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Introdução:
Capítulo I: Procedimentos
- Educação na rua
- O poder das imagens num imaginário social
- Arte e anarquismo
- Canteiro de obras
- Mapeando as intervenções
- Relato de oficinas
- Relato de intervenções
- O que é o Lambe-lambe
Introdução:
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Título inspirado na epígrafe abaixo.
Esforçando um pouco minha memória, o que mais me recordo eram os
percursos, os caminhos que se emaranhavam no entorno da escola, fora do período-de-
aula, onde me encontrava na rua, quando eu e minha amiga passávamos horas sentadas
nas calçadas comendo alguma besteira e observando os transeuntes. Gostávamos de
observar suas expressões faciais, em sua maioria apática, pareciam deslizar por uma
superfície tão “conhecida” que mal se colocavam a observar. Faziam daquele percurso,
apenas passagem, nula, a qual não era aquela que objetivava, pois se encaminhavam
para um outro lugar que não aquele. Somando-se a isso, eram naquelas faces inflexíveis,
que encontrávamos a singularidade de expressões cômicas, a qual trazíamos a narração
do suposto pensamento destes(as) passantes, isso nos fazia rir por algumas horas e por
repetidas vezes, de alguma forma precisávamos trazer perturbações aquela frenesi, e
romper com o tédio daquele lugar.
Indo mais adiante, trago outro recorte temporal, tão importante quanto, porém,
mais recente, e que me acompanhou juntamente com minha graduação em geografia,
curso que me auxiliou a ter uma leitura sócio-política mais crítica de mundo. Foi neste
paralelo, que se iniciou em meados de 2013 até atualmente, minhas andanças como
militante, onde comecei a me envolver profundamente com a militância comunitária em
ocupações urbanas e com pessoas em situação de rua da Grande Florianópolis. Essa
inserção social se deu pela vontade de por em exercício estratégias de transformação
social, vontade esta, que me acompanha desde meus quinze anos de idade, quando
comecei a me assumir politicamente como anarquista.
Nesse interim, assumir esse movimento de construir formas de questionar e
desestabilizar a lógica excludente do sistema capitalista contemporâneo é estar
compondo a construção de processos educativos de resistência. Pois, é através de
pressões sociais feitas pela organização popular, afirmando isso através de experiências
pessoais, que pode-se alcançar mudanças. Dito isto, é pelo exemplo de exercícios
práticos, que se pretende evidenciar o potencial transformador da organização popular
por via da ação-direta2.
Inspirada no conceito “exercício revolucionário” do anarquista MALATESTA
(2007) é que então busco expor o potencial revolucionário da pressão popular.
2
Ação-direta e propaganda. No caso da minha prática foi como é o caso ocupar territórios para
construção de habitações.
É preciso uma ação prática, que seja alternadamente causa e resultado
da transformação gradual do meio. Devemos desenvolver pouco a
pouco nos trabalhadores o senso de rebelião contra as sujeições e os
sofrimentos inúteis dos quais são vítimas, e o desejo de melhorar suas
condições. (MALATESTA, 2007, p. 71)
Juntando esses recortes, minha pesquisa cada vez mais parece se constituir de
um emaranhado de passado e presente, e que está completamente tramado com as
questões levantadas anteriormente, questões que, sobretudo, também apresentaram-se
como fomentadoras em outras pesquisas a qual irei apresentar brevemente agora. A
exemplo, meu TCC elaborado para a conclusão da graduação no curso de Geografia e,
depois, como projeto de seleção para este mestrado. Com o TCC intitulado “Geografia
com plantas medicinais: formas de resistir e (re)inventar existências”3 e com o projeto
de mestrado que deu meu ingresso “Educação, horta coletiva e luta por moradia: uma
cartografia dos processos de empoderamento em uma ocupação urbana”, em ambas
situações dei especial atenção à cartografia como método (PASSOS e KASTRUP,
2012) de pesquisa para pensar nas inscrições que fazemos no espaço, e nesse sentido
(re)significá-lo, na tentativa de construir territorialidades de resistência. Por cartografia
como método, pode-se compreender, rapidamente, que este método de pesquisa-
intervenção considera que o trabalho de pesquisadora não é feito de modo prescritivo,
com regras prontas, nem com objetivos previamente definidos (PASSOS e BARROS,
2012). Não se trata de uma pesquisa sem direção. A respeito do método que aqui
apresento rapidamente, darei mais pistas a seu respeito noutro momento ao longo deste
trabalho. Agora voltamos aos trabalhos acima mencionados.
No TCC trabalhei com oficinas e práticas educativas com a horta, iniciativa que
se deu com minha inserção na escola E.E.B Simão José Hess como bolsista do
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência – PIBID, onde buscou-se com
as(os) alunas(os) da mesma escola entender os processos de perda da cultura popular, e
sua relação com a criação de dependências com a indústria farmacêutica. Na tentativa
de contrapor essa lógica através das oficinas, fez-se cultivo e estudo de plantas
medicinais, objetivando construir uma “farmácia viva” dentro da comunidade escolar.
Já no projeto de mestrado, a horta também era o foco da prática, neste, almejava-se
problematizar como se dão, a partir de uma horta construída coletivamente por
moradoras(es) de uma ocupação urbana, os processos educacionais em suas novas
3
Disponível em: http://pergamumweb.udesc.br/dados-bu/000001/0000011b.pdf
formas de comunicação através da prática da dialogicidade e do coletivismo em
oficinas. Para que, com isso, perceba-se o coletivismo como uma ferramenta concreta
nas lutas urbanas. Em ambas as pesquisas sempre houve grande interesse em estar
(re)significando territorialidades, assim como contestar algumas imposições sócio-
políticas hegemônicas e excludentes.
Durante maior parte da minha graduação, a militância me acompanhou, exigindo
muitas horas da minha semana e uma sobrecarga de afazeres. Mesmo com essa
dificuldade, sempre dei especial atenção a minha militância nas lutas sociais, não sei ao
certo, mas me parece que sempre estive a fugir de uma educação institucionalizada, dos
“entres”, da escolarização que sempre pareceu sufocar os processos de autonomia e
resistência. Esses entornos, eram a busca de algo que me reconhecesse ativamente, parte
constituinte da minha individualidade. As respectivas inserções, mesmo que exigissem
demais, sempre foram meu fôlego, uma retomada que fortalece minhas andanças e
utopias, incluindo aí, o âmbito da pesquisa acadêmica. Foi, então, desse percurso que
tracei essa passagem, atravessamento entre a rua e minha pesquisa, onde decidi incluir
os meus “foras”, entornos, em minha pesquisa, sendo uma importante mobilizadora
dessa educação geográfica.
Portanto, esse memorial é a retomada de um caminho já iniciado e que agora
ganha novo movimento na minha questão de pesquisa. Pois, como sabemos, uma
questão também percorre percursos e é afetada pelos percursos que percorre. Uma
questão de pesquisa se compõe com o meio sobre o qual ela é lançada. Dentro da
metodologia que irei trabalhar, a questão está sempre num jogo de composição, nos
encontros, pois toda pesquisa é intervenção.
É dessa retomada que trago a expressão de uma conversa que foi inscrita pelo
caminhar na cidade e o emergir de ideias que foram se constituindo e se reformulando
entre passos e, depois, entre goles de café. Diálogo entre eu e minha orientadora, e que
me levou a reconfigurar a questão de pesquisa. Portanto, o trançar da conversa veio das
inquietações que reverberam em ambas como educadoras, e de uma dissertação de
mestrado que está em fase de gestação quanto a sua questão problema, bem como da sua
problemática como um todo.
Naquele contexto de recém ingressa no mestrado e decidida a trocar de projeto, a
conversa se desenrolou sobre quais rumos tomar na próxima etapa, a qual,
superficialmente, eu já vinha tendo algumas ideias. Desta forma expus que gostaria de
trabalhar com intervenção urbana, numa perspectiva de uma cidade que dialogue com
sua realidade e com as pessoas que nela perpassam e existem. Principalmente na
intenção de dar visibilidade a sua realidade excludente, especialmente na questão da
moradia, e as lutas sociais que acontecem no contexto local e nacional, e com isso
buscar problematizá-las através da arte urbana e de práticas com oficinas, fora e dentro
da instituição escolar.
Como citado anteriormente, as aspirações acima provêm de minhas experiências
de militância com pessoas vivendo em situação de rua e de ocupações urbanas. E que,
por ora, busco compartilhar sob a superfície da cidade na intenção de desestabilizar
outras pessoas para com essa realidade, que através de processos de gentrificação e
estetização, acabam por normalizar, homogeneizar e despolitizar a estrutura social
excludente das cidades (JACQUES, 2005), com isso, um dos focos é problematizar a
questão da moradia e a exclusão social. Nisto, é também pela expressão artística que
busco abrir outras vias do sensível na cidade, fazendo ação através da colagem de
lambe-lambe e oficinas, como também fazendo registros.
Em consonância com Zanella (2010), o movimento de estranhamento a que a
arte nos remete tira-nos da cegueira cotidiana, e possibilita novos olhares à elementos e
fenômenos outrora cristalizados. Criar intervenções no espaço da cidade é uma
estratégia que possui potencial político de transgressão, e que pretende contestar sua
estética higienizadora e excludente da cidade, através da ressignificação de espaços
ociosos, na intenção de romper com a despolitização consensual que rege o espaço
urbano atualmente. Fazendo com isso uma educação na rua, para a rua e com a rua.
Criar ruídos, discordâncias, provocar, é um ato de comunicação como
resistência, pois pretende alterar o cotidiano, romper com a apatia, outrora causada pela
lógica habitual excludente que acaba por pacificar e docilizar até o brutal. Portanto,
deslocar do lugar habitual e torna-lo outro. Fazer com que aqueles passantes apáticos da
minha época escolar desviem o pensamento para a imagem em dissenso4. O que se trás
aqui é a continuidade de um movimento que já existe imbricado na cidade (grafites,
pichação, lambe-lambe, stencil, etc), mas que, diariamente, podem se (re)criar.
Portanto, é no lançar-se na superfície da cidade com a inserção de alguns signos, que o
sujeito toma a narração na comunicação, assim como propõem outras formas de fazer e
ver a cidade.
Ao longo do percurso e no entrelaçar de ideias, feito pelos passos em companhia
do olhar e das conversas, pensávamos sobre esta cidade que berrava em nossa visão
com seus grandes número de carros, pessoas e propagandas. Sempre havia algo
querendo informar, mas que não estava ali para dialogar, e sim, para avisar algo,
informar e relembrar que você tem que estar em constante movimento. Pois ali é o
espaço de passagem, da frenesi, das não permanências, e que nada te convida a ficar,
apenas transcorrer rapidamente.
Esse movimento de informação incessante se expressa tanto no corpo da cidade,
com suas ruas feitas para o rápido fluxo (planejamento urbano), tanto como nas
informações publicitárias, vazias em diálogo, pois a sua intenção já está claramente
dada. Pouco, ou nada se coloca de si para que o informado se imprima na pessoa, exige
pouca interação, pois age por compulsão, por hábito e assimilação, é o puro
despojamento de si. Um espaço alheio e estranho, em que se passa, mas não se inscreve,
que não se utiliza até que se compre, algo estanque que não mobiliza pensamentos.
Ocupar esses “vazios” é buscar abertura para diálogo, que se entende por algo
que não deseja pura e exclusivamente dar, informar algo pronto, mas abrir o sensível a
partir do descontextualizado na cidade, pela arte. Pois, não segue a intenção publicitaria,
pelo fato de não estar pronto para que se consuma, exigindo assim uma interação de
quem passa, de doar-se. A intervenção mesmo recebendo juízos de valor positivos ou
negativos, cumpre sua intenção contestadora.
Para Hollman (2013) o poder das imagens ativa-se naquilo que estas nos
proporcionam a pensar e imaginar ao encontra-las.
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De acordo com RANCIÈRE (2012), dissenso pode considerar-se o conflito de vários regimes de
sensorialidade, na esfera da arte pode ter politicamente a operação de reconfiguração da experiência
comum do sensível.
que elas podem produzir nas pessoas que as encontram. (Hollman,
2013, p.241).
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FOUCAULT
(entendendo assim que todo espaço é político), como forma de contestar a cidade e a
política representativa que pretende excluir a população do processo de construção da
mesma. Com isso é justamente dessas brechas que se criam possibilidades, portanto
emerge de vacúolos de não comunicação, de perturbações e fugas. Também como
forma de contestar os espaços restritos, exclusivistas e vendáveis, consequentemente, a
propriedade, que por ora fecham-se para (des)apropriações e significações.
Evitando a concepção instrumental da comunicação, na qual de acordo com
BARBERO (2013) são tramas de discursos ou a própria ação politica hegemônica de
mediação das massas, através do controle da vida pública e privada pela mediação da
sensibilidade que se constrói e desconstrói permanentemente o social, na constituição de
sentido, pois é no povo que se encontra a ameaça mais insidiosa sobre as instituições
políticas. Então, são nessas intervenções no “vazio”, ou também na criação de vazios na
cidade - entendo os vazios como aquilo que não deixa a comunicação como informação
passar, trazendo outros sensíveis - que tomaremos como resistência. Afirmando assim, a
arte como ferramenta de luta, tendo grande papel social e político, devido sua incidência
sobre o sensível. Dando suporte nesse escrito a não-comunicação de DELEUZE (2007),
o qual para o mesmo também pode-se chamar de vacúolos de não comunicação, afirma-
se “É preciso um desvio da fala. Criar foi sempre coisa distinta de comunicar. O
importante talvez venha a ser criar vacúolos de não-comunicação, interruptores, para
escapar ao controle”(DELEUZE, 2007, p. 217).
O que Deleuze trás aqui é a proposição de outras formas de mexer com o
sensível, ir além da linguagem formalizada, como a falada e escrita, que parecem estar
extremamente centralizadas nos meios de comunicação, moldadas numa estrutura para
assimilação apropriável, mas também, trazer algo que possa fazer emergir outro, algo
que escape ao que está posto.
Num cessar dos passos em meio ao caos da cidade, minha parceira de conversa
pegou uma folha de papel e questionou “por que uma página do livro didático não está
colada aqui?”. Nessa parada, fazendo gesto de tentar fixa-la no muro, ponderamos que -
alí é espaço para se andar! -. A rua é passagem, apenas o “meio”, irrelevante entre a
origem e o destino. Só se comunica no que é apropriável, caso contrário é ilegítimo,
vandalismo. A rua é “pública”, mas para passagem. Fechada a vestígios, permanências.
Superfícies fechadas em suas restrições governáveis. Conforme Ranciére (2009, p. 21):
Uma “superfície” não é simplesmente uma composição geométrica de linhas. É uma
forma de partilhar o sensível.
Essa educação culturalmente constituída a qual conhecemos, confinadas em
estruturas/instituições legitimadas, à exemplo a escola e mídias hegemônicas, tem por
intenção estar sob controle. Afirmar que todo espaço é educativo, é entrar em dissenso
com os dispositivos de controle e apropriação.
A arte de atuar com o território (não legitimados a isso), é, portanto, uma
comunicação em resistência, ou, uma não-comunicação, pois vai em contraposição aos
espaços e conteúdos exclusivistas e privilegiados de comunicação na cidade, como os
outdoors, lojas e vitrines. Assim como em outros meios, como a televisão, a revista, o
jornal, o rádio, o livro didático, etc. Comunicação para FOUCAULT (1992), assim
como para CORRÊA (2006) são dispositivos de controle, isto é, disseminadores de
informações hegemônicas e totalizantes, que incidem diretamente sob a subjetividade
das(os) individuas(os), pois são sustentadas majoritariamente por discursos de controle,
normalizados e insensíveis a diversidade. Foucault em História da Sexualidade I: A
vontade de saber expõem a ideia de dispositivo, referindo-se a ele como:
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Técnica de intervenção feita através da colagem de papéis.
Nessa perspectiva a pesquisa desenvolve-se não somente analisando o objeto
que mobiliza trabalho - uma educação que se faz na rua e a arte urbana como um novo
sensível no corpo da cidade- mas, na produção de novos territórios educativos e
comunicacional. São destes desdobramentos que se mostram ao longo de pesquisa que
se evidencia a compreensão de processualidade investigativa na produção de novas
intensidades.
A oficina para além do mencionada são também, no interior deste trabalho, uma
forma muito particular de aproximar os participantes com prática educativa, pois ela
tem como estratégia o conhecer com a prática, como construção horizontal do
aprendizado, no intuito de trazer para estes “outras realidades” através de práticas
inventivas. Neste sentido, busca-se a desconstrução de ideias engessadas sobre os
espaços educativos, lançando-se então no corpo da cidade, na intenção tencionar
questionamentos sobre a lógica de uma educação e uma comunicação centralizadora.
Portanto ela tem como importante papel (re)pensar sobre os espaços educativos e
como nós, sujeitas(os), fomos estruturados e organizados a perfazer e conduzir nosso
olhar sobre a cidade. Irrompida pelo processo de industrialização e urbanização a
sociedade opera com reducionismos, exclusivismos e centralismos, em perfeita
consonância com o modelo de aprendizagem segregadora tutelada pelo estado à
anulação dos sujeitos.
Nesse sentido, a oficina tem o objetivo de ser uma linha de fuga dessas
imposições propositadas, pois tem sua principal metodologia reflexões e produção de
práticas coletivas do conhecimento, no sentido de ser sentidas e cultivadas em práticas
na qual os participantes são os agentes efetivadores do conhecimento.
Contra comunicação:
...
Capítulo II
Arte como resistência
O que é arte?
Uma “arma”
Qual sua tarefa primeira?
“Fazer revoltados”
Fernand Pelloutier
Educação na rua:
Neste ponto, a geografia nos ajuda pensar todo espaço como espaço de disputa,
pois não se dissocia da lógica de dominação e exploração capitalista. “Em resumo, a
tensão que as imagens fazem emergir na cidade têm seus traços de (des)controle dos
possíveis modos de olhá-la e no que elas podem produzir nas pessoas que as encontram
[...]” (Hollman, 2013, p. 241).
Lambe-lambe:
Como produzir?
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http://galeriaurbana-floripa.tumblr.com/
pode ser de vários tamanhos, variando de centímetros a metros, colorido ou preto e
branco. Já a colagem é feita com cola caseira a base de farinha ou polvilho.
O lambe-lambe também pode ser considerada uma estratégia menos susceptível
a abordagens negativas (quando é feito sem autorização), pois sua colagem demora de
segundos a minutos, variando de acordo com seu tamanho. Em caso de emergência e
coibição ele também é de fácil destruição (ainda com a cola mole). Desta forma, quando
um artista sofre alguma intervenção na hora da colagem, ele pode simplesmente
descolar, ou alegar que é uma arte que se autodestrói em pouco tempo (nem sempre essa
afirmação é verdade), pois seu material é feito a base de papel, água e farinha. Muitos
dos pichadores e grafiteiro são acusados de crime ambiental, devido as tintas terem
bases tóxicas, no caso do lambe-lambe, isso não pode ser alegado.
A cola:
Cola de Polvilho8:
Ingredientes:
– 5 colheres de sopa de Polvilho doce
– 1 litro de água
– Cola branca
Modo de preparo:
Modo de preparo:
Ferva 3/4 da água em uma panela grande. Misture separadamente em uma tigela,
1/4 da água fria com a farinha até dissolver totalmente. Jogue a mistura com farinha na
água fervente e mexa por 5 minutos.
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Receita tirada de https://designstuff.wordpress.com/2008/01/28/lambe-lambe/
Acesso: junho de 2015
Alguns mapeamentos:
Relatos:
GODOY, Ana. Mídia, Imagens, Espaço: Notas sobre uma poética e uma política
como dramatização geográfica contemporânea. In. CAZETTA, Valéria; OLIVEIRA
JR. Wenceslao, M. (Orgs) Grafias do espaço: imagens da educação geográfica
contemporânea. Campinas, SP: Editora Alínea, 2013.
Sites:
https://designstuff.wordpress.com/2008/01/28/lambe-lambe/
Acesso: junho de 2015
FERRUA, P. Intencionalidade, Anarquismo e Arte. In: RAGON; FERRUA; VALENTI (orgs. et.al. ).
Arte e Anarquismo. São Paulo: Imaginário, 2001.