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Lisboa: DIFEL;
Rio de Janeiro: Bertrand, 1989.
CAPÍTULO IV
As viagens do soberano
0 regresso ao território
nho feito desde há quase três anos, foi possível verificar que
a unidade nacional se afirmou com brilho e sem nenhum in-
cidente, em torno da França e da República [...].» N o ano
anterior, após três dias extenuantes passados na Alsácia, Robert
Schumann confortara-o acerca do seu propósito: «Está canga-
do, fez um grande esforço, mas é uma boa aposta.» O desti-
no da nação, mas também a fadiga, o dom de si mesmo à
multidão, mas também o sentido burguês do investimento:
estes elementos não são contraditórios, e se as viagens de
Auriol não os impõem, não se conclua que não têm impor-
tância e grandeza. Num momento em que a autoridade do
Estado, que ele encarna, está debilitada, a peregrinação pre-
sidencial reencontra, como que por instinto, o velho recurso
real do espaço. Este socialista, filho do povo republicano,
terá ficado, sem dúvida, feliz com este comentário de um
operário ao seu filho, durante a passagem do cortejo oficial
em Calais: «Queres saber o que é um presidente? Leste na
história que houve os reis de França? Ora bem o presidente,
é o rei de uma República 1 3 .» A função da viagem perpetua-
-se assim até aos nossos dias. Transformou-se, adaptou-se,
empobreceu-se talvez. Os presidentes da Quinta República,
aliás superinvestidos de poderes constitucionais, conservaram
no entanto o hábito de percorrer em todos os sentidos um
país que a partir de certa altura passou a estar reduzido à
metrópole. Acentuaram-no, e é dos confins da província que
gostam de divulgar, dramatizando-as, as suas opções e os
seus grandes projectos. Destas visitas conduzidas a passo rápido,
espartilhadas pelo protocolo, não retiram, claro está, nenhum
conhecimento novo. Limitada ao essencial, a viagem do po-
der enuncia-se hoje sob o signo de uma constatação recíproca.
Ao soberano republicano compete verificar se tudo está em
ordem em toda a parte; De Gaulle, combinando humor e
retórica, teve o gênio destes truísmos esplêndidos — «Saúdo
Fécamp, porto de mar que pretende continuar a sê-lo», ou
ainda: «Lyon nunca foi tão lionês 14 .» Espera-se ainda do povo
Os inventários medievais
Nascimento da estatística
Descrever ou contar?
et de ses colonies avec une nouvelle description topographique, physique, agricole, politique,
industrielle et commerciale de cet état, Paris, 1 8 0 3 , 7 vols. e um atlas.
CAPÍTULO IV 131
A França em números
0 mapa da França
Ao serviço do poder
" São quatro em 1597, seis em 1611, cerca de meia centena nos
anos 1630. Cf. D. Buisseret, «Les Ingénieurs du roi au temps de Hen-
ri IV», Bulletin de la section de Gêographie (cartographie et gêographie bis-
torique), 1965, pp. 13-84.
148 CONHECIMENTO DO TERRITÓRIO
0 amor ao mapa
O mapa unificado
I
156 CONHECIMENTO DO TERRITÓRIO