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Guia de filmes
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CINECLUBE VALE UM FILME
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CINECLUBE VALE UM FILME
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CINECLUBE VALE UM FILME
Índice de filmes
22/04/2017 Elena 08
29/04/2017 Sociedade dos Poetas Mortos 11
06/05/2017 Boxtrol 13
06/05/2017 Últimas Conversas 15
13/05/2017 – 06/10/17 Pro dia Nascer Feliz 17
13/05/2017 Gênio Indomável 20
03/06/2017 Encontro com Milton Santos 22
03/06/2017 Todos os homens do presidente 25
24/06/2017 Alice através do espelho 27
24/06/2017 Cabra marcado pra morrer 29
26/08/2017 Carlos Mariguella 31
15/09/2017 Atlântico negro na rota dos orixás 33
15/09/2017 Cartas para angola 35
29/09/2017 Faz seu corre 37
14/01/2018 Kirikú e a Feiticeira 39
14/01/2018 Meu nome é Nadi 41
14/01/2018 Botas e Sonhos, 43
14/01/2018 Menina Bonita do Laço de Fita 45
14/01/2018 Vista minha pele 47
17/01/2018 Transformes 49
17/01/2018 A menina e o Gigante 50
24/01/2018 Diários de motocicleta 51
24/01/2018 Um lugar ao sol 53
01/02/2018 A bailarina 57
25/02/2018 Thor Ragnarok 59
25/02/2018 A Lenda do dia e da Noite 61
10/03/2018 Viva - A vida é uma festa 63
10/03/2018 Vida de Maria 65
24/03/2018 Jumanji 68
24/03/2018 Lobo Guará 70
25/03/2018 Epa Cadê Noé? 72
25/03/2018 Nosso Cerrado 74
21/04/2018 Rap, o canto da Ceilândia 76
21/04/2018 Liga da Justiça 78
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CineClube Vale um Filme
A cultura desempenha um papel estruturante na formação identitária dos povos. Ao
analisarmos a sociedade brasileira e a pluralidade de suas manifestações culturais, não
podemos falar de uma identidade cultural única, mas, sim, de “identidades culturais”. No
entanto, ao mesmo tempo em que as sociedades contemporâneas são marcadas pelo
multiculturalismo, o processo de desenvolvimento globalizante, alicerçado na homogeneização
cultural, exporta para os diversos cantos do mundo um modelo massificador da produção e
do consumo de bens culturais. A dinâmica hegemônica que orienta o desenvolvimento
econômico, os avanços tecnológicos e a evolução dos meios de comunicação social, longe de
promover a difusão de manifestações artísticas e culturais diversas, impõe modelos
padronizados e massificados, alheios ao patrimônio cultural dos povos.
É diante desse contexto que o Projeto Cineclube Vale um Filme, por meio de ações de
exibições audiovisuais, busca contribuir para o reconhecimento e a valorização da diversidade
cultural brasileira no Distrito Federal. Educar para a diversidade é importante porque
promove o encontro dialógico entre manifestações culturais diversas; estimula o respeito às
diferenças entre os povos, comunidades e grupos; contribui para a afirmação de identidades
culturais esquecidas, marginalizadas e/ou excluídas em processos globalizantes; promove a
afirmação dos direitos coletivos e da cidadania; e estimula a percepção de que somos sujeitos
criadores de arte e cultura.
Para atingir tais objetivos, a parceria com rádio comunitária Utopia FM soma-se às
diretrizes que fundamentam o projeto na medida em que as rádios comunitárias são
importantes instrumentos de democratização dos meios de comunicação e de empoderamento
das comunidades locais, dando visibilidade a produções artísticas e culturais sem espaço na
grande mídia.
A partir dos recursos do FAC, o Projeto Cineclube Vale um Filme prevê benefícios eco-
nômicos e financeiros para a cadeia produtiva cultural de Planaltina e do DF e para o
comércio e a economia local na medida em que distribui recursos para todos os segmentos
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CINECLUBE VALE UM FILME
envolvidos e fomenta o emprego e a produção cultural da região. Como exemplo desse impacto
econômico, temos as locações dos materiais para a realização das exibições audiovisuais; a
garantia de trabalho a técnicos e assistentes envolvidos na realização da mostra
cinematográfica; e o benefício ao mercado gráfico, garantindo e gerando trabalho para
inúmeras pessoas envolvidas na produção da cartilha, cartazes e banners. Além disso, a
formação de plateia é um retorno econômico importante, pois insere na cadeia produtiva
novos agentes culturais que multiplicarão iniciativas.
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Elena
22/04/2017 – 1
Elena é um filme brasileiro de 2012, dirigido Em 2014, o filme também foi pré-selecionado
por Petra Costa e produzido pela Busca Vida para indicação ao Oscar 2015 na categoria de
Filmes. É um documentário baseado na vida da Melhor Documentário, na 87ª edição da
atriz Elena Andrade, irmã mais velha de cerimônia.
Petra. Foi premiado em diversos festivais ao
redor do mundo e aclamado pela crítica, Elena viaja para Nova York com o mesmo
considerado uma experiência única no cinema sonho da mãe: ser atriz de cinema. Deixa para
contemporâneo, por extrair de um tema trás uma infância passada na
difícil - o suicídio da irmã da diretora Petra clandestinidade durante a ditadura militar e
Costa - sua força poética e cinematográfica. uma adolescência vivida entre peças de
Em 2014, ganhou publicação em livro pela teatro e filmes caseiros. Também deixa Petra,
Arquipélago Editorial: "Elena - O livro do sua irmã de 7 anos. Duas décadas mais tarde,
filme de Petra Costa". A obra traz o roteiro Petra também se torna atriz e embarca para
do filme, de autoria de Petra Costa e Nova York em busca de Elena. Tem apenas
Carolina Ziskind, depoimentos, ensaios pistas: fitas de vídeo, recortes de jornais,
fotográficos, imagens de arquivo e entrevista diários e cartas. A qualquer momento, Petra
com a diretora. espera encontrar Elena andando pelas ruas.
Aos poucos, os traços das duas se confundem.
Já não se sabe quem é uma e quem é a outra.
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A despedida veio na forma de um presente sensação de estar lendo palavras minhas,
singelo: uma concha. “Quando você sentir como se aquele diário fosse meu", diz Petra. A
saudade, encoste a concha no seu ouvido e identificação foi enorme. Na mesma época, a
assim a gente pode se falar”, disse a irmã, leitura de Hamlet e a descoberta
Elena, 13 anos mais velha. Petra, de apenas 7, de Ofélia também serviram de inspiração, bem
escutaria muitas vezes aquela concha nas como assistir ao filme Bicho de Sete Cabeças,
semanas seguintes. Meses, anos, duas décadas de Laís Bodansky - que, entre outros
se passaram. Petra já era atriz e cineasta assuntos, trata do rito de passagem da vida
quando voltou a Nova York à procura de adulta, embora do ponto de vista dos
Elena, decidida a filmar a saudade. rapazes. O projeto do filme permaneceu em
banho-maria por dez anos, sendo elaborado
Elena é um filme sobre a persistência dessas pouco a pouco. Durante esse tempo, Petra se
lembranças, a irreversibilidade da perda, o envolveu em outros trabalhos, dirigiu o
impacto causado na menina de 7 anos pela premiado curta Olhos de Ressaca, até
ausência da irmã, a quem Petra chama de sua finalmente se sentir preparada para
“memória inconsolável”. “Pouco a pouco, as mergulhar nas memórias da irmã.
dores viram água, viram memória”, diz a
diretora, a um só tempo atriz e personagem. Petra encontrou cerca de 50 horas de filmes
caseiros feitos pela irmã, das quais ao menos
Elena é, também, um filme sobre a aventura 20 horas haviam sido gravadas no ano em
de crescer, uma história de três mulheres que que ela, Petra, nasceu. Foi quando Elena, aos
dialoga com temas como família e 13 anos, ganhou sua primeira câmera. Em
maternidade, dor e superação. É, ainda, um seguida, Petra entrevistou cerca de 50
filme sobre o Brasil pós-ditadura militar, familiares e amigos de Elena, totalizando
sobre a geração que nasceu clandestina e algo em torno de 200 horas de material.
cresceu entre os anos 1970 e 1980, com o Quando foi a Nova York, levou consigo uma
desafio de batalhar por seus sonhos em agenda de telefone com os antigos contatos
tempos de abertura e esperança. da irmã e pôs-se a procurar todas as pessoas
A ideia de fazer um filme sobre a irmã surgiu que estavam ali, uma por uma, buscando os
quando a diretora Petra Costa tinha 17 anos nomes na internet e nas redes sociais. O longa
e encontrou, em casa, um antigo diário de finalmente começou a tomar corpo e a
Elena, escrito quando ela tinha a mesma ganhar o aspecto definitivo quando a
idade, 13 anos antes. "Tive a estranha diretora decidiu inserir-se na cena, como
personagem e documentarista, gravando
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também seu percurso e estruturando o 45o Festival de Brasília, em setembro de 2012,
roteiro em parceria com Carolina Ziskind. onde Elena ganhou os prêmios de melhor
direção, direção de arte, montagem e melhor
Além de Nova York e São Paulo, algumas filme segundo o júri popular, todos na
cenas de Elena foram rodadas na Bahia e categoria documentário.
também em Barra do Una, no município de São
Sebastião, no litoral paulista. Foram dois https://pt.wikipedia.org/wiki/Elena_(filme)
anos e meio de produção até a première no
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Sociedade dos Poetas Mortos
29/04/2017 – 2
Adoro este filme, com seus diálogos não dizer majestosa e não apenas nas imagens
inteligentes e bem humorados, principalmente da natureza ao redor do campus, como a
em se tratando do personagem maravilhoso cena do aluno descendo uma colina de
do professor nada tradicional, John Keating bicicleta, causando uma revoada de pássaros
(Robin Williams), que trata com tanta à beira de uma lagoa, é simplesmente
sensibilidade a relação difícil entre pais e esplêndida. Mas também as cenas de
filhos, professores e alunos, sonhos e interiores também são ótimas, com
realidade (tanto pessoais, como projeção de iluminação perfeita. Tem um elenco jovem
realização para os mais jovens, pelos seus incrível, nomes que iniciaram aí e que ficaram
pais), mostra conflitos diante de uma muito conhecidos, como o caso de tímido Todd
educação castradora e uma mais flexível e Anderson (Ethan Hawke), Knox (Josh
mais humanizada, numa fase tão difícil da Charles) e o lindo Neil (Robert Sean
vida, que é a adolescência e o final dela, onde Leonard). Foi indicado a várias premiações
se tem que fazer escolhas muito complexas, no Oscar 1.989, para Melhor Filme, Diretor,
que poderão mudar todo o rumo de suas Ator, mas só ganhou o de Melhor Roteiro
vidas para sempre, e as consequências disso Original para Tom Schulman. Acredito que
tudo. É um filme tocante, com uma fotografia merecia o de Fotografia, mas infelizmente nem
impecável, assinada por John Seale (Oscar foi indicado. Teve indicação ao Globo de Ouro
pelo filme O Paciente Inglês - 1.996), porque para: Melhor Filme, Diretor, Ator e Roteiro,
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também não ganhou nenhum. Ganhou o César, circularam pelo personagem de John Keating.
por Melhor Filme Estrangeiro. Curiosidades: Williams e seu personagem foram satirizados
Foi a primeira indicação ao Oscar, de Melhor na série animada Os Simpsons, onde foi
Filme, do Estúdio Touchstone Pictures. A frase mostrado como um professor de literatura
"Carpie Dien. Aproveite o dia meninos. Façam maníaco é responsável por destruir uma
suas vidas extraordinárias", foi eleita a 95º geração de educadores. A foto usada para
entre 100 frases do cinema mais citadas, mostrar o anuário de John, numa turma
segundo o American Film Institute. Para antiga do colégio, é uma fotografia real de
manter os jovens bem unidos, o diretor Williams, de sua própria formação, em uma
manteve todos eles no mesmo quarto durante outra escola, é claro. Assista, este filme é um
as filmagens. O filme foi filmado na Escola clássico do cinema, do seu tempo. Não deixe de
privada de St. Andrews, em Delaware, nos ver ou rever!!!
Estados Unidos. O ator Liam Nieeson era a
escolha original para interpretar o papel http://umatardenocinemacommarcia.blogspo
principal, mas como houve a troca também de t.com/2012/11/sociedade-dos-poetas-
diretor (Jeff Kanew para Peter Weir, Robin mortos.html
Williams assumiu o personagem. Os nomes de
Dustin Hoffman e Bill Murray também
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The Boxtrolls
06/05/2017 – 3
Por mais que tenha apenas quatro filmes no supermercado e adotam como nome as
currículo, já é possível notar qual é o perfil palavras que estão escritas na própria
da produtora Laika Entertainment: o tom embalagem que usam, adoram vermes e seres
sombrio em histórias feitas para crianças. gosmentos e têm por hábito vasculhar o lixo
Assim foi feito em A Noiva-Cadáver, Coraline e dos humanos madrugada adentro. Não espere
o Mundo Secreto, ParaNorman e também em explicações sobre a existência destes seres,
Os Boxtrolls, nova investida do estúdio que pois o filme não as fornece – talvez em uma
ainda tenta se firmar entre os gigantes da sequência? Fato é que os humanos, assustados
animação em Hollywood – leia-se Pixar, como eles só, morrem de medo dos boxtrolls e
DreamWorks, Blue Sky e Aardman. Um se trancafiam em casa tão logo ouvem algum
caminho que, curiosamente, tem agradado barulho estranho. Todos menos Archibald
mais o público adulto do que propriamente o Snatcher, que deseja capturá-los. Todos.
infantil.
É neste contexto que está o patinho feio
Os Boxtrolls - FotoBaseado no livro “Here Be chamado Ovo. Um garoto comum, criado
Monsters!‖, de Alan Snow, Os Boxtrolls desde bebê pelos boxtrolls, que se considera
acompanha a saga das simpáticas criaturas um deles por mais que seja bem diferente.
que vivem nos esgotos da cidade de Ponte Quando seu tutor Peixe é capturado por
Queijo. Eles vestem caixotes típicos de Snatcher, ele decide se arriscar na superfície
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durante o dia para salvá-lo. É quando adulto, capaz de identificar questões
conhece a mimada Winnie, que resolve ajudá- relacionadas às diferenças nas classes
lo nem que seja para convencê-lo de que é sociais. Além disto, Os Boxtrolls é um filme
tão humano quanto ela. Só que tem um bastante escuro e, em certos momentos,
detalhe: Winnie vive em plena aristocracia, sombrio – o que também pode afastar os
com todo o requinte e trejeitos típicos de tal menores.
ambiente. É claro que, vindo do esgoto, Ovo
enfrenta problemas ao lidar com este tipo de Apesar dos percalços, ainda assim trata-se
gente. de um filme interessante e que diverte.
Especialmente o vilão dublado por Ben
Os Boxtrolls - FotoA bem da verdade, Os Kingsley, com sua característica voz
Boxtrolls parte de uma premissa muito imponente, que apresenta uma faceta
parecida com a de A Noiva-Cadáver: se no inusitada. Fora o fato de que a animação em
filme de Tim Burton os mortos eram mais massinha (ou stop motion, como é chamada
vivos do que as pessoas que ainda não tinham oficialmente) traz um charme todo especial,
falecido, aqui os “monstruosos” boxtrolls não apenas pela qualidade da animação, mas
são muito mais amáveis do que os humanos, pela própria dificuldade em produzi-la. Algo
que assumem posturas típicas de monstros ao que pode ser conferido nos pós-créditos do
valorizar gestuais e caprichos em detrimento próprio filme, com a exibição de um
das pessoas. A diferença é que o universo interessante making of sobre a cidade de
contraditório divertido e rico em Ponte Queijo. Vale a pena aguardar.
criatividade não se repete neste novo filme,
cujas analogias em certos casos são mais http://www.adorocinema.com/filmes/filme-
indicadas a um público um pouco mais 222333/criticas-adorocinema/
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Últimas Conversas
06/05/2017 – 4
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Pro Dia Nascer Feliz
13/05/2017 – 5
06/10/2017 - 15
O nome não deixa muito claro, mas Pro Dia criando quatro blocos homogêneos de
Nascer Feliz é um filme sobre educação no instalação num ambiente, filmando os
Brasil. E, claro, num país tão socialmente lugares, tomando depoimentos de alunos e
contrastado e de dimensões continentais professores, enfim, criando um esforço de
como o Brasil, tudo é questão do recorte que compreensão a partir do que se filma, com
se faz, e de como se operam as inter-relações um interesse maior no que está diante da
dos lugares e das situações específicas que se câmera do que com a tese que está embaixo do
vai registrar. Nesse primeiro desafio, João braço. Assim, vemos inicialmente as precárias
Jardim se sai formidavelmente bem. A condições de uma escola na cidade de Manari,
tentação de chamar a atenção para as em Pernambuco, depois somos transportados
patentes diferenças geográficas e de classe é para uma escola em Duque de Caxias, Rio de
tão grande quanto fácil, e a ideia de fazer Janeiro, em seguida vamos para
um uso "dialético" montando e integrando Itaquaquecetuba, no interior de São Paulo, e
lugares e problemáticas heterogêneas cairia por fim paramos numa escola de elite da
rapidamente num denuncismo confortável e cidade de São Paulo.
no lugar-comum. E o que Pro Dia Nascer Feliz
faz? Analisa cada segmento por si mesmo,
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Vemos diferenças? Claro. Uma escola de fúteis (o que provoca por vezes reações
cidade pequena enfrenta problemas que uma monstruosas por parte da plateia), mas João
escola de cidade grande não enfrenta, as Jardim consegue orquestrar seu filme a
crianças numa cidade pobre vivem partir de uma estrutura que deixa cada
dificuldades diferentes daquelas de uma segmento viver sua própria vida, respirar
cidade rica. Mas o que o filme mostra com sua própria respiração.
extrema competência é que o dinheiro não faz
necessariamente uma criança mais feliz do Numa segunda parte, o filme intercala e
que outra, assim como uma educação mais integra seus segmentos a partir da questão
qualificada pode ocasionar tantas da paternidade (o que revela pais ausentes
oportunidades na vida quanto criar tanto em Manari quanto no Alto de Pinheiros,
pacientes de consultórios de psicanálise. ainda que a ausência se dê por razões
Assim, vemos a aluna-poeta de Manari que diversas) e, em seguida, para a questão,
consegue construir para si, com todas as igualmente paterna, do Estado e dos
circunstâncias contra, uma vida esclarecida, contrastes sociais (plano aéreo clichê dos
ao passo que algumas alunas de um colégio arranha-céus e das favelas horizontais de
rico do Alto de Pinheiros lutam para saber o Sâo Paulo), e ao mesmo tempo o filme toca na
que querem da vida. Cada segmento é questão da violência dos jovens, que também
afrontado por seus próprios problemas. se dá de formas heterogêneas em cada
Alguns dizem respeito à falta de condições, ambiente. É nesse momento que o filme
mas todos são afetados pelo modo de vida evidencia uma de suas insuficiências, a de
das redondezas e pelas circunstâncias buscar pronunciadamente alguns casos de
específicas dos bairros e cidades em que estão exceção, culminando em dois depoimentos de
situados. Assim, a escola de Caxias vive o crimes de aluno, ambos em áudio sem imagem,
problema da criminalidade e a escola rica de um ilustrado pela tela preta (meninos
São Paulo não consegue viver com o fato de falando que roubam por ódio ou por falta
ser um bunker de riqueza em meio à pobreza e do que fazer) e outro com a chuva batendo
falta de meios da maior parte do país. Cada nas poças em câmera lenta (uma menina que
situação é respeitada, sem tecer hierarquias narra um assassinato que cometeu no
ou expor ao ridículo algum dos lados. Claro, colégio, de forma deliberada e orgulhosa
existe a tendência de espectador em com o feito porque a pena para menor é
empatizar com os pobres e minimizar os ínfima). Por mais que seja absolutamente
problemas dos ricos, considerados como necessário se referir a casos como este, as
cenas – sobretudo a narração do assassinato
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– se revelam como algo oportunistas no vida dos alunos e à necessidade de uma
filme, seja pela pieguice das soluções de reformulação completa do papel entre
imagem para fazer caber o áudio, seja professor e aluno, uma vez que a relação de
porque centras questões muito mais gerais e respeito ao mestre construída ao longo de
decisivas da educação acabam sendo séculos parece não mais fazer efeito nos dias
obnubiladas pela força desses depoimentos. de hoje. Filme de grandes qualidades e alguns
evidentes defeitos, Pro Dia Nascer Feliz
O filme também recorre à empatia com certos funciona como o ponto de partida para um
personagens como forma um pouco fácil de questionamento sobre educação por parte
desenvolver uma relação calorosa com a não só dos professores, mas de todos aqueles
plateia – não à toa, faz retornar a adorável interessados na importância da transmissão
aluna-poeta de Manari no fim do filme –, mas de saber, e na extrema necessidade que essa
no geral o filme consegue mais do que fazer transmissão tem na constituição da
apenas um inventário dos maiores problemas cidadania.
da educação no Brasil, chegando inclusive a
exercitar certos questionamentos mais http://www.contracampo.com.br/82/festpr
teóricos e contemporâneos como a adequação odianascerfeliz.htm
dos programas escolares às necessidades da
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Gênio Indomável
13/05/2017 – 6
Sinopse: Em Boston, um jovem de 20 anos Damon e Ben Afleck, até então desconhecidos
(Matt Damon) que já teve algumas passagens do grande público e que acabou por
pela polícia e é servente de uma universidade, arrebatar o Oscar de 1.998, desbancando
revela-se um gênio em matemática e, por muitos roteirista de renome. Ambos também
determinação legal, precisa trabalhar trabalham no filme, Matt no papel principal
algumas horas com um professor e fazer e Ben, num papel secundário, mas deixa o seu
terapia, mas nada funciona, pois ele debocha recado. Os ambientes apresentados são
de todos os analistas, até se identificar com maravilhosos, mostrando a cidade de Boston
um deles. em ângulos, contraditórios, sendo esta a
idéia principal do filme, mostrar as
Uma mensagem tocante e que permite uma diferenças das classes sociais, enquanto uma
reflexão mais profunda acerca de alguns é formal e mais requintada (estudantes de
preconceitos e que com magia do cinema, o escolas renomadas e universidade, bares mais
efeito pode ser mais rápido e transformador. estilosos), a outra de apresentada de modo
O roteiro é poderoso, faz o expectador se mais informal, simples, mostrando a classe
conetar com ele e os personagens, que são mais trabalhadora, mas tendo o seu charme
mostrados de forma inteligente, apesar das também. Fotografia muito linda e precisa de
dificuldades pessoais de cada um. O roteiro Jean-Yves Scoffier, composta por cenas
foi escrito por nada menos que a dupla Matt limpas e naturalistas. Músicas assinadas por
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CINECLUBE VALE UM FILME
Danny Elfman. Quanto ao elenco, é brilhantismo/segurança e uma
simplesmente maravilhoso: Damon até então vulnerabilidade tocante. Ora mais
pouco conhecido, está incrível, muito seguro comunicativo e ora mais introspectivo, sendo
(apesar do papel complicado e denso) na pele que tem o desafio de "domar" o temperamento
de Will, garoto órfão, com histórico de difícil de Will. Ambos são muito inteligentes,
violência em suas adoções, gênio na teimosos, mas acabam por se entender e se
matemática, mas com uma falta de conscientizar de que não são perfeitos. O
inteligência emocional gritante. Que se torna filme aborda temas como: genialidade
uma bomba relógio ambulante, sempre à (inteligência/conhecimento formal), medo de
beira de um colapso. mudanças, amor, compromisso, desafios,
escolhas, culpa, derrota, perdas,
Minnie Driver (Skaylar) também, muito preconceitos, responsabilidades. Que são
tranquila, emotiva, com uma capacidade apresentados de forma envolvente. Amei
admirável de se adaptar, conseguindo entrar principalmente a questão da relação
e sair dos ambientes, com sua elegância Psicólogo-Paciente, que neste filme foi
natural; muito convincente. Detalhe que não enfocada, até como forma de quebrar velhos
posso deixar de comentar: é a única mulher modelos, onde a figura do profissional é mais
num universo puramente masculino e humana e menos dona da verdade. Mostrando
machista de Boston, que se sai muito bem, que o importante é se estabelecer uma
conquistando todos os amigos de Will. Mas verdadeira, com amor e respeito.
quem encanta é o maravilhoso (sou muito,
mas muito Fã dele) Williams (Sam Maguire), http://umatardenocinemacommarcia.blogspo
que está em mais uma performance t.com/2017/06/genio-indomavel.html
emocionante, mostra ao mesmo tempo um
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Encontro com Milton Santos
03/06/0/2017 – 7
Quando lançado, em 2006, Encontro com cinéfilos, o filme — como qualquer outro que
Milton Santos… foi a sensação do Festival de fale de política — gerou indignação em
Brasília, e ao longo de sua estreia pelo alguns grupos, que o acusaram de
mundo, arrebatou diversos prêmios. O “embelezar a miséria“, “vender opinião
diretor Silvio Tendler, famoso por ter engessada” e de trazer uma “crítica
assinado documentários críticos sobre a terceiromundista viciada“. Já compararam o
sociedade brasileira (Os anos JK – Uma Tendler de Encontro com Milton Santos…
Trajetória Política, Jango e Utopia e com Michael Moore em uma versão Tupiniquim
Barbárie, por exemplo), realiza aqui um — e isso no pior sentido de sua conotação. Um
projeto que tinha desde 1995, quando outro grupo de espectadores tinha a
conheceu o geógrafo Milton Santos e cogitou esperança de que o filme teorizasse a respeito
filmá-lo. Apenas em 2001, e cinco meses antes do mundo globalizado contemporâneo
da morte do estudioso baiano, o diretor (lembrando que a obra é de 2006, fruto de
realizou com ele uma longa entrevista e, com entrevistas gravadas em 2001) ou trouxesse
base em suas ideias, realizou o filme em questionamentos de dezenas de pensadores
questão. sobre os efeitos do consumo, a fome no
mundo, os novos rumos da civilização.
Se foi aplaudido de pé nos Festivais e obteve
elogios de muitos pensadores, críticos e
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CINECLUBE VALE UM FILME
Não se pode deixar de assentir essenciais para que o púbico entenda melhor
relutantemente para essas observações. De outros desdobramentos, como no caso da
fato, o documentário é inerte em relação aos definição do que foi o Consenso de
questionamentos incômodos, porque não Washington, logo nos primeiros minutos do
acenam para uma intervenção, um princípio filme. Muita coisa, no entanto, fica nas mãos
de resposta, por assim dizer. O filme se auto do espectador, para pesquisá-las
explica e para por aí. Mas é necessário posteriormente.
colocar pensar a respeito da proposta da
fita. A intenção aqui não é de fato construir Se Tendler “fala o que o povo quer ouvir”
um pensamento lançado a debates de (para pegar uma frase clichê aplicada ao
“melhorias pontuais de problemas do documentário), ele o faz da melhor maneira
mundo“, porque a proposta é trazer à tona possível. No entanto, duvido que essa
as ideias do pensador entrevistado. Mesmo as estranha definição seja legítima quando se
participações realizadas durante o filme são trata de um filme que aborda manifestações
materiais de arquivo, fotos, vídeos amadores, populares na Bolívia e no Peru, crise
noticiários de TV e trechos de outros filmes econômica na Argentina, manifestações
que ajudam a explicar o pensamento sobre a ambientalistas em Davos, busca por emprego
sociedade que o geógrafo tanto se dispôs a no Brasil e fatos incômodos do mundo em
entender e interpretar. Nesse sentido, o filme pleno “Globalitarismo”. É isso o que o povo
de Silvio Tendler entrega com bastante quer ouvir?
solidez o que promete: é uma obra na medida Longe de sensacionalismos, manipulação de
certa para o tipo de material que escolheu opinião e perpetuações ideológicas rasas
mostrar. Silvio Tendler procura transmitir as ideias de
Partindo da importância da imagem para o Milton Santos o mais fielmente possível. A
homem do século XX e XXI, o documentário esperança entra como o elemento humanista
segue uma linha cadencial entre dados, e essencial do pensador e da nossa sociedade
depoimentos e exposição no estilo na reta final. As regressões de pensamento
jornalístico, com narração de alguns atores. político, ocorridas nas últimas décadas, o
De um alcance bem amplo por ser constituído sucesso empreendedor da inerte geração
comercialmente, o documentário toca em yuppie e o triunfo da colonização econômico-
pontos delicados de nosso tempo usando de comercial no mundo são expostos sobre uma
linguagem acessível, que embora dotada de visão crítica porém não niilista, nem
erudição, não se furta em explicar conceitos apontando para algo como “o fim da
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CINECLUBE VALE UM FILME
História“. O público é convidado a ver um semente de inquietação é plantada assim que
mundo que a mídia de massa não mostra o filme termina.
(embora com a internet isso conheceu uma
série de bons — e maus também — atalhos). https://www.planocritico.com/critica-
Do lado de cá, o mundo globalizado passa a encontro-com-milton-santos-ou-o-mundo-
ter as suas primeiras cores desbotadas. Uma global-visto-do-lado-de-ca/
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Todos os Homens do Presidente
03/06/2017 – 8
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Alice Através do Espelho
24/06/2017 – 9
Junho chegou e trouxe um monte de filme O filme acontece mais ou menos três anos
maravilhoso pra ver no cinema! O primeiro após a visita ao País das Maravilhas da Alice.
da lista foi Alice Através do Espelho e eu Ela se torna capitã do navio do seu pai e
tava doida pra assistir. Amo os filmes da viaja pelo mundo durante esse tempo. Quando
Disney e precisava de uma folga desse monte volta pra casa descobre que seu sócio
de filme de herói que ta lançando morreu e o filho nojento (e ex quase noivo
ultimamente. O primeiro filme da Alice não é dela) assumiu a companhia e comprou os 10%
meu favorito no mundo, mas eu gosto de ações que ela tinha e o navio de seu pai.
bastante. Pra mim, ele é muito dark, o que é Além de tudo isso, ela é proibida de viajar de
compreensível já que se passa no reinado da novo e o único trabalho que oferecem é pra
Rainha Vermelha, e eu já sou acostumada com arquivar papeis do escritório da firma.
aquele ambiente colorido e maluco do Depois de ouvir tudo isso, ela foge e encontra
desenho animado. Por isso, o segundo ganhou com o Absolem, aquela lagarta azul do
meu coração. Ele é colorido e lindo, fora que primeiro filme. Em forma de borboleta, ele
eu prefiro a história dele. Mas enfim, vamo conduz a Alice até uma sala e entra no
logo falar desse filme e podem relaxar, não espelho. Como ela tava encurralada, segue
tem spoiler! ele e entra no espelho também. Daí é óbvio
onde ela chega né? No País das Maravilhas!
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Ela encontra com todo mundo logo de cara, superar o gato Cheshire bebê, ai que coisa
mas não ta tudo certo. O Chapeleiro Maluco fofa! A história também é maravilhosa. Gostei
ta muito mal e a única pessoa que pode bem mais do que a do primeiro, me prendeu do
ajudar é a Alice. Ele tem certeza que a começo ao fim, talvez por não ser sobre uma
família está viva, mesmo isso sendo guerra do começo ao fim. O final também me
impossível, e a missão dela é voltar no tempo surpreendeu muito, não é tipo clichê, apesar
pra salvar eles da Rainha Vermelha. O único de ser, não sei explicar. Ah, também passa
jeito disso acontecer é roubar a CronoEsfera umas lições importantes sobre o tempo e
do Tempo, que, no caso, é uma pessoa e tem um como ele pode ser várias coisas na nossa
caso com a Rainha Vermelha. Depois de vida, além de algumas outras que eu não
roubar o que precisa, ela sai numa jornada posso contar senão vira spoiler. Recomendo
pelo passado com a intenção de salvar a pra todo mundo, a fotografia é linda, o
família Cartola, e acaba descobrindo fatos roteiro é maravilhoso e não deixa a desejar
que explicam muito sobre a atual formação de jeito nenhum!
do reino.
http://blogdolcedulce.blogspot.com/2016/06
Como eu já falei, eu amei demais esse filme. É /sessaopipoca-alice-atraves-do-espelho.html
todo colorido, todo lindo e eu nunca vou
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CABRA MARCADO PARA MORRER
24/06/2017 – 10
ELENCO: Elisabeth Teixeira e família, João então vivia na clandestinidade -- e muitos dos
Virgínio da Silva e os habitantes de Galiléia outros camponeses que haviam atuado no
(Pernambuco). Narração de Ferreira Gullar, filme antes brutalmente interrompido.
Tite Lemos e Eduardo Coutinho. 120 min., Globo
Vídeo. CONTEXTO HISTÓRICO
Filme revela vida íntima de Marighella e traz conflito entre integralistas e comunistas; a
rap inédito de Mano Brown legalização do Partidão; a clandestinidade; a
frustração com Stálin; o golpe militar e, por
“Um dia, faz 40 anos, eu estava indo com meu fim, a luta armada.
pai para a escola e ele disse: ―Vou te contar
um segredo: seu tio Carlos é o Carlos Mas o que torna “Marighella” único é o
Marighella'”. Assim começa o documentário olhar íntimo que só quem era de dentro da
“Marighella”, de Isa Grinspum Ferraz, com família seria capaz de documentar: “Tio
estreia prevista para outubro. Carlos era casado com tia Clara. Eles
estavam sempre aparecendo e desaparecendo
Em uma hora e 40 minutos, “Marighella” de casa. Era carinhoso, brincalhão, escrevia
desfia a trajetória do ícone da esquerda poemas pra gente. Nunca tinha associado o
brasileira que acabou baleado e morto rosto dele aos cartazes de ―Procura-se‖
dentro de um Fusca em 1969, em São Paulo. espalhados pela cidade”, continua a voz em
Meio século da história do país pode ser off da própria Isa, que assina direção e
contado a partir dos acontecimentos em sua roteiro do filme.
vida: a gênese do comunismo baiano, mulato, “A ideia é desfazer o preconceito que até
do qual Jorge Amado era partidário; o pouco tempo atrás havia contra meu tio. Era
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um nome amaldiçoado, sinônimo de horror. anuncia o rompimento com o Partido
Além da vida clandestina e do ciclo de prisões Comunista e a adesão à luta armada. Mesma
e torturas, procuramos mostrar também o época em que intelectuais europeus como o
poeta, estudioso, amante de samba, praia e cineasta francês Jean-Luc Godard passam a
futebol, e acima de tudo o grande homem de enviar remessas de dinheiro em apoio à sua
ideias que ele foi”, diz Isa, socióloga formada causa.
na USP.
O filme ainda traz trilha sonora de Marco
Na esteira da pesquisa que foi feita, surgiram Antônio Guimarães e Mano Brown e
algumas revelações. Clara Charf, depoimentos esclarecedores de militantes
companheira de Marighella de 1945 até sua históricos, como o crítico literário Antonio
morte, hoje aos 86, desenterrou uma pasta Candido: “Marighella encarnava moral e
que pertencia a ele, na qual aparecem psicologicamente o seu povo. Ele era pobre e
correspondências, mapas e esboços de ações não abandonou sua classe”.
guerrilheiras.
https://www.geledes.org.br/filme-revela-
A produção também descobriu uma gravação vida-intima-de-marighella-e-traz-rap-
de Marighella para a rádio Havana, de Cuba. inedito-de-mano-brown/
Em sua fala tipicamente cadenciada, ele
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Atlântico Negro - Na Rota dos Orixás
15/09/2017 – 12
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Cartas para Angola
15/09/2017 – 13
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Faz Seu Corre
29/09/2017 – 14
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Kiriku e a Feiticeira
14/01/2018 – 16
Kiriku: a lenda do bebê guerreiro que salvou parece ser maior do que a de todos os
sua aldeia da feiticeira adultos juntos.
Uma lenda que virou filme, peça de teatro, Ao longo do conto, é possível ver inúmeras
espetáculo de dança em todo o mundo leva referências à cultura da África Subsaariana
um pouco da África para diferentes culturas. como as vestimentas, a musicalidade, a
Kiriku (ou Kirikou) conta a história de um relação com a natureza… – Com o olhar
recém-nascido superdotado que sabe falar, espiritual, a lenda inteira traz referências,
andar e correr. Ele é o salvador de sua como exemplo, ao baobá, que é cultuado
aldeia, ameaçada pela feiticeira Karabá. como uma árvore sagrada, conhecido como
“a única árvore que nasce de cabeça pra
Ainda no ventre da mãe, kiriku ordena o seu baixo”! Creio que a lenda ficou conhecida
nascimento e sua mãe diz que, se ele pode por dois motivos principais: porque agrada
pedir para nascer, é porque tem capacidade muito as crianças de todas as nacionalidades
para realizar isso sozinho. Em resposta, o e porque os adultos também aprendem com
menino nasce, corta seu próprio cordão ela – conta em entrevista ao Por dentro da
umbilical e diz: “Meu nome é Kiriku” A África Mario Tenório, psicanalista e
criança é bem pequena e nem sequer chega especialista em Lendas Africanas.
aos joelhos de um adulto, mas a sua coragem
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Diferentemente de muitas histórias de tenta matá-lo, mas ele foge. Um dia, com a
guerreiros africanos, Kiriku não é forte, não ajuda da mãe, ele arma um plano para
anda armado, não comanda um exército. A visitar o sábio da montanha e aprender mais
sua coragem é acompanhada de doçura, paz, sobre a feiticeira. Kiriku descobre o motivo
tranquilidade. Ele não usa roupas enquanto de tanta maldade de Karabá e a liberta da
a sua oponente Karabá é banhada de jóias, maldição quebrando os feitiços que ela fizera
malícia e poder. Mario acredita que, nas contra a sua aldeia.
lendas em que surgem líderes tribais, o
importante é que um guerreiro seja No filme, dirigido por Michel Ocelot (1998), é
inteligente e calmo para sempre voltar bem possível enxergar altruísmo, astúcia,
de suas empreitadas… perdão, a importância da coletividade e do
amor na aldeia de Kiriku. Mario Tenório, que
Encontro com Karabá Logo após o nascimento elege o nascimento de Kiriku como um dos
de Kiriku, seu tio vai até a feiticeira para momentos mais marcantes da história, utiliza
exigir o fim de suas maldades contra a o filme em seu curso de ensinamentos
aldeia. Kiriku insiste em acompanhá-lo, mas sobre lendas africanas para que seus alunos
ele não permite a presença do sobrinho, que abordem questões sobre a própria
se esconde em seu chapéu. Disfarçado, Kiriku espiritualidade. O musical está em francês,
consegue salvar o tio de uma morte certa. O mas é imperdível!
pequeno guerreiro é movido pela curiosidade,
pela energia e deseja saber o motivo de tanta http://www.pordentrodaafrica.com/cultur
maldade. Em uma dessas tentativas, a bruxa a/kiriku-a-lenda-do-bebe-guerreiro-que-
salvou-a-aldeia-da-feiticeira
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Pode me chamar de Nadí
14/01/2018 – 17
Complexada por seus cabelos crespos, a ajudá-la. Escreveu um roteiro para um curta
pequena Nadí não tira seu boné por nada! e apresentou à pequena, que meteu o pitaco e
Sabendo dessa fraqueza, dois colegas de sala deixou o filme a cara dela. A promessa já
tomam o boné de Nadí e correm, zombando de estava "meio" cumprida faltava agora só o
seus cabelos. Enquanto parte contra tudo e mais difícil, afinal do que adiantava um
contra todos em busca de recuperar seu roteiro de filme se o dito filme não fosse
boné, Nadi conhece a belíssima modelo Laila e parar na telona? E dois anos se passaram e
descobre, através de Laila, o poder da sua Nadí não parou de importunar o padrinho um
própria beleza. único instante. E muitos "nãos" Déo levou de
todos os lados até que na última hora do
Um belo dia o professor Déo último dia do prazo para inscrição em um
Cardoso encontrou sua afilhada Nadí concurso para produção de curtas do
chorando. Quando perguntou o que tinha governo do Estado do Ceará os ventos
acontecido ela respondeu que não aguentava mudaram para o professor. Para sua
mais ser chamada de "cabelo de surpresa (ele já não tinha esperança mesmo
bombril" pelos meninos da escola. Depois de que poderia cumprir sua promessa),
tanto tentar em vão convencê-la de que isso arrematou o primeiro lugar no concurso e
era besteira e que ela deveria deixar pra lá, utilizou todo o dinheiro do prêmio para
prometeu que faria alguma coisa para produzir o belíssimo "Pode me chamar de
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Nadí", que é sem sombra de dúvida, um dos http://brunorodrigues6b.blogspot.com.br/2
filmes mais brilhantes e sensíveis que alguém 013/11/resumo-do-filme-pode-me-chamar-de-
já produziu sobre o tema da beleza negra. nadi.html
http://devehaveralgumlugar.blogspot.com.b
r/2012/11/voce-precisa-assistir-pode-me-
chamar-de.html
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Cores e Botas
14/01/2018 – 18
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Menina bonita do laço de fita
14/01/2018 – 19
O livro Menina Bonita do Laço de Fita (2001), reforçando neles sentimentos dos valores
de Ana Maria Machado, conta a história de sociais.
uma menina negra e de um coelho branco que
sonha em ter uma filha bem pretinha tal qual A literatura infantil contemporânea
a menina. apresenta um texto aberto a múltiplas
leituras e é (provavelmente) por isso que a
No seu blog pessoal, Machado revela que o menina bonita do laço de fita gerou
livro não foi inspirado numa menina negra, discussões em que ora foi visto como aliado
mas na filha da escritora, que era bem na construção de uma sociedade de respeito à
branquinha. Tampouco a autora tinha a diferença, ora (visto) como aliado da
pretensão de colocar em evidência os parcela racista, acusado de fomentar o mito
problemas histórico-sociais do Brasil. da democracia racial através da positividade
Entretanto, na obra Literatura e Sociedade, da mestiçagem. Esse paradoxo ideológico,
Candido (2000, p.20) revela que A arte é talvez, possa começar a ser entendido se
social nos dois sentidos: depende da ação de levarmos em conta o que Munanga (2004, p.
fatores do meio, que se exprimem na obra em 29) diz: O racismo hoje praticado nas
graus diversos de sublimação; e produz sobre sociedades contemporâneas não precisa mais
os indivíduos um efeito prático, modificando do conceito de raça ou da variante
a sua conduta e concepção do mundo, ou biológica, ele se reformula com base nos
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conceitos de etnia, diferença cultural ou individualidade ou de uma coletividade
identidade cultural, mas as vítimas de hoje pressupõe a noção de alteridade. É a partir
são as mesmas de ontem e as raças de ontem do contato com o outro que se constitui a
são as etnias de hoje. identidade.
O que mudou na realidade são os termos ou Para melhor entender como essas relações
conceitos, mas o esquema ideológico que étnico-raciais, relações de gênero e de classe,
subentende a dominação e a exclusão ficou representadas pelos personagens (coelho –
intato. É por isso que os conceitos de etnia, menina – mãe da menina) se constituem
identidade étnica ou cultural são de uso elementos essenciais para se pensar na
agradável para todos: racistas e ante- construção de uma nova identidade étnico-
racistas. A compreensão de como se dá a cultural, este estudo divide-se em três temas:
representação da diferença no texto de Ana Racismo e etnias, Gênero e miscigenação e O
Maria Machado perpassa as abordagens, nos cômico em Menina bonita do laço de fita.
estudos atuais, sobre a identidade e a
identificação. Nesse sentido, a análise de uma https://periodicos.utfpr.edu.br/rl/article/vi
ewFile/5056/3729
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Vista Minha Pele
14/01/2018 – 20
Trata-se de uma paródia da realidade Maria quer ser Miss Festa Junina da escola,
brasileira, para servir de material básico mas isso requer um esforço enorme, que vai
para discussão sobre racismo e preconceito desde a predominância da supremacia racial
em sala-de-aula. Nessa história invertida, negra (a mídia só apresenta modelos negros
onde os negros são a classe dominante e os como sinônimo de beleza), a resistência de
brancos foram escravizados. Os países pobres seus pais, a aversão dos colegas e a
são, por exemplo, Alemanha e Inglaterra, e dificuldade em vender os bilhetes para seus
os países ricos são, por exemplo, África do conhecidos, em sua maioria muito pobres.
Sul e Moçambique. Maria tem em Luana uma forte aliada e as
duas vão se envolver numa série de
Maria, é uma menina branca pobre, que aventuras para alcançar seus objetivos.
estuda num colégio particular graças à
bolsa-de-estudos que tem pelo fato de sua Vencer ou não o Concurso não é o principal
mãe ser faxineira nesta escola. A maioria de foco do vídeo, mas sim a disposição de Maria
seus colegas a hostilizam, por sua cor e por em enfrentar essa situação. Ao final ela
sua condição social, com exceção de sua descobre que, quanto mais confia em si
amiga Luana, filha de um diplomata que, por mesma, mais possibilidades ela tinha de
ter morado em países pobres, possui uma convencer outros de sua chance de vencer.
visão mais abrangente da realidade.
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CINECLUBE VALE UM FILME
CURIOSIDADES – O filme pretende colaborar com a
discussão sobre discriminação no Brasil
– O filme é patrocinado pelo CEERT Centro de através de um produto atraente, com
Estudos das Relações de Trabalho e linguagem ágil e atores conhecidos do
Desigualdades, uma organização sem fins público alvo – adolescentes na faixa de 12 a
lucrativos, criada em 1990 com o objetivo de 16 anos.
conjugar a produção de conhecimento e
programas de intervenção na problemática https://cinemahistoriaeducacao.wordpress.c
das desigualdades. om/cinema-e-historia/historia-da-
africa/vista-minha-pele/
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Transformers: O Último Cavaleiro
17/01/2018 – 21
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A menina e o gigante
17/01/2018- 22
Parece que estamos a um passo de produzir No primeiro dia no Youtube já obteve mais de
filmes recheados de efeitos especiais e de alta 200 mil acessos. Quase 5 dias depois chegou a
qualidade, sem nada a ficar dever para mais de 1 milhão de acesso. Ademir Di Paula, o
indústria de Hollywood. então desconhecido virou a nova aposta
para o cinema Brasileiro.
Foi oque nos mostrou o diretor Ademir Di
Paula que causou a maior esplosão na O assunto é destaque nos principais blogs,
internet depois de produzir alguns curta sites, jornais, tv e imprensa em geral,
metragens usando apenas seu computador. principalmente pela qualidade que lembra
grandes produções americanas.
Em apenas 10 dias ele produziu efeitos
especiais que nem ao longo dos últimos 20 Ademir chegou a falar em um Blog que seu
anos de nosso cinema brasileiro ainda foi único gasto foi R$ 100,00,cerca e que deve ter
visto. sido por causa das xícaras de café e da
energia elétrica que gastou.
O curta chamado A MENINA E O GIGANTE virou
febre na internet entre diversos tipos de https://dimensaosobrenatural.blogspot.com/
públicos e isso não foi só no Brasil, 2011/11/a-menina-e-o-gigante.html
conquistou também os americanos, méxico
entre outros países.
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Diários de motocicleta
24/01/2017 – 23
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CINECLUBE VALE UM FILME
um lugar ao sol
24/01/2017 – 24
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embate. Como uma estufa para o cultivo do contemplativa – ah, sempre ela! – passam a
porvir, a mostra pode estar promovendo uma incitar a mais profunda desconfiança por
retro-alimentação estético-formal do “novo parte do olhar exigente. Pois, na maior parte
cinema brasileiro”. Aqui, realizadores das vezes, o conceito que amarraria tais
consomem avidamente os filmes uns dos manifestações de superfície a uma real
outros através do filtro da crítica concepção artística é frouxo ou inexistente.
especializada, envoltos pela anuência de uma
Seriam estes os novos-ricos do cinema
curadoria carinhosa com os filmes, atenta ao
brasileiro? O pretenso reverso do
risco e a iniciativas arrojadas e propostas
conservadorismo cinematográfico se
difíceis, em suma, uma curadoria preocupada
tornando tão afeito à falta de movimento e
também em deixar sua marca autoral. Desta
encontrando a paralisia que os assegura um
forma, a todos é garantida a chancela da
lugar tranqüilo em meio aos “escolhidos”,
relevância dentro de um cenário cada vez
qualquer confronto de fato passa a ser visto
mais plural e caótico – uma vez que a
com maus olhos.
produção só aumenta. Todos são parte de um
mesmo conjunto seleto, em que apenas as ***
questões serão discutidas e debatidas, pois a
tomada de posição faria parte de um E como esta elite cinematográfica, seleta,
momento anterior e se encontraria embutida quase clandestina (uma vez que há no mundo
na própria seleção do filme. lá fora, a real elite do cinema brasileiro,
aquela que controla em alguma medida os
Em meio a esta elite artística, como em meios de produção e distribuição) lida com as
qualquer elite, a condescendência é grande. questões de classe socioeconômica? Na maior
Portanto, esgarçamentos estéticos sem parte das vezes, as vozes têm sua procedência
propósitos claros ou experimentações na classe média intelectualizada e para ela se
autoindulgentes e inconsequentes circulam endereçam. Neste aspecto podemos dizer que
com aceitação quase inconteste. Rumo a um esta produção em sua maioria se afasta das
anunciado novo academicismo, planos fixos, duas correntes dominantes do nosso cinema
tempos estendidos e a observação recente: os dramas relacionados ao que
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CINECLUBE VALE UM FILME
Cleber Eduardo chamou, no já citado texto como uma série de depoimentos confessionais,
de abertura do catálogo da mostra, de do ponto de vista de um observador atento e
“déficit social urbano” e as comédias de eventualmente sarcástico. Ouvir o lado
costumes que, a exemplo das telenovelas, são oposto ao dos desprivilegiados, que por
ambientadas numa classe média alta que decreto sempre recebem o mais generoso dos
configura muito propriamente nossa elite olhares, é tarefa difícil. Uma vez que a
econômica. Nas franjas do sistema produtivo delicadeza e a sensibilidade tornaram-se
e exibidor e no centro da consciência da moeda corrente – e a montagem de atrações
realização do “bom cinema”, esta elite destituída de prestígio – o julgamento de
cinematográfica está situada num certo valor do discurso de um personagem de
limbo, numa permissividade compartilhada documentário passou a ser operação
que a isenta de grandes responsabilidades, proibida. Pois cada personagem deve ser
uma vez que a suavidade da forma ameniza obrigatoriamente tratado em sua expressão
também o confronto direto com o mundo. de singularidade – mesmo que esta seja
irrelevante no contexto – e nunca como face
Por estes motivos, talvez o filme mais
visível de uma realidade maior, como
instigante a ser exibido aqui seja Um Lugar ao
metonímia palpável de um tecido social muito
Sol, de Gabriel Mascaro. Expondo uma elite de
mais amplo.
alto poder aquisitivo por meio de seus
discursos sobre si – e, fatalmente, sobre a O deleite da revelação, da descoberta das
fratura social urbana – e alternando nuances de um pensamento disseminado,
imagens de depoimentos e de observação dos embora desconhecido e misterioso para quem
espaços, o filme entabula um discurso não o compartilha, nunca é, no entanto,
direcionado, a partir do limbo mencionado desacompanhado de um desconforto. Pois a
acima, como se desejasse criar uma ponte reafirmação de uma opinião prévia ronda o
concreta entre as tais duas tendências resultado final como um mau agouro. O
dominantes. Sem narrador e com as inimigo foi eleito, mas o posicionamento não é
perguntas de Mascaro raramente aquele facilmente condenável de um Michael
presentes, Um Lugar ao Sol se descortina Moore, tampouco o de Cidadão Boilesen, cuja
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CINECLUBE VALE UM FILME
“elegância” em se ater aos fatos, expostos em efetivamente à opulência do lado oposto é
sua maioria por imagens de arquivo, gera a pouco. Seria talvez preciso encarar
aura santa da “não inferência” do diretor. expressamente o fato de que o conflito de
Apesar de revelador de uma discursividade, classes tem estado mascarado pela
de enunciações de classe que ele faz ouvir, Um amplamente aceita lisura do “bom olhar”.
Lugar ao Sol não possui um olhar generoso Sair do limbo e correr o risco de atentar
nem ousa assumir seu lugar de enunciação, também contra a elite do “bom cinema”.
recaindo na lógica do paradoxo. A
Tatiana Monassa
constatação é de que a existência dos
desprivilegiados que dominam o cinema http://www.contracampo.com.br/94/pgtira
documental brasileiro recente corresponde dentes03.htm
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CINECLUBE VALE UM FILME
A Bailarina
01/02/2018 – 25
França, século 19. Fim do século 19. "Belle social; total. Victor, o amigo de Félicie que
Époque". Situar A Bailarina em tempo e constrói geringonças voadoras para auxiliá-
espaço quase que prioritariamente, como la nas fugas, é, inteligentemente, um
tantas sinopses do filme internet afora, vai inventor. Desse modo, o menino que vem a ser
bem além da contextualização pura e simples. funcionário de Gustave Eiffel personifica,
É a síntese de seu principal elemento, do que com singeleza, o marco do progresso
caracteriza a animação de Eric Summer e Éric tecnológico no mundo moderno que foi a
Warin como uma produção particular na Belle Époque, revolucionando a comunicação
indústria e faz até suas limitações visuais e os transportes, impulsionando a
serem distintivas em relação às principais arquitetura e as artes.
obras do gênero, dominado comercialmente
pelos estúdios Disney e Pixar. A cereja do Assim, se a Estátua da Liberdade prestes a ser
bolo. presenteada aos Estados Unidos e uma Torre
Eiffel em construção representam um período
Sob o olhar fascinado de Félicie Milliner, a histórico e também funcionam como ótimos
menina órfã que sonha em se tornar cenários de ação dos protagonistas, as cenas
bailarina, conhecemos a Paris de 1880: uma externas da Cidade Luz remontam sutilmente
cidade ainda vazia, porém efervescente, em à pintura impressionista. Até a definição da
plena transformação — urbana, cultural, animação franco-canadense, sem o grau de
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CINECLUBE VALE UM FILME
nitidez das produções multimilionárias de mais fáceis, de reviravoltas inconvincentes,
Hollywood, mostra-se eficiente, pois realça de lições de moral pouco inspiradas. Outro
as características do célebre movimento subgênero marcante, o humor pastelão
artístico dessa bela época. (slapstick) até confere carisma aos
personagens, que são bobos, mas condizentes
Diante de tal capacidade de encontrar boas com a ingenuidade e ternura que permeiam o
resoluções visuais e narrativas para emular longa animado.
um tempo e seus ícones, é frustrante que a
trama de A Bailarina seja tão simplória. A A Bailarina encontra um equilíbrio entre
história de superação de Félicie segue o esses rompantes de criatividade e preguiça
modelo mais formulaico possível: para dos realizadores em suas músicas e
conseguir o papel de Clara na ópera O coreografias — que, se não contêm o caráter
Quebra-Nozes, ela terá de bater suas revolucionário da Belle Époque, são
concorrentes uma a uma num processo de moldadas à feição do amor ingênuo de Félicie
eliminação tão previsível quanto enfadonho. pelo balé.
A mesma falta de inventividade se aplica ao
melodrama do filme, a serviço das resoluções http://www.adorocinema.com/filmes/filme-
232143/criticas-adorocinema/
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Thor Ragnarok
25/02/2018 – 26
De todos os filmes do MCU, os filmes do Thor mais claro e colorido, o que podemos
são os mais flopadinhos. Seus arcos são perceber logo pelos posters e trailer.
histórias bem interessantes, mas infelizmente
seus filmes não fazem tanto jus. Eu queria Outra mudança bem radical foi o humor da
saber como iriam adaptar o Ragnarok nos história. Eu vi que muita gente não curtiu
cinemas, já que nas HQs ele acontece antes da muito esse tom de Guardiões da Galáxia no
Guerra Civil. Por isso, fui sem expectativa e filme, mas eu curti bastante. Confesso que
acabei me divertindo bastante com o filme do fiquei com medo de sair algo parecido como
herói asgardiano. Homem de Ferro 3, que vendeu uma coisa e
apareceu algo completamente diferente.
Eu tinha certeza que depois nada poderia ser
pior que O Mundo Sombrio. Parece que toda a Não é segredo pra ninguém que eu sou uma
galera teve um brainstorming para a pessoa que adora um efeito especial. O filme
criação de Thor e praticamente tudo foi pode ter uma história bosta, mas se tiver
mudado. Começando pela fotografia. Algo bons efeitos, eu saio até que satisfeita da sala
que me estressava bastante era como os de cinema. Com Thor não foi diferente. Como
filmes do Thor (principalmente Mundo sempre, a Marvel não deixa a desejar nos
Sombrio) tinham uma fotografia escura e só seus efeitos e eu nem piscava em cenas assim.
piorava com o 3D. Em Thor Ragnarok, tudo é
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CINECLUBE VALE UM FILME
As cenas das batalhas em Asgard me deixaram As mulheres roubam todas as cenas que
de olhinhos brilhando. aparecem. Cate Blanchett estava
maravilhosa de Hela. Apesar de achar que
Sobre as atuações, não tenho muito a que ela apareceu bem pouco em tela, sendo que é
reclamar. Creio que a Mi (O que tem na nossa a vilã do filme, adorei todas suas aparições.
estante) comentou comigo que Chris mozão Tessa Thompson (Valquíria) também não ficou
Hemsworth estava mais relaxado no papel de atrás no quesito dona da bagaça toda.
Thor e eu super concordo. Não sei se o tom do
filme colaborou, mas ele pareceu menos Só houve uma decepção na história toda: as
travado. cenas pós-créditos. OK que a primeira até que
tem relação com Guerra Infinita, mas a
De início achei estranho Loki (Tom segunda fez eu me arrepender amargamente
Hiddleston) sem aquele ar de emo gótico de ter ficado na sala de cinema.
raivoso, porém creio que a interpretação do
personagem desse filme foi a que chegou mais Depois de três filmes, ouso dizer que Thor
perto da essência do personagem nas HQs. Ragnarok é o melhor deles. Provavelmente
Hulk (Mark Ruffalo) também foi um não vai ser o filme MCU favorito de muita
personagem que me surpreendeu. Fiquei gente, mas é bom pra se divertir.
pensando como fariam ele funcionar com
Thor, mas no final foi uma boa junção. https://balaiodebabados.blogspot.com/2017/
11/filme-27-thor-ragnarok.html
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A Lenda do dia e da noite
25/02/2018 – 27
O povo indígena Karajá, que vive na ilha do Histórico e Artístico Nacional (Iphan) o
Bananal e nas margens dos rios Araguaia e título de patrimônio cultural nacional.
Javaés, no Brasil Central, passa de pai pra
filho e de filho pra neto a lenda de que a Em 40 páginas com ilustrações do próprio
noite vivia prisioneira dentro de um coco, no autor do texto, o carioca Rui de Oliveira, o
mais fundo dos rios, guardado por uma livro narra a lenda de que no princípio do
cobra. mundo apenas o sol brilhava solitário e os
animais não conseguiam dormir. Entre os
Um dia, o índio Aruanã decide partir em indígenas Karajá se dizia que a noite vivia
busca da noite, mas sua curiosidade quase prisioneira dentro de um coco de tucumã,
põe tudo a perder. guardado no mais fundo dos rios pela
Boiuna, a Grande Serpente. Aruanã, marido
O livro é a versão do desenho animado A de Tuilá, filha da Boiuna, decide partir em
lenda do dia e da noite, que foi premiado no busca da noite, em uma longa viagem rumo ao
Concurso Nacional de Roteiros da Secretaria desconhecido.
do Audiovisual do Ministério da Cultura. O
traço dos personagens principais foi O autor já ganhou quatro prêmios Jabuti
inspirado nas bonecas dos índios Karajá, que como ilustrador, o Prêmio ABL de Literatura
receberam do Instituto do Patrimônio Infantojuvenil pelo seu livro “Cartas
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lunares” e foi indicado ao Prêmio Hans da Escola de Belas Artes da Universidade
Christian Andersen. Já fez seis filmes de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Ilustrou
animação. Ele é doutor em Artes Visuais pela mais de 100 livros e projetou cerca de 400
Escola de Comunicação e Artes (ECA) da capas.
Universidade de São Paulo (USP), foi diretor
da Rede Globo e da TV Educativa e professor https://avosidade.com.br/a-lenda-do-dia-e-
da-noite/
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Viva a vida é uma festa
10/03/2018 – 28
Fica até meio repetitivo, mas quando a Pixar triste, pelo contrário é um olhar delicado e
acerta a mão, em geral ela realiza amoroso sobre a memória afetiva que todos
verdadeiras obras-primas da animação, e carregam. O roteiro ainda encontra espaço
felizmente, Viva – A Vida é uma Festa é mais para colocar em pauta o respeito pelas
um acerto do estúdio. diferenças.
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A vida de Maria
10/03/2018 – 29
O filme nos mostra a história da rotina da A Maria do filme mostra satisfação em apenas
personagem “Maria José”, uma menina de escrever seu primeiro nome, o momento em
cinco anos de idade que se diverte que sua mãe lhe chama a atenção dizendo:
aprendendo a escrever o nome, mas que é “Não perca tempo “desenhando” seu nome!”,
obrigada pela mãe a abandonar os estudos e é tirado o seu futuro de ser uma pessoa
começar a cuidar dos afazeres domésticos e diferente de sua mãe, que não tem uma visão
trabalhar na roça. Enquanto trabalha ela do futuro, querendo dar à filha a mesma
cresce, casa e tem filhos e depois envelhece e criação que teve num processo de
o ciclo continua a se reproduzir nas outras reprodução sem mudanças de suas
Marias suas filhas, netas e bisnetas. perspectivas por comodismo.
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Jumanji: Bem-vindo à Selva
24/03/2018 – 30
O que explica o fenômeno de “Jumanji: Bem- dias antes, e algo pressionado por uma
vindo à Selva”? temporada de sagas encalhadas na largada
(“Baywatch”, “A Múmia”, “Rei Arthur”, “A
Dentro do atual contexto das franquias de Torre Negra”) e em crise (“Alien”, “Carros”,
Hollywood, no qual a Disney é cada vez mais “Piratas do Caribe”, “Transformers”).
dominante, “Jumanji: Bem-vindo à Selva”
parecia um projeto fadado ao fracasso. Uma Que tal atualizar o jogo de tabuleiro para o
sequência com pinta de reboot de “Jumanji” mundo dos videogames com Jack Black
(1995), querido filme de fantasia estrelado (recentemente lembrado por dublar “Kung
por Robin Williams (morto em 2014) sobre um Fu Panda”), Dwayne Johnson, o The Rock, e
jogo de tabuleiro que aprisiona seus Kevin Hart (dupla que mostrou química
participantes em seu mundo mágico. cômica em “Um Espião e Meio”), Karen Gillan
(recentemente vista em “Guardiões da
As credenciais da continuação eram Galáxia Vol. 2”) e o diretor Jake Kasdan, das
inegavelmente simpáticas, mas não esquecíveis comédias “Sex Tape” (2014) e
representavam tiro certo. O longa chegou ao “Professora Sem Classe” (2011)?
Brasil na primeira semana de janeiro,
estreou nos Estados Unidos sob a sombra de Pois o novo “Jumanji”, obviamente
“Star Wars: Os Últimos Jedi”, lançado poucos beneficiado pelo período de férias, soube
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equilibrar nostalgia (há referência a Alan por exemplo, a do último filme da Pixar,
Parrish, personagem de Williams que ficou “Viva: A Vida É uma Festa” (US$ 626 milhões).
mais de duas décadas preso no jogo) e Mesmo com Batman, Superman e Mulher-
novidade. A crítica, ainda influente na Maravilha reunidos para defender o planeta
guerra entre estúdios pela atenção das (e, quem sabe, salvar o universo DC nos
plateias, avaliou o filme de razoável para cinemas), “Liga da Justiça” fez menos
bom, o suficiente para não repelir o grande dinheiro – meros US$ 655 milhões.
público.
No Brasil, terra em que as bilheterias sempre
Novo “Jumanji”: sucesso lá fora e no Brasil se comportam de maneira imprevisível –
“Extraordinário” atrai mais gente do que
“Bem-vindo à Selva” custou US$ 90 milhões, “Star Wars: Os Últimos Jedi” –, “Jumanji”
orçamento nada arriscado para a atual também reina.
carga de investimento exigida pela média dos
blockbusters – qualquer filme de super-herói Estreou na primeira quinta-feira de 2018 e
por aí não sai do papel por menos de US$ 140 ocupou a primeira posição nas duas
milhões. primeiras semanas do ano: público perto de
2,7 milhões de pessoas e renda acumulada de
O primeiro “Jumanji” consumiu US$ 65 milhões R$ 43,6 milhões (dados coletados pela
e terminou 1995 como a décima produção mais comScore até 14/1).
lucrativa em ano (US$ 262 milhões, sem
considerar ajuste de inflação) liderado por https://www.metropoles.com/colunas-
“Toy Story” (US$ 373 milhões). blogs/spoilers/o-que-explica-o-fenomeno-de-
jumanji-bem-vindo-a-selva
Até 16 de janeiro, a bilheteria de “Bem-vindo
à Selva” registra US$ 676 milhões, superando,
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O Lobo Guará, o símbolo do cerrado
24/03/2017 – 31
Guará: o grande lobo do cerrado mais de dois meses, nascem em média dois
filhotes.
Parente dos lobos selvagens e dos cachorros
domésticos, o lobo-guará (Chrysocyon Apesar do porte imponente e da alcunha de
brachyurus) é um animal típico do Cerrado e “lobo”, é tímido, solitário e praticamente
maior canídeo da América do Sul, podendo inofensivo, preferindo manter distância de
atingir até um metro de altura e pesar 30 populações humanas. Usa suas presas para se
quilos. Além do Brasil, pode ser encontrado alimentar de pequenos animais, como
em regiões da Argentina, Bolívia, Paraguai, roedores, tatus e perdizes, além de frutos
Peru e Uruguai. variados do Cerrado, como o araticum e a
lobeira (Solanum lycocarpum), alimento
Altivo, esguio e elegante, também é conhecido muito consumido pelo guará.
como lobo-de-crina, lobo-vermelho, aguará,
aguaraçu e jaguaperi, todos nomes É avistado normalmente circulando por
atrelados a sua bela pelagem laranja- grandes campos nos fins de tardes e durante
avermelhada, que o torna um dos mais belos as noites. Nessa rotina, costuma cruzar
animais brasileiros. Na natureza, vive cerca estradas onde muitas vezes é atropelado. A
de 15 anos. A cada gestação, que dura pouco ampla fragmentação dos remanescentes de
Cerrado faz com que animais tenham que
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deixar refúgios de matas para se alimentar e de Brasília e Fazenda Água Limpa da
reproduzir, tornando-se vítimas de Universidade de Brasília). Desse total, 26%
automóveis e caçadores, por exemplo. eram animais domésticos, e 104 espécimes
silvestres - 43,3% de aves, 33,7% de répteis e
Entre fevereiro e junho deste ano, um 23% de mamíferos, incluindo lobos-guará,
projeto do Instituto Brasília Ambiental espécie mundialmente reconhecida como
registrou 141 atropelamentos na região da ameaçada de extinção.
Reserva da Biosfera do Cerrado (Estação
Ecológica de Águas Emendadas, Parque https://www.wwf.org.br/natureza_brasilei
Nacional de Brasília, Reserva Ecológica do ra/especiais/biodiversidade/especie_do_mes/d
IBGE, Estação Ecológica do Jardim Botânico ezembro_lobo_guara.cfm
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Epa! Cadê Noé?
25/03/2018 – 32
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Nosso Cerrado
25/03/2018 – 33
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Rap o canto da Ceilândia
21/03/2017 – 34
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Liga da Justiça
21/03/2018 – 35
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Ficha Técnica
Parcerias
Rádio utopia fm
SRL, Quadra 4, conjunto “F”, lote 21, , Planaltina-DF – 61 98441 1738
Garagem cultural
CR 81, casa 83, Amanhecer, Planaltina, DF. – 61 99316 4323
rua da diversão
CR 35 casa 81, Vale do Amanhecer, Planaltina – DF. – 61 99309 6091
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a todos e todas que contribuíram com a realização desse projeto, em
especial aos moradores da comunidade do vale do amanhecer que juntos delinearam o
formato do projeto.
Agradecemos, também, a todos os sites de onde foram retiradas as críticas dos filmes.
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PRODUÇÃO
LEO MATOS
https://www.facebook.com/ValeUmFilme/
2017/2018
APOIO
Rádio utopia fm
AACHP – (associação dos amigos do centro histórico de Planaltina-df)
Garagem cultural
rua da diversão
PIMEV (projeto meninos do vale)
Centro educacional Vale do Amanhecer
Apresentação
Fundo de apoio à cultura
Secretaria de cultura
Governo do distrito federal
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