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O Caminho da Consolidação e do
Desenvolvimento das Vitórias do
Povo Chinês
Chu En-Lai
Fonte: Problemas - Revista Mensal de Cultura Política nº 30 - Outubro de 1950.
Transcrição e HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente
garantida nos termos da GNU Free Documentation License.
Que ensinamentos podem ser tirados do fato de que o povo chinês tenha
varrido de todo o território da China continental as hordas de bandidos do
Kuomintang equipadas pelos norte-americanos e tenha obtido tão grandes
vitórias? A lição mais importante é a de que essas grandes vitórias não são um
fenômeno histórico acidental, mas o resultado inevitável de inúmeras lutas
revolucionárias do povo chinês durante o último século. Uma vitória tão grande,
rápida e completa seria inconcebível sem o espírito de sacrifício e o apoio de
centenas de milhões de pessoas.
Esta vitória do povo chinês não têm nada de comum com as "unificações"
ocorridas na história da China. Houve diversas espécies de "unificações", mas os
unificadores eram então opressores do povo ou tornaram-se em seguida
opressores do povo. Por isso, eram incapazes de conseguir a verdadeira
unificação, e a unificação que conseguiam se desmoronava rapidamente. Hoje
realizou-se a primeira unificação do povo chinês e esse se tornou senhor de seu
próprio país, ao passo que o regime dos reacionários da China foi derrubado para
sempre.
Como o inimigo que foi destruído pelo povo chinês era armado pelo governo
norte-americano, podemos afirmar perfeitamente que o povo chinês saiu
vitorioso não só sobre os inimigos internos, mas ao mesmo tempo sobre os
inimigos externos, isto é, os imperialistas intervencionistas dos Estados Unidos.
E, se os imperialistas norte-americanos procurarem invadir a China, não importa
com que novos meios de intervenção e de agressão, sofrerão inevitavelmente a
mesma derrota que foi infringida ao Kuomintang.
No quadro desses acordos nossa grande aliada nos forneceu imensa ajuda,
que reflete seus nobres sentimentos, e isso no momento em que ela própria
curava as feridas que a guerra lhe infringiu. A assinatura e a aplicação do
Tratado e dos acordos sino-soviéticos produziram uma onda de imenso
entusiasmo entre o povo chinês que exprimiu sua calorosa gratidão pelos
sentimentos de amizade demonstrados pelo dirigente da União Soviética, o
Generalíssimo Stálin, pelo Governo Soviético e pelo povo soviético.
O povo chinês ama ardentemente a paz, mas, para defender a paz, nunca
temeu e nunca temerá resistir à agressão. O povo chinês não tolerará de
nenhum modo a agressão estrangeira e não pode ser indiferente ao destino de
seus vizinhos que são vitimas da agressão por parte dos imperialistas.
Todos esses órgãos de poder diferem radicalmente por princípio dos órgãos
do poder reacionário do Kuomintang que oprimia o povo, uma vez que
representam os interesses de todas as classes e camadas, estão ligados às
grandes massas populares e são o instrumento da ditadura da democracia
popular para a supressão de todos os elementos reacionários.
Nas regiões libertadas, estabelece-se por toda parte uniões camponesas. Nas
regiões da China do Leste e da China Centro-Sul, onde se realizou a reforma
agrária este ano, o número de camponeses membros de uniões camponesas já
atingiu a casa dos 20 milhões. O número de mulheres organizadas na Federação
Democrática das Mulheres sobe a mais de 30 milhões. O número de jovens
organizados é superior a sete milhões, dos quais 3.010.000 são membros da Liga
da Nova Juventude Democrática.
Durante esse último ano houve êxitos, mas houve também debilidades: no
trabalho da justiça popular na China, na esfera da defesa dos interesses do povo,
na eliminação de espiões, bandidos e outros elementos criminosos, na
preparação da legislação popular, na melhoria dos métodos de tratar os casos de
tribunal e na administração das prisões. A mais importante debilidade foi que em
muitos lugares os trabalhadores da justiça, incorreram em falseamentos da
política de magnanimidade em relação à supressão dos elementos contra-
revolucionários. Eles demonstravam apenas magnanimidade em relação aos
elementos contra-revolucionários, mas não os suprimiam, resultando disso que
as massas populares condenaram esses trabalhadores por sua magnanimidade
sem limites.
Uma das tarefas mais importantes hoje em dia para reforçar a ditadura da
democracia popular, é aplicar a reforma agrária nas partes recentemente
libertadas da China. Aplicar a reforma agrária significa assegurar ao
campesinato, que representa cerca de 80 por cento da população da China, seu
direito básico de existência. Significa a eliminação da principal base da atividade
contra-revolucionária — a classe dos latifundiários. Significa levar à prática a
tarefa básica da ditadura da democracia popular na China, libertando as forças
produtivas do campesinato, agrilhoado pelas relações de produção feudais e,
depois disso, preparar as condições para a rápida industrialização do país.
Nas regiões onde a reforma agrária deve ser realizada no inverno deste ano,
já está sendo realizado trabalho de propaganda ligado ao estudo dos documentos
relativos à reforma agrária. Estão sendo preparados quadros para servir nos
tribunais populares e realizar a reforma agrária. Estão sendo estendidas e
reorganizadas as uniões camponesas. Todas essas medidas são essenciais.
Nenhuma classe exploradora abandona a arena da história voluntariamente e a
classe dos latifundiários, que existe na China há vários milênios, não constitui de
nenhum modo uma exceção.
O plano aplicado pelo Governo Popular Central foi calorosamente apoiado por
todo o povo. Desse modo, a inflação foi imediatamente barrada e, apartir de
março desse ano, não só não se precisou mais recorrer a emissões para cobrir o
déficit, mas, ao contrário, os depósitos do Banco Popular Chinês, em setembro
de 1950, eram mais de 16 vezes maiores do que o montante dos depósitos em
dezembro de 1949.
O Governo Popular Central planeja realizar este ano uma colheita de 120
milhões de toneladas de trigo e de 650.000 toneladas de algodão. Calcula-se
agora que esses planos serão cumpridos ou mesmo superados. À China tem um
total de 5.220.000 fusos nas empresas têxteis do país, dos quais 4.080.000
foram postos em funcionamento desde setembro deste ano, e mais 200.000
entrarão em funcionamento antes do fim do ano. 21.742 quilômetros, ou sejam,
88% do total das ferrovias chinesas, foram abertas ao tráfego em fins de junho
de 1950. Até o fim do ano esse número aumentará para 22.019 quilômetros. A
produção de carvão nas minas do Estado revelou um aumento de 37% de janeiro
a agosto deste ano, comparativamente com o período correspondente do ano
passado. Durante o mesmo período, a força disponível das usinas hidroelétricas
de propriedade do Estado revelaram um aumento de 31% em relação ao período
correspondente do ano passado, ao mesmo tempo que a força realmente
consumida acusou um aumento de 58%.
O Governo Popular Central e todo o povo chinês fizeram esforços para ajudar
a mais de 400.000 desempregados, inclusive parte da intelectualidade
desempregada. O desemprego é um fenômeno passageiro, relativo apenas ao
período inicial da restauração da economia de nosso Estado. Este fenômeno
desapareceu, em grande parte, no Nordeste, da mesma fôrma que desaparecerá
nas outras regiões nos próximos dois ou três anos.
Sob a direção de seu governo e de seu chefe, o povo de toda a China une-se
como um só homem e faz todos os esforços para consolidar e aumentar essas
vitórias.
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Notas:
(1) N. R.: Espécie de barro com que se faz porcelana. (retornar ao texto)
***
"A grande revolução popular e democrática que se desenvolve atualmente na China sob a direção de
nosso Partido Comunista, integra-se na luta do campo antiimperialista internacional". — MAO TSE-TUNG.
(1948).
Inclusão 18/10/2009
Última alteração 24/02/2015