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AULA 01
POEMAS ESCOLHIDOS DE GREGÓRIO DE MATOS
(Seleção de José Miguel Wisnik)
O PERÍODO BARROCO Ó voz sem distinção, Babel tremendo,
Pesada fantasia, sono brando,
Século 17: o homem em conflito
Onde o mesmo, que toco, estou sonhando,
Nos séculos 15 e 16, a mentalidade mais liberal Onde o próprio, que escuto, não entendo!
da filosofia pagã, proposta pelo Renascimento, que
cultuava o corpo e o prazer, entrou em choque com os Sempre és certeza, nunca desengano,
rígidos princípios cristãos da ascese, da penitência e da E a ambas propensões, com igualdade
fuga dos prazeres da carne. No bem te não penetro, nem no dano.
Para combater o “paganismo” que estava
invadindo seus domínios, a Igreja contrarreformista És ciúme martírio da vontade,
prega uma religião que incute o medo do castigo divino, Verdadeiro tormento para engano,
a insegurança quanto à salvação eterna, o terror das E cega presunção para verdade.
torturas infernais, a imagem de um Deus cruel e
vingativo. O homem da época se sente inseguro, 2. A religiosidade (sentimento do exílio e da brevidade
temeroso, em dúvida. da vida, desengano do mundo, terror do inferno,
É então que, no século 17 surge, nas artes ânsias do céu): frustração, sentimento trágico da
plásticas e na literatura, o movimento Barroco, existência. Exemplo:
intérprete dos anseios desse homem seiscentista, Que és terra Homem, e em terra há de tornar-te,
solicitado simultaneamente por ideais pagãos e cristãos Te lembra hoje Deus por sua Igreja,
em conflito. De pó te faz espelho, em que se veja
Cultismo e Conceptismo são as duas A vil matéria, de que quis formar-te.
coordenadas fundamentais da literatura barroca das
quais derivam sua temática e seus processos técnicos e Lembra-te Deus, que és pó para humilhar-te,
E como o teu baixel sempre fraqueja
expressivos.
Nos mares da vaidade, onde peleja,
Dificilmente distinguíveis um do outro, o Cultismo Te põe à vista a terra onde salvar-te.
se refere principalmente ao som e à forma do texto
levando a fantasia a buscar sensações físicas e Alerta, alerta pois, que o vento berra,
imagens. O Conceptismo se apoia sobretudo no E se assopra a vaidade, e incha o pano,
significado da palavra, no jogo de vocábulos e de Na proa a terra tens, amaina e ferra.
raciocínio, nas sutilezas e associações das ideias.
Todo o lenho mortal, baixel humano
A partir desses pressupostos temáticos e
Se busca a salvação, tome hoje terra,
técnicos, temos como características principais do Estilo
Que a terra é porto soberano.
de Época Barroco:
3. Heroísmo, gosto de cenas e descrições horripilantes;
1. A tentativa de conciliar opostos, incorporando
a linguagem é pomposa, exagerada, expressando
contrários como espírito e matéria, pecado e
gosto pela grandiosidade com emprego de
virtude; utilizando-se de uma linguagem rebuscada
hipérboles, metáforas, metonímias e elipses.
com emprego intenso de anáforas, anacolutos,
Exemplo:
antíteses e paradoxos. Exemplo:
Suspende o curso, oh Rio, retorcido,
Tu, que vens a morrer, adonde eu morro,
Ó caos confuso, labirinto horrendo, Enquanto contra amor me dá socorro,
Onde não topo luz, nem fio amando, Algum divertimento, algum olvido.
Lugar de glória, aonde estou penando,
Casa da morte aonde estou vivendo! Não corras lisonjeiro, e divertido,
Obras Literárias – UFPR
Pois já meu pranto inunda teus escolhos, De que pode servir calar, quem cala,
Não corras, não te alegres, não te rias, Nunca se há de falar, o que se sente?
Nem prateies verdores, cinge abrolhos. Sempre se há de sentir, o que se fala!
Que não é bom, que tuas águas frias, Qual homem pode haver tão paciente,
Sendo o pranto chorado por meus olhos, Que vendo o triste estado da Bahia,
Tenham que rir em minhas agonias. Não chore, não suspire e não lamente?
Que é fidalgo nos ossos cremos nós, Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Pois nisso consistia o mor brasão
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Daqueles que comiam seus avós. Em quem, senão, se uniformara:
Quem perde o bem logrado, tem perdido As inúmeras e contraditórias definições de Amor:
O discurso, a razão, o entendimento,
...
Porque caber não pode em pensamento
Uma dor, que se não cala,
A esperança de ser restituído. pena, que sempre atormenta,
manjar que não enfastia,
Quando fosse a esperança alento à vida,
um brinco, que sempre enleva.
Te nas faltas do bem seria engano
O presumir melhoras desta sorte.
Um arrojo, que enfeitiça,
um engano, que contenta,
Porque, onde falta o bem é homicida
um raio, que rompe a nuvem,
A memória, que atalha o próprio dano,
que reconcentra a esfera.
O refúgio, que priva a mesma morte.
O poeta expressa as ansiedades, dúvidas e Enfim o Amor é um momo,
incertezas do amor: uma invenção, uma teima,
Aquele não sei quê, que, Inês, te assiste um melindre, uma carranca,
No gentil corpo, e na graciosa face, uma raiva, uma fineza.
Não sei donde te nasce, ou não te nasce,
Não sei onde consiste ou não consiste. Uma meiguice, um afago,
um arrufo, uma guerra,
Não sei o quando ou como arder me viste, hoje volta, amanhã torna,
Porque Fênix de amor me eternizasse: hoje solda amanhã quebra.
Não como renasce ou não renasce,
Não sei como persiste ou não persiste. Um queixar de mentirinha,
um folgar muito deveras,
Não sei como me vai, ou como ando, um embasbacar na vista,
Não sei o que me dói, ou porque parte, um ai, quando a mão se aperta.
Não sei se vou vivendo ou acabando.
Uma traça do descanso,
Como logo meu mal hei de conter-te, do coração bertoeja,
Se, de quanto a minha alma está penando, sarampo da liberdade,
Eu mesmo, que o padeço, não sei parte?! carruncho, rabuge e lepra.
Insinuações eróticas a uma dama:
Bela Floralva, se Amor É este, o que chupa,
me fizesse abelha um dia, e tira vida, saúde e fazenda,
em todo o tempo estaria e se hemos falar verdade
picando na vossa flor: é hoje o Amor desta era.
e quando o vosso rigor
quisesse dar-me de mão Tudo uma bebedice,
por guardar a flor, então, ou tudo uma borracheira,
tão abelhudo eu andara, que se acaba co’o dormir,
que em vós logo me vingara e c’o dormir se começa.
com vos meter o ferrão.
O Amor é finalmente
Se eu fora ao vosso vergel um embaraço de pernas,
e na vossa flor picara, uma união de barrigas,
um favo de mel formara um breve tremor de artérias.
mais doce que o mesmo mel:
mas vós como sois cruel, Uma confusão de bocas,
e de natural castiço, uma batalha de veias,
deixais entrar no caniço um reboliço de ancas,
um zangano comedor, quem diz outra coisa é besta.
que vos rouba o mel e a flor,
e a mim o vosso cortiço.
Obras Literárias – UFPR
TESTES
01. (UERS) – Indique a alternativa que apresenta
04. (UPF – RS) – O poeta baiano Gregório de Matos,
somente características do Barroco: também chamado de Boca do Inferno, produziu
a) Bucolismo, nacionalismo, mal-do-século; uma obra que explora temas contrastantes.
b) Nacionalismo, idealização da mulher amada, Assinale a alternativa que não apresenta uma
reação ao descritivismo parnasiano; vertente temática de sua obra:
c) Culto à forma, arte pela arte, mitologia greco-latina; a) o satanismo;
d) Conflito entre corpo e alma, antíteses, paradoxos; b) a religiosidade;
e) Pastoralismo, bucolismo, amor galante. c) o lirismo amoroso;
02. (UERS) – Considere as seguintes afirmações sobre d) o erotismo;
Gregório de Matos Guerra: e) a sátira aos costumes.
I. Sua obra apresenta três faces: a religiosa, a
satírica e a lírica. 05. (UNIOESTE – PR) – Autor de versos líricos, sacros
e satíricos, Gregório de Matos Guerra refletiu um
II. Por sua poesia satírica, recebeu a alcunha de
tema comum da poesia universal: o tema do carpe
“Boca do Inferno”.
diem. Assinale a alternativa onde este tema
III. Nos textos religiosos do autor, o homem, aparece:
consciente de seus pecados e fragilidades, coloca-
se diante de Deus para implorar o perdão e a a) Arrependido estou de coração,
salvação. de coração vos busco, dai-me abraços,
abraços, que me rendem vossa luz.
Está correto o que se afirma em:
b) Não se sabendo parte deste todo,
a) apenas I um braço que lhe acharam sendo parte,
b) apenas II nos diz as partes todas deste todo.
c) apenas III
c) Esta razão me obriga a confiar,
d) apenas I e II
e) I, II e III Que, por mais que peguei, neste conflito
Espero em vosso amor de me salvar.
03. (UFRS) – Sobre a poesia de Gregório de Matos d) Oh não aguardes, que a madura idade
Guerra, é correto afirmar que: te converta esta flor, essa beleza,
a) privilegia os cenários bucólicos percorridos por em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada.
pastores e ninfas examinados de uma perspectiva e) Pois alto! Vá descendo onde jazia,
satírica e irônica. Verá quanta melhor se lhe acomoda
b) expõe em sintaxe simples o caráter sereno e Ser homem embaixo do que burro em cima.
amoroso de um pastor que corteja sua amada com
promessas de vida amena e burocrática. 06. (UFPE) – Ler Gregório de Matos (1633-1696) é ter
c) expõe em sintaxe complexa e com metáforas contato com quase todas as tendências e
antitéticas os dilemas do amor e do espírito no caminhos ideológicos e formais que caracterizaram
quadro da Contrarreforma. o Barroco no Brasil. Sendo dono de uma poesia
que encerra um universo de múltiplas dimensões
d) privilegia o cenário urbano para denunciar as
temáticas, quais assuntos e procedimentos
arbitrariedades da Inquisição e o racismo dos literários podem ser assinalados como aqueles que
portugueses instalados na colônia. foram perseguidos por ele em sua poesia?
e) privilegia os cenários palacianos em que ocorrem
1) Recorrendo a analogias e contrastes, ele inaugura,
intrigas e conspirações envolvendo nobres com seus poemas devotos, a nossa lírica religiosa.
burocratas, monges e prostitutas.
2) Como meio de expressar as suas ideias e os seus
sentimentos, ele fez uso frequente de uma dada
forma fixa: o soneto.
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3) Contrariando a estética barroca, ele construiu um Não vêem, que os entendidos me cortejam,
discurso que se caracteriza por perseguir uma E que os Nobres, é gente que me segue?
linguagem puramente racional.
4) No que diz respeito à abordagem do fenômeno 09. (UEL – PR) – Leia o poema abaixo, de Gregório de
sexual, Gregório se vale da gozação desbocada e Matos Guerra, que faz parte da poesia lírica
de alusões chulas. barroca, com temática religiosa:
5) Seus versos são marcados pela ausência de A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR
metáforas, alegorias e busca constante pela Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
reflexão prosaica, desidealizada.
Da vossa alta clemência me despido;
Estão corretas apenas: Porque quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.
a) 1, 3 e 4
b) 1, 2 e 4
Se basta a vos irar tanto pecado,
c) 1, 3 e 5 A abrandar-vos sobeja um só gemido;
d) 2, 4 e 5 Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
e) 3, 4 e 5 Vos tem para o perdão lisonjeado.
e) O poema todo estrutura-se como uma evocação posição superior por meio de cobiça e bravata
lírico-religiosa, em que o eu lírico confessa ser um configurará a inépcia, a imoralidade, a corrupção.
pecador, no início do poema, para a seguir d) A “roda da fortuna” é metonímia para o destino da
estabelecer um confronto de ideias entre a culpa vida. E quando apela para que o governador desça
do pecador e a clemência de Jesus, e somente no de onde jazia, o poeta sugere que o político deve
final, como último apelo, nomear-se uma “ovelha estar entre o povo para atender a suas
desgarrada”, evocando o perdão divino. necessidades e demandas.
10. (UNICURITIBA – PR) – O poema abaixo foi escrito e) A mensagem do poema se encaixa perfeitamente
por Gregório de Matos Guerra, no século XVII: no quadro político atual, sugerindo que, em
termos morais e políticos, o Brasil não mudou
AO GOVERNADOR ANTÔNIO DE SOUSA DE
muito.
MENESES CHAMADO VULGARMENTE O “BRAÇO
DE PRATA” 11. (UFPR – 2012) – Considerando a poesia de
Sor Antônio de Sousa de Meneses, Gregório de Matos e o momento literário em que sua
Quem sobe ao alto lugar, que não merece, obra se insere, avalie as seguintes afirmativas:
Homem sobe, asno vai, burro parece, 1. Apresentando a luta do homem no embate entre a
Que o subir é desgraça muitas vezes. carne e o espírito, a terra e o céu, o presente e a
eternidade, os poemas religiosos do autor
correspondem à sensibilidade da época e
A fortunilha, autora de entremezes,
encontram paralelo na obra de um seu
Transpõe em burro herói que indigno cresce; contemporâneo, Padre Antônio Vieira.
Desanda roda, e logo homem parece, 2. Os poemas erótico-irônicos são um exemplo da
Que é discreta a fortuna em seus reveses. versatilidade do poeta, mas não são
representativos da melhor poesia do autor, por não
apresentarem a mesma sofisticação e riqueza de
Homem sei eu que foi Vossenhoria
recursos poéticos que os poemas líricos ou
Quando o pisava da fortuna a roda; religiosos apresentam.
Burro foi ao subir tão alto clima. 3. Como bom exemplo da poesia barroca, a poesia do
autor incrementa e exagera alguns recursos
Pois, alto! Vá descendo onde jazia, poéticos, deixando sua linguagem mais rebuscada
e enredada pelo uso de figuras de linguagem raras
Verá quanto melhor se lhe acomoda
e de resultados tortuosos.
Ser homem em baixo que burro em cima. 4. A presença do elemento mulato nessa poesia
resgata para a literatura uma dimensão social
Analise as afirmações a respeito do poema: problemática da sociedade baiana da época: num
país de escravos, o mestiço é um ser em conflito,
a) A forma do poema – soneto em decassílabos,
vítima e algoz em uma sociedade violentamente
vinculado a uma tradição clássica de temas
desigual.
sublimes – contrasta com o conteúdo de cunho
satírico, vazado numa linguagem mais coloquial. É Assinale a alternativa correta:
um contraste compreensível no âmbito do Barroco.
a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
b) Na primeira estrofe, o poeta utiliza metáforas para
desqualificar aquele que assume alta posição de b) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
mando (no caso, no governo) sem atributos e c) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
credenciais para tal.
d) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
c) A segunda estrofe desenvolve a mesma tese da
primeira: um homem só é digno se assume um e) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
lugar adequado a sua natureza; a pretensão à
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12. (UFPR – 2013) – Considere o soneto a seguir, de e) O poema apresenta nos quartetos duas imagens
Gregório de Matos: concretas, dissociadas das abstrações
apresentadas nos tercetos.
DESCREVE COM GALHARDA PROPRIEDADE O
LABIRINTO CONFUSO DE SUAS DESCONFIANÇAS 13. Sobre a obra Poemas escolhidos de Gregório de
Ó caos confuso, labirinto horrendo, Matos, assinale a alternativa correta:
Onde não topo luz, nem fio achando;
Lugar de glória, aonde estou penando; a) Trata-se de poemas selecionados em livros
Casa da morte, aonde estou vivendo! publicados pelo Boca do Inferno, no século 17.
b) Os poemas satíricos de Gregório de Matos
Oh voz sem distinção, Babel* tremendo; representam o elemento mais tipicamente barroco
Pesada fantasia, sono brando; em sua obra.
Onde o mesmo que toco, estou sonhando; c) A seleção de poemas, feita por José Miguel
Onde o próprio que escuto, não o entendo; Wisnik, apesar de seguir a divisão temática
tradicional para a obra de Gregório de Matos, dá
Sempre és certeza, nunca desengano; pouco destaque à poesia religiosa do autor, por ser
E a ambas pretensões com igualdade, a produção literária menos relevante de Gregório.
No bem te não penetro, nem no dano.
d) Na lírica amorosa de Gregório de Matos, percebe-
se a temática do carpe diem, o que comprova a
És ciúme martírio da vontade;
filiação do autor ao Arcadismo e, não, ao Barroco,
Verdadeiro tormento para engano;
como se vê normalmente nas classificações
E cega presunção para verdade.
tradicionais. Logo, pela temática abordada e pela
*Babel: bíblico, torre inacabada por castigo divino; linguagem empregada, Gregório seria melhor
quando de sua construção os homens viram seus enquadrado como fundador do Arcadismo no
idiomas se confundirem, gerando o desentendimento Brasil.
que os obrigou a se dispersarem. Por extensão, e) A poesia satírica de Gregório de Matos, além de
desentendimento, confusão. lhe valer a alcunha de Boca de Inferno ou Boca de
MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. Seleção e organização:
Brasa, antecipa certas preocupações nativistas,
José Miguel Wisnik. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 219 pois revela a exploração da colônia pela
metrópole.
O soneto transcrito apresenta características
recorrentes da poesia de Gregório de Matos e do 14. (UFPR – 2014) – Leia os dois poemas de Gregório
período literário em que ele o escreveu, o Barroco. de Matos:
Acerca desse soneto, é correto afirmar: SONETO 1
a) O poema descreve um labirinto e, de modo O todo sem a parte não é todo,
semelhante à imagem descrita, utiliza uma A parte sem o todo não é parte,
linguagem em que a ideia central só se apresenta Mas se a parte o faz todo, sendo parte,
no fim do texto. Não se diga, que é parte, sendo todo.
b) O poema se apropria de duas imagens, Babel e
Em todo o Sacramento está Deus todo,
labirinto, com a intenção de tematizar um
E todo assiste inteiro em qualquer parte,
sentimento conturbado: a presunção.
E feito em partes todo em qualquer parte,
c) O poema se estrutura como um soneto típico, em Em qualquer parte sempre fica o todo.
que a ideia central está apresentada no primeiro
quarteto. O braço de Jesus não seja parte,
d) As figuras de linguagem utilizadas associam ideias Pois que feito Jesus em partes todo,
contrárias, o que se contrapõe às imagens do Assiste cada parte em sua parte.
labirinto e de Babel.
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Não se sabendo parte deste todo, 4. No poema 2, o eu lírico faz um balanço de sua
Um braço, que lhe acharam, sendo parte, experiência existencial, desdenhando sua própria
Nos disse as partes todas deste todo. loucura.