Qual é a diferença entre o Judaísmo Messiânico

e o Cristianismo tradicional?
Desde o segundo século, muito se ensinou na Igreja que o Cristianismo é uma religião
separada e distinta do Judaísmo. Embora os cristãos biblicamente fundamentados reconheçam
que isto foi um erro, ainda é uma visão fortemente defendida entre muitas igrejas. Esta
perspectiva promoveu a doutrina antibíblica segundo a qual as Escrituras hebraicas foram
substituídas historicamente pelo Novo Testamento, que a Igreja substituiu Israel como as
pessoas do pacto de Deus, e que aqueles primeiros discípulos de Yeshua foram convertidos da
religião judaica para uma nova religião chamada Cristianismo.

O Judaísmo Messiânico, em contraste, acredita que Yeshua não veio estabelecer uma nova
religião, mas de fato cumprir uma antiga (Mateus 5:17). Defende a visão de que o Novo
Testamento é uma continuação das Escrituras hebraicas (2 Timóteo 3:16), e enfatiza o amor de
Deus e fidelidade para as pessoas judias (Romanos 11), ensinando aqueles gentios a
compartilhar (não assumir) as bênçãos que Deus deu a Israel (Romanos 15:27).

Finalmente, o Judaísmo Messiânico combate a ideia de que aquelas pessoas judias que
seguem Yeshua se tornam convertido a outra religião, mas de fato permanecem judeus,
judeus Messiânicos (Colossenses 4:11).

Abaixo, segue um pequeno estudo sobre a história do Judaísmo e Cristianismo.

Antes de adentrar nas principais diferenças, é extremamente necessário utilizar fontes bíblicas
e extra bíblicas para explicar e elucidar de forma clara às principais características de cada
religião.

O Judaísmo era uma religião praticada por judeus e judeus convertidos. (não havendo
diferenças entre um judeu de nascença e um convertido, mas serve para entender que um
gentio poderia se tornar um judeu)
Nos tempos da vinda de Yeshua (Jesus), o povo judeu estava claramente dominado pelo
império romano. Porém, se destacava a liberdade de culto que os judeus possuíam dentro do
império Romano. Essa liberdade de culto permitiu que o Judaísmo se desenvolvesse e criasse
seitas dentro do Judaísmo (vale lembrar que seita é um segmento dentro da própria religião,
não é algo pejorativo como muitos pensam). Destacavam-se:

 Os Fariseus (P’rushim)
O vocábulo hebraico “p’rushim” (‫)פרושים‬, ou “fariseus” em português, provém da raiz
“parash”, que significa “separar” ou “afastar”. Assim, p’rushim (fariseus) são aqueles que
se separam do mundanismo e se dedicam ao estudo da Torá e das tradições israelitas. Em
outras palavras, os p’rushim são “separados” para servir ao ETERNO por meio do estudo,
da prática e do ensino da Torá. Devido aos problemas com a corrupção dos sacerdotes e
com a falta de um profeta que recebesse uma revelação direta do Eterno, começaram a
entender que a vontade do Eterno já estava revelada nas Escrituras e nas tradições
transmitidas pelos teus antepassados (tradição oral que deu origem ao Talmud). E por isso,
criaram o habito de estudar as Escrituras, criaram o conceito de Sinagoga (congregação,
que posteriormente veio se chamar igreja) onde as pessoas se encontravam para ouvir e
falar de D’us, as Escrituras e a Torah, criaram e desenvolveram dias para estudos Bíblicos e
eram maioria. Yeshua (Jesus) pregava em Sinagogas e era chamado de rabi (mestre), o que
pode se dizer que o mesmo era tinha raízes farisaicas; Shaul (Paulo) também era fariseu.
Suas crenças e atribuições:
1. Acreditavam em anjos e demônios (nem todos as seitas acreditavam)
2. Acreditavam na providência divina
3. Na reencarnação na vinda do Mashiach (A crença no corpo ressurreto veio dos
fariseus)
4. Imortalidade da alma
5. Acreditavam em anjos e demônios
6. Acreditavam na interpretação da Bíblia e revelação por meio das escrituras. O
Talmud veio com base nestas interpretações, muito parecido com o que as Igrejas
protestantes em geral fazem.
7. Não aceitavam a influência mundana dentro da cultura judaica e dos ensinos
judaicos.
8. Criaram as Sinagogas (que vieram a ganhar o nome de igreja no cristianismo)
9. Desenvolveram uma Hierarquia eclesiástica (Yeshua/Jesus era conhecido como
rabi, que significa mestre) onde todas as sinagogas possuíam mestres/rabinos.
Leia mais: https://www.judaismonazareno.org/news/parte-ii-origem-dos-prushim-
fariseus-/

 Os Saduceus (Tsadukim)
Era uma seita do Judaísmo que desempenhavam as funções dentro do Segundo
Templo. Foi registrado por Flavio Josefo como sendo um grupo de alto poder
econômico e político. Pouco se tem de informação a respeito desta seita. Mas é
possível dizer que os mesmo eram inimigos dos Fariseus e Essênios. Sabe-se que não
acreditavam em anjos e demônios, em imortalidade da alma, em ressurreição e na
tradição oral.

 Os Essênios (isyim)
Os Essênios era um grupo Monástico, que se isolaram da sociedade. Por viveram muito
afastados da sociedade, não costumavam se misturar. Eram uma seita muito religiosa
e eram até mesmo chamados de santos, pois eram celibatários e prezavam a vida
simples. Não frequentavam o templo e não ofereciam sacrifícios, pois acreditavam que
pelo fato dos sacerdócio estar corrompido, o templo e os sacrifícios não haviam mais
utilidade. Eram conhecidos como “o Caminho” (que posteriormente, os Discípulos e
Yeshua vieram a serem chamados). Este termo foi retirado de Yeshayahu (Isaías) 40:3.
Yochanan Hamat’bil (João Batista) possuía todas as características de um Essênio.
Crenças:
1. Acreditavam em curas pela mão, milagres físicos e bênção com as mãos.
2. Realizavam curas com ervas medicinais e aplicação de argila;
3. Aboliam a propriedade privada;
4. Eram todos vegetarianos;
5. Alguns mestres não se casavam, todavia o celibato não era obrigatório;
6. Tomavam banho antes das refeições;
7. A comida era sujeita a rígidas regras de purificação;
8. Eram chamados de nazireus por causa do voto nazarita;
9. Realizavam o ritual do Batismo nas águas aos iniciados;
10. Acreditavam que a Natureza, os seres humanos e todas as coisas vivas eram o
verdadeiro Templo de Deus, pois Ele não habitava em lugares feitos pelas
 mãos dos homens, mas sim as coisas vivas e que as ofertas a Deus eram o
partilhar da comida para com os famintos, sejam homens ou animais.

https://www.judaismonazareno.org/raizes-ess%C3%AAnias/

Existiam outros grupos, como os Zelotes, mas são estes os principais. Uma breve leitura e é
fácil ver muitas doutrinas similares aos que os Discípulos pregavam.