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A Revista USP é uma publicação trimestral da Coordenadoria de Comunicação Social (CCS) da USP. Os artigos
encomendados pela revista têm prioridade na publicação. Artigos enviados espontaneamente poderão ser publicados
caso sejam aprovados pelo Conselho Editorial. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade
exclusiva de seus autores.
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DOSSIÊ WALTER BENJAMIN
REVISTA DA USP – EDIÇÃO Nº 15 - http://www.usp.br/revistausp/n15/numero15.html
Walter Benjamin, diante da perspectiva de ser capturado pelos nazistas, preferiu o suicídio.
Morreu em 1940, um refugiado judeu alemão, virtualmente desconhecido. Meio século após a sua morte,
no ano do centenário de seu nascimento, é figura conhecida, discutida em inúmeros países e nos mais
diversos meios sua relevância cultural beira o consenso. Benjamin tornou-se de fato o símbolo
emblemático de uma intelectualidade refinadíssima colhida em meio à pior barbárie. No Brasil em
particular, começou a tornar-se conhecido há cerca de dois decênios sobretudo como crítico literário
marxista pertencente, em parte pelo menos, à chamada Escola de Frankfurt. Conforme cresceu aqui o
número de seus livros traduzidos e o de leitores dedicados, tal imagem deu lugar a outras mais complexas.
Por isso mesmo, apesar do declínio, momentâneo ou não, da popularidade das investigações literárias de
orientação marxista, Benjamin continua a interessar. Prova disso é o simpósio "Sete Perguntas a Walter
Benjamin" promovido em 1990 pelo Instituto Goethe de São Paulo, que contou com a participação de
intelectuais brasileiros e alemães. Com alguns acréscimos, o dossiê deste número 15 da Revista USP
reúne as comunicações apresentadas no referido simpósio, com o intuito de homenagear o crítico e
pensador alemão no centenário de seu nascimento.
O Editor-Chefe
Nota: Por estar ainda em fase inicial, a Revista USP on-line pode conter diferenças em relação à versão
impressa. É o caso, por exemplo, da acentuação das palavras estrangeiras, sobretudo aquelas de menor
semelhança com o português, como o russo, o grego, o servo-croata e o ídiche, para citar apenas algumas.
Diante disso, contamos com a compreensão dos leitores, e desde já nos colocamos à disposição para
eventuais dúvidas ou consultas aos exemplares impressos.
50 anos após sua morte, tão trágica quanto evitável, pareceu-nos oportuno apresentar Walter
Benjamin através de suas múltiplas facetas: como pensador, pesquisador e escritor original, conhecido por
muitos de seus contemporâneos, mais tarde famosos, espoliado intelectualmente por muitos e, ao mesmo
tempo, desconhecido. A sua influência sobre ciência da linguagem e filosofia, sobre crítica da cultura e
crítica da arte é imensa. "7 Perguntas" e não "7 Questões" convidaram-nos, neste simpósio alemão-
brasileiro*, a interrogar sua obra quanto ao seu teor de atualidade. A simplicidade proposital da
interpelação procurou encorajar os não-filólogos dentro dos participantes a uma resposta. Ao mesmo
tempo pesquisadores brasileiros e alemães tiveram oportunidade de trocar informações sobre a situação
da recepção de Benjamin e de se confrontar com o problema da tradução de "textos intraduzíveis".