Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Terra-rara
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Com exceção do lantânio, que por ser instável é muito raro, a abundância crustal dos elementos incluídos no grupo das
terras raras varia entre as 68 partes por milhão para o cério, o 25.º elemento mais abundante dos 78 elementos mais
comuns na crusta da Terra, e apenas 0,5 partes por milhão para o túlio e o lutécio, as terras raras menos abundantes.
Ainda assim, o elemento mais raro da série, o túlio, é mais abundante que metais como a prata e o mercúrio.
As terras raras foram pela primeira vez assinaladas aquando da descrição do mineral negro ytterbite (também conhecido
como gadolinite a partir de 1800), feita pelo militar e mineralogista Carl Axel Arrhenius no ano de 1787, a partir de uma
amostra recolhida numa pedreira das proximidades da localidade de Ytterby, na Suécia2 .
Muitos dos elementos incluídos nas terras raras foram denominados em honra dos cientistas que os isolaram pela primeira
vez ou que descreveram as suas propriedades físico-químicas elementares, pela sua origem geográfica, por referência à
mitologia clássica greco-latina ou por neologismos latinizados ou helenizados.
pt.wikipedia.org/wiki/Terra-rara 1/5
06/05/14 Terra-rara – Wikipédia, a enciclopédia livre
Nome Etimologia
Lantânio do grego "lanthanon", escondido.
Cério da deusa romana da fertilidade Ceres.
História
A partir de amostras do mineral ytterbite (gadolinite) enviadas por Carl Axel Arrhenius, o químico e mineralogista finlandês
Johan Gadolin, professor na Universidade de Turku, isolou um óxido desconhecido (uma terra na linguagem química da
época), a que deu o nome de ytteria, uma referência a Ytterby, a localidade onde se situa a pedreira onde o mineral fora
recolhido. A partir de 1800 a ytterbite passsou a ser conhecida por gadolinite, em honra de Johan Gadolin.
A partir da gadolinite, o químico Anders Gustav Ekeberg isolou o elemento químico berílio, mas não conseguiu reconhecer
a presença das terras raras, os outros elementos em que aquele minério é rico. Mais tarde, em 1803, um mineral recolhido
em Bastnäs, uma localidade próxima de Riddarhyttan, na Suécia, que se acreditava ser um mineral de ferro-tungsténio, foi
reanalisado por Jöns Jacob Berzelius e Wilhelm Hisinger, que obtiveram um óxido branco a que deram o nome de ceria,
depois identificado como um óxido de cério. Martin Heinrich Klaproth descobriu independentemente aquele óxido, dando-
lhe o nome de ochroia.
Asim, em 1803 eram conhecidos os óxidos de dois elementos pertencentes às terras raras: o ítrio e o cério. A partir deste
ponto, a semelhança nas propriedade químicas dos elementos que hoje integram o grupo fez com que demorasse cerca de
30 anos até que os investigadores pudessem determinar a presença de outros elementos naqueles óxidos, tal é a dificuldade
de separação.
Em 1839 Carl Gustav Mosander, um assistente de Berzelius, conseguiu separar o óxido então designado por ceria em dois
componentes, aquecendo-o um seu nitrato e dissolvendo o produto em ácido nítrico. Deu a designação de lanthana ao
óxido do sal solúvel que obteve, demorando três anos até conseguir separar o lanthana no seu didymia (gémeo) e em
lantânio puro. O didymia, não separável pelas técnicas usadas por Mosander, era ainda uma mistura de óxidos.
Em 1842 Mosander também separou o ytteria em três óxidos: ytteria pura, terbia e erbia (nomes derivados de Ytterby, a
localidade de onde o mineral original proviera). Ao elemento que dava origem a sais rosados Mosander deu o nome de
terbium; ao que produzia peróxidos amarelados erbium. Estavam assim isolados o térbio e o érbio, o que elevava o
número de terras raras conhecidas a seis: yttrium (ítrio), cerium (cério), lanthanium (lantânio), erbium (érbio), terbium
(térbio) e didymium (didímio), este último afinal uma mistura de dois elementos diferentes (praseodímio e neodímio).
Nils Johan Berlin e Marc Delafontaine conseguiram também separar o ytteria e encontraram as mesmas substâncias que
Mosander obtiverad, mas Berlin denominou (em 1860) a substância que produzia sais rosados como erbium e Delafontaine
designou a substância que produzia o peróxido amarelado como terbium. Esta confusão levou a várias identificações
pt.wikipedia.org/wiki/Terra-rara 2/5
06/05/14 Terra-rara – Wikipédia, a enciclopédia livre
erradas, incluindo diversos casos de isolamento de novos elementos que depois se provou serem já conhecidos, tais como o
mosandrium de John Lawrence Smith, ou o philippium e decipium de Delafontaine.
As dificuldades impostas pelas semelhanças físico-químicas levaram a que durante mais três décadas não surgissem novos
isolamentos de elementos, sendo o didymium listado nas tabelas periódicas como um elemento químico com massa
molecular de 138. Em 1879 Delafontaine usou a então recém inventada técnica de espectroscopia de chama e descreveu
um espectro óptico complexo, com linhas de absorção que indicavam a presença de mais do que um elemento. Também em
1879, o químico francês Paul Émile Lecoq de Boisbaudran isolou um novo elemento pertencente ao grupo das terras
raras, o samarium (samário) a partir do mineral samarskite.
A partir de samaria, os óxidos de samarium, Paul Émile Lecoq de Boisbaudran isolou em 1886, resultado que foi
confirmando por Jean-Charles Galissard de Marignac, que obteve o mesmo elemento directamente da samarskite. A este
elemento deram o nome de gadolinium (gadolínio), em honra de Johan Gadolin, designando os seus óxidos como
gadolinia.
Análises espectroscópicas de amostras da samaria, ytteria e samarskite, realizadas por William Crookes, Lecoq de
Boisbaudran e Eugène-Anatole Demarçay entre 1886 e 1901, revelaram linhas espectrais que indicavam a presença de um
elemento desconhecido, que quando em 1901 foi isolado por cristalização fraccionada foi designado por europium
(európio).
A partir de 1839 surgiu uma terceira fonte de terras raras, um mineral similar à gadolinite, o uranotantalum, hoje
designado por samarskite. Este mineral foi inicialmente encontrado em Miass, no sul dos Montes Urais, sendo descrito pela
primeira vez por Gustave Rose. O químico russo R. Harmann postulou então que um novo elemento, o ilmenium (de
ilmenite, um mineral da região de Ilmen, nos Urais), deveria estar presente no mineral, mas Christian Wilhelm Blomstrand
(1826-1897), Jean-Charles Galissard de Marignac e Heinrich Rose apenas nele encontraram tântalo e nióbio.
Nos princípios do século XX, o exacto número de terras raras era pouco claro, estimando-se que pudesse atingir os 25
elementos. Apenas quando a utilização de raios x, aplicada ao estudo da difracção em cristais por Henry Moseley, permitiu
a determinação dos números atómicos se concluiu que o número de elementos químicos pertencentes aos lantanídios teria
de ser 15, estando ainda em falta o elemento com número atómico 61. Por outro lado, a utilização da difracção de raios x
permitiu provar que o hafnium (háfnio) não era uma terra rara e que o anúncio feito por Georges Urbain da descoberta
do elemento de número atómico 71 era incorrecto.
Características e usos
As formas elementares das terras raras são metais tipicamente macios, maleáveis e dúcteis, geralmente reactivos,
especialmente a temperaturas elevadas ou quando finamente divididos, com cores que variam de cinza escuro a prateado.
As principais fontes económicas de terras raras são os minerais bastnasite, monazite e loparite e as argilas lateríticas.
Apesar da sua abundância relativa elevada, os minerais de terras raras são mais difíceis de minerar e de extrair do que
fontes equivalentes de metais de transição, devido em parte às suas semelhanças químicas. Esta dificuldade torna os metais
de terras raras relativamente caros, pelo que o seu uso industrial foi limitado até serem desenvolvidas técnicas de separação
de alto rendimento, tais como a troca iónica, cristalização fraccional e extracção líquido-líquido nas décadas de 1950 e de
19603 .
As propriedades químicas e físicas das terras raras são utilizadas numa grande variedade de aplicações tecnológicas, que
vão desde a constituição de catalisadores à produção de materiais luminescentes e de magnetos. Os metais de terras raras
estão incorporados em aplicações como os supercondutores, magnetos miniaturizados, catalisadores utilizados em refinação
de produtos diversos e componentes para carros híbridos4 . Iões de terras raras são utilizados como os átomos activos em
materiais luminescentes usados em aplicações de optoelectrónica, com destaque para o laser Nd:YAG. Foram também
extensivamente utilizados como dopantes em tubos de raios catódicos para televisores e computadores.
A determinação da concentração relativa de terras raras é usada em Geologia para a determinação da fonte dos magmas
que constituem as rochas ígneas e para a datação de alguns minerais, entre os quais as granadas, através da abundância
relativas do par neodímio/samário.
É estimado que cerca de 97% das terras-raras estejam localizadas na Ásia, especialmente na China, que detém 2/3 das
reservas globais e 87% do total comercializado no mundo.5 Com praticamete o monopólio chinês das terras-raras, o preço
desses commodities se valorizou muito no mercado mundial.5
1 2
H He
3 4 5 6 7 8 9 10
Li Be B C N O F Ne
11 12 13 14 15 16 17 18
Na Mg Al Si P S Cl Ar
19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
55 56 57 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
Cs Ba La Ce Pr Nd PmSm Eu Gd Tb DyHo Er Tm Yb Lu Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn
87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118
Fr Ra Ac Th Pa U Np Pu AmCmBk Cf Es Fm Md No Lr Rf Db Sg Bh Hs Mt Ds Rg Uub Uut Uuq Uup UuhUus Uuo
Lantânio
Cério
Praseodímio
Neodímio
Promécio
Samário
Európio
Gadolínio
Térbio
Disprósio
Hólmio
Érbio
Túlio
Itérbio
Lutécio
Escândio
Ítrio
Notas
1. ↑ In: Edited by N G Connelly and T Damhus (with R M Hartshorn and A T Hutton). Nomenclature of Inorganic Chemistry:
IUPAC Recommendations 2005 (http://www.iupac.org/publications/books/rbook/Red_Book_2005.pdf). Cambridge: RSC
Publ., 2005. ISBN 0-85404-438-8 Página visitada em 2007-12-17.
2. ↑ (1987) "1787-1987 Two hundred Years of Rare Earths". Rare Earth Information Center, IPRT, North-Holland IS-RIC
10.
3. ↑ Spedding F, Daane AH: "The Rare Earths", John Wiley & Sons, Inc., 1961
4. ↑ Haxel G, Hedrick J, Orris J. 2006. Rare earth elements critical resources for high technology. Reston (VA): United States
Geological Survey. USGS Fact Sheet: 087‐02. (http://pubs.usgs.gov/fs/2002/fs087-02/fs087-02.pdf). Página visitada em
2008-04-19.
5. ↑ a b Sílvia Salek (16/05/2011). Megainvestimento da Foxconn pode aumentar dependência brasileira da China
pt.wikipedia.org/wiki/Terra-rara 4/5
06/05/14 Terra-rara – Wikipédia, a enciclopédia livre
(http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2011/04/110416_silvia_xian2.shtml). BBC Brasil. Página visitada em 16/04/2011.
Obtida de "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Terra-rara&oldid=38370802"
Categoria: Terras raras
Esta página foi modificada pela última vez à(s) 04h57min de 11 de março de 2014.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença Creative Commons - Atribuição - CompartilhaIgual 3.0 Não
Adaptada (CC BY-SA 3.0); pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes, consulte as Condições de
Uso.
pt.wikipedia.org/wiki/Terra-rara 5/5