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All content following this page was uploaded by Gustavo Monteiro Farias on 23 February 2016.
BELÉM
2016
GUSTAVO MONTEIRO FARIAS / 200902140016
BELÉM
2016
GUSTAVO MONTEIRO FARIAS / 200902140016
_____________________________________
Prof. Dr. Marcos André Barros Galhardo
UFPA – Orientador, Presidente
_____________________________________
Prof. Dr. Jerson Rogério Pinheiro Vaz
UFPA – Coorientador
_____________________________________
Prof. Dr. Marcelo de Oliveira e Silva
UFPA - Membro
_____________________________________
Prof. Dr. João Tavares Pinho
UFPA – Membro
Agradeço principalmente a minha mãe, Adriana Pereira Monteiro, e a meus avós José
Ribamar Monteiro Filho e Solange Pereira Monteiro, por todo apoio e incentivo dado durante
toda a jornada da minha vida.
Ao professor Marcos André Barros Galhardo (orientador), por toda a sua paciência e
contribuição dada a este trabalho.
A todos os amigos do GEDAE (membros e ex-membros) que tiveram alguma
participação no desenvolvimento deste trabalho.
Ao CNPq, CAPES e GEDAE/INCT-EREEA, pelo suporte financeiro.
RESUMO
Este trabalho apresenta uma metodologia para dimensionamento de rotores eólicos de pequeno
porte identificando-se o ponto de operação para uma dada condição de vento. Para subsidiar o
dimensionamento, utiliza-se uma bancada de ensaios de gerador elétrico para obter a curva de
potência mecânica transmitida ao eixo do gerador; em seguida utiliza-se a teoria da quantidade de
movimento do elemento de pá para obtenção da desempenho do rotor eólico, a fim de se calcular
a curva de potência mecânica. O ponto onde a curva de potência mecânica do gerador intercepta a
de potência mecânica do rotor é definido como o ponto de operação da máquina, considerando
ausência de atrito no trem de potência e operação em regime permanente. O processo para
dimensionamento é realizado por meio de uma ferramenta computacional desenvolvida neste
trabalho. Ademais, com o objetivo de comparar o desempenho do rotor dimensionado, um
método convencional para simulação computacional fluidodinâmica (CFD) de uma turbomáquina
no software comercial, ANSYS CFX é utilizado para obtenção do fator de indução axial.
This work presents a methodology to design small scale wind turbine rotor by the
identification of the system operating point for a given wind condition. In order to subsidize
the design, an electric generator test bench is used to obtain the mechanical power curve
imparted to the generator shaft; then employs the blade element momentum theory to get the
wind turbine rotor performance in order to calculate the mechanical power curve. The point
where the generator mechanical power curve intercepts the rotor mechanical power curve is
defined as the machine operating point, taking into account frictionless in the drive train and
under steady-state behaviour. The process to perform the design uses a computational tool
developed in the present work. Furthermore, aiming to compare the performance of the
designed rotor, a conventional method for Computational Fluid Dynamics (CFD) simulation
of a turbomachine through the commercial ANSYS CFX software is used to calculate the
axial induction factor at the rotor plane.
Velocidade de partida
Velocidade de vento onde a potência é nominal
Velocidade de corte
Área da seção transversal
Empuxo
Velocidade de vento
Massa específica
̇ Vazão mássica
Pressão
Fator de indução axial
Coeficiente de potência
Potência
Velocidade angular do rotor eólico
Velocidade angular transmitida ao escoamento
Fator de indução tangencial
Distância de cada seção da pá até o centro do rotor
Razão entre a velocidade da ponta da pá e a velocidade do vento
Razão local entre a velocidade da pá e a velocidade de vento
Raio do rotor
Torque
Número de Reynolds
Viscosidade cinemática
Viscosidade dinâmica
Comprimento que caracteriza a escala do fluído
Comprimento da corda
Coeficiente de Sustentação
Coeficiente de arrasto
Coeficiente de momento
Força de sustentação
Força de arrasto
Espessura do perfil
Área projetada do perfil
Ângulo de ataque
Número de seções
Ângulo de torção
Ângulo de passo na ponta da pá
Ângulo de passo
Ângulo de velocidade relativa
Força normal ao plano de rotação
Força tangencial
Número de pás
Coeficiente normal ao plano de rotação
Coeficiente tangencial
Solidez
Fator de correção de Prandtl
Coeficiente de empuxo
Eficiência
Razão de transmissão
Coeficiente de Hellman
Altura
Valor de tensão na saída c.c
Queda de tensão no diodo de ponte retificadora
Tensão de pico
Subíndices:
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 13
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS............................................................................................ 13
1.2 MOTIVAÇÃO...................................................................................................................... 14
1.3 OBJETIVOS......................................................................................................................... 14
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO......................................................................................... 15
2 AEROGERADORES DE EIXO HORIZONTAL.............................................................. 16
2.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 16
2.2 PARTES CONSTITUINTES DE AEROGERADORES DE EIXO HORIZONTAL......... 16
2.2.1 Rotor................................................................................................................................. 17
2.2.2 Trem de potência............................................................................................................. 18
2.2.3 Gerador Elétrico.............................................................................................................. 19
2.2.4 Nacele, sistema de posicionamento ao vento e controles.............................................. 20
2.2.5 Torre e fundação............................................................................................................. 20
2.3 PREVISÃO E CONTROLE DA POTÊNCIA DE SAÍDA.................................................. 21
2.4 MANUTENÇÃO DE AEROGERADORES....................................................................... 23
3 AERODINÂMICA DO ROTOR EÓLICO........................................................................ 25
3.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 25
3.2 TEORIA DO DISCO ATUADOR....................................................................................... 25
3.3 AEROGERADOR DE EIXO HORIZONTAL IDEAL COM ROTAÇÃO NA ESTEIRA 28
3.4 CARACTERÍSTICAS GERAIS DE PERFIS AERODINÂMICOS................................... 32
3.5 TEORIAS PARA O CALCÚLO DO DESEMPENHO AERODINÂMICO....................... 35
3.5.1 Teoria da quantidade de movimento............................................................................. 36
3.5.2 Teoria do elemento de pá................................................................................................ 36
3.5.3 Teoria da quantidade de movimento do elemento de pá............................................. 39
3.5.3.1 Fator de correção de Prandtl...................................................................................... 40
3.5.3.2 Correção de Glauert para altos valores do fator de indução axial.......................... 41
3.6 METODOLOGIA PARA PROJETO DO ROTOR EÓLICO.............................................. 42
4 SIMULAÇÃO DE AEROGERADOR................................................................................. 48
4.1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 48
4.2 BANCADA EXPERIMENTAL PARA ENSAIOS DE GERADORES ELÉTRICOS....... 48
4.3 FERRAMENTA COMPUTACIONAL PARA DIMENSIONAMENTO DE ROTOR
EÓLICO..................................................................................................................................... 52
4.4 DEFINIÇÃO DO PONTO DE OPERAÇÃO DE AEROGERADOR DE
ACOPLAMENTO DIRETO (CASO 1)..................................................................................... 57
4.5 AEROGERADOR COM MULTIPLICADOR DE ROTAÇÃO (CASO 2)........................ 59
4.6 CÁLCULO DO FATOR DE CAPACIDADE..................................................................... 60
4.7 UTILIZAÇÃO DE AEROGERADOR EM UM SISTEMA AUTÔNOMO....................... 64
4.8 VALIDAÇÃO DOS VALORES DE FATOR DE INDUÇÃO AXIAL.............................. 66
4.8.1 Construção da geometria do rotor eólico para simulação........................................... 66
4.8.2 Geração da malha............................................................................................................ 68
4.8.3 Condição de contorno..................................................................................................... 70
4.8.4 Análise dos resultados..................................................................................................... 71
5 CONCLUSÃO....................................................................................................................... 75
5.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS............................................................... 76
REFERÊNCIAS....................................................................................................................... 77
13
1 INTRODUÇÃO
1.2 MOTIVAÇÃO
1.3 OBJETIVOS
do rotor e a comparação dos valores do fator de indução axial no plano do rotor obtido pela
ferramenta e pela modelagem numérica da turbina com um método convencional para
simulação de uma turbomáquina no software ANSYS CFX.
2.1 INTRODUÇÃO
2.2.1 Rotor
longo do comprimento das pás (Figura 2.2), porém é comum que os perfis sejam todos da
mesma família, mas a espessura relativa varia (MANWELL et al., 2009). Perfis mais
espessos e próximos a raiz da pá oferecem maior resistência mecânica, porém apresentam
pouca eficiência aerodinâmica, mas com relação ao desempenho global da pá a diminuição
não é significativa (SCHUBEL e CROSSLEY, 2012). Em geral, o formato da pá constitui um
compromisso de resistência mecânica e boas propriedades aerodinâmicas (MANWELL et al.,
2009).
O cubo é o acessório para o encaixe das pás no eixo do rotor, utiliza-se geralmente
ferro fundido nodular em sua confecção. A razão principal para usar ferro fundido é devido
ao formato complexo do cubo, o qual é difícil de produzir de outro modo (DNV/RISØ, 2002).
O trem de potência consiste das partes girantes do aerogerador após o rotor (Figura
2.3). As partes típicas que incluem no trem de potência são um eixo de baixa rotação
acoplado ao rotor, uma caixa de engrenagens e um eixo de alta velocidade acoplado ao
gerador (MANWELL et al., 2009). Outros componentes do trem de potência incluem
mancais de suporte, acoplamentos, freio, e as partes girantes do gerador. A caixa de
engrenagens tem a função de aumentar a velocidade de rotação no eixo de acionamento do
gerador para um valor adequado. Porém existem geradores, como os de magneto permanente,
que podem operar sem caixa de engrenagens e utilizam acoplamento direto rotor-gerador
(MANWELL et al., 2009).
19
Os modelos principais de torre atualmente em uso são feitos de tubos de aço, treliças e
concreto, aerogeradores menores normalmente utilizam torres estaiadas, já a maioria dos
aerogeradores de grande porte é feita de tubos de aço em seções de 20 a 30 metros de
comprimento flangeadas em sua extremidade. As torres treliçadas são mais baratas e causam
menos interferências no vento que aciona as pás do rotor comparado com torres de formato
cilíndrico, porém por questões estéticas não são amplamente empregadas. A escolha do tipo
de torre é fortemente influenciada pelas características do local, em aerogeradores de maior
porte a rigidez da torre é um fator relevante em sistemas dinâmicos devido à possibilidade de
ressonância entre o rotor e a torre (DNV/RISØ, 2002).
A escolha do tipo de fundação depende muito da condição do solo no local onde o
aerogerador será instalado. Aerogeradores onshore utilizam fundações de sapatas de concreto
ou estacas, onde sapatas de concreto são utilizadas em solos fortes o suficiente para suportar
21
os carregamentos do aerogerador, enquanto que para solos com baixa resistência são
utilizadas fundações profundas com estacas para absorver melhor os carregamentos.
Aerogeradores offshore utilizam uma estrutura secundária para transferir os carregamentos da
torre pela água até o suporte no solo (DNV/RISØ, 2002).
de controle de passo, que aciona um mecanismo elétrico ou hidráulico para girar as pás em
torno do seu eixo longitudinal e assim diminuir a influência do vento sobre as pás. A potência
tende a flutuar acima e abaixo do seu valor médio, devido a inércia do rotor, enquanto o
mecanismo de passo ajusta a pá com a velocidade de vento. O custo adicional de pás com
controle de passo é maior do que por estol, devido ao maior valor das peças móveis que
mantém a robustez do sistema (PATEL, 2006 & Danish Wind Industry Association, 2015).
Figura 2.5 - Perfil de variação da potência de saída pela velocidade do vento para aerogerador
com controle de passo e por estol.
3.1 INTRODUÇÃO
( ) ( ) (3.1)
26
̇( ) (3.2)
(3.3)
(3.4)
27
( ) (3.5)
(3.6)
( )
(3.7)
(3.8)
( ) (3.9)
( ) (3.10)
Assim que o fator de indução axial aumentar a partir de zero, a velocidade de vento
atrás do rotor vai diminuir cada vez mais. Se , o vento atrás do rotor terá sua
velocidade reduzida a zero.
Pelas equações (3.6), (3.7), (3.9) e (3.10), o empuxo axial no disco é:
28
(3.11)
[ ( )]
(3.12)
( ) ( )( )
(3.13)
( )
onde, pode também ser considerada como a área do rotor ( ), e a velocidade de vento é
substituída por .
O desempenho de rotores eólicos é geralmente caracterizado por seu coeficiente de
potência, , definido como:
(3.14)
( )
( ) (3.15)
Então,
(3.16)
( )
(3.17)
( ) [ ( ) ]
(3.18)
( ) (3.19)
( ) (3.20)
( ) (3.21)
( )
(3.22)
Assim, a equação da é:
(3.23)
̇( )( ) ( )( )( ) (3.24)
(3.25)
( )
(3.26)
31
(3.27)
[ ( ) ]
Pode-se ver que a potência de qualquer elemento anular está em função dos fatores de
indução axial e tangencial e de . Os fatores de indução axial e tangencial determinam a
magnitude e a direção do fluxo de ar no plano do rotor.
A contribuição que é dada ao coeficiente de potência, , de cada elemento anular é
dada por:
(3.28)
Assim,
(3.29)
∫ ( )
(3.30)
√[ ( )]
( )( ) (3.31)
32
Esta equação define o fator de indução axial para uma máxima potência como função
da razão local entre a velocidade da pá e a velocidade de vento ( ). Substituindo na equação
(3.21), a relação ótima entre e se torna:
(3.32)
(3.33)
Para o projeto do rotor eólico é necessário considerar diversos coeficientes que variam
conforme o número de Reynolds e o ângulo de ataque.
Coeficiente de sustentação ( ):
(3.34)
34
Coeficiente de arrasto ( ):
(3.35)
Coeficiente de momento ( ):
(3.36)
(3.37)
( ) (3.38)
( ) (3.39)
Assim, pela teoria da quantidade de movimento obtém-se duas equações que definem
o empuxo e o torque em uma seção anular do rotor em função do fator de indução axial e
tangencial.
As forças nas pás de aerogeradores podem ser expressas em função dos coeficientes
de sustentação e arrasto e do ângulo de ataque. Para esta análise a pá é dividida em seções
(ou elementos). As seguintes considerações podem ser feitas:
( ) ( ) (3.40)
Pela figura 3.3 diz-se que: a seção do ângulo de passo é , o qual é o ângulo entre a
linha da corda e o plano de rotação; o ângulo de passo na ponta é ; o ângulo de torsão é
; o ângulo de ataque é o ângulo entre a linha de corda e a velocidade relativa do vento; o
ângulo da velocidade relativa é ; o incremento da força de sustentação é ; o incremento
da força de arrasto é ; o incremento de força normal ao plano de rotação é ; o
incremento de força tangencial a área circular varrida pelo rotor é ; a velocidade relativa
do vento é .
As seguintes relações podem ser determinadas pela análise da figura 3.3:
(3.41)
(3.42)
( ) (3.43)
( ) ( )
( ) (3.44)
( ) (3.45)
(3.46)
(3.47)
(3.48)
38
(3.49)
Se o rotor tem um numero de pás ( ), a força total normal na seção devido ao empuxo
em uma distância ( ) do centro é:
(3.50)
( )
(3.51)
então,
(3.52)
( )
39
Nota-se que o efeito de arrasto diminui o torque e a potência, mas aumenta a carga de
empuxo.
Logo da teoria do elemento de pá pôde-se obter duas equações que definem a força
normal (empuxo) e a força tangencial (torque) na seção anular do rotor como função dos
ângulos de escoamento nas pás e as características do aerofólio. Estas equações são usadas a
seguir com suposições adicionais, para determinar o desempenho do rotor para qualquer
formato de pá.
(3.53)
(3.54)
( ) (3.55)
( ) ( ) (3.56)
(3.57)
(3.58)
40
Onde a solidez ( ) é definida como a relação entre a área total do rotor e a área
varrida pelas pás . Os valores de solidez e de corda estão em função de , pois variam
localmente.
( ) (3.59)
( )
Por causa da pressão no lado de sucção da pá ser menor do que o lado pressurizado, o
ar tende a escoar sobre a ponta da menor para a maior superfície, reduzindo a sustentação e
consequentemente a produção de energia próximo a ponta. Este efeito é na maioria das vezes
notado em algumas pás de grandes comprimentos empregados em aerogeradores de grande
porte.
Diversos métodos foram sugeridos para incluir o efeito da perda na ponta, sendo o
método mais utilizado o desenvolvido por Prandtl (DE VRIES, 1979). De acordo com este
método, um fator de correção ( ) deve ser introduzido nas equações já apresentadas. Este
fator está em função do número de pás, do ângulo de velocidade relativa e a posição ao longo
do eixo longitudinal da pá.
( )[ ( )] (3.60)
( ) { [ ( )]}
( )
Este fator de correção caracteriza a redução das forças de torque e empuxo no raio ( ).
Da teoria da quantidade de movimento se obtém as equações:
( ) (3.61)
( ) (3.62)
(3.63)
(3.64)
(3.65)
( )
{
[ ( ) ]
ou
( ) (3.66)
{
[ ( ) ]
(3.67)
( ) (3.68)
Igualando a equação (3.66) com a equação (3.68), obtém-se uma expressão empírica
utilizando o fator de indução axial:
42
Se
( ) (3.69)
( )
(3.70)
Para :
( ) (3.71)
[ ( ) ]
Em função de , tem-se:
(3.72)
[ ( ) √( ( ) ) ( )]
onde,
(3.73)
As análises anteriores podem ser usadas para realizar o projeto aerodinâmico do rotor.
Primeiramente é necessário selecionar alguns parâmetros do rotor e escolher o perfil ou perfis
aerodinâmicos ao longo do comprimento da pá. Para se ter um formato de pá ótimo é preciso
considerar os efeitos de rotação de esteira. O formato e o desempenho final da pá são
determinados iterativamente considerando arrasto e perdas na ponta. Os passos para a
43
determinação da geometria das pás de um rotor eólico são apresentados a seguir, assim como
a forma de obtenção do coeficiente de potência:
(3.74)
( )
3º passo: Escolher o número de pás ( ) pela tabela 1. Nota: se um número menor que
3 pás for selecionado, existe alguns problemas dinâmicos e estruturais que devem ser
considerados no projeto do cubo.
( ) (3.75)
( ) (3.76)
( ) ( ) (3.77)
Derivando ( ):
( ) (3.78)
O cálculo do fator de indução axial, pode ser obtido utilizando o método de Newton-
Raphson:
( ) (3.79)
( )
(3.80)
( )
(3.81)
( )
(3.82)
( )
( )[ ( )] (3.83)
( ) { [ ( )]}
( )
(3.84)
( )
A equação (3.32) é utilizada para obter o valor inicial do fator de indução tangencial
( ).
46
(3.85)
( ) (3.86)
( ) ( )
( ) ( )
( )[ ( )] (3.87)
( ) { [ ( )]}
( )
(3.88)
Se
(3.89)
( )
Senão:
(3.90)
[ ( ) √( ( ) ) ( )]
onde,
47
(3.91)
8º passo: Se os novos valores dos fatores de indução não estiverem dentro de certa
tolerância, retorna-se a equação (3.85). Após o critério de convergência calcula-se o
coeficiente de potência pela equação (3.29):
(3.92)
∫ ( )
4 SIMULAÇÃO DE AEROGERADOR
4.1 INTRODUÇÃO
Nesta seção são apresentadas as etapas para dimensionamento das pás de um rotor
eólico acoplado a um gerador elétrico predeterminado, para isso, inicialmente descreve-se a
etapa de realização de ensaio do gerador elétrico para obtenção das curvas de potência
mecânica e da eficiência do gerador. Em seguida, apresenta-se a ferramenta computacional
desenvolvida em LabView para realizar o projeto do rotor eólico. Como exemplo de
dimensionamento, adotam-se duas configurações de aerogeradores, onde determina-se o
ponto de operação de um aerogerador com acoplamento direto, assim como um aerogerador
com caixa de multiplicação. Por fim, a fim de realizar-se a validação do fator de indução
axial obtido, compara-se a metodologia numérica da teoria BEM com o software Ansys CFX.
(4.1)
(4.2)
A figura 4.6 mostra o gráfico de eficiência do gerador pela potência elétrica medida
nos terminais do gerador. Com a curva de eficiência do gerador é possível realizar novos
ensaios com cargas diferentes sem precisar medir novamente a potência de entrada do motor
para obter a potência mecânica em seu eixo, que é necessária para o dimensionamento de
52
O número de Reynolds local calculado para uma dada condição de vento, é enviado
para uma tabela no software XFLR5, onde são calculadas as curvas do coeficiente de
sustentação e de arrasto para uma faixa de ângulo de ataque. As figuras 4.9(a) e 4.9(b)
mostram a interface do XFLR5 assim como os gráficos para cada número de Reynolds em
relação aos coeficientes de sustentação, arrasto e ângulo de ataque. Esses valores de número
55
de Reynolds geram diversas tabelas com os valores das curvas de coeficiente de sustentação e
de arrastos pelo ângulo de ataque. Essas tabelas são utilizadas na ferramenta desenvolvida em
LabVIEW que faz a interpolação dos valores do coeficiente de sustentação e de arrasto para
um determinado ângulo de ataque.
A interpolação é acionada quando o método iterativo para calcular o coeficiente de
potência é executado, sendo este descrito na subseção 3.6 da seção 3 e a sua programação foi
implementada na ferramenta desenvolvida em LabVIEW.
O desempenho do rotor eólico é calculado para várias condições de velocidade de
vento, como cada velocidade de vento fornece um número de Reynolds diferente para cada
seção da pá em seu eixo longitudinal, o programa deve ser executado várias vezes para cada
velocidade de vento, onde um único valor de coeficiente de potência é obtido em cada
execução variando a velocidade angular do rotor para uma mesma velocidade de vento.
(b)
(4.4)
(4.5)
57
Logo,
(4.6)
Uma solução seria utilizar uma carga com resistência mais baixa, o que demandaria
mais corrente do gerador e consequentemente mais torque para o sistema, o que diminuiria a
rotação do rotor. A resistência utilizada nos ensaios do gerador foi de 7,26 Ω, porém não foi
possível realizar ensaios com uma resistência menor. É preciso ressaltar que quando o torque
aumentar será preciso um rotor maior para que o aerogerador consiga operar em velocidades
mais baixas de vento.
59
Outra solução no caso de se manter a carga seria trocar o gerador elétrico para um
com mais polos, o que também aumentaria o torque e diminuiria a rotação, porém também
haverá a necessidade de aumentar o diâmetro do rotor. O diâmetro do rotor ideal para uma
nova carga ou gerador elétrico só pode ser definido se novos testes forem realizados na
bancada experimental de ensaios de geradores elétricos.
aerogerador parta com uma velocidade menor de vento é aumentando o diâmetro do rotor,
porém foi observado utilizando a metodologia apresentada neste trabalho que para rotores
maiores, ou seja, aumentando somente o diâmetro do rotor e mantendo os outros parâmetros
de projeto, isto resultaria também em uma diminuição no coeficiente de potência de operação
da máquina, uma vez que os parâmetros de projeto do rotor não foram otimizados. A tabela
4.2 mostra os valores em regime do aerogerador do caso 2.
(4.5)
( ) ( )
As velocidades de vento tendem a ser menores conforme a altura diminui, isso ocorre
devido à influência da rugosidade do solo sobre o escoamento, assim o fator de capacidade
foi obtido para velocidades de vento a uma altura de 15 m, sendo dado pela razão da energia
elétrica produzida pelo aerogerador modelado e a energia produzida caso o aerogerador
62
( ) (4.6)
( ) (4.7)
As figuras 4.13 e 4.14 mostram o fator de capacidade mensal dos aerogeradores para
os casos 1 e 2, respectivamente, operando nas condições de vento citadas anteriormente.
Outras perdas com relação ao sistema elétrico e eletrônico devem ser levadas em
conta quando o aerogerador é utilizado em aplicações em sistemas conectados à rede elétrica
ou em sistemas autônomos, pois existe um conjunto de equipamentos eletrônicos que fazem o
condicionamento da potência elétrica de saída do gerador elétrico.
Neste trabalho considera-se que o aerogerador projetado seja utilizado em um sistema
autônomo. Os principais equipamentos eletrônicos geralmente empregados para o
condicionamento da potência elétrica em um sistema eólico autônomo para produção de
energia elétrica são mostrados no diagrama esquemático da Figura 4.15.
√ (4.8)
√ (4.9)
Logo, para que Vo seja igual a 27,6 V (tensão para carregamento do banco de baterias)
e considerando VD igual a 0,7 V (diodo de silício), tem-se que Vpico (tensão fase-terra) do
gerador é de 16,77 V ou 29 V (entre fases).
66
Para se ter uma boa condição de malha, foi utilizado o comando inflation que adiciona
elementos prismáticos próximo a superfície do rotor para identificar melhor os efeitos de
viscosidade na região de camada limite, assim como fez-se um refinamento da malha na
superfície do rotor gerando elementos menores (Figura 4.20). Para mostrar o comportamento
da região de esteira e da velocidade de vento a montante próxima do rotor fez-se um
refinamento utilizando o comando Body sizing (Figura 4.21).
Uma malha foi gerada na fase de pré-processamento onde os valores estatísticos são
mostrados na tabela 4.3.
A fim de comparar os valores obtidos com a tabela 4.5, a tabela 4.6 mostra os valores
obtidos com a ferramenta computacional utilizando a teoria BEM.
Outra forma para poder validar os valores de fator de indução axial e tangencial seria
fazer os testes do rotor projetado do caso 1 em um túnel de vento.
A metodologia de dimensionamento do rotor eólico utilizando a ferramenta
computacional desenvolvida neste trabalho fornece resultados mais completos e em menor
tempo de execução. Contudo, pretende-se aprimorar em trabalhos futuros a outra
metodologia aplicada no ANSYS CFX, a fim de obter o fator de indução tangencial e
possivelmente realizar uma análise fluid-structure interaction (FSI) ou em português,
interação fluído estrutura, onde é possível verificar os efeitos aeroelásticos sobre a pá.
75
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
[16] MANWELL, J. F.; McGowan, J. G.; Rogers, A. L. Wind Energy Explained: theory,
design and application. 2º ed. Chichester: John Wiley & Sons Ltd, 2009.
[17] MENDES, R. C. F. Estudo do fator de indução axial em turbinas de eixo horizontal.
Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, 2015.
[18] PATEL, M. Wind and solar power systems: design, analysis, and operation. 2º ed.
Boca Raton: CRC Press, 2006.
[19] PINHO, J. T.; BARBOSA, C. F. O.; PEREIRA E. J. S.; SOUZA H. M. S.; BLASQUES,
L. C. M.; GALHARDO, M. A. B.; MACÊDO, W. N. Sistemas Híbridos: Soluções
Energéticas para a Amazônia. Programa Luz para Todos, Ministério das Minas e Energia,
Novembro 2008.
[20] ROHATGI, J. S. e NELSON, V. Wind Characteristics – An Analysis for the
Generation of Wind Power. Alternative Energy Institute, West Texas A&M University,
1994.
[21] SCHUBEL, P. J.; CROSSLEY, R. J. Wind turbine blade design. Energies, pp. 3425-
3449, 2012.
[22] SELIG, M. S. and Bryan, D. M. Wind tunnel aerodynamic tests of six airfoils for use
on small wind turbines. 2004.
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