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Faculdade Pitágoras - Campus Vale do

Aço

Curso: Engenharia de Minas

Disciplina: Mineralogia

Turma: 03EGMIN01N5

Relatório Técnico
Caracterização dos Minerais
Sumário
RELATÓRIO TÉCNICO ....................................................................................................................... 1

RESUMO .............................................................................................................................................. 3

IDENTIFICAÇÃO DOS MINERAIS............................................................................................................... 4

1. DEFINIÇÕES.................................................................................................................................... 4
2. PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MINERAIS .................................................................................. 6
2.1-HÁBITO ......................................................................................................................................................6
2.2 - CLIVAGEM, PARTIÇÃO E FRATURA..................................................................................................8
2.3 - DUREZA .................................................................................................................................................11
2.4 – TENACIDADE.......................................................................................................................................13
2.5 - DENSIDADE RELATIVA ......................................................................................................................14
2.5 – MAGNETISMO .....................................................................................................................................15
2.6 - COR ........................................................................................................................................................16
2.7 – TRAÇO ..................................................................................................................................................18
2.8 – BRILHO..................................................................................................................................................18
2.9 - OUTRAS PROPRIEDADES DEPENDENTES DA LUZ ...................................................................19
2.10 - PROPRIEDADES ELÉTRICAS.........................................................................................................20
2.11 – RADIOATIVIDADE ............................................................................................................................20

3.0 - AMOSTRAS............................................................................................................................... 20

3.1- SULFETOS ................................................................................................................................................20


3.2-SILICATOS..................................................................................................................................................22
3.3 ÓXIDOS ......................................................................................................................................................24
3.4 ANFIBÓLIOS ...............................................................................................................................................26
3.5- PIROXÊNIOS .............................................................................................................................................26
3.6- FOSFATOS ................................................................................................................................................27

4.0 CONCLUSÕES ............................................................................................................................ 29

5.0- BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................... 30


RESUMO

A mineralogia é um dos ramos mais apaixonantes da geologia, se dedica ao estudo


da química, estruturas molecular e cristalina e propriedades físicas (incluindo ópticas e
mecânicas) de minerais, bem como a sua gênese, metamorfismo, evolução química e
cristalização.
Ramo da geologia que estuda a composição química e as propriedades físicas dos
minerais, dedicando-se à sua descrição, caracterização e sistemática.

De mineral+grego lógos, "estudo” +-ia, pelo francês minéralogie.

A vida dos seres humanos é amplamente influenciada pela presença dos minerais. Muitos
recursos naturais usados na fabricação de produtos nos quais a civilização e as nossas vidas
dependem, têm sua origem em minerais encontrados nas rochas e solos.

Os alimentos crescem em solos compostos por minerais. A segurança e a estabilidade de


estruturas como estradas, edifícios, pontes, túneis, galerias em minas, frentes de lavras,
etc., dependem das propriedades mecânicas das rochas e dos solos sobre os quais foram
construídos e estes, por sua vez, são reflexo das propriedades e texturas dos minerais nas rochas
fornecem informações que permitem aos geólogos e engenheiros de minas formularem
teorias a respeito da história da Terra.

Neste trabalho, apresentaremos apenas uma pequena coletânea, dos principais minerais,
dando destaque aqueles que formam as rochas mais comuns da crosta, descreveremos
brevemente alguns minerais de importância econômica, mas que não são formadores de
rochas, apesar de serem relativamente abundante na litosfera.

Palavras- chaves: Minerais características e cristalização.


IDENTIFICAÇÃO DOS MINERAIS
A identificação dos minerais está baseada no estudo de suas propriedades
físicas mais elementares como densidade, dureza, cor, brilho e clivagem, até
propriedades mais complexas como as propriedades óticas, elétricas e magnéticas.
Serão apresentadas a seguir apenas as propriedades físicas particularmente mais úteis
na rápida identificação dos minerais.

1. DEFINIÇÕES

Mineral: Pode ser definido como um sólido homogêneo de ocorrência natural, formado
por processos inorgânicos, com composição química definida (mas não fixa) e arranjo
atômico ordenado (Berry & Mason, 1959). Nesta definição estão envolvidos vários
aspectos que caracterizam as substâncias cristalinas naturais.
Sólido homogêneo: formado por uma única fase sólida. Não podendo ser separado em
compostos mais simples por nenhum processo físico. Ocorrência natural: somente
substâncias não formadas pela ação direta ou indireta do homem.
Formado por processos inorgânicos: exclui os sólidos homogêneos formados por
sistemas biológicos, animais ou plantas.
Composição química definida: cuja composição química pode ser expressa por uma
fórmula química. Não fixa, pois a composição pode variar dentro de determinados limites.
Arranjo atômico ordenado: característico do estado cristalino. Todavia alguns
minerais são amorfos. Mas o estado amorfo não é estável e tendem a cristalizar com o
tempo geológico.

Cristal: a palavra “cristal” deriva do grego e significa “gelo” e foi empregada


originalmente para designar cristal de rocha ou quartzo, o qual se acreditava ser gelo
petrificado. Ainda hoje se emprega o termo cristal para qualquer quartzo transparente
e incolor e para o vidro com chumbo empregado para fabricação de copos, vasos,
etc.
Há várias definições para cristal, tais como:
“Cristal é um poliedro convexo limitado por faces planas e arestas retilíneas”.
“Cristal é um sólido homogêneo com ordem interna regular dos átomos ou íons
constituintes”. “Cristal é uma substância anisotrópica em relação às
propriedades físicas vetoriais, das quais alguma é descontínua.”

Quanto à primeira definição, ela é considerada incompleta na atualidade. Isto devido às


superfícies planas que limitam alguns cristais serem apenas conseqüência do arranjo
interno tridimensional ordenado das unidades atômicas. Somente quando o cristal tem
espaço para crescer em todas as direções é que se desenvolvem as suas faces. A
maioria apesar do contorno irregular não deixa de ser cristalino. Mesmo um cristal de
faces bem formadas não deixará de ser cristalino, se por algum acidente qualquer, ele se
quebrar em vários fragmentos irregulares. Portanto, as faces planas não são o pré-
requisito indispensável para que um sólido seja cristalino. Como ocorre nos gases,
líquidos e vidros ocorrem também nas substâncias amorfas uma distribuição
desordenada e aleatória das partículas químicas constituintes. Estes são, assim,
isótropos em relação às propriedades físicas. Isto é, as propriedades físicas
apresentam estatisticamente o mesmo valor em qualquer direção considerada. Nos
cristais ocorre uma anisotropia em relação às propriedades físicas vetoriais e
geométricas, isto é, o valor destas propriedades varia com a direção nas quais elas são
medidas como conseqüência do arranjo tridimensional ordenado das unidades
constituintes. Porém, isto não significa que os cristais são anisotrópicos em relação a
todas as propriedades físicas vetoriais. Por exemplo, cristais do sistema cúbico são
isótropos em relação à velocidade de propagação da luz, mas são anisotrópicos em
relação a outras propriedades físicas vetoriais como a dureza.
Na terceira definição é considerada apenas a anisotropia e não os caracteres
morfológicos para a caracterização de um cristal. De acordo com esta definição os
cristais são anisotrópicos em relação às propriedades físicas vetoriais, das quais
alguma é descontínua. Entende-se por propriedade física vetorial descontínua a
propriedade que sofre uma brusca e grande variação ao se passar de uma direção de
propagação para outra vizinha. Exemplo, a velocidade de crescimento do cristal. Se um
cristal fosse isótropo para a velocidade de crescimento ele seria esférico. Se a
velocidade de crescimento fosse uma propriedade física vetorial contínua o cristal seria,
por exemplo, um elipsóide de rotação. Mas os cristais, quando as condições de
crescimento forem adequadas, são poliedros de faces planas, que reflete a
descontinuidade desta propriedade.

Rocha: Apresenta várias definições e a mais aceita é: um agregado natural formado


por um ou mais minerais (podendo, eventualmente, tratar-se de vidro vulcânico ou
matéria orgânica), que constitui parte essencial da crosta terrestre, podendo na maioria
das vezes ser representada em mapas geológicos. São elas (as rochas) nitidamente
individualizadas, porque os minerais se agregam obedecendo a leis físicas, químicas
ou físico-químicas dependendo das condições em que se forma esta ou aquela rocha.
Esta agregação, portanto, não se dá ao acaso. Não é necessário que a rocha seja
consolidada. As areias, as argilas, etc., desde que representem corpos independentes,
individualizados e extensos, são consideradas rochas (sedimentos). De acordo com
sua origem (gênese) as rochas podem ser divididas em 3 tipos fundamentais: Rochas
ígneas ou magmáticas, sedimentares ou metamórficas.

Mineral-minério: É qualquer mineral que pode ser aproveitado economicamente para


a extração de um ou mais metais. Ex.: Hematita [Fe2O3] é o mineral-minério de Ferro.

Ganga: Mineral ou minerais desprovidos ou de valor secundário que acompanha (m) o


mineral-minério.

Minério: É uma associação de minerais da qual se pode extrair, com aproveito


econômico, uma ou mais substâncias úteis, sejam metais, sejam elementos ou
compostos químicos. Em geral é uma associação de mineral-minério e ganga.

Mineral-industrial: Mineral que é matéria-prima para a indústria e não para a extração


de um elemento. Ex.: Asbesto (amianto) = isolante térmico; argilas = cerâmicas; quartzo
= eletrônica, ótica.
2. PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MINERAIS

As propriedades físicas dos minerais são o resultado direto de sua composição


química e de suas características estruturais.
Existe um conjunto de propriedades físicas que podem ser examinadas ou testadas
rapidamente, com auxílio de instrumentos simples como um imã, uma lupa de mão, um
canivete e uma placa de porcelana. Com, freqüência estas propriedades são suficientes
para a identificação de um mineral desconhecido e, pela facilidade de seu estudo, são de
emprego corriqueiro por mineralogistas, tanto no campo como em laboratório.
As propriedades a serem estudadas nesta aula e aplicadas nas próximas aulas do curso
são as seguintes: hábito, clivagem, partição, fratura, dureza, tenacidade, densidade
relativa, magnetismo, cor, traço e brilho.
A determinação das propriedades físicas dos minerais, portanto, constitui importante
auxílio na sua identificação. Portanto, o estudo dessas propriedades possibilita deduções
relativas sobre a sua estrutura cristalina e sobre sua composição química. Além disso,
alguns minerais devem sua utilização técnica exclusivamente a suas propriedades
físicas. Por exemplo, a alta dureza do diamante é responsável pela sua eficiência
como abrasivo.
Ao fenômeno de piezoeletricidade do quartzo (capacidade de indução das cargas
elétricas positivas e negativas por deformação mecânica) se deve o seu emprego na
indústria eletrônica. Logo, as propriedades físicas dos minerais devem, portanto, ser
consideradas sob três aspectos: científico, técnico e determinativo.

2.1-HÁBITO

Por hábito de um mineral se entende a(s) forma(s) com a qual ele aparece
freqüentemente na natureza, por exemplo: como prismas alongados; como cristais
tabulares (achatados); como agregados cristalinos com arranjos geométricos
característicos; ou mesmo como grãos sem uma forma definida.
Muitas espécies minerais ocorrem preferencialmente com um determinado hábito. Por
exemplo, cristais de magnetita Fe3O4 são freqüentemente octaédricos, pirita FeS2
comumente ocorre como cristais em forma de cubos, e as micas ocorrem como lamelas.
Embora nem sempre um determinado mineral tenha que apresentar seu hábito
característico, o fato de que isto ocorra com freqüência é de grande auxílio na sua
identificação.

Prismático: os cristais do mineral são freqüentemente constituídos por prismas (ou


combinações de mais de um prisma). Usualmente são empregados adjetivos para
qualificar os cristais prismáticos, como colunares (prismas alongados, com uma
direção, geralmente coincidente com o eixo c mais desenvolvida que as demais);
aciculares (muito alongados e finos, com forma que lembra uma agulha); fibrosos,
capilares ou filiformes (ainda mais finos, lembrando fios de cabelo); tabulares
(achatados, com duas direções mais bem desenvolvidas do que a terceira); laminares
(alongados e achatados, como a lâmina de uma faca.
A lista a seguir inclui os termos mais comumente usados na descrição do hábito dos
minerais, alguns deles estão representados na figura abaixo.

Figura 1 – Alguns hábitos minerais comuns. Adaptado de Klein, C. e Dutrow, B. Manual of Mineral
a
Science. 23 Ed. 2008

Cúbico, octaédrico, dodecaédrico, romboédrico, etc: mineral caracterizado pela


ocorrência freqüente de cristais com as formas citadas.

Micáceo: cristais tabulares ou lamelares formados por placas finas (como as micas).

Euédrico, subédrico, anaédrico. mineral ocorre comumente como cristais bem


formados (euédricos), ou com apenas algumas faces bem desenvolvidas
(subédricos), ou ainda como grãos sem faces cristalinas presentes (anaédricos)
embora deva ser ressaltado que a ausência de formas cristalinas visíveis externamente
não signifique que o mineral não possua uma estrutura cristalina ordenada.

Muitos dos termos acima, especialmente os relativos a prismas, podem ser igualmente
aplicados a agregados de cristais (por exemplo, agregados colunares, agregados
aciculares, etc.). Os seguintes termos são específicos da descrição de agregados
cristalinos:

Dendrítico: arborescente, em ramos divergentes, como os de uma planta.

Divergente ou radiado: agregado de cristais (geralmente prismas colunares,


aciculares ou tabulares) divergentes a partir de um ponto central.
Tipos específicos de agregados radiais podem ser:
a) Globular: agregados de cristais radiais, formando pequenas superfícies esféricas ou
semiesféricas.
b) Botroidal: formas globulares assemelhando-se (em tamanho dos glóbulos) a um
cacho de uvas.
c) Mamelonar: grandes superfícies arredondadas, semelhantes a mamas, formadas por
indivíduos radiais ou divergentes.
d) Reniforme: agregados radiados terminando em formas arredondadas com forma de
Rins.
e) Coloforme: termo genérico aplicado a formas arredondadas compostas de agregados
radiados, sem levar em conta o tamanho.
Granular: agregado simplesmente composto por grãos (sem nenhuma conotação
específica de forma ou tamanho).

Concêntrico: camadas mais ou menos esféricas, superpostas umas às outras.


Pisolítico: massas arredondadas, mais ou menos do tamanho de ervilhas.
Oolítico: massa arredondada, mais ou menos do tamanho de ovas de peixe.
Bandado: mineral formado por camadas de diferentes cores ou texturas.
Maciço: material compacto, sem formas ou feições especiais.

Outros termos específicos, relacionados ao modo de ocorrência do agregado:

Drusa: superfície coberta de pequenos cristais.

Geodo: cavidade (em uma rocha) cuja superfície é coberta de pequenos cristais.

Concreção: massas formadas por deposição de material em torno de um núcleo.


Algumas concreções são esféricas, mas outras podem ter forma variável.

Estalactite: agregados em cilindros ou cones pendentes (como por exemplo, em


cavernas calcárias).

Estalagmite: agregados em cilindros ou cones ascendentes (como por exemplo, em


cavernas calcárias).

2.2 - CLIVAGEM, PARTIÇÃO e FRATURA

Um mineral pode apresentar tendência a se romper segundo planos preferenciais,


quando submetido a um esforço externo. Este comportamento está diretamente
relacionado ao tipo de ligação química envolvida e à eventual presença de defeitos ou
descontinuidades na estrutura cristalina. Em presença de um esforço externo um
cristal poderá apresentar tendência a se romper ao longo de direções em que:
A força de ligação é menor;
• Existem menos ligações por unidade de volume;
• Existem defeitos estruturais;
• Existe um maior espaçamento interplanar, embora as ligações químicas sejam do
mesmo tipo.
Clivagem, partição e fraturas são propriedades físicas diferentes. A distinção
entre elas é extremamente importante do ponto de vista da identificação de minerais:
CLIVAGEM: tendência de o mineral partir-se paralelamente a planos atômicos
identificados por índices de Miller, tais como faces do cristal. Os planos de clivagem são,
portanto, repetitivos desde a escala mesoscópica (do cristal) a escala microscópica e até
a escala da própria estrutura cristalina.
A clivagem é sempre consistente com a simetria do cristal. Para estudar a clivagem de
um mineral não é suficiente apenas reconhecê-la, mas é necessário caracterizá-la em
termos de sua orientação e sua qualidade.
Em termos de orientação (geometria) a clivagem pode ser descrita por adjetivos que
a relacionam com formas cristalinas, apresentados na Figura 2.
Assim, pode-se caracterizar a clivagem como cúbica (como na galena, PbS), octaédrica
(como no diamante, C), dodecaédrica (como na esfalerita, ZnS), romboédrica (como
na calcita, CaCO3), prismática (como nos piroxênios e anfibólios), pinacoidal (como
a clivagem basal das micas), etc.
Uma outra maneira de expressar esse conceito é utilizando os índices de Miller para a
forma cristalina em questão, como {111} para a clivagem octaédrica. Vimos que a
clivagem está intrinsecamente relacionada à estrutura cristalina. Portanto, se um mineral
possui uma determinada direção de clivagem, existe o potencial para ocorrerem
inúmeros planos de clivagem ao longo daquela direção.

Figura 2 – Clivagem e sua relação com as formas. (a) Cúbica (3 direções de clivagem paralelas às faces
do cubo). (b) Octaédrica (4 direções). (c) Dodecaédrica (6 direções). (d) Romboédrica (3 direções).
(e) Prismática (2 direções) e pinacoidal (1 direção). (f) Pinacoidal, basal (1 direção).
Entretanto, nem sempre a clivagem é perfeitamente desenvolvida nos
cristais. Assim, devem-se utilizar adjetivos para caracterizar a qualidade da
clivagem. Isto é feito de acordo com uma escala comparativa e empírica.
Assim, pode-se dizer que uma clivagem é excelente (como a clivagem
basal das micas e da grafita), boa, pobre ou ruim. Finalmente, alguns
minerais se caracterizam pela ausência de clivagem. O quartzo, um dos
minerais mais comuns não apresenta clivagem.

Importância da Clivagem: Do ponto de vista de aplicação técnica, a clivagem


é de grande importância, pois o emprego industrial de vários minerais
depende dela. Por exemplo, a facilidade de se clivar a muscovita (uma mica)
em placas muito delgadas e as suas propriedades dielétricas, constituem a
base de seu uso em equipamentos elétricos. As qualidades lubrificantes do
talco e da grafita resultam de sua baixa dureza e da facilidade com que se
partem ao longo de superfícies de clivagem. A clivagem é uma propriedade
diagnóstica muito importante. A observação cuidadosa da clivagem pode
auxiliar na determinação do sistema cristalino do mineral em pequenos
fragmentos. Por exemplo, um mineral com uma única direção de clivagem
não pode pertencer ao sistema cúbico, pois nesse sistema qualquer tipo de
clivagem tem mais de duas direções. De modo análogo, um mineral com três
direções de clivagem, todas de qualidade diferente, provavelmente
pertencem ao sistema ortorrômbico, monoclínico ou triclínico; se as três
de clivagem fizerem entre si ângulos retos, o sistema tem de ser
ortorrômbico.

PARTIÇÃO: Assim como a clivagem, a partição também está associada a


planos cristalográficos, mas não é tão bem desenvolvida.
A partição pode ter outras causas, como a presença de planos de
geminação no cristal ou ocorrer como resposta à aplicação de pressão.
Assim, ao contrário do que ocorre com a clivagem, alguns indivíduos de uma
espécie mineral podem apresentar partição enquanto outros não a possuem.
Por exemplo, em uma população de cristais de um determinado mineral,
pode ocorrer que apenas os cristais geminados ou submetidos a pressão
apresentem planos de partição visíveis. Outro critério útil para distinguir
clivagem de partição é o caráter menos penetrativo da última. Por exemplo,
um cristal pode se partir ao longo de planos de geminação relativamente
espaçados entre si, e ao mesmo tempo fraturar-se de maneira irregular na
região entre dois planos de partição.
Exemplos comuns de partição incluem a partição octaédrica da magnetita, a
partição basal dos piroxênios (Figura3a) e a partição romboédrica do
coríndon (Figura 3b).

Figura 3 –(a) Partição basal, piroxênio.(b) Partição romboédrica, coríndon.

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FRATURA: Refere-se à maneira pela qual o mineral se rompe, exceto
aquelas controladas pelas propriedades de clivagem e partição. Ocorre
quando a força das ligações químicas é mais ou menos a mesma em todas as
direções e, portanto, o rompimento não ocorre ao longo de nenhuma direção
cristalográfica em particular. Assim, ao estudar as fraturas de um mineral, o
estilo de fraturamento é a observação importante a ser feita. Alguns minerais
apresentam estilos de fratura característicos, o que pode auxiliar na sua
identificação.
Os termos mais comuns usados para descrever fraturas em um mineral
são: conchoidal (superfícies lisas e curvas, semelhantes à parte interna de
uma concha, comum vidro e no mineral quartzo), fibrosa (quando o mineral se
rompe formando estilhaços ou fibras), serrilhada (superfície dentada, irregular,
com bordas cortantes), irregular (superfícies rugosas e irregulares).

2.3 - DUREZA

Esta é uma das mais importantes propriedades para a identificação de muitos


minerais. Define-se como dureza de um mineral a resistência que uma
superfície lisa do mineral apresenta a ser arranhada (sulcada) por outro
material (outro mineral, a ponta de uma faca, etc.). Em última instância, a
dureza de um mineral está relacionada à reação da estrutura cristalina à
aplicação de esforço sem ruptura.
Em cristais formados essencialmente por ligações metálicas, os quais podem
fluir plasticamente, o atrito de um material de dureza mais alta contra a
superfície do cristal tende a produzir um sulco. Minerais formados por ligações
iônicas ou covalentes tendem a apresentar um comportamento mais rúptil.
Ao serem submetidos ao mesmo teste, a produção do sulco poderá ser
acompanhada da produção de pó do mineral mais mole. Em compostos
iônicos o tamanho e a carga dos íons envolvidos afetam a dureza do mineral.
Assim, para um grupo de substâncias diferentes com o mesmo tipo de estrutura
cristalina, quanto maior a distância interiônica e quanto menores as cargas
dos íons, mais fraca será a ligação e, conseqüentemente, menor será a
dureza do mineral. É importante ressaltar que a força global de uma estrutura
cristalina é dada por uma combinação dos diferentes tipos de ligação química
presentes, mas a dureza desta mesma estrutura é uma expressão da sua
ligação mais fraca.
A dureza é uma característica de cada mineral, e pode ser avaliada
quantitativamente através do uso de equipamentos adequados. Entretanto,
sua principal utilidade na identificação mineralógica consiste em estimar
qualitativamente a dureza do mineral que se deseja identificar, comparando-o
com outros minerais e/ou materiais de dureza conhecida.
O teste de dureza baseia-se no fato de que um mineral de dureza mais alta é
capaz de provocar um sulco em um mineral de dureza mais baixa, mas o
segundo não é capaz de sulcar o primeiro. O mineralogista austríaco F.
Mohs em 1822 idealizou uma escala de dureza com base em dez minerais
relativamente comuns, aos quais atribuiu graus de dureza relativa de um a
dez.

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Esta escala ficou conhecida como Escala de Dureza de Mohs (Fig. 4) e é de
uso corrente entre mineralogistas e outras pessoas interessadas na
identificação de minerais.

Figura 4 - Escala de Mohs em função da dureza absoluta de cada mineral.

ESCALA DE
MOHS

1. TALCO 2. GIPSITA 3. CALCITA 4. FLUORITA 5. APATITA 6. ORTOCLÁSIO 7.


QUARTZO 8. TOPÁZIO 9. CORÍNDON 10. DIAMANTE

O fato da escala permanecer inalterada até hoje se deve à


perspicácia de Mohs que adotou minerais comuns de maneira que os
intervalos da escala fossem o mais constante possível. Portanto, se um
mineral que se deseja identificar é capaz de sulcar a fluorita, mas não sulca
a apatita, pode-se dizer que este mineral tem uma dureza entre 4 e 5. Um
grupo de materiais de fácil acesso pode ser usado para testar dureza, em
complemento aos minerais da escala.
Assim, a unha humana possui dureza pouco acima de 2 (sulca o talco
e a gipsita, mas não sulca a calcita); o cobre tem dureza pouco abaixo de 3;
o aço comum tem dureza pouco acima de cinco; o vidro comum tem dureza
5,5 , o aço temperado tem dureza 6,5; etc.
Ao avaliar a dureza de qualquer mineral é imprescindível realizar o
teste nos dois sentidos (ou seja tentar sulcar o mineral A com o mineral B e
vice-versa), porque um mineral excessivamente friável (pulverulento) ou
quebradiço pode ser fisicamente desagregado por outro, mesmo que este
possua dureza mais baixa.
Em termos de dureza absoluta, a progressão de talco (dureza 1) até
diamante (dureza 10) não é linear, mas segue uma curva exponencial, de tal
maneira que a diferença de dureza entre o diamante (10) e o coríndon (9) é
muito maior do que a diferença de dureza entre a gipsita (2) e o talco (1).
Como a dureza é uma propriedade direcional, alguns minerais possuem
dureza diferente segundo direções cristalográficas distintas. Quando ocorre,
este fato freqüentemente auxilia na identificação do mineral. Por exemplo, os
cristais de cianita possuem dureza igual a 5 na direção do comprimento e
dureza igual a 7 na direção perpendicular ao comprimento.
A dureza dos minerais está diretamente ligada à estrutura do cristal e
pode ser considerada como sendo a resistência da estrutura à deformação
mecânica, que depende, essencialmente:

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Do tamanho de átomos e íons: A dureza é tanto maior quanto menores
forem os átomos e íons. Exemplo é o grupo isomorfo (de mesma estrutura
cristalina) dos carbonatos do Sistema Trigonal ou Romboédrico.

A dureza aumenta com a densidade de empacotamento dos átomos:


Exemplos são os polimorfos do carbono (de mesma composição química e
arranjos atômicos diferentes) e os polimorfos do carbonato de cálcio,
ilustrados a seguir:
Mineral Fórmula Dureza Sistema
Química Cristalino
Diamante C 10 Cúbico
Grafita C 1 Hexagonal
Mineral Fórmula Dureza Sistema
Química Cristalino
Calcita CaCO3 3 Romboédrico

Aragonita CaCO3 3,5 Ortorrômbico

Sugestões práticas para a determinação da dureza relativa

1 - A dureza deve ser medida sobre uma superfície não alterada, não
intemperizada;
2 - A superfície deve ser relativamente lisa. Agregados granulares de um
mesmo mineral terão dureza mais baixa do que o real pelo fato dos grãos se
desagregarem;
3 - Não confundir risco (sulco que o mineral mais duro deixa no mais mole)
com traço (linha de pó que o
mineral mais mole deixa no mais duro);
4 - Minerais de mesma dureza podem riscar-se mutuamente. É importante
inverter o ensaio (tente riscar o mineral A com o B e a superfície do B com o
A).
2.4 – TENACIDADE

A tenacidade é uma medida da coesão de um mineral, ou seja, a sua


resistência a ser quebrado, esmagado, dobrado ou rasgado. A tenacidade não
guarda necessariamente relação com a dureza. O exemplo clássico desta
diferença é o diamante, que possui dureza muito elevada, mas tenacidade
relativamente baixa, quando submetido a um impacto. Os seguintes termos
qualitativos são usados para expressar tenacidade de um mineral:

Quebradiço: o mineral se rompe ou é pulverizado com facilidade;


Maleável: o mineral pode ser transformado em lâminas, por aplicação de
impacto;
Séctil: o mineral pode ser cortado por uma lâmina de aço;
Dúctil: o mineral pode ser estirado para formar fios;

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Flexível: o mineral pode ser curvado, mas não retorna a sua forma original,
depois de cessado o esforço;
Elástico: o mineral pode ser curvado, mas volta à sua forma original, depois de
cessado o esforço.

Propriedades como ductibilidade, sectibilidade e maleabilidade são típicas de


materiais constituídos por ligações metálicas. Neste tipo de ligação o material é
considerado como cátions imersos em uma nuvem de elétrons de alta
mobilidade.
Quando é aplicado um esforço externo, os cátions podem mover-se
relativamente uns aos outros sem necessariamente originar forças
eletrostáticas repulsivas (e, conseqüentemente, sem perder coesão).
O comportamento flexível é típico de minerais com estruturas em folha, como
talco e clorita, onde as folhas são unidas entre si por forças de van der Waals
ou ligações de hidrogênio (quando submetida a um esforço externo, a
estrutura desliza ao longo dessas ligações mais fracas).
Outro grupo de minerais com estrutura em folha, as micas, apresenta
propriedades elásticas, porque nestes minerais as camadas da estrutura são
mantidas unidas entre si por ligações iônicas envolvendo álcalis como K+
(consideravelmente mais fortes do que as forças de van der Waals).

2.5 - DENSIDADE RELATIVA

A propriedade é definida como a relação entre o peso do mineral e o peso de


um volume igual de água pura, é um número adimensional, e não tem o
mesmo significado que peso específico (medido em unidades de peso por
unidade de volume). A densidade relativa é característica para cada mineral, e
depende basicamente de dois fatores: os elementos químicos que
constituem o mineral e a maneira como estes elementos estão arranjados
dentro da estrutura cristalina.
Os efeitos destes fatores podem ser facilmente avaliados comparando-se:
a) minerais com estrutura semelhante, mas composição distinta, como os
carbonatos ortorrômbicos de Ca, Sr, Ba e Pb, onde a densidade relativa
aumenta com o aumento do peso atômico do cátion, de 2,95 na aragonita
(CaCO 3) até 6,55 na cerussita (PbCO3). Por outro lado, a diferença de
densidade relativa entre o carbono puro na forma de grafite (2,2) e de diamante
(3,5) ilustra o efeito da estrutura cristalina sobre esta propriedade. Existem
vários métodos de determinação quantitativa de densidade em minerais, com
o uso de equipamentos adequados (balança de Jolly, balança de Berman,
picnômetro), líquidos pesados (bromofórmio, iodeto de metileno, etc.), ou
cálculos com base na cela unitária do mineral. Para o reconhecimento
desta propriedade, pode-se estimar a densidade relativa por comparação entre
amostras de diferentes minerais. Associada ao estudo de outras propriedades
físicas, esta análise comparativa de densidade é muitas vezes uma ferramenta
fundamental na identificação de minerais. Assim, a densidade depende
essencialmente:

- Do peso atômico dos átomos que constituem o mineral: nos compostos


isoestruturais (mesmo arranjo tridimensional regular dos átomos constituintes),

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como o grupo dos Carbonatos Ortorrômbicos, terão densidade maior os
minerais constituídos de
átomos mais pesados. Conforme ilustrado a seguir:

Mineral Peso Atômico doDensidade


Aragonita (CaCO3) Ca = 40,08
Cátion 2,95
Relativa
Estroncianita Sr = 87,63 3,70
Witherita
(SrCO3) (BaCO3) Ba = 137,36 4,25
Cerussita (PbCO3) Pb = 207,21 6,55

Muitos pares de minerais isoestruturais formam séries de soluções sólidas em


que a composição química varia continuamente. Nestas séries há uma
mudança contínua da densidade relativa. Por exemplo, a olivina é uma
série de solução sólida entre a Forsterita (Fo) [Mg2SiO4; d = 3,22] e Fayalita
(Fa) [Fe2SiO4; d = 4,41]. A determinação da densidade permite determinar
com uma boa aproximação a composição química da espécie de olivina.

- Do arranjo estrutural dos átomos (empacotamento dos átomos): A


influência da estrutura cristalina do mineral na sua densidade relativa é outro
aspecto diagnóstico, que pode ser observada nos polimorfos (compostos
minerais, cuja composição química é invariável e o arranjo estrutural dos
átomos varia), conforme exemplificado a seguir:

Mineral Composição Densidade Sistema


Diamante C
Química 3,5
Relativa Cúbico
Cristalino
Grafita C 2,2 Hexagonal

- Do raio dos elementos constituintes: Que, às vezes, compensa o


aumento do peso atômico. Em geral, quanto maior o raio menor a densidade.
Vide exemplo a seguir:

Mineral Composição Raio iônico do Densidade Peso


Química cátion relativa atômico

Silvita KCl I K = 1,33 A 1,98 K = 39


Halita NaC Na = 0,98 A 2,17 Na = 23
No caso dos dois minerais acima, ambos pertencem ao sistema cúbico.

2.5 – MAGNETISMO

Quando colocados num campo magnético, os minerais podem ou não adquirir


propriedades magnéticas. Em outras palavras, eles concentram ou não, no
seu interior, as linhas de força do campo magnético em que se situam. Quanto
ao seu caráter magnético, os minerais classificam-se em:
- Diamagnéticos: minerais que parcialmente repelem do seu interior as
linhas de força do campo
magnético no qual são colocados. Esses minerais não se magnetizam quando
colocados num campo magnético. Ex.: Quartzo (SiO2); Fluorita (CaF2); Halita
(NaCl); Calcita (CaCO3), Bi; Au; Ag; etc.

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- Paramagnéticos: Minerais que são atraídos por um imã. Ficam
magnetizados quando colocados num
campo magnético. Ex.: Rutilo (TiO2); Berilo (Be3Al2Si6O18) e todos minerais
que contêm ferro (olivina, granada, piroxênios, anfibólios, etc.). O caráter
paramagnético varia de mineral para mineral, isto é, cada mineral é atraído
pelo imã com intensidade diferente.
- Ferromagnéticos: Constituem um subgrupo de minerais que são
intensamente atraídos por um imã qualquer. Eles podem ficar magnetizados
permanentemente. Ex.: Magnetita (FeOFe2O3) e Pirrotita (Fe1- xS; sendo x =
0 a 0,2). A magnetita pode apresentar, ocasionalmente, um magnetismo
remanescente, ou melhor, uma polaridade magnética. O pólo magnético norte
da amostra orienta-se sempre para o pólo magnético terrestre sul, isto é, a
amostra é uma agulha magnética. Estas amostras de magnetita são, a muito,
conhecidas, pois Marco Polo já encontrou com os chineses bússolas primitivas
onde se empregavam agulhas de magnetita.
Exemplos de emprego prático das propriedades magnéticas dos minerais
são:
1) Separação dos minerais dia- e paramagnéticos e dos paramagnéticos
entre si, através de um eletroímã de campo magnético variável.
2) Prospecção de jazidas através de magnetômetros, que são aparelhos
destinados a medir variações no campo magnético terrestre.

2.6 - COR

Esta é provavelmente a primeira propriedade física a chamar a atenção


quando alguém examina um mineral. O que o nosso cérebro interpreta como
cor é, na verdade, o resultado da absorção seletiva de determinados
comprimentos de onda da luz que atravessa o mineral.
Os comprimentos de onda que não são absorvidos tornam-se dominantes no
espectro que emerge do mineral, e a combinação destes comprimentos de
onda é o que é percebido como cor. A maior parte dos mecanismos que
produzem cor são produtos da interação de ondas luminosas com elétrons.
A origem da cor em minerais está ligada a uma variedade de razões, tais
como a presença de íons metálicos (em especial metais de transição como
Ti, V, Cr, Mn, Fe, Co, Ni e Cu), fenômenos de transferência de carga, efeitos
de radiação ionizante, entre outros.
Para muitos minerais a cor é uma característica importante na sua
identificação, enquanto para outros ela é tão variável que não pode ser usada
como um critério. Devido à possibilidade de alteração de muitos minerais por
contato com o ar, água, etc., a cor deve ser sempre observada
preferencialmente em uma fratura recente do mineral.

Metais de transição: podem estar presentes em minerais em quantidades


importantes (como os constituintes principais) ou em quantidades muito
pequenas (como impurezas). Em ambos os casos, estes elementos podem
provocar o aparecimento de cor. Em estruturas cristalinas que admitem
substituições de grandes quantidades de um cátion por outro, as variações
químicas podem implicar em um amplo espectro de variação de cor.

16
Este é o caso da esfalerita (ZnS), que admite a substituição do Zn por
quantidades variáveis de Fe e cuja cor varia em tons de branco, amarelo,
castanho e preto, dependendo da quantidade de Fe presente.
Em outros casos, onde um determinado metal ocorre em pequenas
quantidades na estrutura, variedades coloridas podem ocorrer em um mineral
cuja composição química global é essencialmente constante. No caso do
mineral berilo, por exemplo, a presença de pequenas quantidades de Fe2+
produz cor azul enquanto a presença de Cr3+ como impureza produz
coloração verde. As variedades de azul e verde do mineral berilo possuem
importância econômica como gemas preciosas (água-marinha e esmeralda,
respectivamente).
Com exceção da cor, as demais propriedades físicas da água-marinha e
da esmeralda são idênticas às do berilo comum. O mesmo ocorre com o
mineral coríndon: a presença de Cr3+ como impureza no coríndon gera a
variedade vermelha conhecida como rubi.

Transferência de carga: este processo só ocorre em compostos que


tenham pelo menos dois elementos com estados de oxidação diferentes e
variáveis. O processo pode produzir cores intensas em minerais e gemas, e
envolve a transferência de elétrons entre elementos diferentes. Alguns
exemplos de elementos que participam no processo de transferência de carga
são: Fe 2+ e Fe3+; Ti3+ e Ti4+; Mn2+, Mn3+ e Mn4+, ou combinações entre
eles (por exemplo, minerais contendo ferro e manganês). A transferência de
um elétron de um átomo a outro envolve a absorção de energia, a qual pode
ocorrer segundo um comprimento de onda definido. Por exemplo, a
transferência de um elétron entre Fe2+ e Ti4+ envolve a absorção de
energia luminosa no comprimento do vermelho, e, portanto, produz a cor azul
da Safira. O mesmo processo pode ocorrer entre ânions (por exemplo, a cor
azul do mineral lazurita decorre da transferência de carga entre um triângulo
de átomos de enxofre) ou entre cátion e ânion.

Centros de cor: são imperfeições na estrutura cristalina que causam


absorção de energia luminosa e, conseqüentemente, o aparecimento de cor.
Na maioria dos casos este fenômeno está associado à exposição à
radiação ionizante. A fonte da radiação pode ser natural (elementos
radioativos, como U, Th, K presentes em minerais) ou artificial e, em raros
casos, radiação ultravioleta pode produzir centros de cor.
Quando um mineral é exposto a radiação, elétrons podem ser removidos de
suas posições normais e, depois de perder energia, ficar aprisionados em
uma posição vaga na estrutura cristalina. Estes elétrons aprisionados
absorvem seletivamente determinados comprimentos de onda, produzindo cor.
Um exemplo deste fenômeno é a variedade violeta (ametista) de quartzo
(SiO 2).
A presença de pequenas quantidades de Fe3+ como impureza no quartzo
produz cores amarelas (variedade citrino). Quando submetido a radiação, o
Fe3+ pode perder um elétron (efetivamente tornando-se Fe4+), o qual é
aprisionado em um centro de cor na estrutura do quartzo, produzindo a cor
violeta típica da ametista.
17
Como os centros de cor são um tipo de defeito causado por radiação, este
defeito pode ser eliminado pela adição de energia. Por exemplo, ao submeter
a ametista a um tratamento térmico, o processo é revertido, e a cor passa de
violeta a amarelo.
Na verdade, alguns tipos de ametista tendem a perder a cor com a simples
exposição prolongada à luz (radiação ultravioleta). O tratamento térmico é um
recurso freqüentemente usado na indústria de pedras preciosas, para
modificar, melhorar ou controlar a coloração de uma determinada gema.
Ametrino é uma variedade natural de quartzo que apresenta setores com
cor de ametista e setores com cor de citrino.

2.7 – TRAÇO

O traço é definido como a cor do pó fino de um mineral. A observação do


traço de um mineral é geralmente feita atritando-se o mineral contra uma
superfície de porcelana não polida (dureza ~ 6). Embora a cor de um mineral
seja freqüentemente variável, o seu traço tende a ser relativamente
constante, e, portanto, é uma propriedade extremamente útil na identificação
do mineral. Os óxidos de ferro magnetita (Fe3O4) e hematita (Fe2O3), por
exemplo, podem ser distinguidos por seu traço preto e avermelhados,
respectivamente. Alguns minerais possuem dureza tão baixa que são capazes
de deixar traço em materiais como papel, como é o caso do grafite e da
molibdenita (MoS2). Minerais de dureza superior à da placa não deixarão traço
na porcelana. Eles teriam de ser triturados ou moídos para a obtenção do
traço.
Exemplos do traço de alguns minerais, bastante úteis na sua identificação.

Hematita Traço: castanho avermelhado a Cor: cinza-escuro.


Limonita vermelho
Traço: castanho amarelado Cor: castanha
Pirita Traço: negro Cor: amarelo
Calcopirita Traço: negro esverdeado Cor: amarela
Cromita Traço: castanho Cor: negra
Fluorita Traço: incolor Cor: incolor, azul, verde, violeta,
amarelo

2.8 – BRILHO

Refere-se à aparência do mineral à luz refletida. Em uma classificação ampla,


o brilho dos minerais pode ser dividido em metálico e não metálico, com uma
categoria transicional (submetálico) entre eles.
Os termos geralmente utilizados para descrever o brilho dos minerais são:

Metálico: brilho semelhante ao dos metais. Característico de minerais


dominados por ligações metálicas ou parcialmente metálicas. Minerais de
brilho metálico geralmente (mas nem sempre) apresentam traço escuro. Este
tipo de brilho é comum em minerais do grupo dos metais nativos, sulfetos e
óxidos.

18
Não metálico: sem aparência de metal. Típico de minerais dominados por
ligações iônicas ou covalentes. Geralmente possuem traço claro. Uma série de
termos é usada para descrever os tipos de brilho não-metálico:
Vítreo: brilho como o do vidro. O exemplo típico é o mineral quartzo.
Resinoso: brilho semelhante ao de resina.
Nacarado: brilho semelhante ao brilho da pérola.
Normalmente é mais bem observado nos planos de clivagem.
Gorduroso ou graxo: brilho que lembra uma superfície coberta de óleo. O
mineral nefelina é um exemplo típico.
Sedoso: brilho que lembra a seda. Comum em agregados fibrosos, como o
asbesto e a gipsita fibrosa.
Adamantino: brilho que lembra o brilho do diamante. Além do
diamante, ocorre tipicamente em minerais transparentes de chumbo, como
a cerussita (PbCO3) e a anglesita (PbSO4).

2.9 - OUTRAS PROPRIEDADES DEPENDENTES DA LUZ

Jogo de cores: a cor muda em sucessão rápida, quando o mineral é girado


(diamante, opala);
Mudança de cores: idem, mas a variação é lenta (labradorita);
Iridescência: espectro de cores no interior (fraturas, clivagens) ou na superfície
(revestimento superficial) do mineral (bornita, calcopirita);
Opalescência: reflexão leitosa ou nacarada no interior do mineral (opala);
Embaçamento: a cor da superfície é diferente da cor do interior do
mineral (calcocita, bornita, calcopirita);
Asterismo: formação de raios de luz como uma estrela, quando o mineral é
observado ao longo do eixo vertical. Ocorre principalmente em minerais
hexagonais;
Luminescência: emissão de luz, exceto as provocadas por
incandescência. Normalmente é tênue,melhor observável no escuro;
Triboluminescencia: emissão de luz provocada por atrito. Ocorre em
minerais não metálicos e anidros (fluorita, esfalerita);
Termoluminescência: emissão de luz provocada por aquecimento (fluorita);
Fluorescência e fosforescência: emissão de luz provocada por exposição
a determinados tipos de radiação, como luz ultravioleta, raios X, raios
catódicos. (fluorita, scheelita);
Transparência: capacidade do mineral de ser atravessado pela luz;
Transparente: é possível ver contornos de objetos através do mineral;
Translúcido: há passagem de luz, mas não é possível distinguir contornos de
objetos;
Opaco: não permite a passagem de luz, mesmo em seções delgadas;
Refração: mudança na direção da luz, quando passa de um meio para outro
de densidade diferente (por exemplo do ar para o mineral). Depende do índice
de refração (n) do mineral. Para minerais com n = 2, a velocidade da luz no
mineral é a metade da velocidade no ar. Esta propriedade é de vital
importância para os minerais utilizados como gemas, pois influencia o tipo de
brilho dos minerais transparente. Assim, um mineral com n = 1,5 tenderá a
apresentar brilho vítreo, enquanto um mineral com n = 2,4 tenderá a
apresentar brilho adamantino.

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Dupla refração: Quando um raio de luz penetra em um mineral ele se
desdobra em dois raios, cada um viajando com velocidade e direção
diferentes. A dupla refração ocorre na maioria dos minerais não isométricos,
mas geralmente é muito fraca para poder ser observada. Uma exceção notável
é a calcita de qualidade ótica (espato de Islândia), que possui dupla refração
forte.

2.10 - PROPRIEDADES ELÉTRICAS

A condução de eletricidade em minerais é fortemente controlada pelo tipo de


ligação existente. Assim, minerais formados exclusivamente por ligações
metálicas (por ex. os metais nativos) são condutores, minerais formados por
ligações parcialmente metálicas (por ex. alguns sulfetos) são semicondutores,
e minerais formados por ligações iônicas e/ou covalentes são maus
condutores de eletricidade.

Piezoeletricidade: produção de eletricidade por aplicação de pressão ao


longo de um eixo polar (eixo com formas cristalinas distintas em cada uma
das pontas). Este efeito só pode ocorrer em cristais que não possuem centro
de simetria.
Piroeletricidade: produção de eletricidade por variação de temperatura.
Ocorre apenas em minerais que não possuem centro de simetria e têm
pelo menos um eixo polar (piroeletricidade verdadeira). A piroeletricidade
secundária ocorre em minerais que sofre expansão desigual ao longo de
direções distintas, ao serem aquecidos. A deformação do retículo resulta em
pressão localizada, gerando piezoeletricidade.

2.11 – RADIOATIVIDADE

Ocorre em minerais formados por elementos radioativos, tais como U, Th e


K, e pode ser um importante critério de identificação nestes casos.

3.0 - AMOSTRAS
O referido trabalho será feito a partir de amostras de minerais onde serão
determinadas as características de cada um para uma futura consulta cientifica
ou para melhor entendimento sobre os mesmos.

3.1- Sulfetos

Os sulfetos originam-se através de cristalização dos magmas com H2S na fase


fluida, pela desgaseificação dos magmas em profundidades e no fundo
oceânico, Na superfície terrestre, durante a formação das rochas sedimentares
(sedimentação ou diagênese), o sulfeto pode formar-se desde que o ambiente
seja redutor (anóxido), podendo mesmo formar-se devido a putrefação da
matéria orgânica.

20
Exemplificando sobre o assunto conheceremos um pouco sobre os minerais
desta classe:

Acantita(Ag2 S)

A acantita é um mineral composto de Sulfeto de Prata, contendo 12,9% de


Enxofre e 81,1% de Prata.Suas propriedades físicas consistem em um modelo
cristalino monoclínico; hábito pseudo-cúbico,pseudo-octaédrico e
ramificado;traço preto brilhante;cor cinza-chumbo e um brilho metálico.De
tenacidade séctil, clivagem pobre e indistinta, apresenta resistência 2/2,5 na
escala de mohs.
Com densidade especifica que oscila de 7,2 a 7,3 e anisotropia fraca a
acantita se forma em veios de sulfetos com outros minerais constituintes de
prata,comuns em jazidas hidrotermais.Ela associa-se a galena,polibasita e
esfarelita.
O uso desse mineral é direcionado a componentes eletrônicos, espelhos,
filmes fotográficos, artigos de joalheria entre outros.

Bismutinita(Bi2 S3)

Mineral composto de Trisulfeto de Bismuto,com 81,3% de Bismuto e 18,7% de


Enxofre.Propriedades físicas caracterizam um modelo cristalino ortorrômbico
de classe bipiramidal rômbica;hábito maciço,tabular,foliado e
fibroso;visualizado nas cores branca,amarela e verde-metálico;de traço
levemente séctil e brilho metálico.Apresenta clivagem boa,e dureza 2 na escala
de mohs. Com densidade que oscila entre 6,8 a 7,2 e anisotropia fraca,branca.
Sua ocorrência é em veios hidrotermais e pigmatitos de temperatura moderada
a alta e associa-se ao bismuto nativo,arsenopirita e calcopirita.Usado para
obtenção de bismuto.

Nicolita(NiAs)

Mineral composto de Arsenato de Níquel,com 56,1% de Arsênio e 43,9% de


Níquel.Propriedades físicas caracterizam um modelo cristalino hexagonal de
classe bipiramidal dihexagonal;habito maciço,reiniforme;visualizado dentre as
cores amarelo-latão a vermelho-cobre e brilho metálico a
submetálico.Apresenta clivagem imperfeita,com resistência de 5/5,5 na escala
de mohs.Com densidade que se oscila de 7,3 a 7,8 e anisotropia muito
forte,rosa-amarelada.
Sua ocorrência em veios hidrotermais, porém raro. Associado a esmaltita,
pirita e barita é usado como minério de níquel.

Zinkenita(Pb6 Sb14 S27)

Mineral composto de Sulfeto de Chumbo e Antimônio,com 22,3% de


Enxofre,41,8% de Antimônio e 35,8% de Chumbo.Propriedades físicas
caracterizam um modelo cristalino hexagonal ou ortorrômbico de classe
biparamidal dihexagonal;habito hexagonal,com estrias longitudinais;visualizado
nas cores cinza-metálico e cinzento-escuro e brilho lustroso a

21
metálico.Apresenta clivagem indistinta, dureza 3/3,5 na escala de mohs.Com
densidade relativa entre 5,12/5,35 e anisotropia moderada,branco a branco
acinzentado.
Sua ocorrência é usualmente associada ao quartzo e outros sulfetos.
Comparado a estibnita e acantita;usado como mineral de minério de chumbo e
antimônio de pouca importância.

Adamita(Zn(AsO4)(OH))

Mineral composto de Arsenato de Zinco hidratado,com 56,7% de ZnO ,34,5%


de As2O3 e 3,1% de H2O.Propriedades físicas caracterizam um modelo
cristalino ortorrômbico,dimorfo da paradamita,de classe bipiramidal
rômbico;hábito ortorrômbico,granular;visualizado nas cores
amarelo,vermelho,rosa,violeta,verde e incolor e brilho lustroso e
resinoso.Apresenta clivagem indistinta,dureza 3,5,na escala de mohs.Com
densidade relativa entre 4,3/4,4 e propriedade óptica biaxial positiva ou
negativa.Associado a minerais de zinco.
Ocorre em depósitos de zinco.Usado especialmente como fonte de zinco.

3.2-Silicatos

Os silicatos constituem a classe de maior importância, representando cerca de


25% dos minerais conhecidos e quase 40% dos minerais comuns.
Exemplificando sobre o assunto conheceremos um pouco sobre os minerais
desta classe:

Sodalita(Na4(SiAlO4)3Cl)

Mineral composto com 26,55% de Na2O, 32,76% de Al2O3, 38,61% de SiO2 e


3,80% de Cl.Propriedades físicas caracterizam um modelo cristalino isométrico
de classe octaédrica;hábito cúbico;visualizado nas cores rosa pálido,cinzento
azul ou verde,de brilho transparente e translúcido.Apresenta clivagem fraca
dodecaédrica, resistência 2,27/2,33 na escala de mohs.Com densidade
relativa de 5,5/6 e propriedade isotrópica.
Ocorre em rochas alcalinas como sienitos nefelínicos e associadas.pode
ocorrer também,em rochas calcárias metassomatizadas em contato com
rochas eruptivas alcalinas.Associado a nefelina,cancrinita,melanita e fluorita.
Usado em artigos ornamentais.

Talco(Mg6(Si8O20)(OH)4)

Mineral composto de Silicato de Magnésio.Propriedades físicas caracterizam


um modelo cristalino pseudo-hexagonal de classe prismática;hábito micáceo;
visto nas cores verde pálido,amarelo ou cinza-esverdeado de brilho
perláceo.Apresenta clivagem perfeita,resistência 1 na escala de mohs.
Com densidade relativa 2,7/2,8 e propriedade biaxial negativa.
Ocorre em processos de alteração hidrotermal de minerais
magnesianos,especialmente olivina e ortopiroxênio e metamorfismo regional ou

22
de contato sobre calcários magnesianos ou rochas ultrabásicas.Associado a
biotita,clorita,serpentina e carbonatos.
Usado em indústria de papel, sabões e cerâmicas,moldes refratários,bicos de
lâmpadas de acetileno,isoladores de alta tensão,aparelhos de calefação
elétrica,cargas para artigos de borracha,inerte para veículos de
inseticidas,polimento de arroz,branqueador para algodão,velas para
automóveis,produtos medicinais etc.

Opala (SiO2.nH2O)

Mineral que tem a fórmula química - SiO2.nH2O, sua composição é óxido de


silício hidratado contendo a cristalografia amorfa a criptocristalino, suas
propriedades ópticas é uniaxial positivo e com hábito maciço ; não havendo
clivagem a sua dureza é de 5,5 - 6,5 .Densidade relativa - 2,01 - 2,16 com
fratura – Conchoidal. Brilho - Transparente, vítreo Cor muito variável,
mostrando jogo de cores, efeito este que parece derivar da reflexão da luz em
camadas com diferentes quantidades de água. Pesquisas mais recente
evidenciam que se trata de uma forma de cristobalita hidratada, com poros
submicroscópicos que contém água

Normalmente associada a outros minerais silicáticos. Pode ser facilmente


identificada pela cor e brilho. Ocorre em fendas e cavidades de rochas ígneas,
metamórficas e sedimentares, em nódulos em calcários, veios, fontes termais
etc., originado-se das decomposições termais de silicatos e rochas
silicatadas.

As opalas nobres e lapidadas, são usadas na joalheria, a opala comum na


confecção de adornos artesanais ou para coleção e fins acadêmicos; nas
escultura de pequenas estatuetas, etc.

Iolita(Al3(MG,Fé)2Si5AlO18)

Mineral composto por 13,78% de MgO, 34,86% de Al2O3 e 51,36% de


SiO2.Propriedades físicas caracterizam um modelo cristalino ortorrômbico de
classe holoédrica rômbica;hábito prismático,lamelar,maciço e
granular;visualizado em vários tons de azul e brilho lustroso a vítreo.Apresenta
clivagem distinta,resistência 7 na escala de mohs.Com densidade relativa
2,5/2,7 e proprriedade biaxial negativa e menos frequentemente biaxial
positiva.
Formado por metamorfismo de contato e regional de pressão baixa a
media.Ocorre em hornfels de alto grau metamórfico.Encontrado também em
noritos,granitos,granitos pegmatíticos.Associado a
andaluzita,biotita,coríndon,espinelio e antofilita.
Usado como gema(safira d’água)

Cianita ( Al2SiO5 )

23
Mineral composto com 62,92% de Al2O3 e 37,08% de SiO2.Propriedades
físicas caracterizam um modelo cristalino triclínico de classe pinacoídal ;hábito
laminar, colunar e fibroso; visualizado nas cores azul, branco, cinza, verde e
preto de brilho lustroso a perláceo.Apresenta clivagem excelente,perfeita a
boa;resistência 5/7,2 na escala de mohs.Com densidade relativa 3,5/3,7 e
propriedade biaxial negativa. É encontrada na Suíça, Quênia, Mianmar, Aústria
e Brasil ( Minas Gerais).
Usado como gema,em cerâmica,refratários e industria elétrica.

Hemimorfita( Zn4Si3O(OH)2 )

Mineral composto com 67,58% de ZnO, 24,94% de SiO2 e 7,48% de


H2O.Propriedades físicas caracterizam um modelo cristalino ortorrômbico de
classe bipiramidal ortorrômbica; hábito tabular,prismático,bitroídal,maciço e
granular;visualizado nas cores azul,verde,amarelo e marrom de brilho vítreo e
subperláceo.Apresenta clivagem perfeita;resistência 4,5/5 na escala de
mols.Com densidade relativa 3,4/4,5 e propriedade biaxial positiva.
Formado em veios ou camadas de rochas calcárias.Associado a
smithsonita,willemita,sulfetos de zinco,ferro e cobre.
Usado como fonte de zinco.

Flogopita(K(Mg,Fe2+)3Si3AlO10(OH,F)2 )

Mineral composto com 11,23% de K2O, 28,84% de MgO, 12,16% de Al2O3,


42,99% de SiO2, 2,15% de H2O e 4,53% de Ferro.Propriedades físicas
caracterizam um modelo cristalino pseudobiaxial negativo; hábito
micáceo;visualizado nas cores marrom-amarelado,vermelho-amarronado e
verde de brilho vítreo.Apresenta clivagem perfeita;resistência 2,5/3 na escala
de mohs.Com densidade relativa 2,86 e propriedade pseudobiaxial negativa.
Formado em rochas alcalinas magnesianas e carbonáticos e no metamorfismo
regional ou de contato, onde é um dos produtos de dolomitizaçao dos
mármores. Associado a minerais carbonáticos e outras micas.
Seu uso tem as mesmas aplicações da muscovita,sendo que atualmente tem
surgido uma aplicação nobre em tintas perolizadas.

3.3 Óxidos

Os óxidos resultam da combinação do oxigênio com metais e metalóides, já os


hidróxidos são definidos pela presença da hidroxíla como elemento essencial e
podem ser subdivididos de acordo com a relação do oxigênio com os cátions.

Coridon - Al2O3

Composto de Trióxido de Alumínio. 52,9% de Al, 47,1% de O


com cristalografia trigonal de classe hexagonal e escalenoédrica.Suas
propriedades ópticas são uniaxial negativo, mas freqüentemente com
anomalias fazendo com que partes dos cristais sejam biaxiais. Contém o habito
prismáticos barricóides, agregados granulares, massas informes ou grãos
dispersos. Partição é romboédrica devido a geminação, de dureza 9 a sua

24
densidade relativa é de 3,9 á 4,1.
Brilho vítreo a adamantino e sua cor variada (incolor, branco, cinza, vermelho,
azul, amarelo etc.)
Pode estar associado a calcita, feldspatos e micas.Altera-se para margarita,
muscovita, espinélio, cianita-sillimanita- andaluzita, corundofilita etc. A
introdução de Cr e Fe faz aumentar levemente os índices de refração. Dureza
alta, hábito, partição romboédrica, relevo alto, birrefringência baixa, caráter
óptico, ocorrência de lamelas de geminação, insolubilidade e densidade são
importantes propriedades. A safirina pode ocorrer em ambientes idênticos, mas
é sempre biaxial.
Gerado por processos magmáticos e metamórficos de temperatura moderada a
alta, em condições excesso de Al, ou deficiência de álcalis e sílica. Portanto,
aparece em rochas ígneas pobres em sílica, nos contatos de corpos
peridotíticos, rochas aluminosas submetidas a metamorfismo de contato ou
regional. Pode ser produzido artificialmente por aquecimento de alumina acima
de 450ºC. Pelo processo Verneuil, são produzidas gemas sintéticas,
adicionando-se pequenas quantidades de Fe, Cr, V ou Ti para dar a cor
apropriada.
São diversas as variedades, que normalmente são definidas pela coloração,
sendo a principal rubi (vermelho vivo), safira (azul), topázio
oriental (amarelo), ametista oriental (roxo-violeta), esmeralda oriental (verde-
claro), esmeril (mistura de coríndon com outros minerais). O coríndon não
utilizável em joalheria é usado como abrasivo em ferramentas cortantes e
também como material refratário, em virtude do elevado ponto de fusão. A
preparação sintética do rubi e da safira é feita com tal perfeição e baixo custo
e, praticamente, não há necessidade de falsificações; todavia, é relativamente
fácil reconhecer ao microscópio as gemas naturais pela estrutura zonal da bem
delimitada, definida pela coloração e inclusões de outros minerais, ao passo
que as pedras sintéticas normalmente possuem inclusões gasosas. O esmeril é
o coríndon impuro, empregado como abrasivo, na fabricação de lixas, rebolos
etc., cabendo ressaltar que o uso do material natural para estas finalidades
diminuiu bastante pelo uso de correspondentes artificiais.

Limonita ( Fe(OH)3.nH2O )

Mineral composto de Hidróxido de Ferro com 90% de Fe2O3 e 10% de


H2O.Propriedades físicas caracterizam um modelo cristalino amorfo; hábito
estalactitico,bitriodal,mamelonar,fibroso,maciço e terroso;visualizado nas cores
marrom,marrom-amarelado,amarelo e preto de brilho submetálico terroso.Não
apresenta clivagem; resistência 5/5,5 na escala de mohs.Com densidade
relativa 3,3/4,3 e propriedades isotrópica.

É de origem secundaria, resultado de alteração de minerais ricos em ferro.


Associado a pirita, magnetita, siderita, hornblendas e piroxênios. Usado como
fonte de ferro, pigmentos.

Bauxita(Uma mistura de gibbsita, diásporo e boehmita )

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Mineral composto de Al2O3, Fe2O3, H2O,SiO2 além de TiO2 e
V2O3.Propriedades físicas caracterizam um modelo cristalino amorfo a
microcristalino; hábito pulvurulento,terroso,psolético,granular ou
maciço;visualizado nas cores branca,cinza,amarela e vermelha de brilho
opaco a terroso.Apresenta clivagem resistência 1/1,5 no agregado.Com
densidade relativa 2,5/2,6 e propriedade óptica indefinida.
Origina-se através de processos supérgeno;forma-se comumente.sob
condições climáticas subtropicais a tropicais,por intemperismo de rochas ou
sedimentos aluminosos.Associado a caulinita e goethita.
Usado na produção de alumínio metálico e da alumina,que por sua vez é usada
na fabricação de abrasivos;produtos refratários;cimento aluminoso;refinação de
óleos;alumina ativada;sais de alumio etc.
Os cimentos com alto teor de alumina caracterizam-se por seu rápido
endurecimento e por sua resistência a ação química e de calor.Os principais
sais de alumínio produzidos a partir da bauxita são sulfatos,cloretos,sulfatos
complexos e hidróxidos,que são utilizados principalmente na fabricação de
papeis,corantes,curtidores,purificação de água,descolorantes e desodorizantes
de óleos minerais etc.

Cuprita (CuO2 )

Mineral composto de Oxido de Cobre,contendo 88,8% de Cobre e 8,2% de


Oxigênio.Propriedades físicas caracterizam um modelo cristalino isométrico de
classe hexaoctaédrica; hábito maciço ou de cubos,octaedros e mais
raramente,dodecaedros modificados;visualizado nas cores vermelho a carmin
de brilho adamantino.Apresenta densidade relativa 5,8/6,1 e propriedade
isotrópica.
Gerado na superfície por alteração de outros minerais de cobre,especialmente
malaquita,azurita,cobre nativo e crisocola.Associado a malaquita e azurita.
Usado como mineral do minério de cobre de importância secundaria, uma vez
que não ocorre em grande quantidade.

3.4 Anfibólios

Os anfibólios exibem algumas variedades dimórficas, com membros


ortorrômbicos e monoclínicos, onde a estrutura dos primeiros pode ser
derivada dos segundos por reflexão em (100) e, em consequência, mostram
duplicação da dimensão a0 da cela unitária.

3.5- Piroxênios

Os piroxênios são bastante importantes, e ocorre em quase todos os tipos de


rochas ígneas e nas metamórficas de temperatura média a alta.

A coloração dos piroxênios está, principalmente, na dependência do ferro:


quanto maior a quantidade desse elemento mais acentuada será a cor verde,
chegando ao preto. O manganês, o titânio e o cromo também influenciam na
variação da cor dos piroxênios.

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Rodonita ( (Mn,Ca,Fe)SiO3 )

Composta com 4,43% de CaO, 3,18% de MgO, 37,39% de Mn2O3, 11,35% de


FeO e 47,44% de SiO2.Propriedades físicas caracterizam um modelo cristalino
triclínico de classe pinacoídal; hábito tabular ou maciço;visualizado nas cores
vermelho,rosa ou castanha de brilho vítreo.Apresenta clivagem de duas
direções;resistência 5,5/6,5 na escala de mohs.Com densidade relativa 3,4/3,7
e propriedade biaxial positiva.
Gerado por metamorfismo de contato regional,associado a minerais de
manganês.
Usado como pedra ornamental e minério de manganês.
3.6- Fosfatos

Os fosfatos incluem numerosas espécies minerais de composição bem


variada, embora a quantidade em peso desses elementos na crosta da Terra
seja relativamente pequena, resultando em grande numero de minerais raros.

Vivianita ( Fe3(PO4)2.8H2O)

Mineral composto de Fosfato de Ferro hidratado com 28,3% de P2O5, 47,7%


de Fe2O3 e 47,7% de H2O.Propriedades físicas caracterizam um modelo
cristalino monoclínico de classe prismática; hábito prismático e estriado
verticalmente,muitas vezes radiado,nodulares ou terrosos;visualizado na cor
verde quando exposto a atmosfera e incolor quando exposto a luz de brilho
vítreo.Apresenta clivagem perfeita;resistência 1,5/2 na escala de mohs.Com
densidade relativa 2,6/2,7 e propriedades uniaxial positiva.
Encontrado em pigmatitos e associado a fosfatos primários de manganês e
ferro.

Usado como adorno.

Monazita ((Ce,La,Nd,Th)PO4)

Mineral composto de Fosfato de Cério,lantânio e outros metais.Propriedades


físicas caracterizam um modelo cristalino monoclínico de classe prismática;
hábito prismático e granular;visualizado nas cores vermelho e amarel-
amarronzado de brilho lustroso e resinoso.Apresenta clivagem perfeita;
resistência 5/5,5 na escala de mohs.Com densidade relativa 4,9/5,3 e
propriedades baxial positiva.
Mineral acessório em granitos,gnaisses,aplitos e pegmatitos.Em depósitos
sedimentares.Usado como fonte de tório em terras raras,em especial cério
(Ce).

3.7 Carbonatos

Os carbonatos resultam da combinação do CO3= com metais e metalóides, ou


da reação do ácido carbônico com esses elementos.
Na natureza o carbono ocorre no estado nativo (grafite, diamante, carvão etc.),
formando estruturas orgânicas e constituindo o gás carbônico e o radical

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carbonato. Quando o C se une com o O, apresenta forte tendência a ligar-se a
dois átomos de O, compartilhando dois de seus quatro elétrons de valência
com cada um para formar uma unidade química estável (CO2).

O radical carbonato em presença do íon H+ torna-se instável e decompõe-


se, gerando o CO2, uma vez que esta estrutura é mais estável, produzindo a
reação de efervescência quando os carbonatos são atacados por ácidos.

Malaquita (Cu2CO3(OH) )

A malaquita tem como fórmula química - Cu2CO3(OH), sua composição é de


Carbonato básico de cobre. 71,9% CuO , 19,9% CO2 , 8,2% H2O
com sua cristalografia monoclínica. A suaclasse é prismática.
Propriedades Ópticas - Biaxial positivo Botroídal,é seu hábito, fibroso e com
clivagem perfeita {001}e sua dureza é de 3,0 a 4.
Associada a azurita, cuprita, cobre nativo óxidos de ferro e vários sulfetos de
cobre e de ferro.Cor verde brilhante entre adamantino e vítreo , e formas
botroídais, e por sua efervecência em HCl.

Com densidade de 3,7 a 4,1.


Minério de cobre supérgeno. Encontrado em porções oxidadas dos filões de
cobre. Pode ocorrer também nos veios de cobre que penetram em calcários.
Sua utilidade é de minério de cobre.

3.8 Halóides

Os Halóides caracterizam-se pela combinação dos íons halogênicos


eletronegativos Cl-, B-, F- e I- com metais e metalóides. A ligação iônica confere
aos halogenetos a propriedade de serem excelentes condutores de eletricidade
no estado de fusão, possibilitando a utilização comercial para a preparação do
cloro e do sódio por eletrólise do cloreto em fusão nas celas Downs, e no
processo Hall para a preparação eletrolítica do alumínio usando a criolita em
estado de fusão.

Fluorita (CaF2 )

Contendo a seguinte fórmula química é CaF2, a sua composição é de


51,33 % Ca ; 48,67 % F. Cristalografia é Isométrica e classe Hexoctahedral.
Isotrópico e com hábito maciço, granular. Clivagem é octaédrica perfeita, de
dureza 4 a sua densidade relativa é de 3,01 a 3,25.Tem o brilho vítreo,
transparente a translúcido, pode ser encontrado nas cores vermelho, roxo,
verde, rosa, amarelo, azul, incolorÉ o mineral de minério de flúor mais
importante, usado diretamente como fundente em metalurgia; como adorno;
nas fundições de ferro; no tratamento dos minérios de ouro, prata, cobre e
chumbo e antimônio; como gema etc.Com minerais de minério de Pb, Zn, Sn e
Ba, contém as propriedades comprovadas de dureza , clivagem , índice de
refração, brilho, cor e fluorescência. É um mineral comum em greisen, granitos,
sienitos e como cimentos em arenitos.

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4.0 Conclusões

Podemos afirmar que Mineral é um corpo natural solido e cristalino, formado


em resultado da interação de processos físico-químicos em ambientes
geológicos.
Cada mineral é classificado e denominado não apenas com base na sua
composição química, mas também na estrutura cristalina dos materiais que o
compõem. Em resultado dessa distinção, materiais com a mesma composição
química podem constituir minerais totalmente distintos em resultado de meras
diferenças estruturais na forma como os seus átomos ou moléculas se
arranjam espacialmente (como por exemplo, a grafite e o diamante). Os
minerais variam na sua composição desde elementos químicos em estado puro
ou quase puro, e sais simples a silicatos complexos com milhares de formas
conhecidas.
Embora em sentido estrito o petróleo, o gás natural e outros compostos
orgânicos formados em ambientes geológicos sejam minerais, geralmente a
maioria dos compostos orgânicos é excluída.
Também são excluídas as substancias, mesmo que idênticas em composição e
estruturas a algum mineral, produzidas pela atividade humana (como por
exemplo, os betões ou os diamantes artificiais).
Isso tudo constitui o objetivo da mineralogia.

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5.0- Bibliografia

DANA, J. D. Manual de Mineralogia revisado por C.S. Hurlbut Jr. Trad.


R. R. FRANCO; Rio de
Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 1976. 667p.
LEINZ, V.; CAMPOS, J.E.S. Guia para Determinação de Minerais. 7a ed.
São Paulo, Nacional, 1977.
151p.
MILOVSKY, A.V.; KONONOV, O.V. Mineralogy. Trad. para o Inglês:
G.G. EGOROV, Moscou: Mir
Publishers, 1985. 320p.
LEINZ, V.; AMARAL, S. E. Geologia Geral. São Paulo, Nacional, 1989. 384p.

Fontes
www.rc.unesp.br/museudpm/banco visitado em 09/10/2015; 15/10/2015; 16/10/2015 e
21/10/2015;
www.cristaisdecurvelo.com.br visitado em 18/11/2015;

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