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Universidade de Brasília

Faculdade de Tecnologia
Departamento de Engenharia Mecânica
Tecnologia Mecânica 2

Laboratórios 2 e 3
CONFORMAÇÃO POR FORJAMENTO E
METALOGRAFIA

Aluno: Vítor Matos Silva - 15/0065647

Brasília, 11 de abril de 2019


1. Objetivos
 Visualizar o processo de forjamento a frio em matriz aberta com corpo de
prova cilíndrico de Alumínio (obtido a partir de uma barra redonda
extrudada a quente).

 Visualizar o processo de forjamento manual a frio e a quente, com um


vergalhão de aço CA 50.

 Visualizar o processo de fabricação da ferramenta pé de cabra por


forjamento manual a quente.

 Calcular a energia necessária usada na deformação do alumínio após o


forjamento a frio em matriz aberta, utilizando os dados calculados no
Laboratório 1 (curva tensão x deformação verdadeira) e os dados geométricos
medidos no corpo de prova antes e após a conformação (altura inicial e
altura final).

 Avaliar, a partir da análise metalográfica, o efeito do processo de forjamento,


tanto a frio quanto a quente, na estrutura cristalina dos metais ensaiados.

2. Introdução teórica
2.1. Forjamento
O forjamento é um processo de fabricação por conformação mecânica efetuada
com esforço de compressão sobre um material dúctil, de tal modo que ele tende a
assumir o contorno ou o perfil da ferramenta de trabalho.
Os equipamentos empregados para o forjamento de peças possuem dois tipos:
Martelos de forja, que deformam o metal através de rápidos golpes de impacto na
superfície do mesmo; e prensas, que deformam o metal submetendo-o a uma
compressão contínua com velocidade relativamente baixa.
Na maioria das operações de forjamento emprega-se um ferramental
constituído por um par de ferramentas de superfície plana ou côncava, denominadas
matrizes ou estampos. O forjamento pode ser dividido em dois tipos: matriz aberta e
matriz fechada. A matriz aberta é o processo feito de forma livre, onde tem-se menor
controle sobre a forma final. Por outro lado, o forjamento por matriz fechada é feito de
maneira que a peça sendo forjada possui uma geometria final mais controlada.
Figura 1. Forjamento em matriz aberta.

Figura 2. Forjamento em matriz fechada.


Forjamento em matrizes abertas são mais simples e baratos. Porém são
restritos a geometrias também mais simples, sem precisão dimensional, possuem
baixa taxa de produção e menor aproveitamento do material. Já o forjamento em
matriz fechada aproveita melhor o material, possui boa precisão dimensional, alta taxa
de produção e boa reprodutibilidade, porém, possui também um alto custo ferramental
e necessidade de usinagem posterior.

2.2. Conformação mecânica


Conformação a quente: No trabalho a quente, o encruamento e a estrutura
distorcida dos grãos produzida pela deformação são rapidamente eliminados pela
formação de novos grãos livres de deformação, como resultado da recristalização. É
possível conseguir grandes níveis de deformação, uma vez que os processos de
recuperação e recristalização ocorrem simultaneamente com a deformação. Como a
tensão de escoamento plástico decresce com o aumento da temperatura, a energia
necessária para a deformação é geralmente muito menor para o trabalho a quente do
que para o trabalho a frio.
Conformação a frio: No trabalho a frio, como o encruamento não é aliviado, a
tensão aumenta com a deformação. Assim, a deformação possível de ser realizada
sem causar fratura é menor no trabalho a frio do que no trabalho a quente. É possível
obter uma maior deformação no trabalho a frio quando se realizam tratamentos
térmicos de recozimento para aliviar os efeitos do encruamento.
2.3. Lubrificação no forjamento de matriz aberta
Devido às elevadas cargas de compressão no material, há também uma
elevada força de atrito na superfície de contato do material com a matriz utilizada no
forjamento, que impede a deformação paralela à esta superfície, enquanto o restante
do corpo fica livre para se deformar nessa direção. A utilização de um lubrificante é,
portanto, importante para diminuir o atrito nas superfícies de contato, evitando o
abaulamento na superfície lateral do corpo sendo deformado.
2.4. Efeitos do forjamento na microestrutura
O processo faz com que os grãos sejam alongados na direção da deformação.
Durante o forjamento a frio ocorre um fluxo de metal, que favorece a formação de uma
microestrutura fibrosa. Ocorre, então, um fibramento da estrutura em função da
redistribuição de grãos nas direções da deformação. Dependendo da matriz, os grãos
podem sofrer alongamento em determinadas regiões, enquanto em outras pode haver
um acúmulo dos mesmos.
2.5. Metalografia
A metalografia é o estudo da estrutura e morfologia de materiais metálicos,
cerâmicos e poliméricos, para observar as características microscópicas do material e
suas influências nas características macroscópicas do mesmo.
Na parte da metalurgia, a metalografia estuda as características estruturais ou
de constituição dos metais e ligas, relacionando a microestrutura do material com sua
composição química e suas propriedades mecânicas.
Com um ensaio metalográfico, obtém-se tamanho e forma dos grãos, as fases
que constituem a peça e outras informações da microestrutura da peça.
2.6. Etapas de preparação da amostra
Para a realização da análise, o plano de interesse da amostra é cortado, lixado,
polido e atacada com reagente químico, de modo a revelar as interfaces entre os
diferentes constituintes que compõe o metal.
Corte: a amostra a ser analisada deve ser cortada de forma a não sofrer
alterações pelo método de corte. Usa-se o método a frio, em geral serras, para o corte
primário, ou seja, para se separar a porção aproximada que será analisada. Na
sequencia, usa-se um equipamento denominado "Cut-Off" que faz um corte mais
preciso, utilizando-se de um fino disco abrasivo e farta refrigeração, a fim de não
provocar alterações por calor na amostra.
Embutimento metalográfico: o processo de embutimento metalográfico pode
ser dividido em dois grupos, embutimento a quente no qual é utilizado baquelite e uma
embutidora metalográfica e o embutimento a frio que são utilizados dois produtos
resina e catalisador, ambos os métodos visam obter a amostra embutida para
conseguir um bom resultado na preparação metalográfica.
Lixamento: são utilizadas lixas do tipo "Lixa d'água", fixadas em discos
rotativos.
Normalmente inicia-se o lixamento com a lixa de granulometria 220, seguida
pelas lixas 320, 400 e 600. Em alguns casos usa-se lixas mais finas que a lixa 600,
chegando-se a 1000 ou 1200. Todo o processo de lixamento é feito sob refrigeração
com água.
Polimento: a etapa do polimento é executada em geral com panos especiais,
colados à pratos giratórios, sobre os quais são depositadas pequenas quantidades de
abrasivos. Estes abrasivos variam em função do tipo de metal que está sendo
preparado. Os mais comuns são, o óxido de alumínio (alumina) e a pasta de diamante.
Durante o polimento a amostra também é refrigerada, com a utilização de
álcool ou agentes refrigerantes específicos.
Ataque químico: há uma enorme variedade de ataques químicos para
diferentes tipos de metais e situações. Em geral, o ataque é feito por imersão da
amostra, durante um período de aproximadamente 20 segundos, assim a
microestrutura é revelada. Um dos reagentes mais usados é o NITAL, (ácido nítrico e
álcool), que funciona para a grande maioria dos metais ferrosos.

3. Materiais utilizados e Procedimento Experimental

Os materiais utilizados em cada laboratório foram:


3.1 Forjamento
▪ Prensa hidráulica;
▪ Martelo;
▪ Vergalhão de aço 1020;
▪ Corpo de prova de alumínio comercial;
▪ Lubrificante;
▪ Paquímetro.
3.2 Metalografia
▪ Reagente NITAL;
▪ Microscópio;
▪ Lixas;
▪ Alumina para polimento;
▪ Máquina de medição de dureza Brinell;
▪ Resina para embutimento.
Os procedimentos foram realizados da seguinte forma:

Forjamento em matriz aberta


Primeiramente foram medidos comprimento inicial 𝑙0 e diâmetro inicial 𝑑0 no
corpo de prova com auxílio do paquímetro. Foi aplicado lubrificante nas superfícies de
contato da matriz e do corpo para evitar o atrito e, então, o corpo de prova foi colocado
na prensa hidráulica. Após a carga ser aplicada, foram realizadas as medições das
dimensões finais do corpo de prova, observando a possível irregularidade nos
diâmetros finais.
Forjamento manual
Foram utilizadas duas extremidades de um vergalhão de aço CA50. O primeiro
foi forjado a frio, com aplicação de repetidas cargas enquanto a peça estava apoiada
na bigorna.
O segundo vergalhão foi forjado a quente, sendo primeiramente aquecido com
auxílio do maçarico com chama de oxiacetilênica, a uma temperatura superior a
temperatura de recristalização, observando a coloração do metal para estimar a
temperatura. Foram aplicadas repetidas cargas usando o martelo, ainda observando a
coloração para garantir que a temperatura não cairia abaixo da temperatura de
recristalização. Após a deformação, o metal ficou alguns segundos esfriando no ar e
então submerso em água.
Análise metalográfica
As amostras foram cortadas a partir dos vergalhões utilizados anteriormente,
selecionando uma parte que não passou pelo processo de forjamento e as duas
extremidades que foram forjadas a quente e a frio. As amostras foram embutidas na
resina e então lixadas, com lixas gradualmente mais grossas. Foi utilizada a alumina
para realizar o polimento e depois NITAL para o ataque químico.
Após os procedimentos de preparação das amostras, foi realizado o teste de
dureza com carga de 62,5 kgf e esfera de tungstênio de 2,5mm.
Então, foi realizada a observação das amostras no microscópio e analisadas as
diferenças em suas microestruturas.

4. Dados experimentais
Os valores iniciais medidos com auxílio do paquímetro foram:
Tabela 1. Medidas iniciais e finais dos corpos de prova.

Alumínio Comercial Aço CA50


Diâmetro inicial (mm) 25,45 14,65
Altura inicial (mm) 20,95 30,90
Diâmetro final (mm) 27,03 31,20
Altura final (mm) 18,40 29,45

Aço CA50
Original Forjado a quente Forjado a frio
209,3 132,4 217,3

5. Análise dos Resultados


Forjamento
A deformação real da amostra é calculada a partir da seguinte equação:


𝜀 = 𝑙𝑛 ℎ 𝑖 (1)
𝑓
O trabalho para a realização da deformação é igual à área embaixo da curva
tensão x deformação, até o ponto de tensão máxima. Este trabalho é calculado a partir
da seguinte expressão:

𝜏 = 𝑉𝑌̅𝜀 (2)

em que 𝑌̅ é dado por:


𝐾𝜀 𝑛
𝑌̅ = (3)
(𝑛 + 1)

Os valores para K e n para esta liga de alumínio foram obtidos no último


experimento pelo ajuste da curva tensão deformação real. Então, o valor de K utilizado
foi 366,33 MPa e n = 0,132. Utilizando as equações acima e os valores anotados, foi
calculado um trabalho de 341,87 J para a deformação do corpo de prova de alumínio.
Já para o aço, obteve-se 100,74 J.
A energia fornecida pela prensa ao deslocar a matriz e deformar o material é
dada pela fórmula:

𝜏 = 𝐹(𝑙𝑓 − 𝑙𝑖 ) (4)

Desta forma, foram obtidos os valores de 350,22 J e 142,25 J, para o alumínio


e para o aço, respectivamente.
Comparando os resultados obtidos, percebe-se que o trabalho para deformar o
aço foi menor do que o alumínio. Isso pode ser porque ambos os corpos não foram
deformados o mesmo tanto devido à dificuldade de controle da operação com a
prensa hidráulica.

Metalografia

As figuras 3 e 4 apresentam as estruturas do vergalhão após a conformação a


quente e a frio respectivamente.

Figura 3. Aço deformado a quente.


Figura 4. Aço deformado a frio.
A análise da microestrutura mostra que, quando o aço é forjado a quente,
ocorre recristalização, de modo que a microestrutura ficou mais refinada, com grãos
bem definidos e arredondados.
Já no aço deformado a frio, ocorre o esmagamento dos grãos, que dá início à
formação e ao movimento de discordâncias, processo este, responsável pelo
encruamento do material. É esperado, portanto, que a dureza do aço forjado a frio seja
significativamente maior que a do aço forjado a quente.

6. Conclusão
Com base nos resultados obtidos neste experimento, foi possível observar os
fundamentos teóricos acerca da deformação de materiais e calcular a energia
necessária para deformar os corpos de prova de aço e alumínio. Comparando os
valores de energia calculados a partir dos valores obtidos no experimento anterior, foi
possível observar valores muito próximos dos que foram obtidos a partir do trabalho
realizado pela máquina ao deslocar a matriz.
A análise das microestruturas das amostras retiradas do metal forjado a quente
e a frio também foi condizente com a teoria vista na literatura. Assim, foi observada
dureza intermediária na amostra do material original, enquanto que o material forjado a
quente ficou menos duro e o forjado a frio apresentou dureza mais elevada.

7. Referências
[1] Aspectos de Temperatura na Conformação. CIMM, Centro de Informação Metal Mecânica.
c1997-2019. Disponível em: <https://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6469-
aspectos-de-temperatura-na-conformacao#.XMjsWFxKjIW>. Acesso em: 30 de abr, de 2019.
[2] KALPAKJIAN, S.; SCHMID, R. S. Manufacturing Engineering and Technology. 4ª edição.
Higher Education Press. People’s Republic of China, 2005.
[3] CALLISTER, W. D., Ciência e Engenharia de Materiais – Uma Introdução. 5ª edição. LTC.

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