Вы находитесь на странице: 1из 5

Disciplina: Direito Civil

Prof.: João Aguirre


Aula: 09
Monitoria: Aline

MATERIAL DE APOIO - MONITORIA

A) A conversão do negócio jurídico nulo – art. 170 CC

Art. 170. Se, porém, o negócio jurídico nulo contiver os requisitos de outro, subsistirá este quando
o fim a que visavam as partes permitir supor que o teriam querido, se houvessem previsto a nulidade.
A doutrina critica a redação do art. 170, pelos seguintes motivos:
a) A sua disposição prevê a conversão do negócio jurídico apenas nos casos de nulidade – João
Schützer Del Nero: também é possível a conversão para os casos de anulabilidade;
b) O dispositivo legal usa o verbo subsistir e não o verbo converter: na verdade o negócio nulo
não subsiste (o nulo não produz efeitos), mas pode ser convertido em outro negócio (esse, sim, produzirá
efeitos).

*É possível a conversão em outros negócios, desde que preenchidos os seus requisitos de validade.
- Requisitos para a conversão do negócio jurídico:
a) requisito subjetivo: é necessário que os contratantes queiram o negócio ou o contrato para
o qual o negócio nulo será convertido (“...quando o fim a que visavam as partes permitir supor que o
teriam querido...”) – intenção das partes
b) requisito objetivo: os fatos devem permitir a conversão pela similaridade do negócio.

Enunciado 13 das Jornadas de Direito Civil: Art. 170: o aspecto objetivo da convenção requer a
existência do suporte fático no negócio a converter-se.
EX.: escritura pública de compra e venda de imóvel nula, podendo ser convertida em promessa de
compra e venda de imóvel – contrato preliminar do art. 462 do Código Civil.
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais
ao contrato a ser celebrado.
- Fundamento da conversão do negócio jurídico: Princípio da função social dos contratos – valorização
da vontade concreta das partes e da preservação do negócio jurídico
E) Eficácia erga omnes da sentença declaratória de nulidade:
Art. 169: a sentença que declarar a nulidade do negócio jurídico possui eficácia erga omnes –
prevalência da ordem pública.
*Existe uma tendência em se tutelar os interesses do terceiro de boa-fé. Ex.: art. 167, §2º do Código
Civil: a nulidade do negócio jurídico simulado não afetará o terceiro de boa-fé.
ENUNCIADO 537 das JDC – A previsão contida no art. 169 não impossibilita que, excepcionalmente,
negócios jurídicos nulos produzam efeitos a serem preservados quando justificados por interesses
merecedores de tutela.

1) ANULABILIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO

A) Hipóteses (art. 171):


a) Negócio celebrado pelo relativamente incapaz – art. 4º
b) Negócio que incidiu em erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão e fraude contra credores
*Os defeitos do negócio jurídico, com exceção da simulação (nulidade), tornam o negócio anulável.
c) Quando a lei expressamente prever a anulabilidade – EX.: art. 1.649 CC
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará
anulável o ato praticado, podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de

1
terminada a sociedade conjugal. (previsão expressa da anulabilidade do negócio celebrado sem a vênia
conjugal)

B) Efeitos e procedimentos

1º) Ação Anulatória: natureza constitutiva negativa (desconstitutiva) – trata de direitos potestativos
Prazo decadencial do art. 178:
Art. 178. É de quatro anos o prazo de decadência para pleitear-se a anulação do negócio jurídico,
contado:
I - no caso de coação, do dia em que ela cessar;
II - no de erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão, do dia em que se realizou o
negócio jurídico;
III - no de atos de incapazes, do dia em que cessar a incapacidade.
Pergunta: O que se entende por “dia em que se realizou o negócio jurídico” (art. 178, II)?
STJ – RESP 1.025.920/RO; RESP 868.524/MT : o momento em que o negócio jurídico passa a ser
válido no campo jurídico – momento da celebração do negócio jurídico.
Momento da realização = momento da celebração

* Porém essa questão ganha maior vulto quando analisada a previsão do art. 179 do Código Civil:
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado ato é anulável, sem estabelecer prazo para pleitear-
se a anulação, será este de dois anos, a contar da data da conclusão do ato.
Pergunta: o que se entende por data “da conclusão” do negócio jurídico?
a) Flavio Tartuce, Paulo Lôbo, Humberto Theodoro Junior: a data da conclusão é a data da
celebração do negócio jurídico (data do início do negócio);
b) José Fernando Simão, Zeno Veloso: o prazo para anular o negócio jurídico não deve ser
contado da sua celebração, mas sim do momento em que o prejudicado toma ciência da anulabilidade.
No mesmo sentido STJ – AgRG no RESP 743.890/SP

Enunciado 538 JDC – No que diz respeito a terceiros eventualmente prejudicados, o prazo
decadencial de que trata o art. 179 do Código Civil não se conta da celebração do negócio jurídico, mas
da ciência que dele tiverem.

2º) A anulabilidade não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz e nem cabe a intervenção do MP –
em razão da ausência do interesse público e da prevalência do interesse particular (arts. 177 e 178)
3º) O negócio anulável pode ser ratificado pelas partes. Convalidação do negócio anulável (o nulo
não convalesce)
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo direito de terceiro. (valorização
da boa-fé)
Dica: A ratificação do negócio anulável pode ser expressa ou tácita.
a) Ratificação expressa: Art. 173. O ato de confirmação deve conter a substância do negócio
celebrado e a vontade expressa de mantê-lo.
b) Ratificação tácita: Art. 174. É escusada a confirmação expressa, quando o negócio já foi
cumprido em parte pelo devedor, ciente do vício que o inquinava.
Também há ratificação tácita pelo decurso do prazo, em razão da convalidação do negócio jurídico
anulável.
DICA: Uma vez ratificado o negócio jurídico, não é possível a revogação dessa ratificação, seja
expressa ou tácita (art. 175) – proibição do comportamento contraditório (venire contra factum
proprium)

4º) Eficácia inter partes da sentença anulatória:

Art. 177. A anulabilidade não tem efeito antes de julgada por sentença, nem se pronuncia de ofício;
só os interessados a podem alegar, e aproveita exclusivamente aos que a alegarem, salvo o caso de
solidariedade ou indivisibilidade.

Pergunta: A eficácia da sentença anulatória é “ex nunc” (não retroage)?

2
a) Maria Helena Diniz e Caio Mário da Silva Pereira defendem que sim, afirmando que o disposto
no art. 177 confirma a eficácia “ex nunc” da sentença anulatória.
b) Pablo Stolze, Rodolfo Pamplona e Humberto Theodoro Junior são contrários a esse
entendimento, defendendo que a sentença anulatória possui eficácia ‘ex tunc” (retroativa) o que está
expresso pela norma do art. 182:
Art. 182. Anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as partes ao estado em que antes dele se
achavam, e, não sendo possível restituí-las, serão inde-nizadas com o equivalente.
Nesse sentido, Flávio Tartuce, ressalva que a anulação do casamento, por exemplo, faz com que as
pessoas voltem ao estado de solteiros – eficácia retroativa (ex tunc)

DICA: O STJ, no RESP 1.353.864/GO, valeu-se do disposto no art. 182 do Código Civil para justificar
a eficácia retroativa da nulidade (ex tunc).
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

Historicamente se ensinou que a prescrição é a perda do direito de ação e a decadência é a perda


do direito material. Mas isso não está correto!
- em razão do princípio constitucional do livre acesso à Justiça (art. 5º, XXXV, CF), ninguém excluirá
da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça à direito: não se perde o direito de ação.

O correto é afirmar que:


A) Prescrição: é a perda da pretensão;
B) Decadência: é a perda do direito potestativo

1) Prescrição – O CC 2002 adotou a tese de que a prescrição é a perda da pretensão (art. 189)
– prescrição extintiva

Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos
prazos a que aludem os arts. 205 e 206.

* Dica: existe também a prescrição aquisitiva nas hipóteses de usucapião – será tratada quando
falarmos do Direito das Coisas

Cuidado: Alguns autores ainda definem a prescrição como a perda do direito de ação, como é o caso
de Maria Helena Diniz e Silvio Venosa. Mais a corrente absolutamente majoritária define a prescrição no
CC 2002 como a perda da pretensão (Flávio Tartuce, Pablo Stolze, Rodolfo Pamplona, Paulo Lôbo,
Cristiano Chaves, Nelson Rosenvald...)

Três dicas para identificar se o prazo é de prescrição ou de decadência (Tartuce):


1ª) Os prazos de prescrição, no Código Civil, estão previstos nos arts. 205 e 206. Os demais prazos
do Código são decadenciais;
2ª) Os prazos de prescrição do Código Civil estão assim dispostos:
Art. 205: prazo geral de 10 anos
Art. 206: prazos especiais: §1º - 1 ano
§2º - 2 anos
§3º - 3 anos
§4º - 4 anos
§5º - 5 anos
PRAZOS DE PRESCRIÇÃO NO CC
1, 2, 3, 4, 5 OU 10 ANOS

* Os demais prazos são decadenciais!


Os prazos em DIAS e MESES são prazos decadenciais.
3º) Usando o critério científico trazido por Agnelo Amorim Filho:

3
a) Se a ação for condenatória – prazo de prescrição. Ex.: Ação indenizatória por dano moral;
b) Se a ação for constitutiva/ desconstituiva – prazo de decadência. EX.: Ação anulatória de
negócio jurídico;
c) Se a ação for meramente declaratória – imprescritível. Ex.: Ação de Investigação de
Paternidade.

Contagem do prazo prescricional:


Quando ocorre o início do prazo prescricional?
Enunciado 14 JDC – Art. 189: 1) o início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da
pretensão, que decorre da exigibilidade do direito subjetivo; 2) o art. 189 diz respeito a casos em que a
pretensão nasce imediatamente após a violação do direito absoluto ou da obrigação de não fazer.
Para grande parte da doutrina, que segue o disposto no enunciado 14 JDC o início do prazo de
prescrição se dá no momento em que o direito subjetivo passa a ser exigível (nascimento da pretensão)
– Exs.: No caso de uma dívida vencida (sujeita à termo), o início do prazo de prescrição ocorre do seu
vencimento. No caso de ato ilícito, o início da prescrição se dá no momento em que o ato foi praticado.
• Dica: o STJ tem adotado a teoria da actio nata, no que se refere ao início da contagem do prazo
prescricional:
TEORIA DA ACTIO NATA: o prazo prescricional deve ter início a partir da ciência (do conhecimento)
da violação ou da lesão ao direito subjetivo. – Versão subjetiva da actio nata: deve se verificar e efetiva
ciência pelo sujeito.
Cristiano Chaves, Nelson Rosenvald, Flavio Tartuce entendem ser mais justo o critério subjetivo da
actio nata.

Entendimento do STJ se verifica, por exemplo, na leitura da Sum 278:


Súmula n° 278 do STJ
O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o segurado teve
ciência inequívoca da incapacidade laboral. (Teoria da actio nata – critério subjetivo)
Também no RESP 1.318.825/SE, RESP 694.287/RJ, RESP 1.388.030/MG, o STJ adotou a teoria da
actio nata em seu critério subjetivo (ciência da violação do direito subjetivo)
Dica: O art. 27 do CDC determina que o prazo de prescrição nos casos de responsabilidade pelo fato
do produto ou do serviço é de 5 anos, contados do conhecimento do fato do produto ou do serviço. (Actio
Nata no critério subjetivo)

- Não se admite renúncia prévia ao prazo de prescrição (art. 191)

Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo
de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos do
interessado, incompatíveis com a prescrição.
- Os prazos de prescrição não podem ser criados e nem alterados pelas partes (art. 192)
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
Dica: Prazo criado pelas partes (ex.: em um contrato) é decadencial.
- A prescrição pode ser alegada a qualquer tempo pela parte a quem aproveita e em qualquer grau
de jurisdição.
- A prescrição pode ser decidida de ofício pelo juiz. Ver art. 332, §1º e art 487, II, ambos do CPC de
2015;
CPC 2015
Art. 332, § 1º: O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:
...
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição;

DAS CAUSAS IMPEDITIVAS E SUSPENSIVAS DA PRESCRIÇÃO – arts. 197 a 201 CPC


Art. 197. Não corre a prescrição:
I - entre os cônjuges, na constância da sociedade conjugal;
II - entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar;
III - entre tutelados ou curatelados e seus tutores ou curadores, durante a tutela ou curatela.

4
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o; (absolutamente incapazes)
II - contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III - contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Pergunta: Maria divorciou-se de José e ajuizou ação de alimentos em nome de seu filho Antonio,
com 5 anos de idade e por ela representado, contra o pai. Fixados os alimentos, José deixou de pagá-
los quando Antonio tinha 8 anos de idade. Maria nunca promoveu a devida execução dos alimentos e
Antonio, agora com 18 anos de idade, quer exigir os alimentos devidos e não pagos pelo pai. Qual o
período a que terá direito? Dica, pelo art. 206, §2º do CC, o prazo de prescrição para a pensão alimentícia
devida e não paga é de dois anos. Assinale a alternativa correta:
a) Antonio pode cobrar apenas os últimos dois anos não pagos;Não corre a prescrição durante
o poder familiar
b) Antonio pode cobrar os alimentos devidos e não pagos, por todo o período, dos 8 aos 18
anos, porque não corre a prescrição contra os incapazes; Não corre a prescrição contra os absolutamente
incapazes, mas corre contra os relativamente incapazes.
c) Antonio pode cobrar os alimentos devidos e não pagos, por todo o período, dos 8 aos 18
anos, porque não corre a prescrição entre os ascendentes e os descendentes durante o poder familiar;
d) A Pretensão de Antonio já está prescrita.

Art. 199. Não corre igualmente a prescrição:


I - pendendo condição suspensiva;
II - não estando vencido o prazo;
III - pendendo ação de evicção.

Art. 200. Quando a ação se originar de fato que deva ser apurado no juízo criminal, não correrá a
prescrição antes da respectiva sentença definitiva.

Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se
a obrigação for indivisível.

DAS CAUSAS QUE INTERROMPEM A PRESCRIÇÃO – arts 202 a 204


Cuidado com a diferença entre a suspensão do prazo prescricional e a sua interrupção:
1º) Suspensão do prazo – volta a correr pelo que faltava:
EX.: Prazo prescricional de 5 anos
Decorridos 3 anos – Suspensão – Volta a correr por mais 2 anos
2º) Interrupção do prazo – volta a correr por todo o prazo novamente:
EX.: Prazo prescricional de 5 anos
Decorridos 3 anos – Interrupção – Volta a correr por mais 5 anos

Вам также может понравиться