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INTRODUÇÃO
O tema escolhido para a realização deste trabalho foi Simples Nacional: Unificação
dos Impostos das Microempresas e Empresas de pequeno porte. Tendo como delimitação
deste tema o âmbito de estudo do super simples estará fixado nas empresas de LOCAÇÃO E
PRESTADORA DE SERVIÇOS, analisando as mesmas conforme quesitos estipulado no
tema.
O governo vem mostrando interesse em minimizar o sofrimento do microempresário
quanto à burocracia envolvida nos recolhimentos tributários dessas empresas, ao definir as
novas regras de recolhimento ele tenta a simplificação no sistema, visando diminuir custos
para a classe empresarial, no que concerne o pessoal envolvido administrativamente, ligados
aos documentos exigidos pela União, Estado e Municípios.
Antes de adentrar na justificativa propriamente dita, convém esclarecer que os Projetos
de Lei, foram elaborados tendo a vista a previsão, no parágrafo único do art. 146 da
Constituição Federal, da possibilidade de instituição de regime único de arrecadação dos
impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O referido regime único teve sua previsão em sede constitucional trazido pela Emenda
Constitucional nº. 42, de 19 de dezembro de 2003.
O Simples Nacional é facultativo (opcional). Para poder ingressar no Simples
Nacional deverá acessar o site da Receita Federal.
O Super simples abriu as portas para algumas categorias de prestadores de
serviço, que ontem eram "barrados" do Simples, e que hoje podem se cadastrar no
Supersimples empresas de segmentos como construção civil, informática, contabilidade,
escolas de cursos sem registro no Ministério da Educação, vigilantes, artes gráficas,
cinematográficas e academias de danças.
Justifica-se o mesmo quando notamos que mais de 3 milhões de micro e pequenas
empresas optaram por esse novo método, e que uma analise mais metódica desse novo
ingresso, poderá delinear caminhos para um comportamento mais adequado na visão de seus
negócios aos dirigentes dessas empresas.
Dessa forma é importante que o empresário, antes de tomar a decisão pelo novo
sistema, se informe com seu contador, e de outras informações adicionais, fazendo simulações
para se certificar de que a mudança compensa.
13
Federal criado em 1997. Essa Lei entrou em vigor em 01/07/2007, dando tratamento
diferenciado e favorecido as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
O Super simples promove, para as pequenas empresas, a união de oito impostos e
contribuições: seis federais (IRPJ, IPI, CSLL, PIS, COFINS e INSS patronal); um estadual
(ICMS); um municipal (Imposto sobre Serviços - ISSQN).
Da conclusão do estudo até aqui procedido, podemos afirmar que essa nova legislação
trará benefícios as micro e pequenas empresas, não só no tratamento diferenciado e
favorecido, mas principalmente pela redução da carga tributária e pela abertura de se poder
fazer um grande projeto de reforma tributária nacional, para todas as empresas de forma mais
justa e perfeita.
O objetivo delimitado para a realização deste trabalho foi analisar os principais
aspectos do Simples Nacional. Para tanto, foi necessário traçar alguns objetivos específicos
como elevar o nível de compreensão acerca dos impostos no Brasil, estabelecer uma relação
da carga tributária com a falência de diversas microempresas nacionais, ampliar o
entendimento sobre os tipos de impostos e suas finalidades e proporcionar uma formação
científica e integração dos conceitos a serem estudados.
A metodologia aplicada para a realização desse trabalho foi de cunho explicativo,
descritivo e exploratório. A pesquisa foi de campo num contexto qualitativo e quantitativo.
A monografia foi dividida em três fundamentais partes, sendo a primeira o referencial
teórico,a segunda a metodologia aplicada durante a realização do trabalho. E, por fim, a
apresentação dos resultados destacados em gráficos e tabelas.
15
CAPÍTULO I
1
AMED, Fernando José, CAMPOS NEGREIROS, Plínio José Labriola de. História dos Tributos no Brasil. São
Paulo: SINAFRESP, 2000, p. 21-24.
2
GUADAGNIN, Luís Alberto. Administração tributária: os atributos da gestão dos tributos. Porto Alegre/RS.
3
Idem.
4
Centro Interamericano de Administradores Tributarios – CIAT. Resultados del análisis comparado de las
administraciones tributarias. Revista del la Administración Tributaria CIAT/AEAT/IEF, n.º 19. Panamá: CIAT,
julio/2000, p. 2-6.
16
Para fazer frente às diferentes despesas do setor público, os governos estaduais das
últimas décadas recorreram às tradicionais fontes de financiamento6: ao endividamento, por
meio de operações de crédito nacionais e internacionais; às receitas financeiras, nos períodos
de inflação elevada; à alienação de patrimônio público; e, por fim, o aumento das alíquotas e
da carga tributária.
Sabe-se, de maneira geral, que a política de endividamento público7 está próxima de
seu limite.
Sabe-se, ainda, que a política de gerar adicionais de receita com aplicações
financeiras deixou de existir com a estabilidade da moeda8.
Também a alienação de patrimônio público é atualmente inviável, econômica e
politicamente. Por outro lado, a elevação de alíquotas já alcançou patamares de indignação
social e desobediência civil. Sabe-se ainda que, no curto prazo, afora a realização em sua
plenitude da receita tributária legalmente estabelecida, estão exauridas quaisquer outras fontes
para financiar o orçamento.
O Fisco, por essas razões, tem potencial para prestar decisiva contribuição e
assegurar os recursos exigidos para o financiamento dos bens e serviços públicos,
fundamentais para o atendimento das necessidades sociais. De que maneira?
O Estado, por intermédio de uma Administração Tributária eficiente, eficaz,
moderna e profissional, pautada, principalmente, na autonomia organizacional e financeira
para desenvolver suas ações, deve concentrar-se na exploração, preferencial e efetiva, suas
próprias fontes tributárias, na busca da maximização da arrecadação, com justiça fiscal.
5
BORDIN, Luís Carlos Vitali, LAGEMANN, Eugênio. Administração tributária: aspectos e modelos de
organização – os contextos brasileiro e internacional. Porto Alegre: Revista da Faculdade de Ciências Políticas
e Econômicas da PUC/RS. Volume 7, n.º 1, 1996, p. 113-160.
6
Receita Estadual – desenvolvimento e justiça social. Porto Alegre/RS: AFISVEC e SINTAF, p. 4. Carreiras
especializadas na Secretaria da Fazenda: novas idéias e conceitos para uma sociedade com mais recursos. Porto
Alegre/RS: AFISVEC e SINTAF, p. 4.
7
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Instituto de Pesquisa Econômica Aplica – IPEA. Texto para
discussão n.º 977 – Finanças públicas brasileiras: algumas questões e desafios no curto e no médio prazos (p.
10-12). Disponível em <http://www.ipea.gov.br/Publicacoes>. Brasília/DF, ago. 2003. Acesso em 03 set. 2003.
8
Idem, ibidem, p. 48.
17
O Estado moderno10, seja qual for a vertente utilizada para explicar sua origem1112,
adotou a receita tributária como principal fonte de custeio; é a receita própria, oriunda da
cobrança de tributos, que lhe assegura a viabilidade econômico-financeira, tornando-o capaz
de atender às legítimas aspirações da sociedade13. Para se ter uma idéia, a arrecadação própria
dos Estados brasileiros representou, em 2004, 77,24% de toda a receita disponível14.
As receitas tributárias são aquelas que provêm da cobrança dos tributos. Constituem-
se em espécie do gênero receita pública15 ordinária16 derivada17, ou então, componente
preponderante e de maior relevância da chamada receita pública corrente18, ou ainda, a
principal parcela da denominada receita corrente líqüida19, que abrange o somatório de todas
as receitas que ingressam nos cofres públicos.
9
wwww.pr.gov.br/sefa/cafe/dipro/RespFiscal/default_rf.htm.
10
O termo Estado surge, pela primeira vez, com Niccolo MACHIAVELLI (escritor e estadista florentino –
1469-1527), no seu famoso opúsculo O Príncipe. (vide, nesse sentido: SALVETTI NETTO, Pedro. Curso de
ciência política. 2. ed. São Paulo: Hemeron, 1977. v. 1)
11
SALVETTI NETTO, Pedro. Curso de ciência política. São Paulo: Hemeron, 1977. v. 1, p. 32.
12
BOBBIO, Norberto; BOVERO, Michelangelo. Sociedade e estado na filosofia política moderna. Tradução de
Carlos Nelson Coutinho. São Paulo: Brasiliense, 1986, p. 41.
13
Carreiras especializadas na Secretaria da Fazenda: novas idéias e conceitos para uma sociedade com mais
recursos. Porto Alegre/RS: AFISVEC e SINTAF, p. 3.
14
Ministério da Fazenda – Secretaria da Receita Federal. Estudos Tributários 14 – Carga Tributária no Brasil –
2004 (p. 14). Disponível em <http://www.receita.fazenda.gov.br>. Brasília: SRF, agosto/2005. Acesso em 20
fev. 2006.
15
BALEEIRO, Aliomar. Uma Introdução à Ciência das Finanças. Rio de Janeiro: Forense, 1998, p. 116;
DENARI, Zelmo. Curso de Direito Tributário. 6 ed. São Paulo: Forense, 1996, p. 16.
16
As receitas ordinárias são as havidas com regularidade, periodicamente, e que compõem permanentemente o
orçamento do Estado.
17
ROSA JR., Luiz Emygdio F. da. Manual de Direito Financeiro e Direito Tributário. 13 ed. Rio de Janeiro:
Renovar, 1999, p. 60.
18
Conforme artigo 11 da Lei federal n.º 4.320/64.
19
Artigo 2.º, IV, da LRF.
18
Previsto no artigo 155, II, da CF/88, que define sua regra-matriz, o imposto estadual
que incide sobre a circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de transporte e
de comunicação – ICMS, possui grande capacidade arrecadatória.
Constitui-se na principal fonte de arrecadação dos Estados e, considerado
individualmente, é o imposto que mais contribui para os cofres públicos a nível nacional21:
rendeu, em 2004, R$ 138,275 bilhões22, representando 21,80% de toda carga tributária
brasileira, e 7,83% do PIB (Produto Interno Bruto) do país23.
Aproximadamente 40% de sua arrecadação concentra-se em somente três bases de
incidência: combustíveis, telecomunicações e energia elétrica24, sendo que no Paraná tais itens
atingiram, em 2004, o percentual de 50,5% do total arrecadado a título de ICMS25.
Em 1968, quando era apenas ICM e não englobava os três itens mencionados,
arrecadou o correspondente a 7,3% do PIB.
Deduz-se, portanto, existir enorme potencial inexplorado de arrecadação no que
tange a esse imposto, fato que merece o devido exame e processamento.
20
NASCIMENTO, Carlos Valder do, et al. Comentários à Lei de Responsabilidade Fiscal.
Organizadores: Martins, Ives Gandra da Silva e Nascimento, Carlos Valder do. São Paulo: Saraiva,
2001, p. 93.
21
Ministério da Fazenda – Secretaria da Receita Federal. Estudos Tributários 14 – Carga
Tributária no Brasil – 2004 (p. 13 e 16). Disponível em <http://www.receita.fazenda.gov.br>.
Brasília: SRF, agosto/2005. Acesso em 20 fev. 2006.
22
Idem.
23
Idem.
24
Ministério da Fazenda – Secretaria da Receita Federal. Estudos Tributários 14 – Carga
Tributária no Brasil – 2002 (p. 10). Disponível em <http://www.receita.fazenda.gov.br>. Brasília:
SRF, abril/2003. Acesso em 08 ago. 2003.
25
Secretaria de Estado da Fazenda/Coordenação da Receita do Estado – Inspetoria Geral de
Arrecadação – Setor de Análise e Previsão de Receita. Boletim informativo – janeiro a dezembro
2004. fev. 2005, p. 15 a 17.
19
26
Idem, p. 3.
27
Idem.
28
Idem.
29
Idem, p.11.
30
Idem, p. 42; posição no Cadastro no ano de 2004.
31
Idem, p. 15.
32
Idem, p. 21.
33
Idem.
34
Gazeta do Povo. Curitiba/PR, 26 jun. 2002. Vide, também, o artigo: Sonegação corresponde a
30% dos tributos – União, Estados e municípios deixaram de receber R$ 200 bilhões além dos R$ 650
bi arrecadados no ano passado. Jornal de Brasília. Brasília/DF, 7 mar. 2005 (matéria disponibilizada
no site www.sintaf-rs.org.br, em 07/03/2005).
20
Numa dedução simples dir-se-ia que bastaria, num primeiro momento, recolher
apenas o quantum relativo ao percentual sonegado e já se começaria a resolver grande parte
do chamado déficit fiscal e da suposta falta de recursos, sem precisar elevar impostos ou criar
novos tributos.
35
BORDIN, Luís Carlos Vitali. A autonomia da Administração Tributária. Porto Alegre/RS, 2000.
36
Idem.
21
A ciência das finanças tem por objeto de análise as atividades estatais e obtenção e
emprego dos meios materiais e de serviços para satisfação das necessidades públicas. No
plano jurídico, estas atividades são estudadas pelo ramo do Direito Financeiro37.
Desde a Primeira Grande Guerra Mundial, um movimento entre os juristas, iniciado
na Alemanha e Itália, começou a emancipar o Direito Financeiro do Direito Administrativo.
As relações jurídicas específicas que decorrem da tributação e da despesa, a índole singular do
orçamento e as peculiaridades dos empréstimos do setor público acabaram por definir
claramente a autonomia do Direito Financeiro.
Posteriormente, dada a especificidade das relações jurídicas que envolvem o fisco e
o contribuinte, o Direito Tributário também emancipou-se do Direito Financeiro38, fato
consagrado, aliás, na atual Constituição Brasileira, que estabelece em seu artigo 24, inciso I, a
competência concorrente entre União, Estados e Municípios para legislar sobre " direito
tributário, financeiro,...".
Além disso, a partir da Emenda Constitucional n.° 42/03, foi introduzido o inciso
XXII ao art. 37 e o inciso IV ao art. 167 da Constituição Federal, assegurando às
Administrações Tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
autonomia gerencial, orçamentária, financeira e administrativa, e aos seus serviços a
independência funcional necessária ao exercício de suas atividades, considerando-as
essenciais ao funcionamento do Estado.
Percebe-se que a evolução da Administração Tributária para uma organização
autônoma, independente, vem se consolidando, dada a alta complexidade e relevância da
missão a que se propõe, e a importância de sua performance dentro da Administração Pública.
37
BORBA, Cláudio. Direito Tributário: teoria e 600 questões. Rio de Janeiro: Impetus, 2001, p.3.
38
BORDIN, Luís Carlos Vitali. A autonomia da Administração Tributária. Porto Alegre/RS, 2000.
39
Idem.
22
40
O CIAT é composto pelas administrações tributárias de 34 países, sendo 29 países americanos e 5 países
europeus. São eles: Antilhas Holandesas, Argentina, Aruba, Barbados, Bermuda, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile,
Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Espanha, EUA, França, Guatemala, Haiti, Honduras, Itália,
Jamaica, México, Nicarágua, Países Baixos, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Venezuela, República
Dominicana, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai. No Brasil, o CIAT tem sua sede (filial) localizada na
cidade do Rio de Janeiro/RJ, sendo que seu site na Internet é www.ciat.org.br.
41
Centro Interamericano de Administradores Tributarios – CIAT (Org.). Revista del Ciat. Panamá: CIAT, 1993,
p. 17.
42
Centro Interamericano de Administradores Tributários – CIAT (Org.). Carta-documento: Atributos mínimos
necesarios para una sana y eficaz administración tributaria – Aprobada por la 30 Asamblea General del CIAT
celebrada en Santo Domingo, República Dominicana el 19 de marzo de 1996. Panamá, 1996. Disponível em
<http://www.ciat.org.br>. Acesso em: 20 nov. 2002 (item 1, subitem 5 e item 2, subitem 5).
43
BORDIN, Luís Carlos Vitali. Opus cit, p. 5. Fonte: CIAT (www.ciat.org), sites das administrações tributárias
de cada país e BID (www.iadb.org/int/FISCAL/documents/moderniz). Vide, também, Receita Estadual –
desenvolvimento e justiça social. Porto Alegre/RS: AFISVEC e SINTAF, p. 10-11 e Carreiras especializadas na
Secretaria da Fazenda: novas idéias e conceitos para uma sociedade com mais recursos. Porto Alegre/RS:
AFISVEC e SINTAF, p. 9-10.
44
OCDE. Administrations Fiscales: Structure et Responsabilités des Services Chargés de L'Établissement, des
Procédures etdu Recouvrement de L'Impôt" da OCDE. Paris, OCDE, 1993.
23
Em nosso país, o Estado do Rio Grande do Norte foi pioneiro nessa matéria, criando,
em 1995, uma Secretaria de Estado da Tributação46, incumbindo-a exclusivamente da
Administração Tributária, desmembrando-a da Secretaria de Fazenda.
Da mesma forma, em 1998, o Maranhão criou a Gerência da Receita Estadual47.
O Mato Grosso do Sul, por sua vez, em janeiro de 2000, iniciou processo
semelhante, separando os gastos públicos da Secretaria de Receita e Controle48.
Em janeiro de 2003, o Estado do Rio de Janeiro criou a Secretaria de Estado da
Receita49, que ficou responsável pela receita pública.
E mais recentemente foi a vez da Paraíba50. Vale ressaltar, ainda, os estudos que
vêm sendo desenvolvidos pelos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina visando
implementar possível alteração organizacional no que pertine à Administração Tributária.
O Governo Federal também optou pela divisão de atribuições, conforme art. 9.º da
Medida Provisória 71/2002: a Receita está a cargo da Secretaria da Receita Federal51; a
Despesa, à Secretaria do Tesouro Nacional52; e, o Controle incumbe à Secretaria de Controle
Interno53.
45
Idem, ibidem.
46
Na Internet: http://www.set.rn.gov.br.
47
Cujo endereço na Internet é: http://www.gere.ma.gov.br.
48
Site na Internet: http://www.sefaz.rns.gov.br.
49
http://www.receita.rj.gov.br.
50
http://www.sefin.pb.gov.br
51
http://www.receita.fazenda.gov.br.
52
http://www.stn.fazenda.gov.br.
53
Idem.
24
a) Impostos
Segundo o Código Tributário Nacional “imposto é o tributo cuja obrigação tem por
fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal especifica, relativa ao
contribuinte”. (art. 16)55 Pode-se dizer que o imposto é tributo de caráter genérico que
independe qualquer atividade ou serviço de poder publico em relação ao contribuinte.
b) Taxas
Segundo o Código Tributário Nacional “taxa é uma espécie de tributo cujo fato
gerador é o exercício regular do poder de polícia, ou serviço público, prestado ou posto à
disposição do contribuinte”. (art. 77)56 Pode-se afirmar que a taxa é um tributo vinculado com
o exercício de poder de policia (atividade da administração publica) ou com prestação de
algum serviço publico para um beneficiário. Tem caráter remuneratório.
c) Contribuições de Melhorias
d) Contribuições Sociais
54
Código Tributário Nacional
55
Idem
56
Idem
25
1.8 CONCEITOS
57
SARANDY, Wiliam Wagner Silva. A importancia do planejamento fiscal para a Micro e a Pequena Empresa.
FISCO-Soft. Disponível no site: <
http://www.fiscosoft.com.br/main_index.php?home=home_artigos&m=_&nx_=&viewid=125158 >. Acesso em:
12 ago. 2006.
58
PÊGAS, Paulo Henrique. Manual de Contabilidade Tributária. 3ª ed. rev. Rio de Janeiro. 2005.
26
1.8.1 Finalidade
O gerenciamento das obrigações tributárias não pode ser mais considerado como
necessidade cotidiana, mas sim como algo estratégico dentro das organizações,
independentemente de seu porte ou setor. Essa forma de buscar da economia de impostos,
escolhendo a opção legal menos onerosa. Pelo planejamento tributário é possível:
a) Evitar a incidência do tributo: adotam-se procedimentos com o fim de evitar a
ocorrência do fato gerador;
b) Reduzir o montante do tributo: as providências serão no sentido de reduzir a base de
cálculo ou alíquota do tributo;
c) Retardar o pagamento do tributo; medidas que têm por fim postergar o pagamento do
tributo, sem ocorrência da multa.
59
OLIVEIRA, Luís Martins de e al. Manual de Contabilidade Tributária. São Paulo: Atlas, 2002
60
Lista de tributos (impostos, contribuições, taxas, contribuições de melhoria) existentes no Brasil. Disponível
no site: www.portaltributario.com.br Acesso em: 19 ago. 2006.
27
a) Evasão fiscal
Evasão Fiscal é o ato ilegítimo, simulando operações, que tem o sentido enganoso ou
doloso de evitar a tributação.
Segundo o Dicionário Aurélio Eletrônico, EVASÃO é o ato de evadir-se; desviar, evitar,
escapar, fugir, iludir (evitar ou escapar com destreza; furtar-se com habilidade ou astúcia). A
evasão está mais próxima da Sonegação Fiscal.
b) Elisão fiscal
Elisão é o ato, que se diz legítimo, praticado com o fim de evitar a incidência
tributária ou diminuir o tributo, antes do surgimento da situação definida em Lei.
Segundo o Dicionário Aurélio Eletrônico, elisão é a eliminação e a supressão. A
Elisão Fiscal está mais próxima do Planejamento Tributário.
Os casos típicos de elisão são aqueles em que se pratica o ato que será proibido,
porque a lei já existe, porém só entra em vigor em data futura ou quando se anuncia que há
projeto de lei tomando proibida determinada operação.
c) A lei anti-elisiva
1.9.1 Simples
tributação, pois os mesmos são considerados isentos de tributação para pessoas físicas e
jurídicas.
CAPÍTULO II
2. METODOLOGIA
Esta parte visa descrever a metodologia utilizada para elaboração desta pesquisa,
mostrando os métodos utilizados durante o desenvolvimento. Para realização deste trabalho
será utilizada uma abordagem descritiva, exploratória e bibliográfica. Utilizando métodos
qualitativos, mostrando o caminho a ser seguido, através de explicação minuciosa, detalhada,
rigorosa e exata de toda ação desenvolvida nos métodos do trabalho de pesquisa, para permitir
32
verificar os objetivos alcançados e assim auxiliando nas tomadas de decisões dos gestores da
empresa.
As técnicas que se pretende utilizar serão a leitura preliminar da bibliografia,
procurando a compreensão do contexto dos impostos nacional simples, assim como as
evoluções do comportamento humano diante da necessidade de adaptar-se a essas mudanças e
as cargas tributárias. Além disso, será feito um levantamento e análise de dados, referentes
aos impostos destinados as microempresas e as empresas de pequeno porte, por meio das
diversas fontes de informação disponíveis, como, relatórios, plano de metas e objetivos,
observação direta, e aplicação de questionários específicos, que permitam uma pesquisa de
campo estruturada.
A escolha destas técnicas foi baseada na necessidade da compreensão do papel do
comportamento das pessoas envolvidas, dentro do contexto estrutural que estão inclusas, pois,
conforme Godoy (1995) “não é possível compreender o comportamento humano sem a
compreensão do quadro referencial (estrutura) dentro do qual os indivíduos interpretam seus
pensamentos, sentimentos e ações”.
Podemos classificar a pesquisa em dois grandes métodos: o quantitativo e o
qualitativo. O método quantitativo diz mais respeito à abordagem técnica do problema
baseando-se em fatos e dados objetivos, enquanto o método qualitativo perfila-se melhor com
uma abordagem de comportamento humano, levando em conta o lado subjetivo dos
problemas. De acordo com Minayo (1998), nas ciências sociais, a diferença entre os dois
métodos é de natureza. Ele afirma que: “Enquanto cientistas sociais, ao trabalhar com o
método quantitativo, utilizando a estatística, apreendem dos fenômenos apenas a região
‘visível, ecológica, morfológica e concreta’, a abordagem qualitativa aprofunda-se no mundo
dos significados das ações e relações humanas, um lado não perceptível e não captável em
equações, médias e estatísticas.” Como neste trabalho procuramos a compreensão do Sistema
Enxuto de Produção, para propor um método de implantação, esta abordagem nos permitirá a
compreensão dos aspectos dos conhecimentos do ponto de vista técnico, e do ponto de vista
humano.
A pesquisa será qualitativa, pois terá um cunho exploratório para a investigação da
Produção Enxuta e também para verificar a eficácia do mesmo. Segundo Fachin (2002, p. 82),
a Pesquisa Qualitativa é caracterizada pelos seus atributos e relaciona aspectos não
mensuráveis, mas também definidos descritivamente.
A pesquisa terá uma conotação descritiva para melhor favorecer as observações,
análises, classificações dos fatos para torna a mesma mais ampla e completa. Com base em
33
Vergara (2005, p. 47), esta pesquisa é considerada descritiva, pois expõe características de
determinada população ou de determinado fenômeno, estabelecendo correlações entre
variáveis e definição de sua natureza. Não tendo compromisso de explicar os fenômenos
descritos, embora sirva de base para tal explicação.
Trata-se também de uma pesquisa exploratória, pois de acordo com Vergara (2005,
p.47), foi realizada em área com pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua
natureza de sondagem, não comportou hipóteses, pois enquanto foi realizado levantamento
bibliográfico, a fim de verificar se a quantidade das fontes coletadas corresponde à qualidade
suficiente para realização do estudo.
A pesquisa será bibliográfica, pois usará como fonte de pesquisa livros
especializados sobre o assunto. Baseado em Vergara (2003, p. 20), esta pesquisa se classifica
como bibliográfica porque será um estudo desenvolvido e fundamentado com base em
material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas de acesso ao público, como
revistas e jornais adquiridos nas bancas revendedoras, redes eletrônicas através de pesquisas
via computador na Internet.
Com base em Lakatos e Marconi (2001), o instrumento necessário à implantação de
uma pesquisa de campo, são formulários, questionários, roteiros de entrevistas, escalas de
opinião ou de atitudes, entre outros.
A coleta de dados será por meios de pesquisas em livros, acervos, internet, revistas e
ou documentários acerca desse assunto, para uma melhor explanação e entendimento do
projeto de pesquisa.
Segundo Vergara (2004), afirma que a pesquisa pode ser de três formas:
“Exploratória, que não deve ser confundida com leitura exploratória, é realizada em área na
qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua natureza de sondagem, não
comporta hipóteses que, todavia, poderão surgir durante ou final da pesquisa.”, “Descritiva,
expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também
estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de
explicar os fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação. Pesquisa de
opinião insere-se nessa classificação.”, “Explicativa, tem como principal objetivos tornar algo
inteligível, justificar-lhe os motivos. Visa, portanto, esclarecer quais fatores contribuem, de
alguma forma, para a ocorrência de determinado empreendimento. Pressupõe pesquisa
descritiva como base para suas explicações.” ”Pesquisa Metodológica é o estudo que se refere
a instrumentos de captação ou manipulação da realizada. Está portanto, associada a caminhos,
formas, maneiras, procedimentos para atingir determinado fim. Construir um instrumento para
avaliar o grau de descentralização decisória de uma organização é exemplo de pesquisas
metodológicas.” “A investigação intervencionista tem como principal objetivo interpor-se,
interferir na realidade estudada, para modifica-la. Não se satisfaz, portanto, em apenas
explicar. Distinguir-se da pesquisa aplicada pelo compromisso de não somente propor
resoluções de problemas, mas também de resolve-los efetiva e participativamente.
No que tange as forma de abordagem do problema, pesquisa geradora desse estudo é
por categoria de variável quantitativa, pela necessidade de quantificar opiniões a respeito de
fenômenos envolvendo casos isolados e em conjunto no Tropical Hotel Manaus, uma vez que
para Lakatos (2003), “a pesquisa quantitativa é determinada em relação aos dados ou à
proporção numérica, mas a atribuição numérica não deve ser feita ao acaso” (...), a
quantificação científica para a autora ora mencionada envolve, um sistema lógico que sustenta
a atribuição de números, cujos resultados sejam eficazes. Na visão de Teixeira (2001, apud
Fachin 2003), a pesquisa quantitativa, “é um procedimento destinado à quantificação de
opiniões, utilizando-se para isso, recursos e método estatísticos”.
Sob o ponto de vista de seus objetivos a pesquisa Classifique-se como Descritiva e
explicativa. Assume caráter descritivo, pela necessidade do estudo expor características da
população alvo e bem como fenômenos que envolvem essa população, visando assim
estabelecer correlações entre variáveis que permeiam o referido ambiente através de
35
observações, registros, análises, classificação e interpretação dos fatos segundo Gil (1991).
Mas também se delineia como uma pesquisa explicativa por possibilitar tornar algo ou
fenômeno inteligível, no sentido de identificar e justificar os fatores desencadeadores da
problemática sob o enfoque do autor ora citado anteriormente.
Segundo Vergara (2004) afirma que a pesquisa pode ser: ”Pesquisa de Campo é
investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe
de elementos para explicá-lo. Para incluir entrevistas, aplicação de questionários, testes e
observação participante ou não. “Pesquisa documental é a realizada em documentos
conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas:
registros, anais, regulamentos, circulares, ofícios, memorandos, balancetes, comunicações
informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipe, informações em disquete, diários
cartas pessoais e outros.”, “Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com
base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é material
acessível ao público em geral”. “Pesquisa experimental, a coleta de dados também é
realizada, ”in loco”, mas o pesquisador poderá manipular os fenômenos, no sentido de
interpretar esses dados. É investigação empírica na qual o pesquisador manipula e controla
variáveis”.
Os meios para obtenção das informações e fundamentação teórica o presente estudo
compreende três dimensões investigativas. Partindo-se então da pesquisa teórica partir de um
levantamento bibliográfico para embasamento conceitual científico; pesquisa de campo para
conhecimento e levantamento dos fenômenos ocorridos na empresa objeto do estudo de caso,
finalmente a pesquisa documental onde se verificará algum dado já ocorrido para a então
comparação e análise dos resultados da referida pesquisa.
Para este trabalho estudado, optou-se pela pesquisa bibliográfica e documental.
CAPÍTULO III
3.1.1 Simples
Simples incide sobre a receita bruta mensal das empresas optantes, descontando-se vendas
canceladas e descontos concedidos, nas alíquotas contidas na seguinte tabela:
Fonte: Extraído de ASSEF, Roberto. Guia Prático de Formação de Preços. 6.e. Rio de Janeiro: Campus, 1997,
p.14, com comentários sobre o acréscimo das alíquotas baseados em FERREIRA, 1997.
contribuições unificados pelo Simples em uma única guia, apresentar anualmente declaração
simplificada e possuir livro caixa, livro de registro de inventário de todos os documentos nos
quais se baseia a escrituração desses livros.
3.1.3.1. ICMS
3.1.3.2. IPI
3.1.3.3. PIS
3.1.3.4. COFINS
3.1.3.5. IRPJ
O IRPJ é um imposto federal calculado sobre o lucro das empresas, com três
possibilidades de apuração de lucro: presumido, arbitrado e real.
Para as empresas cujo faturamento foi de até R$24 000 000,00 (vinte e quatro
milhões de reais) no ano-calendário anterior. O próprio Fisco assume, antecipadamente, uma
margem de lucro e a tributa. Na maioria das atividades de venda, a margem é de 8% da receita
bruta e o lucro tributado em 15%.
Para os casos em que a pessoa jurídica não mantém escrituração, não elabora
demonstrações contábeis, etc. Então, o Fisco estima um valor mensal de receita e o IR é
apurado nos mesmos moldes do lucro presumido, sendo a base de cálculo determinada com a
aplicação de um acréscimo de 20% sobre as bases correspondentes ao lucro presumido.
3.1.3.6. CSL
regime de lucro real, a contribuição social é calculada sobre o lucro antes do imposto de renda
(LAIR), com uma alíquota de 12%.
A contribuição sobre a folha de salários mais onerosa é o INSS dos empregados, que
não sofre alterações devido à Lei do Simples. Escreve FABRETTI (2000b) que o Simples
unifica o SAT (Seguro de Acidente de Trabalho) e as contribuições para terceiros (Sebrae,
Senai/Senac, Sesi, Sesc, etc.). Totaliza 5,8%.
3.2.2 Vedações
3.2.4 Inscrição
O Super simples valerá para todo o País e deverá unificar nove impostos e
contribuições: seis federais (Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, IPI, CSLL, PIS/Pasep,
Cofins e INSS patronal); um estadual (ICMS); um municipal (Imposto sobre Serviços - ISS);
e a contribuição para as entidades privadas de serviço social e de formação profissional
vinculadas ao sistema sindical. Os limites de enquadramento no sistema tributário serão de até
R$ 240 mil de renda total bruta para a microempresa e de até R$ 2,4 milhões para a empresa
de pequeno porte. O projeto prevê ainda a presunção automática da opção pelo Super simples.
Na prática, isso significa que, no momento em que é constituída, a empresa entra
automaticamente no sistema simplificado de tributação.
Se o empresário não quiser aderir ao Super simples, ele terá que manifestar essa
intenção por ofício. Não haverá exclusão de qualquer tipo de empresa ou segmento,
escritórios de contabilidade, corretores de imóveis, produtoras de cinema, escolas de natação e
empresas de vigilância são alguns dos beneficiados com a inclusão no projeto.
Aproximadamente 10 milhões de pequenos empreendedores, atualmente, estão na
informalidade. Depósito dos recursos das contribuições sociais do INSS será regulamentado
em outro projeto de lei, e as obrigações trabalhistas serão preservadas. O projeto não tira
direitos dos trabalhadores, pelo contrario da aos empregados dos informais. A redução da
carga tributária para categorias já incluídas no Simples Federal será de 15% a 29%. As novas
categorias de prestação de serviços que serão incluídas no Super simples poderão ter uma
redução de 45% em relação à atual carga tributária.
As empresas que integrarem o Super simples poderão participar exclusivamente de
licitações públicas relativas a contratos de até R$ 80 mil. Além disso, a administração pública
deverá exigir das grandes empresas a subcontratação de micro ou pequenas empresas em até
30% do total licitado.
Prevê que as instituições financeiras concederão linhas de crédito específicas para as
micro e pequenas empresas.
- Mantém a obrigatoriedade de entrega da Relação Anual de Informações Sociais
(Rais), para garantir as estatísticas relativas ao mercado de trabalho;
45
Com a recente aprovação da nova Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas de
Pequeno Porte_ Lei nº. 123/2006_ também denominada Simples Nacional ou mais
comumente Super Simples, houve uma grande discussão em torno da nova tributação do
setor. Nesse contexto, muitas conseqüências surgiram e cabe a nós, estudantes da área
contábil, analisar os reais benefícios e inovações trazidos pela nova lei. Este trabalho traz um
enfoque específico em tais benefícios e avanços para a classe enquadrada nesse modelo de
tributação. É importante salientar que a Lei nº. 123/2006 precisa de regulamentação para fazer
os ajustes necessários e pôr em prática essa legislação tão esperada pelo empreendedorismo
nacional. Não resta, pois, dúvidas: os frutos serão colhidos gradativamente e haverá um
aumento considerável de empresas optantes por essa sistemática de recolhimento
simplificado.
São ao todo 28 segmentos em que micros e pequenas empresas atuam e que podem
usufruir do Simples.
Entre esses, estão agência lotérica; equipamentos agrícolas; serviços de manutenção
e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas; creche, pré-escola e estabelecimento de
ensino, etc. A lista completa dos 28 setores está no Artigo 17 da lei, parágrafo primeiro.
Art. 17. “Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples
Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte”:
I – que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de
assessoria creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a
receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring);
II – que tenha sócio domiciliado no exterior;
46
3.4.3 Alíquotas
Um grande mérito da lei foi ter tratado de dois pontos muito importantes para o
setor: a burocracia para abertura de empresa e a simplificação no pagamento de tributos.
Neste último caso, trata-se da criação do Simples Nacional. Por focar esses dois
pontos, afora os outros, podemos dizer que essa lei já é a ação mais importante que um
governo brasileiro tomou em relação ao setor de micro e pequenas empresas.
Considerando os trâmites para abrir uma micro ou pequena empresa, a nova lei
estipulou que ao conseguir o CNPJ a empresa já pode dar início às atividades, sem precisar
esperar a aprovação dos órgãos competentes. Hoje são dez órgãos que precisam ser
comunicados para suas ações de verificação, o que envolve cerca de 90 documentos.
Esses órgãos continuarão a atuar normalmente, mas podem fazê-lo agora com a
empresa já funcionando.
O resultado é que atualmente a abertura demora de 30 a 60 dias e em casos mais
complexos até 150 dias. Com a simplificação da lei, que começa a vigorar em 1º de julho de
2007, ele estima a abertura em até duas semanas. Um sistema informatizado vai repassar a
informação do CNPJ conseguido a todos os órgãos envolvidos.
50
Outra questão que podemos destacar na lei é o tratamento diferenciado que ela
estipula na participação de micro e pequenas empresas em licitações públicas, o que, aliás, é
comum em vários países. Na lei, o texto referente a esse tema é o seguinte:
Outro destaque a fazer, desta vez sobre o item que dá incentivo à tecnologia nas
pequenas empresas é o fato de haver obrigatoriedade de que 20% dos recursos de órgãos
governamentais de tecnologia sejam destinados a atender às necessidades dos pequenos.
Outro ponto se refere às instituições de microcrédito, que tiveram redução de impostos a
pagar, para ampliar a oferta de recursos.
Podemos trazer também como um benefício relevante o fato de que as questões
relativas a importação e exportação dessas empresas, que atualmente pagam impostos e não
tem benefícios fiscais para exportar, o contrário das grandes empresas, terão com a nova lei
um grande avanço pois tudo que uma pequena e micro empresa exportar não pagará nenhum
tributo.
Com relação à formalização, uma das conclusões mais citadas após a aprovação da
lei é que agora é muito maior a motivação para que as milhares de empresas informais passem
para a legalidade. Conforme a pesquisa Onde Estão as Micro e Pequenas Empresas no Brasil,
que o SEBRAE-SP realizou em novembro do corrente ano, o número de micro e pequenas
empresas formais no Brasil cresceu 22% entre 2000 e 2004.
Mas, segundo o consultor do SEBRAE-SP, ainda é muito significativa a quantidade
de informais:
Para cada empresa legalizada, há duas fora da lei. Assim, temos hoje 5 milhões de
formais e 10 milhões de informais, nestas o faturamento da maioria está entre R$ 1
mil e R$ 1,5 mil por mês. Acreditamos que a tendência é a reversão desse processo,
com o advento da nova lei, mas é preciso observar que as coisas não vão acontecer
da noite para o dia, porque se trata de mexer com a cultura das pessoas.
Estima-se que, em cerca de três anos, o nível de informalidade nas empresas já terá
caído bastante.
51
No que diz respeito ao acesso à justiça, a Lei Geral garante as MPEs, conforme
definidas nessa Lei Complementar, acesso ao Juizado de Pequenas Causas para a resolução
dos seus problemas judiciais. Além disso, apóia e estimula o acesso e a criação de institutos
de conciliação prévia, mediação e arbitragem, agilizando e barateando a solução dos seus
conflitos.
Ainda segundo a nova Lei, o empresário individual passará a ter responsabilidade
limitada em relação às dívidas da empresa. Isso é um grande avanço, pois desta forma, o
empresário individual enquadrado como microempresa ou empresa de pequeno porte nos
termos da Lei Geral, somente responderá pelas dívidas empresariais com os bens e direitos
vinculados à atividade empresarial, exceto nos casos de desvio de finalidade, de confusão
patrimonial e obrigações trabalhistas, em que a responsabilidade será integral.
SUPER SIMPLES:
IRPJ = 0,69% - CSLL = 0,69% - COFINS = 2,09% - PIS = 0,50% - INSS = 6,09% e ISS =
5,00%. TOTAL = 15,06%
CALCULOS:
LUCRO PRESUMIDO:
ISS 5% DO FATURADO.
INSS 27,8% SOBRE A FOLHA BRUTA DE PAGAMENTO. (OS 27,8% ESTÃO ASSIM
DIVIDIDOS = 20% EMPRESA – 2% GRAU DE RISCO NO TRABALHO e 5,8% VAI
PARA OS TERCEIROS, SESC , SENAI, SENAR).
CALCULOS:
LUCRO REAL
IRPJ 15% SOBRE O LUCRO LIQUIDO, MAIS ADICIONAL DE 10% CASO ESSE
LUCRO LIQUIDO SEJA MAIOR QUE R$20.000,00, SERA ACRESCIDO UM
ADICIONAL DE 10% SOBRE O EXCEDENTE.
ISS 5% DO FATURADO.
INSS 27,8% SOBRE A FOLHA BRUTA DE PAGAMENTO. (OS 27,8% ESTÃO ASSIM
DIVIDIDOS = 20% EMPRESA – 2% GRAU DE RISCO NO TRABALHO e 5,8% VAI
PARA OS TERCEIROS, SESC , SENAI, SENAR).
CALCULOS:
CONCLUSÃO
Um ponto fundamental que não podemos deixar de explicitar é o fato de que a Lei
Geral da Micro e Pequena Empresa necessitará de regulamentação para passar a valer.
De acordo com informações da Confederação Nacional da Indústria, apenas a
simplificação de impostos (Super Simples), que funcionará a partir de julho de 2007, não
precisará de uma lei complementar. O setor terá um semestre para se adaptar à nova Lei.
Caberá ao Fórum Permanente das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte,
ligado ao Ministério do Desenvolvimento, trabalhar nos próximos meses a regulamentação da
lei. A questão é que quase todos os artigos da lei têm expressões do tipo “pode ser” ou
“deverá ser”, sem dizer como será. Por isso terá que haver regulamentação.
Pode-se observar no texto da Lei a falta de clareza quanto à fiscalização do
pagamento de impostos. Tudo bem que haverá a unificação dos impostos, mas a lei não deixa
claro como será feita à fiscalização nas três esferas (União, estados e municípios).
O grande avanço alavancado pela nova Lei Geral das Microempresas e Empresas de
Pequeno Porte, não pode deixar de ser elogiado, pois cerca de 2,2 milhões de empresas já
optantes pelo Simples, serão beneficiadas com uma redução média da carga tributária de 15%
a 20%. Outras 200 mil novas empresas que deverão aderir ao Simples, a partir da vigência da
Lei, terão uma redução média da carga tributária estimada em 40% a 60%.
A renúncia fiscal prevista pelo governo federal é de R$ 2,5 bilhões em 2007 e de R$
5 bilhões nos anos seguintes. Por outro lado, espera-se que até 3 milhões de empresas saiam
da informalidade, segundo o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan.
Como já observado, a Lei traz inúmeros benefícios a abertura e o fechamento de
microempresas e empresas de pequeno porte havendo uma facilitação, com previsão de
entrada única de documentos para os três níveis de governo - União, estados e municípios –
que passam a integrar um mesmo sistema de recolhimento e distribuição de impostos.
Também será permitida a utilização do regime de caixa por parte das micro e pequenas
empresas, ou seja, não haverá tributação sobre valores não recebidos.
O Super Simples é um passo enorme na direção da formalização, da facilitação e da
criação das novas empresas e da vida das que já existem.
O cálculo é ter um milhão de empresas novas, das quais 200 mil serão empresas
formalizadas de fato. Serão empreendedores que não tinham paciência para ir de guichê em
guichê para poder abrir uma empresa, e agora vão se formalizar e gerar emprego. Se a
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perspectiva se concretizar, a projeção é que essas novas empresas gerem em média no país
dois milhões de empregos com carteira assinada.
O conjunto de medidas aprovadas tem justamente a finalidade de promover a
melhoria do ambiente empreendedor em nosso país. Apoiando os pequenos empreendimentos,
reduzindo a informalidade, simplificando e reduzindo a carga tributária, desburocratizando e
facilitando o acesso ao crédito, à justiça e à inovação, permitindo assim que, as
microempresas e empresas de pequeno porte ganhem competitividade, conquistem novos
mercados e contribuam para o desenvolvimento, geração de trabalho e distribuição de renda
em nosso país.
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