas destinadas à
sidades vitais da humanidade aplicação praticamente universal, construção civil precisam apre-
impôs o desenvolvimento de graças à capacidade que têm de sentar alta resistência mecânica
materiais de custo relativamente assumir diferentes perfis de pro- para viabilizar a construção de
Antonio Augusto Gorni é analista de processos da
priedades por meio da escolha edificações cada vez maiores.
Companhia Siderúrgica Paulista – Cosipa e editor criteriosa dos elementos de liga Aços para construção naval pre-
técnico da revista Corte e Conformação de Metais
(contato por e-mail: gorni@cosipa.com.br). e da aplicação de tratamentos cisam apresentar fácil soldagem,
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uma vez que esse processo é


intensamente aplicado neste caso
e seu custo é muito alto. Produ-
tos planos usados na confecção
de tubos com costura de grande
diâmetro, além da alta soldabili-
dade, precisam apresentar boa
tenacidade para minimizar o risco
de rompimentos, que podem
ter conseqüências catastróficas
caso o fluido transportado seja
inflamável e/ou tóxico.
Mas é a indústria automobilística
que tem promovido enormes avan-
ços na evolução metalúrgica dos Fig. 1 – Evolução dos diversos tipos de aços avançados de alta resistência (AHSS) ao longo das
aços ao longo das últimas décadas. últimas três décadas (39)
Basta lembrar que os primeiros
automóveis possuíam feitio qua- combustíveis obviamente impôs a va as perdas de estampabilidade
drado basicamente em razão da redução de seu consumo. Uma das decorrentes dos maiores níveis de
inadequada estampabilidade das formas mais eficazes para conse- resistência mecânica.
chapas dos aços ferrítico-perlíticos guir esse objetivo foi a redução do A crise do petróleo terminou
do período, uma conseqüência não peso dos automóveis, através da em meados de 1985, mas a exu-
só da incipiente ciência metalúrgica diminuição do seu tamanho, da berância econômica do pós-guerra
da época, bem como das limitações adoção de um design mais sóbrio estava irremediavelmente perdida.
dos processos industriais de refino e do uso de materiais mais leves, Portanto, a indústria automobi-
e conformação. Contudo, a pressão como plásticos e alumínio. As usi- lística continuou demandando
da indústria automobilística pela nas siderúrgicas tiveram de reagir, avanços nos materiais por ela ado-
redução de preço e melhoria do buscando na ciência metalúrgica tados, visando diminuir o preço de
design dos automóveis forçou as novos meios para produzir aços aquisição e manutenção de seus
usinas a evoluir tecnologicamente mais resistentes que permitissem produtos. Além disso, as crescentes
para produzir aço barato e com a fabricação de componentes exigências dos consumidores por
alta estampabilidade. Essa fase com os mesmos níveis de resis- maior conforto a bordo – ar condi-
encontrou seu auge nos anos 1950, tência mecânica, mas com menor cionado, direção hidráulica, vidros
quando ocorreu o predomínio de quantidade de material. Surgiram elétricos... – chegaram até mesmo
um estilo automotivo exuberante- então os chamados aços de alta a reverter a tendência de diminui-
mente curvilíneo, não por acaso resistência e baixa liga – ARBL ção no peso dos automóveis. Final-
apelidado de rabo-de-peixe, de- (High Strength Low Alloy – HSLA), mente, o ambiente extremamente
vido ao formato extravagante da contendo micro-adições de Nb, Ti competitivo em escala global que
região posterior dos automóveis e V, cuja microestrutura ferrítica- surgiu a partir dos anos 1990 e os
daquela época. perlítica mais refinada e capacida- desafios ecológicos do início do mi-
Esse bucólico estilo dos anos de de endurecimento por precipi- lênio vêm impondo desafios cada
dourados – certamente uma des- tação lhe proporcionavam maior vez mais sérios a esse setor.
forra pelos duros anos da II Guerra resistência mecânica. Contudo, a A resposta da siderurgia mundial
Mundial – foi repentinamente contrapartida por essas vantagens a essa situação de permanente
inviabilizado pela primeira crise foi uma ligeira perda de estampa- stress foi o desenvolvimento con-
do petróleo, em 1973 – talvez o bilidade nesses novos produtos. A tínuo de novos tipos de chapas
primeiro aviso sério sobre a fini- reação a isso foi o surgimento dos de aço com características cada
tude dos recursos do planeta. O aços bifásicos (dual phase), cuja vez mais adequadas a aplicações
exorbitante aumento do preço dos microestrutura peculiar minimiza- específicas, cuja evolução histórica
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pode ser apreciada na figura 1(39)


(pág. 27). A partir da década de
1990, todos esses novos aços fo-
ram englobados numa só família,
designada como Aços Avançados
de Alta Resistência (Advanced High
Strength Steels – AHSS). A figura
2, já clássica, permite comparar
as características de resistência
mecânica e ductilidade dessa nova
família de aços. Pode-se deduzir, a
partir dessa figura, que o aumento
do nível de resistência mecânica do
produto leva quase inevitavelmente
à redução de seu alongamento
total, ou seja, de sua estampa-
bilidade. Contudo, o uso de mi- Fig. 2 – Relação entre limite de resistência e alongamento total dos vários tipos de aços
avançados de alta resistência (AHSS) (33)
croestruturas adequadas permite
minimizar a perda de ductilidade dos mecanismos microestruturais produzidas a partir de ligas simples,
sob níveis mais altos de resistência dos aços na definição desses novos com baixos teores de C e Mn, e sob
mecânica. perfis de propriedades mecânicas condições de processo descom-
Essa mesma figura mostra ainda e conformabilidade. plicadas, ainda que devidamente
que ligas leves à base de alumínio controladas. Como ocorre em to-
e magnésio são inferiores aos aços Aços ferríticos e dos os tipos de microestrutura, suas
quando se considera simultanea­ ferrítico-perlíticos características específicas – como
mente resistência mecânica e tamanho de grão, fração de se-
conformabilidade (33). Os aços ferrítico-perlíticos consti- gunda fase etc. – influenciam as
O objetivo deste trabalho é tuem a classe mais simples de cha- propriedades mecânicas do produ-
efetuar uma revisão sobre o papel pas metálicas, as quais podem ser to pelos chamados mecanismos de
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endurecimento. O princípio básico soluto. É curioso notar que a con-


desses mecanismos consiste em tribuição do Cr ao endurecimento
dificultar ao máximo a mobilidade por solução sólida do aço é nula,
das discordâncias presentes no enquanto a do Ni é negativa (9).
reticulado cristalino do metal, já O endurecimento pelos contor-
que são justamente esses defeitos nos de grão ∆σtg pode ser quanti-
que fazem com que a resistência ficado pela já consagrada equação
mecânica dos materiais reais seja de Hall-Petch:
de menos de 10% do valor que
k tg
seria teoricamente possível. Todos
Dstg = (1)
os mecanismos de endurecimento !d
elevam as propriedades mecâni-
cas determinadas sob condições onde d é o diâmetro médio dos
estáticas, ou seja, sob baixas velo- grãos e ktg é uma constante. Este
cidades de deformação, como é o é o único mecanismo de endu-
caso dos limites de escoamento e recimento que aumenta tanto a
resistência, medidos em ensaios de resistência mecânica quanto a
tração (30, 9). tenacidade dos metais. Por esse
A primeira componente que de- motivo, o refino de grão é, geral-
fine as propriedades mecânicas de mente, o primeiro mecanismo de
um aço ferrítico-perlítico é a resis- endurecimento cogitado quando
tência básica σ0 entre os átomos de se definem processos metalúrgi-
ferro, à qual se acrescentam as con- cos de conformação e tratamento
tribuições dos demais mecanismos térmico de aços estruturais.
de endurecimento. A resistência O endurecimento por segunda
básica σ0 corresponde à tensão de fase, σy, decorre da presença de
fricção da rede cristalina, definida mais de uma fase, ou constituinte,
pela força de Peierls-Nabarro, e na microestrutura do aço – como
que, no caso da ferrita CCC, assu- a perlita, por exemplo. No caso
me valor de 70 MPa. específico de uma microestrutura
O primeiro mecanismo de en- ferrítico-perlítica, a resistência
durecimento ocorre pelo efeito de mecânica pode ser calculada em
solução sólida, o qual decorre da função da lei de misturas:
presença de átomos de elementos
1/3 1/3
de liga solubilizados no reticulado sy = X f syf + (1 – X f )syp (2)
do ferro. Com exceção do P, todos
os demais provocam dilatação nes- onde σy é o limite de escoamento
se reticulado. A intensidade de seu do aço, Xf é a fração de ferrita, σyf
efeito no endurecimento é função é o limite de escoamento da ferrita
da diferença de tamanho entre os e σyp é o limite de escoamento da
átomos de soluto e os de solvente, perlita.
das perturbações na estrutura ele- A ductilidade das microestrutu-
trônica decorrentes da diferença ras ferrítico-perlíticas, que geral-
no módulo de cisalhamento entre mente é expressa pelo alongamen-
o soluto e solvente, e da concen- to total observado nos ensaios de
tração do soluto. Do ponto de vista tração, é reduzida pela presença de
prático, o efeito do endurecimento perlita e elementos de liga em so-
por solução sólida é diretamente lução sólida. O efeito do tamanho
proporcional ao teor em peso do de grão não é unanimidade: alguns
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autores afirmam que seu refino Aços microligados pela precipitação interfásica de
melhora a ductilidade (30), fato não partículas extremamente finas du-
confirmado por outros (27). Os estudos sobre os efeitos de rante a transformação da austenita
Infelizmente, a maioria dos me- micro-adições de V, Ti e Nb nas ao longo do resfriamento que é
canismos de endurecimento tende propriedades mecânicas de aços feito após a laminação a quente
a degradar as propriedades mecâ- de baixo carbono começaram no ou o tratamento térmico. Contu-
nicas determinadas sob condições final da década de 1950. Tais efei- do, neste caso há alguma perda
dinâmicas, ou seja, as medidas sob tos revolucionaram a siderurgia, já de tenacidade. No caso de aços
altas velocidades de deformação, que viabilizaram o desenvolvimento laminados a frio, os elementos de
como a tenacidade ou capacidade de tratamentos termomecânicos microliga retardam os processos
que o material tem para resistir que levam à obtenção de aços que de recristalização e crescimento
à nucleação e ao avanço de uma apresentam microestrutura com de grão que ocorrem durante o
trinca – por exemplo, a energia alto grau de refino. Essa intensa recozimento das bobinas laminadas
absorvida durante um ensaio de redução no tamanho de grão a frio (14).
impacto Charpy ou a temperatura permite aumentar, simultanea- O Ti atua principalmente pelo
de transição entre fratura dúctil e mente, a resistência mecânica e a refino do tamanho de grão aus-
frágil. O refino de grão é uma no- tenacidade da chapa, diminuindo tenítico durante o reaquecimento
tável exceção a essa regra, servindo os teores de elementos de liga do da placa antes de sua laminação a
de base para o desenvolvimento aço, especialmente o do C. Isso é quente. Os precipitados desse ele-
de tratamentos termomecânicos particularmente interessante para mento possuem baixa solubilidade,
como a laminação controlada (9). esse tipo de produto, pois melhora particularmente o TiN, que se man-
Pickering deduziu numerosas sobremaneira sua soldabilidade, tém estável mesmo no aço líqüido.
fórmulas para o cálculo das pro- minimizando os custos de fabrica- Já o V possui alta solubilidade na
priedades mecânicas de diversos ção das estruturas. austenita e, por esse motivo, en-
tipos de aço a partir de suas ca- Os elementos de micro-liga durece o material por precipitação
racterísticas microestruturais (30) ; também podem proporcionar interfásica na ferrita, principalmen-
essas equações foram incluídas endurecimento por precipitação, te. Já o Nb atua principalmente por
numa compilação escrita em por- aumentando a resistência mecâni- meio do refino do tamanho de grão
tuguês (17). ca da chapa. Esse efeito é causado austenítico imediatamente antes de
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sua transformação. Esse elemento, refinada, a qual proporciona ao deixa claro que o endurecimento
tanto na forma solubilizada como produto as características tecno- por precipitação é diretamente
na precipitada, possui a capacidade lógicas favoráveis citadas no pará- proporcional à quantidade de
de restringir a recristalização da grafo anterior(14). precipitados e inversamente pro-
austenita entre os passes de lami- A intensidade do endurecimento porcional ao seu diâmetro. Sua apli-
nação abaixo de uma determinada pela precipitação ∆σppt depende cação prática é restrita, já que, nos
temperatura (designada como Tnr, da fração e das características das aços microligados, os precipitados
ou temperatura de não-recristali- partículas precipitadas, tais como que aumentam a dureza somente
zação), que geralmente varia entre resistência mecânica, estrutura, podem ser detectados pela micros-
900°C e 1.000°C. Dessa forma, espaçamento, tamanho, formato copia eletrônica de transmissão,
durante a fase de acabamento da e distribuição. Ela pode ser quan- cuja complexidade dificulta muito
chamada laminação controlada, tificada a partir do modelo de a obtenção das grandes massas
ocorre uma virtual “laminação Ashby-Orowan: de dados necessárias para o ajuste
a frio” da austenita, cujos grãos estatístico das equações experi-
ficam completamente achatados 5,9 ! Xp mentais (30).
Dsppt = ln (4.000 x ) (3)
e encruados imediatamente antes x Os aços microligados também
de sua transformação, proporcio- podem apresentar o endureci-
nando inúmeros pontos propícios onde ∆σppt é o endurecimento por mento por discordâncias ∆σdisc, o
para a nucleação de ferrita durante precipitação, Xp é a fração de pre- qual ocorre se a microestrutura
o resfriamento posterior. Dessa cipitados na microestrutura e x é o desse material apresentar consti-
forma, ela dá origem a uma mi- diâmetro médio do intercepto pla- tuintes formados sob temperaturas
croestrutura ferrítica intensamente nar dos precipitados. Esta fórmula relativamente baixas, como, por
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Fig. 3 – a) Representação esquemática da topologia da microestrutura bifásica (20); b) comparação entre as curvas tensão versus deformação,
determinadas por ensaio de tração, para os aços ao C, microligado e bifásico (11)

exemplo, ferrita acicular ou bainita. mente baixas, formando constituin- do que as ferríticas ou ferrítico-
A ferrita acicular, ao contrário da tes aciculares, como ferrita acicular, perlíticas normalmente presentes
poligonal, contém discordâncias bainita ou mesmo martensita. O nas ligas comuns de baixo C. Essa
em sua estrutura que aumentam volume desses constituintes é sig- abordagem está baseada nas
sua resistência mecânica. O efeito nificativamente maior em relação interações mais complexas que
de endurecimento é diretamente à austenita que lhes deu origem. ocorrem entre vários constituintes
proporcional à raiz quadrada da Isso gera tensões de compressão presentes na microestrutura, os
densidade de discordâncias ρ pre- na matriz de ferrita poligonal já quais, por sua vez, também devem
sente na microestrutura: existente, deformando-a local- apresentar variações significativas
mente e gerando discordâncias – o de dureza entre si. No final da
Dsdisc = kdisc ! r (4) que também exerce efeito endure- década de 1970 surgiu o primeiro
cedor(30). desenvolvimento nesse sentido, o
onde kdisc é uma constante que Por outro lado, a resistência assim chamado aço bifásico (dual
depende do aço em questão. mecânica significativamente maior phase), que, como seu nome dá a
Eventualmente, esse tipo de en- dos aços microligados é conse- entender, apresenta microestrutura
durecimento pode ocorrer na pró- guida, infelizmente, às custas de constituída por uma matriz com 80
pria ferrita poligonal, que original- sua conformabilidade a frio, que é a 85% de ferrita poligonal macia
mente está isenta de discordâncias. significativamente pior em relação somada a 15 a 20% de martensita
Por exemplo, em determinados aos aços comuns ao C. A solução dura (31).
aços, a transformação da auste- deste problema requereu novas Hornbogen definiu a microes-
nita dá origem a grandes frações abordagens metalúrgicas, como trutura bifásica como uma fusão
de ferrita poligonal, formada sob será visto a seguir. das três morfologias básicas das
temperaturas relativamente altas. microestruturas com duas fases:
Contudo, o C rejeitado durante Aços bifásicos duplex, dispersão e em rede. Por
essa transformação se concentra (dual phase) esse motivo, a microestrutura
numa pequena fração de austenita bifásica reúne as características
remanescente, que assim ganha Um dos recursos disponíveis para topológicas peculiares de cada tipo
temperabilidade e se estabiliza, maximizar simultaneamente a de morfologia, conforme mostra a
momentaneamente. Dessa forma, ductilidade e a resistência mecâ- figura 3a. Como ocorre com a mi-
ela só irá se transformar posterior- nica dos aços consiste no uso de croestrutura duplex, na bifásica as
mente, sob temperaturas relativa- microestruturas mais complexas quantidades de grãos por volume
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das duas fases são iguais; logo, as baixa razão elástica, entre 0,5 e limite de escoamento e suprimem
razões entre os volumes dos grãos 0,6; e alongamento total superior a a ocorrência de patamar. Um res-
das duas fases, e entre suas frações 27%. A figura 3b (pág. 34) permite friamento lento após a formação
em volume, devem ser iguais. Da a comparação das curvas típicas, da martensita pode proporcionar
microestrutura em dispersão tem- obtidas em ensaios de tração, a redução da fragilidade da mar-
se que na bifásica a segunda fase para aços ao C, microligados e tensita recém-formada por meio
dura deve ser totalmente isolada bifásicos. Como se pode observar, de efeitos de revenido. Durante a
pela fase-matriz macia, o que ga- o aço bifásico representa um caso deformação plástica, o escoamento
rante a ductilidade e a conforma- intermediário entre os outros dois da matriz ferrítica macia através das
bilidade do material. Finalmente, materiais, apresentando nível de “ilhas” de martensita dura encrua
da mesma forma como ocorre resistência mecânica similar ao do significativamente o material, con-
com a microestrutura em rede, na aço microligado, mas ductilidade tribuindo para aumentar sua resis-
bifásica a segunda fase se localiza mais próxima à do aço ao C(10). tência mecânica. A figura 4 (pág.
exclusivamente nos contornos de Durante a produção dos aços bi- 38) mostra, esquematicamente, o
grão da fase-matriz (20,13). fásicos, tanto na laminação de tiras efeito dos vários parâmetros micro-
A microestrutura bifásica, com a quente quanto no recozimento estruturais sobre as propriedades
seu arranjo particular de ilhas duras contínuo, a matriz ferrítica se forma mecânicas do aço bifásico (25).
dispersas numa matriz macia, apre- em primeiro lugar, enriquecendo Nos aços ferríticos com baixo C,
senta uma série de características a austenita remanescente com C de alta estampabilidade, as correla-
mecânicas que lhe asseguram boa e outros elementos de liga. Esta, ções entre propriedades mecânicas
conformabilidade: escoamento por sua vez, ganha temperabilidade e microestrutura são relativamente
contínuo (ou seja, ausência do suficiente para se transformar mais simples, já que esta é caracterizada
patamar de escoamento típico dos tarde em martensita, sob tempera- apenas pelo tamanho e o formato
aços ferrítico-perlíticos, mesmo mi- turas muito mais baixas. Essa trans- de seus grãos, bem como de sua
croligados); limite de escoamento formação atrasada da martensita textura cristalográfica. A situação
(a 0,2% de deformação) entre 300 induz tensões residuais de com- se complica no caso dos aços bifá-
e 380 MPa; alto coeficiente de en- pressão na matriz ferrítica, as quais sicos, já que a caracterização este-
cruamento n, entre 0,2 e 0,3; limite facilitam o processo de escoamento reológica de sua microestrutura é
de resistência entre 620 e 655 MPa; e, dessa forma, reduzem o valor do mais complexa: envolve parâmetros
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Fig. 4 – Representação esquemática da influência qualitativa dos parâmetros da


microestrutura bifásica sobre as propriedades mecânicas do material (25)

como o tamanho de grão das duas

!
fb
fases, a razão entre suas durezas, Dsdisc = k (5)
o caminho livre médio da ferrita e db
o grau de contigüidade entre as
duas fases (13). onde k é uma constante empí-
Em primeiro lugar, a relação rica, fβ é a fração de martensita
de Hall-Petch é ligeiramente dife- presente na microestrutura e d β é
rente no caso dos aços bifásicos: seu tamanho de grão. Ou seja, o
o caminho livre médio disponível encruamento de um aço bifásico
para a migração das discordân- é proporcional à raiz quadrada
cias é delimitado pelos contornos da fração de martensita presente
ferrita-martensita, e não mais na microestrutura e inverso ao de
pelos contornos de grão ferríti- seu tamanho de grão. O cálculo
cos (25) . Assim sendo, a equação do limite de resistência dos aços
de Hall-Petch continua válida, bifásicos pode ser feito com pre-
só que o valor do tamanho de cisão levando-se em conta duas
grão d deve ser substituído pela contribuições: a relação de Hall-
distância livre ferrítica média Petch, porém com a distância livre
L ∝∝, o que já foi demonstrado ferrítica média em vez do tamanho
experimentalmente (24, 12) . de grão, e o modelo de Ashby. É in-
O cálculo do limite de resistên- teressante notar que o coeficiente
cia para o caso dos aços bifásicos de encruamento também pode ser
também deve levar em conta o en- calculado por uma equação com
cruamento ou endurecimento que formato semelhante ao usado para
ocorre no material por discordân- o limite de resistência. Por sua vez,
cias ∆σdisc. Foi constatado que esse o alongamento uniforme é direta-
encruamento pode ser expresso mente proporcional ao caminho
pelo modelo de Ashby (2, 24): livre ferrítico médio (24, 11, 12).
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Em meados da década de 1980 a qual proporciona limite de es- à dilatação que ocorre durante a
foi desenvolvida uma variante de coamento entre 450 e 550 MPa, transformação da austenita CFC
aço bifásico na qual a martensita limite de resistência entre 550 e para a ferrita CCC, e foi designado
presente como segunda fase foi 650 MPa, razão elástica menor ou pela sigla TRIP: transformation-
substituída pela bainita. Essa evo- igual a 85% e alongamento total induced-plasticity, ou plasticidade
lução foi motivada pelo fato de que mínimo de 25%. Um exemplo des- induzida por transformação (40).
a microestrutura ferrítica-bainítica se material, obtido por laminação O desenvolvimento bem sucedi-
apresenta menor número de locais a quente, apresenta a seguinte do das chapas de aço bifásico mo-
em que ocorre concentração de composição química: 0,05% C, tivou a busca por outros recursos
tensão e deformação, uma vez 1,60% Mn, 0,49% Si, 0,033% Al microestruturais que promovessem
que é mais uniforme do que a e 0,025% Nb (38, 15). aumento na ductilidade em aços
ferrítica-martensítica. Isso propor- com alta resistência mecânica. No
ciona melhores características de Aços multifásicos final da década de 1980, Matsu-
ductilidade e tenacidade à chapa, mura e outros mostraram, pela
fato de grande importância em Em 1967, Zackay e outros mos- primeira vez, que era possível apli-
aplicações como a fabricação de traram que é possível obter altos car o conceito TRIP para aumentar
rodas automotivas, devido à maior valores de alongamento num aço a ductilidade em chapas de aço de
capacidade de expansão de orifício austenítico se, durante o processo baixo C ao Si e Mn, processadas
desse material. Um aço ferrítico- de deformação sob temperatura por recozimento contínuo, de for-
bainítico ideal para esta aplicação ambiente, ocorrer transformação ma a apresentar até 20% de auste-
deve apresentar microestrutura contínua da austenita para marten- nita retida em sua microestrutura.
ferrítica com 10 a 15% de bainita, sita. Esse fenômeno foi atribuído O principal desafio metalúrgico
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neste caso foi conseguir estabi- de recozimento contínuo (processo tilidade do aço TRIP em relação aos
lizar, sob temperatura ambiente, em que o resfriamento da tira deve microligados e bifásicos (26, 4, 22, 6).
uma quantidade considerável de incluir um tratamento adicional de A deformação provocada pela
austenita, que permitisse elevar superenvelhecimento com esse transformação da austenita retida
significativamente o alongamento mesmo objetivo. em martensita não explica total-
do material. Isso pode ser feito A redução do tamanho de grão mente os altos valores de alonga-
submetendo o material a um ciclo da austenita retida também con- mento uniforme obtidos nos aços
de resfriamento a partir de seu tribui para elevar sua estabilidade, TRIP, os quais oscilam entre 15 e
estado austenítico, que permita a por meio da diminuição da tempe- 30%. Nos aços de baixo C com
permanência, durante um período ratura Ms. Ao final desse processo efeito TRIP essa transformação
significativo de tempo, dentro tem-se uma microestrutura multi- promove deformação por tração de
do campo bainítico do diagrama fásica, geralmente constituída de apenas 2%, devido às frações mui-
TRC, de forma a proporcionar 50 a 60% de ferrita, 25 a 40% de to baixas de austenita retida pre-
suficiente enriquecimento de car- bainita e 5 a 15% de austenita reti- sentes na microestrutura. A maior
bono à austenita remanescente da, que proporciona a esse material contribuição para a ductilidade
e estabilizá-la sob temperatura limites de resistência da ordem de desse material é o maior coeficiente
ambiente. Este material pode ser 600 a 800 MPa. É interessante de encruamento, devido à forma-
produzido diretamente por lami- notar que frações de austenita ção progressiva de martensita dura
nação de tiras a quente (quando retida superiores a 20% degradam ao longo de toda a deformação,
o resfriamento lento da bobina a conformabilidade a frio dos aços conforme mostrado na figura 5b.
garante o enriquecimento de C da TRIP. A figura 5a (pág. 42) mostra As discordâncias criadas pela trans-
austenita remanescente) ou a partir a maior resistência mecânica e duc- formação martensítica na ferrita
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Fig. 5 – Comparação entre: a) curvas tensão versus deformação e b) coeficientes diferenciais de encruamento n determinados por ensaios de tração
de aços ARBL, bifásico e TRIP com níveis similares de limite de escoamento (4)

também possuem papel importan- como é o caso dos aços TRIP, pare- Os aços de fase complexa (Com-
te na definição da ductilidade dos ce ser uma contradição. Isso pode plex Phase, CP), surgidos na segun-
aços TRIP, pois também contribuem ser explicado pelo pequeno tama- da metade da década de 1990,
para o encruamento. nho de grão da austenita retida, o representam uma transição entre
Se, por acaso, a transformação qual torna difícil a transferência de os aços TRIP e os materiais com
ocorrer inteiramente logo no início carga desde a matriz da microes- ultra-alta resistência mecânica. A
da deformação a frio, o material trutura multifásica até a martensita exemplo dos aços TRIP, sua micro-
não apresentará alta ductilidade. frágil que se forma durante a de- estrutura é multifásica, mas não se
É necessário que a austenita se formação a frio. Portanto, o refino observa a presença de austenita
mantenha estável até serem atin- da microestrutura dos aços TRIP é retida, o que leva a maiores valores
gidos altos graus de deformação duplamente importante, garantin- de resistência mecânica com menor
a frio, já que essa fase retarda o do simultaneamente a estabilidade ductilidade. Esta fase é substituída
processo de estricção que ocorre da austenita retida e a imunidade por outras mais duras, o que permi-
sob solicitações de tração por à fragilidade que poderia ser indu- te que esse tipo de chapa consiga
meio de sua transformação em zida pela presença de martensita limites de resistência da ordem
martensita nos pontos do mate- não-revenida (3, 22, 7). de 800 a 1.000 MPa em razão da
rial onde ocorrem concentrações O desenvolvimento de corre- presença de 80 a 90% de bainita, 5
de tensão. Ou seja, é importante lações entre as propriedades me- a 10% de ferrita e 5 a 10% de mar-
retardar a transformação da aus- cânicas e microestrutura nos aços tensita. Dessa forma, os aços de
tenita retida até os estágios finais TRIP é uma tarefa complicada, já fase complexa são particularmente
da deformação, quando ocorre que este tipo de material apresenta adequados para a manufatura dos
acúmulo significativo de danos alterações dinâmicas em seus pa- componentes necessários para
no aço. É justamente nesse ponto râmetros microestruturais durante garantir a segurança dos ocupantes
que o benéfico efeito TRIP pode a conformação a frio – ou seja, a de modernos veículos automotivos
ser maximizado. Por esse motivo, transformação da austenita retida em caso de acidentes, como barras
a adição de Si e o enriquecimento em martensita, que é função de anti-colisão em portas, pára-cho-
adequado de C da austenita re- sua estabilidade. A complexidade ques e a chamada “coluna B”.
tida são vitais para assegurar um das interações microestruturais e a Neste caso, a composição química
nível adequado de estabilidade na curta existência comercial dos aços e o processamento do material são
austenita retida e garantir a alta TRIP impediram, até o momento, concebidos de forma a reduzir a es-
ductilidade desse material. o desenvolvimento de correlações tabilidade da austenita, formando
A presença de martensita de alto quantitativas consagradas entre constituintes duros para que seja
C não-revenida (e, portanto, frágil) propriedades mecânicas e micro- atingida a resistência mecânica
num material com alta ductilidade, estruturas (5, 6). necessária (18).
44 Corte & Conformação de Metais – Dezembro 2008

Metalurgia

Aços martensíticos taxas de resfriamento altas o su- as propriedades mecânicas dos


ficiente no final da conformação aços martensíticos consiste no
Os aços martensíticos de baixo C, e temperaturas de bobinamento endurecimento a partir da precipi-
eventualmente designados pela abaixo do ponto Ms. Uma vez que tação de elementos de micro-liga.
sigla MART (de Martensitic), apre- o teor de C desse material é relati- As propriedades típicas das chapas
sentam, como se depreende de seu vamente baixo, seu ponto Ms é ele- de aço martensítico são: limite de
nome, microestrutura constituída vado, da ordem de 300 a 400°C, escoamento de 1.150 MPa, limite
predominantemente de martensi- fazendo com que a martensita de resistência de 1.360 MPa, razão
ta. Sua alta resistência mecânica passe por um processo de auto-re- elástica de 0,85 e alongamento to-
os qualifica para o uso em compo- venimento durante o resfriamento tal de 5%. A conformabilidade por
nentes vitais para a segurança de lento da bobina (37). dobramento desse material é muito
automóveis, como pára-choques O nível de resistência desse ma- boa, apesar da baixa ductilidade
e barras contra impactos laterais, terial também pode ser ajustado observada no ensaio de tração:
a exemplo dos aços de fase com- pelo teor de C, já que o principal o raio mínimo de curvatura é da
plexa. Contudo, a microestrutura mecanismo de endurecimento da ordem de 1,5 vezes a espessura
desses aços também pode conter martensita decorre do efeito da da chapa (37).
outros constituintes, tais como solução sólida desse elemento. As A microestrutura martensítica
martensita auto-temperada, bai- demais fases presentes na microes- também pode ser obtida após a
nita, ferrita acicular e/ou austenita trutura são usadas para um ajuste conformação da chapa no cliente
retida; por esse motivo, algumas fino das características mecânicas. final. Nos últimos anos vem-se cons-
de suas variantes são designadas Por exemplo, maiores frações de tatando um aumento da fabricação
pela expressão parcialmente mar- martensita auto-temperada re- de componentes automotivos por
tensítica (Partially Martensitic, PM). duzem a resistência mecânica do estampagem a quente seguida de
A martensita desse aço apresenta aço, ao mesmo tempo em que têmpera na própria matriz usada
morfologia em ripas, já que o teor melhoram sua conformabilidade. O na conformação mecânica. O aço
de C do material encontra-se abai- tamanho de grão da austenita que usado deve ser auto-temperável,
xo de 0,2%. Esse produto é obtido dá origem à martensita também o que virtualmente obriga o uso
por meio da laminação de tiras a altera as características mecânicas. de ligas ao B, podendo-se citar as
quente, sendo necessário manter Outra possibilidade de influenciar seguintes faixas típicas de compo-
46 Corte & Conformação de Metais – Dezembro 2008

Metalurgia

sição química: 0,20-0,25% C, 1,00- o material se encontra durante sua


1,30% Mn, 0,20-0,25% Si, 0,025% conformação.
P máx; 0,015% S máx; 0,15-0,25 Cr
e 0,0015-0,0050% B (1). Aços com plasticidade
O processo de estampagem a induzida por maclação
quente se inicia com a proteção (TWIP)
da superfície da tira com um re-
vestimento especial à base de AlSi, Os aços convencionais defor-
que evita sua descarbonetação e mam-se pelo escorregamento de
oxidação durante o aquecimento e discordâncias individuais em pla-
conformação. O material é desbo- nos cristalográficos selecionados,
binado e entra num forno contínuo ocorrendo, dessa forma, uma
com 23 metros de comprimento, de alteração de formato sem modifi-
onde sai sete minutos depois sob cação na estrutura do cristal ou no
temperaturas entre 850 e 950°C. volume do metal. Já os aços TRIP
A seguir, é encaminhado à matriz se deformam a partir da chamada
de estampagem, onde é confor- transformação “deslocativa” (dis-
mado e também resfriado. Há um placive), ou seja, a transformação
sistema de resfriamento interno da austenita retida em martensita
na matriz, pela qual circula água ou bainita, resultando não apenas
a 10°C. Eventualmente, a matriz em deformação plástica como
pode ser feita com ligas de cobre, também em alterações na estru-
cuja melhor condutividade térmica tura cristalina e na densidade do
aumenta a severidade de têmpera. metal. Há ainda um terceiro modo
A seguir, a peça é retirada da matriz de deformação: por maclação
e rebarbada (1, 28, 29). mecânica, no qual a estrutura
Naturalmente, a estampagem cristalina do aço é preservada, mas
a quente de chapas seguida de a região maclada é reorientada
têmpera para a obtenção de micro- durante a deformação plástica.
estruturas martensíticas é indicada Esse mecanismo deu origem a ligas
para a fabricação de autopeças ferrosas com ductilidade extraordi-
com resistência mecânica extrema, nária, as quais têm sua plasticidade
com limites de resistência da ordem induzida por maclação designada
de 1.500 MPa, que geralmente são pela sigla TWIP (twinning induced
usadas como proteção contra coli- plasticity) (19).
sões – como, por exemplo, pára- A plasticidade induzida por ma-
choques e seus suportes, reforços clação, ou seja, γ → γT, é observada
para as colunas “A”, “B” e “C”, em aços altamente ligados, com
reforço interior de portas, túnel de 15 a 25% de Mn e 2 a 4% de Si e
transmissão, etc. Uma vantagem Al. Esses materiais, eventualmente,
inerente a esse processo é a alta também podem apresentar um
reprodutibilidade geométrica dos efeito TRIP mais sofisticado, com
componentes conformados, que a ocorrência de múltiplas transfor-
apresentam precisão dimensional mações martensíticas: γCFC → ehc Ms

da ordem de ±0,5 mm, já que o → atcc  . Os aços TWIP são auste-


Ms

processo de estampagem a quen- níticos e continuam a sê-lo após a


te não induz tensões residuais na deformação plástica. É interessante
peça acabada. Elas são anuladas notar que os teores relativamente
devido à alta temperatura em que altos de Si e Al que se fazem neces-
48 Corte & Conformação de Metais – Dezembro 2008

Metalurgia

Fig. 6 – a) Curvas tensão


versus deformação de aços
TRIP, TRIP/TWIP e TWIP
sários neste tipo de aço reduzem obtidas por ensaio de tração
sua densidade de 7,8 g/cm³ para a 20°C e velocidade de
deformação igual a 10 -4 s-1; b)
7,3 g/cm³ (8, 19). frações volumétricas das fases
O mecanismo TWIP ocorre na coexistentes nas ligas TRIP,
TRIP/TWIP e TWIP (ferrita,
austenita metaestável quando a martensita HC, martensita
energia livre de Gibbs (∆G γ→ε ) da TCC e austenita) antes e após
reação martensítica γCFC → ehc
Ms a deformação aplicada pelo
ensaio de tração (8)
é positiva, variando entre 110 e
250 J/mol, e a energia de falha de
empilhamento (ΓCFC) é relativamen-
te baixa, assumindo um valor crítico
da ordem de 25 mJ/m².
Já o efeito TRIP se revela na
austenita metaestável quando a
energia livre de Gibbs da reação
martensítica, ∆G γ→ε , é negativa e
igual a aproximadamente -220 J/
mol ou menos, dependendo da
composição química do aço; neste
caso a energia de falha de em-
pilhamento ΓCFC é muito baixa,
menor ou igual a 16 mJ/m², o que
implica na formação preferencial
de uma fase ε com reticulado
HC. Geralmente, adições de Al a
ligas de Fe com alto teor de Mn
aumentam a energia de falha
de empilhamento da austenita e
suprimem a reação martensítica
Corte & Conformação de Metais – Dezembro 2008 49

Tab. 1 – Composição química das ligas TRIP, TRIP/TWIP e TWIP estudadas e


constituição da microestrutura antes de ensaio de tração efetuado sob temperatura
ambiente e velocidade de deformação igual a 10 -4 s-1(8) cidade, mantendo fratura dúctil
Constituintes na faixa de temperaturas entre
Ligas C Mn Si Al
Antes da deformação Depois da deformação -196°C e 400°C.
Austenita CFC Austenita CFC Um estudo feito com três ti-
TRIP 0,02 15,8 3,0 2,9 Ferrita CCC Ferrita CCC
Martensita HC Martensita TCC
pos de aço, TRIP, TRIP/TWIP e
Austenita CFC TWIP, cujas composições quími-
Austenita CFC
TRIP/TWIP 0,04 20,1 2,8 2,9
Martensita HC
Martensita HC cas podem ser vistas na tabela 1,
Martensita TCC
mostram que o mecanismo TWIP
TWIP 0,03 25,6 3,0 2,8 Austenita CFC Austenita CFC
é bastante promissor, uma vez
que aumenta simultaneamente a
γCFC → ehc
Ms
 , enquanto diminuem a apresenta limite de escoamento resistência mecânica e a ductilidade
energia de falha de empilhamento relativamente baixo, da ordem de dos aços. Basicamente, a definição
e promovem a transformação da 280 MPa, e um moderado limite do comportamento mecânico das
fase martensítica. de resistência, igual a 650 MPa. ligas estudadas foi função do seu
O efeito TRIP em aços com alto Contudo, seu alongamento total é teor de Mn.
Mn eleva não só o coeficiente extremamente alto, da ordem de A figura 6a (pág. 48) mostra as
de encruamento n, que atinge 95%, e sua absorção específica curvas tensão versus deformação
valor máximo igual a 0,8, como de energia chega a ser o dobro obtidas em ensaios de tração feitos
também o limite de resistência, da apresentada pelos aços con- com os três aços. Pode-se observar
de aproximadamente 1.100 MPa, vencionais com estampabilidade que a curva correspondente ao aço
e o alongamento total, que pode extra-profunda. O aço TWIP, por TRIP apresentou uma in­flexão para
chegar a até 55%. Já o aço TWIP ser austenítico, possui alta tena- deformação real igual a aproxima-
50 Corte & Conformação de Metais – Dezembro 2008

Metalurgia

damente 0,15, a qual foi decorrente


da transformação da austenita
retida presente na microestrutura.
Os demais aços, TRIP/TWIP e TWIP
não apresentaram tal inflexão, man-
tendo coeficiente de encruamento
menor que o do aço TRIP, mas
alongamento total bem maior. A
alteração microestrutural provocada
pela deformação plástica ocorrida
durante esses ensaios de tração
pode ser vista na figura 6b: a liga
TRIP caracterizou-se pela trans-
formação da austenita retida e da Fig. 7 – Diagrama de barras mostrando as propriedades mecânicas dos aços TRIP, TRIP/TWIP
e TWIP: a) limite de escoamento a 0,2% (LE) e de resistência (LR); b) alongamento uniforme
martensita HC em martensita TCC; a
(εun) e total (εf ). Parâmetros obtidos em ensaio de tração efetuado a 20°C e velocidade de
microestrutura final foi uma mistura deformação de 0,0001 s-1(8).
de ferrita, martensita TCC e auste-
nita retida, tendo a martensita HC os dados que acabaram de ser diminui com o refino microestru-
sumido completamente. Fato similar apresentados. Sua posição no tural, já que microestruturas com
ocorreu para a liga TRIP/TWIP, mas, diagrama da figura 2 (pág. 28) pequeno tamanho de grão deram
neste caso, parte da martensita mostra que eles quebram o para- origem a baixos valores do coefi-
HC manteve-se na estrutura após digma do antagonismo entre essas ciente de encruamento n (34).
a deformação. Já na liga TWIP a duas características mecânicas, A aplicação prática bem su-
austenita manteve-se estável após abrindo novas possibilidades para cedida dos aços TWIP requer a
a deformação a frio, tendo sofrido o desenvolvimento de aços para a observância das seguintes diretri-
apenas maclação. A figura 7 mostra indústria automotiva. Seu nível de zes: o material deve permanecer
as propriedades mecânicas deter- resistência mecânica não chega a plenamente austenítico sob todas
minadas em ensaios de tração para ser excepcional, mas seus valores as temperaturas de trabalho,
as ligas TRIP, TRIP/TWIP e TWIP. de ductilidade são inéditos para ou seja, entre -100°C e 300°C;
Como se pode observar, a liga TRIP ligas ferrosas, com valores típicos não deve apresentar formação
apresentou máxima resistência me- de materiais poliméricos (33). Além de carboneto sob condições
cânica, com limite de escoamento disso, sua alta absorção de ener- normais de processo; e deve ser
de 440 MPa e limite de resistência gia específica, da ordem de 0,5 compatível com os processos
de 920 MPa; esses valores caíram, J/mm³, sua alta tenacidade, mesmo convencionais de lingotamento
respectivamente, para 300 MPa/ sob altas taxas de deformação, contínuo e laminação a quente.
840 MPa para a liga TRIP/TWIP e e a ausência de temperatura de De acordo com os resultados
260 MPa/640 MPa para a liga TWIP. transição dúctil-frágil permitem obtidos nas experiências indus-
Por sua vez, os resultados de duc- prever muitas aplicações potenciais triais da siderúrgica sul-coreana
tilidade foram inversos: a liga TRIP na indústria automobilística, na Posco, o principal fator de custo
apresentou alongamento uniforme construção civil e na criogenia. Um para esse tipo de aço é seu teor
de 38% e alongamento total de campo particularmente promissor extraordinariamente alto de Mn.
45%; a liga TRIP/TWIP apresentou é a produção de componentes Isso ocorre não só em razão do
valores de, respectivamente, 70% automotivos destinados à proteção maior custo associado às grandes
e 80%; já a liga TWIP apresentou contra colisões (8). quantidades de adições de Mn
80% e 95%. Foi constatado que a relação de que se fazem necessárias, bem
A superioridade dos aços TWIP Hall-Petch é válida no caso dos aços como pelo maior período de
em termos do balanço entre re- TWIP, já que sua estrutura é inte- tempo necessário para o refino
sistência mecânica e ductilidade é gralmente austenítica. Constatou- do aço líqüido, que, a princípio,
incontestável, conforme mostram se, também, que sua ductilidade deve ser feito em fornos elétricos
52 Corte & Conformação de Metais – Dezembro 2008

Metalurgia

a arco, bem menos produtivos Indústria Automobilística”, com o


que os conversores LD (34, 23) . objetivo de estabelecer as estra-
Também é necessário com- tégias para desenvolvimento de
provar na prática que a alta processos termomecânicos para
ductilidade no ensaio de tração aços automotivos, visando, assim,
demonstrada pelos aços TWIP a obtenção de microestruturas
realmente se traduzirá em cha- ferríticas com tamanho de grão
pas com alta estampabilidade ultra-fino. Alguns desses proje-
sob condições práticas. Os pri- tos de pesquisa usaram técnicas
meiros resultados parecem ser e seqüências de conformação
promissores (34, 23). Também já se Fig. 8 – Curvas tensão versus deformação de um aço laboratoriais exóticas, com difícil
pode prever que o uso dos aços de baixo C para dois diferentes tamanhos de grão.
É possível verificar que, para menor tamanho de
viabilidade industrial (21, 16).
TRIP/TWIP requererá a alteração grão, ocorreu aumento nos limites de escoamento Os trabalhos de pesquisa com
no projeto dos componentes e resistência, bem como na razão elástica, mas os aços de grão ultra-fino confir-
alongamentos uniforme e total declinaram (35).
automotivos, uma vez que estes maram o aumento do limite de
materiais apresentam módulo e obter microestruturas ainda mais escoamento com o refino micro-
de rigidez menor que o dos aços refinadas, em certos casos com estrutural, conforme indica a figura
comuns devido ao seu alto teor de grãos menores do que 1 µm. Os 8: uma redução no tamanho de
elementos de liga (33). primeiros esforços concentraram- grão de 6,8 µm para 1,3 µm levou
se no Japão, Austrália, Bélgica e a um aumento de 360 MPa para
Aços com tamanho de Inglaterra e se multiplicaram ao 550 MPa no limite de escoamen-
grão ultra-fino longo dos anos também em ou- to e de 524 MPa para 610 MPa
tros países. No Brasil esse tópico no limite de resistência. Diversos
No final da década de 1990 di- somente começaria a ser estudado trabalhos mostraram que a lei de
versas instituições de pesquisa com mais intensidade no início do Hall-Petch é válida até pelo menos
metalúrgica ao redor do mundo novo milênio; em 2004 foi iniciado 1 µm, tendo ocorrido desvios dessa
iniciaram projetos no sentido de pela Rede Aços (www.redeacos. lei para tamanhos de grão menores
romper a barreira dos 4 a 5 µm de eng.br) o projeto cooperativo do que esse limite. Como já era
tamanho mínimo de grão nos aços “Novas Ligas Estruturais para a previsto, a razão elástica para os
54 Corte & Conformação de Metais – Dezembro 2008

Metalurgia
Tab. 2 – Comparação entre as propriedades de bobinas a quente para aplicação em
longarinas automotivas feitas com o novo aço Super HSLA (com grão ultra-fino) e com
aço convencional (32)
LE LR RE AT l LF
Grau Tipo de aço
(MPa) (MPa) (%) (%) (MPa)
aços com grão ultra-fino foi muito
Super HSLA 480 600 0,80 31 120 280
alta, quase igual a 1,0, enquanto 590 MPa
Convencional 510 600 0,85 27 60 250
os aços convencionais apresentam Super HSLA 690 790 0,87 22 80 370
valores da ordem de 0,7. No caso 780 MPa
Convencional 710 790 0,90 20 40 310
específico da figura 8, a razão de
escoamento elevou-se de 0,69 para total, enquanto a segunda requer níveis de alongamento total e
0,90 com a redução do tamanho alta capacidade de expansão de razão de expansão de orifício são
de grão de 6,8 µm para 1,3 µm. orifício (hole expansion). É difícil superiores aos do material con-
Infelizmente, também foi compro- melhorar simultaneamente esses vencional, especialmente no caso
vada a perda de ductilidade que dois quesitos de conformabilidade. deste último parâmetro. A resis-
já era prevista para esse tipo de Sabe-se que o refino do tamanho tência à flexão por fadiga também
material com microestrutura refi- de grão melhora as características foi maior no caso do material com
nada, conforme também mostra da expansão de orifício, o que mo- grão ultra-fino; essa característica
a figura 8: a redução no tamanho tiva o uso de microestruturas com é particularmente interessante no
de grão de 6,8 µm para 1,3 µm grãos ultra-finos nas chapas para caso das longarinas automotivas,
diminuiu o alongamento total de longarinas automotivas – as quais, que são intensamente flexionadas
30% para menos de 20%. E, o que por sua vez, degradam os valores durante sua vida útil (32).
é pior, boa parte da plasticidade de alongamento total. Portanto, a
– ou mesmo toda ela – que se ob- conciliação desses dois requisitos Conclusões
servou para este tipo de material de conformabilidade requer uma
ocorreu ao longo de seu patamar microestrutura que apresente É gratificante observar que con-
de escoamento, ou seja, sob ação tamanho de grão ultra-fino, mas ceitos metalúrgicos fundamentais,
das bandas de Lüders. Isso significa que inclua outras características alguns deles propostos há várias
que a deformação do material se microestruturais que anulem seu décadas, vêm sendo progressi-
dá de forma muito heterogênea, efeito deletério sobre o alonga- vamente aplicados para tornar
prejudicando gravemente sua mento total. as chapas de aço cada vez mais
conformabilidade a frio. Portanto, Este novo produto da JFE, fabri- competitivas frente aos materiais
é necessário recorrer à engenharia cado em duas classes de resistência alternativos que estão surgindo.
microestrutural para aproveitar o mecânica (limite de resistência de O desenvolvimento de novos tipos
efeito endurecedor e tenacificante 590 MPa ou 780 MPa), recebeu o de aços planos com resistência
do refino de grão sem, contudo, nome de Super HSLA. Seu tamanho mecânica cada vez maior, mas
perder a conformabilidade do ma- de grão é de, aproximadamente, simultaneamente garantindo níveis
terial. Isso pode ser conseguido, 2 µm, bem menor do que os 6 a satisfatórios de ductilidade e tena-
por exemplo, pela introdução de 7 µm conseguidos na versão con- cidade, está permitindo à indústria
fase martensítica ou dispersões de vencional. Análises de difração de automobilística reduzir o peso de
precipitados na microestrutura com elétrons retro-espalhados (EBSD) seus produtos sem sacrifício de
grãos ultra-finos (21, 35, 35, 16). demonstraram que os contornos desempenho nem de sua liberda-
Um exemplo desta abordagem entre os grãos ultra-finos apre- de de design. Essa evolução, que
foi relatado pela empresa JFE Steel sentavam diferença de orientação já ocorre há décadas, não mostra
(antiga Kawasaki Steel), que desen- superior a 15°, confirmando que sinais de término, já que o esforço
volveu bobinas laminadas a quente os mesmos foram formados por tecnológico para a viabilização
destinadas à fabricação de longari- recristalização plena. De acordo industrial e comercial de novos
nas automotivas usando o conceito com os resultados obtidos neste conceitos metalúrgicos continua a
de grão ultra-fino. Esta aplicação desenvolvimento, mostrados na pleno vapor. As indústrias e insti-
requer a conformação de flanges tabela 2, o novo aço apresentou tuições de pesquisa que pretendam
por dobramento e a execução de limite de escoamento ligeiramente ter papel de destaque nesses de-
orifícios por puncionamento. A menor em relação ao material senvolvimentos precisam aprimorar
primeira operação requer chapas tradicional, o que contribuiu para seus recursos de simulação de
com alto índice de alongamento reduzir sua razão elástica. Seus processos, ensaios de caracteriza-
56 Corte & Conformação de Metais – Dezembro 2008

Metalurgia

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