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Primeiro vamos ver a origem da palavra: ela começa com o prefixo “con”, que designa
contiguidade, complemento. “Centração” é o ato de atingir o centro. Portanto, concentração quer
dizer: convergir para um centro, reunir a atenção para um mesmo ponto, tornando-a mais densa,
mais forte e mais ativa.
A palavra inglesa “goal” significa objetivo, meta. Por esse motivo, o espaço entre as
traves do gol no futebol tem o nome de meta.
Quando o jogo é transmitido pela TV, o torcedor entra em estado de total concentração
visual e auditiva. Quando o jogo é transmitido por uma emissora de rádio, o ouvinte concentra-se
através da audição e da imaginação criativa: faz isso instintivamente, sem perceber. Age assim
porque é seu desejo, sua vontade. Já quando precisa resolver uma dificuldade, encontrar solução
para uma situação, a pessoa costuma sentir dificuldade em concentrar-se. Sua mente se
dispersa, ela fica tensa e perde o estado de concentração. Para saber por que isso ocorre,
entenderemos, em linhas gerais, como o cérebro funciona.
REGISTROS CEREBRAIS
O cérebro trabalha dia e noite para que o instinto de vida mantenha-se equilibrado. Mas
nem sempre usamos corretamente esse mecanismo. A maioria das pessoas foca seu
pensamento mais nos seus medos e fobias.
Desde criança aprendemos – nem sempre da maneira certa – que todo erro deve ser
punido. As traquinagens da infância eram castigadas pelos pais, o mau desempenho escolar era
punido pelo professor com notas baixas. Quando adultos, somos castigados pela sociedade se
não tivermos um comportamento aprovado por ela. Podemos até ser presos, se infringirmos a lei
dos homens: a Justiça. Muitas religiões ensinam que, se descumprirmos as leis de Deus,
seremos também passiveis da punição divina.
Ao invés de apreciar a beleza e o perfume de uma flor, talvez pensemos na punição que
poderíamos sofrer, se a colhêssemos. Aprendemos a colecionar culpas por erros que talvez nem
chegamos a cometer, pois o cérebro não consegue distinguir o que é realidade do que é
imaginação.
Um simples desejo, que talvez não seja bem aceito pelos outros, é “registrado” no
cérebro, que analisa a informação de duas formas: primeiro ele “crê” que realmente queremos
aquilo. Segundo: tenhamos ou não realizado tal desejo, o cérebro determina que devemos ser
punidos, uma vez que analisou aquela conduta como um comportamento inadequado. Na
primeira oportunidade, ele fará a pessoa “pagar pelo erro” que ela nem chegou a cometer,
levando o indivíduo a acidentar-se, esquecer um compromisso importante, contrair algum tipo de
moléstia ou, simplesmente, sentir-se incapaz de concentrar-se em alguma coisa que lhe seja
benéfica. Daí, não adianta querer o contrário. Ele, cérebro, não “permitirá”.
Como é imparcial, o cérebro procura realizar tudo que, de uma forma ou de outra, você
desejou. Então ele procura atingir o objetivo que, às vezes inconscientemente, você estipulou: ao
atravessar a rua, você não viu o carro que se aproximava e quase foi atropelado. Já na calçada,
assustado, fica momentaneamente sem ação. Nesse momento, você é só reação. Sabemos que
a ação é controlada e direcionada. A reação é passiva, regida pela emoção. Portanto, sem
controle.
Nesse estado de espírito, você é envolvido por pensamentos como: “Por pouco não fui
atropelado”. Pronto. Sob forte impacto emocional, você imaginou tão intensa e vividamente o que
poderia ter acontecido, naquela circunstância, que seu cérebro pode tomar isso como desejo seu,
fazendo o possível para tornar realidade seu pensamento.
Para evitar tal situação, é simples: se você imaginou que poderia ser atropelado e ficar
ferido, mude, imediatamente, o registro no cérebro. Repita, para si, que não precisa daquilo, que
está em paz com a vida e que não há necessidade de passar por essa provação. Diga isso com
convicção e reforce esse pensamento. Não é por acaso que todos os cursos de autoajuda
aconselham o uso de frases e pensamentos positivos.
Outro ponto importante: não é raro guardarmos sentimentos de culpa por algo que
fizemos ou deixamos de fazer. Se identificar em você qualquer sentimento desse tipo, admita sua
parcela de responsabilidade naquela ação (ou falta dela). O passo seguinte é encontrar o auto
perdão, por saber que, quanto mais se sentir culpado em consequência dos muitos erros que
julga haver cometido, mais difícil será sua trajetória nessa vida. Para ser útil, a si e aos outros,
proponha-se não cometer mais os mesmos erros e extirpe o “pesado fardo que vinha
carregando”. Perdoe-se. Essa forma de conduta traz alívio, bem-estar e melhores condições de
vida.
Agora sim! Com a mudança de registros no cérebro, você está em condições de alcançar
as metas que estipular. Dentre elas, o poder de concentração.
Como você perceberá, os exercícios que serão propostos mais adiante, desenvolverão
as suas habilidades mentais de observação, percepção rápida, concentração e,
principalmente, a autodisciplina.
1- “Exercício do céu”
Com os olhos fechados, devemos imaginar um céu azul. Nada, além disso, deve fazer
parte dessa imagem mental. A seguir, devemos “ver” uma nuvem surgindo no canto esquerdo
desse céu azul. Inicialmente, uma pequena porção da mesma; posteriormente, completa.
Observar a lenta passagem da nuvem através da extensão de sua imagem mental. Finalmente,
ela deverá desaparecer gradativamente no canto direito.
Também com os olhos fechados, concentre-se na sua respiração, da mesma forma que no
exercício anterior. Após algum tempo, imagine-se crescendo a cada respiração de ar, igual a uma
bexiga. Suponha que, no ambiente onde você encontra-se, não existe nada nem ninguém. Você
deverá crescer de maneira gradual, até ocupar todo o espaço desse ambiente. A seguir, realize o
processo inverso: a cada expiração, vá diminuindo seu tamanho, até atingir a altura de uma
formiga. A seguir, volte ao seu tamanho original.
Primeiro exercício:
Esse exercício serve para você aquilatar seu potencial de concentração e observação.
Tanto isso é verdade que, quanto mais jovem for a pessoa que estiver fazendo o teste, mais
facilidade terá em visualizar cada detalhe. Quando executado por uma criança, é incrível a
quantidade de detalhes que ela percebe. Com você deve acontecer o mesmo ou algo bem
próximo disso. Quanto mais detalhes for capaz de captar, mais terá demonstrado capacidade de
observação e atenção. Esses predicados, quando desenvolvidos, demonstram maior poder de
concentração.
Repita o exercício, mudando o cenário: veja uma rua movimentada, com ruídos de carros,
pessoas andando e conversando, ambulantes apregoando suas mercadorias, etc. Quanto mais
exercitar, com detalhes, mais acurada ficará sua percepção e, em decorrência, seu poder de
concentração. Ao fazer a tela mental, você alcançará um ponto em que chegará a “sentir” a brisa
roçando seu rosto.
Segundo exercício:
EXERCÍCIOS DE RECEPÇÃO
Exercício de visão
Exercício de audição
Exercício de tato
Deslize, suavemente, a sua mão sobre uma superfície qualquer, concentrando-se nas
sensações táteis. Procure fixar a sua atenção nas sensações percebidas, evitando pensar em
qualquer coisa. O exercício deverá ser realizado num tempo indeterminado.
Exercício gustativo
Leve algo comestível à sua boca e procure concentrar-se integralmente no sabor sentido,
evitando pensar em qualquer outra coisa.
Exercício da caminhada
Caminhe de forma lenta, procurando tomar consciência dos seus passos, sentindo o
movimento dos seus pés, de sua respiração e do seu corpo.
EXERCÍCIOS DE EMISSÃO
Passe suas mãos pelo seu corpo, procurando registrar todas as sensações percebidas.
Após a interrupção dessa tarefa, tente relembrar todas as sensações registradas.
Coloque o seu dedo sobre uma superfície plana qualquer. Fixe a vista num ponto
imaginário, delimitado por seu dedo. A seguir, comece a movimentar seu dedo de forma irregular,
formando uma figura que, gradativamente, se tornará mais complexa. À medida que a figura
forma-se, você deverá criar a sua imagem mental, enriquecendo-a sempre com os novos traços
que vão sendo acrescentados. A dificuldade de sua concentração deverá aumentar à medida que
aumenta a complexidade da figura. A partir de um determinado momento, você não mais
conseguirá acompanhar mentalmente o desenvolvimento da mesma. Nesse momento, interrompa
a atividade e inicie outra figura. Você conseguirá retê-la mentalmente por mais tempo, à
proporção que a sua concentração for desenvolvendo-se.
Numa segunda etapa, mais sofisticada, você deverá realizar o presente exercício sem o
uso do dedo, isto é, formará as figuras através de um processo inteiramente mental sem nenhum
auxílio mecânico.
Exercício da torneira
Faça a imagem mental de uma torneira. Mentalmente, abra, imaginando a água jorrando
da mesma. Acrescente uma pequena bola e introduza-a na coluna de água. A seguir, imagine
esta bola subindo e descendo nessa coluna. O exercício deverá ser realizado por tempo
indeterminado.
Apanhe quatro lápis de cores diferentes. Com cada um deles, faça um traço no papel.
Sobre os quatro traços, faça mais três. Por exemplo: sobre o traço azul faça um traço vermelho,
sobre o traço amarelo faça um azul e assim por diante. Realize tal operação mais duas vezes de
tal maneira que cada traço apresentará, ao final, quatro camadas de cores. Por fim, afaste o
papel e tente recordar as camadas de cada um dos traços, na ordem original em que tais
camadas foram desenhadas. Você poderá repetir o exercício escolhendo quatro outras cores.
É um dos exercícios mais importantes para melhorar a emissão de uma ideia. Consiste
em formar uma imagem mental de um objeto qualquer. Como exemplo, uma laranja. Imaginá-la
com o maior número de detalhes possíveis, tais como: cheiro, cor, tamanho, formato, peso etc.
Após, se deve manter essa imagem mental durante 5 minutos, concentrando-se em seus
detalhes, sem modificá-la, ou seja: não deverá, por exemplo, descascar a laranja mentalmente.
Através desse processo, você realizou um “fichário mental”. A seguir, realizará outro: novamente,
forme a imagem mental de algo, distinta da primeira. Concentre-se nessa imagem durante cinco
minutos. Finalmente, deverá realizar um último “fichário mental” com a duração também de 5
minutos.
Observação: caso não seja possível criar os três fichários em sequência, pode-se criar
um por dia.
Você deverá anotar em uma folha de papel toda e qualquer distração que ocorrer durante
a elaboração de um “fichário mental”. O número de distrações deverá diminuir gradativamente, à
medida que você aprimorar sua concentração. Observe que, se você conseguir concentrar-se em
algo tão simples, poderá também fazê-lo, facilmente, em seus estudos durante horas.
Após ter alcançado o objetivo do exercício, você poderá realizá-lo de forma mais
complexa: diminua o tamanho das circunferências em cerca de 1 cm. Depois, torne a diminuí-las.
Quanto menores forem as circunferências, maior será o esforço de concentração exigido.
Exercício dos arcos.
Desenhe dois arcos. No cruzamento entre eles desenhe uma bola, como no exemplo
abaixo.
Fixe a sua visão na esfera durante algum tempo, desvie o olhar e movimente seus olhos,
seguindo o contorno dos arcos. Você deverá “ver” a esfera subindo e descendo pelos arcos.
Inicialmente, movimente seus olhos sobre um dos arcos, realizando um movimento de descida e
subida. Depois, faça o mesmo com o outro arco. O tempo de ida e volta deverá ser de 1 minuto
aproximadamente. É obvio que você não verá a esfera subir e descer através dos arcos. Você
não trabalhará no campo real, mas sim no campo imaginário. Os arcos servirão como elementos
de referência para o movimento de sua visão (recepção) e o movimento da esfera será fruto de
sua imaginação (emissão).
Estenda seus braços para frente com as palmas das mãos voltadas para cima. Percorra-
os com o olhar, de forma alternada, durante 30 segundos (recepção). A seguir, feche os olhos e
conserve a imagem daquilo que foi percebido, também por 30 segundos (emissão).
Com a repetição, você disciplina o cérebro a tal ponto que ele passa a “atender” o
seu comando. Portanto, treine com afinco!