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De acordo com o livro 1822 de Laurentino Gomes, Maria Leopoldina,

austríaca e primeira Imperatriz do Brasil, foi vítima de abusos psicológicos e físicos


cometidos pelo seu marido, Dom Pedro I, e vários historiadores atribuem a morte
dela a ele. Após 150 anos desde esse infeliz acontecimento, a violência contra a
mulher ainda persiste na sociedade brasileira. A raiz de sua persistência deve-se à
cegueira proposital que nossa sociedade exerce sobre essa problemática.
Consequentemente, a violação dos Direitos Humanos da população feminina é
recorrente em nosso meio social.

De acordo com o Artigo 6º da Lei Nº11.340, a violência doméstica e familiar


contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.
Consoantemente, John Locke, um dos principais filósofos contratualistas, afirma que
sendo todos iguais e independentes, ninguém deve lesar o outro em sua vida, sua
saúde, sua liberdade ou seus bens. Entretanto, atualmente, percebe-se a
discrepância entre essa premissa e a realidade, porque, segundo uma matéria feita
pela Folha de São Paulo, o Brasil registra 606 casos de violência doméstica por dia

Além disso, o famoso ditado: “Em briga de homem e mulher, ninguém mete a
colher” evidencia a maneira como a sociedade, um coletivo, percebe a violência ao
sexo feminino. Nós somos acostumados a relativizar e ignorar cenas como brigas,
ameaças e agressões psicológicas, de tal maneira que elas tornaram-se cotidianas.
Nesse contexto, o renomado sociólogo, Zygmunt Bauman afirma no livro A Cegueira
Moral: “A violência e os desastres tornaram-se tão constantes e são de tal modo
naturalizados que estamos calejados de tanta desumanidade”. Por isso, devido à
dormência moral em nosso meio, as mulheres em situações de constantes
agressões e violência, tanto pela vergonha – causada pela mentalidade geral de se
culpar a vítima – quanto pelo medo de terem suas denúncias tratadas com descaso
pelos agentes públicos, tendem a se calar. Visto que, apenas 33,4% dos processos
com base na Lei Maria da Penha são julgados, seus medos não são totalmente
infundados.

Perante o exposto, é dever do Estado, por meio de campanhas midiáticas,


combater a relativização da violência contra a mulher. Ademais, o Estado deverá,
por meio da Polícia Civil, garantir segurança à mulher no processo de denúncia e
julgamento do caso, principalmente em casos de ameaça verbal do cônjuge. Dessa
forma, os mecanismos inibidores de denúncia presentes em nosso meio serão
combatidos e, assim, evitaremos que casos como o da Maria Leopoldina continuem
sendo ignorados e impunes em nossa sociedade atual.

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