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Quinta-feira • 13 de junho de 2019 • •1

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1014
13 junho 2019
Ano 19
quinta-feira
 0.75 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário

PJ faz buscas nas Câmaras de

Almeida, Belmonte, Fundão, Guarda
e Pinhel por suspeitas de corrupção
Megaoperação “Rota Final” envolve também a empresa Transdev por suspeitas de práticas de
corrupção, tráfico de influências, participação económica em negócio, prevaricação e abuso de poder.
PJ fez buscas também em casa de Álvaro Amaro, apreendeu telemóveis de autarcas, fotocopiou
contratos e acedeu aos computadores das autarquias Pág.20
SIAC
A música Tribunal julga pedido de insolvência da ACG
vanguardista foi
ao Conservatório
O Conservatório de Música
São José da Guarda foi palco
de masterclasses de “Lingua-
gens e técnicas da música con-
temporânea” na terça-feira, no
âmbito do SIAC, orientadas por
instrumentistas da Orquestra
Sem Fronteiras ____________ 4

Arrancou na terça-feira o julgamento do

Cultura processo em que antiga funcionária pede
a insolvência da Associação Comercial por
Wool dá cor ao considerar que a ACG já não tem capacidade
centro histórico para pagar as dívidas vencidas, entre as
da Covilhã_________ 13 quais os seus créditos laborais Pág.5

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Ambiente
Nova ETAR do Torrão
ajuda a despoluir Noeme
Empresa Águas do Vale do Tejo investiu
1,3 milhões de euros na modernização do
equipamento, que tem agora mais capa-
cidade de tratamento de águas residuais
e industriais da cidade da Guarda ____ 9
Guarda
PS diz que a Guarda
«atrasou-se»
Maioria e oposição divergiram sobre contas
consolidadas do município de 2018, com os
socialistas a acusarem os sociais-democra-
tas de falta de estratégia «estrutural» para
o desenvolvimento do concelho. Carlos
Chaves Monteiro rejeitou as críticas ____ 7
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 2• • Quinta-feira • 13 de junho de 2019
no  fio  da  navalha
Manteigas
O município serrano continua a investir
na promoção turística do concelho e a apos-
tar nos eventos desportivos. O Granfondo da
Serra da Estrela e a Taça do Mundo de Para-
pente, que se realizarão no próximo mês, em
Manteigas, atraem um número significativo
de visitantes à região e contribuem para a
sua afirmação nos desportos de aventura
e natureza.
Wool Festival
O mais antigo festival de arte urbana do
país regressou à Covilhã, trazendo consigo
renomados artistas internacionais. Apesar
dos permanentes constrangimentos orça-
mentais, a organização (que há três anos
conta com o financiamento da autarquia da
Covilhã) não desiste de trazer a esta cidade
do interior artistas internacionais, ainda que
o futuro do festival permaneça incerto.
ACG
O futuro da Associação Comercial da
Guarda está a jogar-se na barra do tribunal.
A continuidade da instituição centenária
depende agora da prova da sua viabilida-
de financeira para fazer face a dívidas e
créditos reclamados por fornecedores, fun-
cionários, clientes, entidades bancárias,
Finanças e Segurança Social. O primeiro
teste será mesmo a garantia de pagamento
a uma ex-funcionária.
Maria Antónia
Almeida Santos
A deputada socialista pelo distrito da
Guarda é um dos membros da Comissão
Parlamentar de Saúde com ligações a
empresas ou interesses privados, no caso,
à Fundação Renal Portuguesa. Também
os deputados António Sales (PS e “Grupo
Sanfil”), Fátima Ramos (PSD, “ADFP”),
Isabel Galriça Neto (CDS e “Luz Saúde”),
Isaura Pedro (PSD, “Clínica Doutor Ben-
jamim Pedro”), José António Silva (PSD
, “João Pedro & José António Silva”),
Ricardo Baptista Leite (PSD, “Fundação
Renal Portuguesa”) integram a comissão
parlamentar que tem a responsabilidade
de configurar a Lei de Bases da Saúde. É
esta teia de interesses público-privados
que estão a destruir o Serviço Nacional
de Saúde.
Cara
Entrevista
a P
cara
«O grande desafio
é conseguir que
a população
assuma de vez a
montanha como
o seu maior valor
comum»
P – O grupo de voluntários Guardiões
da Serra da Estrela é oficialmente uma
associação. O que representa este reco-
nhecimento para o grupo?
R – Mais do que um reconhecimento, é
um caminho. É o passo que faltava para ga-
rantir um mais fácil reconhecimento institu-
cional e permitir desenvolver de forma mais
estruturada e eficiente as ações e projetos que
temos “na calha”. São iniciativas autónomas
propostas pelos sócios para as quais era
necessário uma personalidade jurídica e
essa foi uma das principais razões
para a constituição da associação.
Por outro lado, a intenção de con-
certação de iniciativas entre as
diferentes entidades com atuação
nesta área foi desde início um dos
nossos principais objetivos, o que
reforçou a necessidade de forma-
lização. Este caminho representa
o passo da maturidade. Se há dois
anos desejávamos pouco mais do que ser
uma voz presente e ativa, hoje ambicionamos
o reconhecimento que servirá de base a uma
ação concertada e interventiva nos proble-
mas que a Serra enfrenta.
P – Como surgiu o grupo? Qual a mo-
tivação inicial dos voluntários?
R – O grupo surge como um grito de
revolta. No verão de 2017, ao ver o que
acontecia um pouco por todo o país e
cansados da não gestão do nosso Parque
Natural, convencemo-nos que era tempo
de agir. Era tempo de alguém exigir que
a Serra fosse vista como um património a
proteger e não apenas a “explorar”, de exigir
uma estratégia concertada que pense no
que a Serra foi, é e pode vir a ser, no que
representa para o país, mas sobretudo no
que representa para as populações que dela
dependem. Que intervenha ativamente na
sua conservação, mas que se preocupe com
a sustentabilidade dessa mesma conserva-
ção. Como afirmamos no nosso manifesto,
acreditamos que «só com a demonstra-
ção de valor através da formação, com a
democratização da informação técnica e
regulamentar, com o envolvimento da com-
ponente produtiva que no patamar basal da
Estrela tanta importância assume, e com a
sensibilização de todos, poderemos voltar
a ter uma comunidade ativa na conservação
e preservação dos valores naturais que a
rodeiam e que exija dos governantes uma
visão e ação estruturada na sua conser-
vação e na procura de novos modelos de
sustentabilidade económica adequados à
atual realidade populacional».
P – De acordo com o vosso site, têm
como objetivo «contribuir para a conser-
vação dos valores naturais da Serra da
Estrela». De que forma planeiam fazê-lo?
R – O primeiro passo para o conseguir
é voltar a criar ligações afetivas entre as
comunidades locais e os valores naturais,
traduzindo em questões concretas na vida
das pessoas os problemas da conservação
do património natural. É por isso que des-
de a nossa constituição como movimento
cívico, há dois anos, temos apostado na
educação ambiental e no envolvimento das
pessoas em ações concretas e palpáveis, em
“pôr as mãos na terra” porque acreditamos
na intervenção direta em prol da Estrela e
em informar e sensibilizar cidadãos e ins-
tituições. As horas de trabalho voluntário
são para nós o valor maior e têm de ser
utilizadas para atingir resultados efetivos,
duráveis e visíveis, pois só assim conse-
guiremos influenciar e atrair quem tem o
“poder” de tomar decisões. Mas a interven-
ção desta Associação não se esgota aqui,
e r f i l
Manuel Neves Franco
Presidente da direção da associação
Guardiões da Serra da Estrela
Naturalidade: S. Sebastião da Pedreira
(Lisboa)
Idade: 38 anos
Profissão: Consultor de turismo de Natureza
Currículo: Após ter optado por viver junto
à Estrela, foi guia e técnico de animação
turística; Atualmente desenvolve produtos
e estruturas de Turismo de Natureza como
redes de percursos, centros de BTT, entre
outros, numa das principais empresas do
setor em Portugal.
Filme preferido: “Clube dos Poetas Mortos”
Livro preferido: “1984” e “Mito de Sisifos”
Hobbies: Estar no meio da Natureza, quer
seja em simples contemplação, atividade
desportiva ou observação de espécies.
tendo já contribuído de forma efetiva com
ações como o dia de voluntariado mensal
pela Mata Nacional da Covilhã, o Fórum
Ambiente, entre outras.
P – Qual o impacto que a associação
Guardiões da Serra da Estrela pode ter
na região?
R – Com uma estratégia de concertação
e envolvimento, esperamos que a nossa as-
sociação possa constituir-se, através da sua
ação, como a prova de que o Parque Natural
e a sua regulamentação não precisam de
ser antagónicos com o usufruto. Antes
pelo contrário, o usufruto bem
regulamentado pode ser um dos
maiores suportes à conservação
de um património do qual o
homem faz parte há milénios.
Por outro lado, acreditamos
que só com ações concertadas
com as diferentes associações
com preocupações na conservação da Serra
da Estrela poderemos ter o impacto que
precisamos. A prova disso é a comunicação
referente à exploração de lítio na envolvente
do PNSE que escrevemos em conjunto com
o Movimento por uma Estrela Viva e com a
Associação Geopark Estrela. A nossa função
está cumprida se conseguirmos que 10%
da população que vive em redor da Estrela
tenha uma visão clara e objetiva sobre a real
necessidade de conservação dos valores
endógenos do PNSE.
P – Quais os maiores desafios da
associação?
R – Temos sido recebidos e ouvidos pelas
instituições que gerem ou influem nesta área
protegida, pelo que o grande desafio que
acreditamos existir, e para o qual queremos
contribuir, é conseguir que uma população,
que depois de milénios a viver em harmonia
com a montanha lhe virou as costas à procura
de vidas melhores (acreditavam na altura)
nas metrópoles modernas, passe de vez a
encará-la de frente assumindo-a como o seu
maior valor comum. Para tal, precisamos que
a comunidade nos reconheça valor e encontre
em nós a plataforma que necessita para es-
truturar a sua intervenção. Ou seja, o grande
desafio vai estar em conquistar a confiança e
atrair novos associados.

opinião
Fidélia Pissarra A Cultura aqui tão perto
Era domingo de Páscoa e penso que para o fes- como casa de qualquer coisa. Embora, pensando bem, me
tejar se lembraram de me levar a ver o “Música no lembre de, enquanto ícone da decadência de uma época,
Coração”. Para mim acabou por não ser grande festa, o bom do “cinema” andar anos e anos a servir de arma
porque no grupo havia outra da mesma idade que eu e política sem intenção de matar o que quer que fosse:
aquilo transformou-se numa competição de leitura de compra-se, não se compra; faz-se, não se faz.
legendas com as tias a exibir as nossas competências Entretanto, a patine do tempo vai-o valorizando
linguísticas. Tenaz na luta pela medalha, a tia teve a enquanto memória da cidade que nunca lhe ligou ne-
ajudá-la o facto de eu ainda não ter entrado na escola, nhuma, nem, à exceção de uns quantos românticos,
apesar dos seis anos, mas ter maior velocidade de teve ideia de ligar. Felizmente ele há gostos para tudo e
leitura que a sobrinha da outra. Por estar pela primeira há quem veja, nestas coisas da decadência, uma manta
vez num cinema, que também servia para teatro, nem de conforto estético que aconchega em horas desertas.
sequer estranhei o burburinho na plateia. Entre os Dó Ré Pelo menos, de pé, invisível, no meio daquele estaleiro
Mi da que dançava de avental no meio dos campos por a dar por mim à espera da luz da “pilha” que identifique
entre a garotada lá de casa e os elogios por estar a seguir a fila do bilhete, foi o que vi.
as legendas, lembro de ter tido direito a uns Sugos que Procuro o lugar vago que me aguarda, sento-me
descasquei para o chão, por achar que ninguém via. e, mesmo sem o drim drim drim (que nunca consi-
Da última vez que entrei no Cine Teatro da Guarda go reproduzir), vejo as pesadas cortinas vermelhas
irritei o Paulo de Carvalho com a minha cara de extremo desviar-se inexoravelmente para a tela das memórias.
enfado plasmada no centro da primeira fila. Cerca dos Desta feita, memórias do futuro, onde me vejo cada vez
vinte anos, a última coisa que me apetecia era ir ouvir mais pequena sempre a asneirar à socapa e intolerante
aqueles refrões ao som das palmas na plateia, só que com filmes e concertos sensaborões, envolvem-me
há sempre aquelas amigas a quem não se recusam num arrepio de catedral.
convites e fui contribuir com os meus noventa minutos Passados que estavam os noventa minutos regu-
de vida para a felicidade duma. Depois dessa noite, que lamentares, saio a questionar-me se a Cultura não será
eu saiba, o “cinema” não voltou a ter espetáculos, nem mas é uma coisa do outro mundo a lembrar-nos da
filmes, nem teatros, com o pano, caiu também a “casa”. finitude do que não queremos deixar morrer. Depois,
As grandes festas e eventos, se os teve, terão acontecido penso nos artistas e volto atrás para lhes apreciar a
antes de eu ter nascido e, justa ou injustamente, até hoje obra e, porque não, o esforço de quem lhes abriu a
considerei-a mais como a identificação de um largo do que porta. E até gostei.
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Quinta-feira • 13 de junho de 2019 • •3
editorial Luís Baptista-Martins
baptista-martins@ointerior.pt
Voltar a acreditar
As palavras de João Miguel Tavares ainda ecoam no ar. Entre
os que gostaram muito e os que consideraram lamechas ou pobre o
discurso do presidente da organização das comemorações do Dia de
Portugal, houve um mundo de pessoas que ouviram e comentaram
a intervenção do jornalista no dia 10 de Junho. Há muito que uma
intervenção, vinda de fora do “sistema”, não merecia tanta atenção
e comentários (mais impacto inclusive que a de Sampaio da Nóvoa,
em 2012, que levou o antigo reitor da Universidade de Lisboa a ser
candidato à Presidência da República).
O Diogo Cabrita, médico e cronista de O INTERIOR, considerou
que nasceu uma estrela e que as consequências da intervenção de
João Miguel Tavares terão de ir muito para além da cerimónia, porque
as pessoas precisam que venha alguém de fora do “mainstream”
intervir e contribuir para a mudança. E que «apoucar e amesquinhar,
ofender ou “tresler” um texto sem mácula é típico dos militantes
engajados e redutores».
Este sentimento, em especial na direita e no centro, mas também
entre todos os que não fazem uma militância «engajada e redutora»,
é uma lufada de ar fresco. E porque são palavras que, merecendo
mais ou menos concordância, têm que ver com o sentir das pessoas,
abandonadas, sem alternativas, sem futuro, sem caminho…
Aqueles que às terças, quintas e sábados lemos atentamente
João Miguel Tavares na última página do “Público” sabemos bem
do que fala o jornalista natural de Portalegre. E conhecemos as
razões que o levaram a dizer aquelas palavras agora tão elevadas
e comentadas. Na verdade, há anos que o jornalista escreve sem
rodeios sobre a corrupção e a irresponsabilidade da classe política.
Há anos que escreve de forma desassombrada sobre o oportunismo
reinante nos partidos; sobre o amiguismo e a “cunha” cultivados
nas jotas e promovidos entre os “eleitos” que ocupam os lugares da
administração pública enquanto vão distribuindo lugares e prebendas
entre os apoiantes. Não há nada de novo, neste contexto. E pode ha-
ver quem veja “populismo” ou exagero nas palavras que soaram em
Portalegre, mas o que há é a repetição do que há muito o próprio vem
escrevendo e que tantos têm procurado denunciar: chegámos aqui
porque os partidos criaram um monstro, de interesses e negociatas,
e, por isso, o que mais queremos é «alguma coisa em que acredi-
tar» quando a mentira, a irresponsabilidade e a falta de vergonha
ocupam todo o espectro público. «A falta de esperança» e termos
«de ser pessimistas para depois sermos lúcidos» é precisamente a
consequência dessa realidade. Quando a maioria dos portugueses
não vota, nem quer ouvir falar de partidos e políticos; quando os
jovens olham para os que andam nas jotas com desconfiança;
quando os cidadãos sentem cada vez maior repulsa pelos dirigentes
partidários; e quando os portugueses viram as costas aos políticos e à
política é a democracia que fica em causa. Quando o líder da oposição,
no momento em que o país está à beira do caos nos transportes, na
educação ou na saúde, o que tem para nos dizer é que os votos em
branco devem contar e reduzir eleitos na Assembleia da República; ou
quando a geringonça governativa se esgota e em vez de debater o futuro
da Europa, a qualificação dos portugueses, as alterações climáticas ou
a emigração dos jovens como alternativa, prefere contar espingardas
e olhar para a aritmética dos votos, pois claro que as novas gerações
não terão muito em que acreditar. E quando vemos que os dirigentes
que nos deviam guiar querem é saber do seu lugar e do lugar dos seus;
querem é receber as mordomias do Estado e assegurarem reformas
milionárias e rendimentos chorudos, pois claro que os portugueses
escolhem não votar, escolhem não ser cúmplices desta balbúrdia e
roubalheira. E escolhem aplaudir quem chega de fora e diz que todos
contamos e todos queremos ter alguma coisa em que acreditar.
4• • Quinta-feira • 13 de junho de 2019
«Música contemporânea é
um nicho e não deveria ser»
Sofia Craveiro
O Conservatório de
Música São José da
Guarda foi palco
de masterclasses
de “Linguagens e
técnicas da música
contemporânea”, na
passada terça-feira.
Este género musical
vanguardista associou-
se às artes plásticas
durante eventos
temáticos inseridos no
SIAC.
Os músicos da Orquestra
Sem Fronteiras, dirigida pelo
maestro Martim Sousa Tavares,
ensinaram na terça-feira elemen-
tos relativos à interpretação de
música contemporânea aos alu-
nos do Conservatório da Guarda
e a quem estivesse interessado
em participar.
Fausto Rodrigues é técnico
de manutenção na EDP, mas o
gosto pelas atividades culturais
levou-o a visitar as masterclasses.
«O SIAC é bom porque mexe com
a cultura da cidade», considera o
guardense, que esteve presente
nas sessões, pois «a vertente de
música contemporânea interes-
sa-me, apesar de não possuir
conhecimento técnico para a exe-
Arquitetura
Menção honrosa para aluno da UBI no Prémio Archiprix 2019
O trabalho de dissertação do
aluno do mestrado integrado em
Arquitetura da Universidade da
Beira Interior (UBI), Rui Ferreira,
recebeu uma menção honrosa
na edição deste ano do Prémio
Archiprix, uma das mais antigas e
prestigiadas distinções académi-
cas nas áreas de Arquitetura, Ur-
banismo e Arquitetura Paisagista.
Desenvolvido sob orientação
do professor Jorge Marum, do
Departamento de Engenharia
Civil e Arquitetura, este trabalho
intitula-se “Anamnese” e é so-
bre uma intervenção no Parque
Natural da Serra da Estrela. O
Archiprix Portugal foi instituído
pela Fundação Serra Henriques e
pelo Archiprix Holanda, em 2012,
Covilhã
José Simões escreve história do rancho do Refúgio
O livro “Rancho Folclórico e
Etnográfico do Refúgio - Ao cor-
rer dos tempos - 1966-2019”, de
José Simões, será lançado este
sábado (15 horas) na biblioteca
municipal da Covilhã.
A pianista Marisa Silva considera que a música contemporânea «é muito bem-vinda, assim que a damos a conhecer»,
aos alunos e público
cutar». Piano, percussão, violino,
viola d’arco, violoncelo, flauta e
clarinete foram os instrumen-
tos incluídos no programa das
masterclasses, que decorreram
em simultâneo. Os alunos parti-
cipantes tiveram a oportunidade
de contactar com técnicas musi-
cais que habitualmente não são
incluídas nos planos curriculares.
tendo desde então distinguido
trabalhos «que melhor refletem
a excelência do ensino nas facul-
dades portuguesas, em toda a sua
riqueza e diversidade, em recon-
hecimento do mérito dos alunos,
orientadores e instituições». Cada
edição tem apenas um vencedor
e até dez menções honrosas. Já
A publicação relata a histó-
ria daquela coletividade desde a
sua criação até aos dias de hoje,
passando pelas vitórias e pelas
dificuldades, pelo trabalho
de recolha e preservação das
Margarida Merrins, de 22 anos, é
aluna de piano do Conservatório.
A jovem estudante afirma que
«este tipo de música não se houve
tanto, e para os pianistas é muito
bom poder aprender e abranger o
máximo de estilos possível».
A jovem pianista guardense
esteve presente na masterclass do
seu instrumento, a cargo de Ma-
DR
Olivier Marques, outro estudante
do mesmo mestrado integrado,
foi finalista do concurso nacional
da área da Arquitetura com o
trabalho “Do Lugar ao Espaço
- Metamorfose das Termas de
Santo António, Celorico da Beira”,
orientado pelo docente Miguel
Santiago.
tradições populares, dos usos
e dos costumes intemporais.
A obra será apresentada por
José Luís Adriano, professor e
mestre em música popular. A
sessão insere-se no programa
DR
risa Silva, música convidada pela
Orquestra Sem Fronteiras. «Não
faço parte da orquestra, pois esta
não usa o piano, mas participo em
atividades sempre que possível»,
refere. A pianista acrescenta que
este tipo de programas, com mú-
sica contemporânea, «não são os
mais convencionais, mesmo em
grandes centros como Lisboa e
UBI
Investigação destacada pelo U-Multirank
O desempenho da Universi-
dade da Beira Interior (UBI) na
área da investigação foi um dos
aspetos destacados pela edição
deste ano do estudo internacio-
nal U-Multirank.
Trata-se de uma avaliação
que analisa as cinco principais
áreas de atividade de 1.711 in-
stituições de ensino superior a
nível mundial. No caso da UBI é
o quinto ano consecutivo que a
academia covilhanense integra
esta lista, sendo classificada no
indicador da investigação «com
notas “Muito Bom” e “Bom” no
impacto e número de citações dos
cientistas da academia nas pub-
licações científicas, na produção
de resultados, na interdisciplin-
das comemorações do 53º ani-
versário do Rancho Folclórico e
Etnográfico do Refúgio. O autor,
José Simões, foi autarca durante
vários mandatos na freguesia
de São Martinho e dirigen-
Porto», razão pela qual considera
que este tipo de música «é muito
bem-vinda, assim que a damos a
conhecer», aos alunos e público.
Presente na sessão, Martim Sousa
Tavares afirmou que a música
contemporânea é «um nicho
e não deveria ser», revelando
que quando era aluno adoraria
ter tido «uma experiência deste
género». Segundo o maestro, «pa-
receu-nos interessante fazer um
concerto com música contempo-
rânea, que estivesse intimamente
ligada à pintura» no SIAC e já que
os músicos vieram à Guarda para
tocar este programa «quisemos
partilhar este conhecimento com
os alunos, mostrando-lhes um
reportório possivelmente mais
original».
O programa desta sessão
dedicada à música contemporâ-
nea incluiu ainda a projeção do
filme de 1951 “Jackson Pollock
51”, de Hans Namuth, seguida
da palestra “Escutar o Silêncio”,
por Martim Sousa Tavares, no
Cine-Teatro da Guarda. Ao final
da tarde teve lugar um concerto
da Orquestra Sem Fronteiras que
interpretou obras de John Cage
e Morton Feldman no auditório
do Conservatório. Esta atividade
precedeu ainda a exibição do
filme espanhol “El espíritu de
la Colmena”, de Víctor Erice, no
pequeno auditório do TMG.
aridade e também na estratégia
aplicada nas parcerias interna-
cionais», adianta com a univer-
sidade em comunicado. Neste
estudo são ainda consideradas as
áreas de ensino e aprendizagem,
transferência de conhecimento,
internacionalização e envolvim-
ento regional, onde a UBI con-
segue «avaliações muito positivas
na taxa de graduados face ao
número de estudantes, tempo
de graduação, criação de “spin-
offs”, mobilidade de estudantes
e financiamento de entidades
regionais». Numa análise global
a Universidade da Beira Interior
foi avaliada em 30 dos 35 itens
do relatório, tendo obtido nota
positiva em 17.
te associativo do Refugiense.
Fundou o rancho folclórico e o
Museu Etnográfico do Refúgio,
na Covilhã. No ano passado pu-
blicou “Os dias da Pedra Verde –
memórias de um Combatente”.

Ambiente
CIMBSE
lança Plano
Intermunicipal
de Adaptação
às Alterações
Climáticas DR
João Ataíde, secretário
de Estado do Ambiente, vai
encerrar a sessão de apre-
sentação do Plano Intermu-
nicipal de Adaptação às Alte-
rações Climáticas (PIAAC) da
Comunidade Intermunicipal
das Beiras e Serra da Estrela
(CIMBSE), que terá lugar na
manhã de segunda-feira no
auditório dos Serviços Cen-
trais do Instituto Politécnico
da Guarda.
Este documento compre-
ende a determinação de um
conjunto de ações que visam
a adaptação ou mitigação dos
efeitos destas alterações. As
várias iniciativas que com-
põem o plano refletem a
preocupação da região ao
nível do desenvolvimento
sustentável e relacionam-se
com os setores da educação
e sensibilização ambiental, da
sensibilização para a popu-
lação em geral, da monitori-
zação, avaliação e vigilância,
das infraestruturas verdes,
da gestão sustentável da
floresta, do ordenamento e
gestão dos recursos fluviais
e também das espécies flo-
restais e agrícolas, controlo
de pragas e doenças agroflo-
restais, entre outros.
«A CIMBSE tem vindo
a apostar promover o de-
senvolvimento de ações no
sentido de se alcançar uma
maior sustentabilidade ener-
gética e ambiental e o PIAAC
tem como objetivo intervir
face às alterações climáticas,
pela inevitabilidade que os
seus impactos produzem e
continuarão a produzir no
território, influenciando o
quotidiano da população»,
refere a Comunidade Inter-
municipal em comunicado.
Nesse sentido, o documento
procura estabelecer um ro-
teiro estratégico que facilite
a adaptação da região das
Beiras e Serra da Estrela aos
riscos climáticos, assim como
colocar as ameaças decorren-
tes dos riscos climáticos na
agenda pública.
Iniciado julgamento
do pedido de
insolvência da ACG
Luis Martins
Tribunal da Guarda
começou a julgar
processo em que
antiga funcionária
pede a insolvência da
Associação Comercial
por considerar que
a ACG já não tem
capacidade para
pagar as dívidas
vencidas, entre as
quais os seus créditos
laborais.
O Tribunal da Guarda ini-
ciou na terça-feira o julgamen-
to do pedido de insolvência da
Associação Comercial (ACG)
apresentado por uma antiga
funcionária que reclama o pa-
gamento de créditos laborais.
A primeira sessão ficou
marcada pela ausência de
várias testemunhas e por uma
tentativa inicial de conciliação
das partes, mas não houve
decisão. O julgamento será
retomado no dia 25 e até lá
a ACG terá que demonstrar a
sua regularização contribu-
tiva perante as Finanças e a
Segurança Social. Além disso,
a centenária associação terá
ainda que fazer prova dos
associados ativos, ou seja, que
pagam quotas atualmente.
António Ferreira, advogado
da ex-funcionária da Comer-
cial, admite que «há de haver
conciliação» e que a nova data
do julgamento é «uma opor-
tunidade» para a instituição
resolver este caso. Por sua vez,
Lurdes Saavedra, representan-
te da ACG, também acredita
que será possível «chegar a um
entendimento com quem re-
quereu a insolvência, porque o
que se pretende é que o pedido
seja retirado».
Presente no Tribunal, Se-
guro Pereira, presidente da
Assembleia-Geral da ACG e
atual dirigente por força da
demissão da direção de Miguel
Alves, confirma que o objetivo
é «chegar a acordo» com a
requerente da insolvência e
travar o processo. De resto,
deste desfecho está depen-
dente a apresentação de uma
lista concorrente aos órgãos
sociais da ACG. «A Assembleia-
Eleições agendadas na ACG para a passada sexta-feira foram adiadas até à resolução deste processo
Geral da passada sexta-feira foi
adiada porque há a hipótese
de um novo elenco, mas que
não avança até haver decisão
judicial sobre o pedido de
insolvência», disse o também
advogado. Conforme noticiou O
INTERIOR em maio (ver edição
de 9/05/2019), uma antiga
técnica superior da Associação
Comercial antecipou-se aos
principais credores e requereu
a insolvência da instituição por
considerar que a ACG já não
tem capacidade para pagar as
dívidas vencidas, que serão
«muito superiores» ao valor
do seu património.
O caso remonta a 2015
quando a funcionária interpôs
uma ação judicial na então
Secção do Trabalho do Tri-
bunal da Guarda para obter o
pagamento dos seus créditos
laborais, incluindo retribui-
ções em dívida e compensação
pela cessação do contrato de
trabalho. Na altura as partes
chegaram a acordo, sendo que
a ACG a se comprometeu a
pagar à ex-funcionária 25 mil
euros até agosto de 2016. Só
que a Comercial não cumpriu
integralmente o deliberado
e acabou por ser executada
para garantir o pagamento
de 21.212 euros de dívida
contabilizados a 15 de abril
Quinta-feira • 13 de junho de 2019 •
desse ano. A nova ação judi-
cial resultou no pagamento de
4.336,08 euros, mas, pelas suas
contas, a antiga funcionária
entendia que a ACG ainda lhe
devia 20.792,77 euros, valor
resultante do capital em dívida
acrescido dos juros moratórios
e compulsórios entretanto
vencidos.
Dívidas da ACG
«ultrapassam» os
ativos conhecidos
A Comercial foi novamente
executada, mas a ação não re-
sultou e foi declarada extinta
pelo tribunal por inexistên-
cia de bens. Alarmada com
as recentes notícias sobre a
situação da associação e so-
bretudo pelo facto da institui-
ção centenária ter pendentes
outras execuções por dívidas
superiores a 47 mil euros, a
ex-funcionária avançou com o
pedido de insolvência da ACG
junto do Tribunal da Guarda.
Na fundamentação do pedi-
do, a que O INTERIOR teve
acesso, a antiga trabalhadora
justifica a ação alegando que
a Associação Comercial «não
tem pago impostos e dívidas
a fornecedores ou salários a
trabalhadores», tendo atual-
mente apenas um funcionário
•5
AR
ao serviço «com vários meses
de salários em atraso». Outro
argumento invocado é que as
dívidas da AGC «ultrapassam
os ativos conhecidos» e que
as execuções pendentes con-
tra ela demonstram «a sua
incapacidade em pagar» as
dívidas vencidas, que serão de
montante «muito superior»
ao do valor do seu património
conhecido.
Este será talvez o golpe
final na Comercial da Guarda,
cujos associados chumbaram,
em outubro de 2018, a pro-
posta da direção presidida por
Miguel Alves de venda da sede
para pagamento das dívidas.
Nessa Assembleia-Geral, o di-
rigente revelou que o passivo
da associação era de 487.899
euros, dos quais 186.775 euros
eram dívidas por empréstimos
de fornecedores, e pouco de-
pois o mesmo intentou uma
ação executiva contra a ACG
pelos seus próprios créditos,
avaliados em mais de 100 mil
euros. Já em março passado,
conforme noticiou O INTE-
RIOR, o que restava da direção
da associação demitiu-se. Este
elenco diretivo era composto
pelo presidente Miguel Alves
e por Nuno Martins e António
Monteirinho (os demais eleitos
já se tinham demitido).
6• • Quinta-feira • 13 de junho de 2019
S
Sociedade
UBI
Docente
selecionado
para
programa do
Departamento
de Estado dos
EUA
Samuel de Paiva Pires,
docente do Departamento
de Sociologia da Universi-
dade da Beira Interior (UBI),
foi selecionado pela Ful-
bright Portugal e pelo De-
partamento de Estado dos
Estados Unidos da América
para participar no programa
“Study of the U.S. Institutes
(SUSI) for Scholars on Fo-
reign Policy”.
O SUSI contempla várias
áreas sectoriais e todos
os anos são selecionados
cerca de 100 académicos,
entre centenas de candida-
tos de todo o mundo, para
cursos intensivos de seis
semanas com dezenas de
conferências e seminários.
O também diretor de Curso
do 2º Ciclo/Mestrado em
Relações Internacionais da
UBI candidatou-se à área
de U.S. Foreign Policy e
vai integrar o grupo de 18
académicos que participará
no programa a realizar na
Universidade de Delaware
de 13 de junho a 26 de julho.
O objetivo é conferir aos
participantes conhecimen-
tos que permitam melhorar
a qualidade do seu ensino e
investigação sobre os EUA
e, especificamente, sobre a
política externa do país.
UBI
Estudantes de
Aeronáutica vencem
concurso aeroespacial
Cinco alunos do mestrado
integrado de Engenharia Aero-
náutica da UBI – entre os quais
Pedro Dente, natural da Guarda
– venceram a primeira fase do
Concurso Nanostar Student
Challenges.
Os estudantes desenvolve-
ram o projeto “Moon Invaders”
que conquistou o prémio princi-
pal do concurso organizado por
universidades e entidades liga-
das à Agência Espacial Europeia.
A primeira fase desta competi-
ção contou com 15 equipas de
DR
alunos, que foram desafiados a
projetar um trabalho preliminar
de uma missão espacial à Lua.
De acordo com a Universidade
da Beira Interior, «a melhor
proposta foi apresentada pe-
los alunos Pedro Dente, Flávio
Rosa, Gustavo Ribeiro, Emanuel
Castanho e Francisca Oliveira».
A equipa que desenvolveu o
projeto é ainda constituída
por Jorge Benedicto, estudante
da Universidad Politécnica de
Madrid, que se encontra em
período de mobilidade na UBI,
ao abrigo do Programa Eras-
mus+, desde setembro de 2018.
Graças a esta distinção os sub-
sistemas do satélite de “Moon
Fotolegenda
Cunha Rasteiro condecorado
em Salamanca
Luís Cunha Rasteiro, coman-
dante do Comando Territorial da
GNR da Guarda, recebeu a Meda-
lha da Ordem de Mérito Civil do
Governo espanhol.
A distinção foi entregue na
segunda-feira, em Salamanca,
por Mercedes Martín, delegada
do Governo na comunidade de
Castilla e León e visou reconhecer
os esforços do militar guardense
na cooperação e relacionamento
com as forças policiais do país
Invaders” (em desenvolvimento
na UBI) serão a base para desen-
volvimento de vários subsiste-
mas de um nano-satélite noutras
universidades envolvidas no
projeto Nanostar. Os estudan-
tes vencedores vão ainda ter
a oportunidade de coordenar
futuros projetos sob o título
“Equipa Líder de Engenharia
de Sistemas”. Além disso, está
ainda prevista, em setembro,
DR
vizinho. Na cerimónia, a represen-
tante do Governo afirmou que «o
mérito deriva do esforço em não
apenas manter boas relações com
as autoridades policiais espanho-
las, mas também pela troca de
informação», que o oficial da GNR
com elas realizou desde 1994.
«É um orgulho enormeosten-
tar esta condecoração e motiva-me
a continuar a exercer as minhas
funções com brio e dedicação», afir-
mou, por sua vez, Cunha Rasteiro.
a apresentação do trabalho no
Simpósio sobre Atividades Edu-
cativas Espaciais, a realizar na
Universidade de Leicester (Rei-
no Unido). O projeto Nanostar
resulta de um consórcio com-
posto por sete universidades de
Portugal (entre elas a UBI), Es-
panha e França, dois “clusters”
aeroespaciais e por três centros
de incubação de empresas da
Agência Espacial Europeia. De
IPG
Hoje é Dia do
Empreendedorismo
& Emprego
O Instituto Politécnico da
Guarda (IPG) organiza esta
quinta-feira o Dia do Empre-
endedorismo & Emprego. A
atividade decorre no auditório
dos Serviços Centrais a partir
das 11 horas.
A sessão inclui a apre-
sentação de resultados do
projeto PoliEntrepreneurship
Innovation Network (PIN)
pelas 12 horas e, à tarde, a
realização do Concurso Regio-
nal do Poliempreende 2019,
onde serão divulgadas ideias e
projetos de investimento. Este
desafio destina-se a fomentar
o enriquecimento curricular
dos estudantes do IPG através
do empreendedorismo, dando
resposta ao desafio do Proces-
so de Bolonha, com «a consti-
DR
acordo com a UBI, a iniciativa
«pretende não só proporcionar
aos estudantes a experiência de
participarem num processo de
engenharia espacial real», como
também «capacitá-los ao mais
alto nível com competências
em engenharia espacial». Este
programa tem financiamento
europeu através do Programa
Interreg (European Territorial
Cooperation).
tuição de novas empresas de
cariz inovador e implantação
regional, potencial de cresci-
mento e permitindo a promo-
ção da inovação, bem como
contribuir para o fomento
do empreendedorismo» na
região de influência» do Po-
litécnico guardense. A sessão
de abertura contará com a
participação do secretário de
Estado da Ciência e do Ensi-
no Superior, João Sobrinho
Teixeira; do presidente do
Conselho Coordenador dos
Institutos Superiores Politéc-
nicos, Pedro Dominguinhos;
do presidente do COMPETE,
Jaime Andrez; do presidente
do IAPMEI, Nuno Mangas; e
do presidente do IPG, Joaquim
Brigas.

PS diz que a Guarda
«atrasou-se»
AR
«O município tem investido mais nas funções económicas e nas funções
sociais para apoiar o desenvolvimento e o bem-estar dos cidadãos», disse o
presidente da Câmara
Luis Martins
Maioria e oposição
divergiram sobre
contas consolidadas
do município de 2018,
com os socialistas a
acusarem os sociais-
democratas de falta de
estratégia «estrutural»
para o desenvolvimento
do concelho. Carlos
Chaves Monteiro
rejeitou as críticas.
Os vereadores do PS votaram
contra as contas consolidadas de
2018 do município da Guarda
porque refletem «as opções po-
líticas da maioria com as quais
não concordamos» e sobretudo
porque «tudo o que é estrutural
não está a ser feito e por isso é que
a Guarda se atrasa relativamente
às cidades vizinhas».
O diagnóstico é de Eduar-
do Brito, que no final da reu-
nião do executivo da passada
segunda-feira afirmou mesmo
que «a estratégia do município
nos últimos seis anos teve como
único objetivo levar Álvaro Amaro
para o Parlamento Europeu»,
e resultou. Para o socialista, o
«abandono» do centro histórico,
a «falta de atração» de empresas
e de apoio aos investidores e às
pessoas estão «patentes nas con-
tas de 2018». Mais preocupante
será também o valor da dívida
da autarquia, mas neste caso o
vereador prefere esperar pelo
fecho da negociação com a Águas
de Portugal: «Só quando esse
dossier estiver encerrado é que
poderemos ver com todo o rigor
o valor da dívida», disse Eduardo
Brito, que promete convocar um
feito neste mandato, custe o que
custar», desafiou o vereador. A
este propósito, o presidente da
Câmara revelou que foi contrata-
da uma empresa para identificar
os focos poluentes para serem
tratados. «Esta tem sido uma
«debate» sobre as contas do mu-
nicípio quando houver acordo na
água e saneamento.
Na resposta, Carlos Chaves
Monteiro constatou que a oposi-
ção votou «em coerência» com o
que tem feito, mas não concordou
com as críticas. «O município
tem investido mais nas funções
económicas, que tiveram no ano
passado uma dotação de 4,5
milhões de euros, e nas funções
sociais, com 520 mil euros, para
apoiar o desenvolvimento e o
bem-estar dos cidadãos», afirmou
o presidente da Câmara. O edil
negou também que haja falta de
investimento no centro histórico e
elencou a aquisição de duas casas
contíguas à sede da CIMBSE, na
Praça Velha, a disponibilização de
13 habitações na Rua dos Cavalei-
ros, as obras do “Condomínio das
Associações” no Torreão, da Torre
dos Ferreiros e, brevemente, no
Largo da Misericórdia. «Aguar-
damos também que a Ordem
dos Engenheiros nos apresente
um projeto que valorize a Praça
Velha», acrescentou, concluindo
que «estes exemplos demonstram
que há investimento no centro
histórico e que os vereadores do
PS estão desatentos».
Os socialistas consideraram
também que a despoluição do
rio Noeme está a decorrer de
forma «demasiado lenta» e que,
até agora, as intervenções levadas
a cabo são «mera cosmética».
Eduardo Brito disse que os princi-
pais focos poluidores continuam
por resolver e criticou a maioria
por se «contentar com coisas
superficiais e com as obras dos
outros», numa alusão à ETAR do
Torrão, que considerou «impor-
tante» para a despoluição do rio.
«É um trabalho que tem que ser
Quinta-feira • 13 de junho de 2019 • •7
IPG
Programa quer
aumentar atividade
física das pessoas
Dois docentes do Instituto
Politécnico da Guarda (IPG) par-
ticiparam, recentemente, numa
reunião de trabalho do grupo de
países parceiros no programa
preocupação da autarquia, que de Erasmus + MEW (Movement,
tem estado a trabalhar isolada- Environment and Well-Being).
mente e com a Águas do Vale do Esta investigação destina-se
Tejo para que não haja poluição a aumentar os níveis de ativi-
neste curso de água e no rio dade física, melhorar a saúde
Diz», adiantou Carlos Chaves e as relações sociais dos seus
Monteiro. participantes. A reunião teve
como objetivo a apresentação
Novos bancos e floreiras na Rua do Comércio dos resultados de um grupo de
cerca de 200 voluntários que
No final da reunião quinzenal Carlos Chaves Monteiro adiantou
durante seis meses participaram
aos jornalistas que há um empresário de Oliveira do Hospital que
em sessões de exercício físico
quer reabrir a Confama, fábrica de confeções de Famalicão da Serra,
e aumentaram a quantidade
e com mais trabalhadores.
de movimento realizada dia-
«Mas há condicionantes que precisam ser ajustadas, nomea-
riamente. Participam Portugal,
damente os direitos dos trabalhadores e dos credores», afirmou o
Itália, Letónia, Alemanha, Reino
autarca, que se escusou a revelar mais pormenores. O presidente
Unido, Roménia e Irlanda. O
confirmou ainda que foram novamente colocados bancos e floreiras
grupo de Portugal tem cerca de
na Rua do Comércio e que desta vez é o mobiliário adequado. «Os
30 participantes que realizaram
anteriores foram retirados porque não eram adequados em termos
um programa de exercício físico,
do projeto», confirmou Carlos Chaves Monteiro, que não adiantou os
orientado por uma equipa técni-
custos da colocação deste mobiliário urbano por não ter presente no
ca de docentes e investigadores
momento o valor em causa. «Há um ligeiro acréscimo porque estes
do IPG. «De uma forma geral, ve-
não são exatamente iguais ao previsto», disse apenas. Recorde-se que
rificou-se um aumento da quan-
a autarquia gastou, em 2016, mais de 100 mil euros na colocação
tidade de movimento realizada
de bancos e floreiras naquela rua do centro histórico que depois
foram retirados.
semanalmente pelos praticantes
Nesta sessão o executivo aprovou, por unanimidade, a concessão
e uma consequente melhoria do
da piscina fluvial na barragem do Caldeirão e do bar à Associação
seu estado de saúde», adianta o
Raiz de Trinta. A coletividade pagará uma renda mensal de 825 euros,
Politécnico em comunicado.
mais IVA, sendo que o espaço de lazer vai abrir no início de julho. A
O MEW irá culminar em
Câmara deliberou ainda abrir concurso público para a pavimentação
outubro com a publicação de um
e melhoria de acessos e passeios nos aglomerados rurais da fregue-
livro de disseminação dos resul-
sia da Guarda. Serão intervencionadas as localidades dos Galegos,
tados obtidos pelos praticantes
Carapito, Alfarazes e Cabreira, num investimento previsto de 175
e informação sobre os benefícios
mil euros, mais IVA. Na segunda-feira, o executivo decidiu hoje, por
da prática de exercício físico e
maioria, rejeitar a transferência de competências da administração
adoção de estilos de vida saudá-
central em áreas como a educação e a saúde, entre outras, por não
veis. Serão também nomeados
voluntários que se destacaram
estarem reunidas as condições necessárias «do ponto de vista
pela sua influência na promoção
financeiro, do investimento e até do ponto de vista social e laboral
de estilos de vida ativos e que
dos trabalhadores», justificou o presidente.
LM ficarão responsáveis pela con-
tinuidade do programa MEW.
Trancoso
Pulseira eletrónica
por violência
doméstica
Um homem de 61 anos foi
detido por violência doméstica
em Trancoso.
No âmbito de uma inves-
tigação que decorria há cinco
dias, a GNR apurou que o sus-
peito exercia «violência física,
psicológica e ameaças de morte
sobre a sua esposa, de 58 anos».
O Núcleo de Investigação e de
Apoio a Vítimas (NIAVE) do
Comando Territorial da Guarda
deu cumprimento a um manda-
to de detenção no passado dia 5,
tendo o suspeito sido presente a
primeiro interrogatório judicial
no Tribunal de Trancoso. O in-
divíduo saiu em liberdade mas
sujeito às medidas de coação
de proibição de contacto com a
vítima e de aproximação da sua
residência, sendo controlado
através de pulseira eletrónica.
8• • Quinta-feira • 13 de junho de 2019
Publireportagem

A Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra

da Estrela apresenta o Plano Intermunicipal de
Adaptação às Alterações Climáticas, no próximo dia
17 de Junho, pelas 9h00 no Auditório dos Serviços
Centrais do Instituto Politécnico da Guarda
A Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela ções. Estas ações refletem a preocupação da região ao nível do
(CIMBSE) tem vindo a promover o desenvolvimento de ações desenvolvimento sustentável e relacionam-se com os setores
no sentido de se alcançar uma maior sustentabilidade energética da educação e sensibilização ambiental, da sensibilização para
e ambiental. a população em ge-
A necessidade de in- ral, da monitorização,
tervenção face às altera- avaliação e vigilância,
ções climáticas no senti- das infraestruturas
do da adaptação local e verdes, da gestão sus-
regional é fundamental, tentável da floresta, do
e é encarada como ma- ordenamento e gestão
téria prioritária, pela dos recursos fluviais e
inevitabilidade que os também das espécies
seus impactos produzem e continuarão a produzir no território, florestais e agrícolas, controlo de pragas e doenças agroflo-
influenciando o quotidiano da população. restais, entre outros.
O presente plano procura estabelecer um roteiro estratégico
O Plano Intermunicipal de adaptação às Alterações Climática que facilite a adaptação da região das Beiras e Serra da Estrela
(PIAAC) compreende a determinação de um conjunto de ações aos riscos climáticos assim como colocar as ameaças decorrentes
que visam a adaptação ou mitigação dos efeitos destas altera- dos riscos climáticos na agenda pública.

Programa
9h00 Secretariado
9h30 Sessão de abertura
Carlos Filipe Camelo (Presidente), Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela
Joaquim Brigas (Presidente), Instituto Politécnico da Guarda
Ana Abrunhosa (Presidente), CCDR Centro
9h45 Adaptação às Alterações Climáticas em Portugal
Fundo Ambiental
10h00 Adaptação às alterações climáticas na região Beiras e Serra da Estrela
Elsa Nunes, IrRADIARE, Science for Evolution
Rui Pedro Henriques, IrRADIARE, Science for Evolution
10h15 Alterações climáticas no contexto europeu
[Coordenadora projeto europeu] , Maria Bastidas
10h30 Networking & Coffee Break
Painel I
10h45 eco2seia – Loja da Poupança Energética Seia
Paulo Mendonça, Município de Seia
11h00 Projeto de Rearborização Verde Puro
Carlos Martins, CIM BSE
Painel II
11h15 Projetos de inovação na adaptação às alterações climáticas
Moderador: Carlos Santos, Enerarea
João Castro Gomes, Universidade da Beira Interior
Figueiredo Ramos, Instituto Politécnico da Guarda
ENERTECH Sabugal - Feira das Energias e Tecnologias - Apresentação Pública, Câmara Municipal do Sabugal
12h00 Debate
12h45 Encerramento
João Ataíde, Secretário de Estado do Ambiente
 Quinta-feira • 13 de junho de 2019 • •9

Nova ETAR do Guarda

7,5 milhões de euros para
redes de água e saneamento
Torrão ajuda a até final do ano
A Câmara da Guarda e a volvidos já só tínhamos 20

despoluir Noeme
Águas do Vale do Tejo preveem
investir 7,5 milhões de euros
até final do ano em obras de
ampliação da rede de água e
de saneamento básico.
Segundo o vice-presidente
Águas do Vale do Tejo investiu 1,3 milhões de euros na da autarquia, Sérgio Costa, «es-
modernização do equipamento, que tem agora mais capacidade tamos a falar em onze aldeias
que, neste momento, estão
de tratamento de águas residuais e industriais com obras em abastecimento
LM
de água e 16 em saneamento
básico». Grande parte do inves-
timento necessário é cofinan-
ciado por fundos comunitários,
acrescentou o autarca. Rela-
tivamente ao abastecimento
de água, Sérgio Costa lembra
que, em 2013, quando o atual
executivo social-democrata
tomou posse, existiam cerca
de 40 aldeias sem rede de
água ao domicílio. «Cinco anos
aldeias. E tudo isto com meios
próprios do município e obras
por administração direta. Com
os nossos funcionários, conse-
guimos reduzir para metade o
número de aldeias sem abas-
tecimento de água», disse o
vice-presidente do município,
estimando que «até ao final
deste mandato todas as aldeias
do concelho tenham água ao
domicílio».
Quanto ao saneamento bá-
sico, Sérgio Costa recordou que
em 2013 havia 90 aldeias do
concelho que não tinham rede
de saneamento. «Em 2018 este
número foi reduzido para 86 e
no final deste ano esse número
já só será apenas de 70» povo-
ações rurais sem saneamento,
vaticina Sérgio Costa.

Combustíveis
Preços na Guarda são 6 a 16 cêntimos
mais caros que em Fuentes de Oñoro
Apesar da descida históri- gasolina simples. Na segun-
ca no preço dos combustíveis da-feira a quebra de preços
registada no início desta se- verificada em Portugal foi de
mana em Portugal, na locali- sete cêntimos na gasolina e
dade espanhola de Fuentes de de cinco cêntimos no gasóleo.
Reabertura da ETAR do Torrão é «o princípio» da despoluição do Noeme, disse presidente da Câmara da Guarda Oñoro abastecer continua a ser Embora significativa, esta
mais barato do que na Guarda. descida não atinge os pre-
Luis Martins tratamento da ETAR passa a ser triais de metade da cidade mais A diferença é de 6 cên- ços competitivos da vizinha
terciário, «garantindo a remoção alta. Já Carlos Chaves Monteiro, timos por litro de gasóleo e Espanha, onde continua a
de nutrientes (azoto e fósforo) presidente do município, con- de 16 cêntimos no caso da compensar abastecer.
A despoluição do rio No- para assegurar as exigências gratulou-se com esta interven-
eme, que nasce em Vale de de descarga mais restritivas ção recordando que a estação de
Estrela (Guarda) e desagua no que resultaram da alteração da tratamento era «desadequada e PUB
rio Côa, passou a ter uma ajuda classificação do meio recetor, o tinha uma capacidade ultrapas-
importante com a reabertura da rio Noeme, afluente do Côa, na sada». Por isso, a sua entrada
remodelada ETAR do Torrão, na bacia hidrográfica do rio Douro, em funcionamento marca «o
periferia da Guarda. agora classificada como zona princípio» da despoluição do
O novo equipamento foi sensível», adiantou o município. Noeme, garantiu o edil, sem
inaugurado no Dia Mundial Na cerimónia inaugural, o adiantar um prazo para concre-
do Ambiente, assinalado no presidente das Águas do Vale tizar esse objetivo. Ainda assim,
passado dia 5, e implicou um do Tejo considerou que a obra o autarca guardense sublinhou
investimento de cerca de 1,3 transformou «uma ETAR do que «são infraestruturas des-
milhões de euros da empresa século XX numa estação de tra- tas que ajudam a corporizar o
Águas do Vale do Tejo, verba tamento do século XXI dotada projeto da Guarda como cidade
cofinanciada em 85 por cento do mais moderno equipamento bioclimática».
pelo POSEUR. A Estação de para cumprir os requisitos am- Por sua vez, o secretário de
Tratamento de Águas Residuais bientais exigidos nesta área». Estado do Ambiente, João Ataí-
(ETAR) serve parte da cidade e Segundo José Sardinha, há agora de, considerou que «é necessá-
também a freguesia de Vale de no Torrão «uma ETAR ao nível rio rever equipamentos do sécu-
Estrela, tendo a sua capacidade das melhores da Europa» e que lo XX para cumprir critérios de
de tratamento sido reforçada vai contribuir para a despo- qualidade da água, que tem que
de 4 mil para 10 mil habitantes- luição do Noeme tratando os ser muito bem tratada por causa
equivalentes. Também o nível de efluentes domésticos e indus- do risco de escassez». Mas o Dia
Mundial do Ambiente começou
Bandeira Azul hasteada em Valhelhas na Castanheira, onde a comitiva
inaugurou o novo reservatório
elevado com capacidade para
A jornada terminou na praia fluvial de Valhelhas, palco da
armazenar 250 metros cúbicos
primeira cerimónia nacional do hastear da Bandeira Azul, o que
de água e resolver os problemas
aconteceu pela primeira vez no interior do país.
de falta dela naquela localidade
O espaço de lazer tem cerca de 30 anos de existência e é uma
e nas aldeias vizinhas de Rabaça
das mais visitadas da região, obtendo há onze anos consecutivos
e e Porto Morisco durante o Ve-
esta distinção da Associação Bandeira Azul graças à qualidade da
rão. A obra executada pela Águas
água e dos seus equipamentos de apoio. O secretário de Estado
do Vale do Tejo custou cerca de
do Ambiente gostou do que viu e elogiou a «riqueza natural» da
meio milhão de euros, também
praia fluvial banhada pelo Zêzere.
cofinanciados pelo POSEUR.
10 • • Quinta-feira • 13 de junho de 2019
RE/MAX Altitude em Ação
de Responsabilidade Social
A Equipa RE/MAX da Guarda, em representação de todos os Clientes e Amigos que contri-
buíram nesta Ação Solidária, proporcionaram um sorriso das Crianças e Jovens das seguintes
Instituições: Casa da Sagrada Família; Refúgio Ana Luísa e o Centro de Apoio à Vida” Nascer”.
E ainda houve um miminho aos recém nascidos
na maternidade.
A todos o que contribuíram nesta Campanha,
o nosso muito obrigada!
Test-drive
Novo BMW Série 3, um carro
com história
O INTERIOR foi para a estrada
com um modelo da sétima geração
do BMW Série 3, cujo objetivo é dar
continuidade a uma história de
sucesso da marca alemã.
Trata-se do 320d Berlina com
versão desportiva M que possui
mais tecnologia, reduziu-lhe o peso
(menos 55 quilos) e fê-lo crescer
em tamanho – é mais largo e mais
alto – face ao seu antecessor. Tam-
bém a aerodinâmica foi otimizada,
com o coeficiente aerodinâmico
(Cd) a passar dos 0.26 para os 0.23,
um pormenor fundamental para
manter os consumos controlados.
A imagem do novo Série 3 mantém-
se particamente inalterada, com
destaque para as luzes óticas es-
tilizadas que se unem à já famosa
grelha do tipo “duplo rim”. O “look”
agressivo e desportivo é também
realçado por uma linha de cintura
musculada, jantes que podem ir até
às 19 polegadas – as maiores algu-
ma vez disponibilizadas pela marca
no Série 3 – e saídas de escape de
80 a 90 mm.
O habitáculo apresenta uma
pequena revolução ao nível do
“tablier”, com o ecrã central a
posicionar-se ligeiramente mais
abaixo, acima de uma zona com
duas saídas de ar. O novo Série 3
vem equipado com o sistema iDrive
giratório e o painel de instrumentos
digital que pode ser totalmente
configurável ao gosto de cada um.
Há ainda um “leque” de tecnologia
e assistentes disponíveis, onde se
destaca o sistema de condução no
trânsito, que permite circular sem
Publireportagem
França
Jovem emigrante já foi encontrado
Carlos Vidal, o jovem de 25
DR
anos emigrante em França que
esteve desaparecido em Paris, já
foi encontrado, segundo notícia
avançada pelo “Jornal de Notícias”
na quinta-feira.
A família confirmou ao diário
que o jovem se encontra bem
de saúde, não querendo prestar
mais declarações. Carlos Vidal,
que possui ligações familiares à
Guarda e ao Porto, desapareceu
a 27 de maio, após ter apanhado
um comboio com destino à Gare
du Nord. O emigrante deveria ter
chegado à casa da sua família de
acolhimento, após estar uns dias
com a namorada, mas esteve
incontactável até ser encontrado.
Vila Nova de Foz Côa
Detido por ameaça com arma e furto
em armazém
Um homem de 40 anos foi de- Alertado o posto da GNR da
tido na quinta-feira, no concelho sede de concelho, os militares
de Vila Nova de Foz Côa, por posse deslocaram-se de imediato ao
de arma proibida, ameaça com local tendo intercetado o sus-
arma de fogo e furto no interior peito a sair do armazém «com a
de armazém agrícola. arma empunhada e municiada,
Segundo o Comando Ter- bem como com diversos artigos
ritorial da GNR da Guarda, «o furtados do interior do arma-
suspeito, sem autorização, per- zém». Após algumas diligências
noitou num armazém agrícola as autoridades apuraram que
e, à chegada dos trabalhadores o indivíduo já teria sido visado
durante a manhã, mostrou- noutro processo por furto. Os fac-
se agressivo, ameaçando um tos foram remetidos ao Tribunal
deles com uma arma de fogo». Judicial de Vila Nova de Foz Côa.
LBM LBM
as mãos no volante até velocidades
de 60 km/h. O novo BMW Série 3
está à venda desde março de 2019
no concessionário Matos & Prata,
na Guarda, com seis motorizações
numa fase inicial: 320i, 330i,
318d, 320d, 320 xDrive e 330d.
A viatura ensaiada tem 190 CV
e o PVP é de 72.980 euros. Mais
informações no concessionário da
marca alemã para os distritos da
Guarda e Castelo Branco.
 Quinta-feira • 13 de junho de 2019 • • 11

Incêndios Trancoso
Guarda com planeamento
reforçado em relação ao
ano passado
EPT conquista terceiro prémio
O distrito da Guarda está na lista dos
das zonas do país cujos planos de combate
a incêndios foram reforçados relativamente
em concurso da CCDRC
A Escola Profissional de Trancoso
DR

a 2018, dispondo de mais meios no período
mais crítico (1 de julho a 30 de setembro).
A Guarda foi um dos seis distritos a
apresentar o Plano Distrital de Combate
a Incêndios dentro do prazo, em reunião
das comissões de Proteção Civil, a 10 de
maio. Braga, Viseu, Bragança, Leiria e
Santarém também figuram nesta lista. Já
Castelo Branco está entre os nove distritos
que apresentaram o plano atrasado. A data
limite para apresentação foi 14 de maio,
tendo este distrito feito a mesma apenas
no dia 22 desse mês. Aveiro, Beja, Coimbra,
Évora, Portalegre, Porto, Viana do Castelo
e Vila Real são também casos em que os
prazos não foram cumpridos. Setúbal é a
única situação em que este planeamento
ainda não foi apresentado, nem tem data
agendada para tal. De acordo com a Di-
retiva Operacional Nacional que define o
Dispositivo Especial de Combate a Incên-
dios Rurais (DECIR) para este ano, deveria
realizar-se uma sessão pública em cada
distrito para apresentação do respetivo
plano operacional distrital até 14 de maio.
Nesta sessão, as entidades envolvi-
das na defesa da floresta contra incêndios
e os órgãos de comunicação social teriam
de ser obrigatoriamente convidados. Pelo
menos metade dos planos operacionais
distritais de combate a incêndios rurais
deste ano foram apresentados fora do
prazo previsto por lei, tendo alguns sido
reforçados no período mais crítico de
fogos em relação a 2018. Além disso, na
maioria das apresentações realizadas
não foi feito nenhum convite aos órgãos
de comunicação social.
Figueira de Castelo
Rodrigo
ATN dá curso de
(EPT) venceu o terceiro prémio da final
regional do concurso “Ideias de Negócio
nas Escolas”, organizado pela Comissão de
Coordenação e Desenvolvimento Regional
do Centro (CCDRC) no Politécnico de Leiria
na passada sexta-feira.
A equipa formada por alunos do curso
de Gestão de Equipamentos Informáticos
tinha vencido o concurso intermunicipal na
Guarda, no dia 17 de maio, e representou
a Comunidade Intermunicipal das Beiras
e Serra da Estrela na final regional, onde
também estiveram as escolas vencedoras
das restantes sete comunidades intermuni-
cipais da região Centro. Os representantes
da EPT receberam 600 euros, prémio
entregue pela presidente da CCDRC, Ana
Abrunhosa, na presença da secretária de
Estado do Desenvolvimento Regional,
Maria do Céu Albuquerque. Esta equipa já
tinha vencido este ano letivo o concurso nacional no mesmo concurso, que teve o empreendedorismo é um dos pilares do
regional “A Empresa”, da Junior Achieve- lugar em Cascais no passado 28 de maio. projeto educativo da Escola Profissional
ment, em Vila Real, e participado na final «A aposta numa educação direcionada para de Trancoso», adianta a direção da escola.
Ferrovia
BE quer saber quando ficará pronto troço Covilhã-Guarda da Linha da Beira Baixa
As comissões coordenadoras dis- do em risco até o próprio anúncio de que o ço Covilhã-Guarda da Linha da Beira Baixa,
tritais do Bloco de Esquerda (BE) da troço Covilhã-Guarda será reaberto no ano encerrado há dez anos, prevê a renovação e
Guarda e Castelo Branco anunciaram que 2019», considera o BE, que diz que «os si- eletrificação total da via, a remodelação de
o partido vai questionar o Governo sobre nais de haver atrasos na obra são grandes». edifícios de passageiros, a automatização e
os atrasos registados na conclusão das Nesse sentido, os bloquistas solicitaram ao supressão de passagens de nível, a reabili-
obras de modernização do último troço deputado Heitor de Sousa que perguntasse tação de seis pontes metálicas centenárias,
da Linha da Beira Baixa, entrea a Covilhã ao Governo qual o ponto de situação nas a execução de sistemas de drenagem e
e a Guarda. referidas obras e, caso exista atraso, «o por- de trabalhos de estabilização de taludes
«No dia 9 de julho de 2018 o ministro quê quando as mesmas estavam previstas e a instalação de sinalização eletrónica e
do Planeamento e Infraestruturas, Pedro estar acabadas em setembro de 2019?». telecomunicações. A modernização destes
Marques, acompanhado de autarcas da O BE aproveita o ensejo para saber como 46 quilómetros entre as duas cidades – e
região, concordaram no terreno que as ficarão as ligações ao norte do país após a as linhas da Beira Baixa e Beira Alta – re-
obras estavam a ir a bom ritmo, mas o que conclusão destas obras e nomeadamente a presentam um investimento previsto de 52
vemos agora são obras demoradas colocan- Coimbra. O projeto de requalificação do tro- milhões de euros.
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identificação de aves
de rapina
A Associação Transumância e Natu-
reza (ATN) organiza de 21 a 23 de junho
a XIIª edição do curso “Identificação,
ecologia, estudo e conservação de aves
de rapina”.
Esta formação intensiva pretende
dar a conhecer a avifauna da região do
Douro Internacional e das Arribas do
rio Águeda, assim como do Vale do Côa,
com atividades de identificação guiadas
por formadores especializados que vão
abordar a problemática da conservação
destas espécies. Participam os formado-
res Carlos Pacheco, Jorge Amaral, José
Jambas e Ricardo Brandão, estando pre-
vista uma visita à Reserva da Faia Brava,
módulos teóricos, três dias de observação
no campo e atividades de chamamento
de rapinas noturnas, entre outras novi-
dades. As inscrições custam 120 euros e
as vagas são limitadas. Mais informações
pelo email silvia.lorga@atnatureza.org
ou telefone 271 311 202. O curso é pro-
movido em parceria com o ICNF - Parque
Natural do Douro Internacional, SPEA,
Aldeia, CERVAS, ORIOLUS e o município
de Figueira de Castelo Rodrigo.
12 • • Quinta-feira • 13 de junho de 2019

Manteigas
Cicloturismo
Aldeias Históricas acolhem
Semana Europeia

A edição deste ano da Se-
mana Europeia de Cicloturismo,
que decorre entre 29 de junho e
6 de julho, tem como destino as
Aldeias Históricas, sendo Bel-
promove-se
mais distantes, dois desafios de
grande dificuldade, com mon-
tanha e longas distâncias, e um
percurso GPC – Grande Percurso
de Cicloturismo das Aldeias His-

monte o epicentro da iniciativa.
A vila será o ponto de partida
e de chegada dos sete dias de
atividades destinadas aos parti-
cipantes. Segundo a associação
com atividades
tóricas (GR22).
Haverá também atividades
para jovens e acompanhantes,
como visitas aos museus locais,
passeios pedestres e visitas

Aldeias Históricas de Portugal, a
iniciativa já conta com cerca de
1.500 inscritos provenientes de
oito países europeus, mas tam-
bém do Canadá e da Austrália. A
escolha de Belmonte «prende-se
com a sua centralidade relativa-
mente ao território das Aldeias
Históricas, estando posicionada a
uma distância equilibrada em re-
lação às restantes 11 localidades»,
justifica a associação. O programa
inclui vários tipos de percursos
e níveis de dificuldade, sempre
com início e fim na terra natal
de Pedro Álvares Cabral. Estão
também planeados dez percursos
em linha até às Aldeias Históricas
desportivas
em autocarro até às Aldeias
Históricas. O alojamento dos
participantes será assegurado
por oito parques de caravanas
distribuídos por várias zonas de
Belmonte, além de duas zonas
de campismo e cerca de 350
camas disponíveis na hotelaria
Granfondo da Serra da Estrela, etapa da Taça do Mundo de
e no alojamento local. A Sema- Parapente e Feira Antiga vão decorrer no início de julho
na Europeia de Cicloturismo DR
é organizada pela Federação
Portuguesa de Ciclismo, em
parceria com o município de
Belmonte, a União Europeia
de Cicloturismo e as Aldeias
Históricas de Portugal com o
apoio institucional do Turismo
do Centro e de Portugal.

EDP
Quatro novos postos de transformação
elétrica no distrito DR

«Já não olhamos para o turismo como uma atividade sazonal, mas antes permanente», afirma Esmeraldo Carvalhinho,
presidente da Câmara

Sofia Craveiro petivos acompanhantes. Estas está a cargo do Clube Chronos,

A EDP Distribuição colo-
cou em serviço quatro novos
postos de transformação (PT)
na região, designadamente em
São Pedro de Jarmelo (Guarda),
na Quinta do Prado do Poço
(Figueira de Castelo Rodrigo) e
dois no concelho de Trancoso,
no Terreno e Aldeia Velha.
Segundo a empresa, os no-
vos equipamentos foram coloca-
dos pela Área de Rede e Clientes
Serra da Estrela e representam
um investimento total superior
Trancoso
Prisão preventiva por violência doméstica
Um homem de 51 anos foi
detido na sexta-feira pela GNR por
violência doméstica em Trancoso.
Segundo o Comando Territo-
rial da Guarda, «o suspeito exercia
violência física, psicológica e
ameaças sobre a sua esposa, de
47 anos». A detenção foi concreti-
zada pelo Núcleo de Investigação
a 60 mil euros. O objetivo é
«dotar as infraestruturas res-
ponsáveis pela alimentação de
energia elétrica em baixa tensão
àquelas localidades de uma
maior fiabilidade e capacidade
de resposta», segundo a EDP.
Com estes novos PT, a elétrica
garante, «de forma significati-
va, um relevante contributo no
reforço da qualidade do serviço
prestado aos concelhos da Guar-
da, Figueira de Castelo Rodrigo
e Trancoso».
e de Apoio a Vítimas Específicas
(NIAVE), no cumprimento de
um mandado no âmbito de uma
investigação que decorria há três
dias. O suspeito foi presente a
primeiro interrogatório judicial no
mesmo dia no Tribunal de Tranco-
so, tendo-lhe sido aplicada a medi-
da de coação de prisão preventiva.
Manteigas será palco de
diferentes atividades em julho
que irão permitir «fazer evo-
luir» o município «através das
suas características naturais»,
considera Esmeraldo Carvalhi-
nho, presidente do município
serrano. Trata-se do Granfondo
da Serra da Estrela, da Taça do
Mundo de Parapente e da Feira
Antiga que, de acordo com a
autarquia, contribuem para
dinamizar o concelho e atraem
um número significativo de
visitantes.
Os três eventos foram apre-
sentados na quinta-feira, no
Centro Interpretativo do Vale
Glaciar do Zêzere, em Manteigas,
onde Esmeraldo Carvalhinho su-
blinhou os ganhos económicos
da região durante a realização
destas atividades, nomeada-
mente a nível «das dormidas
e da restauração», devido ao
número de participantes e res-
iniciativas agendadas para o
próximo mês acarretam um cus-
to total de 180 mil euros que, se-
gundo o presidente da Câmara, é
superado pelo efeito que geram
no «crescimento na economia
do concelho». A terceira etapa
da Taça do Mundo de Parapente,
que será disputada de 29 de ju-
nho a 6 de julho, trará à vila 125
pilotos internacionais, nesta que
é a única prova daquela compe-
tição a realizar em Portugal. As
restantes têm lugar em França,
China, Brasil e Argentina.
A prova é organizada pela
WIND – Desporto, Natureza
e Aventura, sob a chancela da
Paragliding World Cup, e tem o
apoio da Câmara de Manteigas.
Já o Granfondo da Serra da Es-
trela, evento de cicloturismo que
já conta com 600 inscritos de 13
países, terá lugar a 7 de julho.
Esta é a sexta edição de uma
competição cujo percurso levará
o pelotão até à Torre, com pas-
sagem por Seia. A organização
em parceria com a Ultra Spirit
Sports e, este ano, conta atingir
os 1.000 participantes até à data
limite das inscrições. A par com
as iniciativas desportivas decor-
re ainda a Feira Antiga. Agenda-
da para os dias 5, 6 e 7 de julho, o
certame irá transformar o Largo
Dr. João Isabel e a Praça Luís de
Camões, no centro histórico de
Manteigas, em dois pontos de
tradição e gastronomia regional,
tentado recriar as atividades
ancestrais do final de século
XIX. Durante os três dias haverá
bailes, animação de rua, degus-
tações e diversas atuações, que
contribuem para a ocupação de
visitantes não participantes nos
eventos desportivos. «Já não
olhamos para o turismo como
uma atividade sazonal, mas
antes permanente», afirmou
o edil manteiguense, que com
estas atividades espera «atrair
visitantes, divulgar o concelho
e as suas potencialidades no
desporto de aventura».

A «curadoria do espaço
público» pelas paredes
da Covilhã
Sofia Craveiro
O mais antigo festival
de arte urbana do país
regressou à Covilhã,
trazendo consigo
renomados artistas
internacionais. O Wool
Festival transforma
as paredes da “cidade
neve” numa tela
em branco que vai
sendo colorida com
elementos que bebem
da sua história e
legado.
Ângela Ferreira é uma das
intervenientes da transfor-
mação artística que acontece
anualmente na Covilhã. Sob o
nome Kruella D’Enfer, a artista
portuguesa de 30 anos assina
murais coloridos pelo mundo
incluindo nas suas obras ele-
mentos relevantes para o local
onde se inserem.
Este ano pintou a sua pare-
de, na Covilhã, com a represen-
tação de uma janela manuelina
existente na cidade. Incluiu a
Serra da Estrela como fundo e
adicionou elementos represen-
tativos, como novelos de lã. «A
conjunção final sou eu a contar
uma história às pessoas que vão
depois reconhecer os elementos
incluídos», refere a artista, que
destaca a qualidade das expres-
sões estéticas do Wool. «Acho
que este festival é muito bom a
nível da curadoria dos artistas,
gosto do facto de não sermos
mais de dez», adianta. Este
facto é precisamente um dos
aspectos mais cuidados pela or-
ganização. Lara Seixo Rodrigues,
co-fundadora e responsável pela
organização do Wool, confirma,
referindo que «a curadoria é
desde sempre uma preocupa-
ção nossa, a nível de artistas e
também do espaço público». O
motivo é evitar saturar a cidade
de murais que, depois, não são
devidamente apreciados.
«Há uma preocupação com
o espaço público e com a arte.
Será algo que muita gente vai
ver, muitas vezes, e por isso não
pode ser uma coisa pesada»,
justifica Lara Seixo Rodrigues.
A responsável acrescenta que
«sempre definimos que seriam
quatro artistas, dois portugue-
ses e dois estrangeiros», ale-
gando que a junção «contribui
para a internacionalização dos
Quinta-feira • 13 de junho de 2019 • • 13
Música
Dapunksportif
no Fundão
O ciclo de música pop nacional
“Sons à Sexta” regressa amanhã
(22h30) à Moagem, no Fundão,
com o concerto dos Dapunksportif.
O grupo é um dos nomes mais
reconhecidos do panorama rock
nacional, com influências de gran-
des bandas do “stoner rock”, como
DR
os Kyuss, Queens Of The Stone Age
ou Eagles Of Death Metal. Os Da-
punksportif são Paulo Franco, João
Guincho e companheiros, e contam
já quase década e meia de carreira.
Neste concerto vão apresentar o
seu último álbum, intitulado “Soun-
dz Of Squeeze’o’phrenia”.
Literatura
O amor erudito
pelas ruas de
Roma no primeiro
romance de João de
Almeida Santos
DR
Sebas Velasco utilizou a fotografia de uma jovem que reinterpretou numa parede da Covilhã
artistas portugueses ao mesmo O cabeça de cartaz desta sexta é a primeira vez que realiza
tempo que trazer estrangeiros edição é o espanhol Sebas Ve- um trabalho em Portugal. «Sou
contribui para divulgar o ter- lasco. Reconhecido internacio- mais pintor do que muralista,
ritório e a arte portuguesas». nalmente e com vários prémios, pois sinto-me melhor no es-
túdio», afirma a O INTERIOR,
«Gostamos de acreditar que explicando que nos seus murais
utiliza como base fotografias de
conseguimos combater a interioridade elementos ou pessoas locais.
Na Covilhã retratou uma jovem, “Via dei Portoghesi”, título
com o Wool» fotografada nas ruas da cidade
(ver imagem), transformando a
do primeiro romance de João de
Almeida Santos, é o nome de uma
luz que incide sobre ela. «A Covi- pequena rua situada no coração
O carácter inovador do Wool Festival sempre acarretou difi-
lhã tem uma luz muito laranja ao de Roma.
culdades no financiamento e organização. Realizado desde 2011,
fim do dia. Quisemos incluir isso Com apenas 50 metros esta
este evento, que foi o primeiro do género em Portugal, chegou a
no nosso mural, adicionando um rua da capital italiana é o palco
ser suspenso por falta de financiamento. «A realização do Wool foi
elemento artificial», afirma o onde se desenrolam as aventu-
conturbada desde início. É um problema que existe, não só aqui,
artista espanhol. Este elemento ras dos personagens deste que
mas a nível nacional. Nunca apoiamos o que é nosso», lamenta
artificial é um carro, pintado é a primeira obra de ficção do
Lara Seixo Rodrigues.
na parede ao lado, também ele escritor e académico natural de
A co-fundadora do festival conta que, na primeira edição, o
fotografado na Covilhã. Famalicão da Serra (Guarda). Nes-
evento resultou de uma candidatura submetida à Direcção-Geral
O Wool é responsável por te livro, editado pela Parsifal, João
das Artes, que assegurou parte do financiamento necessário. «Só
mais de 30 murais de arte ur- de Almeida Santos intelectualiza a
depois fomos à Câmara da Covilhã para conseguir a restante par-
bana realizados na Covilhã, irracionalidade do amor, contan-
cela e que foi aprovada», recorda a responsável. Após o sucesso da
cidade que, de acordo com a do a história de Gianni e Paola, os
primeira edição, as dificuldades mantiveram-se. «Em 2015, por
organização, é o «sítio ideal para protagonistas que «integram uma
exemplo, não tivemos apoio. Tínhamos economizado dinheiro da
fazer isto». Lara Seixo Rodrigues tertúlia de intelectuais portugue-
edição anterior e conseguimos voltar a trazer artistas de renome
afirma que «a cidade tem uma ses que vivem num hotel da cida-
à cidade», recorda. Facto que não se verificou no ano seguinte,
geografia e geometria muito de». O autor, antigo presidente da
quando a organização não conseguiu os apoios necessários e o
interessante para isto aconte- Assembleia Municipal da Guarda
festival foi cancelado. A situação gerou alguma revolta por parte
cer», o que se traduz «num bom e ex-cronista de O INTERIOR, é
dos covilhanenses relativamente à autarquia, pois «as pessoas
enquadramento dos murais com atualmente diretor da Faculdade
perceberam que era uma mais-valia, que era algo que animava a
os elementos arquitetónicos». de Ciências Sociais, Educação e
cidade», admite Lara Seixo Rodrigues.
Natural da Covilhã, a cofundadora Administração da Universidade
Em resposta ao descontentamento foi depois aprovado,
do festival é atualmente uma das Lusófona de Humanidades e
em Assembleia Municipal, que o Wool Festival teria o apoio da
maiores curadoras e produtoras Tecnologias, em Lisboa, do Cen-
autarquia nos três anos seguintes, o que tem permitido a sua
de eventos deste tipo em Portugal. tro de Investigação em Política,
concretização até à data. Apesar de contar ainda com o apoio de
Devido ao carácter internacional Economia e Sociedade (CIPES) e
empresas e estabelecimentos locais, que cada vez mais têm inte-
do seu trabalho, já viajou imenso da revista “ResPublica. É autor e
resse em associar-se ao evento, Lara Seixo Rodrigues lamenta o
e explica que «após trabalhar coautor de mais de duas dezenas
facto de «não conseguimos nenhum apoio de uma grande marca
noutras cidades percebi que, na de obras, sobretudo académicas
por se realizar no interior». Apesar disso, a responsável, que não
Covilhã, temos muitas mais áreas na área da filosofia, da política e da
sabe qual o futuro do festival, diz que o «Wool é da Covilhã e da
interessantes para explorar do comunicação, sendo esta a primeira
região» e com ele «queremos combater a interioridade».
que é habitual noutros locais». vez que se aventura no romance.
14 • • Quinta-feira • 13 de junho de 2019 Publicidade

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TMG
Alunos de
Santa Clara
representam “O
Principezinho”
Vinte e quatro alunos do 5º
e 6º anos da Escola Básica de
Santa Clara, na Guarda, sobem
ao palco do TMG esta quinta-
feira (15 horas) para interpretar
a obra intemporal “O Principe-
zinho”.
O espetáculo está em cena
no pequeno auditório e narra
o encontro casual, num lugar
inóspito do nosso planeta, entre
um rapaz curioso e um homem
perdido interiormente. A temá-
tica da viagem pela nossa di-
mensão humana na sua melhor
expressão graças a Antoine de
Saint-Exupéry, que n’“O Princi-
pezinho” retrata o mundo dos
homens e a dificuldade de se
cativarem uns aos outros, com
valores genuínos, simples e sem
artificialidades. A encenação
e direção são de Paula Pinto e
Lúcia Firmino. A entrada é livre.
Teatro
Teatro das
Beiras estreia
“Entremezes” DR
O Teatro das Beiras estreia
esta sexta-feira (21h45), no seu
auditório, a peça “Entremezes”
com texto, encenação e cenogra-
fia de José Carretas.
A 103ª produção da compa-
nhia covilhanense é uma comé-
dia inspirada na primeira obra
da literatura dramática galega
“Entremés famoso sobre a pesca
do rio Miño”. Nessa peça lá está
o português, fidalgote fanfarrão
e pretensioso, que acaba der-
rotado e morto pelos labregos
raianos que disputavam a pesca
no rio Minho. Volvidos mais de
300 anos o espetáculo, que repe-
te no sábado, é uma espécie de
resposta onde se aproveita para
refletir sobre as fronteiras e as
nacionalidades. Do resultado o
público pode esperar «humor,
leveza e boa disposição», adian-
ta José Carretas. A interpretação
está a cargo de Fernando Lan-
deira, Hâmbar de Sousa, Sílvia
Morais, Susana Gouveia e Tiago
Moreira. “Entremezes” segue
depois em por praças e largos
do concelho da Covilhã e do país
nos meses de julho e agosto.
Teatro
“Lano Kaj Nego – A Lã e a Neve” no TMG
O TMG é, esta sexta-feira
(21h30), a próxima paragem
da digressão da peça “Lano Kaj
Nego – A Lã e a Neve”, peça ins-
pirada no romance homónimo
de Ferreira de Castro.
A criação da companhia
ASTA é apresentada na Guarda
com uma dramaturgia basea-
da na obra considerada «uma
referência para a identidade
da região da Beira Interior,
abordando a vida e o trabalho
entre a serra e a cidade, por
volta dos anos 40 do século pas-
sado, durante o período áureo
da indústria têxtil na região».
“Lano kaj Neĝo” significa “A Lã Marreta, que representa a busca
e a Neve” na língua esperanto, dos ideais progressistas que Fer-
que é referida no livro através reira Castro subliminarmente
de um personagem emblemá- insere. A peça acompanha o
tico e fulcral para a narrativa, percurso de Horácio, de pastor
SIAC
«Pintura de intervenção» nas galerias
do TMG
As referências
documentais são o
mote da mais recen-
te exposição inau-
gurada na galeria
de arte do TMG na
sexta-feira no âmbito
do SIAC.
Sob o título “O
Que Faz Falta… É
Malhar na Malta!”, a
mostra tem patentes
obras de Luís Herberto, pintor e docente da
Universidade da Beira Interior, que evocam
«pintura de intervenção», de acordo com João
Mendes Rosa, diretor do Museu da Guarda e
coordenador do SIAC, que considera que esta
exposição mostra «uma nova fase» da pintura
do artista natural de Angra do Heroísmo. Vic-
tor Amaral, vereador da Cultura da Câmara
da Guarda, considerou que a exposição tem
Quinta-feira • 13 de junho de 2019 • • 15
DR
e confrontar-se com a dura rea-
lidade do operariado.
Enquadrada nos anos 40 do
séc. XX, durante o período da
Segunda Guerra Mundial e com
a ditadura em Portugal como
pano de fundo, a peça evoca a ser-
ra isolada, as condições precárias
em que vivem aqueles serranos
e o auge do mundo industrial e
têxtil na Covilhã onde o trabalho
se torna uma reivindicação social
importante. A encenação é de
Miguel Pereira e a interpretação
está a cargo de Bruno Esteves,
Carmo Teixeira e Sérgio Novo.
O espetáculo é uma coprodução
em Manteigas que anseia reu- das Câmaras da Guarda, Gouveia,
nir condições financeiras para Freguesia de Famalicão da Serra,
poder ter a casa que sonha para Teatro Municipal da Guarda, Cine
viver com a família, até se tornar Teatro de Gouveia e Casa da Cultu-
tecelão numa fábrica na Covilhã ra de Famalicão da Serra.
Música
Miguel Gizzas apresenta
DR
“O Dia em que o Mar
«grande interesse
em vários domínios, Voltou” na Guarda
nomeadamente pe- O primeiro romance musical «do mundo»
dagógico». Por sua
vez, Luís Herberto
sobe ao palco do TMG este sábado (21h30) pela
música, letra e voz de Miguel Gizzas.
salientou que os “O Dia em que o Mar Voltou” é o segundo tra-
movimentos de re- balho do género do músico, escritor, compositor
volta representados e intérprete, onde a literatura se junta à música
pretendem salientar num mesmo suporte. Neste romance Miguel Gizzas
«uma cegueira que pretende colorir os sentimentos que transmite
vivemos» relativa- não apenas com a escrita, mas também com as
mente a ataques a músicas que acompanham cada capítulo e com
direitos humanos básicos. O artista é um imagens do cinema de animação. Com vozes de
dos representantes da moderna pintura atores como Ricardo Carriço, João Didelet e Sofia
portuguesa de registo figurativo. Está repre- Nicholson, o espetáculo conta a história de um
sentado em vários museus nacionais, entre novo e gigantesco terramoto que devasta Lisboa.
os quais o da Guarda, e em diversas coleções Este filme concerto tem música ao vivo e em tempo
particulares em Portugal, Espanha, França, real por Miguel Gizzas (voz e guitarra), Alex Veiga
Alemanha, Holanda e Brasil. A exposição (guitarra elétrica e acústica), Nuno Gonzalez de
tem curadoria do Museu da Guarda e estará Oliveira (baixo), Ernesto Rodrigues (teclados) e
patente até setembro. Alexandre Alves (bateria).
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16 • • Quinta-feira • 13 de junho de 2019
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VIDENTE
Futebol
Nova época do Sp. Covilhã
Com longos anos de experiência começa a 1 de julho
Trata inveja, mau olhado, espiritual, estudos, negócios, O Sp. Covilhã regressa ao trabalho a 1 de julho para
empresas, amor, problemas familiares, saúde, etc. preparar a sua 12ª participação consecutiva na IIª Liga
Sempre pronto a dar resposta aos seus problemas. de futebol profissional.
Saiba tudo sobre o seu futuro e o porquê que tudo A primeira sessão de treino vai acontecer no dia
seguinte, altura em que os reforços serão apresentados
corre mal em sua vida? à comunicação social. O orçamento para a nova época
Não hesite, fale com quem sabe. Tenha FÉ:
será da ordem dos «750 mil a 800 mil euros», tal como
271238451 ou 969012923 na temporada transata, e foi aprovado pelos sócios na
Assembleia-Geral realizada na semana passada. A novi-
dade é que o clube serrano vai ter uma equipa B para
fazer rodar os jogadores dos juniores “A” e da equipa
sénior profissional. «Vai jogar no complexo desportivo
da Covilhã e caso seja campeão no Distrital de Castelo
Branco, se houver estruturas desportivas disponíveis
na cidade, poderemos avançar para o Campeonato de
Portugal 2020-21», disse José Mendes, presidente do
emblema covilhanense.
Já o jogo de apresentação aos sócios da equipa prin-
cipal, que é orientada por Ricardo Soares, terá lugar a
20 de julho frente ao recém-promovido à Iª Liga Paços
de Ferreira. O campeão em título da IIª Liga é treinada
pelo ex-técnico dos serranos Filó. As duas equipas vão
disputar a Taça IMB no Santos Pinto. A nova época do
Sp. Covilhã começa oficialmente a 27 e 28 de julho com
a primeira eliminatória da Taça da Liga. Antes, a 2 de
julho será assinada com o município local a escritura
pública da Academia de Futebol de Formação do Sp.
Covilhã. O projeto destinado à formação do clube vai
surgir na Quinta da Alâmpada, na Boidobra, em terrenos
com 29.600 metros quadrados cedidos pela autarquia e
Filipe Pinto
Fotojornalista
vai arrancar, até meados de outubro, com a construção
de dois relvados sintéticos e balneários de apoio para
os escalões de formação. A obra vai ser desenvolvida
faseadamente e seguir-se-á a construção do edifício
principal e de um relvado natural.
Escadas do Quebra Costas, Nº 2 • 6200-170 COVILHÃ
Telef. 275 336 805 • Telem. 919 487 978 • Telem. 964 196 950
E-mail: filipepintofoto@sapo.pt • fotoacademica@hotmail.com
XCM
NOTÁRIA Tiago Ferreira e Maaris Meier
Paula Maria Lemos da Costa
CERTIFICO que por escritura de seis de Junho de dois mil e dezanove, exarada a fls.
mais fortes em Seia
54 e seguintes, do livro de notas para escrituras diversas numero 116-P, de Notária
Privada, com instalações na Rua da Devesa, numero oito, rés-do-chão, no Sabugal,
JOAQUIM AGOSTINHO RAMOS, solteiro, maior, natural da freguesia de Marmeleiro,
Tiago Ferreira (DMT Racing Team) e a estoniana Ma-
aris Meier (Maiatos) venceram no domingo a Maratona
concelho de Guarda e residente no Penedo da Sé, Marmeleiro, Guarda, declarou-se, da Serra da Estrela, quarta prova da Taça de Portugal de
com exclusão de outrem, dono e legítimo possuidor do seguinte imóvel: Maratona BTT (XCM) corrida no domingo.
PRÉDIO URBANO, destinado a habitação, constituído por casa de rés-do-chão, com O ex-campeão mundial e europeu da modalida-
a superfície coberta de trinta e seis metros quadrados, sito no lugar de Penedo da Sé,
na freguesia de Marmeleiro, concelho da Guarda, a confrontar do norte, sul e nascente de dominou a prova de elite masculina e deixou o
com proprietário (Maria Joaquina) e do poente rua pública, inscrito na matriz respectiva segundo classificado, Renato Ferreira, a 4m01s. O
em nome de Maria Joaquina sob o artigo 138, com o valor patrimonial actual e atribuído atleta da Vasconha BTT Vouzela) segurou o comando
de três mil oitocentos e oitenta e sete euros e quarenta e cinco cêntimos, não descrito
na competente Conservatória do Registo Predial. Que possui este prédio em nome
próprio, convicto de que lhe pertence há mais de vinte anos, por o ler adquirido pelo
da geral da Taça na categoria absoluta. O terceiro foi
Andrew Henriques (BTT Loulé/ Elevis), a 4m14s.
ano de mil novecentos e noventa e oitenta, por doação verbal feita por Maria Joaquina,
Nas senhoras, Maaris Meier também não deu hipó-
viúva, residente que foi em Marmeleiro, Guarda e desde então e ininterruptamente o
ocupa, fazendo as obras de conservação necessárias, posse que sempre exerceu, teses à concorrência, com Celina Carpinteiro (BTT
com conhecimento e à vista de toda a gente, sem oposição de quem quer que seja,
sendo, por isso uma posse pacifica, contínua, pública e de boa fé, pelo que o adquiriu
Loulé/ Elevis) a cortar a meta na segunda posição
por usucapião, não tendo todavia, dado o modo de aquisição, documento que lhe
a 6m35s da vencedora. Flávia Lopes (Vasconha BTT
permita fazer prova do seu direito de propriedade. Vouzela) completou o pódio e mantém-se no topo da
Sabugal, 06 de Junho de 2019 geral feminina. Nas categorias master o BTT de Seia
A Notária obteve duas vitórias por Carlos Gomes (master 35)
e António Marques (master 45), enquanto o mantei-
(Paula Maria Lemos da Costa) guense Tiago Craveiro foi o melhor paraciclista com
O Interior, nº 1014 de 13/06/2019 deficiência auditiva.
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Numerário

Ciclismo
Torre volta a ser final de etapa
da Volta a Portugal
A Torre, o ponto mais alto de
Portugal continental, volta este a
ser final de etapa da Volta a Por-
tugal em bicicleta.
A 81ª edição da principal
prova velocipédica portuguesa
vai decorrer de 31 de julho a 11 de
agosto e terá 1.531 quilómetros
de competição repartidos por
dez etapas. A Volta começa com
um prólogo em Viseu e terminará
no Porto com um contrarrelógio
individual. O pelotão chegará à
Beira Interior a 3 de agosto na ter-
ceira etapa, de 194,1 quilómetros,
entre Santarém e Castelo Branco.
No dia seguinte os ciclistas terão
Basquetebol
GIC Águeda vence Taça Nacional na Guarda
O Ginásio Clube de Águeda
(GiCA) conquistou, na Guarda, a
Taça Nacional de seniores femi-
ninos ao derrotar na final a AD
Sanjoanense por 65-53.
O troféu foi entregue no
sábado após um jogo intenso no
pavilhão municipal de S. Miguel,
onde a formação de Águeda
construiu uma decisiva vanta-
gem até ao derradeiro quarto
período. Contudo, o resultado de
52-29 no marcador não desmor-
alizou o adversário de São João
da Madeira, que protagonizou
uma recuperação de 11 pontos
até ao apito final. Milena Santos
(GiCA) foi considerada a MVP
(jogadora mais valiosa da part-
ida) com um registo impressio-
nante de 13 pontos, 16 ressaltos,
3 assistências e 1 desarme de
lançamento, enquanto na San-
joanense destacou-se Ana Ca-
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Numerário
DR
pela frente a etapa rainha da pro-
va com a ligação da Pampilhosa
da Serra à Torre, no final de 145
quilómetros e cinco contagens de
montanha. A escalada final pela
vertente da Covilhã terminará
no ponto mais alto da Serra da
Estrela, o que não acontecia desde
2015, e promete fazer mossa na
classificação. A 5 de agosto a Volta
chegará à Guarda, meta da quinta
etapa com 158 quilómetros desde
Oliveira do Hospital e serpenteará
pelas estradas da vertente norte
da Estrela até à subida final para a
chegada na cidade mais alta.
A Guarda foi escolhida este
vadas (15 pontos, 10 ressaltos, 3
assistências e 4 roubos de bola).
A final foi organizada pela Fed-
eração Portuguesa de Basquete-
bol e Associação de Basquetebol
ano para o dia de repouso dos
corredores depois do esforço
despendido na serra. A pausa in-
clui um concerto de Ana Bacalhau
na Praça Velha no dia 5 (22 horas)
e no seguinte terá lugar uma etapa
reservada aos cicloturistas, sendo
esperados cerca de mil partici-
pantes. A partida está agendada
para as 10 horas no Jardim José
de Lemos e o pelotão amador
terá pela frente 70 quilómetros de
subidas e descidas nas estradas
do concelho. A segunda parte
da Volta começa a 7 de agosto
com 189,2 quilómetros entre
Torre de Moncorvo e Bragança,
de onde sairá no dia seguinte a
sétima etapa rumo a Montalegre
(156,2 quilómetros). O pelotão
ligará depois Viana do Castelo
ao Monte de Sta. Quitéria, em
Felgueiras (156,6 quilómetros),
e Fafe a Mondim de Basto (133,5
quilómetros). A última tirada será
um contrarrelógio individual de
19,5 quilómetros entre Vila Nova
de Gaia e o Porto, sendo o vence-
dor de 2019 coroado na Avenida
dos Aliados.
DR
da Guarda. Nas meias finais, a
Sanjoanense tinha vencido a
ADCE Diogo Cão (Vila Real) o
GiCA derrotou o Clube Nacional
de Natação (Lisboa).
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denuncie a desistência por meio de comunicação escrita com antecedência mínima de 30 (trinta) dias.
Quinta-feira • 13 de junho de 2019 •
Parapente
Taça do Mundo passa por
Manteigas no início de julho
Manteigas vai receber, de
29 de junho a 6 de julho, uma
prova da Taça do Mundo de
Parapente que contará com
alguns dos melhores pilotos
internacionais da modalidade.
Está confirmada a
presença de 125 «dos mel-
hores pilotos do mundo», disse
Esmeraldo Carvalhinho, presi-
dente da autarquia serrana. Es-
tarão representados 25 países:
Japão, Rússia, França, Suíça,
Itália, China, Brasil, Alemanha,
Turquia, Áustria, Reino Unido,
Espanha, República Checa,
África do Sul, Eslováquia, Poló-
Futebol
Benfica, ADCEO e Sertanense
vencem Torneio Diamantino
Costa
Benfica (na foto) em sub-
12, ADC da Encarnação e Oli-
vais (Lisboa) em sub-11 e
Sertanense em sub-10 foram
os grandes vencedores do 17º
Torneio “Diamantino Costa -
Cidade da Covilhã”, organizado
pela Associação Desportiva
da Estação (ADE) no fim de
semana.
A competição, uma das
mais conceituadas provas de
futebol de formação da região,
foi disputada por 25 equipas
no complexo desportivo da
ADE. No escalão de sub-12,
o Benfica derrotou na final o
Sporting de Braga por 5-2 e
o FC Porto foi terceiro após
Cupão de Assinatura
Nacional_ ____ Semestral.....(16€) Anual.. (30e)
Estrangeiro_ Semestral.....(18€) Anual.. (35e)
• 17
nia, Holanda, Irão, Ucrânia,
Portugal, Nova Zelândia, Sué-
cia, Bósnia, Noruega, Chile. De-
pois de França e China, a Taça
do Mundo terá o seu terceiro
capítulo em Manteigas e vai
prosseguir no Brasil (Pico do
Gavião) e na Argentina (Loma
Bola). «No final das cinco prov-
as realiza-se a Super Final para
apurar o campeão mundial do
circuito», refere a organização,
a cargo da WIND - Desporto,
Natureza e Aventura, sob a
chancela da Paragliding World
Cup, e com o apoio da autar-
quia manteiguense.
DR
vencer o Sporting por 4-1. A
ADE “A” foi sexta. Nos sub-11,
a ADC da Encarnação e Olivais
venceu o Nacional da Ma-
deira por 2-0 e o NDS (Guarda)
completou o pódio com uma
vitória por 4-0 sobre a ADCCMI
Leiria. Mais renhida foi a final
dos sub-10 com Sertanense e
ADE “A” a empatarem 2-2 no
final do tempo regulamentar.
A formação da Sertã foi mais
assertiva no desempate por
grandes penalidades ao mar-
car quatro penáltis contra três
da equipa da casa. A terceira
posição neste escalão foi para
o Guarda Unida, que venceu a
ADE “B” por 3-1.
18 • • Quinta-feira • 13 de junho de 2019
crónica
POLÍTICA
Júlio Sarmento *
Esquerda,
Direita, volver…
Tornou-se quase moda falar de direi-
ta e de esquerda para colar rótulos que,
na atual conjuntura, substituam a falta de
referências ideológicas na ação política.
O perigo é que a moda tira importân-
cia às coisas, cria o hábito que é inimigo
da reflexão, mas não faz esquecer o
problema ideológico que necessita de
ser meditado.
Sabe-se que originariamente a
expressão direita e esquerda se utilizou
em França, para referir a composição do
Parlamento francês saído da revolução
de 1789, um tempo de intensa agitação
política, que marcou o seu tempo e in-
fluenciou as ideias no mundo.
A esquerda pretendia assim englo-
bar forças revolucionárias, de matriz
marxista e cariz socialista, e a direita
representaria as ideias conservadoras,
de matriz liberal e cariz capitalista.
A relativa fluidez das expressões
direita e esquerda nunca teve uma clara
referência ideológica, sendo pelo con-
trário utilizada na falta de um discurso
ideológico consistente.
Ora acontece que todas as forças
ditas de esquerda têm em comum o mé-
todo de análise socioeconómica sobre as
relações de classe e conflito social, que
utiliza uma interpretação materialista do
desenvolvimento histórico e uma visão
dialética de transformação social conhe-
cida como marxismo.
Teoria apresentada como científica
que, todavia, a ciência demonstrou a sua
não verificação.
Ao contrário do previsto por Marx,
o capitalismo evoluiu de economia de
mercado para Estados com sistemas de
proteção social, garantindo a pluralidade
política, ao contrário dos regimes de
influência marxista, que só subsistem
em Estados ditatoriais de partido único.
A caracterização do nosso sistema
político e da União Europeia é de uma
economia de mercado, de livre concor-
rência, de residuais funções soberanas
dos Estados, com sistemas de proteção
e garantia social para a generalidade da
população, enfim, um sistema de cariz
capitalista.
Só nos sistemas de cariz capitalista
é que existe democracia política, pois,
como se sabe, em todos os Estados de
cariz socialista existe um partido único e
uma ditadura política.
Neste contexto a referência a par-
tidos de esquerda e direita no nosso
sistema político é paradoxal, pois todos
eles governam com políticas de direita,
de matriz capitalista, embora pareçam
não saber!
Ou então pretendem enganar muitos!
* Presidente da Assembleia Distrital
do PSD, antigo presidente da Câmara
de Trancoso e ex-líder da Distrital do
PSD da Guarda
opinião
João Mendes Rosa
Linguagem, cognição e pensamento simbólico – o homem estava
finalmente munido das características mentais (Jean Piaget) que lhe
permitiriam interagir espiritualmente com o meio e libertar-se da sua
animalidade inata, dos ditames da mera sobrevivência. Foi há cerca
de 65 mil anos e a conclusão – recentíssima (publicada na revista
“Science” de 23 de fevereiro de 2018) – vem confirmar estudos an-
teriores; nós próprios desenvolvemos um arrazoado ensaístico sobre
o tema publicado no nº1 da revista “Praça Nova” – pertence, entre
outros, ao colega e arqueólogo português João Zilhão (Universidade
de Barcelona), feita a partir dos estudos e datação pelo inovador
método do urânio-tório (U-Th) – daquelas que serão porventura
as gravuras rupestres mais antigas de todo mundo e que fazem da
Península Ibérica o berço da arte universal: as Grutas de Maltravieso
(Cáceres), Ardales (Málaga) e La Pasiega (Cantábria). Assim, as
representações pictóricas estudadas, mormente o negativo de uma
mão e um signo linear escadiforme, remetem para a conclusão de
que os neandertais, sem se confinarem ao figurativo, eram já dotados
de capacidade de pensamento abstrato e simbólico, ao contrário do
que se vinha defendendo.
Dou por mim muitas vezes a conjeturar sobre essa ignota e remo-
ta primeira madrugada da arte, protagonizada por aquele indivíduo da
espécie Neandertalensis que se recusara sair para a habitual caçada,
preferindo ficar no recesso da gruta a pintar, a representar a sua visão
subjetiva e intelectiva do mundo, dos seres e dos fenómenos – sendo,
porventura, alvo de escárnio por parte dos companheiros, ávidos de
prestações próprias da sua destreza e vigor corpóreo. Mal imaginaria
– esse pioneiro – que iria operar uma das maiores transformações
na humanidade: conceber algo destituído de carácter utilitário ou
funcional (como era o caso de um biface ou de uma ponta de seta).
Esse primeiro criativo havia gerado algo de excecional, que remetia
pela primeira vez para o plano do etéreo, as instâncias do belo, do
sublime, provocando uma ampla gama de sensações e emoções
até aí porventura inapreciáveis: deleite, agradabilidade, volúpia – a
possibilidade do registo material de um momento irrepetível de
A forma, a substância,
Jorge Noutel
crónicaPOLÍTICA
As consequências dos resultados eleitorais para o Parlamento
Europeu, em Portugal, ainda estão na ordem do dia. Discutem-
se, em primeiro lugar, pelo lado mais fácil e mais apetecível para
comentadores e analistas de tudo e de coisa nenhuma, nos quais,
vocês, leitores, até poderão querer incluir-me. Mas discutem-se,
em segundo lugar, e aí sim, com mais substrato, na própria agenda
política, com o habitual passa culpas entre a crise da direita ou da
esquerda ou do regime como um todo.
Dando de barato que os comentadores e analistas vão sempre
a reboque dos acontecimentos, limitando-se a um papel reativo,
importa refletir na outra vertente do problema, aquela que nos dê
esperança de mudarmos este estado de coisas.
A principal grande confusão que se estabelece quando se pen-
sa em tudo isto é entre os conceitos de “regime” e “democracia”.
É como confundir-se a estrada com a beira da estrada. O regime
é aquilo que é. Pode ser mais ou menos democrático, mais ou
menos corrupto, pode ser uma democratura, uma partidocracia,
uma vigarocracia, eu sei lá. Até pode ser ditatorial. O regime é a
forma que a coisa assume, e por isso cada um gosta do seu. Há-os
para todos os gostos, mesmo que alguns nunca assumam aquele
que gostariam de ver por aí.
A democracia é uma coisa completamente diferente. É como
o ar que respiramos. Não tem cor, não tem cheiro, não tem forma,
não se vê. Ou pelo menos não deve. Mas está lá e sem ele ninguém
vive. Do mesmo modo, é a democracia, a sua quantidade, mas
sobretudo a sua qualidade, que define o regime. A democracia
ou a falta dela é a substância de qualquer regime, é ela ou a sua
menor ou maior ausência quem lhe define a forma.
A democracia que temos, a representativa, assente nos
partidos, está podre. E é aí que está o principal problema porque
ela deveria assentar, também, ou sobretudo, na cidadania. Sem
cidadania não há verdadeira democracia. E sem democracia verda-
Arteterapia
contemplação. A humanidade abria-se assim para os domínios do
magico e do simbólico…
A expressão artística faz parte do longo devir do homem; pela
arte e com a arte libertou-se da sua animalidade mais inata – que
remetia para a praxis da mera sobrevivência – para ascender à
dimensão da insubstancialidade emancipadora. E paulatinamente se
foi apercebendo que a Arte mais do que veicular uma mensagem, é
responsável por ser propiciadora de estados de espírito, tendo um
efeito libertador, terapêutico e de desenvolvimento pessoal. Além de
tudo a arte sensibiliza; e os seres sensíveis às aportações estéticas
fazem uma sociedade melhor.
O surgimento, a partir do primeiro quartel do século XX, da cha-
mada “Arteterapia”, introduzida enquanto ferramenta terapêutica dos
profissionais de saúde mental, ao descobrir-se que alguns indivíduos
que sofriam de transtornos comportamentais e, consequentemente,
problemas de adaptação social, desenvolviam mecanismos de au-
tossuperação pela prática e a convivência artística. Desde então para
cá, numa sociedade violentamente globalizada – e mais recentemente
– com a generalização de perturbações do foro psicológico mercê de
um quotidiano célere e imediatista, repleto de desafios, dificuldades,
frustrações e exigências – redundando naquela que lhe chamam já “a
doença do século”, a depressão – dar lugar à arte tem gerado efeitos
reativos surpreendentes no combate a essa “epidemia”.
Permita-se-me que particularize: quando vemos tanta gente a
desfrutar da Arte na cidade da Guarda – no antigo Cine-teatro, no
Museu, na galerias do mesmo, no TMG, nos vários espaços expo-
sitivos improváveis, nos ateliers ao vivo – pergunto se uma urbe
que dá protagonismo à arte não estará mais atreita a propiciar um
mundo menos perturbado, mentes mais esclarecidas e cidadãos mais
realizados e felizes. Porque, como diria Jung, «a Arte é a expressão
mais pura que existe na demonstração do inconsciente de cada um.
É liberdade de expressão, é sensibilidade, criatividade, é vida».
* Escritor
o cheiro e a cor
deira o regime torna-se naquilo que vemos. Uma espécie de farsa,
uma ópera bufa pendurada em formalismos e encenações que nos
empurram para um círculo vicioso de afastamento e alienação.
O que dizem de tudo isto as elites pensantes e parasitárias?
Preferem falar de regime! Preferem falar de crises da direita, ou da
não-crise da extrema-direita, ou mesmo da crise do regime como
um todo. Ou de qualquer outra coisa. Mas daquilo que não falam,
e se puderem nem deixam falar, é da essência da democracia, da
cidadania, daquilo que está na base de qualquer regime e nos
tiraria da crise. E porquê?
Porque a cidadania vive de conceitos de que as elites são
inimigas. Vive da transparência dos atos públicos, da eficácia e da
rapidez da Justiça, da ausência de corrupção, enfim, de todo um
universo de valores que, a existirem e predominarem, lhes acaba-
riam com a existência. As elites, para sobreviverem num mundo
muito mais perfeito e justo do que aquele que temos, teriam de ser
excelentes. Teriam de ter qualidades raras e quase divinas, uma
espécie de bondade patriótica produtiva e performadora de uma
sociedade muito mais justa e feliz, qualidades que justificassem
que as aceitássemos.
Ora, as elites que temos são as que conhecemos. Tentar
reformá-las, é como querer ir a pé à lua. Eliminá-las exigiria um
nível de violência para o qual não temos coragem. Adaptarmo-
nos e convivermos com elas é a via do menor esforço. Por isso,
vai ser sempre assim. Vamos continuar a discutir a natureza do
regime até as circunstâncias, aquilo a que chamamos História,
fazer qualquer coisa. Depois, as ondas de choque esbater-se-ão
e teremos outro regime qualquer. Com mais ou menos demo-
cracia. Espera-se que com mais cidadania. Mas, olhando para o
estado a que chegámos, temo que já não seja no meu tempo. É
que se alguns têm medo da mudança, eu tenho é mesmo medo
que isto nunca mude…
 Quinta-feira • 13 de junho de 2019 • • 19

agoradigoEU

A inutilidade das coisas

opinião opinião
Albino Bárbara Maria Afonso

Marcelices
Descalço inicia uma caminhada em círculos, de acção de graças envolves o corpo do teu amor,
primeiro lentamente, até alcançar o ritmo de uma depois de o encadeares ao teu, num manto branco
corrida desgovernada. Sabe bem por onde vai. Um florido de vermelho? Esboçarias uma natureza morta
Quando o comentador, desinteressado e inocente, se candi- quinteto de cordas confere-lhe a cadência. Poderia onde uma árvore nua te protegesse e certos frutos e
datou ao mais alto cargo da nação disse não precisar de «lugares, levantar os braços e voar, lentamente, como as algum vinho te nutrissem? Brincaria, diante de vós,
promoções e popularidades». aves que antes de migrar temem a despedida. Mas uma criança com um pedaço do pão nas mãos, como
Em plena campanha eleitoral e na passagem pela cidade mais prefere prolongar o tempo naquele espaço de luz. se a existência inteira se fixasse nesse instante? Numa
alta, numa inédita declaração na pastelaria Madrilena, afirmou: A voz pode tocar o céu e baixar ao inferno. A um matiz pastosa considerarias dizer obrigada? Então,
«Sou da esquerda, da direita», continuando a sua campanha num assombro tudo é consentido. E assim se deita e passa as tuas mãos orgânicas sobre o piano e diz –
verdadeiro folclore político, na ida às farmácias, às cabeleireiras, chora sobre as teclas do piano. Ajoelha-se como se vou amar-te para sempre.
o que lhe permitiu produzir afirmações importantíssimas e de tivesse a incumbência de pedir perdão por uma dor Ler é observar o mundo, aludiu a certa altura da
reconhecido interesse nacional, ficando todos a saber que havia daquelas que rareiam e atira lanças de indulgência. conversa. E vamos por aí fora contando as histórias e
novas embalagens de Omoprazol e que «a partir de certa idade são Os que o observam tombam-lhe aos pés, como as os cantos do mundo por onde já passámos. Os reais.
todas ruivas ou morenas». aves estonteadas no regresso. Cambaleia e acaba Particularmente os idealizados. Onde os homens
O comentador da coscuvilhice política e autor de múltiplos por se encolher até tomar a forma da caixa de pedra dizem que podem britar glaciares e descoagular sóis.
artigos de cordel chega ao palácio presidencial dando a entender que o viu nascer. Mundos assim só vistos. Os ouvidos a repetirem sons
que é um novo messias deste jardim à beira mar plantado, assu- Há uns dias, numa conversa, alguém referiu ser vividos em subterrâneos aéreos. Em palcos aquáticos
mindo a postura constitucional de querer ser o presidente de todos a cegueira que nos permite ver. Só nesse momento por onde as escamas dos peixes maiores espreitam,
os portugueses. compreendi a necessidade de cerrar os olhos com como se dissessem – um dia habitaremos a terra. O
A popularidade que, entretanto, granjeou não é sinónimo de força para os abrir, de seguida, arrebatadamente. mundo universo a comemorar os nomes furtivos.
tudo poder fazer. O seu mundo cor-de-rosa tem limites e nem Encontrei ser essa a razão da claridade quando a luz Sonatas de outono a dizerem adeus. Templos gregos
tudo pode, deve e tem de ser possível no regime que, felizmente, tem o dom de desviar as sombras. E revi-me nos a ridicularizar os deuses que jamais serão maiores do
continua a ser e ainda é semipresidencial e semiparlamentar. instantes de escuridade mais forte que a noite debaixo que os homens.
Na tomada de posse, Marcelo afirmou: «Presidente de todos e de um penhasco a aguardar as tempestades. Ou nos E os dedos a abrirem-se em franjas de seda,
assim será até ao final do mandato». Dois meses depois a coisa já dias em que o medo do escuro me imobilizava. Se certificadas cordas vocais, a vibrar, a tecerem novos
não era bem assim. No rebatismo do aeroporto de Lisboa afirma: tivesse aberto os olhos a essa cegueira teria evitado os dias, paisagens silenciosas e quietas no olhar ingénuo
«É simbólico que seja um governo de esquerda e um presidente suores frios estouvados como o orvalho que a manhã da criança que sabe ser o pão a paz futura. O quinteto
de centro-direita a dar chama a esta homenagem». nunca pedira. Pintaria, por certo, uma bonita aguarela. de cordas e a dança em nós. O sonho e o choro da
É talvez por estas e por outras que muito me admira que só Afinal uma imagem é aquilo que somos. Pelo menos exultação estendidos na toalha de pedra onde o sol
agora o país acorde para a “marcelização” do regime e só porque foi o que esse alguém afirmou nessa conversa. E eu projecta a sombra do meio dia. Alguns, cegos, a ler
o Presidente afirmou que a direita está toda esfrangalhada, em acredito. Porque tal como ele também acredito no que o mundo. E a mudez exterior daqueles que acreditam
fanicos e vai tardar a recompor-se. as pessoas me dizem. no olhar frontal das pessoas.
É ou não verdade que o habitante do palácio “pink” tem man- Que sabes tu da arte de construir catedrais so-
dado bitaites mais que suficientes acerca da nova lei de bases da noras. Dominarás, por ventura, os tons mais agudos * A autora escreve de acordo com a antiga
Saúde. Condicionou ou não a ação do Governo e do Parlamento a que certas cordas vocais podem regressar? No dia ortografia
no célebre dossier da transparência dos cargos políticos, ao mes-
mo tempo que seremos obrigados a perguntar quantos diplomas
enviou até agora para o Tribunal Constitucional, seguindo-se pro-
cessos como as provas de aferição, o conhecido caso do Teatro
da Cornucópia, etc., etc., etc. Percebe-se que Marcelo é legislador,
governante, juiz do Tribunal Constitucional, estratega político, líder
partidário, opinando indiscriminadamente em processos do partido
de que foi líder, podendo fazer-se a leitura que o atual presidente
está a condicionar a separação de poderes numa visível apropriação
de todos os pilares republicanos.
Costa, por seu lado, tem no PR o melhor parceiro que lhe vai
assegurando a estabilidade da governação e, para quem afirmava
repetidamente que as luzes da ribalta não interessavam, é só olhar
para a noite das eleições europeias. Depois de todos os líderes
dos partidos e coligações terem falado e, numa ação mais que
calculada, aí vai Marcelo, e no seu melhor, dirige-se para o Banco
Alimentar contra a Fome, terminando ele a noite com o seu vaticínio
conclusivo eleitoral. Ao filósofo Sócrates é-lhe atribuída a seguinte
frase: «As pessoas precisam de três coisas: Prudência no ânimo,
silêncio na língua e vergonha na cara».
E depois vem todo o historial dos tais “fait-divers”: O mergulho
no Tejo, a forma como recebeu o embaixador do Irão na sede do
PSD, a “vichyssoise” com Portas – «Marcelo é filho de Deus e do
diabo. Deus deu-lhe a inteligência. O diabo deu-lhe a maldade»,
a declaração que Balsemão é «lélé da cuca», etc., etc., etc. e é
afinal com completo espanto que não percebo porque só agora é
que a direita entra em pé de guerra com Marcelo por causa dos
comentários proferidos na Fundação Luso Americana para o De-
senvolvimento. É que o tempo urge e Marcelo está a apostar única
e exclusivamente na sua recandidatura jogando noutros e novos
tabuleiros eleitorais. Ponto final.
Tenho em casa um gato que mia por tudo e por nada, que de
forma matreira quer sempre qualquer coisa. Como felino fino que
se preza, tinha, naturalmente, de ter nome. Acreditem ou não, mas
dado o comportamento do bicho, apenas consegui descortinar um
único nome.
E já agora o presidente de vida cor-de-rosa, habitante também Participe no espaço do leitor.
no tal palácio cor-de-rosa, Presidente desta República centenária Diga de sua justiça.
que divide poderes e assume o laicismo como princípio, continuará
a ter o meu respeito que a Constituição determina. Uma coisa eu Rua da Corredoura, 80 - R/C Dto • 6300-825 Guarda
sei. Jamais será o “meu” Presidente. ointerior@ointerior.pt

20 • • Quinta-feira • 13 de junho de 2019
rua da corredoura, 80 - R/C Dto - C 6300-825 Guarda
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Suspeitas de corrupção levam PJ às Câmaras
de Almeida, Belmonte, Fundão, Guarda e Pinhel
Megaoperação “Rota Final” envolve também a empresa Transdev por suspeitas de
práticas de corrupção, tráfico de influências, participação económica em negócio,
prevaricação e abuso de poder
Luis Martins
As Câmaras de Almeida, Bel-
monte, Fundão, Guarda e Pinhel
foram algumas das 18 autarquias
alvos, esta quarta-feira, de buscas
por parte da Polícia Judiciária
(PJ) numa mega investigação pela
suspeita de práticas de corrupção,
tráfico de influências, participação
económica em negócio, prevarica-
ção e abuso de poder no setor dos
transportes públicos.
O inquérito é titulado pelo De-
partamento de Investigação e Ação
Penal de Coimbra e a investigação
está a cargo da Diretoria do Norte
da PJ, que contou com o apoio de
vários Departamentos de Investi-
gação Criminal, entre os quais o da
Guarda, e da Diretoria do Centro. De-
nominada “Rota Final, esta operação
de grande envergadura mobilizou
200 elementos da Judiciária – inspe-
tores, peritos informáticos, peritos
financeiros e contabilísticos – na
realização de 50 buscas domiciliárias
e não domiciliárias, em autarquias,
PUB
entidades públicas e empresas,
relacionadas com «a existência de
um esquema fraudulento da viciação
de procedimentos de contratação
pública com vista a favorecer pesso-
as singulares e coletivas», adianta a
Judiciária em comunicado.
O INTERIOR sabe que os ins-
petores estiveram, nomeadamente,
na casa de Álvaro Amaro (ausente
no estrangeiro) em Coimbra e nos
serviços municipais nos Paços do
Concelho. Apurou-se também que
foram apreendidos telemóveis
a vários autarcas, entre os quais
António Machado, edil de Almei-
da, e que a Judiciária fotocopiou
vários processos e passou a ter
acesso a todos os computadores
e equipamento informático nas
diferentes autarquias da região.
«Mediante atuação concertada de
quadros dirigentes de empresa de
transporte público, de grande im-
plementação em território nacional
com intervenção de ex-autarcas a
título de consultores, beneficiando
dos conhecimentos destes, terão
sido influenciadas decisões a nível
opinião
bilhete postal
Canhota dcabrita@iol.pt
Diogo Cabrita
Porque será que a humanidade aceita os crimes da esquerda
e abomina os da direita? Não sei se é de esquerda quem faz o em-
pobrecimento da Guatemala e da Nicarágua até existirem hordas de
pedintes que caminham para os Estados Unidos. Não sei se é de
esquerda o bandido que atira tanques em Tiananmen ou na Venezuela
sobre a população. Não sei se é de esquerda o Estaline da fome na
autárquico com favorecimento na
Ucrânia e do arquipélago Gulag. Não sei se é de esquerda a interfe-
celebração de contratos públicos de
rência criminosa sobre a liberdade e a cultura com obrigatoriedade
prestação de serviços de transpor-
do realismo socialista. A verdade é que os partidos de esquerda
te, excluindo-se das regras de con-
defendem afincadamente uns extremistas e criminosos que mataram
corrência, atribuição de compensa-
milhões de pessoas sob o signo da luta dos pobres contra os ricos.
ção financeira indevida e prejuízo
A ideia de que a luta de classes justifica a barbárie é tão verdadeira
para o erário público. Também no
como a justificação da fé para matar os infiéis. Mas esta festa canhota
recrutamento de funcionários se
de tirar burriés do nariz com a mão esquerda perdoa a porcaria de
terão verificado situações de favo-
o fazer diante da avó tornou-se um lugar comum. Há uma esquerda
recimento», acrescenta a PJ.
que pactua com os campos de concentração, com o Holocausto, mas
Fonte policial confirmou que
desde que levem bandeiras vermelhas. O povo “instrumentalizado”
a operadora de transportes pú-
pelo imperialismo pode ser varrido a metralhadora. Os infiéis que
blicos Transdev, responsável pela
defendem as PPP’s ou o fim do Estado total são bandidos que devem
implementação do projeto SIM em
ser vilipendiados e mal tratados. Há uma esquerda fanática que matou
Almeida, Belmonte e Pinhel, é uma
todos os franquistas que lhe caíram nas mãos. O comportamento
das visadas nas buscas realizadas.
era exatamente igual ao da Falange, mas é justo por ser de esquer-
À hora do fecho desta edição não
da. Eu, que sou ambidextro, tenho dificuldade com estes discursos
havia detidos confirmados, sendo
emocionais e sem o peso da reflexão e da fundamentação humanista.
que a investigação prosseguia
«para determinação de todas as
condutas criminosas, seu alcance
e respetivos agentes», esclareceu
a PJ. Além das cinco Câmaras da
região, a investigação abrange as
edilidades de Águeda, Armamar,
Barcelos, Braga, Cinfães, Lamego,
Moimenta da Beira, Oleiros, Olivei-
ra de Azeméis, Oliveira do Bairro, www.facebook.com/ointerior
Sertã, Soure e Tarouca.
PUB