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BEBERIBE - CEARÁ
2013
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BEBERIBE - CEARÁ
2013
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“O professor ideal é alguém que deve conhecer sua matéria, sua disciplina e seu programa,
além de possuir certos conhecimentos relativos as ciências da educação e à pedagogia e
desenvolver um saber pratico baseado em sua experiência cotidiana com os alunos.”
Maurice Tardif
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Aos que fazem da educação um novo horizonte, capaz de melhorar as condutas do ser
humano como um todo, sendo eles (as) mediadores (as) do conhecimento em suas casas,
em sala de aula ou na sociedade.
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AGRADECIMENTOS
Acima de tudo venho agradecer, primeiramente, a Deus, pelo dom da vida e por consentir
realizar esse trabalho com êxito e sucesso.
À professora Maria Márcia Melo de Castro Martins por suas orientações que foram de
extrema importância para realização deste trabalho.
Aos professores Flávia Roldan e Ivo Conde pelas valiosas contribuições ao aprimoramento
deste trabalho.
À UECE, por todo o suporte que a mesma oferece, coordenadores, tutores, secretário,
professores formadores e motoristas.
Ao CVT de Beberibe, por receber o pólo UAB, desde a coordenadora a auxiliar de serviços
gerais.
Às colegas professoras que foram sujeitos dessa pesquisa, as quais fazem parte de um
processo de transformação da pessoa humana.
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RESUMO
A iniciação à docência, muitas vezes, é um período de conflitos e de superações. Foi essa temática
que instigou o desenvolvimento do presente trabalho, no intuito de conhecer as dificuldades e a
prática pedagógica no decorrer dos primeiros anos do exercício docente, a partir de nossa
experiência e de colegas em formação e que já ministram aulas. Tem por objetivo identificar as
dificuldades do docente iniciante na área de ciências e quais estratégias desenvolvem para superá-
las; conhecer o contexto onde o professor de ciências está inserido; verificar como esses docentes
relacionam suas dificuldades do inicio da carreira à sua formação inicial. Caracteriza-se como uma
pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo Estudo de Caso. A coleta de dados se deu por meio de
entrevista semi-estruturada. Os sujeitos são três professoras que estão no início da docência com até
dois anos em exercício profissional. A análise dos dados revelou que as dificuldades enfrentadas
pelas docentes são: domínio de sala, formas de abordar o conhecimento e na sua prática
pedagógica. Estas questões devem ser trabalhadas ainda nos cursos de formação para não
prejudicar o desempenho dos professores iniciantes. Foi visto que é na sua prática pedagógica que
estão sendo construídos cotidianamente os saberes da docência e a identificação com a profissão.
Ao final, vimos que as dificuldades enfrentadas tem origem em vários fatores, os quais devem ser
trabalhados para não prejudicar o desempenho dos docentes iniciantes. Com este trabalho
esperamos estar contribuindo para refletir sobre as demandas dos licenciandos no tocante à sua
inserção no exercício da docência.
ABSTRACT
The initiation to teaching, many times, and a period of conflict and of overruns. Was this theme that
prompted the development of this work, in order to understand the difficulties and the pedagogical
practice during the first years of teaching exercise, from our experience and colleagues in training and
that already teach classes. Goals to identify the difficulties of teaching novice in the area of science
and what strategies developed to overcome them; to know the context in which the teacher of science
is inserted; check how these teachers relate their difficulties in the beginning of his career to his initial
training. It is characterized as a qualitative case study. The data collection took place by means of
semi-structured interviews. The subjects are three teachers who are at the beginning of teaching with
up to two years in professional practice. The analysis of the data revealed that the difficulties faced by
teachers are: domain of luggage, ways of addressing the knowledge and their pedagogical practice.
These issues must be worked still in training courses so as not to impair the performance of novice
teachers. It was seen that it is in their pedagogical practice that are being built daily knowledge from
the teaching and the identification with the profession. At the end, we have seen that the difficulties
encountered have their origin in several factors, which must be worked so as not to impair the
performance of teachers’ beginners.
Keywords: Science Education; initiation to teaching; professional difficulties; Training; Case study.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................09
2. REFERENCIAL TEÓRICO-CONCEITUAL............................................................13
3. METODOLOGIA....................................................................................................18
4. RESULTADOS E DISCURSSÕES........................................................................20
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................30
REFERÊNCIAS..........................................................................................................32
APÊNDICES...............................................................................................................34
ANEXO.......................................................................................................................35
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1. INTRODUÇÃO
formação de docentes ainda mais capacitados do que os que já temos hoje, pois com isso
só quem tem a ganhar será nossos alunos e a sociedade como um todo.
Sobre o professor, geralmente, recai uma grande responsabilidade como
profissional, pois a sociedade tem em mente que o docente tem total responsabilidade sobre
a formação do aluno, se esquecendo que cada aluno já possui conhecimentos e que o
professor será um facilitador do processo de ensino aprendizagem. Porém, existem diverso
fatores para que esse processo possa funcionar em harmonia.
Nessa direção, sobre a concepção que se tem sobre o professor, nos diz Farias
apud Farias et al 2008 p.86 “embora não seja o único praticante, é aquele socialmente
reconhecido como responsável pela concretização do ato de ensinar no âmbito escolar”,
entretanto, nem sempre se considera o fato de alguns professores estarem iniciando a
carreira no magistério, e, portanto, estarem vivenciando um momento marcado por
dificuldades de várias naturezas, as quais muitas vezes não conseguem encaminhar,
prejudicando o desenvolvimento e o resultado de seu trabalho.
Esse tipo de situação me chamou atenção por ser um momento, muitas vezes,
difícil, devido ao fato de ser algo novo, o ingresso nas primeiras atividades como professor.
Embora o ideal é que não existisse esse estranhamento. O curso de formação deveria
propor um tempo maior do futuro professor no ambiente escolar e um contato mais próximo
com a docência na Educação Básica. Nesse sentido, (Nunes 2001, p. 30):
1
Consideramos a introdução, nosso primeiro capítulo.
12
iniciante em seu espaço de trabalho e aos que, futuramente, passarão por esse processo de
formação.
13
2. REFERENCIAL TEORICO
Logo no início da carreira no magistério, muitas vezes, o novo docente passa por
momentos de contraste entre a teoria e a prática, os quais se constituem situações de
adaptação, e são nos primeiros anos que se firmará ou não na atividade docente, após o
“choque com a realidade” vivenciado pelos professores iniciantes.
Esse “choque com a realidade” pode provocar desistência da profissão, por ser
um período caracterizado por “intensa aprendizagem, do tipo ensaio-erro na maioria dos
casos e marcado por um principio de sobrevivência e por predomínio do valor do prático”
(CALL et al., 2012, p.2), onde muitas vezes nesse período os professores iniciantes têm
duas tarefas complexas a cumprir: “devem ensinar e aprender a ensinar”. Ainda em relação
à complexidade do início da docência, o autor segue afirmando que:
Independentemente da qualidade do programa de formação inicial que
tenham cursado. Há coisas que só se aprendem na prática e isso repercute
em que o primeiro ano seja de sobrevivência, descobrimento, adaptação,
aprendizagem e transição” (ibidem, p.7).
Esse choque com a realidade pode ser influenciado por três fatores que estão
muito unidos como nos diz Farias et al. ( 2008, p. 71):
Historia de vida, formação e prática docente - embora não sejam únicas,
são se suma relevância para a profissionalização do professor, em
particular no que se refere à da profissionalidade necessária a uma
educação emancipatória e aí papel desse sujeito como intelectual crítico.
Ou seja, o que o autor aponta elementos que não são a raiz de todos os
problemas no início da carreia docente, entretanto devem ser considerados quando estamos
falando de formação de professores, pois, mesmo que não queiramos, são pontos que tem
ligação, ao nosso ver, na formação do professor como profissional e como pessoa, uma vez
que ambos caminham juntos como menciona Farias et al. (ibidem, p. 58) “O professor traz
para sua prática profissional toda a bagagem social, sempre dinâmica e única”, que
nenhuma outra pessoa tem, pois o homem como um todo sempre será singular e único.
Como aponta Farias et al (ibidem, p. 59):
É importante apreender que a identidade docente se define também como
lugar de lutas e conflitos sociais e históricos e são alvo de confronto e de
negociação complexas que requerem a produção de justificação e de
sentido a sua recusa ou aceitação.
Até certo ponto esses conflitos são aceitáveis, porém iremos indagar atitudes
que venham a facilitar esse processo adaptativo.
A falta de cuidado e de acolhida com os professores iniciantes é evidente, assim
como também é evidente o comportamento que lhes é exigido assim que ingressam (CALIL
et al., 2012, p.7). E como afirma Soares (2002, p. 10):
14
Isso é uma realidade que podemos ver em algumas circunstâncias, porém não
podemos generalizar, pois cada caso tem seu contexto. Depende da reação dos professores
mais antigos na escola e dos espaços de interação que esta poderia viabilizar entre os
professores iniciantes e os professores mais experientes, veteranos. Nesse sentido, alguns
espaços nos quais essa interação poderia se estabelecer são apontados por Soares (2004,
p.14: “a) Sala dos professores; b) reunião pedagógica bimensal de professoras com turmas
do mesmo nível de ensino; e c) reunião semestral de planejamento e avaliação. Esses são
momentos em que o corpo docente pode acolher o professor iniciante para que se adapte
melhor à estrutura e funcionamento desse espaço, o que é muito importante não só para o
profissional iniciante, como o aluno, foco principal da ação do trabalho docente.
Conforme Rocha e Fiorentini (2005 apud CALIL et al., 2012, p. 12) explicam “[...]
a constituição profissional docente, nos primeiros anos de carreira, provém de múltiplas e
complexas interações”. Na qual ocorre “[...] uma passagem complexa que envolve
sentimentos ambíguos, desafios e aprendizagens sobre si próprio e sobre o ser professor”
Como anuncia Farias et al. (2008, p. 56) a construção da identidade do professor
é:
Podemos então dizer que para uma pessoa constituir-se professor, sua
formação vai se moldando a partir de um conjunto de conhecimentos sócio-culturais que traz
de sua caminhada de vida e da fusão desta com as experiências na atividade docente que
vai adquirindo no decorrer de sua trajetória profissional, a qual lhe insere em um espaço de
adversidades de experiências que enriquecem sua formação.
Nessa direção acrescenta Costa (2010, p. 10):
E ainda:
Refletindo sobre o que nos diz Soares, podemos destacar como um aspecto
importante que cada instituição de ensino na qual o professor iniciante venha a se inserir,
não tem como prever as dificuldades que o professor irá enfrentar, contudo poderá
amenizá-las um pouco, ainda que sejam imprevisíveis certas situações desconcertantes ao
professor, devido à falta de experiência no cotidiano escolar.
A escola constitui-se o espaço de trabalho dos docentes, e poderá contribuir em
muito para a inserção desses profissionais, desde que possa perceber-se como a instituição
formadora de pensamentos e opiniões, que fazer diferença oferecendo um espaço
acolhedor e potencializador para o desenvolvimento profissional do docente.
Um outro ponto bastante importante é a instituição de ensino que o docente
frequentou. Nesse sentido, buscamos evidenciar seu papel na formação dos futuros
professores, uma vez que os docentes, não raro, atribuem dificuldades na prática docente à
formação inicial. Sobre a responsabilidades das instituições formadoras, ressalta Soares
(2002, p.26):
Ainda sobre a formação inicial, sinaliza Mello (2000 apud COSTA, 2010 p. 9):
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Como apontaram os autores, podemos dizer que dentre os fatores que dificultam
a iniciação à docência, estão a pouca experiência dos docentes iniciantes, a carência de
saberes para o exercício da docência e os conflitos de trabalho, ao mesmo tempo em que
se apresentam como desafios à formação dos futuros professores, devem se constituir
também uma preocupação da escola ao receber os profissionais em início de carreira.
A seguir, apontamos o caminho metodológico que percorremos para responder
nossas questões de pesquisa.
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3. METODOLOGIA
Para tanto, o entrevistador tem que elaborar perguntas que venham a ser claras
para que o mesmo não tenha que estar intervindo, correndo o risco de, mesmo sem
intenção, venha ludibriar as respostas.
Para a realização das entrevistas, elaboramos um roteiro de perguntas que
disponibilizamos no apêndice desse trabalho. Ainda encontra-se em anexo o termo de
autorização de uso de imagem e entrevista, onde o mesmo concedem a utilização das falas
em trabalhos acadêmicos.
Tendo em mãos o roteiro da entrevista, termo de autorização e tendo feito a
sondagem dos sujeitos da pesquisa, realizamos o trabalho de campo.
Munido do roteiro, termo de autorização e de gravador, explicamos às
professoras que seria mantido total anonimato referente às suas identificações, a
integridade dos dados fornecidos. Ambas aceitaram assinaram o termo de autorização e
que fossem gravadas suas falas, as quais foram posteriormente transcritas.
Passemos, agora, aos resultados e discussão dos achados dessa investigação.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na verdade, eu não escolhi. Eu fui fazer vestibular, tinha lá Biologia, eu não sabia
que era licenciatura em Ciências Biológicas, e no momento eu nem vi a palavra
licenciatura. Sabia que ia me formar em biologia e no decorrer do curso começou
aquela história... é pra professor, é pra dar aula, eu olhei assim... é isso que eu
quero? eu não tenho a mínima vontade de da aula. (Professora C)
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Realização pessoal, realização própria, quem nasceu pra isso, quem gosta do
magistério. (Professora C)
As declarações em relação ao objetivo que almejam com a profissão apontam
para o papel que o professor exerce e o aprendizado da profissão, além da necessidade de
reconhecimento profissional e de identificação com a docência. No decorrer das entrevistas
pudemos perceber como as mesmas refletiram para chegarem a responder, uma vez que
essa pergunta requer uma resposta que vai depender de todo o contexto no qual as
entrevistadas estão inseridas, seja ele um ambiente que lhe agrade ou não. Nesse caso,
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mesmo que no decorrer da iniciação a docência as mesmas tenham tido alguma dificuldade,
seus objetivos refletem o que veem da profissão.
a) Metodologias de ensino
As principais dificuldades foram socializar com a turma, porque muitas vezes você
tem o conteúdo mas você não sabe controlar a turma, principalmente porque eu
era jovem, aparentando ter a idade dos meninos (…) também todos adolescentes
fica aquele interesse sei lá (…) vivem no mesmo ambiente, na mesma
comunidade que eu moro, eu trabalho (…) conhecem tudo que eu faço.O que eu
tive dificuldade que eu tive foi pegar o macete da sala de aula, o que precisa
fazer, ter num plano de aula a seqüência que tinha que... para não fazer coisa
demais e sufocar o aluno ou fazer de menos e deixar a desejar. (Professora A)
A minha metodologia mais utilizada foi a aula expositiva, alguma vez via a
necessidade de outro tipo de aula? Senti principalmente nos conteúdo que eles
não podem imaginar, pois como trabalho com crianças, meus alunos, eu preciso
trazer mais figuras. (Professora B)
Não, porque assim, eu comecei, tentei usar vários tipos de metodologias, leitura,
escrita, power point, data show, coloquei-os para fazer pesquisa, como nós
fizemos em sala, eles fizeram protótipos(...) fizemos seminários, em outro
momento passei um filme, onde pedi que eles fizessem um resumo, utilizei várias
metodologias, não fiquei presa naquele tradicional onde o professor está a frente
onde ele é o dono do mundo e vocês vão ter que ouvir o que eu estou falando,
não foi assim, teve uma interação, eu perguntava eles respondiam, fazia eles
quebrarem a cabeça com aquilo que não entendiam. (Professora C)
b) Estrutura da escola;
Ai Jesus, assim, a estrutura da escola que eu estava não digo que era precária,
mas não digo que não era precária, a escola muito boa, arejada, uma coisa que
me incomodava eram as cadeiras e mesas dos aluno que eram pequenas e eles
já eram todos adultos, as pernas grandes se espremendo para se acomodar, pois
é uma escola de 1º grau para crianças, então o colégio, o prédio estava sendo
usado como um anexo de outra escola daqui de Beberibe,(pra mim era ver
aqueles alunos grandes esparramados nas carteira, sentados naquelas cadeiras
baixinhas) e uma outra coisa que me incomodou bastante foi que mesmo nessa
modernidade, essa escola ainda utilizava giz e o quadro verde, mas depois
foram colocados quadro brancos só que já estavam muito danificados (… ) que
alguns alunos também passavam mesmo com todas as dificuldades, a gente
conseguiu chegar ao fim do ano. (Professora C)
c) Formação
O curso que faltou... dar mais dicas de como se trabalhar em sala de aula, assim,
metodologia [...] os professores dizem: faça, assim, um mapa conceitual, por
exemplo, isso ai eu já faço em sala de aula, atividades lúdicas não, às vezes os
meninos pedem brincadeiras e eu não sei como trabalhar, se você levar uma
brincadeira, uma dinâmica, alguns alunos podem pensar que você está ali pra
brincar e acho que eu não sei trabalhar, controlar muito bem, e estou no risco de
fazer e perde o controle da turma. (Professora A)
É assim, eu acho que meio a meio, pois assim, a gente fica a distância, às vezes
temos uma dúvida e não temos como tirar aquela dúvida, [...] educação sexual, as
dificuldade que o professor encontra e o que a gente vê em relação a isso na
nossa formação, apenas anatomia, mas com relação a temática pra dar
sexualidade em si , eu acho que não só os professores de biologia, mas sim todas
as formações deviam estar ali juntas, [...] muitos professore perdem oportunidade
de ensinar educação sexual devido a má formação, a falta de informação, o não
enquadramento de disciplina na grade curricular porque todo professor devia ter
educação sexual. (Professora C)
2
Entrevista cedida pelo o educador português e reitor da Universidade de Lisboa, António Nóvoa, em 2011, à
Revista Nova Escola.
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Ainda que não tenha tido interesse pela docência como profissão inicialmente, e
se autodenominado incapaz para assumir a sala de aula, sua curta caminhada de dois
meses pelo magistério a impulsiona a melhorar sua atividade docente.
Já para a professora C:
Não, mudou bastante, jamais passou na minha cabeça em ser professora, muito
pelo contrario, eu não queria dar aula, eu dizia que se me vissem em sala de aula
é porque o salário é bom, bom mesmo, não é um salário bom, enfatizando, mas
acabei que passei um ano dando aula (...) então não me sinto mais a mesma
pessoa, não estou dando aula devido ao TCC, estágio, mas depois de julho
estarei disponível, mudei muito e, a meu ver, pra melhor.
Com relação às disciplinas de estágio, elas falam, assim, como trabalhar com os
instrumentos, eu acho que deveria ser voltada mais para a vida do aluno, para
saber como o aluno se sente, saber as inquietações do aluno em sala de aula,
como a gente pode contribuir, eu vejo dessa forma. (Professora A)
Eu acho que aqueles que falam das estruturas, como sistemática vegetal que a
gente vê como é mais ou menos, como a professora traz pra sala, isso é muito
importante em sala de aula, um conteúdo que eles possam tocar, sentir uma aula,
que não seja muito abstrata, pois se sentimos dificuldade para aprender, sentimos
dificuldade para ensinar. (Professora B)
Acho que todas as disciplinas são importantes. A parte da psicologia foi bom,
porque deu pra perceber como é o ser humano, pra ter conhecimento das
pessoas, perceber os tipos de pessoas que íamos pegar em sala, o bonzinho, o
ruim, o hiperativo, os quietinhos, tudo. Então a psicologia foi muito importante e
pra completar o estágio, veem como forma de complemento de tudo aquilo que a
gente aprende, porque se você aprende o que é uma célula, só na teoria, mas no
decorrer da prática você vai aprendendo cada vez mais, [...] os estágios e as
psicologias se completam mesmo tendo tido uma distância em tempo, inclusive eu
acho que deveria vir uma psicologia e um estágio para complementaram-se [...]
sempre temos que esta nos reciclando. (Professora C)
Eu estou bem não estou totalmente satisfeita, a remuneração não é boa, não dá
para viver bem, e quem sabe se aparece um trabalho melhor que possa crescer
mais ainda. (Professora A)
Como estou a pouco tempo dando aula, não está nem com dois meses bem, na
primeira semana me senti cansada, achava que não conseguiria, mas assim com
o passar do tempo que eu vi a relação com os alunos, o afeto, eles gostando da
minha aula, eu percebendo todos os dias, fazendo algumas mudanças no
conhecimento deles, que diferente da outra professora, eu explicava melhor, tinha
mais calma, principalmente calma com eles, aí eu já vejo de outra forma a
profissão, de seguir adiante. Ainda não estou cem por cento para mim, mas já vejo
com outros olhos. (Professora B)
A partir dos achados dessa pesquisa nos foi possível conhecer as dificuldades
que os professores iniciantes apresentam no início da carreira profissional, dentre os mais
relatados podemos citar o domínio de sala de aula, que pela falta de convívio muitos relatam
problemas iniciais envolvendo esse tema. No inicio, as metodologias que se empregam,
normalmente, são as aulas expositivas, modalidade de aula mais vivenciada enquanto
alunos, que muitas vezes, até inconscientemente, reproduzimos atitudes de nossos ex-
professores da Educação Básica e que muitas vezes não satisfazia nossas necessidades
como aluno, embora ainda seja a estratégia mais utilizada pelos professores.
Quando passamos a falar em relação aos conteúdos teóricos que são
abordados nas formações iniciais, podemos observar que o professor embora tenha domínio
de conteúdo, não significa, necessariamente, que esteja preparado para o exercício da
docência, ou seja, se apresenta despreparado em relação ao conhecimento pedagógico
necessário a desenvolver uma postura coerente ao esperado em sala de aula, onde o
professor precisa desempenhar o papel de mediador do conhecimento para nossos alunos.
Buscando amenizar as dificuldades, as instituições formadoras tem uma missão
importante que é a cada dia buscar formas de trabalhar na formação docente e como o
professor pode ou deve se portar em sala de aula. Evidentemente, não estamos querendo
que as instituições apontem fórmulas prontas como conduzir uma aula, uma vez que cada
ambiente é único e singular, a forma como eu ministro aula em uma sala A pode não ser
viável na sala B ou C, mas podemos frisar estratégias que possam amenizar certas
dificuldades que poderão aparecer, sendo assim, na formação, as disciplinas ministradas
devem ser voltadas para como você abordaria os conteúdos com os alunos, porém muitas
vezes é repassado o conteúdo teórico parecendo estar muito bem, entretanto só
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Editora Atlas, 1987.
Disponível em: http://www.neidefiori.cfh.prof.ufsc.br/metodo/gilL124.html Acesso em: 17 out.
2012.
PERGUNTAS
1. O que lhe fez escolher a docência?
2. Qual objetivo almeja com sua profissão?
3. Quais as principais dificuldades que você teve quando começou a ser professor?
a) Metodologia/ ensino?
b) Estrutura da escola?
c) Formação?
4. Desde quando iniciou se sente a mesma pessoa como profissional? O que mudou desde
o inicio?
5. Que saberes iniciais você considera necessário ao exercício da docência e como seu
curso de formação inicial poderia ter ajudado a construir?
6. Você se sentiu satisfeito com a profissão no inicio? E pretende continuar como única
atividade profissional?
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ANEXO
_____________________________________________
Beberibe, _____de ______________ de 2013
Testemunha:
Nome_________________________ Assinatura________________________