12/10/2015 Revestimento crítico | Téchne

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Revestimento crítico Edição Atual
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Pesquisador alerta para a necessidade de cura do revestimento e maior controle dos Gmail
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Por Luciana Tamaki Facebook
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Edição 157 ­ Abril/2010
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GILBERTO RANIERI CAVANI Publicidade

Formou­se engenheiro civil pela
Poli­USP em 1977 e concluiu
mestrado na mesma escola em
1989. Foi professor na Unesp
(Universidade Estadual Paulista) na
Faculdade de Engenharia de Ilha
Solteira entre 1980 e 1986, ano em
que ingressou no IPT (Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de
São Paulo) onde atua até hoje. Suas pesquisas estão nas áreas de Avaliação de
desempenho de sistemas construtivos, Avaliação de sistemas de revestimentos e
Patologia de revestimentos com ênfase em revestimentos de fachadas.
Mais Lidas Últimas Publicadas
Os revestimentos de fachada parecem não ter a mesma durabilidade de antigamente.
Acontece que, mesmo com o avanço da tecnologia em materiais, a etapa de execução Carreira

ainda é crítica, principalmente por sofrer pressões de prazo. Como sua aplicação Confira a média salarial dos engenheiros civis
contratados em 2015 no Brasil
depende muito de mão de obra, a qualidade também está sujeita ao improviso de
operários, que, sem o conhecimento sobre o material, podem colocar literalmente em
Tecnologia
ruína a melhor das argamassas. Patologias não são necessariamente intrínsecas ao
Com base em norma técnica, software de
revestimento, mas para evitá­las deve­se planejar e executar testes de diversos tipos, universidade calcula estruturas de madeira
além de ser necessária uma supervisão que muitas vezes é deixada de lado. Cavani
aponta algumas soluções práticas muito simples de serem executadas, como o
Projetos
ensacamento da areia assim que ela chega para a mistura de argamassa em obra, Casas instantâneas
assegurando o traço desejado, prática já adotada por algumas construtoras. Uma das
principais medidas, porém, para evitar trincas e fissuras no revestimento, é simples e
Tecnologia
tem execução bem conhecida: a cura do chapisco. É no chapisco que se encontram os Recuperação de estruturas de concreto
maiores problemas de revestimento. Cavani conta que já encontrou diversos edifícios armado exige planejamento e documentação
com o revestimento caindo, cuja causa não era no emboço, mas sim no chapisco dos serviços
"esfarelado". Sobre a camada única, como ela tem que cumprir diversas funções, seu
cuidado deve ser maior ainda, desde a cor até a resistência mecânica e aderência,
principalmente porque uma fissura em uma camada única compromete a DESTAQUES DA LOJA PINI
estanqueidade do edifício. Camada única, industrializada ou virada em obra, uma coisa
é certa: a argamassa ainda tem muito mercado pela frente. Temas de Direito da
Construção
Impresso
A etapa de revestimento externo de fachadas é uma das mais críticas do cronograma
das construtoras. Isso se deve mais ao planejamento mal­executado ou à necessidade
de preparar a fachada e corrigir problemas de alvenaria?

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Normalmente a fachada está no caminho crítico da execução de uma obra porque o
revestimento é feito de cima para baixo, havendo a necessidade de a estrutura e NEWSLETTER TÉCHNE
vedações já estarem concluídas. É também na fase de execução do revestimento onde Cadastre­se e escolha os informes
normalmente procura­se tirar todos os atrasos que se acumularam ao longo da obra. gratuitos
Sempre foi assim, mas nos edifícios mais antigos, construídos há 30, 40 anos, o prazo
de execução era maior e não havia a pressão financeira dos incorporadores. Além da
velocidade de construção, a dificuldade de fiscalizar esse tipo de serviço também
Acesse e configure seus recebimentos
contribui para o surgimento de anomalias.

Revestir fachadas com argamassa é um contrassenso à necessidade de industrialização
das obras?
APLICATIVOS
Sim e não. Sim se pensarmos num processo totalmente industrializado de execução de
uma fachada (vedação vertical). Nesse caso normalmente são empregados painéis pré­
moldados que já chegam prontos na obra, bastando apenas fazer sua instalação; o
revestimento já vem incorporado. Não se a concepção do edifício é a do sistema
tradicional de estrutura reticulada e vedação de alvenaria, ou mesmo de alvenaria
estrutural. Nesse caso, o revestimento de argamassa na maioria das vezes está
presente. É a pele e o sistema responsável pela proteção do edifício.

Se as obras no geral chegarem num maior nível de industrialização, a argamassa não
vai mais ter lugar? AGENDA VER MAIS

A argamassa vai ter sempre um lugar. Existem os revestimentos internos, embora na de 08/09/2015 a 15/10/2015
maioria dos grandes edifícios residenciais seja em gesso. Há pequenas edificações que Curso livre Espaço Cicloviário
não vão ser industrializadas. Acho que ainda tem muito mercado para argamassa, em
cinco anos, dez anos, ela ainda terá uma vida longa. E também existe a pessoa que vai de 26/10/2015 a 27/10/2015
fazer sua casa por conta própria, e isso será sempre pelo processo convencional com II Congresso Pan­Americano de
argamassa. Há ainda bastante mercado. Arbitragem

As empresas ainda encontram muita dificuldade de trabalhar com sistemas projetados. de 27/10/2015 a 30/10/2015
A que se deve isso? Aquanale ­ Feira Internacional de
Produtos e Tendências para Piscinas e
Saunas
Eu tive uma experiência com um sistema de argamassa industrializada há uns dez anos,
com um sistema todo automatizado de transporte pneumático da argamassa anidra dos
de 27/10/2015 a 30/10/2015
silos até o misturador com projeção por mangote. A rejeição dos pedreiros foi muito
Feira Internacional para Áreas de
grande devido aos problemas com o equipamento e as constantes interrupções que Lazer, Esportes e Piscinas 2015
ocorriam, além de entupimentos da mangueira. Esse sistema não pegou. Mas o sistema
de projeção com canequinha, onde a argamassa é expulsa do recipiente por jatos de ar de 27/10/2015 a 30/10/2015
comprimido tem sido bastante empregado e com sucesso. Facilita muito a questão 57º Congresso Brasileiro do Concreto
ergonômica, porque o pedreiro não precisa ficar abaixando e levantando para encher a
desempenadeira, e também tem um ganho em termos de qualidade de revestimento,
porque o pano fica totalmente preenchido, sem vazios como no sistema tradicional,
resultando num revestimento mais compacto e com melhor aderência. Revista Téchne
20.154 curtidas
Você possui algum estudo que compare o desempenho das argamassas de fachada de
hoje e do passado? Por que os revestimentos, principalmente de obras de arte,
duravam mais? Curtir Página Comprar agora

Uma obra de arte muito conhecida é o Viaduto do Chá, em São Paulo. Foi revestido com
3 amigos curtiram isso
argamassa raspada, tendo sido a primeira obra com esse tipo de sistema, assim como o
edifício Adriano Marchini do IPT, que tem mais de 50 anos. Vemos que, normalmente,
as obras mais antigas duram mais. Na Europa há muitas obras em argamassa com dois
mil anos de idade, construídas pelos romanos. Eles usavam como aglomerante a cal
com pozolana. Isso realmente conferia maior durabilidade, há até muitas pessoas que
são fãs da cal e que acham que só argamassas com cal podem apresentar durabilidade
satisfatória. Mas existem muitos aspectos nos edifícios antigos que cooperam para sua
durabilidade. O sistema de produção era outro, a rigidez das estruturas era bem maior,
a inércia térmica das vedações também. As argamassas eram produzidas em canteiro a
partir do leite de cal resultante da extinção da cal virgem na própria obra. Havia tempo
suficiente para a carbonatação da cal. A disponibilidade de jazidas de areia de boa
qualidade (areia lavada de rio) era muito maior. Hoje em muitos casos se utiliza areia
de cava, que muitas vezes tem um maior teor de finos e de argila.

A mão de obra também é um grande problema?

Também. Antigamente as pessoas tinham um conhecimento ou habilidade maior.
Voltando ao exemplo desse edifício (Adriano Marchini), sua estrutura é bastante
robusta, fazendo com que o edifício tenha uma maior estabilidade, uma menor
movimentação e uma maior dissipação da carga térmica que ele recebe, solicitando

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menos o revestimento. Ainda não temos equações e modelos matemáticos sobre todo
esse comportamento dos revestimentos frente às solicitações impostas pelo meio, mas
sabemos qualitativamente quais são os fatores favoráveis e os desfavoráveis.

Que medidas evitam fissuras e trincas?

Todo controle das características e desempenho das argamassas e dos revestimentos
partiu do conhecimento que se tinha do concreto. O concreto tem cimento, areia e
brita; e a argamassa tem cimento, areia e cal. O que importa no concreto é a
resistência à compressão, resistência mecânica. Assim, por semelhança, o ensaio que
começou a ser feito para as argamassas foi o mesmo, mas a argamassa de revestimento
nunca está sujeita à compressão. O que é mais importante é resistência à tração e
elasticidade. Hoje em dia a NBR 13.281:2005 contempla isso, a cultura já está
mudando. Para o concreto adquirir boa resistência fazemos a cura úmida. Se curarmos o
revestimento de argamassa, ele também irá apresentar melhor resistência mecânica e
menor risco de surgimento de fissuras. A fissuração é consequência da perda d'água nas
primeiras idades. A argamassa é preparada com quantidade de água maior que a
necessária para as reações químicas e hidratação do cimento, porque ela tem que ter
uma plasticidade para permitir a moldagem do revestimento. Se a perda dessa água é
muito rápida, a argamassa pode apresentar resistência mecânica muito baixa, ela tende
a retrair, e aparecem as fissuras. Se o revestimento permanecer úmido, vai adquirindo
resistência mecânica, resistência à tração, e, quando a água em excesso finalmente
evaporar, ele terá uma resistência mecânica tal que se contrapõe aos esforços de
retração que provocam as fissuras. A boa prática é curar o emboço.

Consta que o revestimento único ainda não convenceu os construtores. Ele pode ter um
bom desempenho?

Pode ter. A questão da camada única, que é normalmente decorativa, é que a sua
responsabilidade é maior que de uma argamassa de revestimento de regularização,
porque tem que cumprir todas as funções do sistema de revestimento. É preciso
formulá­la para que tenha características de aderência maior que uma argamassa
tradicional de emboço. Por ser o acabamento final, também tem que ser trabalhado o
aspecto da cor. O mesmo lote de argamassa pode apresentar resultados diferentes,
principalmente com cores mais fortes. Mas há como evitar eventuais problemas. Como
todo produto de melhor performance, há tecnologia específica, desenvolvida para evitar
esses problemas. Tudo é uma questão de desenvolvimento do produto e das técnicas de
aplicação. Ela tem sido muito usada para edifícios em alvenaria estrutural, que têm
uma ótima planicidade. Em estrutura reticulada ocorrem mais desvios. Outra vantagem
dessa argamassa em alvenaria estrutural é que esse tipo de edifício trabalha menos.
Nas estruturas reticuladas, a alvenaria pode ter algum trabalho diferenciado, e nas
junções alvenaria­estrutura pode surgir alguma fissura. Outro aspecto é que o
revestimento de camada única não pode fissurar, porque a água penetraria no edifício.
O inimigo da estanqueidade é a fissura.

O que o construtor pode fazer para ter maior controle sobre as argamassas
industrializadas que ele compra?

O construtor deve ter uma garantia do fornecedor com relação à constância da
formulação, ou então executar algum controle de uniformidade expedido a cada lote de
argamassa. Às vezes até o próprio pedreiro percebe quando há alguma alteração mais
acentuada de formulação. Ensaios de resistência à tração e retenção de água ajudam
bastante no controle de uniformidade da argamassa. A resistência à tração controla a
constância do teor de cimento, e a retenção de água verifica se a argamassa possui ou
cal ou aditivos retentores de água que fazem com que demore mais para perder água
para o substrato e para o meio.

E no que a composição do cimento pode alterar a qualidade da argamassa?

Os problemas maiores que ocorrem são com o chapisco. O chapisco tem duas funções:
melhorar a rugosidade do susbstrato e, assim, a aderência da camada de emboço, e
regularizar a absorção de água do substrato. A absorção de água das partes da
estrutura (pilares e vigas) é muito baixa e praticamente nula quando o concreto é de
alto desempenho. Ao lado desses elementos têm­se blocos cerâmicos ou de concreto. Se
o emboço é aplicado diretamente sobre o substrato, perderia água muito rápido onde
há alvenaria e não perderia água onde tem concreto. Depois, para sarrafear e
desempenar, a argamassa já estaria muito seca na alvenaria, um pouco dura, e no pilar
ela ainda estaria muito mole, iria se deformar ainda no estado fresco. O chapisco é mais
poroso que o concreto, então absorve um pouco da água da argamassa e, por outro

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lado, impermeabiliza um pouco os componentes de alvenaria.

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