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Leitura A(ni)mada
03 de outubro de 2011
ESCOLA SECUNDÁRIA CAMPOS MELO
Ano Lectivo 2011/2012
Planificação de Aulas de Oficina de Teatro - 8.º Ano, Turmas: A e B
Bibliografia
Objectivos:
Promover o interesse pelas atividades promotoras de criatividade (escrita e oral)
e de improvisação.
Desenvolver a capacidade de concentração.
Ampliar conhecimentos lexicais.
Desenvolver a competência escrita e oral.
Incrementar a capacidade de memorização.
Ser capaz de ler expressivamente.
Competências:
Compreensão e expressão oral.
Compreensão e expressão escrita.
Conteúdos:
Saber ouvir e recontar uma história que contém diversos pormenores.
Audição da história Gabriela e a espreitadela e redação do seu final através de
um guião de palavras.
Observar um conjunto de imagens, as quais, através da transmissão de
mensagens descodificadoras, deverão ser identificadas.
1
Material:
Gabriela e a espreitadela – Karen Videoprojector.
Waal, Jim Helmore. Cartões.
Imagens. Lápis e esferográfica.
Computador. Quadro.
PowerPoint. Marcador.
Registo de sumário:
Atividade de “passar a palavra”: recontar uma história.
Audição da história Gabriela e a espreitadela e redação do seu final.
Identificação de imagens.
Motivação inicial:
“Quem conta um conto…”. Despertar o interesse para a audição de uma história
que terá que ser recontada.
Desenvolvimento da aula:
As professoras começarão a aula saudando os discentes. De seguida, enquanto os
alunos retiram o material necessário para a aula, proceder-se-á à chamada para que as
professoras averigúem e tomem nota de quem está presente. Posteriormente escrever-se
o sumário com os conteúdos a serem dinamizados na Oficina de Teatro. (5 minutos)
2
Os alunos, após audição da história, e tendo em conta um guião de palavras que
lhes será distribuído (anexo III), deverão escrever um final, recorrendo à sua
criatividade. Posteriormente será revelado o verdadeiro final da história. (20 minutos)
Síntese da lição:
Os alunos, através de diferentes atividades, desenvolverão a sua capacidade de
memorização, improvisação, imaginação, concentração e criatividade.
3
OFICINA
O QUEBRADOR DE PEDRAS
Era uma vez um simples quebrador de pedras que estava insatisfeito consigo mesmo e
com sua posição na vida.
Um dia ele passou em frente a uma rica casa de um comerciante. Através do portal
aberto, ele viu muitos objetos valiosos e luxuosos e importantes figuras que frequentavam a
mansão.
Ele ficou muito invejoso disso e desejou que ele pudesse ser como o comerciante.
Um dia, um alto oficial do governo passou à sua frente na rua, carregado numa liteira
de seda, e escoltado por soldados, que batiam gongos para afastar a plebe. Todos, não importa
quão ricos, tinham que se curvar à sua passagem.
- Quão poderoso é este oficial! – pensou ele. – Gostaria de poder ser um alto oficial!
Então ele tornou-se num alto oficial, carregado na sua liteira de seda para qualquer
lugar que fosse, temido e odiado pelas pessoas à sua volta. Era um dia de verão quente, e o
oficial sentiu-se muito desconfortável na suada liteira de seda. Ele olhou para o Sol. Este
brilhava orgulhoso no céu, indiferente pela sua reles presença abaixo.
Então ele tornou-se o Sol. Brilhando ferozmente, lançando os seus raios para a terra
sobre tudo e todos, secando os campos, amaldiçoado pelos fazendeiros e trabalhadores. Mas
1
um dia, uma gigantesca nuvem negra ficou entre ele e a terra, e o seu calor não pôde mais
alcançar o chão e tudo sobre ele.
- Quão poderosa é a nuvem de tempestade! – pensou ele– Gostaria de ser uma nuvem!
Então ele tornou-se a nuvem, inundando com chuva campos e vilas, causando temor a
todos. Mas repentinamente ele percebeu que estava a ser empurrado para longe com uma
força descomunal, e soube que era o vento que fazia isso.
Então ele tornou-se o vento de furacão, soprando as telhas dos telhados das casas,
desenraizando árvores, temido e odiado por todas as criaturas na terra.
Mas, em determinado momento, ele encontrou algo que ele não foi capaz de mover
nem um milímetro, não importasse o quanto ele soprasse à sua volta, lançando-lhe rajadas de
ar. Ele viu que o objeto era uma grande e alta rocha.
Então ele tornou-se a rocha. Mais poderoso do que qualquer outra coisa na terra,
eterno, inamovível. Mas enquanto ele estava lá, orgulhoso pela sua força, ele ouviu o som de
um martelo a bater sobre uma dura superfície, e sentiu que estava a ser despedaçado.
- O que poderia ser mais poderoso do que uma rocha?!? – pensou surpreendido.
2
ESCOLA SECUNDÁRIA CAMPOS MELO
Ano Lectivo 2011/2012
Oficina de teatro 8.ºA/B
Leitura A(ni)mada
03 de outubro de 2011
Escola Secundária Campos Melo
OFICINA DE TEATRO
Se quiserem continuar a ouvir, prometo que vos vou contar, coisas que a Gabriela viu e que vos podem
impressionar…
No n.º 7, alerta e desperta, está sentada a adorável Berta. Mas não está só, o seu irmão deixou-a com
uma cobra de estimação! Serão os bebés mais saborosos do que tarte de limão?
Um caso raro de verdade é o David Trevas no N.º 8: ele detesta a claridade, mas de noite é o garoto mais
feliz da cidade, com dentes e capa de vampiro, o maroto!
Na porta ao lado do David vive o Professor Artolas que está a transformar as riscas de uma zebra em
bolas. Já ouviram ideia mais bizarra? Mas que grande algazarra!
A seguir Gabriela espiou o Pedro Perna Longa. Parece um rapaz atilado. Não se gaba das suas façanhas.
Mas não se deixem iludir: ele é um astuto comedor de aranhas. Esticada a sua língua mais de um metro chega a
medir!
Gabriela não se importava de ver coisas anormais. De espiar é que ela gostava, por isso espreitava mais e
mais. Monstros, bruxas e dragões, nos livros eram uma maçada comparados com as visões atrás de uma porta
fechada!
Mas certo dia, quando a última caixa de correio abriu, da cabela até aos pés, com medo
daquilo que viu, toda ela se arrepiou e das caixas do correio nunca mais se aproximou…
E aquilo que ela viu ainda assusta Gabriela: um par de olhos a olhar para ela!
Então, depois daquele dia de arrepiar, Gabriela perdeu a vontade de espreitar. Espiar é divertido, já
diziam os meus avós, mas não quando a pessoa espiada somos nós!
“Não pare agora!” Ouço-vos todos a gritar. “De quem eram aqueles olhos? Tem de nos contar!”
Seriam… De um monstro sorridente com o queixo babado? De um mostrengo estridente com o corpo
enroscado? Ou de algo muito grande e barulhento, peludo e fedorento?
Pois eu vou-vos dizer bem baixinho… os olhos brilhantes pertenciam a este esperto gatinho!
GABRIELA E A ESPREITADELA
ASSUSTAR VER
ABRIR ESCONDER
DESCOBRIR FALAR
IMAGINAR ESCORREGAR
SAIR ADIVINHAR
OFICINA DE TEATRO
Outubro de 2011
Cristiano Ronaldo
Futebol/futebolista
Real Madrid
Jogador
“Joga à bola”
Rita Pereira
Atriz
Telenovela(s)
Apresentadora
Angélico Vieira
Os “G ato Fedorento”
Meo
Rir
Publicidade
Apresentador
TVI
Cristina Ferreira
Profess ora Celeste Nun es
Professora
Português/Francês
Oficina de teatro
O teatro vicentino:
Auto da Barca do Inferno
Gil Vicente
Aulas n.º 9, 10, 11, 12, 13, 14,17,18 Datas: 13 e 27 de Outubro, 3 e 17 de novembro de 2011
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Referências bibliográficas
CARVALHO, Joaquim (2010): Língua Portuguesa, CEF – Cursos de Educação e Formação Módulos 15, 16 Tipos 2 e 3, Porto Editora, Porto.
CASQUEIRO, Filipa (2010): O explicador em casa – Resumos, Actividades e Soluções 3.º Ciclo 9.º Ano, Edição e Conteúdos, S. A., Matosinhos.
GONÇALVES, Maria; EUSÉBIO, António (1987): Apontamentos – Auto da Barca do Inferno, Publicações Europa-América, Mem Martins.
GUERRA, João; VIEIRA, José (2010): Aula Viva 9, Porto Editora, Porto.
MAGALHÃES, Graça; DINE, Madalena (2005): Preparar o exame – Língua Portuguesa 9.º Ano / 3.º Ciclo do Ensino Básico, Lisboa Editora, Lisboa.
PAIS, Amélia (2000): Auto da Barca do Inferno – Ser em português, Areal Editores.
PALMA, Constança; PAIXÃO, Sofia (2004): Ponto e Vírgula 9, Texto Editora, Lisboa.
REIGOTA, Fernanda; SILVA, Margarida (2010): Preparação para o exame nacional 2011 – Língua Portuguesa 9.º Ano, Porto Editora, Porto.
SERRA, Alice; MOURA, Ana (2010): Língua Portuguesa 3 Módulos 15, 16 Tipos 2 e 3 CEF – Cursos de Educação e Formação, Areal Editores, Porto.
TEIXEIRA, Maria; BETTENCOURT, Maria (2004): Língua Portuguesa 9, Volume 2, Texto Editores, Lisboa.
VERÍSSIMO, Artur et al (1994): O gosto das palavras 9, 1.ª Edição, Areal Editores, Lello & Irmão – Porto.
http://blogdoseagal.blogspot.com/2011/06/idade-media-x-renascimento.html, consultado a 5 de outubro de 2011.
http://www.mnarteantiga-ipmuseus.pt/, consultado a 5 de outubro de 2011.
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13 de outubro de 2011
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Competências:
Compreensão e expressão oral.
Compreensão e expressão escrita.
Conteúdos:
Recapitulação das diferenças entre o texto dramático e o teatro.
Exploração dos conceitos de estrutura interna e externa do texto dramático.
Incremento do vocabulário relacionado com o teatro.
Origens do teatro: o teatro na antiguidade e o teatro medieval.
Manifestações teatrais pré-vicentinas.
Gil Vicente e o contexto sociocultural.
Material:
Fichas fotocopiadas. Caderno diário.
Imagem. Esferográfica.
Computador. Lápis.
PowerPoint. Quadro.
Vídeoprojetor. Marcador
Registo de sumário:
Exercícios relacionados com o vocabulário do âmbito do teatro.
Origens do teatro: o teatro na antiguidade e o teatro medieval.
Manifestações teatrais pré-vicentinas.
Vida e obra de Gil Vicente.
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Motivação inicial:
Brainstorming sobre o teatro e o seu vocabulário.
Recurso ao lúdico: preenchimento de uma grelha; anedota.
Desenvolvimento da aula:
A professora iniciará a aula saudando os discentes. De seguida, será escrito o sumário da
lição e, enquanto os alunos retiram o material necessário para a aula, proceder-se-á à chamada
para que a professora averigúe e tome nota de quem está presente.
5 min.
Depois, a professora, através de questões colocadas aos alunos, recapitulará os conteúdos
lecionados pela professora orientadora na aula anterior. A professora, revendo os conteúdos,
procede a uma apresentação em Power Point com síntese dos mesmos (Anexo I – diapositivos 2 e
3) e pedirá aos alunos que executem uma ficha de aplicação de conhecimentos, onde têm que
preencher uma grelha e descobrir uma “mensagem” (Anexo II). Este exercício constituirá a 15 min.
motivação inicial e está relacionado com o vocabulário do teatro, assim como o exercício que os
alunos realizarão posteriormente. Este último exercício está presente numa ficha entregue
anteriormente pela professora orientadora e consta no preenchimento de espaços numa breve
história que provoca o riso, ou seja, uma anedota. 10 min.
Seguidamente, a professora fará uma breve reflexão sobre as origens do teatro: o teatro na
antiguidade e o teatro medieval, recorrendo a uma ficha informativa entregue anteriormente, a
uma outra ficha informativa a ser entregue sobre as manifestações teatrais pré-vicentinas (Anexo
III) e a uma apresentação em Power Point (Anexo I – diapositivos 9 a 17).
As informações contidas na apresentação em Power Point visam resumir o conteúdo presente
nas fichas informativas e acrescentar alguns dados pertinentes ao estudo da origem do teatro. 20 min.
Após a leitura e análise dos textos “O teatro na antiguidade” e “O teatro medieval”, assim
como a abordagem de informações transmitidas sobre a origem do teatro e as manifestações
teatrais pré-vicentinas, a professora perguntará se há dúvidas e esclarecerá (caso existam) as
mesmas. Será distribuída aos alunos, uma ficha de aplicação de conhecimentos (Anexo IV), tendo 10 min.
estes que identificar as informações verdadeiras (V) ou falsas (F) e justificar as falsas.
Posteriormente far-se-á uma apresentação da obra e vida de Gil Vicente. Será entregue aos
alunos uma ficha informativa (Anexo V) onde constam informações sobre o dramaturgo português
relacionadas com a sua vida e obra, destacando-se a ligação entre a sua produção com as
20 min.
características da época da Idade Média e do Renascimento.
Chegados ao final da aula, a professora pedirá aos alunos que façam um pequeno resumo oral
daquilo que foi dito. 10 min.
Sensibilizar-se-ão os alunos para a importância do teatro, as suas diferentes manifestações e
refletir-se-á sobre “o teatro da vida”.
Para finalizar, a professora avisa que a próxima aula (dia 27 de outubro) será lecionada por
ela e que se introduzirá o estudo de Gil Vicente, a sua vida e obra.
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Deste modo, a professora dará a aula por concluída, pedindo aos alunos que arrumem o material e saiam
ordeiramente, deixando a sala organizada.
Síntese da lição:
Os alunos consolidarão os seus conhecimentos sobre a estrutura do texto dramático.
Incrementarão o saber relacionado com a estrutura interna e externa do texto dramático.
Consolidarão, através do lúdico, o vocabulário relacionado com o teatro.
Compreenderão as origens do teatro: o teatro na antiguidade e o teatro medieval.
Explorar as manifestações teatrais pré-vicentinas.
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Teatro
Professora: Celeste Nunes
Professora Estagiária: Ana Filipa Valente
Ano Lectivo 2011/2012
aderecista
O Antunes era o _____________ e, durante vinte anos,
nunca houve problemas com os adereços naquela
Companhia de Teatro. Até um dia! Quando estava em
cena, em Paris, um drama muito sério, da autoria de um
autor muito conhecido, aconteceu o impensável. Os
palco
atores descobriram que, no _______________, faltava
um adereço importantíssimo e o que sucedeu foi
terrível. Até o _______________
ponto (que é a pessoa que
ajuda os atores, ao longo do espetáculo, a terem
presente o texto) ficou mudo de espanto!
Breve ABC do Teatro
A situação passava-se a meio do segundo
ato
_______________ e era a seguinte: pouco antes da
revolução francesa, três personagens faziam planos,
numa folha de papel, para assassinar o rei.
Subitamente, ouvia-se o som de cascos de cavalos e um
dos _______________
atores gritava: “É a Guarda Real!
Estamos perdidos! É preciso queimar esse papel!”
Nesse momento, um dos revolucionários deveria
destruir aquele documentos, com recurso ao fogo. Para
haver fogo, era necessário que houvesse também
fósforos. Nas duas primeiras representações, os fósforos
estavam no interior de uma gaveta de um armário,
colocado a um canto do palco; na terceira
representação, os fósforos não apareceram! Que fazer?
Breve ABC do Teatro
Durante alguns minutos, os atores, surpreendidos
com o esquecimento do Antunes, procuraram por
todo o lado: levantaram tapetes, revolveram bolsos,
abriram caixotes, espreitaram prateleiras. Em vão. Lá
bastidores
fora, nos _______________, uma personagem (o
Chefe da Guarda Real) esperava a sua ordem de
entrada em cena. Mas, antes, deveria ter a certeza
dramaturgo
de que (em obediência ao que o _______________
tinha escrito no texto da peça) o papel com os planos
dos revolucionários havia sido destruído.
Breve ABC do Teatro
Finalmente, um dos atores em palco teve uma
inspiração e gritou: “Já sei! Rasgamos o papel em
tirinhas!” Após alguns segundos de hesitação, os outros
dois atores concordaram com a solução e um deles
reduziu aquele documentos a bocadinhos minúsculos.
Enfim, o “Chefe da Guarda Real” pôde entrar em cena.
Também ele se viu obrigado a adaptar a sua fala àquele
improviso dos colegas e, assim que invadiu o espaço da
ação, soltou, desconfiado: “Hum!... Cheira-me a papel
rasgado!”
E foi assim que um momento de tensão dramática, para
encenador
surpresa do próprio _______________ (que idealizara e
organizara aquele espetáculo teatral), se tornou
inesperadamente num momento de riso.
Origens do Teatro
EVOLUÇÃO
Origens do Teatro
Origens do Teatro
Origens do Teatro
Origens do Teatro
Origens do Teatro
Origens do Teatro
Origens do Teatro
Origens do Teatro
Origens do Teatro
1. Tendo em atenção os textos “O Teatro na antiguidade” e o
“Teatro medieval”, assim como informações transmitidas sobre
a origem do teatro e as manifestações teatrais pré-vicentinas,
indica se as afirmações que se seguem são Verdadeiras (V) ou
Falsas (F).
F
V
F
F
V
V
F
V
F
F
Charles Chaplin
Anexo II
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1. Tendo em conta as informações fornecidas em “Breve ABC do Teatro” preenche, de acordo com as
instruções numeradas de 1 a 10, horizontalmente a grelha. Descobre a “mensagem” aí contida.
1. Trajes utilizados pelos diversos atores nas representações teatrais e que contribuem para caracterizar as
personagens.
2. Conjunto dos elementos decorativos que enquadram a ação e que, diretamente, se relacionam com os
factos em representação.
5. Conjunto de espaços que ficam por detrás e ao lado do palco. Aqui, os atores preparam-se e aguardam a
sua entrada em cena.
6. São informações / instruções fornecidas pelo dramaturgo de modo a organizar a representação da peça.
8. Pessoa que, durante a realização do espetáculo, lê o texto em voz baixa, para auxiliar os atores. Não é
visto pelos espectadores.
1. -
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
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1 de 2
1. Tendo em conta as informações fornecidas em “Breve ABC do Teatro” preenche, de acordo com as
instruções numeradas de 1 a 10, horizontalmente a grelha. Descobre a “mensagem” aí contida.
1. Trajes utilizados pelos diversos atores nas representações teatrais e que contribuem para caracterizar as
personagens.
2. Conjunto dos elementos decorativos que enquadram a ação e que, diretamente, se relacionam com os
factos em representação.
5. Conjunto de espaços que ficam por detrás e ao lado do palco. Aqui, os atores preparam-se e aguardam a
sua entrada em cena.
6. São informações / instruções fornecidas pelo dramaturgo de modo a organizar a representação da peça.
8. Pessoa que, durante a realização do espetáculo, lê o texto em voz baixa, para auxiliar os atores. Não é
visto pelos espetadores.
1. G U A R D A - R O U P A
2. C E N Á R I O
3. P A L C O
4. V O Z
5. B A S T I D O R E S
6. D I D A S C Á L I A S
7. E N C E N A D O R
8. P O N T O
9. A T O R
10. A D E R E Ç O S
2 de 2
1 de 2
Arremedilhos: imitações
burlescas de pessoas ou Ruas e corte
acontecimentos.
Momos:
Representações
pantomimas alegóricas e
de Castelos e corte Festas palacianas
espetaculares, mais baseadas
carácter profano
na mímica do que na palavra.
Entremezes: representações
de episódios ou ações cómicas Palácios
com base na mímica.
Farsas: representações de
episódios e situações cómicas
com intenção crítica e para
fazer rir.
Sotties: farsas breves, em que
se criticavam tipos e
Representações Carnaval
instituições sociais através de
de Igrejas
“parvos” simbólicos.
carácter satírico
Sermões burlescos:
monólogos sarcásticos em que
um jogral ou um ator se
Festas religiosas
apresentava com vestes
sacerdotais no púlpito das
Igrejas.
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Origens do teatro:
O teatro na antiguidade e o teatro medieval
1 de 2
1.3 Na Antiga Grécia, a mais antiga manifestação teatral conhecida é a homenagem à deusa
Afrodite (deusa do amor e da beleza).
1.9 As representações de carácter satírico eram representadas nos palácios, castelos e corte.
1.10 Há muitos documentos que provam a existência, em Portugal, ao longo da Idade Média, de
representações de carácter religioso (mistérios, milagres e moralidades).
2 de 2
Origens do teatro:
O teatro na antiguidade e o teatro medieval
1 de 2
1.3 Na Antiga Grécia, a mais antiga manifestação teatral conhecida é a homenagem à deusa
Afrodite (deusa do amor e da beleza). F
1.9 As representações de carácter satírico eram representadas nos palácios, castelos e corte. F
1.10 Há muitos documentos que provam a existência, em Portugal, ao longo da Idade Média, de
representações de carácter religioso (mistérios, milagres e moralidades). F
1.1 O teatro, no seu início, realizava-se através de rituais diversos, manifestava-se sobretudo pela dança e
pelo canto.
1.3 Na Antiga Grécia, a mais antiga manifestação teatral conhecida é a homenagem ao deus Dioniso.
1.4 Plauto e Terêncio são autores romanos de comédias. Séneca é o autor romano de tragédias.
1.7 As personagens eram alegóricas, ou seja, simbólicas, representavam uma ideia ou algo abstrato.
1.9 As representações de carácter satírico eram representadas nas Igrejas. OU As representações de
carácter profano eram representadas nos palácios, castelos, corte e ruas.
1.10 Faltam documentos que provam a existência, em Portugal, ao longo da Idade Média, de representações
de carácter religioso (mistérios, milagres e moralidades).
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Pouco se sabe de muito seguro sobre Gil Vicente, a não ser aquilo que
alguns (raros) documentos atestam e o que é possível inferir do conjunto da sua
vasta obra. A quase inexistência de informações sobre o grande dramaturgo
português tem levantado polémicas sobre a sua biografia.
Não se sabe onde nasceu Gil Vicente: em Guimarães? Na Beira Alta? Em
Lisboa?
Não se sabe quando nasceu nem quando morreu. Supõe-se que terá nascido
entre o ano de 1465 e o ano de 1470 e que terá falecido, em Lisboa, em 1536 /
1537, com aproximadamente 70 anos.
Não se sabe qual o seu ofício. Já o supuseram alfaiate. Outros o julgam, e com
maior força de argumentos, mas sem certeza absoluta, o mesmo Gil Vicente, ourives da
rainha D. Leonor, mais tarde “mestre da balança”, autor da mais famosa e admirada peça
da ourivesaria portuguesa, a Custódia de Belém.
Um dos poucos dados seguros é de que, foi casado duas vezes e que teve vários
filhos, deles se destacando Paula e Luís Vicente, os quais foram os responsáveis pela
Copilaçam de Todalas Obras de Gil Vicente, publicada em 1562, edição devidamente
autorizada e expurgada (corrigida, aperfeiçoada) pela Inquisição, estabelecida entre nós
em 1536.
Sabe-se, igualmente, que em 1502, data a fixar, escreveu e representou o
Monólogo da Visitação ou do Vaqueiro, sua primeira peça conhecida e, simultaneamente, a primeira peça
de teatro português existente. Tratava-se de um curto monólogo, posto na boca de um vaqueiro que, com
outros, vinha saudar o recém-nascido príncipe, futuro D. João III. O facto de o ter representado na câmara,
isto é, nos aposentos da rainha, deixa adivinhar a sua já familiaridade com o Paço e a família real, o que é
um argumento de peso para a sua identificação como o já referido ourives Gil Vicente.
Entre 1502 e 1536 Gil Vicente fez representar cerca de meia centena de peças da sua autoria,
sempre ao serviço da família real, de cuja proteção sempre gozou – e de quem foi funcionário, encarregado
de organizar as festas da Corte. Tudo leva a crer que, à semelhança de tantos outros autores de teatro
(Molière, Shakespeare), ele tenha sido simultaneamente autor, encenador e ator das suas peças.
Assinala-se, até 1521, uma preferência por obras de devoção, datando desta época, algumas das
suas principais moralidades, como o Auto da Fé (1510), o Auto da Barca do Inferno (1517), o Auto da Alma
(1518), o Auto da Barca do Purgatório (1518) ou o Auto da Barca da Glória (1519). Desse momento datam
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ainda algumas das suas farsas, como Quem tem Farelos (1515) ou o Auto da Índia (1509), em que usa o
humor para castigar vícios e costumes.
Terá tido, no final da sua vida, alguns problemas com a Inquisição, o que explicaria, segundo José
Hermano Saraiva, que não haja peças suas posteriores a 1536. Continuam desconhecidas, por esse motivo,
três peças da sua autoria, interditadas pelo Santo Ofício – o Auto de Jubileu de Amores, o Auto da
Aderência do Paço e o Auto da Vida do Paço.
É de destacar, como já foi referido anteriormente, a proteção real de que Gil Vicente sempre gozou
e a enorme produção dramática que constitui a sua obra – o que o tornou, não só o criador do teatro
português, como o seu maior cultor, pela quantidade e pela qualidade.
Célia Vieira e Isabel Rio Novo, Literatura Portuguesa no Mundo – Dicionário Ilustrado, Porto, Porto Editora, 2005 (adaptado)
Amélia Pinto Pais, Auto da Barca do Inferno – Colecção Ser em Português, Areal Editores, 2000 (adaptado)
A Obra
Gil Vicente considerava três modalidades para o seu teatro: comédias, farsas e moralidades.
António José Saraiva, após ter proposto na sua obra Gil Vicente e o Fim do Teatro Medieval (Lisboa,
1942) nove categorias para as peças vicentinas, acabou por agrupá-las, no Prefácio a Teatro de Gil Vicente
(Lisboa, 4ª edição, 1968) em duas grandes modalidades:
Autos de inspiração ou motivação religiosa, em que se incluem, sobretudo, os autos pastoris e
as moralidades;
Autos de inspiração ou motivação profana, em que se incluem farsas e comédias romanescas e
alegóricas.
Ainda que também esta classificação seja insuficiente para dar conta da enorme variedade e riqueza
do teatro vicentino, esta poderá servir-nos para a classificação das peças como de inspiração religiosa ou
profana consoante a predominância dos dois elementos – religioso ou profano.
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1. Tendo em conta as informações que acabas de ler sobre a vida e obra de Gil Vicente, regista
sucintamente, no espaço relativo a cada ano, o que de mais importante há a realçar.
1465
1509
1517
1537
1562
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
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A época e o autor
Gil Vicente é um autor que se insere na época histórica e literária do final da Idade Média, longo
período histórico de dez séculos (século V – século XV). É uma época de lenta perda de muitas
características. O século XVI seria o século do desenvolvimento do Renascimento e do Classicismo, com o
pensamento aberto e tolerante dos Humanistas.
5 de 7
6 de 7
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1. Tendo em conta as informações que acabas de ler sobre a vida e obra de Gil Vicente, regista
sucintamente, no espaço relativo a cada ano, o que de mais importante há a realçar. (página 3)
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27 de outubro de 2011
1 de 1
Objectivos:
Desenvolver a capacidade de reflexão, espírito crítico e raciocínio, recorrendo ao comentário de
uma frase.
Consolidar, através de uma breve revisão, parte dos conteúdos abordados na última aula,
relacionados com as manifestações teatrais na antiguidade e pré-vicentinas.
Conhecer Gil Vicente e o contexto sociocultural: a Idade Média e o Renascimento.
Refletir sobre expressões, nomeadamente “ridendo castigat mores”.
Motivar para o estudo do Auto da Barca do Inferno.
Analisar e comentar a cena inicial “Arrais do Inferno”.
Explorar o mundo artístico, expressões, provérbios relacionados com o Diabo.
Competências:
Compreensão e expressão oral.
Compreensão e expressão escrita.
Conteúdos:
Reflexão sobre uma frase relacionada com o teatro.
Recapitulação das manifestações teatrais na antiguidade e manifestações teatrais pré-vicentinas.
Gil Vicente e o contexto sociocultural: a Idade Média e o Renascimento.
Início do estudo da obra Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente.
Leitura e comentário do excerto “Arrais do Inferno”.
O Diabo e as suas diversas manifestações.
Material:
Fichas fotocopiadas. Caderno diário.
Imagem. Esferográfica.
Computador. Lápis.
PowerPoint. Quadro.
Vídeoprojetor. Marcador
1 de 3
Registo de sumário:
Continuação do sumário da aula anterior: Vida e obra de Gil Vicente.
Gil Vicente e o contexto sociocultural: a Idade Média e o Renascimento.
O Auto da Barca do Inferno e as suas características.
Leitura e comentário do excerto “Arrais do Inferno”.
O Diabo e as suas diversas manifestações.
Motivação inicial:
Reflexão sobre uma frase (apresentada na aula anterior) de Charlie Chaplin relacionada com o teatro.
Brainstorming sobre os conteúdos abordados na aula do dia 13 de outubro.
Desenvolvimento da aula:
A professora iniciará a aula saudando os discentes. De seguida, será escrito o sumário da
lição e, enquanto os alunos retiram o material necessário para a aula, proceder-se-á à chamada
para que a professora averigúe e tome nota de quem está presente. 5 min.
Depois, a professora perguntará aos alunos se se recordam da frase projetada no final da aula
anterior, frase esta relacionada com “o teatro da vida”. Proceder-se-á a uma breve reflexão
sobre a frase sensibilizando-se os alunos para a importância do teatro e as suas diferentes
manifestações. Este exercício constituirá a motivação inicial e pretende despertar o espírito
crítico e reflexivo dos discentes para a matéria em estudo (Anexo I – diapositivo 2). 5 min.
Seguidamente, a professora fará uma breve reflexão sobre o Auto da Barca do Inferno e as
suas principais marcas, recorrendo a uma ficha informativa (Anexo II) e a uma apresentação em
Power Point (Anexo I – diapositivos 8 a 12). Nessa ficha e da respetiva apresentação explorar-se-á
a classificação do Auto da Barca do Inferno como uma moralidade, o assunto da peça, o seu 10 min.
2 de 3 20 min.
10 min.
DIREÇÃO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DO CENTRO
ESCOLA SECUNDÁRIA CAMPOS MELO 2011/2012
Após a contextualização do autor e da sua obra em estudo, o Auto da Barca do Inferno, será
entregue aos alunos uma outra ficha (Anexo III) onde está presente uma gravura do primeiro quartel
do século XVI e que detalha o Inferno, a cena inicial do “Arrais do Inferno” e umas questões que
visam verificar os conhecimentos dos alunos, após leitura e análise da cena preparatória. Em 10 min.
primeiro lugar proceder-se-á à “leitura da gravura” apresentada na ficha e projetada (Anexo I –
diapositivo 13). De seguida, os alunos lerão a cena inicial, a qual será analisada e comentada.
Posteriormente, os alunos responderão a sete questões que visam aferir os seus conhecimentos
sobre a cena inicial e consolidar os mesmos. 20 min.
Antes de terminar a aula, e indo ao encontro do exercício número 7 da ficha de verificação de
conhecimentos, serão exploradas manifestações artísticas, expressões, provérbios associados ao
10 min.
Diabo e que recorrem à sua imagem e características.
Chegados ao final da aula, a professora pedirá aos alunos que façam um pequeno resumo oral
daquilo que foi dito.
5 min.
Para finalizar, a professora avisa que a próxima aula (dia 3 de novembro) será lecionada por ela
e que se introduzirá o estudo da cena do Fidalgo.
Deste modo, a professora dará a aula por concluída, pedindo aos alunos que arrumem o
material e saiam ordeiramente, deixando a sala organizada.
Síntese da lição:
Os alunos, desenvolvendo o seu espírito crítico, refletirão sobre uma frase relacionada com o teatro.
Recapitularão os seus conhecimentos sobre as manifestações teatrais na antiguidade e
manifestações teatrais pré-vicentinas.
Consolidarão o estudo sobre Gil Vicente e o seu contexto sociocultural: a Idade Média e o
Renascimento.
Iniciarão do estudo da obra Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente.
Procederão à leitura, análise e comentário do excerto “Arrais do Inferno”.
Explorarão o mundo artístico, expressões, provérbios relacionados com o Diabo.
3 de 3
Gil Vicente
Professora: Celeste Nunes
Professora Estagiária: Ana Filipa Valente
Ano Lectivo 2011/2012
Vida e Obra
Quem era Gil Vicente?
quando morreu.
Gil Vicente
Auto da Barca do Inferno
Figurantes.
Cómico de situação.
Cómico de carácter ou de
personagem.
Auto da Barca do Inferno
A linguagem
Nível cuidado.
Calão.
Vocábulos técnicos.
Discurso lírico.
Auto da Barca do Inferno
Estrutura Interna
Não é constituído por uma ação, mas
por um conjunto de mini-ações
paralelas.
Estrutura Externa
Sem qualquer divisão externa (atos /
cenas)
Auto da Barca do Inferno
1 de 4
Assunto do livro
Gil Vicente toma como assunto a “viagem” das almas após a morte e o seu julgamento, pondo em
relevo as noções de bem e de mal, de prémio e de castigo.
O argumento
Mestre Gil tem em mente o julgamento particular dos homens logo após a morte e imagina-os de
partida para uma última viagem, cujos dois caminhos separarão para sempre os que bem viveram dos que
praticaram o mal.
No Auto da Barca do Inferno (1517), como nos dois que se lhe seguirão, o Auto da Barca do
Purgatório (1518) e o Auto da Barca da Glória (1519) assistimos a uma última viagem que se prepara.
As suas personagens são quase todas caminhantes, às quais o texto vai dando passagem. Num tempo
limite, entre o tempo da vida na terra e o tempo da vida eterna, as personagens transitam de um espaço
comum, em que se sentiam enraizadas, para um espaço futuro que sabem repartido e desigualmente
acolhedor. Em cena, à sua espera, junto a um rio, estão duas barcas, comandada uma pelo arrais do Paraíso
e outra pelo do Inferno, ajudado por um companheiro.
O cenário
A encenação da peça é muito rudimentar. Como cenário temos um rio e duas barcas. A do Diabo é
belíssima e engalanada (talvez por isso os “passageiros” a procuram em primeiro lugar), e a do Anjo é
austera, simples, sem ornamentos.
O movimento nesta peça é rudimentar e repetitivo. Uma a uma as personagens desfilam e têm como
objetivo viajar, atravessar o rio e “embarcar” para outro mundo. Não sabendo o seu destino, as personagens
dirigem-se, em primeiro lugar ao Diabo; ao reconhecê-lo como tal, recusam-se a embarcar na “barca dos
danados”. Posteriormente dirigem-se ao Anjo que, bastante mais parco de palavras, as reenvia para a Barca
do Inferno.
As personagens
O teatro gil-vicentino é, essencialmente, um teatro de tipos. O tipo não é uma personagem
individual e bem caraterizada, mas uma figura coletiva que sintetiza as qualidades e os defeitos de uma
classe, de um estrato social a que pertence ou até de uma profissão. As personagens de Gil Vicente são,
portanto, personagens tipo ou planas, estáticas e lineares (representando só vícios ou virtudes do grupo
2 de 4
social a que pertencem). Para que o espetador pudesse identificar a personagem facilmente, esta
apresenta-se com elementos distintivos, que tanto podiam ser um objeto, um animal ou uma ou mais
pessoas. Assim, o Fidalgo vem seguido de um criado que lhe segura a cauda do manto e lhe transporta uma
cadeira; o Onzeneiro traz pendente da cinta uma enorme bolsa, que ocupa quase todo o navio; o Sapateiro
aparece-nos carregado de formas; o Frade surge-nos com uma moça pela mão, cantarolando e bailando,
envergando, sob o hábito, a armadura de esgrimista; a Alcoviteira vem seguida de um grupo de moças que
explorou, entregando-as à prostituição; o Judeu sobrevém com um bode Às costas, animal ligado aos
sacrifícios da religião judaica; o Corregedor, apoiado a uma vara, transporta uma resma de processos; o
Procurador não abandona os seus livros jurídicos e o Enforcado surge com um baraço ao pescoço. Os
Cavaleiros da Ordem de Cristo trazem o hábito que distintamente os identifica.
Na Barca do Inferno temos alguns figurantes que funcionam como elementos distintivos e
caraterizadores, por exemplo, o pajem que segura a cauda do manto do Fidalgo.
A linguagem também funciona como elemento distintivo e caraterizador de certos tipos.
Mário Fiúza, Auto da Barca do Inferno, Porto Editora (extrato adaptado)
Os processos de cómico
O cómico é um dos meios utilizados por Gil Vicente na sua obra para criticar os comportamentos e
mentalidades das diferentes classes sociais da época.
Normalmente classificam-se os efeitos cómicos destinados a provocar riso em três grupos: cómico
da linguagem, cómico da situação e cómico de carácter.
Cómico da linguagem: encontra-se relacionado com o vocabulário e com o próprio discurso,
consistindo, por exemplo, na utilização de jogos de palavras, latim macarrónico, calão, pragas,
ironia.
Cómico de situação: resulta das circunstâncias criadas pela própria situação em que a personagem
se encontra.
Cómico de carácter ou de personagem: deriva da maneira de ser e de se apresentar da
personagem.
Ao longo do Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente revela-se um bom produtor de efeitos cómicos. As
suas personagens são notoriamente desajustadas:
em relação à linguagem (cómico de linguagem), sendo o caso mais típico o do Parvo que, com a
sua linguagem solta, desregrada, feita de calão, insultos e obscenidades, provoca o riso.
em relação à situação (cómico de situação), encontrando-se as personagens sujeitas a um
julgamento definitivo e atuando como se ainda estivessem vivas.
em relação a si próprias (cómico de carácter), ao não se aperceberem que já não são, após a
morte, aquilo que eram. Por exemplo o Fidalgo não se apercebe de que nada lhe servem os
adereços que apresenta, a não ser para o incriminar, para o identificar como membro de uma
classe privilegiada.
3 de 4
Recorrendo a estes três tipos de cómico conseguiu, Gil Vicente, tornar algo, que pela sua seriedade,
se poderia tornar monótono, em algo que agrada e se aplaude.
Já diziam os latinos, “ridendo castigat mores”, ou seja, é pelo riso que se castigam os costumes. E é
esta justamente a função do cómico e da comédia: ridicularizando pessoas, situações, costumes, levar a um
aperfeiçoamento moral da sociedade. Pretende-se, não apenas distrair, mas ensinar, educar. Eça de
Queirós, escritor português do século XIX, afirmou que "o riso é a mais útil forma da crítica, porque é
a mais acessível à multidão. O riso dirige-se não ao letrado e ao filósofo, mas à massa, ao
imenso público anónimo”.
A linguagem
O Auto da Barca do Inferno é escrito em português, mas ainda no português medieval do tempo de
Gil Vicente. Ao ler a peça encontramos, por isso, algumas dificuldades, dada a presença de muitos
arcaísmos, ou seja, de palavras que representam um estádio anterior da nossa língua, que caíram em desuso
ou adquiriram formas diferentes no português dos nossos dias.
A nível da linguagem, Gil Vicente oferece-nos nesta peça inúmeros registos adequados às
personagens em cena. Estes registos de língua ajudam a identificar e caraterizar as personagens e vão desde
o nível cuidado da linguagem do Fidalgo, por exemplo, ao nível familiar ou popular do Sapateiro, da
Alcoviteira e ao calão do Parvo.
O Anjo usa sempre uma linguagem cuidada. Quanto ao Diabo, ele vai utilizando diversos registos, de
acordo com o seu interlocutor no momento. De notar, por último, a introdução de vocábulos técnicos (da
mareação, náutico, ou da lição de esgrima do Frade) e do discurso lírico.
O cómico é um dos meios utilizados por Gil Vicente na sua obra para criticar os comportamentos e
mentalidades das diferentes classes sociais da época.
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1 de 3
O Inferno (pormenor), Mestre anónimo, Lisboa, primeiro quartel do séc. XVI. Fonte: História de Portugal, vol. 3 (coord. José Mattoso)
Argumento
AUTO DA MORALIDADE composto per Gil Vicente per contemplação da sereníssima e muito católica
rainha dona Lianor, nossa senhora, e representado per seu mandado ao poderoso príncipe e mui alto rei dom
Manuel, primeiro de Portugal deste nome.
Começa a declaração do argumento da obra. Primeiramente, no presente auto, se fegura que, no
ponto que acabamos de espirar, chegamos supitamente a um rio, o qual per força havemos de passar em um
de dous bates que naquele porto estão, scilicet, um deles passa pêra o Paraíso, e o outro pêra o Inferno; os
quais bates tem cada um seu arrais na proa: o do Paraíso um Anjo, e o do Inferno um Arrais infernal e um
Companheiro.
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3. O Anjo parece mais reservado, visto que não fala sequer. Por que será?
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5. São várias as interjeições utilizadas pelo Diabo naquela atmosfera de grande excitação. Identifica-as.
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6. O Diabo usa com frequência frases de tipo imperativo, dirigindo-se ao Companheiro. Transcreve alguns
exemplos.
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6.1 Explica a razão por que o Diabo utiliza este tipo de frase, nesta situação inicial.
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7. Certamente já ouviste esta frase e muitas outras onde aparece a palavra “diabo”. Faz corresponder as
expressões de A a G com as definições numeradas de 1 a 10.
A) andar o diabo à solta. 1. ser muito feio ou muito mau, muito perverso.
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1. Logo nas primeiras falas, percebemos que o Diabo está muito entusiasmado. Sugere as razões para tal estado de espírito.
Possível resposta: Trata-se do dia de receber almas para o Inferno, o que é naturalmente motivo de festa para o Diabo.
3. O Anjo parece mais reservado, visto que não fala sequer. Por que será?
Possível resposta: O Anjo é um elemento de serenidade e moderação, que apenas deseja transportar para o céu os poucos que de
facto mereçam a vida eterna. Ao contrário do Diabo, que deseja (e festeja) uma grande quantidade de almas recebidas, o Anjo
espera tranquilamente pelos virtuosos (raros, porque na Terra há sobretudo pecadores).
5. São várias as interjeições utilizadas pelo Diabo naquela atmosfera de grande excitação. Identifica-as.
“Houlá!” / “Hu-u!” / “Sus!” / “Ô-ô!”
6. O Diabo usa com frequência frases de tipo imperativo, dirigindo-se ao Companheiro. Transcreve alguns exemplos.
“Vai” / “Atesa” / “Despeja” / “Abaxa” / “Faze” / “Alija” / “Põe”
6.1 Explica a razão por que o Diabo utiliza este tipo de frase, nesta situação inicial.
O Diabo usa a frase de tipo imperativo para dar ordens ao seu subordinado (o Companheiro), no sentido de preparar a embarcação
infernal para eficazmente receber e transportar as almas condenadas.
7. Certamente já ouviste esta frase e muitas outras onde aparece a palavra “diabo”. Faz corresponder as expressões de A a G com as
definições numeradas de 1 a 10.
A) andar o diabo à solta. 1. ser muito feio ou muito mau, muito perverso.
G) ser o diabo em pessoa. 7. uma pessoa, normalmente uma criança, muito irrequieta e amiga de travessuras.
Soluções: A – 3 / B – 5 / C – 4 / D – 6 / E – 2 / F – 7 / G - 1
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3 de novembro de 2011
1 de 1
Objectivos:
Consolidar, através de uma breve revisão, parte dos conteúdos abordados na última aula,
relacionados com as principais características do Auto da Barca do Inferno.
Explorar o mundo artístico, expressões, provérbios relacionados com o Diabo.
Analisar e comentar a cena inicial “Arrais do Inferno” e a cena do fidalgo.
Abordar os diferentes níveis da língua e recursos estilísticos presentes na cena do fidalgo.
Motivar para o estudo do Auto da Barca do Inferno.
Competências:
Compreensão e expressão oral.
Compreensão e expressão escrita.
Conteúdos:
Recapitulação dos conteúdos lecionados na aula anterior: assunto, argumento, cenário, personagens
e estrutura (interna e externa) do Auto da Barca do Inferno.
Revisão dos processos do cómico utilizados por Gil Vicente e dos níveis da língua (cuidado, familiar
ou popular e calão).
Conclusão da correção da ficha de leitura da cena preparatória.
O Diabo e as suas diversas manifestações.
Leitura, análise e comentário da cena do fidalgo: objetivo da cena, percurso cénico, símbolos,
caracterização da personagem do fidalgo, argumentos de defesa e acusação e sentença.
Análise dos níveis da língua e recursos estilísticos presentes na cena do fidalgo.
Realização de uma ficha de verificação de leitura da cena em estudo.
Material:
Fichas fotocopiadas. Caderno diário.
Imagem. Esferográfica.
Computador. Lápis.
PowerPoint. Quadro.
Vídeoprojetor. Marcador
1 de 3
Registo de sumário:
Motivação inicial:
Brainstorming sobre os conteúdos abordados na aula do dia 27 de outubro.
Reflexão sobre as manifestações artísticas, expressões, provérbios associados ao Diabo e que recorrem à
sua imagem e características.
Desenvolvimento da aula:
A professora iniciará a aula saudando os discentes. De seguida, será escrito o sumário da
lição e, enquanto os alunos retiram o material necessário para a aula, proceder-se-á à chamada
para que a professora averigúe e tome nota de quem está presente. 5 min.
Efetuar-se-á a uma breve recapitulação dos conteúdos lecionados na aula anterior, ou seja,
rever-se-á o assunto, o argumento, o cenário, as personagens e a estrutura (interna e externa) do
Auto da Barca do Inferno. Proceder-se-á igualmente à revisão dos processos do cómico utilizados
5 min.
por Gil Vicente e dos níveis de língua (cuidado, familiar ou popular e calão).
Após a breve revisão dos conteúdos já lecionados, terminar-se-á a correção da ficha de
verificação de conhecimentos da cena “Arrais do Inferno” e, recorrendo-se ao último exercício
presente na ficha, relacionado com o Diabo e as suas expressões, motivar-se-ão os alunos para
refletirem sobre as manifestações artísticas, expressões, provérbios associados ao Diabo e que
recorrem à sua imagem e características (Anexo I – diapositivo 4). 15 min.
De seguida, os alunos lerão a cena do fidalgo, a qual será analisada e comentada (Anexo II).
Nesta cena serão destacados alguns excertos, nos quais estão presentes figuras de estilo (como a
ironia e o eufemismo), argumentos de defesa e acusação, símbolos e características do fidalgo, 25 min.
enquanto representante de um grupo social, a nobreza.
Posteriormente, será entregue aos alunos uma ficha informativa sobre a cena do fidalgo
(Anexo III), sendo apresentadas também em PowerPoint (Anexo I – diapositivos 9 a 14) as
informações mais relevantes da cena em estudo: objetivo da cena, percurso cénico, símbolos, 10 min.
caracterização da personagem do fidalgo, argumentos de defesa e acusação e sentença.
Após a leitura, análise e comentário da cena do fidalgo, será entregue aos alunos uma ficha
de verificação de leitura (Anexo IV) contendo três exercícios. O primeiro exercício encontra-se
dividido em oito questões de escolha múltipla. O segundo exercício consta no preenchimento de
20 min.
palavras cruzadas relacionadas com a cena do fidalgo e o último exercício é constituído por uma
sopa de letras, tendo os alunos que encontrar seis palavras relacionadas com termos náuticos,
aos quais Gil Vicente recorre com frequência e que permitem conferir verosimilhança à cena.
2 de 3
Após a resolução da ficha, esta será corrigida e dissipar-se-ão possíveis dúvidas e questões
colocadas pelos alunos.
Chegados ao final da aula, a professora pedirá aos alunos que façam um pequeno resumo
oral daquilo que foi dito. 5 min.
Para finalizar, a professora avisa que a ida ao teatro para assistir à peça Auto da Barca do
Inferno realizar-se-á na próxima quarta-feira (dia 9 de novembro) e que a próxima aula (dia 17 5 min.
de novembro) será lecionada por ela, introduzindo-se a análise de mais duas cenas da obra em
estudo.
Deste modo, a professora dará a aula por concluída, pedindo aos alunos que arrumem o
material e saiam ordeiramente, deixando a sala organizada.
Síntese da lição:
Os alunos consolidarão, através de uma breve revisão, parte dos conteúdos abordados na última
aula, relacionados com as principais características do Auto da Barca do Inferno.
Explorarão o mundo artístico, expressões, provérbios relacionados com o Diabo.
Procederão à análise e comentário do excerto “Arrais do Inferno” e da cena do fidalgo.
Abordarão os diferentes níveis da língua e recursos estilísticos presentes na cena do fidalgo.
Realizarão uma ficha de verificação de leitura relacionada com a cena em estudo.
3 de 3
Gil Vicente
Professora: Celeste Nunes
Professora Estagiária: Ana Filipa Valente
Ano Lectivo 2011/2012
Gil Vicente
Arrais do Inferno
Argumento
Versos
AUTO DA MORALIDADE composto per Gil Vicente per contemplação da sereníssima e muito Imperativo:
católica rainha dona Lianor, nossa senhora, e representado per seu mandado ao poderoso príncipe e mui
alto rei dom Manuel, primeiro de Portugal deste nome. Começa a declaração do argumento da obra. modo verbal
Primeiramente, no presente auto, se fegura que, no ponto que acabamos de espirar, chegamos utilizado para
supitamente a um rio, o qual per força havemos de passar em um de dous bates que naquele porto estão,
scilicet, um deles passa pêra o Paraíso, e o outro pêra o Inferno; os quais bates tem cada um seu arrais na exprimir uma
proa: o do Paraíso um Anjo, e o do Inferno um Arrais infernal e um Companheiro.
ordem, um
conselho ou
um pedido.
Interjeição:
palavra ou
expressão que
manifesta
sentimentos,
reações súbitas
(alegria, dor,
admiração…).
Ironia
O Diabo
Cena do Fidalgo
Eufemismo:
Figura de estilo
através da qual
a realidade é
suavizada.
Ironia
Defesa
Acusação
Símbolos
Termos
náuticos
Cena do Fidalgo
Cena do Fidalgo
Cena do Fidalgo
Cena do Fidalgo
Percurso cénico
Cena do Fidalgo
Símbolos
CADEIRA:
símbolo da falsa
vivência da
religião.
MANTO: símbolo
do estatuto
social.
PAJEM: símbolo
da tirania da
exploração do
povo (tratado
como objeto).
Cena do Fidalgo
Caracterização
VAIDOSO
PRESUNÇOSO
ALTIVO
TIRANO
INFIEL
Cena do Fidalgo
Argumentos
DEFESA: ACUSAÇÃO:
CONDENADO A
EMBARCAR NO BATEL
INFERNAL
Cena do Fidalgo
Objetivo da Cena:
Criticar, através do cómico, a sociedade, a nobreza e a família.
A linguagem:
Níveis de língua: Figuras de Estilo:
Cuidada: Eufemismo:
vv. 98,99 “Vós irês mais v. 27 “Vai pera a ilha perdida”
espaçoso / com fumosa
senhoria.” Ironia:
v. 45 “Quem reze sempre por ti?”
Popular:
vv. 71,72 “Que Cant’a isto é já Repetição:
pior…/ Que jiricocins, salvanor!” v. 160 “Ora, entrai! Entrai! Entrai!”
Metáfora:
v. 107 “Oh!Que maré tão de prata”
Cena do Fidalgo
Exercícios
Cena do Fidalgo
Exercícios
Cena do Fidalgo
Exercícios
Cena do Fidalgo
Exercícios
Cena do Fidalgo
Exercícios
Cena do Fidalgo
Exercícios
Anexo II
1 de 3
2 de 3
3 de 3
Ficha informativa
1 de 3
Cena do Fidalgo
Objetivo: Criticar, através do cómico, a sociedade, a nobreza e a família.
Percurso cénico
Símbolos:
Caracterização do Fidalgo:
2 de 3
Argumentos:
Linguagem:
3 de 3
1 de 4
1. Após a leitura da cena do fidalgo do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, lê atentamente o
seguinte questionário e assinala com uma cruz apenas uma das alternativas enunciadas.
a) vaidosa.
b) com fumo.
c) porca.
d) cheirosa.
a) um touro.
b) um palhaço.
c) um cabrito.
d) uma senhora.
2 de 4
a) tirano.
b) bondoso.
d) altivo e afável.
a) colorida.
b) ornamentada.
c) feita.
d) pintada.
3 de 4
2. Uma vez lida a parte do Auto da Barca do Inferno relativa ao Fidalgo, preenche, de acordo com as
indicações, as palavras cruzadas.
Horizontal Vertical
1. Um dos símbolos cénicos do fidalgo. 1. Percurso cénico de Dom Anrique (iniciais).
6. Arrais do Inferno.
E N H O P C G A T E S I
B C Q U T A O I S J I A
Note-Se que Gil
I A D A L N L R M A R E Vicente conhece
bem os termos
P U R V E C U C R O G D
náuticos, o que
O T Ç C T O Z D R I Ç A confere
verosimilhança à
J F H A A R D S E Ç U R cena.
A E P O C A R A V E L A
U T G D I N A T U B E L
4 de 4
1 de 4
1. Após a leitura da cena do fidalgo do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, lê atentamente o
seguinte questionário e assinala com uma cruz apenas uma das alternativas enunciadas.
a) vaidosa.
b) com fumo.
c) porca.
d) cheirosa.
a) um touro.
b) um palhaço.
c) um cabrito.
d) uma senhora.
2 de 4
a) tirano.
b) bondoso.
d) altivo e afável.
a) colorida.
b) ornamentada.
c) feita.
d) pintada.
3 de 4
2. Uma vez lida a parte do Auto da Barca do Inferno relativa ao Fidalgo, preenche, de acordo com as
indicações, as palavras cruzadas.
Horizontal Vertical
1. Um dos símbolos cénicos do fidalgo. 1. Percurso cénico de Dom Anrique (iniciais).
(cadeira) (CDADE)
2. Figurante que o fidalgo traz com ele. 3. Símbolo cénico (vestuário).
(pajem) (manto)
5. O fidalgo é acusado de ser… 4. Grupo social de Dom Anrique.
(tirano) (nobreza)
6. Arrais do Inferno.
(Diabo)
7. Acusação de carácter psicológico
feita à personagem. (vaidade)
E N H O P C G A T E S I
B C Q U T A O I S J I A
Note-Se que Gil
I A D A L N L R M A R E Vicente conhece
bem os termos
P U R V E C U C R O G D
náuticos, o que
O T Ç C T O Z D R I Ç A confere
verosimilhança à
J F H A A R D S E Ç U R cena.
A E P O C A R A V E L A
U T G D I N A T U B E L
4 de 4
17 de novembro de 2011
Objectivos:
Consolidar, através de uma breve revisão, parte dos conteúdos abordados na última aula,
relacionados com a cena do Fidalgo.
Analisar e comentar a cena do Onzeneiro: percurso cénico, símbolos, argumentos de acusação e de
defesa, desfecho, intenção crítica da cena.
Analisar e comentar a cena de Joane, o Parvo: ausência de símbolos caracterizadores e sua
justificação, ausência de referências à vida passada do Parvo e sua justificação, defesa do Parvo por
parte do Anjo.
Comentar o recurso à linguagem ilógica e escatológica do Parvo.
Abordar os diferentes níveis da língua e recursos estilísticos presentes nas duas cenas em estudo.
Motivar para o estudo do Auto da Barca do Inferno.
Competências:
Compreensão e expressão oral.
Compreensão e expressão escrita.
Conteúdos:
Recapitulação dos conteúdos lecionados na aula anterior: visão geral da cena do Fidalgo.
Conclusão da correção da ficha de leitura da cena do Fidalgo.
Leitura, análise e comentário da cena do Onzeneiro: objetivo da cena, percurso cénico, símbolos,
caracterização da personagem do Onzeneiro, argumentos de defesa e acusação e sentença.
Análise dos níveis da língua e recursos estilísticos presentes na cena do Onzeneiro.
Realização de uma ficha de verificação de leitura da cena do Onzeneiro.
Leitura, análise e comentário da cena do Parvo: percurso cénico, ausência de símbolos
caracterizadores e sua justificação, ausência de referências à vida passada do Parvo e sua
justificação, defesa do Parvo por parte do Anjo.
Análise dos níveis da língua (linguagem ilógica e escatológica) e recursos estilísticos presentes na
cena do Parvo.
Realização de uma ficha de verificação de leitura da cena do Parvo.
1 de 3
Material:
Fichas fotocopiadas. Caderno diário.
Imagem. Esferográfica.
Computador. Lápis.
PowerPoint. Quadro.
Vídeoprojetor. Marcador
Registo de sumário:
Motivação inicial:
Brainstorming sobre os conteúdos abordados na aula do dia 3 de novembro.
Breve comentário e reflexão com os alunos sobre a peça de teatro Auto da Barca do Inferno que
assistiram no dia 9 de novembro.
Desenvolvimento da aula:
A professora iniciará a aula saudando os discentes. De seguida, será escrito o sumário da
lição e, enquanto os alunos retiram o material necessário para a aula, proceder-se-á à chamada
para que a professora averigúe e tome nota de quem está presente.
5 min.
Efetuar-se-á a uma breve recapitulação dos conteúdos lecionados na aula anterior, ou seja,
rever-se-á a cena do Fidalgo. Recapitular-se-ão as figuras de estilo presentes na cena do Fidalgo
(como a ironia e o eufemismo), argumentos de defesa e acusação, símbolos, características desta 5 min.
personagem e desfecho da cena.
Após a breve revisão dos conteúdos já lecionados, terminar-se-á a correção do último 5 min.
exercício da ficha de verificação de conhecimentos da cena do Fidalgo (Anexo I – diapositivo 3).
De seguida, os alunos lerão a cena do Onzeneiro, a qual será analisada e comentada (Anexo
II). Nesta cena serão destacados elementos como o percurso cénico, símbolos, argumentos de
acusação e de defesa, desfecho e intenção crítica da cena.
Ao mesmo tempo que se procede à análise e comentário da cena do Onzeneiro, serão 20 min.
projetados alguns diapositivos em Power Point, contendo as ideias principais da cena em estudo.
(Anexo I – diapositivos 4 a 11)
Após a leitura, análise e comentário da cena do Onzeneiro, será entregue aos alunos uma
15 min.
ficha de verificação de leitura (Anexo III) contendo quatro exercícios. O primeiro exercício
encontra-se dividido em cinco questões de escolha múltipla. O segundo e o terceiro exercícios
visam que os alunos, através de uma resposta curta, demonstrem os seus conhecimentos sobre a
2 de 3
Síntese da lição:
Os alunos consolidarão, através de uma breve revisão, parte dos conteúdos abordados na última
aula, relacionados com a cena do Fidalgo
Procederão à análise e comentário da cena do Onzeneiro e da cena de Joane, o Parvo.
Abordarão os diferentes níveis da língua e recursos estilísticos presentes na cena do Onzeneiro e na
cena do Parvo.
Realizarão duas fichas de verificação de leitura relacionadas com as cenas em estudo.
3 de 3
Gil Vicente
Professora: Celeste Nunes
Professora Estagiária: Ana Filipa Valente
Ano Lectivo 2011/2012
Gil Vicente
Cena do Fidalgo
Exercícios
Cena do Onzeneiro
Eufemismo:
Figura de estilo
através da qual
a realidade é
suavizada.
Ironia
Defesa
Acusação
Símbolos
Cena do Onzeneiro
Cena do Onzeneiro
Percurso cénico
Cena do Onzeneiro
Símbolos
BOLSÃO: símbolo
do roubo, da
ambição e da
cobiça.
Cena do Onzeneiro
Caracterização
COBIÇOSO
AVARENTO
AMBICIOSO
Cena do Onzeneiro
Argumentos
DEFESA: ACUSAÇÃO:
CONDENADO A
EMBARCAR NO BATEL
INFERNAL
Cena do Onzeneiro
Objetivo da Cena:
Criticar, através do cómico, a sociedade, a burguesia , a cobiça.
Figuras de estilo:
Cena do Onzeneiro
Exercícios
Cena do Onzeneiro
Exercícios
Cena do Onzeneiro
Exercícios
Cena do Onzeneiro
Exercícios
Cena do Parvo
Cena do Parvo
Cena do Parvo
Uso da Língua
O Parvo usa imensas interjeições. O seu uso é uma marca do texto dramático, que
tem a ver com o uso corrente da função emotiva ou expressiva da linguagem.
As interjeições são palavras invariáveis que exprimem uma reação emocional.
O Parvo usa um nível de língua popular, que frequentemente desce até ao calão.
Cena do Parvo
Símbolos e Argumentos
DEFESA:
IRRESPONSÁVEL
LOUCO
“SIMPLES” DE ESPÍRITO
Cena do Parvo
Sentença
1 de 2
2 de 2
1 de 3
1. Após a leitura da cena do onzeneiro do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, lê atentamente o
seguinte questionário e assinala com uma cruz apenas uma das alternativas enunciadas.
1.1 Esta personagem apresenta em cena um elemento que a caracteriza simbolicamente. Este elemento é:
a) manto.
b) cadeira.
c) bolsão.
b) Igual ao do Fidalgo.
1.4 O Onzeneiro pensa que o Anjo não o deixa entrar, porque ele:
2 de 3
1.5 O figura de estilo presente no verso “Pera a infernal comarca” (v. 205) é:
a) ironia.
b) eufemismo.
c) repetição.
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
2.2 Como tenta o Onzeneiro defender-se das acusações que lhe são feitas?
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
3. Comenta o descontentamento do Diabo em relação ao Fidalgo, após ter ouvido o diálogo entre este e
o Onzeneiro (vv. 240 – 247).
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________
4. Descobre na sopa de letras os vocábulos (5) da cena do Onzeneiro que correspondem às definições
apresentadas.
E S H O P C G A T E S I
Colheita.
S A T U R N O I S J I A
Divindade responsável pela duração das
I F D A L N L R M O R E
D R R V E C U C R N G D vidas humanas.
I A Ç C T O Z D R Z Ç A Interjeição que significa “já disse!”.
X F H A A R D S E E U R
Juro de 11%.
A E P O C A R A V N L A
U T G B O R R E G A D A Insulto.
3 de 3
1 de 3
1. Após a leitura da cena do onzeneiro do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, lê atentamente o
seguinte questionário e assinala com uma cruz apenas uma das alternativas enunciadas.
1.1 Esta personagem apresenta em cena um elemento que a caracteriza simbolicamente. Este elemento é:
a) manto.
b) cadeira.
c) bolsão.
b) Igual ao do Fidalgo.
1.4 O Onzeneiro pensa que o Anjo não o deixa entrar, porque ele:
2 de 3
1.5 O figura de estilo presente no verso “Pera a infernal comarca” (v. 205) é:
a) ironia.
b) eufemismo.
c) repetição.
2.2 Como tenta o Onzeneiro defender-se das acusações que lhe são feitas?
Possível resposta: O Onzeneiro defende-se, alegando que morreu inesperadamente, que não teve
tempo para “apanhar” mais dinheiro. Esta personagem apresenta marcas de falsidade, jura ter o bolsão
vazio e quer regressar à terra para ir buscar mais dinheiro e comprar a sua entrada no Paraíso.
3. Comenta o descontentamento do Diabo em relação ao Fidalgo, após ter ouvido o diálogo entre este e
o Onzeneiro (vv. 240 – 247).
Possível resposta: O Diabo manifesta-se contra o desprezo com que o Fidalgo invoca o nome do “demo”
e, através de uma posição autoritária, faz ver ao Fidalgo que é ele quem manda.
4. Descobre na sopa de letras os vocábulos (5) da cena do Onzeneiro que correspondem às definições
apresentadas.
E S H O P C G A T E S I
Colheita.
S A T U R N O I S J I A
Divindade responsável pela duração das
I F D A L N L R M O R E
D R R V E C U C R N G D vidas humanas.
I A Ç C T O Z D R Z Ç A Interjeição que significa “já disse!”.
X F H A A R D S E E U R
Juro de 11%.
A E P O C A R A V N L A
U T G B O R R E G A D A Insulto.
3 de 3
1 de 2
2 de 2
1 de 3
1. Após a leitura da cena do Parvo do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, lê atentamente o
seguinte questionário e assinala com uma cruz apenas uma das alternativas enunciadas.
a) descreve-se detalhadamente.
c) não se identifica.
b) insultuosa e lisonjeira.
c) cuidada.
2 de 3
a) cómico de carácter.
b) cómico de linguagem.
c) cómico de situação.
2. Tendo em conta as características de Joane, o Parvo, resolve as palavras cruzadas com os adjetivos
correspondentes aos substantivos indicados.
3. O Parvo é apresentado como uma personagem especial. Caracteriza-o e diz em que consiste a sua
singularidade.
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__________________________________________________________________________________________________
3 de 3
1 de 3
1. Após a leitura da cena do Parvo do Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, lê atentamente o
seguinte questionário e assinala com uma cruz apenas uma das alternativas enunciadas.
a) descreve-se detalhadamente.
c) não se identifica.
b) insultuosa e lisonjeira.
c) cuidada.
2 de 3
a) cómico de carácter.
b) cómico de linguagem.
c) cómico de situação.
2. Tendo em conta as características de Joane, o Parvo, resolve as palavras cruzadas com os adjetivos
correspondentes aos substantivos indicados.
Soluções:
1. Divertido
2. Frontal
3. Humilde
4. Ingénuo
5. Irónico
6. Irresponsável
7. Puro
8. Simples
9. Sincero
10. Tolo
11. Troçador
3. O Parvo é apresentado como uma personagem especial. Caracteriza-o e diz em que consiste a sua
singularidade.
Possível resposta: O Parvo é caracterizado sobretudo pela sua pobreza de espírito. É tolo, divertido e
provoca o riso através da linguagem que utiliza. O seu discurso é desordenado e sem lógica e profere
à barca do Diabo e depois à do Anjo. O seu percurso cénico difere do das personagens do Fidalgo e
Onzeneiro, porque o Anjo apresenta argumentos de defesa do Parvo e permite que ele permaneça no
5. Exprime a tua opinião sobre a justiça (ou injustiça) da decisão do Anjo. (Resposta livre)
Pretende-se verificar a capacidade expositiva e argumentativa dos alunos.
3 de 3
Ficha informativa
1 de 4
Cena do Onzeneiro
Objetivo: Criticar, através do cómico, a sociedade, a burguesia , a cobiça.
Percurso cénico
Símbolos:
Caracterização do Onzeneiro:
2 de 4
Argumentos:
Cena do Parvo
Caracterização do Parvo: Irresponsável, louco, “simples” de espírito.
Símbolos e Argumentos:
Ao contrário das outras personagens, o Parvo não se faz acompanhar de qualquer
símbolo cénico, nem apresenta qualquer argumento de defesa.
Relativamente ao percurso cénico, há também uma diferença.
Argumentos de defesa:
Apresentados pelo Anjo
Sendo um pobre de espírito, os erros que cometeu não foram premeditados.
vv. 300 – 304
3 de 4
4 de 4
Textos de Teatro:
Frei Luís de Sousa
Almeida Garrett
1 de 4
2 de 4
Interjeições.
Advérbios.
Artigos.
Pronomes.
Determinantes.
Verbos.
Substantivos.
Adjetivos.
Atos de fala
Os atos ilocutórios:
Assertivos.
Diretivos.
Compromissivos.
Expressivos.
Declarativos.
Recursos Linguísticos
Gradação.
Metáfora.
Adjetivação.
Sinestesia.
3 de 4
Níveis de língua
Cuidado.
Coloquial e oralizante.
Referências bibliográficas
Alves, Filomena; Moura, Graça (2004): Página seguinte - Português, Lisboa, Texto Editora Lda.
AMARO, Alice (2011): O essencial para o secundário - Português, Edições ASA II, S. A.
AZEVEDO, Olga; Pinto, Isabel; Lopes, Carmo (2010): Da comunicação à expressão – Gramática prática de português / língua portuguesa 3.º ciclo do
ensino básico e ensino secundário, Lisboa, Lisboa Editora.
MAGALHÃES, Olga; COSTA, Fernanda; MAGALHÃES, Vera (2010): Português Ensino Profissional Nível 3, Porto, Porto Editora.
PIMENTA, Hilário; MOREIRA, Vasco (2003): Dimensões da palavra - Português, Carnaxide, Santillana, Constância.
PINTO, Elisa; BAPTISTA, Vera; FONSECA, Paula (2009): Plural 11.º Ensino Secundário, Lisboa, Lisboa Editora.
RAMOS, Auxília; BRAGA, Zaida (2011): Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett - Coleção Resumos, Porto, Porto Editora.
SILVA, Lília; MAGALHÃES, Olga (2009): Guia de Estudo - Português 11.ºAno, Porto, Porto Editora.
http://www.slideshare.net/joanazevedo/os-cinco-sentidos-novo, consultado a 7 de janeiro de 2012.
http://www.youtube.com, consultado a 7 de janeiro de 2012 (sonata de Beethoven).
http://www.youtube.com, consultado a 15 de janeiro de 2012 (“Demónios de Alcácer Quibir” – Sérgio Godinho).
http://www.infopedia.pt/$sebastianismo, consultado a 15 de janeiro de 2012
http://www.google.com, consulta de imagens.
4 de 4
12 de janeiro de 2012
1 de 1
Objetivos:
Conhecer Almeida Garrett e o contexto sociocultural.
Conhecer as características do romantismo (movimento estético-literário do início do século XIX).
Compreender as manifestações teatrais.
Consolidar o vocabulário relacionado com o teatro.
Reconhecer as características do espaço dramático.
Conhecer a estrutura do texto dramático.
Conhecer a estrutura interna e externa do texto dramático.
Sentir-se motivado para o estudo do Frei Luís de Sousa.
Competências:
Compreensão e expressão oral.
Compreensão e expressão escrita.
Conteúdos:
Compreender o sentido global do poema “Cinco sentidos”, procedendo-se a uma breve análise.
Almeida Garrett e o contexto sociocultural: aspetos importantes da vida de Garrett.
As características do romantismo.
As manifestações teatrais.
Oficina de escrita baseada em imagens do filme “Quem és tu?” de João Botelho.
Material:
Fichas fotocopiadas. Caderno diário.
Imagem. Esferográfica.
Computador. Lápis.
PowerPoint. Quadro.
Videoprojector. Marcador
1 de 4
Registo de sumário:
Introdução ao estudo de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett. Vida e obra do autor.
Contextualização histórica, política e social: O Romantismo.
O teatro e o texto dramático.
Motivação inicial:
Leitura e análise do poema “Cinco Sentidos”.
Música: Sonata de Beethoven.
Visualização de um PowerPoint.
Desenvolvimento da aula:
A professora iniciará a aula saudando os discentes. De seguida, será escrito o sumário da
lição, deixando antever a matéria que irá ser lecionada nos três momentos de aula que se
seguem. Enquanto os alunos retiram o material necessário para a aula, proceder-se-á à chamada 5 min.
para que a professora averigúe e tome nota de quem está presente.
Em primeiro lugar dar-se-á início à projeção de um PowerPoint (Anexo I – diapositivos 1 ao
7) no qual está presente a atividade motivadora. Depois será entregue aos alunos um poema
fotocopiado (Anexo II), que tem como título “ Os cinco sentidos” de Almeida Garrett, poeta que
introduziu o romantismo em Portugal. Será feita uma primeira leitura silenciosa, acompanhada
20 min.
pela audição de uma música, “A Patética” de Beethoven, seguida da leitura expressiva do
poema.
Posteriormente passar-se-á a uma breve análise do poema. Esta análise irá principiar pela
divisão em partes, realizada pelos alunos. Assim, podemos dividir o poema em dois momentos: o
primeiro contempla as cinco primeiras estrofes, que ilustram a beleza física da mulher amada,
falando dos cinco sentidos do ser humano. Esta visão é a do sujeito poético, que ao longo das
cinco estrofes se vai aproximando fisicamente da amada. No segundo momento, destacamos uma
síntese, que inclui todos os sentidos e que representa o delírio dos sentidos. Esta análise será
acompanhada da projeção do já mencionado PowerPoint (Anexo I – diapositivos 1 ao 7).
Entre outros aspetos, a docente irá chamar atenção para a construção adversativa ao longo
da primeira parte do poema, que transmite a superlativação da mulher amada em detrimento da
natureza. Simultaneamente evidenciar-se-á a aproximação progressiva do sujeito poético à
amada, salientada pelo uso da 2ª pessoa do singular e destinatário do discurso e, também, pelas
alterações de preposição existentes no último verso de cada estrofe. Para justificar a
aproximação física deste amor há ainda a notar a ordem das estrofes do poema, passando da
visão ao tato. Após a análise do poema, e em jeito de conclusão, será pedido aos alunos que
identifiquem um tema possível como, por exemplo, a dimensão física do amor, podendo eles
identificá-lo com outros termos.
2 de 4
Deste modo, os alunos terão um primeiro contacto com a obra do autor que irão estudar nas
aulas seguintes, permitindo-lhes a identificação de algumas características da sua obra.
Depois passaremos a uma breve exposição oral, acompanhada de uma apresentação em 10 min.
PowerPoint (Anexo I – diapositivos 8 ao 12) sobre “Almeida Garrett: o homem e o seu tempo”,
destacando-se alguns aspetos da sua vida e obra. Será entregue aos alunos uma ficha informativa
(Anexo III), onde mais detalhadamente poderão explorar os dados biográficos de Almeida
Garrett. Ao mesmo tempo ser-lhes-á entregue uma ficha de verificação de leitura (Anexo IV)
relacionada com os aspetos abordados até ao momento.
10 min.
A ficha de verificação de leitura consta na resolução de um exercício sobre a vida e obra de
Almeida Garrett, através do preenchimento de um crucigrama. A correção será feita no quadro
onde estará projetado o crucigrama (Anexo I – diapositivo 13). No exercício está presente uma
palavra (“Romantismo”), a qual os alunos devem desvendar. Este servirá de ligação à exposição
da temática que se segue, o romantismo.
Seguindo novamente a apresentação em PowerPoint (Anexo I – diapositivo 14) serão 10 min.
apresentadas sucintamente as principais características do romantismo. Após esta breve análise
entregar-se-á aos alunos uma ficha informativa (Anexo V) mais detalhada sobre o romantismo e
10 min.
uma outra ficha de verificação de conhecimentos (Anexo VI). Os exercícios nesta presentes são
dois e constam na identificação das afirmações que são verdadeiras ou falsas e na correção de
um texto com erros sobre o romantismo.
15 min.
Posteriormente seguir-se-á uma breve exploração do teatro e das suas manifestações, sendo
identificadas algumas das suas características (Anexo I – diapositivos 15 ao 19). Entre outros
dados, será feita uma distinção entre o teatro e o texto dramático. Sobre este tema será,
igualmente, distribuída uma ficha informativa (Anexo VII).
Após a introdução à temática do teatro, apelando sempre a comentários e participação dos
alunos, dar-se-á início ao estudo de algumas das características da obra que irá ser estudada no
módulo n.º 7, Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett. Os alunos lerão algumas informações
10 min.
presentes na ficha informativa sobre a obra (Anexo VIII) enquanto se mantem projetado o
diapositivo 20 (Anexo I), que se centra na classificação da peça Frei Luís de Sousa como drama
ou tragédia.
O terceiro tempo da aula, visando ter um conteúdo mais prático, será dedicado ao
desenvolvimento de uma oficina de escrita. Será entregue aos alunos, uma ficha (Anexo IX) onde
constam algumas imagens do filme “Quem és tu?”, de João Botelho, baseado no Frei Luís de
35 min.
Sousa. Através da leitura de imagens (Anexo I – diapositivo 21) e do recurso à imaginação e
criatividade individuais, os alunos terão que escrever um texto, dando um título ao mesmo.
A professora estará sempre atenta ao trabalho que os alunos estarão a desenvolver, 10 min.
apoiando-os. Dependendo do tempo serão lidos os textos escritos pelos discentes.
Chegados ao final da aula, a professora pedirá aos alunos que façam um pequeno resumo
3 de 4
Síntese da lição:
Os alunos compreenderão o sentido global e analisarão o poema “Cinco sentidos”.
Incrementarão o saber relacionado com Almeida Garrett e o contexto sociocultural: aspetos
importantes da sua vida.
Compreenderão as características do romantismo.
Explorarão as manifestações teatrais.
Explorarão as manifestações teatrais.
Realizarão uma atividade de oficina de escrita baseada em imagens do filme “Quem és tu?” de João
Botelho.
4 de 4
Em honra ao padrinho.
Avó materna.
Avó paterna.
Almeida Garrett – O homem e o seu tempo
A infância e a juventude
1799 - 1854
. João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett nasceu na cidade do Porto a 4 de fevereiro
de 1799.
. Em 1808 a família de Garrett refugia-se em Angra do Heroísmo (Açores).
. Aos 17 anos Almeida Garrett ingressou na Universidade de Coimbra.
Almeida Garrett – O homem e o seu tempo
Os exílios e a guerra
1823 - 1826
Exercícios
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
O romantismo
. Emissor (dramaturgo +
encenador + atores) . Emissor (dramaturgo)
Texto dramático
. O texto dramático destina-se fundamentalmente a ser representado
Falas das
Didascálias
personagens
Texto dramático
. O texto dramático tem por objetivo reproduzir um ou vários acontecimentos (ação) reais ou fictícios,
situados no tempo e no espaço, representados e / ou referenciados pelas personagens.
Comédia Tragédia
. Escrito em verso;
Texto dramático que,
baseando-se nos diferentes . Número reduzido de
personagens;
tipos de cómico (situação,
linguagem, personagem), . Personagens de estirpe social
elevada;
denuncia e critica aspetos da
sociedade. . Abordada a relação do
homem com o destino (sendo
aniquiladas por este) e as
forças divinas.
. Sentimentos de terror e
piedade que são suscitados as
espectadores, a fim de
purificar o seu
comportamento.
Modalidades teatrais – Frei Luís de Sousa
. Frei Luís de Sousa obedece à estrutura característica do texto dramático. Como tal, divide-
se em atos e cenas e é constituído por exposição, conflito e desenlace.
Drama Tragédia
Anexo II
____________________________________________________________________
Os cinco sentidos
Ficha informativa I
____________________________________________________________________
Foi no século XVIII, época de profunda transformação política e social, que nasceu
Almeida Garrett, uma das mais notáveis figuras da literatura portuguesa, representante do
romantismo em Portugal.
A infância e a juventude
Os exílios e a guerra
Poesia: Lírica de João Mínimo, 1829; Romanceiro (primeiro volume), 1843; Flores sem
Fruto, 1845; Folhas Caídas, 1853.
Narrativa: Viagens na minha Terra, 1843 (folhetins), 1846 (publicada na íntegra); Arco
de Sant’Ana (primeiro volume), 1845; Arco de Sant’Ana (segundo volume), 1850.
Teatro: Catão, 1821; Camões, 1825; D. Branca, 1826; Um Auto de Gil Vicente, 1838;
Dona Filipa de Vilhena, 1840; O Alfageme de Santarém, 1842; Frei Luís de Sousa, 1843
(representado), 1844 (publicado); A sobrinha do Marquês, 1848.
. Pinto, Elisa; Baptista, Vera; Fonseca, Paula (2009): Plural 11.º Ensino Secundário, Lisboa,
Lisboa Editora (adaptado)
. Ramos, Auxília; Braga, Zaida (2011): Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett - Coleção
Resumos, Porto, Porto Editora (adaptado)
____________________________________________________________________
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
____________________________________________________________________
1. T E A T R O
2. P O R T O
3. C A M Õ E S
4. L I B E R A L
5. A N G R A
6. D I R E I T O
7. E M B A I X A D A
8. A B S O L U T I S M O
9. A L E M Ã
10. A Ç O R E S
Ficha informativa II
____________________________________________________________________
Romantismo
. Amaro, Alice (2011): O essencial para o secundário - Português, Edições ASA II, S. A.
. Pinto, Elisa; Baptista, Vera; Fonseca, Paula (2009): Plural 11.º Ensino Secundário, Lisboa,
Lisboa Editora (adaptado)
. Ramos, Auxília; Braga, Zaida (2011): Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett - Coleção
Resumos, Porto, Porto Editora (adaptado)
____________________________________________________________________
1. Lê atentamente o seguinte questionário e assinala Verdadeiro (V) ou Falso (F). Corrige as
falsas.
1.1 O romantismo
c) procuram utilizar uma linguagem rebuscada para traduzir a intensidade dos seus
sentimentos.
b) a valorização da nobreza.
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________
1.1 O romantismo
F c) procuram utilizar uma linguagem rebuscada para traduzir a intensidade dos seus
sentimentos.
F b) a valorização da nobreza.
F – a valorização da burguesia.
____________________________________________________________________
O teatro surge na Grécia antiga em honra do deus Dionísio (deus do vinho e das festas
agrícolas). O nome “teatro” significa o local donde se viam as representações, embora qualquer
praça pública se prestasse ao mesmo efeito.
O surgimento do teatro no declinar da Idade Média teve duas origens: a do conhecimento
do teatro greco-romano e a resultante da evolução das formas religiosas medievais, cujas
representações religiosas evoluíram em termos dramáticos, dando origem ao chamado teatro
moderno, que em Portugal se inicia com Gil Vicente. O teatro passou os tempos com a sua arte e
energia.
Teatro / representação
Sabendo que o teatro grego clássico esteve na origem dos dois grandes tipos de texto
dramático que vigoraram desde o século XVI até ao século XIX – a tragédia e a comédia – convém
relembrar as características gerais de cada uma dessas modalidades.
Tragédia: texto dramático escrito em verso, com um número reduzido de
personagens, de estirpe social elevada, que aborda a relação do homem com o
destino (sendo aniquiladas por este) e as forças divinas. Aos espectadores são
suscitados sentimentos de terror e piedade, a fim de purificar o seu
comportamento.
Comédia: texto dramático que, baseando-se nos diferentes tipos de cómico
(situação, linguagem, personagem), denuncia e critica aspetos da sociedade.
Com o romantismo aparece um novo tipo de texto dramático: o drama romântico ou
melodrama, caracterizado por conter elementos trágicos e cómicos (característica relacionada
com a abolição de regras rígidas separadoras dos diferentes tipos de textos). Ao contrário do que
acontece com a tragédia, em que as ações das personagens são comandadas pelo destino, o
drama apresenta um conflito motivado pelos valores da sociedade que regem os indivíduos que
nela se inserem. Este género dramático é o resultado de uma sociedade em profunda mutação
social, política e cultural. Escrito em prosa, possui uma linguagem fluente e coloquial. Pelas suas
características, acessível a qualquer pessoa, corresponde ao teatro da burguesia, tratando
assuntos atuais ou históricos capazes de despertar o interesse desta classe em franca ascensão
social.
.Alves, Filomena; Moura, Graça (2004): Página seguinte - Português, Lisboa, Texto Editora
Lda.
. Pimenta, Hilário; Moreira, Vasco (2003): Dimensões da palavra - Português, Carnaxide,
Santillana, Constância
. Pinto, Elisa; Baptista, Vera; Fonseca, Paula (2009): Plural 11.º Ensino Secundário, Lisboa,
Lisboa Editora (adaptado)
. Ramos, Auxília; Braga, Zaida (2011): Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett - Coleção
Resumos, Porto, Porto Editora (adaptado)
i Girard, Gilles; Ouellet, Réal (1980): O universo do teatro, Coimbra, Livraria Almedina
Ficha informativa IV
____________________________________________________________________
Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett
Embora tenha sido publicado em 1844, Almeida Garrett escreveu Frei Luís de Sousa em
1843, ano em que foi pela primeira vez representado a 4 de julho, num teatro particular da
Quinta do Pinheiro, em Lisboa.
Frei Luís de Sousa obedece à estrutura característica do texto dramático. A ação vai-se
adensando ao longo dos três atos, aumentando o conflito progressivamente. O espaço, ao longo a
obra, vai-se fechando. A linguagem aproxima-se, muitas vezes, de um certo tom coloquial, é
dominada frequentemente pelos sentimentos, recorre-se a uma pontuação expressiva onde se
salienta a ocorrência das reticências e dos pontos de exclamação. O ritmo é marcado por frases
entrecortadas, às vezes inacabadas e por repetições anafóricas. Recorre-se a atos ilocutórios
expressivos.
A obra em estudo é marcada pela crença no sebastianismo (regresso mítico de D.
Sebastião, que poderá revigorar o orgulho nacional), em agouros e superstições e pelo
patriotismo e nacionalismo. O tema da morte (física ou simbólica) apresenta-se como a solução
para os problemas.
Estrutura externa
Frei Luís de Sousa é composto por três atos: o primeiro e o terceiro com doze e o
segundo com quinze cenas. Constata-se, portanto, que a peça possui uma organização tripartida
regular e harmoniosa.
Estrutura interna
Exposição – Ato I, Cenas I a IV
Apresentação (através das falas das personagens) dos antecedentes da ação (que
explicam as circunstâncias vividas), das personagens e das relações existentes
entre elas.
Conflito – Ato I, Cenas V a XII; Ato II; Ato III, Cenas I a IX
Desenrolar gradual dos acontecimentos, com momentos de tensão e expectativa
– desde o conhecimento de que os governadores espanhóis escolheram o palácio
de Manuel de Sousa Coutinho para se instalarem até ao reconhecimento do
Romeiro (clímax) – que despoletam uma série de peripécias.
Na “Memória ao conservatório Real”, Almeida Garrett afirma que Frei Luís de Sousa […]
é uma verdadeira tragédia – se as pode haver e como só imagino que as possa haver sobre
factos e pessoas comparativamente recentes. [...]
Demais, posto que eu não creia no verso como língua dramática possível para assuntos
tão modernos, também não sou tão desabusado contudo que me atreva a dar a uma composição
em prosa o título solene que as musas gregas deixaram consagrado à mais sublime e difícil de
todas as composições poéticas. [...]
O que escrevi em prosa, pudera escrevê-lo em verso [...]. Mas sempre havia de aparecer
mais artifício do que a índole especial do assunto podia sofrer. E di-lo-ei porque é verdade -
repugnava-me também pôr na boca de Frei Luís de Sousa outro ritmo que não fosse o da
elegante prosa portuguesa que ele, mais do que ninguém, deduziu com tanta harmonia e
suavidade.
Consciente dos desvios formais da sua obra relativamente ao género clássico, Garrett
conclui: Contento-me para a minha obra com o título modesto de drama; só peço que a não
julguem pelas leis que regem, ou devem reger, essa composição de forma e índole nova;
porque a minha, se na forma desmerece da categoria, pela índole há de ficar pertencendo
sempre ao antigo género trágico.
Como se depreende das palavras do próprio autor, Frei Luís de Sousa é um drama na
forma e uma tragédia na índole (essência, conteúdo).
[...]
Escuso dizer-vos, Senhores, que me não julguei obrigado a ser escravo da cronologia
nem a rejeitar por impróprio da cena tudo quanto a severa crítica moderna indigitou como
arriscado de se apurar para a história. Eu sacrifico às musas de Homero, não às de Heródoto: e
quem sabe, por fim, em qual dos dois altares arde o fogo de melhor verdade!
Em Frei Luís de Sousa há uma progressão dramática dos eventos, que propaga um
sofrimento cada vez mais intenso, até atingir o clímax; e cujo desfecho é a materialização
concreta dos receios mais íntimos de Madalena: o regresso de D. João de Portugal, cujas
consequências são a anulação do seu segundo casamento e a ilegitimidade de sua filha Maria, o
que inevitavelmente conduz ao extermínio da família.
. Amaro, Alice (2011): O essencial para o secundário - Português, Edições ASA II, S. A.
. Ramos, Auxília; Braga, Zaida (2011): Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett - Coleção
Resumos, Porto, Porto Editora (adaptado)
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1. Tendo em conta as imagens apresentadas e os conteúdos abordados na aula (Poema Cinco
Sentidos, Almeida Garrett, Romantismo, Teatro, Frei Luís de Sousa), escreve uma breve
história envolvendo as personagens presentes nas figuras. Escolhe a forma que preferires e
achares mais adequada (prosa, poesia). Sê criativo.
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17 de janeiro de 2012
1 de 1
Objetivos:
Conhecer o mito sebastianista.
Interpretar o comportamento de Telmo Pais e Maria de Noronha à luz da crença sebastianista.
Caracterizar personagens explorando a sua função.
Desenvolver a capacidade de compreensão e análise textual.
Emitir juízos de valor.
Competências:
Compreensão e expressão oral.
Compreensão e expressão escrita.
Conteúdos:
Compreensão o sentido global do mito sebastianista, procedendo-se a uma breve análise da letra da
música “Demónios de Alcácer Quibir” de Sérgio Godinho.
Exploração dos títulos atribuídos à composição realizada na Oficina de Escrita da aula anterior (12 de
janeiro).
Correspondência entre as personagens do filme “Quem és tu?” de João Botelho e as personagens da
obra Frei Luís de Sousa.
Realização de uma ficha de verificação de conhecimentos sobre as personagens.
Compreensão e análise textual (Ato I, Cenas I e II – excertos).
Realização de duas fichas de verificação de conhecimentos sobre as Cenas I e II do Ato I.
Material:
Fichas fotocopiadas. Caderno diário.
Imagem. Esferográfica.
Computador. Lápis.
PowerPoint. Quadro.
Videoprojector. Marcador
1 de 3
Registo de sumário:
O mito sebastianista.
Caracterização das personagens do Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett.
Leitura e análise das cenas I e II do ato I.
Motivação inicial:
Música: “Os Demónios de Alcácer Quibir”, de Sérgio Godinho.
Visualização de um PowerPoint.
Desenvolvimento da aula:
A professora iniciará a aula saudando os discentes. De seguida, será escrito o sumário da
lição, deixando antever a matéria que irá ser lecionada nos dois momentos de aula que se
seguem. Enquanto os alunos retiram o material necessário para a aula, proceder-se-á à chamada
para que a professora averigúe e tome nota de quem está presente.
Em primeiro lugar dar-se-á início à audição da música “Os Demónios de Alcácer Quibir”, de
Sérgio Godinho, que servirá para explorar brevemente a questão do mito sebastianista na
15 min.
sociedade portuguesa. Ao mesmo tempo que a música é ouvida, os alunos acompanharão a sua
letra na projeção de um PowerPoint (Anexo I – diapositivos 2 ao 5) e numa ficha fotocopiada
(Anexo II). Será distribuída uma ficha informativa com um resumo sobre o mito sebastianista,
cujos tópicos serão lidos e explorados na aula (Anexo III).
Posteriormente proceder-se-á a uma recolha dos títulos atribuídos pelos alunos à composição
que realizaram na oficina de escrita da aula anterior (12 de janeiro), os quais serão destacados
no quadro e servirão de identificação ou distanciamento à obra Frei Luís de Sousa. Após a leitura 15 min.
de algumas composições, será distribuída uma ficha informativa (Anexo IV) que identifica e
traça as características principais das personagens da obra em estudo. As imagens ilustrativas
das personagens que estão junto à respetiva caracterização, são as das personagens do filme 15 min.
“Quem é tu?”, de João Botelho e que serviram de inspiração para a atividade de oficina de
escrita previamente realizada. As imagens ilustrativas das personagens poderão ser
acompanhadas no PowerPoint (Anexo I – diapositivos 7 ao 9). Tendo em conta as informações
contidas na ficha informativa (Anexo V), será distribuída aos alunos uma ficha de verificação dos 10 min.
conhecimentos sobre as personagens que será corrigida oralmente.
Em seguida proceder-se-á à leitura e análise do Ato I, Cena I (Anexo VI), cujos
conhecimentos sobre a sua compreensão e alguns aspetos do funcionamento da língua, serão 15 min.
verificados através de uma ficha (Anexo VI).
Por último apresentar-se-á um resumo da Cena II, Ato I, que será lido pelos alunos, e será
feito um exercício (Anexo VII), que será corrigido no quadro, relacionado com a Cena II do 15 min.
primeiro Ato, tendo em conta apenas alguns excertos destacados.
2 de 3
Chegados ao final da aula, a professora pedirá aos alunos que façam um pequeno resumo
oral daquilo que foi dito, tentando aperceber-se do impacto que a obra Frei Luís de Sousa está
5 min.
a ter na turma em geral.
Para finalizar, a professora avisa que a próxima aula (dia 19 de janeiro) será lecionada por
ela e que se dará continuidade à leitura e análise do Frei Luís de Sousa.
Deste modo, a professora terminará a aula, pedindo aos alunos que arrumem o material e
saiam ordeiramente, deixando a sala organizada.
Síntese da lição:
Os alunos compreenderão o sentido global do mito sebastianista, procedendo-se a uma breve análise
da letra da música “Demónios de Alcácer Quibir” de Sérgio Godinho
Explorarão dos títulos atribuídos à composição realizada na Oficina de Escrita da aula anterior (12 de
janeiro).
Associarão e identificarão as personagens do filme “Quem és tu?” de João Botelho e as personagens
da obra Frei Luís de Sousa.
Realizarão de uma ficha de verificação de conhecimentos sobre as personagens.
Compreenderão e analisarão o Ato I, Cenas I e II – excertos).
Realizarão duas fichas de verificação de conhecimentos sobre as Cenas I e II do Ato I.
3 de 3
3
“Demónios de Alcácer Quibir” – Sérgio Godinho
5
6
Frei Luís de Sousa – As personagens
Madalena de Vilhena
7
Frei Luís de Sousa – As personagens
Maria de Noronha
Frei Jorge
8
Frei Luís de Sousa – As personagens
Telmo Pais
D. João de Portugal
(Romeiro)
9
Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett
10
Frei Luís de Sousa – Ato I, Cena II
Exercícios
11
Anexo II
____________________________________________________________________
Os demónios de Alcácer Quibir
Ficha informativa I
____________________________________________________________________
Sebastianismo
Morto D. Sebastião em Alcácer Quibir, e tendo sido Portugal anexado pela
Espanha em 1580, Portugal estava perante o período mais negro da sua História:
perdera toda a opulência e grandiosidade do início do século, com a batalha de Alcácer
Quibir perdeu o melhor da sua juventude e dos seus militares, ficou endividado com o
pagamento dos resgates e sofreu o domínio castelhano, que o vai oprimir. Nasce
então uma versão particular de messianismo: o Sebastianismo. Crê-se que toda esta
opressão, todo este sofrimento, toda esta miséria, toda esta crise será vencida com o
aparecimento de D. Sebastião (numa manhã de nevoeiro...), que libertará Portugal
dos castelhanos e da sua opressão e lhe restituirá a antiga grandeza. Defende-se que
D. Sebastião não morreu nem podia ter morrido. E aparecem então os falsos "D.
Sebastião", tendo sido presos uns e mortos outros. Este sonho é sustentado e
difundido por várias pessoas, nomeadamente por Fernando Pessoa, já no século XX na
sua obra Mensagem.
A permanência do mito
O Sebastianismo transforma-se num mito: quando há épocas de crise aparece
como uma esperança de melhores dias, de mais justiça e de maior grandeza.
O mito do “rei que há de voltar numa manhã de nevoeiro” é uma frase comum,
que é muitas vezes usada para fazer referência a um estado de espírito que consiste
em acreditar que aquilo que profundamente se deseja não deixará de acontecer, em
esperar que aconteça independentemente do nosso esforço para tal.
. Pinto, Elisa; Baptista, Vera; Fonseca, Paula (2009): Plural 11.º Ensino Secundário, Lisboa,
Lisboa Editora (adaptado)
. http://www.infopedia.pt/$sebastianismo
Ficha informativa II
As personagens
____________________________________________________________________
Madalena de Vilhena
Maria de Noronha
Frei Jorge
. Silva, Lília; Magalhães, Olga (2009): Guia de Estudo - Português 11.ºAno, Porto, Porto
Editora (adaptado)
As personagens
____________________________________________________________________
a. “[…] Viveu sempre a pressentir o pior e no momento em que o perigo está à vista, à
semelhança do doente de doença grave que facilmente se ilude, também ela não se apercebe
que era chegada a hora terrível. […]” ____________________
b. “[…] É como que o representante do coro da tragédia clássica, a comentar o que se passa e
a pronunciar o trágico desenlace. Outras vezes é a ama confidente. Com o regresso do velho
amo, revela-se a sua verdadeira personalidade. […]” ____________________
c. “[…] Com treze anos apenas, é […] adulta pela cultura, pelas suas preocupações perante as
injustiças sociais. […] Artisticamente, Garrett dá-lhe a debilidade física necessária ao
desfecho trágico. […]” ____________________
d. “[…] É uma personagem que, no momento crítico, perde o equilíbrio, a calma e as atitudes
calculadas dos dois primeiros atos e cede à violência dos sentimentos que o desorientam. O
clássico (razão) cede, pois, lugar ao romântico (sentimentos) […]” ____________________
e. “É figura mediadora. […] Enfrenta calmamente os factos sem se deixar dominar por eles.
[…]” ____________________
f. “[…] É mais um fantasma do que um ser humano. […] No Ato I e em quase todo o Ato II,
não é mais do que uma lembrança. Mas tão poderosa é ela que absorve os pensamentos [de
todas as outras personagens]. […]” ____________________
As personagens
____________________________________________________________________
a. “[…] Viveu sempre a pressentir o pior e no momento em que o perigo está à vista, à
semelhança do doente de doença grave que facilmente se ilude, também ela não se apercebe
que era chegada a hora terrível. […]” Madalena
b. “[…] É como que o representante do coro da tragédia clássica, a comentar o que se passa e
a pronunciar o trágico desenlace. Outras vezes é a ama confidente. Com o regresso do velho
amo, revela-se a sua verdadeira personalidade. […]” Telmo
c. “[…] Com treze anos apenas, é […] adulta pela cultura, pelas suas preocupações perante as
injustiças sociais. […] Artisticamente, Garrett dá-lhe a debilidade física necessária ao
desfecho trágico. […]” Maria
d. “[…] É uma personagem que, no momento crítico, perde o equilíbrio, a calma e as atitudes
calculadas dos dois primeiros atos e cede à violência dos sentimentos que o desorientam. O
clássico (razão) cede, pois, lugar ao romântico (sentimentos) […]” Manuel de Sousa
e. “É figura mediadora. […] Enfrenta calmamente os factos sem se deixar dominar por eles.
[…]” Frei Jorge
f. “[…] É mais um fantasma do que um ser humano. […] No Ato I e em quase todo o Ato II,
não é mais do que uma lembrança. Mas tão poderosa é ela que absorve os pensamentos [de
todas as outras personagens]. […]” D. João de Portugal / o Romeiro
Ato I – Cena I
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Drama
Representado, a primeira vez, em Lisboa, por uma sociedade particular, no Teatro da Quinta
do Pinheiro em 4 de julho de 1843
Pessoas
Manuel (Frei Luís) de Sousa
Dona Madalena de Vilhena
Dona Maria de Noronha
Frei Jorge Coutinho
Telmo Pais
O Prior de Benfica
O Irmão Converso
Miranda
O Arcebispo de Lisboa
Doroteia
1. Este monólogo de Dona Madalena de Vilhena pode ser dividido em duas partes.
1.1 Delimita-as e explicita o valor do conector que marca esta divisão.
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1.2 Procura, no texto, o grupo nominal a que se refere “o”; indica o referente de “ele”.
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Ato I – Cena I
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I - Compreensão leitora
1. Este monólogo de Dona Madalena de Vilhena pode ser dividido em duas partes.
1.1 Delimita-as e explicita o valor do conector que marca esta divisão.
Este monólogo de Dona Madalena é dividido pela conjunção adversativa “mas” (linha 17),
que marca o contraste entre o conteúdo da primeira parte e da segunda.
1.2 Procura, no texto, o grupo nominal a que se refere “o”; indica o referente de “ele”.
O pronome pessoal “o” refere-se a “estado em que vivo” (linha 18) e o pronome pessoal
“ele” refere-se a Manuel de Sousa Coutinho.
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Resumo
A Cena II – a mais longa da obra – é um momento de exposição em que, através das falas
de Telmo e Madalena, nos são dadas informações sobre o passado das personagens que vão
ajudar a compreender a situação em que se encontram no presente:
Telmo foi o “aio fiel” de D. João de Portugal;
Há 14 anos que Madalena vive com o segundo marido, de quem teve uma filha,
Maria de Noronha, nessa altura, com 13 anos.
Ainda nesta cena, Madalena pede ao “seu bom Telmo” que não alimente as fantasias de
sua filha no que concerne à crença no mito de D. Sebastião, não só porque o estado de saúde de
Maria é preocupante e frágil, mas também, e sobretudo, pelas implicações desastrosas que tal
visão – a ser verdade – teria na sua vida.
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19 de janeiro de 2012
1 de 1
Objetivos:
Desenvolver a capacidade de compreensão e análise textual.
Emitir juízos de valor.
Distinguir os diferentes atos ilocutórios.
Motivar para o estudo de Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett
Competências:
Compreensão e expressão oral.
Compreensão e expressão escrita.
Conteúdos:
Identificação de traços característicos de algumas personagens da obra, procedendo-se a uma breve
análise da letra da música “Encosta-te a mim” de Jorge Palma.
Compreensão e análise textual (Ato I, Cenas III, IV, V, VI e VII).
Revisão dos atos ilocutórios e exploração da sua presença em Frei Luís de Sousa.
Realização de uma ficha de verificação de conhecimentos sobre os atos ilocutórios.
Material:
Fichas fotocopiadas. Caderno diário.
Imagem. Esferográfica.
Computador. Lápis.
PowerPoint. Quadro.
Videoprojector. Marcador
Registo de sumário:
Continuação do sumário da aula anterior.
Leitura e análise das cenas III, IV, V, VI e VII do ato I.
Revisão dos atos ilocutórios: exercícios de consolidação.
1 de 3
Motivação inicial:
Música: “Encosta-te a mim”, de Jorge Palma.
Visualização de um PowerPoint.
Desenvolvimento da aula:
A professora iniciará a aula saudando os discentes. De seguida, será escrito o sumário da
lição, deixando antever a matéria que irá ser lecionada nos três momentos de aula que se
seguem. Enquanto os alunos retiram o material necessário para a aula, proceder-se-á à chamada
para que a professora averigúe e tome nota de quem está presente.
Em primeiro lugar dar-se-á início à exploração da letra da música “Encosta-te a mim”, de
Jorge Palma. Através do seu conteúdo, os alunos identificarão algumas características de duas
15 min.
personagens (Manuel de Sousa Coutinho e Madalena de Vilhena) da obra Frei Luís de Sousa. A
letra da música será acompanhada na projeção do PowerPoint (Anexo I – diapositivos 2 ao 9).
Após esta atividade inicial e que serve de estímulo para o acompanhamento atento da aula,
5 min.
terminar-se-á a correção da ficha relativa ao ato I, cena II, distribuída e analisada na aula
anterior.
Posteriormente proceder-se-á a uma leitura e análise das cenas III, IV, V e VI do ato I. Serão
distribuídas aos alunos as fotocópias que contêm as mencionadas cenas e algumas questões de
compreensão leitora e conhecimento explícito da língua que serão exploradas, debatidas e
corrigidas, oralmente e por escrito, na aula. Em primeiro lugar analisar-se-á a cena III do ato I 20 min.
(Anexo II), sendo colocadas aos alunos três questões de compreensão leitura e uma de
conhecimento explícito da língua relacionada com as funções sintáticas dos elementos de uma
frase. A próxima ficha a ser analisada é a da cena IV, ato I (Anexo III), que contém três 20 min.
perguntas de compreensão leitora. Segue-se a análise das cenas V e VI do ato I (Anexo IV) que 20 min.
permitirá também a resolução de três questões de compreensão leitora. Todas as cenas serão
lidas expressivamente pelos alunos, apelando a docente pela boa articulação e entoação das
palavras.
Depois far-se-á uma breve revisão dos atos ilocutórios, recorrendo-se a uma ficha
informativa que será distribuída aos alunos (Anexo V) e à projeção de um PowerPoint (Anexo I – 20 min.
os alunos que identificar os atos ilocutórios das respetivas frases. Os exercícios serão corrigidos
no quadro.
Após esta breve revisão e realização de exercícios retomar-se-á a leitura e análise de Frei
20 min.
Luís de Sousa, nomeadamente da cena VII, ato I (Anexo VII). Nesta ficha os alunos resolverão
três questões de compreensão leitora relacionadas com a cena e uma questão de conhecimento
explícito da língua sobre os atos ilocutórios.
2 de 3
Chegados ao final da aula, a professora pedirá aos alunos que façam um pequeno resumo
oral daquilo que foi dito, tentando aperceber-se do impacto que a obra Frei Luís de Sousa está
5 min.
a ter na turma em geral.
Deste modo, a professora terminará a aula, pedindo aos alunos que arrumem o material e
saiam ordeiramente, deixando a sala organizada.
Síntese da lição:
Os alunos identificarão os traços característicos de algumas personagens da obra, procedendo-se a
uma breve análise da letra da música “Encosta-te a mim” de Jorge Palma.
Compreenderão e analisarão o Ato I, Cenas III, IV, V, VI e VII).
Farão uma revisão dos atos ilocutórios e explorarão a sua presença em Frei Luís de Sousa.
Realizarão de uma ficha de verificação de conhecimentos sobre os atos ilocutórios.
3 de 3
Encosta-te a mim,
Nós já vivemos cem mil anos.
Encosta-te a mim,
Talvez eu esteja a exagerar.
Encosta-te a mim,
Dá cabo dos teus desenganos
Não queiras ver quem eu não sou,
Deixa-me chegar.
2
“Encosta-te a mim” – Jorge Palma
Chegado da guerra,
Fiz tudo p´ra sobreviver, em nome da terra,
No fundo p´ra te merecer
Recebe-me bem,
Não desencantes os meus passos
Faz de mim o teu herói,
Não quero adormecer.
3
“Encosta-te a mim” – Jorge Palma
4
“Encosta-te a mim” – Jorge Palma
Encosta-te a mim,
Desatinamos tantas vezes.
Vizinha de mim,
Deixa ser meu o teu quintal,
Recebe esta pomba que não está armadilhada
Foi comprada, foi roubada, seja como for.
5
“Encosta-te a mim” – Jorge Palma
6
“Encosta-te a mim” – Jorge Palma
Tudo o que eu vi,
Estou a partilhar contigo, e o que não vivi,
Um dia hei de inventar contigo
Sei que não sei, às vezes entender o teu olhar,
Mas quero-te bem.
Encosta-te a mim
Encosta-te a mim
Quero-te bem.
Encosta-te a mim.
7
ANÁLISE: “Encosta-te a mim” – Jorge Palma
Madalena de Vilhena vê
desfeitas as suas ilusões
com o regresso de D. João
de Portugal.
10
Frei Luís de Sousa – Ato I, Cena II
Exercícios
11
ATOS ILOCUTÓRIOS
12
ATOS ILOCUTÓRIOS
Marcas
linguísticas:
Exemplos: Afirmar,
sugerir,
Faltei às aulas ontem. colocar uma
(Considero que) Almeida Garrett é um hipótese…
grande escritor da literatura portuguesa.
Está bom tempo.
Não há dúvida que isso é prejudicial.
13
ATOS ILOCUTÓRIOS
O locutor pretende levar o interlocutor (ouvinte / destinatário) a fazer ou a dizer alguma coisa
de acordo com a sua vontade (do locutor).
Marcas
linguísticas:
Ordenar,
Exemplos: convidar,
Quando saíres, fecha a porta, por favor! sugerir, pedir,
Não queres pensar melhor no assunto? suplicar
Proíbo-te de saíres à noite.
Peço-te que sejas simpático.
14
ATOS ILOCUTÓRIOS
Marcas
linguísticas:
Exemplos: Prometer,
Prometo que, amanhã, vou jantar contigo. ameaçar,
Garanto-te que chegarei a horas. comprometer-se…
Estarei em tua casa cedo.
Garanto que não torno a dirigir-te a
palavra.
15
ATOS ILOCUTÓRIOS
Marcas
linguísticas:
Agradecer,
Exemplos: lamentar,
Adoro ler! desculpar-se,
Parabéns pela nota do teste! felicitar
Lamento que não possas ir connosco.
Entristece-me que tenhas partido.
16
ATOS ILOCUTÓRIOS
O locutor, que ocupa determinada posição social, a qual é reconhecida pelo(s) interlocutor(es),
enuncia uma nova realidade, um novo estado de coisas.
Marcas
linguísticas:
Despedir,
Exemplos: declarar,
Declaro-vos marido e mulher. condenar,
Absolvo-te dos pecados cometidos. absolver…
Declaro encerrada / aberta a audiência.
Estás despedido.
17
Frei Luís de Sousa – Atos ilocutórios
Exercícios
1. Identifica os atos de fala presentes nas frases que se seguem da obra Frei
Luís de Sousa.
1.2 “Mas oh! esposo da minha alma.” (Madalena, Ato I, Cena VIII)
____________________
18
Frei Luís de Sousa – Atos ilocutórios
Exercícios
1.4 “Oh! que o não saiba ele ao menos, que não suspeite o estado em
que vivo…” (Madalena, Ato I, Cena I)
____________________
1.5 “Oh! que amor, que felicidade… que desgraça a minha! (Madalena,
Ato I, Cena I)
____________________
19
Frei Luís de Sousa – Atos ilocutórios
Exercícios
____________________
20
Frei Luís de Sousa, de Almeida Garrett
21
Anexo II
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Predicado – ______________________________________________________________
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I - Compreensão leitora
Ato I – Cena IV
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Resumo
2. Prova, através de excertos do texto, que, para além da preocupação com a doença física da
filha, Madalena vive aterrorizada com os seus “desvarios”.
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3. Por que razão (razões) se apresenta Madalena “mortificada” no final desta cena?
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__________________________________________________________________________
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Ato I – Cena IV
____________________________________________________________________
I - Compreensão leitora
2. Prova, através de excertos do texto, que, para além da preocupação com a doença física da
filha, Madalena vive aterrorizada com os seus “desvarios”.
Podem citar-se as seguintes passagens: linhas 20 e 21; linhas 28 e 29; linhas 34 e 35.
Também será de destacar a didascália da linha 45.
3. Por que razão (razões) se apresenta Madalena “mortificada” no final desta cena?
Madalena apresenta-se mortificada por causa dos “desvarios” da filha, sobretudo
quando, na sua última fala desta cena, Maria quer saber porque é que o pai “deixou o
hábito” e “não ficou naquela santa religião” o que, para Madalena, muito dada a agoiros e
presságios, pode constituir um indício do fatal desenlace. Por outro lado, Madalena mostra-se
inquieta com a demora de Manuel de Sousa que ainda não regressou de Lisboa.
Ato I – Cenas V e VI
____________________________________________________________________
Resumo
Cena V – Jorge chega com notícias de Lisboa, anunciando que os governadores espanhóis,
devido à peste na capital, decidiram alojar-se em Almada, mais propriamente no palácio de
Madalena e de Manuel de Sousa Coutinho. Entretanto, Maria ouve o pai chegar, apesar de este
ainda se encontrar a alguma distância do palácio; a audição apurada é já um sintoma da sua
doença, a tuberculose.
1. Frei Jorge, irmão de Manuel de Sousa, aparece pela primeira vez em cena.
1.1 Sintetiza as informações que ele transmite a Madalena?
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2. Em três das suas intervenções, Maria comenta aquilo que é dito por Jorge ou Madalena.
2.1 Como reage ela em relação à notícia trazida por Jorge?
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2.2 Que traços da sua personalidade estão presentes nas suas intervenções?
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Ato I – Cenas V e VI
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I - Compreensão leitora
1. Frei Jorge, irmão de Manuel de Sousa, aparece pela primeira vez em cena.
1.1 Sintetiza as informações que ele transmite a Madalena?
Frei Jorge informa Madalena que os governantes de Portugal resolveram deixar
Lisboa, por causa da peste, e decidiram instalar-se em Almada, no palácio de Manuel de
Sousa.
2. Em três das suas intervenções, Maria comenta aquilo que é dito por Jorge ou Madalena.
2.1 Como reage ela em relação à notícia trazida por Jorge?
Na intervenção das linhas 15 a 18, Maria critica os governadores por deixarem
Lisboa, pois considera que o lugar deles é ao lado do povo que sofre; na segunda, na linha
21, reage à afirmação do tio de que o mundo é assim e que pouco há a fazer, dizendo-lhe
que se pode “emendá-lo”; finalmente, nas linhas 37 a 39, ao saber que os governadores
pretendem instalar-se em casa de seu pai, Maria reage “com vivacidade”, sugerindo que
não se deve deixar entrar, nem que seja pela força das armas, desejando, até, que isso
aconteça pois gostaria de “ver seja o que for que se pareça com uma batalha!” (linha
39).
2.2 Que traços da sua personalidade estão presentes nas suas intervenções?
Destas intervenções de Maria, podemos deduzir o seu patriotismo, o seu espírito de
aventura que resulta da educação que lhe foi dada pelo exemplo do pai, mas também
pelas histórias de Telmo e pelos livros que este lhe dá a ler.
Ficha informativa I
Atos ilocutórios
____________________________________________________________________
Atos de fala ilocutórios
Produção de um enunciado por um locutor com o objetivo / intenção de se exprimir uma
ordem, um conselho, a constatação de um facto, uma promessa…, o que se manifesta através de
diferentes marcas linguísticas:
Verbos como prometer, avisar, ordenar, pedir, convencer, afirmar, entre
outros…;
Entoação (assinalada na escrita pela pontuação);
Ordem de palavras;
Modo verbal;
Advérbios, interjeições…
Assertivos Marcas
linguísticas
O locutor assume a responsabilidade relativamente
ao que enuncia, à verdade do que diz. Afirmar, sugerir,
colocar uma hipótese…
Diretivos Marcas
linguísticas
O locutor pretende levar o interlocutor (ouvinte /
destinatário) a fazer ou a dizer alguma coisa de Ordenar, convidar,
acordo com a sua vontade (do locutor). sugerir, pedir, suplicar
Expressivos Marcas
linguísticas
O locutor exprime um estado de espírito /
psicológico face ao que enuncia. Agradecer, lamentar,
desculpar-se, felicitar
Declarativos Marcas
linguísticas
O locutor, que ocupa determinada posição social, a
qual é reconhecida pelo(s) interlocutor(es), enuncia Despedir, declarar,
uma nova realidade, um novo estado de coisas. condenar, absolver…
Atos ilocutórios
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1. Identifica os atos de fala presentes nas frases que se seguem da obra Frei Luís de Sousa.
1.1 “Há de saber que ainda há um português em Portugal.” (Manuel, Ato I, Cena VIII)
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1.2 “Mas oh! esposo da minha alma.” (Madalena, Ato I, Cena VIII)
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Cena VIII)
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1.4 “Oh! que o não saiba ele ao menos, que não suspeite o estado em que vivo…” (Madalena,
Ato I, Cena I)
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1.5 “Oh! que amor, que felicidade… que desgraça a minha! (Madalena, Ato I, Cena I)
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Atos ilocutórios
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1. Identifica os atos de fala presentes nas frases que se seguem da obra Frei Luís de Sousa.
1.1 “Há de saber que ainda há um português em Portugal.” (Manuel, Ato I, Cena VIII)
1.2 “Mas oh! esposo da minha alma.” (Madalena, Ato I, Cena VIII)
Ato expressivo
Cena VIII)
Ato diretivo
1.4 “Oh! que o não saiba ele ao menos, que não suspeite o estado em que vivo…” (Madalena,
Ato I, Cena I)
Ato expressivo
1.5 “Oh! que amor, que felicidade… que desgraça a minha! (Madalena, Ato I, Cena I)
Ato expressivo
Ato assertivo
Ato expressivo
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Resumo
Cena VII – É noite fechada. Manuel de Sousa Coutinho entra em cena alvoraçado, dando
ordens aos criados que o acompanham e transmitindo à família a sua intenção de se mudarem
para o palácio que fora de D. João de Portugal, decisão esta que deixa Madalena transtornada.
1.3 Explica a reação de Madalena quando percebe qual é a casa para onde se vão mudar
(linha 47).
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1. Identifica os atos ilocutórios utilizados por Manuel de Sousa Coutinho nas primeiras frases
(linhas 4 – 6).
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I - Compreensão leitora
1.3 Explica a reação de Madalena quando percebe qual é a casa para onde se vão mudar
(linha 47).
Quando Madalena percebe que a casa para onde se vão mudar é a casa onde vivera
com D. João de Portugal, fica aterrorizada. Pode ser mais um indício de que venha a
acontecer aquilo que ela tanto teme: o regresso de D. João.
1. Identifica os atos ilocutórios utilizados por Manuel de Sousa Coutinho nas primeiras frases
(linhas 4 – 6).
As primeiras frases concretizadas por Manuel Coutinho concretizam atos ilocutórios
diretivos, uma vez que a personagem fornece um conjunto de ordens aos criados.