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ANNA VICTORIA
CÁSSIA CARVALHO
VICTÓRIA RÚBIA
WESLEY THOMPSON

TEORIA GERAL DA CONTABILIDADE

LINS
2018
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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM


CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANNA VICTÓRIA
CÁSSIA CARVALHO
VICTÓRIA RÚBIA
WESLEY THOMPSON

TEORIA GERAL DA CONTABILIDADE

Trabalho avaliativo apresentado ao Centro


Universitário Católico Salesiano Auxilium -
UNISALESIANO como requisito integrante
na aprovação parcial da disciplina Teoria
Geral da Contabilidade do curso de Ciências
Contábeis sob a orientação da Profª. Me.
Rosiane Cristina Sozzo Gouvêa.

LINS
2018
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................................04

2 PRÉ-HISTÓRIA DA CONTABILIDADE..............................................................................04

2.1 FICHAS DE BARRO...............................................................................................................04

2.2 ENVELOPES DE BARRO......................................................................................................05

2.2.1 Desenvolvimento da contagem..............................................................................................06

2.3 TÁBUAS DE URUK................................................................................................................06

2.4 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS NA PRÉ-HISTÓRIA.........................................07

3 PERÍODO ANTIGO.................................................................................................................08

4 ESCOLA CONTISTA...............................................................................................................09

5 PERÍODO DE TRANSIÇÃO...................................................................................................12

6 ESCOLA ADMINISTRATIVA (LOMBARDA)....................................................................13

7 CONCLUSÕES..........................................................................................................................16

REFERÊNCIAS............................................................................................................................17
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1 INTRODUÇÃO

Nosso trabalho tem por objetivo principal expressar-se a respeito sobre duas escolas
contábeis que foram desenvolvidas ao longo do tempo, a Primeira Escola de Pensamento
Contábil (Escola Contista) e a segunda Escola Administrativa também conhecida como
Lombada.
É evidente que por se tratar das primeiras doutrinas contábeis é de grande relevância
considerar os períodos antecessores as estas escolas, como por exemplo, o período arqueológico
da contabilidade que trará melhor contexto e sentido para o nosso trabalho.
De forma resumida teremos a explanação da pré-história da contabilidade, período antigo,
escola contista, transição de pensamentos contábeis e lombarda.

2 PRÉ-HISTÓRIA DA CONTABILIDADE

A contabilidade iniciou-se bem antes do que a maioria de nós pudesse imaginar, nasceu
com a pré-história no período mesolítico (transição entre o paleolítico e o neolítico, pedra lascada
e pedra polida, respectivamente) por volta dos 10.000 a 5.000 anos a.C.. Grandes escavações,
principalmente no oeste do oriente, revelaram vários vestígios de controle contábil que eram
utilizados antigamente, como fichas e envelopes de barro que tinha como finalidade o controle de
seus rebanhos ou a agricultura familiar.

2.1 FICHAS DE BARRO

Havia dois tipos de fichas encontradas por arqueólogos: as fichas simples e complexas;
ambas com finalidades contábeis, mas com significados diferentes. As fichas simples eram lisas
de diversos formatos, medindo de 1 a 4 cm – estas fichas representavam a quantidade de
rebanhos, uma ficha equivaleria a um carneiro, por exemplo. Já as fichas complexas
apresentavam furos em sua superfície para representar, um escambo realizado com outra pessoa
ou então uma perda (falecimento) de seu rebanho – obtendo assim o controle de seus bens
daquela época. Foram encontradas mais de 1500 fichas somente no Iraque, como pode-se
visualizar na FIGURA 1.
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Fonte: WIKIBOOKS (2013)


FIGURA 1 – FICHAS DE BARRO

2.2 ENVELOPES DE BARRO

Os envelopes de barro eram caixas de barro que serviam para armazenar as fichas de
barro, conforme demonstra a FIGURA 2. Esses armazenamentos das fichas serviam para a
contabilização das “mercadorias” (ex. rebanho), em muitos envelopes foram observados
carimbos que tinha o significado de expressar a quantidade de fichas e lacres utilizados que
identificavam diferentes pessoas, ou diferentes operações, sendo assim um controle dos bens (o
controle do patrimônio é um dos objetivos da contabilidade que conhecemos hoje).

Fonte: WORDPRESS (2010)


FIGURA 2 – ENVELOPES DE BARRO
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2.2.1 Desenvolvimento da contagem

Paralelo à evolução da contabilidade que se desenvolvia, ocorria logicamente o avanço da


matemática (contagem), tínhamos as seguintes formas de contagem:
 Correspondente: um-por-um, ou seja, um animal por outro, por exemplo;
 Contagem Concreta: utilizavam-se as fichas principalmente;
 Contagem Abstrata: por meio dos números.
Conhecidos por contadores de Uruk, foram eles que inventaram dois sinas
importantíssimos, como os números reais, que conhecemos hoje 1,2,3...etc. e os pictográficos –
símbolos utilizados para expressar mercadorias.

2.3 TÁBUAS DE URUK

Uruk era uma antiga cidade da Mesopotâmia e centro importante da civilização


sumeriana. Onde foram encontradas diversas tábuas com escrituras e apuração contábil em pedras
de diversos formatos, podendo ser demonstradas na FIGURA 3. Nestas escrituras ficou evidente
a apuração de débitos e créditos para o comércio de escambo da época.

Fonte: FOLHA UOL (2017)


FIGURA 3 – TÁBUA DE URUK
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2.4 MÉTODO DAS PARTIDAS DOBRADAS NA PRÉ-HISTÓRIA

Embora o método das partidas dobradas foi difundido com maior expressão pelo Frei
Luca Pacioli, na Itália, observa-se que na pré-história já utilizavam este método. Fica bem
evidenciado, quando na utilização das fichas de barro se faziam as movimentações nos envelopes
(caixas de barro), retirando de um envelope que representava a quantidade de rebanho e
transferindo, nesta ocasião, de troca de mercadorias (rebanho), para outro envelope que,
identificado com carimbo, representava a saída de rebanho. Ora, vê-se que nada mais é do que o
método das partidas dobras no período arqueológico, um fato que gerou dois registros: débito e
crédito.
Pode-se citar também que o livro “História do Pensamento Contábil” de Paulo Schmidt no
último parágrafo da página 17, tratando da pré-história, diz o seguinte:

Na antiga Suméria praticava-se um tipo de partida dobrada já em 3200


a.C., quando se originaram os primeiros envelopes de barro com
impressões sobre a superfície das fichas contidas em seu interior.
(SCHMIDT, 2000, p.17)

Ficando evidente sua existência no período pré-histórico, claro que de forma estrutural e
empírica (baseado na experiência e observação) e não de forma científica como a do frei Luca
Pacioli.
Outro citado no livro do autor Paulo Schmidt,diz:

Para muitos pensadores contábeis, esse sistema de partidas dobradas com


fichas é considerado superior ao sistema de registro de partida dobradas
de hoje em dia, ... . (SCHMIDT, 2000)

Há de se discordar em alguns aspectos, haja vista que não se utiliza o sistema pré-
histórico, até porque a tecnologia traz muitas facilidades, sem levar em conta a complexidade das
operações que hoje é extremamente maior, se comparado à contagem de rebanho. Porém, o
principal é observar a existência do método das partidas dobradas por muitos pensadores
contábeis, que é de extrema relevância.
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3 PERÍODO ANTIGO

Por volta dos aos 2000 a.C., os livro de contabilidade já eram obrigatório no Egito, a
utilização de livros veio a facilitar as escriturações que antes eram feitas nas tábuas de argila,
barro ou pedra mole. Junto com esse avanço nos anos 1100 a.C., ocorreu a invenção da escrita
alfabética que contribui para difundir as ideias de vários povos.
Após muitas guerras travadas durante estes períodos – como as cruzadas e outros conflitos
– estabeleceu-se, com a calmaria, os comércios que devido a um forte crescimento, houve a
necessidade de aprimoramento para o controle de estoque, compras e vendas de mercadorias e,
principalmente, por causa da invenção da moeda metálica.
Nos anos a partir de 1200 d.C., com o surgimento da primeiras grandes empresas é que
ficou marcado o fim da era do período da Contabilidade Antiga e início da era da Contabilidade
Moderna. Um dos grandes marcos da Contabilidade Antiga, na Idade Média, é a criação de um
livro pelo italiano Leonardo Fibonacci, livro sobre matemática aritmética chamado de Liber
Abaci, “Livro do Cálculo” ou “Livro do Ábaco”, observado em alguns de seus trechos na
FIGURA 4 juntamente com um típico ábaco da antiguidade..

Fonte: FOLHA UOL (2017)


FIGURA 4 – TRECHOS DO LIVRO DO ÁBACO E ÁBACO DA ANTIGUIDADE
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4 ESCOLA CONTISTA

A escola contista teve 5 (cinco) etapas significativas ao longo do seu período que
aconteceu entre os séculos XIII ao século XVIII. A primeira etapa da contabilidade constituía-se
em duas contas, sendo elas, haver e dever, que é o equivalente ao nosso débito e crédito
atualmente, que tem a função de registrar as contas que se deve receber ou pagar.
A segunda etapa consiste no francês Edmond Degranges, onde em 1795 baseou a sua
teoria através de um estudo feito em 1675 pelo francês Jacques Savary. Sua teoria identificou 5
(cinco) contas principais para as efetuações de trocas, essa contas são: mercadorias, dinheiro,
efeitos a receber, efeitos a pagar e lucros e perdas. As contas lucros e perdas equivalem as
contas de resultado que até então não se sabia o que seria isso.
Na concepção de Degranges, o ideal seria abrir a conta com quem o comerciante mantém
transações e também abrir cinco para si mesmo. Para o comerciante, o lançamento a débito ou a
crédito de uma dessas contas representa debitar ou creditar o próprio comerciante. Logo após,
houve a criação da conta capital por conta da necessidade de separar os capitalistas de uma
mesma sociedade – esta conta foi um instrumento que consolidou o princípio da entidade
separada de seu proprietário.
A teoria das 5 contas não foi aceita na Itália, desta maneira não se tornou universal. Num
segundo momento, a teoria da personificação das contas se insere como uma terceira etapa, onde
o estudo é direcionado às contas que representam sempre as pessoas, essas pessoas seriam: o
proprietário, o gerente e terceiros. Na quarta etapa, o destaque foram os agentes depositários
dos recursos (a conta empregados) além das contas do proprietário e dos correspondentes. Os
agentes depositários são debitados por tudo que é entregue a eles e creditado por tudo que
entregam. Nessa etapa, fica evidente a regra dos primeiros tratadistas: quem recebe, deve; quem
entrega tem haver.
A regra citada a cima, recebeu muitas criticas, porque certas situações não ficam claras à
origem da transação.
A quinta e última etapa envolve os dois autores que se destacam entre os demais, são eles:
Benedetto Cotrugli e Luca Pacioli.
Benedetto Cotrugli nasceu em 1416, na cidade de Ragusa, na época sob domínio de
Veneza. Ele escreveu um manuscrito que consta sobre as partidas dobradas datada no ano de
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1458. Havendo poucos exemplares – ao todo quatro – todos manuscritos, desta forma o livro
levou 115 anos para ter a sua primeira impressão na cidade de Veneza. Nesse meio tempo o autor
Frei Luca Pacioli publicou seu livro e levou o mérito por ter feito o primeiro livro de
contabilidade.
O primeiro livro consiste em 19 capítulos abordando o tema de técnicas e práticas que os
comerciantes daquela época necessitavam conhecer. Os outros três livros demonstram os deveres
do comerciante para agir como cristão, tanto no trato do negócio como no comando de seus
empregados. Cotrugli também entende que, fazia-se necessário que o comerciantes tivesse 3
livros dedicados ao registro da movimentações, tais como: o Livro de Gastos (Ricordanze); o
Livro Diário (Giornale) e o Livro Razão (Libro Grande). E cada movimentação, vulgo
lançamento contábil, deveria conter as seguintes informações: Quando (Data); Quanto (Valor);
Com quem (Credor/Devedor) e Porquê (Histórico).
Frei Luca Pacioli nasceu em Sansepolcro, Itália, a data de nascimento oscila entre 1445 e
1450. Pacioli era um matemático que se interessou pela contabilidade e aprimorou alguns
processos contábeis, sendo esses processos débito, crédito, juros, câmbio, desconto, entre
outros.
O livro de maior importância na vida de Pacioli foi La Summa de Arithmetica, Geometria,
Proportioni et Proportionalitá, impresso na tipografia de Paganino de Paganini e publicado no
ano de 1494. Ele morreu no ano de 1517, em Sansepolcro, Itália.
Sobre a sua obra La Summa é composta por 12 tratados que serão explicados a seguir.
 Tratado I – De societatibus
Nesse tratado Pacioli define o que é capital social como a soma das subscrições de cada
sócio. O lucro deveria ser repartido na mesma proporção do que foi composto no capital
social.
 Tratado II – De soccidis et domorum a pensionibus
Soccida corresponde a um contrato feito com a finalidade repartir igualitariamente de
lucros ou prejuízos.
 Tratado III – De barattis sive commutationibus
Para Pacioli, baratto significava câmbio (troca) de mercadoria por outra ou por dinheiro.
 Tratado IV – De cambiis seu cambitionibus
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Pacioli padronizou como uma letra de cambio deveria ser produzida, o que não podia
faltar exemplos, data e lugar de emissão, nome do sacado, nome do beneficiário, valor,
entre outras obrigações.
 Tratado V – De meriti, resti, saldi, sconti e modo de recare a un dì
Pacioli afirma que se deve determinar o juro de uma lira pelo tempo dado e multiplicar o
resultado pelas liras que compõem o capital. Nada mais que juros simples aplicado nas
transações daquela época. Dentro desse tratado, Pacioli trata de juros simples e composto,
descontos simples e composto, adequação de tempo, vencimento entre outros.
 Tratado VI – Del modo a legare e consolare le monete
A intenção de Pacioli era unificar a moeda.
 Tratado VII – De viagiis sequitur
Pacioli demonstrou os problemas com a logística, mesmo sem saber a definição de
logística, ele apontou gastos desnecessários com viagens excessivas para buscar
mercadorias.
 Tratado VIII – Sem título (problemas relativos a dinheiro entre 2 pessoas)
Mostra problemas relacionados com o dinheiro entre duas pessoas, resolvidos com o uso
da álgebra.
 Tratado IX – Sem título (problemas relativos a dinheiro entre 3 pessoas)
Igualmente ao anterior, porém, envolvendo o problema relacionado com o dinheiro entre
três pessoas.
 Tratado X – De straordinariis
Pacioli demonstra problemas com os salários dos servidores e soluções envolvendo a
álgebra e a aritmética.
 Tratado XI – De computis et scripturis
O tratado com a maior repercussão pelo mundo todo e que tornou Pacioli o pai da
contabilidade. Ele desenvolve nesse tratado o método partidas dobradas em que para uma
conta de débito sempre haverá uma conta de crédito no mesmo valor. Explicando o que
deve conter na escrituração, no capítulo 36, detalha algumas regras para lançamento
contábil e defende a importância do seu uso, assim como: os livros diário, livro razão e o
livro que registra as movimentações assim que elas acontecem.
 Tratado XII – De tariffa
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Nesse último tratado, Pacioli teve a intenção de elevar os conhecimentos dos comerciantes
para que eles conseguissem trabalhar com outros países, sendo assim padronizar a moeda,
medidas, pesos, letras de câmbio entre outros.

5 PERÍODO DE TRANSIÇÃO

O Período de Transição entre a Escola Contista e a Escola Administrativa ou Lombarda


também é conhecido como Idade da Estagnação Contábil, pois é um período que se estende de
1494 com a publicação da obra popularmente conhecida como “Summa” de Luca Pacioli a 1840
com a publicação da obra “La contabilità applicata alle amministrazioni private e publiche” de
Francesco Villa. Entretanto, alguns estudiosos preferem a nomenclatura Período de
Consolidação, por acharem mais apropriado. Afinal o desenvolvimento social, político e
econômico, nesse período, fora relativamente pequeno, mas ainda sim, ocorreu.
Neste tempo não houve um pensamento revolucionário e inovador, mas sim um tempo de
experiências com a aplicação dos conhecimentos propostos até então pelo contismo,
principalmente de Luca Pacioli, consolidando o sistema de partidas dobradas e disseminando para
todo o mundo.
Os fatores mais importantes inseridos no período de consolidação proposto por Winjum
(apud Pezzoli, 1986) através do método das partidas dobradas pode ser elencados como:

1. A propagação do sistema de partidas dobradas durante o período (1494


– 1840) permitiu aos comerciantes, a partir do século XVI, ter um sistema
compacto e inter-relacionado para registro de suas atividades econômicas;
2. Como os negócios, na sua maioria, eram pequenos, os comerciantes
literalmente não conheciam o estado e as condições de suas finanças,
tendo o sistema de partidas dobradas se apresentado como um novo
instrumento capaz de refletir a situação de seus negócios;
3. O sistema de partidas dobradas foi responsável pela incorporação do
conceito de capital aos registros contábeis;
4. Com o aumento gradativo de empresas com vários sócios,
desenvolveu-se o processo de transferência do saldo das contas de lucros
e perdas para a conta de capital, quando do encerramento do razão das
contas de resultado;
5. O procedimento de avaliação de ativos passou a considerar o total das
transações associadas a ele como fazendo parte de seu valor;
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6. A preocupação com ativos de longo prazo fez com que iniciasse o


processo embrionário de considerar a depreciação como elemento a ser
considerado;
7. Apuração dos resultados de empreendimentos com outros sócios,
apuração do resultado empresarial anual, ou de períodos maiores ou
menores, conforme a necessidade do empreendedor;
8. Os registros utilizando as partidas dobradas forneceram uma visão clara
e acurada das obrigações e direitos dos sócios e de terceiros;
9. Permitiu a preparação de balanços de verificação antes do
encerramento dos livros razão, facilitando a análise das atividades
empresariais;
10. As prestações e o controle para determinar o resultado foram
facilitados;
11. A periodicidade da apuração do resultado, o processo de sumariar as
contas, a facilidade de ordenação sistemática dos registros foram
contribuições substanciais para o crescimento econômico e
desenvolvimento da sociedade. (SCHMIDT, 2000, p. 52)

Portanto, foi um período de familiarização da aplicação dos conceitos dos registros


contábeis, contribuindo para o entendimento da Contabilidade como instrumento útil e de auxílio
na gestão da atividade comercial – mostrando-se como um sistema de informações que deveriam
ser utilizados no processo de tomada de decisão analítica das empresas, caracterizando assim, a
Idade da Consolidação da Contabilidade.

6 ESCOLA ADMINISTRATIVA (LOMBARDA)

A Escola Administrativa surgiu em 1840, iniciando um período científico da


Contabilidade. Originou-se na região da Lombardia, na Itália, por isso também pode ser
denominada como Escola Lombarda. Seu principal mentor foi Francesco Villa, com a obra “La
contabilitá applicata alle amministrazione private e publiche”, considerada um marco divisório
no desenvolvimento da contabilidade, dando início assim, ao período científico. Nessa obra, ele
apresenta os elementos da ciência econômico-administrativa, aplicada a todo registro, além de
uma revisão para prestação de contas.
De acordo com Schmidt e Santos (2008), o fator propulsor desse movimento contábil foi a
conexão entre os elementos contabilísticos, principalmente técnico e doutrinários, e elementos
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econômico-administrativos. Essa ligação ocorre por conta da inclusão de fatores econômicos de


produção e de consumo que faziam parte da gestão das entidades na Contabilidade.
Nesse sentido, a administração das entidades passou a ser o alvo central de interesse dos
estudiosos contábeis. Dessa forma, a contabilidade não era mais somente a escrituração de fatos
por meio das contas – essa escrituração deveria servir de base para gerenciar as entidades. Aqui
se fala que o contador deveria ter perfeito conhecimento da gestão da entidade e não apenas
dominar as técnicas de registro contábil.
Francesco Villa, o mais renomado pensador da Escola Lombarda, definiu a Contabilidade
como sendo um:
...complexo de cognição e de operações que pode ser aplicado a diversos
casos e métodos [...] e deve valer-se segundo a natureza da
Administração, da qual a Contabilidade deve ter ao menos um suficiente
conhecimento. (VILLA, apud PEZZOLI, 1986)

Villa (2000, p. 54) também acreditava que “a necessidade de uma forma simples na
exposição dos princípios contábeis é devida ao fato de que a parte mecânica da Contabilidade é
feita para pessoas de cultura pouco elevada”. Um dos maiores méritos dessa escola foi
desvincular a Contabilidade do campo do formalismo das cifras e dos números e sincronizá-la
com a gestão do negócio. Por isso, esse teórico pode ser considerado o precursor do estudo da
Contabilidade como fonte de informação gerencial, ou seja, estabeleceu-se o controle como o
objetivo da Contabilidade.
O ponto central dessa escola é a relação entre a administração econômica e a
contabilidade. Procurando aplicar os princípios econômicos gerais ao campo da contabilidade –
como os pensamentos clássicos da economia, onde o que se propunha era a redução dos esforços
ao mínimo para se ter a máxima utilidade e produzir com forças adicionais aquilo que não seria
possível ser obtido sem esses esforços.
Nascido em Milão, na Itália, em 1801 – Francesco Villa também publica em 1850, sua
principal obra: “Elementi di amministrazione e contabilità” que deriva da obra “La contabilitá
applicata alle amministrazione private e publiche” – expressando também a maturidade do
estudo contábil – sendo uma revisão e um aprofundamento desse primeiro estudo, o que vem
contribuir significativamente para a Ciência Contábil.
Com essas obras, ele adentra ao campo econômico e é o precursor da análise da
administração econômica das entidades, pois defende que a implantação de um novo
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empreendimento deveria ser precedida de acurado cálculo de conveniência, com a verificação do


consumo dos bens da entidade, do tempo necessário para o retorno do capital investido, do
possível tempo de permanência do produto novo no mercado, o custo de aquisição de novas
máquinas, de matéria-prima, além de outros desembolsos necessários.
Villa também propõe a valorização dos ativos permanentes a preço corrente nas atividades
comerciais e industriais, o que revela os conceitos principiantes da depreciação e valorização
atual dos respectivos ativos da empresa. Já quando o enfoque se volta para as atividades públicas,
leva sua contribuição, quando defende que “a Contabilidade Pública deveria impedir o gasto
inútil e a malversação do dinheiro público” (SCHMIDT, 2000).
Aspectos significativos introduzidos por essa escola foram:
 A avaliação de ativo permanente a preço corrente em atividades comerciais e industriais;
 A desvinculação da contabilidade de cifras e números;
 Estabelecimento do controle como objetivo da contabilidade.
Outro personagem que merece destaque é o teórico Antonio Tonzig. Nascido em 1804,
em Pádua, na Itália – foi o primeiro professor da disciplina de Ciência da Administração e de
Contabilidade Privada e Pública na Universidade de Pádua. Tonzig teve um menor vulto do que
Villa, porém, de importante relevância como a obra intitulada “Nuova scuola perfetta dei
mercantil, ossia la vera scienza della contabilittà commerciale”, publicada em 1876.
Antonio Tonzig propunha que a Contabilidade tinha conteúdo científico, que seu objetivo
consistia na descrição e na avaliação do patrimônio, no registro diário e coordenado dos fatos, no
periódico resumo e no confronto de resultado. Para ele, os bens de qualquer patrimônio e sua
movimentação subsequente devem ser descritos e avaliados com a máxima exatidão, para que
revelassem, com toda facilidade e clareza, a continuidade e representatividade do estado da
substância, dos acontecimentos e do resultado de toda administração.
Por essa ótica, a ciência da Administração e da Contabilidade deveriam andar sempre
juntas com o intuito de ser ter êxito em uma gestão – uma ciência complementa a outra – sem a
Contabilidade, pode-se dizer que a Administração estaria exposta à desordem e à confusão.
Por esses pensamentos, o teórico Antonio Tonzig, também contribui para o
desenvolvimento da Contabilidade como ciência, inserido no rol de teóricos que se estendem e
englobam as Teorias da Contabilidade ao longo dos anos presente na humanidade.
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7 CONCLUSÕES

No presente trabalho, fica fortemente evidenciado o quão importante foi e ainda é o


estudo da Ciência Contábil para a humanidade. Todo o desenvolvimento e transformação da raça
humana, de uma certa maneira, passam pelos preceitos contábeis. Desde os primórdios, quando a
contabilidade se quer era um estudo, ela já estava presente em nossas vidas, contribuindo para o
desenvolvimento social e econômico de nossa civilização.
O estudo das teorias da contabilidade vem servir de base para que os profissionais deste
meio entendam como tudo começou, se transformou e, ainda irá se aperfeiçoar, acompanhando as
transformações e evoluções do mundo moderno, contemporâneo e futuro.
É de extrema relevância que a disciplina Teoria Geral da Contabilidade esteja presente na
grade curricular dos cursos de graduação de Ciências Contábeis com o intuito de incutir nos
discentes o porquê das práticas e técnicas contábeis seguirem determinada padronização e o que
precisou acontecer para que desta forma se consolidassem.
Espera-se também que o conhecimento adquirido com a pesquisa em questão venha
auxiliar na formação dos futuros profissionais contábeis que já podem entender que, a ciência da
Administração e da Contabilidade, ainda deve andar juntas – uma complementando a outra – pois
a saúde financeira contábil de determinada entidade, muito provavelmente poderá resultar, em
uma também saudável administração, oriunda de processos de tomada de decisões, baseados é
claro, nas informações dos registros contábeis.
Quando se retrata a pré-história contábil, o seu período pré-científico e científico, como o
abordado no presente estudo, percebe-se a riqueza das informações das bases contábeis que se
fazem bem atuais, principalmente no que tange ao processo de escrituração e organização,
proposto pela Escola Contista e, no enfoque administrativo, do controle da gestão, versado pela
Escola Lombarda. Pois essa Ciência atravessa vários níveis de maturação e todos estes é de
grande valia para o desenvolvimento do saber contábil que de tempos em tempos se depara com
novos desafios.
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REFERÊNCIAS

DESCOMPLICANDO A MATEMÁTICA. Tipos de ábaco e sua história. Disponível em: <


http://descompliqueamatematica.blogspot.com/2013/04/tipos-de-abaco-e-sua-historia.html>.
Acesso em 01 nov. 2018.

FOLHA UOL. Necessidade econômica levou a primeira forma de escrita. Disponível em: <
https://www1.folha.uol.com.br/paywall/signup.shtml?https://www1.folha.uol.com.br/ciencia/201
7/06/1892303-necessidade-economica-levou-a-primeira-forma-de-escrita.shtml>. Acesso em 01
nov. 2018.

SCHMIDT, Paulo. História do pensamento contábil. Porto Alegre: Bookman, 2000.

SCHMIDT, Paulo. História do pensamento contábil – coleção resumos de contabilidade. V.8,


São Paulo: Atlas, 2006.

SCHMIDT, Paulo; SANTOS, José Luiz dos. História da contabilidade: foco nos grandes
pensadores. São Paulo: Atlas, 2008.

WIKIBOOKS. História da contabilidade – a contabilidade na idade antiga. Disponível em: <


https://pt.wikibooks.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Contabilidade/A_Contabilidade_na_Idade_An
tiga>. Acesso em 25 out. 2018.

WIKIMEDIA. Liber Abaci. Disponível em: <


https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=LIBER+ABACI&title=Special%3ASearch
&profile=default&fulltext=1#/media/File:Liber_abbaci_magliab_f124r.jpg>. Acesso em 01 nov.
2018.

WORDPRESS. Artefatos antigos perto do leste. 2010. Disponível em:


<https://notsincenineveh.wordpress.com/page/8/>. Acesso em 25 out. 2018.

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