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PRESCRIÇÃO
Nosso Código Civil reservou o termo “prescrição” apenas para a extintiva (ou liberatória), adotando,
para a prescrição aquisitiva da propriedade, o termo “usucapião”. Baseando-se na corrente dualista,
separou-as como institutos autônomos, localizando a prescrição extintiva na parte geral e a aquisitiva na
parte especial, como figura jurídica pertinente ao direito das coisas. Se aplicam ao instituto da usucapião
as regras gerais da prescrição extintiva, como, por exemplo, as hipóteses de suspensão e interrupção do
prazo prescricional, obstando a aquisição da propriedade em tais circunstâncias (vide STJ, AC. 4ª T., Resp.
149.186/RS, Rel. Mian. Fernando Gonçalves, j. 4.11.03)
1. Conceito
Definição: Fato jurídico que cria uma exceção destinada a neutralizar a eficácia da pretensão.
“prescrição é a extinção de uma ação ajuizável, em virtude da inércia de seu titular durante um certo lapso
de tempo, na ausência de causas preclusivas de seu curso”. É o encobrimento (ou extinção, na letra do art.
189 do CC) da eficácia de determinada pretensão (perda do poder de efetivar o direito a uma prestação),
por não ter sido exercitada no prazo legal (DIDIER, p. 301).
No dia em que o negócio válido é celebrado nasce um direito subjetivo ao crédito (direito a uma
prestação - um comportamento do devedor).Violado o dever do devedor nasce uma pretensão
(exigibilidade – Anspruch). Não exercida a pretensão no prazo legal ela prescreve. No momento da
prescrição surge para o devedor uma exceção de direito material (é o reverso da pretensão). Quando se
alega a prescrição , reconhec-se o fato n o qual se funda a ação, opondo-se um fato impeditivo da
pretensão do autor. É uma exceção peremptória.
Pode-se ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte a quem aproveita. Salvo em RE e REsp,
que exigem prequestionamento.
2. Natureza jurídica
(i) Perda do direito de ção - FALSO - O direito à prestação jurisdicional não é afetado pela prescrição.
O direito de ação é imprescritível. A sentença que declara a prescrição resolve o mérito do litígio.
A cada direito corresponde uma pretensão que lhe assegura e a cada pretensão podem corresponder
várias ações. Por exemplo: Cheque - prescrito - Ação Monitória - prescrita - Ação ordinária; Execução -
prescrita; Em até dois anos - Ação de enriquecimento sem causa.
Entretanto, cf. o CC 882 "não se pode repetir o indébito do pagamento de dívida prescrita ou cumprir
obrigação judicialmente inexigível".
A tese de Caio Mário ainda se aplica no tocante ao crédito fazendário, a prescrição implica na extinção
do crédito tributário, assim, o pagamento após a prescrição pode ser ressarcido, pois que indevido,
por meio de ação de repetição de indébito.
(iii) Perda da pretensão (exigibilidade) - FALSO - aquela adotada pelo novo Código Civil que
afirma que a prescrição atinge a pretensão¸ que é a faculdade de exigir de outrem uma
determinada prestação, extinguindo-a (fruto dos estudos pandectistas alemães e suas teorias
abstratas). Segundo o CC/2002, a prescrição não atinge o direito de ação, mas apenas a pretensão
(instituto de direito material), confirmando o caráter de direito autônomo, abstrato, público e subjetivo
daquele (art. 5º, XXXV, CF).
CRÍTICA - a prescrição não extingue pretensão, mas sim faz nascer uma exceção em favor do devedor
(um contradireito) que neutraliza a pretensão.
Se assim não fosse não seria possível a renúncia à prescrição - pode ser expressa ou tácita - só valerá
depois que a prescrição se consuma.
Mesmo prescrita a dívida, caso não alegada em juízo, não for pronunciada de ofício ou renunciada a
prescrição, o credor obterá a sua satisfação validamente.
Ressalte-se, entretanto, que, após a reforma processual de 2006, o juiz pode pronunciar de ofício a
prescrição. Tornou-se, assim, uma objeção (defesa indireta de mérito indisponívela). Foi uma medida
que visava uma solução prática para eliminar processos.
Mas, a ei processual não pode revogar norma de direito material, destarte, jamais o legislador
processual poderia ter feito o que ele fez.
A interpretação correta do artigo é que o juiz deverá localizar a prescrição, quer dizer apontará a sua
ocorrência e inaugurará um incidente processual citando o réu. Isto pois a renúncia da prescrição - direito
subjetivo - permanece em vigor. Interpretação contrária afrontaria o direito à honra - é ético pagar e se o
devedor quiser pode.
Caso o réu queira entrar n mértio e requerer o reembolso em dobro deve renunciar à prescriçao e entrar
no mérito.
Enunciado n.º 295 da IV Jornada de Direito Civil do CJF – Art. 191. A revogação do
art. 194 do Código Civil pela Lei n. 11.280/2006, que determina ao juiz o
reconhecimento de ofício da prescrição, não retira do devedor a possibilidade de
renúncia admitida no art. 191 do texto codificado.
O juiz deve ouvir também o autor da ação conforme o CPC 327 para que ele possa alegar causas que
afetem o curso da prescrição (notificação extrajudicial, etc).
Aceita-se o reconhecimento da prescrição de oficio quando o réu for pessoa vulnerável e for em seu
benefício
Prescrição sem violação de direitos - Há autores que alertam para o fato de que existem
modalidades dela sem que haja violação de direito, como na hipótese dos direitos reais, em que o
titular do domínio detém a pretensão de abstenção das demais pessoas em relação aos poderes
que ele exerce sobre a coisa, pretensão esta que, se violada, faz nascer outras (reparatória e
possessória/petitória). No entanto, como tais espécies de pretensão não decorrem de violação de
direito, seriam imprescritíveis.
Momento para alegação - A prescrição pode ser alegada a qualquer tempo e em qualquer grau de
jurisdição (art. 193, CC), ou seja, é possível suscitá-la pela primeira vez em grau de recurso. Não
obstante isso, o réu deve suscitá-la na primeira oportunidade, sob pena de arcar com as despesas
supervenientes (art. 22, CPC). Por evidente não pode ser alegada pela primeira vez em sede de
Resp e Rex, pois que implica inovação da lide, sem prequestionamento.
O mencionado artigo supre lacuna do antigo CC. Busca evitar que o direito com pretensão
prescrita possa ser utilizado à titulo de exceção, como defesa. Estando a pretensão já prescrita, não pode
o réu opor exceções de direito material. Advirta-se, contudo, que o dispositivo só se aplica às exceções
dependentes (dita exceções impróprias). Vale dizer, só prescrevem aquelas exceções que decorrem de
uma pretensão ou de um direito, a exemplo da exceção de compensação. Frise-se que as exceções
independentes, por sua vez, são imprescritíveis, uma vez que constituem o conteúdo do próprio
direito de excepcionar. Assim, a exceção de prescrição é exemplo de exceção independente.1
A advertência é feita por Fredie Didier Jr., Direito Processual Civil, Edições Jus Podivm:
Salvador, 2004.
A renúncia, contudo, pode ocorrer em caso de prescrição já consumada, caso não prejudique
terceiros. Pode ser expressa ou tácita, essa caracterizada, por exemplo, quando há reconhecimento da
dívida depois de decorrido o prazo prescricional.
Terceiros podem se opor à renúncia de prescrição já consumada, como no caso dos credores de
um devedor insolvente. Como a dívida prescrita resultou num acréscimo indireto ao seu patrimônio,
permitir que ele renuncie à prescrição seria admitir ato de disposição patrimonial por aquele que já está ou
pode ser conduzido à insolvência. Caberia então ação pauliana (revocatória – fraude contra credores) para
anular o ato de renúncia.
A prescrição pode ser alegada em fase de execução? A prescrição de obrigação constante de título
executivo judicial somente pode ser alegada, na fase de execução, se posterior à sentença. Se se
tratar, todavia, de título executivo extrajudicial, é ampla a defesa.
O prazo prescricional não se inicia novamente com a morte do autor da herança, dispondo o
sucessor apenas o prazo restante. O dispositivo se aplica em relação tanto a prazos a favor como
contra o sucessor.
Denomina-se acessio temporis e opera tanto a favor do sucessor causa mortis (herdeiro) como a
inter vivos, sendo que, no segundo caso, é facultado ao sucessor somar os prazos de prescrição.
2. FUNDAMENTO
b) castigo à negligência;
c) o interesse público.
As normas sobre prescrição são de ordem pública ou privada? Há, como vimos, um interesse
público na harmonia social. Assim, a instituição de prazo prescricional obedece à utilidade pública; a
norma que o estatui, portanto, é de ordem pública.Frise-se a recente alteração do entendimento do STJ :
Recentemente, contudo, o STJ alterou seu entendimento. No julgamento do AgRg nos EREsp 999.342/SP,
rel. Min. Castro Meira, sua Corte Especial entendeu não ser possível examinar questões de ordem pública,
caso não haja o indispensável prequestionamento. Afirmou-se que, ainda que tenha o recurso sido
admitido por outro fundamento, não será possível examinar uma questão de ordem pública ou um fato
superveniente, se não houver prequestionamento a seu respeito. Mais recentemente, sua 2a Turma,
seguindo aquele precedente da Corte Especial, confirmou que “mesmo as matérias de ordem pública
precisam ser prequesitonadas”. (EDcl nos EDcl no AgRg no AREsp 32.420/PB, rel. Min. Humberto Martins,
j. 21/6/2012, DJe 28/6/2012).
Não obstante, como as relações jurídicas por ela reguladas são de ordem privada, este fato lhe
empresta, também, um caráter privado, dando-se uma natureza mista. Daí os fenômenos, virtualmente
antagônicos, que apresenta contemporaneamente: como norma pública, tem sempre efeito retroativo,
ficando a prescrição em curso sujeita às alterações da nova lei; mas, como norma privada, pode ser
renunciada a prescrição pelo prescribente, uma vez consumada.
3. REQUISITOS
d) ausência de algum fato ou ato a que a lei atribua eficácia impeditiva, suspensiva ou interruptiva
do curso prescricional.
4. NATUREZA DA PRESCRIÇÃO
Parte da doutrina sustenta que a ontagem do prazo da prescrição da data da ciência da violação deve ser
limitada às prescrições de curto prazo, porque, nas de prazo longo, a própria ignorância da violação, pelo
titular, denota negligência.
Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald sustentam que a fluência do prazo prescricional se inicia
com o surgimento da pretensão correspondente. Ou seja, tem início a contagem prazal com a
exigibilidade do direito subjetivo subjacente (neste sentido o enunciado 14 da Jornada de Direito Civil: “1)
o início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da exigibilidade do
direito subjetivo; 2) o art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce imediatamente após a
violação do direito absoluto ou da obrigação de não fazer”). É o princípio da actio nata, segundo o qual
somente a partir do efetivo conhecimento do ato que viola um direito subjetivo, originando a
pretensão, é que se inicia a contagem do prazo prescricional. A regra é aplicável, inclusive, aos prazos
decadenciais.
Consoante os referidos autores o art. 189, CC, agasalha o princípio da actio nata, não obstante a
ausência de referência explícita à necessidade de efetivo conhecimento do interessado acerca da violação
ao direito. A jurisprudência consagrou a tese da actio nata que diz que, efetivamente, o início da fluência
do prazo prescricional deve decorrer não da violação em si a um direito subjetivo, mas, sim, do
conhecimento da violação ou lesão ao direito subjetivo pelo seu respectivo titular (FARIAS, p. 726).
Exemplos de aplicação da teoria da actio nata: súmula nº 278 do STJ e art. 27 do CDC.
STJ também vem aplicando a teoria da actio nata em outros ramos do direito, em especial em
matéria tributária, como é o caso do redirecionamento da execução fiscal, porém, em alguns casos,
conferindo-lhe oposta interpretação, no sentido de que o prazo prescricional se inicia com a efetiva lesão
ao direito, independentemente do conhecimento de seu titular:
O princípio também é aplicado à decadência.
5. PRAZOS DE PRESCRIÇÃO
1 ano III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários judiciais, árbitros e
peritos, pela percepção de emolumentos, custas e honorários;
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que entraram para a formação
do capital de sociedade anônima, contado da publicação da ata da assembléia que aprovar
o laudo;
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer prestações acessórias, pagáveis,
em períodos não maiores de um ano, com capitalização ou sem ela;
Regra geral - A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo
10 anos
menor
Problema da lei nova que diminui o prazo prescricional da lei antiga: “Art. 2.028. Serão os da lei anterior os
prazos, quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido
mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada”.
Enunciado 296 do CJF: Art. 2.028 – Iniciada a contagem de determinado prazo sob a égide do
Código Civil de 1916, e vindo a Lei nova a reduzi-lo, prevalecerá o prazo antigo, desde que transcorrido
mais da metade deste na data da entrada em vigor do Novo Código. O novo prazo será contado a partir de
11 de janeiro de 2003, desprezando-se o tempo anteriormente decorrido, salvo quando não
aproveitamento do prazo já decorrido implicar aumento do prazo prescricional previsto na lei revogada,
hipótese em que deve ser aproveitado o prazo já decorrido durante o domínio da lei antiga,
estabelecendo-se uma continuidade temporal
Segundo Humberto Teodoro Júnior (apud FARIAS, Cristiano Chaves, e ROSENVALD, Nelson.
Direitos reais. 3.ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2006, p. 289-290), o art. 2.028 adota o ensinamento de
Paul Roubier acerca da incidência da lei nova sobre prazos prescricionais em curso, de modo a preservar
situações patrimoniais em vias de formação, porém ainda não completadas.
“Art. 2.029. Até dois anos após a entrada em vigor deste Código, os prazos estabelecidos no
parágrafo único do art. 1.238 e no parágrafo único do art. 1.242 serão acrescidos de dois anos, qualquer
que seja o tempo transcorrido na vigência do anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916”.
6. SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO
As causas impeditivas são aquelas que, como o próprio nome diz, impedem que o prazo se
inicie. Atuam concomitantemente ao nascimento da pretensão (ex.: violação de direito subjetivo de
uma pessoa interditada por ser absolutamente incapaz). Na interrupção, o prazo só correrá depois de
cessada a causa interruptiva.
Já as causas suspensivas são aquelas que fazem parar o fluxo do prazo prescricional já iniciado,
em razão de determinado fato jurídico (ex.: o prazo prescricional da pretensão de cobrança de José em
face de Maria, que vinha correndo desde o inadimplemento, suspende-se com o advento do casamento
dos dois). Na suspensão, o prazo anterior ao evento suspensivo, tão logo este desapareça, volta a
correr pelo saldo.
Previstas taxativamente nos arts. 197, 198 e 199 Previstas taxativamente no art. 202 do CC.
do CC.
2
Municípios – não haverá paralisação do prazo mérito.
contra aqueles que estão a passeio ou prestando
serviços à iniciativa privada. 2) Por protesto, nas condições do inciso
antecedente – trata-se aqui da ação cautelar do
4) Contra os que se acharem servindo protesto. Aplicam-se as regras do despacho
nas Forças Armadas, em tempo de guerra – não judicial.
se aplica em tempo de paz.
3) Por protesto cambial – protesto
realizado extrajudicialmente. Superada Súm.
153/STF.
Ver causas impeditivas, suspensivas e interruptivas da prescrição nos arts. 197, 198, 199, 200 e 202,
CC/2002. São previstas de forma taxativa em lei.
Importante salientar que, por força de inovação do art. 202, CC, a prescrição só pode ser
interrompida uma única vez. Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald entendem que, não obstante o silêncio
da lei, tal limitação só se aplica às causas extrajudiciais, não sendo possível incidir sobre as hipóteses
judiciais (tb Arruda Alvim).
Não esquecer que, em relação às causas interruptivas judiciais, o prazo refere-se a cada tipo de
pretensão, ou seja, a pretensão executória tem autonomia, contando com o mesmo prazo da pretensão
cognitiva (Súmula 150, STF).
O art. 203, CC, assegura que a prescrição pode ser interrompida por qualquer interessado (Ex:
herdeiro do credor, credor do credor).
7. EFEITOS
Os efeitos da prescrição são pessoais, logo, regra geral, a interrupção por um credor não
aproveita aos demais, assim como contra um devedor/seu herdeiro não prejudica os demais (art. 204,
caput, CC). Exceções:
2 Interrupção por um credor solidário/ contra um devedor solidário aproveita/ prejudica os demais (art.
204, §1º).
3 Interrupção contra herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros herdeiros ou devedores
salvo quando se tratar de direitos/ obrigações indivisíveis (art. 204, §2º, CC).
4 Interrupção contra o devedor principal prejudica o fiador (art. 204, §3º, CC)
Do mesmo modo, a suspensão da prescrição por um dos credores solidários não aproveita aos
demais, salvo quando a obrigação for indivisível (art. 201, CC).
8. PRESCRÍCÃO DA EXCEÇÃO
O novo Código Civil afirma que a exceção prescreve no mesmo prazo em que prescreve a ação.
É que há exceções próprias – aquelas em que a parte apenas se defende, sem atacar a parte autora
(ex.: pagamento em ação de cobrança) –, que somente não manejáveis pela via de defesa (contestação e
exceção em sentido estrito), e há as denominadas exceções impróprias – aquelas em que a parte, além de
se defender, ataca a parte autora (ex.: pedido de pagamento em dobro no caso da cobrança do que já fora
pago) – que poderiam, inclusive, ser veiculadas através de uma ação própria ou de uma reconvenção. As
exceções impróprias são também chamadas de exceções substanciais, verdadeiros contradireitos (Ex:
Ação petitória contra aquele que adquiriu a propriedade sem ainda ter dado entrada em ação de
usucapião, sendo que este alega a prescrição aquisitiva em sede de exceção substancial).
Como as exceções próprias não se fundam numa pretensão, porque não houve violação de um
direito subjetivo (constituem faculdades processuais colocadas à disposição da parte a quem
aproveita), seriam imprescritíveis, e poderiam ser alegadas em qualquer tempo.
Já no tocante às exceções impróprias, como decorrem da violação de um direito subjetivo e,
assim, consubstanciam uma pretensão, prescrevem no mesmo prazo da ação que seria possível
ajuizar para exigir a prestação correspondente. Assim, se sou réu numa demanda de cobrança e
pretendo opor compensação de uma dívida já prescrita, o juiz poderá reconhecer a prescrição da exceção
de compensação.
9. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE
O CC/2002 admite implicitamente no art. 202, parágrafo único, ao estabelecer que “a prescrição
interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu, ou do último do processo para a
interromper”. Assim, quando a interrupção é judicial ela só volta a correr após o último ato do processo e
se for extrajudicial, a partir do próprio ato interruptivo.
Imprescritibilidade
i. Propriedade não prescreve, pois a prescrição se relaciona à eficácia das obrigações, não se aplicando
aos direitos reais/. A propriedade só se perde pela desapropria/çao e usucapião.
Por isso a todo tempo é possível ao condômino requerer a divisão da coisa comum.
ii. Direitos da personalidade são inatos e vitalícios. Interessante que a petição de investigação de
paternidade não prescreve, mas sim a de herança (pretensão patrimonial). A mesma lógica se aplica aos
pedidos de indenização por danos morais (natureza patrimonial). A única pretensã de indenização pro
danos morais que não prescreve é a relativa a tortura.
iii. Ações declaratórias não prescreve pois a única coisa que se quer é eliminar uma incerteza com
relação a uma relação jurídica, elimianr uma controvérsia.
vi. Ação civil pública relativa a danos ambientais - Inf. 415 de 13 de novembro de 2009.
Decadência
1. CONCEITO
Perda do direito potestativo pela inércia do seu titular no período determinado por lei. A prescrição é
horizontal e a decadência é vertical.
Na prescrição é necessária a colaboração do devedor para que o débito seja adimplido. Já a decadência
está no mundo do direito potestativo, a outra pessoa está em posição de submissão/sujeição. Por
exemplo o contrato de trabalho pode ser rescindido unilateralmente pelo empregador ( o empregado deve
se sujeitar a esta alteração de seu estado jurídico); o mesmo ocorre no caso de divórcio e mandato
A decadência (legal) não pode ser renunciada pelas partes, nem depois de consumada, diferentemente da
prescrição, que pode ser renunciada depois de consumada.
Direitos potestativos podem ser exercitadas de per si o após uma decisão judicial. Ação de anulação de
negócio jurídico é exemplo de direito potestativo que necessita de autorização judicial, pois aquela ação
reu deve se submeter aos efeitos da decisão judicial mesmo que ele não queira. Por isso o seu prazo é de
decadência.
No mundo do direito potestativo não há que se falar em pretensão. Os direitos potestativos são
invioláveis, nunca haverá pretensão. Destarte a decadência não é a perda da pretensão, mas sm a perda
de um direito potestativo.
O prazo da ação renovatória também é decadencial e seu efeito é desconstitutivo, pois, preenchidos os
requisitos, deverá réu se submeter .
Regra geral é prescrição do art. 205 do CC. não há prazo prescricional fora dos artigos 205/206 do CC já
os prazos decadenciais estão esparsos por todo o ordenamento. Prazo de rescisória é de dois anos.
2. TERMO INICIAL
Os prazos decadenciais nascem no dia em o direito nasce. Por exemplo o dia da asssiantura do contrato
com dolo.
O critério mais divulgado é aquele segundo o qual a prescrição extingue a ação, e a decadência o
direito. O critério é falho e configura uma verdadeira petição de princípio, porquanto o que se deseja saber
é, precisamente, quando o prazo atinge a ação ou o direito. O que se procura é a causa e não o efeito.
Para Câmara Leal, a que já fizemos referência os prazos de decadência são aqueles em que ação e
direito nascem juntos, originam-se do mesmo fato. Há duas falhas no mesmo:
a) é um critério empírico, carecedor de base científica (o próprio câmara Leal fala em discriminação
“prática” dos prazos de decadência das ações);
Agnelo Amorim Filho utiliza, como critério para distinção das hipóteses de prescrição e
decadência, a classificação dos direitos desenvolvida por Chiovenda. É sobre isto que a seguir
cuidaremos.
b) os direitos potestativos, os quais compreendem aqueles poderes que a lei confere a determinadas
pessoas de influírem, com uma declaração de vontade, sobre situações jurídicas de outras, sem o concurso
da vontade destas. Exemplos de direitos potestativos: o poder que têm o mandante e o doador de
revogarem o mandato e a doação; o poder que tem o cônjuge de promover a separação; o poder que tem
o condômino de desfazer a comunhão; o poder que têm os interessados de promover a invalidação dos
atos jurídicos nulos ou anuláveis; o poder que tem o sócio de promover a dissolução da sociedade; o poder
que tem o contratante de promover a rescisão do contrato por inadimplemento ou por vícios redibitórios;
o poder da parte de promover a rescisão da sentença etc.
Da exposição feita acima se verifica que uma das principais características dos direitos
potestativos é o estado de sujeição que o seu exercício cria para outra(s) pessoa(s),
independentemente da vontade desta última, ou mesmo contra sua vontade.
Há quem alegue que os direitos potestativos nada mais são que faculdades jurídicas. É certo que,
em alguns casos, a distinção é muito sutil, mas a questão fica bem facilitada se se levar em conta, como
fator distintivo, a sujeição, pois esta só existe nos direitos potestativos.
São três:
b) mediante simples declaração de vontade do seu titular, desde que aquele que sofrer a sujeição concorde
com tal forma de exercício. Se não concordar, o titular do direito potestativo pode recorrer à via judicial,
que funciona, destarte, subsidiariamente;
c) necessariamente, por meio de ação. São os casos em que a propositura da ação é obrigatória, eis que a
alteração de determinadas situações jurídicas tem reflexos acentuados na ordem pública. Tais
procedimentos judiciais são cunhados por Calamandrei de ações necessárias. Tal se dá, de maneira geral,
nos casos que envolvem o estado civil das pessoas.
Cumpre observar que o réu da ação, conquanto não fique obrigado a uma prestação, sofre uma
sujeição.
Nos direitos potestativos subordinados a prazo, o que causa intranquilidade social não é,
propriamente, a existência da ação, mas a existência do direito. É por tal motivo que a decadência implica
extinção do próprio direito.
Alcançamos, destarte, a segunda regra para distinção dos prazos de decadência e prescrição: os
únicos direitos para os quais podem ser fixados prazos de decadência são os potestativos.
Conseqüentemente, as únicas ações ligadas ao instituto da decadência são as constitutivas que têm
prazo especial de exercício fixado em lei.
lica às ações condenatórias, pois somente estas comportam a divisão em ações reais e pessoais – o artigo
não faz mais essa distinção).
Já temos elementos, assim, para fixar a terceira regra – terceira e última: são perpétuas (ou
imprescritíveis) todas as ações declaratórias, e também aquelas ações constitutivas para as quais a lei
não fixa prazo especial de exercício.
8. CONCLUSÕES
Primeira regra - estão sujeitas a prescrição todas as ações condenatórias (e somente elas).
Terceira regra - são perpétuas (ou imprescritíveis) todas as ações declaratórias, e também
aquelas ações constitutivas para as quais a lei não fixa prazo especial de exercício.
Várias inferências imediatas podem ser extraídas daquelas três proposições. Assim:
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Fulmina a pretensão de ver reparado um direito Atinge o direito potestativo em si, podendo
subjetivo patrimonial. alcançar relações não patrimoniais.
Pressupõe o não exercício do direito de defesa. Pressupõe prazo para o exercício do próprio
direito material.
Admite interrupção, suspensão e renúncia. A decadência legal, salvo disposição legal, não
admite.
Após a consumação, pode ser renunciada, A decadência legal não admite renúncia, nem
desde que não prejudique a terceiros. após a sua consumação.
PRECLUSÃO E PEREMPÇÃO
4
SÚMULAS E ENUNCIADOS DAS JORNADAS DE DIREITO CIVIL CONCERNENTES À PRESCRIÇÃO
SÚMILA 149 do STF: “É imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não o é a petição de
herança”.
SÚMULA 153 do STF: “Simples protesto cambiário não interrompe a prescrição”. (superada)
SÚMULA 443 do STF: “A prescrição das prestações anteriores ao período previsto em lei não ocorre,
quando não tiver sido negado, antes daquele prazo, o próprio direito reclamado ou a situação jurídica de
que ele resulta”. V. Súmula 85 do STJ.
SÚMULA 85 do STJ: “Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a Fazenda Pública figure como
devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a prescrição atinge apenas as
prestações vencidas antes do quinquênio anterior à propositura da ação.“
SÚMULA 106 do STJ: “Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por
motivos inerentes ao mecanismo da Justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou
decadência.“
SÚMULA 119 do STJ (Desapropriação indireta): “A ação de desapropriação indireta prescreve em vinte
anos.“
Obs. quanto à súmula nº 119 do STJ: a prescrição vintenária corresponde ao período aquisitivo do
usucapião extraordinário (artigo 550 do Código Civil). De se salientar, outrossim, que a jurisprudência
iterativa do STJ já reconheceu que a declaração de utilidade pública do bem, para fim expropriatório,
caracteriza o reconhecimento do domínio alheio, interrompendo a prescrição extintiva do direito à ação de
desapropriação indireta (REsp 21.355-5/PR, in DJU 27/06/94).
Com o cancelamento da Súmula nº 142, a Corte afastou o prazo de prescrição de vinte anos para a
ação que tenha por objetivo a abstenção do uso do nome ou da marca comercial; a anterior
jurisprudência já afastava, de todos os modos, a incidência do art. 178, § 10, IX, do Código Civil, isto é,
o prazo de cinco anos; em conclusão, aplicável o art. 177, segunda parte, do Código Civil, sendo de dez
anos entre presentes e quinze entre ausentes o prazo de prescrição.
OBS: Conclui-se que o atual prazo é o geral previsto no art. 205, CC/2002, de 10 anos.
SÚMULA 143 do STJ (Marca comercial): “Prescreve em cinco anos a ação de perdas e danos pelo uso de
marca comercial.“
SÚMULA 194 do STJ : “Prescreve em vinte anos a ação para obter, do construtor, indenização por
defeitos da obra”.
SÚMULA 210 do STJ; “A AÇÃO DE COBRANÇA DAS CONTRIBUIÇÕES PARA O FGTS PRESCREVE EM
TRINTA (30) ANOS”.
SÚMULA 278 do STJ: “O termo inicial do prazo prescricional, na ação de indenização, é a data em que o
segurado teve ciência inequívoca da incapacidade laboral”.
SÚMULA 291 do STJ: “A ação de cobrança de parcelas de complementação de aposentadoria pela
previdência privada prescreve em cinco anos”.
14 – Art. 189: 1) o início do prazo prescricional ocorre com o surgimento da pretensão, que decorre da
exigibilidade do direito subjetivo; 2) o art. 189 diz respeito a casos em que a pretensão nasce
imediatamente após a violação do direito absoluto ou da obrigação de não fazer.
154 – Art. 194: O juiz deve suprir de ofício a alegação de prescrição em favor do absolutamente incapaz.
155 – Art. 194: O art. 194 do Código Civil de 2002, ao permitir a declaração ex officio da prescrição de
direitos patrimoniais em favor do absolutamente incapaz, derrogou o disposto no § 5º do art. 219 do CPC.
156 – Art. 198: Desde o termo inicial do desaparecimento, declarado em sentença, não corre a prescrição
contra o ausente.
295 – Art. 191. A revogação do art. 194 do Código Civil pela Lei n. 11.280/2006, que determina ao juiz o
reconhecimento de ofício da prescrição, não retira do devedor a possibilidade de renúncia admitida no art.
191 do texto codificado.
296 – Art. 197. Não corre a prescrição entre os companheiros, na constância da união estável.
299 – Art. 2.028 – Iniciada a contagem de determinado prazo sob a égide do Código Civil de 1916, e vindo a
Lei nova a reduzi-lo, prevalecerá o prazo antigo, desde que transcorrido mais da metade deste na data da
entrada em vigor do Novo Código. O novo prazo será contado a partir de 11 de janeiro de 2003,
desprezando-se o tempo anteriormente decorrido, salvo quando não aproveitamento do prazo já
decorrido implicar aumento do prazo prescricional previsto na lei revogada, hipótese em que deve ser
aproveitado o prazo já decorrido durante o domínio da lei antiga, estabelecendo-se uma continuidade
temporal.
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