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Eletrônica de Potência
Título – Conversores CC Isolados
1.2 Circuitos
Neste relatório serão apresentados os seguintes circuitos, valendo a observação que
para efeito prático, todos os diodos utilizados são considerados ideais:
1. Conversor Flyback;
2. Conversor Full-Bridge.
2– ANÁLISES
As deduções analíticas e as devidas explicações referidas ao roteiro descrito em aula
para este relatório são feitas nos itens a seguir, de acordo com a teoria dos itens citados
na referência e àquilo apresentado em aula pelo professor.
2.1 Conversor Flyback
Um conversor CC-CC com isolamento entre entrada e saída é o chamado flyback.
Numa primeira análise, usamos o modelo de transformador que inclui a indutância de
magnetização Lm. Os efeitos das perdas e indutâncias de fuga são importantes quando se
considera a proteção e o funcionamento da chave, mas o funcionamento geral deste
circuito será melhor entendido com um modelo mais simplificado de trafo.
Algumas suposições adicionais podem ser feitas, observando as polaridades das
bobinas do transformador:
i) O valor capacitor de saída é alto, portanto V0 fica praticamente constante;
ii) O circuito funciona no estado estável, implicando que todas as tensões e
correntes são periódicas;
iii) A taxa de trabalho da chave é D, ficando fechada por um tempo DT e aberta
por (1-D) T;
iv) A chave e o diodo são ideais.
A energia neste conversor é armazenada em Lm quando a chave está fechada e
transferida a carga quando a chave abre. O circuito é analisado para as duas posições da
chave com a finalidade de determinar a relação entre a entrada e a saída do mesmo.
1. Análise com chave fechada
do lado do transformador da fonte,
𝑑𝑖𝐿𝑚
𝑣1 = 𝑉𝑠 = 𝐿𝑚 ∗
𝑑𝑡
𝑑𝑖𝐿𝑚 ∆𝑖𝐿𝑚 ∆𝑖𝐿𝑚 𝑉𝑠
= = =
𝑑𝑡 ∆𝑡 𝐷𝑇 𝐿𝑚
para a variação de corrente na indutância de magnetização com a chave fechada,
𝑉𝑠 𝐷𝑇
∆𝑖𝐿𝑚 =
𝐿𝑚
tomando para o lado da carga no transformador,
𝑁2 𝑁2
𝑣2 = 𝑣1 = 𝑉𝑠
𝑁1 𝑁1
𝑁2
𝑣𝐷 = −𝑉0 −𝑉𝑠 (< 0)
𝑁1
como o diodo está desligado, I2 = 0 o que implica I1 = 0. Logo, enquanto a chave está
fechada, a corrente aumenta de maneira linear na indutância de magnetização e não há
corrente nas bobinas do trafo (modelo ideal). Já se tomarmos o modelo real, pelos
estudos feitos na disciplina de transformadores, uma corrente está aumentando
linearmente na bobina do primário e que não há corrente física na bobina do secundário.
2. Análise com a chave aberta
quando a chave abre, a corrente não muda instantaneamente na indutância Lm, logo o
caminho de condução deve ser pelas espiras da bobina do primário do transformador
ideal. A corrente ILm entra pelo terminal do primário sem o ponto (contrário ao sentido
de condução da indutância) e deve sair pelo terminal do secundário da mesma maneira
que entrou. Portanto, vemos que isso só é possível devido a corrente do diodo ser maior
que zero. Supondo que a tensão na saída permanece constante, a tensão no secundário
do transformador tornar-se a -V0. Logo, a relação com o primário estaria da seguinte
forma:
𝑁1
𝑣1 = −𝑉0
𝑁2
as tensões e correntes para a chave aberta são,
𝑣2 = −𝑉0
𝑁1 𝑁1
𝑣1 = 𝑣2 = −𝑉0
𝑁2 𝑁2
𝑑𝑖𝐿𝑚 𝑁1
𝐿𝑚 = 𝑣1 = −𝑉0
𝑑𝑡 𝑁2
𝑑𝑖𝐿𝑚 ∆𝑖𝐿𝑚 ∆𝑖𝐿𝑚 −𝑉0 𝑁1
= = =
𝑑𝑡 ∆𝑡 (1 − 𝐷)𝑇 𝐿𝑚 𝑁2
resolvendo para a variação na corrente da indutância de magnetização com a chave
aberta,
−𝑉0 (1 − 𝐷)𝑇 𝑁1
∆𝑖𝐿𝑚 =
𝐿𝑚 𝑁2
Logo podemos resumir da seguinte forma o funcionamento deste conversor:
i. quando a chave está fechada no conversor flyback a tensão na fonte é a da
indutância de magnetização do transformador (Lm) e faz com que sua
corrente (ILm) aumente de forma linear (considerando um trafo ideal);
ii. além disto, enquanto a chave permanece fechada, o diodo na saída é
polarizado reversamente e a corrente na carga é fornecida pelo capacitor de
saída;
iii. quando a chave abre, a energia armazenada na indutância de magnetização
do transformador é transferida deste para a saída, polarizando diretamente o
diodo e fornecendo corrente para carga e para o capacitor de saída;
iv. a relação de tensão entrada-saída para o funcionamento no modo de
condução contínua é como a do conversor CC-CC buck-boost, mas inclui
um fator da relação de espiras.
Para projeto do transformador como solicitado no roteiro de laboratório 07, seguindo
o esquema de circuito já apresentado anteriormente, as especificações são as seguintes:
potência de saída 200W, tensão de entrada 48V, tensão de saída 24V, frequência de
chaveamento 40kHz, ripple de tensão de saída igual a 1%, ripple da corrente de
magnetização igual a 40%. A seguir, pode se conferir todos os dados do projeto
realizado para este transformador, indutor Lm, assim como para o capacitor de saída.
i) Relação de transformação:
Tomando D < 0.5 (Vin > Vout) e um valor de D = 0.35 inicialmente para a análise
podemos obter que
𝑁𝑠
= 0.2692
𝑁𝑝
ii) Cálculo da indutância de magnetização:
Logo Lm(Critica) = 20.9884uH, como para uma boa operação em modo contínuo é
recomendado um valor de 1.25xLm(Critica) = 26.2355uH, o indutor projetado atende as
especificações.
iii) Cálculo da capacitância
Levando em conta o uso do núcleo de ferrite do tipo E-E, o qual é o mais utilizado em
conversores do tipo CC-CC, como o flyback e o forward, podemos seus elementos de
acordo. Como não foi fornecido um fluxo magnético máximo próprio ao projeto,
podemos utilizar o comum ao núcleo de ferrite Bmax = 0.3T.
Para termos do SI, o valor de N é multiplicado por 104. Para definir Ae, temos que:
Considerando que nenhum valor de área foi fornecido, assim como a densidade
máxima de corrente, podemos levar em consideração projetos anteriores já realizados
para escolha do núcleo do transformador deste conversor; portanto concluímos que os
valores mais adequados a adotar seriam:
Jmax = 450A/cm2 e k = 0.7
Calculando ILmax = 14.2858A e ILrms = 11.9839A,
logo chegamos a um valor de Ae*Aw = 1.5979cm4, portanto o núcleo mais indicado
para a ocasião é o EE-30/15/14 considerando possíveis erros de cálculo.
A partir disso, adotaremos Ae = 1.20cm2 e Aw = 1.19cm2.
Logo o número de espiras no primário será, seguindo a equação já apresentada:
NP = 35 espiras; Ns = 0.2692*35 = 9 espiras
Logo o lgap(E-E) = 0.1047cm. Devemos levar em conta ainda o skin effect devido a
operação em alta frequência, ou efeito pelicular. Esse efeito causa uma redução na área
efetiva do condutor, portanto ele limita a área máxima do condutor a ser empregado.
Aw(min) = 0.8cm2, logo para o Aw(núcleo) adotado, a relação de Exec será < 1,
mostrando que o projeto é sim possível!
Os dados finais com os valores simulados estão localizados no item 3, assim como os
valores finais de projeto estão no item 4.
2.2 Conversor Forward
Derivado do conversor Buck, com a adição do transformador e de dois diodos. Para
o conversor Forward, a energia é transferida da fonte para a carga enquanto a chave está
fechada.
O transformador apresenta três bobinas: as bobinas 1 e 2 transferem energia da fonte
para a carga quando a chave está fechada, já a bobina 3 é usada para fornecer um
caminho para a corrente de magnetização quando a chave está aberta e para reduzir a
corrente de magnetização a zero antes do início de cada período de chaveamento para
evitar saturação do núcleo do transformador.
Algumas suposições adicionais podem ser feitas, observando as polaridades das
bobinas do transformador:
i) O valor capacitor de saída é alto, portanto V0 fica praticamente constante;
ii) O transformador não opera saturado;
iii) A taxa de trabalho da chave é D, ficando fechada por um tempo DT e aberta
por (1-D) T;
iv) A chave e o diodo são ideais.
A energia neste conversor é armazenada em Lm quando a chave está fechada e
transferida a carga quando a chave abre. O circuito é analisado para as duas posições da
chave com a finalidade de determinar a relação entre a entrada e a saída do mesmo.
Tomando D < 0.5 (Vin > Vout) e um valor de D = 0.35 inicialmente para a análise
podemos obter que
𝑁𝑠
= 1.4286
𝑁𝑝
ii) Cálculo da indutância LX
O valor da resistência pode ser substituído por V02/P0, logo substituindo os valores,
encontraremos que ILx = 8.3333A. Portanto a indutância de magnetização resultará em
117uH. Para verificação do valor e garantia de operação no modo contínuo, é válido
também calcular o valor da indutância crítica de magnetização para os dados fornecidos:
Logo Lx(Critica) = 67.708uH, como para uma boa operação em modo contínuo é
recomendado um valor de 1.25xLx(Critica) = 84.635uH, o indutor projetado atende as
especificações.
iii) Cálculo da capacitância
Aw(min) = 0.5486cm2, logo para o Aw(núcleo) adotado, a relação de Exec será < 1,
mostrando que o projeto é sim possível!
Os dados finais com os valores simulados estão localizados no item 3, assim como os
valores finais de projeto estão no item 4.
3- SIMULAÇÕES
Neste tópico, serão apresentadas as simulações realizadas pelo software Psim, assim
como seus respectivos resultados. Vale ressaltar a observação das legendas para
reconhecimento das formas de onda de cada circuito apresentado, assim como a
comparação entre os resultados obtidos analiticamente no item 2 e pela simulação.
3.1 Conversor Flyback
Conversor Forward montado no software Psim, utilizando os parâmetros do item 2.2 (mesmos par.
Simulation control)
Parâmetro TEÓRICO SIMULAÇÃO
5- REFERÊNCIAS
. M.H.Rashid,Power Electronics: Circuits, Devices and Systems, 3ª Ed., Prentice-Hall, 2004
. Hart Daniel W., Eletrônica de Potência: análise e projetos de circuitos, 1ª Ed, AMGH, 2012