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Negócios e
UNIVERSIDADE DE CABO VERDE
Governação
LICENCIATURA EM CIÊNCIAS EMPRESARIAIS E ORGANIZACIONAIS
VERTENTE-CONTABILIDADE
PROJECTO DE SIMULAÇÃO
EMPRESARIAL DA
IMPLEMENTAÇÃO DE
i
UNIVERSIDADE DE CABO VERDE – ESCOLA DE NEGÓCIO E GOVERNAÇÃO
PROJECTO DE SIMULAÇÃO
EMPRESARIAL DA
IMPLEMENTAÇÃO DE
CANA-CANA CV, SA.
ii
DEDICATÓRIA
Aos meus Avós, Antónia Pereira Semedo e José Vaz (in memoria)
que em vida sempre me incentivaram a transformar os meus sonhos
em realidade.
iii
AGRADECIMENTO
Agradeço também aos meus amigos e minhas amigas, pessoas que de alguma forma
ou de outra sempre me auxiliaram nessa caminhada. Aos colegas (especialmente para
Josileida Moreira, Dilma Veiga, Lenira Horta, Silvania da Luz, Eunice Pina, José António
Torres Cabral, Amaro Fernandes e Odair Tavares) e Hélio Semedo, aluno do 2º ano do Curso
de Estatística e Gestão de Informação UNI-CV. Agradeço ao professor Amândio Barbosa
Vicente pela orientação e auxílio no desenvolvimento desse trabalho e a todos aqueles que,
de alguma forma, me apoiaram, estiveram presentes e acreditaram nesta conquista.
iv
EPÍGRAFE
William Shakespeare
v
LISTA DE ABREVIATURAS, ACRÓNIMOS E SIGLAS
CCCV – Cana-Cana CV
cl. – Centilitros
ed. – edição
IR - O Índice de Rentabilidade
Lt. - Litro
ml. – Mililitro
p. – página
vi
s.l. - sem local
SA – Sociedade Anónima
vii
RESUMO
viii
ABSTRACT
This work presents a study of the economic and financial viability for the installation of a
new and old "Aguardente" in Cidade Velha of Ribeira Grande de Santiago. The theoretical
fundamentation approaches concepts of entrepreneurship, business plan, investment projects
and their evaluation methods. For market information, identify potential and product
acceptance, a survey was conducted to 100 people of Praia through a non-probabilistic
sample which is not possible to generalize the results. With the financial and economic
analysis was verified that the project is feasible and presents favorable conditions for its
implementation.
ix
ÍNDICE
DEDICATÓRIA..................................................................................................................... iii
AGRADECIMENTO .............................................................................................................. iv
EPÍGRAFE ............................................................................................................................... v
ABSTRACT .............................................................................................................................. ix
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 1
CAPITULO I ........................................................................................................................ 2
CAPÍTULO II ...................................................................................................................... 4
x
2.4.3. Critérios de avaliação de projecto de investimento ........................................... 8
3. METODOLOGIA .................................................................................................. 13
CAPÍTULO IV ................................................................................................................... 19
xi
4.2.2. Análise contextual ............................................................................................ 21
xii
4.5.8.4. Comunicação.................................................................................................... 37
xiii
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................................... 54
APÊNDICES .......................................................................................................................... 57
ANEXOS ................................................................................................................................. 68
xiv
LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS, QUADROS E TABELAS
Figuras
Figura 1 - VAL vs. TIR.............................................................................................................. 9
Figura 2 - Formato de embalagem dos produtos ..................................................................... 35
Figura 3 - Localização da empresa .......................................................................................... 37
Figura 4 - Esquema de produção anual .................................................................................... 39
Figura 5 - Fluxograma de produção ......................................................................................... 39
Figura 6 - Organigrama da empresa......................................................................................... 41
Gráfico
Gráfico 1 - Taxa de desemprego 2010 a 2012 ......................................................................... 23
Gráfico 2 - Melhores marcas de aguardente produzidos em Cabo Verde ............................... 32
Gráfico 3 – Bebida alcoólica mais consumida em Cabo Verde segundo inqueridos .............. 33
Gráfico 4 - Preferência de formato da embalagem dos inqueridos .......................................... 36
Quadros
xv
Quadro 19 - Mapa de origem e aplicação dos recursos ........................................................... 49
Quadro 20 - Balança Previsional ............................................................................................. 49
Quadro 21 - Mapa de fluxo de caixa anual .............................................................................. 50
Quadro 22 - Analise de sensibilidade ...................................................................................... 51
Quadro 23 - Análise de Cenários ............................................................................................. 51
Tabelas
Tabela 1 - Referencial metodológico ....................................................................................... 14
Tabela 2 - Perfil dos Inqueridos ............................................................................................... 16
Tabela 3 - Respostas dos inqueridos ........................................................................................ 17
Tabela 4 - IPC - Taxas de variação em relação a mês homólogo (%) ..................................... 22
Tabela 5 - Evolução da população residente, 2000 - 2010 ...................................................... 23
Tabela 6 - Abordagem externa e interna da análise SWOT..................................................... 29
Tabela 7 - Analise geral do mercado ....................................................................................... 31
Tabela 8 – Preço de aguardente praticado pelos concorrentes na Cidade da Praia ................. 32
Tabela 9 - Análise dos factores internos do concorrente ......................................................... 33
Tabela 10 - Potenciais fornecedores da empresa ..................................................................... 34
Tabela 11 - Preço unitário dos produtos .................................................................................. 36
Tabela 12 - Cronograma de implementação do empreendimento ........................................... 38
Tabela 13 - Quadro do pessoal................................................................................................. 41
Tabela 14 - Estrutura do capital e condições de financiamento............................................... 42
Tabela 15 - Indicadores de viabilidade .................................................................................... 52
xvi
INTRODUÇÃO
1
CAPITULO I
1.1.Justificativa
O presente trabalho consta como requisito parcial para a obtenção do grau de
licenciado em Ciências Empresariais e Organizacionais (CEO) e a outra motivação para a
realização deste estudo surge da intenção do autor em realizar este tipo de empreendimento,
dado que em consequência da grande concorrência no sector da produção e distribuição de
aguardente é de extrema importância o espírito empreendedor no sentido de buscar novas
oportunidades e diferencial competitivo no mercado existente. Para abrir um negócio, há que
ter em consideração que o risco é grande, por lidar com incertezas e factores que podem ser
previstos. Contudo há riscos que podem ser eliminados com um bom plano de negócio e
análise de viabilidade económico e financeiro. Também a realização deste trabalho exige
aplicação dos conceitos abordados durante o curso de CEO abordando temas financeiros, de
marketing e de recursos humanos. Dessa forma a execução do presente estudo permite aplicar
vários conhecimentos adquiridos ao longo do curso, bem como proporcionar uma experiencia
de aprendizado na elaboração do plano de negócio.
1.2.Definição do problema
Uma empresa no sector de produção e distribuição de aguardente em Cidade Velha no
Município da Ribeira Grande de Santiago e com vendas na Cidade da Praia terá condições
para se crescer e manter-se no mercado?
1.3.Objectivos
Mattar (2006, p. 172) relativamente aos objectivos afirma que “são apresentados de
forma a não deixar nenhuma dúvida quanto ao que se pretende alcançar com os resultados da
pesquisa. Uma boa pesquisa pode ter mais de um objectivo, mas apenas um principal (…) ”.
2
Verificar a viabilidade económica e financeira do projecto avaliando os indicadores
em diversos cenários.
1.4.Hipótese
O projecto irá atingir um Valor Actual Liquido (VAL) positivo viabilizando o
negócio, uma Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) superior ao Custo Médio Ponderado de
Capital (WACC1) confirmando a decisão de investir no negócio e o payback inferior a 5 anos.
1
Weighted Average Cost of Capital
3
CAPÍTULO II
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo, apresenta-se a fundamentação teórica necessária ao objectivo
proposto, sendo que os termos abordados são: empreendedorismo, plano de negócio e o
projecto de investimento.
2.1.EMPREENDEDORISMO
A palavra empreendedorismo deriva do francês entreprender que significa estar no
mercado entre fornecedor e o consumidor (Sarkar, 2010). Sarkar também refere que uma das
primeiras definições da palavra “empreendedor” foi elaborada no início do século XIX pelo
economista francês Jean Baptist Say, como aquele que transfere recursos económicos de um
sector de produtividade mais baixa para um sector de produtividade mais elevada e de maior
rendimento. Uma das definições mais ampla de olhar para o empreendedorismo surge do
Entrepreneurship Center na Universidade de Miami, no Ohio, que define o
empreendedorismo como:
Um processo de identificação, desenvolvimento e captação de uma ideia para a
vida. A visão pode ser uma ideia inovadora, uma oportunidade ou simplesmente
uma forma melhor de fazer algo. O resultado final deste processo é a criação de
algo. O resultado final deste processo é a criação de uma empresa, formada em
condições de risco e de incerteza considerável (Sarkar 2010, p. 31).
4
Necessidade de realização: Pessoas com necessidade de realização gostam de
competir com certo padrão de excelência e preferem ser pessoalmente responsáveis
por tarefas e objectivos que atribuíram a si mesmo;
Disposição para assumir riscos: O empreendedor ao iniciar um negócio assume
riscos financeiros, abandono de empregos seguros e de carreiras definidas, riscos
familiares ao envolver a família no negócio e riscos psicológicos pela possibilidade de
fracassar em negócios arriscados;
Autoconfiança: Possuir autoconfiança significa enfrentar os desafios que existem ao
redor e ter domínio sobre os problemas que enfrenta.
2.3.PLANO DE NEGÓCIO
Desenvolver um plano de negócio obriga o empreendedor a concentrar na análise
detalhado de um negócio em particular. Um plano de negócio
é um documento que descreve por escrito os objectivos de um negócio e quais
passos devem ser dados para que esses objectivos sejam alcançados, diminuindo os
riscos e as incertezas. Um plano de negócio permite identificar e restringir seus
erros no papel, ao invés de cometê-los no mercado (Serviço Brasileiro de Apoio às
Micro e Pequenas Empresas [SEBRAE] (2009).
5
2.3.1. Estrutura do plano de negócio
Na realização de um plano de negócio o empreendedor tem a sua disposição diversos
tipos de estrutura de plano de negócio. Dornelas (2001) refere que não existe uma estrutura
rígida e específica para a realização de um plano de negócio, dado que cada negócio tem a
sua particularidade e semelhança, sendo impossível definir um modelo padrão e universal. A
partir da análise das estruturas de plano de negócio proposto por Bagío e Batocchio (2005),
Dornelas, Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI),
Makemoney 2.0 e SEBRAE (2009), procurou-se elaborar, com algumas modificações um
modelo básico de plano de negócio, conforme demonstrado no quadro 1.
6
Plano de operações
Descrição do processo produtivo
Calendário e excussão
Capacidade produtivo
Tecnologia utilizada
Instalações e equipamentos (características, volume de produção de
cada maquina, fornecedores ….)
Factores produtivos (materiais, inputs e mão-de-obra necessária)
PLANO GESTÃO Controlo de qualidade
Plano organizacional e humana
Estrutura organizacional (gráfico com identificação de departamentos
ou divisões e funções respectivas)
Equipe de gestão e pessoal-chave (identificação pormenorizada, com
potenciais e funções a desempenhar)
Formação se previsto
Mapa de investimento
PLANO DE Mapa dos custos dos investimentos
INVESTIMENTO Calendário de execução
Plano de exploração
PLANO DE Mapa de gastos de exploração
EXPLORAÇÃO Mapa de rendimentos de exploração
Conta de exploração
Análise do ponto de equilíbrio (break-even)
Financiamento necessário (fontes, montantes e condições; mapa do serviço
da divida; estrutura do capital)
PLANO DE Mapa de origem e aplicação de fundos
FINANCIAMENTO Orçamento de tesouraria
Balanços previsionais
Análise de indicadores financeiros
INDICADORES DE Projecções dos fluxos de tesouraria
VIABILIDADE Indicadores de rentabilidade (VAL, TIR, IR e PR)
Análise de risco
ANEXOS Informação que ajudam a compreender o plano de negócio
Fonte: Adaptado de Bagío e Batocchio (2005), Dornelas (2000),) IAPMEI, Makemoney 2.0 e SEBRAE
(2009)
Um dos elementos decisório do plano de negócios é a análise do projecto que permite
analisar a viabilidade ou não, na óptica do promotor, e motivar os financiadores. Porém a
metodologia de avaliação é idêntica quer se trate de um projecto promovido por uma empresa
previamente existente ou de um projecto de raiz desencadeado por um empreendedor.
7
2.4.PROJECTO DE INVESTIMENTO
2.4.2.1.Estudos técnico-económicos
Segundo Marques (2006), o estudo técnico-económico inclui estudos de mercado,
estudos técnicos e o estudo do enquadramento institucional e legal. Com este estudo é
planeado as condições e características técnicas satisfatórias para os promotores. Logo este
estudo proporciona informações necessárias que servirão de apoio ao estudo económico-
financeiro.
2.4.2.2.Estudos económico-financeiros
De acordo com Marques (2006) este estudo pretende determinar os fluxos financeiros
gerados pelo projecto e concluir sobre a sua rendibilidade financeira. A informação obtida
com este estudo deverá ser sistematizada, resultando quadros previsionais. Concluindo a
elaboração desses quadros estão reunidas as condições para proceder ao cálculo do cash-flow.
8
2.4.3.1. Valor actual liquido
Segundo Araújo (1999) o VAL constitui uma expectativa de ganho a obter do
investimento para além da remuneração mínima exigida pelo investidor para o seu capital. A
interpretação do VAL pode assumir segundo (Mota et al., 2006):
VAL> 0: dever-se-á aceitar o projecto, pois com este valor é possível recuperar o
investimento realizado, gerando um excedente;
VAL = 0: caberá ao investidor aceitar ou não o projecto;
VAL <0: dever-se-á rejeitar o projecto, pois este não é economicamente viável.
∑ ( )
( )
9
∑ ( )
( )
∑ ( )
( )
∑ ( )
( )
10
2.4.4. Taxa de desconto do cash-flow
O recurso ao investimento pode ter origem em capital próprio e em capital de
terceiros. Para determinar o valor económico é usualmente calculado o custo médio
ponderado do capital (Martins, 2001). Mithá (2009) refere que o custo médio ponderado do
capital corresponde a média do custo das fontes de financiamento, tendo como base de
ponderação os pesos relativos de cada uma das fontes de capital, calculado segundo a fórmula
5 e 5.1 representados seguidamente:
( )
( )
( ) ( )
O custo médio ponderado deve levar em conta os preços correntes, na medida em que
os custos históricos ou preços constantes não reflectem as valorizações inerentes à inflação.
Contudo segundo Marques (2006) avaliar um investimento a preços constantes os preços
relativos dos diferentes bens e serviços se mantêm constantes ao longo do período e em
circunstâncias inflacionistas é desejável realizar a avaliação a preços correntes variando os
preços dos bens.
11
2.4.5.1.Análise da sensibilidade
A análise de sensibilidade é uma técnica que permite simular o valor do projecto e
estimar a variação que ocorre, partindo da variação de uma ou mais variáveis independentes,
mantendo tudo o resto constante (Neves J. C., 2002, p. 280). Para o uso desta técnica há que
seleccionar as variáveis críticas de sucesso do projecto que estão susceptíveis de elevado grau
de incerteza e que podem influenciar significativamente a rentabilidade do projecto.
2.4.5.2.Análise de cenários
A análise de cenários permite avaliar o impacto conjunto das variáveis críticas
partindo da simulação de três cenários, sugeridos por Neves J.C. (2002):
Cenário pessimista: cenário composto pelas estimativas mais pessimistas que as
variáveis críticas podem assumir. Este cenário dará origem ao pior resultado que o
projecto pode obter em termos expectáveis;
Cenário optimista: as variáveis críticas assumem valores segundo uma expectativa
optimista, originando os resultados máximos do projecto, dentro do que está previsto;
Cenário mais provável: este cenário conjuga os valores mais prováveis que as
variáveis críticas podem assumir, permitindo obter o resultado mais provável do
projecto.
12
CAPITULO III
3. METODOLOGIA
3.1.Procedimentos metodológicos
Segundo Mattar (2006) o objectivo de apresentar a metodologia no corpo do relatório
é sumarizar os aspectos metodológicos da pesquisa de forma a torna-los compreensivos para
os leitores não técnicos e despertar confiança na qualidade dos procedimentos adoptados e
nos resultados da pesquisa.
13
por parte do pesquisador são, geralmente, insuficiente ou inexistentes (Mattar 2005,
p. 85).
A pesquisa exploratória faz com que um tema até então desprezado ganhe relevância
dentro de uma determinada área do conhecimento (Vieira 2010).
14
Porém, em função dos meios e do tempo, e da disponibilidade, a amostra por
conveniência constituiu a melhor forma de alcançar um número razoável de inqueridos.
Assim, optou-se em escolher locais mais frequentados pelos potenciais consumidores.
Reforça ainda Gil (2002) que a amostragem por conveniência “selecciona elementos a que
tem acesso, admitindo que estes possam de alguma forma representar o universo”. Trata-se
de uma amostra não probabilística, em que não é possível estimar a probabilidade de um
elemento da população ser incluído na amostra. Segundo Mattar (2005) os dados obtidos na
amostra não probabilística é aceite em estudos exploratórios, não sendo possível a
generalização dos resultados.
15
Tabela 2 - Perfil dos Inqueridos
16
3.3.2. Respostas dos inqueridos
Na tabela 3 é apresentada as respostas dos inqueridos, as questões propostas.
17
3.5.Cronograma
Pesquisa bibliográfica e
recolha de dados
Elaboração do projecto de
monografia
Escrita do projecto
Correcção do projecto
Entrega do Projecto
18
CAPÍTULO IV
CANA-CANA CV
Site: www.cccv.cv
Email: cccv@sapo.cv
Este Plano de Negócios foi elaborado em Janeiro de 2002 por Ivânio Pereira Rodrigues
19
4.1.Sumário executivo
O presente plano de negócio procura fundamentar o investimento realizável e sua
viabilidade económica e financeira numa indústria de produção e distribuição de aguardente,
tendo como potenciais clientes homens maiores de 18 anos da Cidade da Praia. O
empreendimento terá como missão produzir aguardente com alta qualidade e assegurar aos
clientes um padrão de qualidade contínuo e firme nos produtos. A localização da indústria
será em Cidade Velha, no Município da Ribeira Grande de Santiago. O investimento
necessário para realização do empreendimento é de 5.850.800 Escudos Cabo-verdiano (CVE)
com uma necessidade de financiamento de 3.350.800 CVE e capital dos promotores de
2.500.000 CVE recuperável em 4 anos, com uma taxa de rentabilidade de 13,29% e um VAL
de 616.884 CVE.
O enquadramento legal do empreendimento poderá ser visto na ficha técnica listado
abaixo:
20
4.2.Diagnóstico do negócio
4.2.2.1.Contexto político-legal
Em Cabo Verde tem-se assistido a uma certa continuidade governamental, já que a
alternância dos partidos no puder não tem tido reflexos significativos nas políticas adoptadas,
também há ausência de conflitos políticos, étnicos e religiosos. Os direitos dos cidadãos e das
organizações estão salvaguardadas na Constituição da República, tal com a não-
discriminação, tratamento justo e equitativo, segurança e protecção dos bens, direitos a
transferência em divisas de todos os montantes a que o investidor tenha acesso, livre abertura
e movimentação de contas em divisas e recrutamento de trabalhadores estrangeiros. Cabo
Verde possui acesso preferencial aos mercados da União Europeia e Comunidade Económica
dos Países da África Ocidental (CEDEAO).
Para maior competitividade da economia nacional, o governo adoptou de acordo com
o artigo 59º do Decreto-Legislativo n.º 13/2010 de 8 de Novembro, um conjunto de medidas
de incentivos aduaneiros e fiscais a actividade industrial abrangendo os seguintes impostos:
O imposto único sobre o rendimento (IUR): Isenção de tributação dos lucros num
período de 5 anos e sempre que se verifique um reinvestimento substancial na
ampliação ou renovação de valor igual ou superior a 50% (cinquenta por cento) do
investimento já realizado;
Imposto Único sobre o Património (IUP): O sector industrial goza de isenção do
IUP durante um período de 10 (dez) anos, relativamente aos imóveis, de sua
propriedade, utilizados exclusivamente para fins industriais, incluindo a instalação de
serviços comerciais, administrativos e sociais conexos;
Incentivos para novos projectos industriais: As empresas inscrita no Cadastro
Industrial beneficiam de isenção de direitos aduaneiros e do Imposto de Valor
21
Acrescentado (IVA) na importação de material de carga, veículo de transporte de
mercadorias ou colectivo de trabalhadores, destinados exclusivamente aos projectos
industriais novos. O industrial goza também de isenção de direitos na importação de
matérias-primas e subsidiárias, materiais e produtos acabados e semiacabados
destinados exclusivamente à incorporação em produtos fabricados no âmbito de novos
projectos industriais.
4.2.2.2.Contexto económica
Ministério das Finanças e Planeamento [MFP] (2012) perspectiva um crescimento
económico de cerca de 5% para 2013, em função do desenvolvimento da conjuntura
económica e financeira internacional e da procura interna. Ainda segundo as previsões do
MFP (2012) a taxa de inflação situará no intervalo de [2.5%;3.5%] em 2013 representando
uma diminuição quando comparado com os dados de 2011 que era de 4.5%, tendo em
consideração as perspectivas de redução dos preços internacionais das matérias-primas
energéticas e não energéticas. Essa diminuição da taxa de inflação proporciona maior
confiança e reduzem os custos dos agentes económicos, favorecendo o investimento em
novas instalações produtivas por parte das empresa e a aquisição de bens e serviços por parte
dos consumidores.
Segundo os dados do INE o Índice de Preços no Consumidor (IPC) no primeiro
trimestre de 2013 variou entre 4,50% e 2,60%, conforme a tabela 4:
Nos últimos anos a taxa de desemprego vem aumentando atingindo a taxa de 16,8%
em 2012, aumentando 4,6% comparando com 2011 e 6,1% comparado com 2010, de acordo
com o gráfico 1:
22
Gráfico 1 - Taxa de desemprego 2010 a 2012
Fonte: INE (2013)
4.2.2.3.Contexto demográfico
Basicamente três aspectos marcaram os 10 anos que medeiam os dois últimos
recenseamentos: população jovem, tendência para afunilamento da base decorrente da
diminuição da natalidade e aumento da esperança de vida a nascença, conforme mostra a
tabela 5.
23
mostram que a esperança de vida à nascença em 2011 e 2012 foi de 79,2 anos e 79,4 anos,
para as mulheres e 69,9 anos e 70,3 anos para os homens.
4.2.2.4.Contexto sociocultural
Em 2010 a sociedade Cabo-verdiana na sua maioria pertencia a religião católica, com
cerca de 260 mil fiéis, seguido pelo racionalismo cristão com 6.262, muçulmanos 6.008
seguidores e os nazarenos 5.644 membros (INE, 2010). Culturalmente os racionalistas
cristãos e os muçulmanos não consumem bebidas alcoólicas. Em geral os Cabo-verdianos
gostam de apreciar um bom aguardente nos momentos de lazer, quando estão em festas,
bares, discotecas e outros lugares, estes aspectos podem traduzir-se em oportunidades para a
CCCV. O índice de conforto da população da cidade da Praia segundo censo de 2010 cerca
de 2.790 famílias da cidade da Praia têm índice muito baixo, 10.727 baixo, 11.225 médio,
5.482 alto e 2.610 muito alto.
4.2.2.5.Contexto tecnológico
Em Cabo Verde às empresas que actuam no sector industrial têm vindo a trabalhar
com equipamentos altamente especializados, tanto no que toca aos serviços de produção
como nos serviços comerciais. A tecnologia de produção da aguardente tem sido amplamente
fomentada nos últimos anos com produção em Alambiques de Inox, fermentação em dornas
apropriadas e utilização de equipamentos de laboratórios no processo produtivo.
O quadro 3 apresenta a síntese da análise do meio ambiente contextual, podendo
concluir que a atractividade do impacto das variáveis é média-alta para o empreendimento.
Estabilidade Política;
Legislação Laboral Flexível;
Político-Legal Incentivo a investimento no sector industrial; Média
Acesso preferencial aos mercados da União
Europeia e CEDEAO.
Estabilidade Macroeconómico;
Económico Crescimento do Sector industrial; Elevado
Aumento da taxa de desemprego.
População jovem;
Sociocultural Diminuição da taxa de mortalidade infantil e
aumento da esperança de vida; Alto
Crescimento da População;
Disponibilidade de mão-de-obra elevada
Tecnológico Acesso a novos processos de produção;
Oferta diversificada de equipamentos. Alto
Fonte: Análise do autor
24
4.3.Análise transaccional
O meio ambiente transaccional é constituído pelos elementos que interagem
directamente com a empresa.
2
Poorter, M.(1980). Estratégia – A busca da vantagem competitiva. Rio de Janeiro: Campus
25
Volume é importante: o volume de cana comprado pelos produtores é significativo
para produtores de cana que em sua maioria, são de pequeno porte;
Pouco impacto das matérias-primas na diferenciação: o uso de diferentes
variedades de cana não diferencia uma aguardente da outra;
Existência de alguma ameaça de integração para trás: há possibilidade de o
produtor de aguardente produzir a própria cana.
Como factores que reduzem o poder de negociação dos clientes, pode-se citar:
Volumes baixos: o volume adquirido por um atacadista ou mesmo por um grossista é
pequeno;
Sensibilidade a preço: ofertas de preço baixo ou promoções de venda são bem vistas
pelos vendedores;
Pouca possibilidade de integração para trás: a possibilidade de um vendedor
produzir aguardente é baixa.
26
Aguardente apresenta como substitutos as bebidas alcoólicas em geral: mesmo
sendo produtos diferentes, pode-se substituir aguardente por outras bebidas.
27
Quadro 4 - Resumo da análise do sector
Forças Características Intensidade do impacto
competitivas
Economia de escala;
Poucas marcas fortes;
Potencial de novas Fácil acesso ao canal de distribuição;
entradas Curva de aprendizado não-exclusiva Baixo
Escassez de matérias-primas;
Pouca possibilidade de retaliações da concorrência;
Baixos custos de mudança.
Baixos custos de mudança;
Pouca diferenciação na matéria-prima;
Poder de Dispersão dos fornecedores;
negociação dos Volume é importante; Baixo
fornecedores Pouco impacto das matérias-primas na diferenciação
do produto;
Existência de alguma ameaça de integração para
trás.
Baixos custos de mudança;
Existência de produtos substitutos;
Poder de Baixa diferenciação na oferta; Alta
negociação dos Volumes baixos;
clientes Sensibilidade a preço;
Baixa possibilidade de integração para trás.
Ameaça de Baixos custos de mudança param os grossistas e
produtos atacadistas;
substitutos Aguardente apresenta como substitutos as bebidas Alta
alcoólicas em geral.
Baixa diferenciação;
Poucas marcas fortes;
Rivalidade entre Baixos custos de saída; Baixo
concorrentes Baixa concentração;
Assimetria no porte dos produtores.
Fonte: Análise do autor
28
Com base na análise do mercado os factores externos e internos estão listados na
tabela 6.
Tabela 6 - Abordagem externa e interna da análise SWOT
FACTORES EXTERNOS
Oportunidades: Ameaças:
Preocupação das autoridades com a Poder de barganha dos pontos de venda;
qualidade da aguardente; Preconceitos ainda existente com aguardente;
Tendência do mercado de alto poder Preocupação das autoridades competentes com o
aquisitivo em consumir o produto; alto índice de alcoolismo;
A presença de aguardente em alguns Clandestinidade do Sector.
pontos de venda estratégico;
Procura por bebidas alcoólicas no
mercado nacional.
FACTORES INTERNOS
Forças: Fraquezas:
Controlo da qualidade dos produtos; Marca desconhecida no mercado;
Qualidade do produto final; Dependência dos intermediários para a venda dos
Tecnologia de produção avançada; produtos aos consumidores finais;
Produção em grande escala. Dependência do financiamento Bancário;
Restrições a divulgação do produto.
4.4.Descrição da empresa
A Cana-cana CV (CCCV) será uma sociedade anónima constituída por dois sócios
com responsabilidade limitada sendo a responsabilidade de cada sócio limitada ao valor das
acções por si subscritas, de acordo com o artigo 342º do código das empresas comerciais. A
CCCV irá oferecer dois produtos: Aguardente nova e Aguardente envelhecida por 12 meses
em tonéis de madeira.
29
4.4.1. Promotores da empresa
O quadro 5 apresenta o capital a subscrever, contacto, endereço e habilitações
literárias dos promotores da empresa.
4.4.2. Visão
Tornar-se referência em termos de qualidade na produção e distribuição de aguardente
em Cabo Verde.
4.4.3. Missão
Produzir aguardente com alta qualidade, assegurando aos clientes um padrão de
qualidade contínuo e firme nos produtos.
4.4.4. Valores
A CCCV, apresenta como valores básicos: a Inovação com o objectivo de criar valor
na área em que actua; A segurança dos sócios, clientes, fornecedores e demais stakeholders e
excelência na forma como irá executar as suas actividades, com ética e responsabilidade;”
4.4.5. Objectivos
Ser reconhecido em termos da qualidade dos produtos até 2015 e recuperar o capital
investido em 4 anos.
4.5.PLANO DE MARKETING
4.5.1. Análise de mercado
De acordo com a pesquisa de mercado realizada com aplicação do questionário,
observa-se que dos inqueridos 90% são do sexo masculino e 10% do sexo feminino (ver nº 1
do apêndice 2), 32% esta na faixa etária dos 19 a 28 anos e 28% na faixa se 39 a 48 anos (ver
nº 2 do apêndice 2). Dos 100 inqueridos 15% consome aguardente todos os dias, 38%
consume uma a duas vezes por semana e 11% dos inqueridos não consume aguardente (ver n
º3 do apêndice 2). Dos inqueridos, cerca de 30% são trabalhadores por conta própria, 43%
são trabalhadores por conta do outrem 22% estão desempregados e apenas 5% é reformado
(ver nº 4 do apêndice 2).
30
Tabela 7 - Analise geral do mercado
Descrição Variáveis %
Qualidade 58%
Influencia na decisão Quantidade 10%
de compra de Preço 27% 100%
aguardente Não Respondeu 5%
Excelente 48%
Opinião a respeito da Bom 37% 100%
abertura da Empresa Mau 4%
Indiferente 11%
Inqueridos que Sim 66%
comprariam Não 5% 100%
aguardente da Não Sabe 29%
empresa
Menos de 500$ 19%
500$ 19%
Preço disposto a 600$ 16%
pagar por 750 ml de 700$ 29% 100%
aguardente Nova 800$ 8%
Maior que 800$ 8%
Não Respondeu 1%
Menos de 700$ 15%
700$ 13%
Preço disposto a 800$ 16%
pagar por 750 ml de 900$ 18%
aguardente 1000$ 14% 100%
Envelhecido 1100$ 8%
1200$ 9%
Maior que 1200$ 6%
Não Respondeu 1%
Fonte: Elaborado pelo autor
31
expectativa de crescimento no mercado internacional e apenas 10% é da opinião que não (ver
nº 12 do apêndice 2). Observa-se ainda que 89% dos inqueridos é da opinião que se deve
modernizar o sistema de produção de aguardente em Cabo Verde. Desses 89%, 46% é da
opinião que deve-se modernizar os equipamentos de produção e 46% é da opinião que se
deve modernizar o processo de produção e 8% não responderão a esta pergunta. Dos 100
inqueridos 56% é da opinião que deve-se desenvolver pequenos cursos para os produtores,
32% implementar uma legislação e 12% dos inqueridos dizem que não sabem o que deve ser
feito para melhorar o sistema de produção de aguardente (ver nº 14 e 15 do apêndice 2).
32
Directamente as marcas de aguardente concorrem entre si, num sector onde não se
tem nenhum dados estatísticos de quantos são os produtores. Indirectamente a empresa
concorre com todas as bebidas alcoólicas, nacionais e importadas. A principal ameaça vem da
cerveja que segundo o inquérito realizado, 71% é da opinião que aguardente é a bebida mais
consumida em Cabo Verde e apenas 29% dos inqueridos é da opinião que a cerveja é a
bebida alcoólica mais consumida em Cabo Verde, conforme mostra o gráfico 3.
FACTORES INTERNOS
Forças: Fraquezas:
Qualidade do produto reconhecido A embalagem (ver anexo 1) não dispõe de
(mercado nacional e Internacional); contacto da empresa;
Embalagem do produto; Dificuldade de transporte do produto para a
Bom relacionamento com o Cidade da Praia (via São Vicente), o que pode
representante na Cidade da Praia provocar ruptura no mercado e encarecer o
(Importex, Lda)3; produto;
Falta de divulgação do produto.
Fonte: Elaborado pelo autor
3
O bom relacionamento entre essas duas empresas resulta na troca de aguardente por açúcar frequentemente
(Importex, Lda).
33
4.5.4. Fornecedores
As necessidades das matérias-primas da empresa serão supridas por produtores locais
e não só, estabelecendo parcerias com intuito de minimizar problemas na época de escassez e
garantir o funcionamento da empresa. Além da matéria-prima básica, destacam-se os
fornecedores de materiais para envase (garrafas), embalagem (caixa de papelão) e rótulo. A
tabela 10 ilustra os potenciais fornecedores e seus respectivos preços.
34
assim, obter um retorno sobre o investimento maior para a empresa. A estratégia definida
pela empresa para criar uma posição defensível a longo prazo e superar os concorrentes é a
estratégia de diferenciação inovando no processo produtivo, e praticar preços competitivos na
Cidade da Praia e investir em propaganda no sentido de ter uma imagem dentro do sector.
4.5.8.1.Produto
A empresa propõe a seguinte definição para a aguardente CANA-CANA: bebida com
teor alcoólico de 42% v/v, obtida pela destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar, em
alambique de Inox4, sem adição de açúcar, corante ou outro ingrediente. Serão produzidos
dois tipos de aguardente (Nova e Velha). A Aguardente Nova é engarrafada logo após a sua
estandardização e aguardente Velha é descansada por um ano em tonéis de Madeira, acção
que produz alterações na composição química, no aroma, no sabor e na cor da bebida
(Amarelado). Os produtos serão comercializados em garrafas de 25 centilitros (cl.), 750
mililitro (ml.) e 1 litro (lt.) conforme a figura 2 (ver apêndice 11).
4
Segundo (Inspecção das Actividades Económicas - IGAE (2008) o cobre afecta significativamente a qualidade
da aguardente para além de provocar graves danos à saúde.
35
Tanto para Aguardente Nova como Aguardente Velha as garrafas serão embaladas em
caixa de papelão personalizada, sendo embalados 6 (seis) garrafas de 25 cl., 12 (doze)
garrafas de 750 ml. e 12 (doze) garrafas de 1lítro.
No inquérito realizado, 50% dos inqueridos preferem que a aguardente seja embalada
nas garrafas de 1 litro, 30% em garrafas de 25 cl., 18% prefere garrafas de 750 ml. e 2% dos
inqueridos não responderão a esta pergunta conforme o gráfico 4. Apesar da preferência dos
consumidores sejam aguardente de 1 litro e 25 cl a CCCV para ser mais competitivo no
mercado oferece diversas opções aos consumidores embalando aguardente nos três formatos.
4.5.8.2.Preço
A estratégia de preços adoptada pela empresa será determinada pelos preços de
mercado, segundo Kotler (2000, p. 489) “a empresa estabelece seus preços orientando-se em
grande parte pelos preços dos concorrentes. A empresa pode cobrar mais, menos ou a mesma
coisa que os principais concorrentes”. Além da orientação dos preços na concorrência, a
fixação do preço de venda de produto deverá cobrir os custos de produção, custo de estrutura,
embalagem, transporte, propaganda, encargos administrativos e lucro. A tabela 11 expõe o
preço unitário dos produtos da empresa.
1 Litro 933
Aguardente Velha 750 Mililitro 700
25 Centilitro 233
Fonte: Elaborado pelo autor
36
Para ser mais competitivo, a CCCV adoptará a seguinte política de promoções:
Clientes da loja da fábrica participam de promoções semanais, onde pequenos brindes (copos
para aguardente com a logótipo da empresa, canetas, bonés e camisas) serão distribuídos.
4.5.8.3.Praça
O empreendimento ficará localizado em Convento de São Francisco em Cidade
Velha. A escolha do local levou em consideração factores estratégicos como localização
próximo dos fornecedores da matéria-prima e visibilidade das pessoas que visitam o local. A
localização poderá ser vista na figura 3.
CCCV
4.5.8.4.Comunicação
Estratégias de promoção dos produtos passam por realização de evento de lançamento
da aguardente, com um churrasco, degustação do produto e visita a unidade produtiva e
distribuição de amostras e brindes (copos para aguardente com a logótipo, canetas, bonés e
camisas) aos convidados. Os convidados serão os representantes dos supermercados, bares,
restaurante, hotéis e outros proprietários de pontos de vendas.
Sabendo da restrição da publicidade das bebidas alcoólicas, a comunicação do
posicionamento através da mensagem “Primar pela qualidade e não pela quantidade” ao
Target, passará por confecções e distribuição de materiais gráficos de divulgação, confecção
de material para os pontos de venda, como cartazes, displays de exibição do produto e copos
personalizados.
37
4.6.PLANO DE GESTÃO
4.6.1.1.Layout
Layout do empreendimento compreenderá, secção de moagem, sala de fermentação,
secção de destilação, área de armazenamento e/ou envelhecimento, área de engarrafamento e,
eventualmente, um pequeno laboratório para analise e garantia da qualidade. Além das
instalações relacionadas directamente ao processo produtivo, há necessidade de um escritório
para as actividades administrativas, controle da entrada de matéria-prima e saída de produtos.
5
A carga horária da empresa será de oito horas durante seis dias por semana.
38
4.6.1.2.Fabricação e processo
A qualidade da aguardente resulta dos controlos específicos adoptado no processo
produtivo, desde a escolha do tipo de cana, época da colheita, o tempo de moagem, o tempo
de fermentação, a forma de destilação, os tonéis para o envelhecimento, e o engarrafamento
(Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade [AMPAQ]).
Envelhecimento
(9.360)
Produção Anual
(46.800)
Procesamento de aguardente Nova Envase Anual de aguardente
(37.440) (37.440)
6
Separação (ex. por filtração) de fragmentos de cana-de-açúcar que se originam durante a moagem. Estes
fragmentos, ricos em substâncias pécticas, conduzirão à formação do metanol durante a fermentação que é um
composto extremamente tóxico para o organismo humano (IGAE, 2008).
39
II - Fermentação: Após o preparo do mosto na dorna diluidora inicia-se o processo
de fermentação. Segundo IGAE (2008) na fase de fermentação “as leveduras presentes no
mosto vão transformar essencialmente o açúcar em álcool etílico e dióxido de carbono. Além
do álcool etílico, formam-se também durante a fermentação, outros compostos que são os
primariamente responsáveis pelo aroma da aguardente de cana-de-açúcar”. Ainda segundo
IGAE uma fermentação ideal demora de 12 a 24 horas dependendo das características do
mosto, tipo de microrganismo e condução do processo. Numa fermentação pura
(contaminação) tem-se um cheiro agradável, formação de espumas leves com bolhas
pequenas e regulares. A partir desta etapa o mosto fermentado estará pronto para ser
destilado.
III - Destilação: Segundo (Silva, 2006) a destilação é uma operação que, por
aquecimento, consiste em separar e seleccionar as substâncias sólidas, líquidas e gasosas.
Logo após a destilação a aguardente passa por uma filtragem para corrigir eventuais defeitos
de qualidade e dar maior limpidez, transparência e brilho. Neste processo tem-se três
fragmentos: Cabeça (obtida na fase inicial da destilação), Aguardente e Cauda ou Água-pé
obtida na fase final da produção. A cabeça e água-pé são os principais responsáveis pela
“ressaca” e dor de cabeça, devendo ser eliminados. Após os processos de destilação, diluição
e filtragem, o produto obtido será descansado e após a fase de descanso ou envelhecimento 7,
a aguardente ficará pronta para ser engarrafada e distribuída. Nos tanques de descanso ou nos
tonéis de envelhecimento, a aguardente é transferida, através de uma enchedora e
acondicionada em garrafas de vidro e em seguidas rotulados e acondicionados em caixas de
papelão e comercializadas.
7
O processo de envelhecimento além de melhorar o aroma e o paladar, modifica a coloração, de branca para
amarelada, o que torna a aguardente macia e aveludada, atenuando a sensação desidratante do álcool presente.
(Ribeiro, 2002).
40
Tabela 13 - Quadro do pessoal
Nº Cargo Funções
Responsável pela administração e serviços financeiros e bem como na área de
1 Sócio-Gerente marketing cujo principal desafio é a divulgação da marca no mercado, contactar
clientes e pontos de venda.
1 Alambiqueiro Responsável pela destilação de aguardente.
1 Operador de Responsável pela moagem de cana e fermentação.
Moagem
1 Operadores de Responsável pelo enchimento das garrafas
Envase
1 Condutor Responsável pela Logística de transporte da empresa.
1 Ajudante de Responsável pela limpeza da empresa.
Serviços gerais
1 Guarda Responsável pela segurança nocturna da empresa.
Fonte: Elaborado pelo Autor
As funções de cada funcionário não tira a polivalência do mesmo, o que motiva os
funcionários na medida em que se despertam e potenciam capacidades ocultas aumentando a
capacidade produtividade da empresa, motiva o espírito de equipa. A organização interna do
empreendimento assenta nas relações hierárquicas representadas no organigrama apresentado
na figura 6.
41
4.7.ESTUDO DA VIABILIDADE ECONÓMICA E FINANCEIRA
4.7.1.1.Pressupostos do modelo
42
4.7.2. Plano de investimento
43
4.7.3. Plano de exploração
O plano de exploração inclui as contas de exploração previsionais, detalhadas em
receitas e despesas de funcionamento, bem como a demonstração dos resultados previsional.
44
4.7.3.2.1. Consumo de Matérias-Primas e das Matérias Subsidiárias (CMVMC)
Segundo o que foi apurado junto dos produtores de aguardente de Cidade Velha cada
feixe de cana8 custa em média 2.500 CVE e cada feixe de cana resultará em 10 litros de
aguardente. Adicionando outros custos originará numa margem bruta de 27% conforme
ilustrada no quadro 11 (ver Apêndice 6).
Quadro 11 - CMVMC
Margem
CMVMC Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Bruta
Aguardente Nova 1 L 27% 9.996.910 10.296.818 10.605.722 10.923.894 11.251.611
Aguardente Nova 750 ml 27% 2.999.073 3.089.045 3.181.717 3.277.168 3.375.483
Aguardente Nova 25 cl 27% 1.499.537 1.499.537 1.544.523 1.590.858 1.638.584
Aguardente Velha 1L 27% 3.180.835 3.276.260 3.374.548 3.475.784
Aguardente Velha 750
27% 954.251 954.251 954.251 954.251
ml
Aguardente Velha 25 cl 27% 477.125 491.439 506.182 521.368
TOTAL CMVMC 14.495.520 19.497.610 20.053.911 20.626.901 21.217.081
4.7.3.2.2. FSE
O quadro 12 representa os gastos indispensáveis ao funcionamento da empresa
distribuídos em custos fixos e variáveis.
Quadro 12 - FSE
8
Fixe de cada é o termo utilizado pelos produtores para designar a quantidade base de cana-de-açúcar vendida
pelos produtores.
45
4.7.3.2.3. Custo com o pessoal
Os gastos com o pessoal apresentarão grande peso nos gastos totais da organização
como se poderá demonstrar no quadro 13. Considerou-se um encargo sobre a remuneração de
15% e um Seguro Obrigatório Contra Acidente de Trabalho (SOAT) de 2%.
46
4.7.4. Demonstração dos resultados previsional
A Demonstração dos Resultados Previsional apresentado no quadro 15 resulta dos
valores determinados através dos mapas exibidos anteriormente e ainda do Plano de
Financiamento, discriminado no ponto seguinte deste estudo
47
4.7.6. Plano de financiamento
48
Quadro 19 - Mapa de origem e aplicação dos recursos
49
4.7.5. Indicadores de viabilidade
Na avaliação do projecto interessa determinar o fluxo financeiro gerado pela
exploração do mesmo deduzindo os investimentos em activos e fundo de maneio. Neste
contexto a taxa de actualização advém do custo médio ponderado do capital, calculado a
partir das taxas das fontes de financiamento – capital próprio e capital alheio – ponderadas
pelo peso de cada uma no total do capital investido.
WACC 9,33%
Factor de actualização 1 0,89 0,79 0,70 0,62 0,55
50
4.7.6. Análise de sensibilidade
Para análise da sensibilidade apresentada no quadro 22 considerou-se as variáveis que
mais influenciam o sucesso do negócio. Com esta análise pretende-se obter a variação do
VAL e da TIR no projecto.
51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
52
LIMITAÇÕES DO ESTUDO
A principal limitação do estudo reside-se no facto da utilização da amostra por
conveniência onde não é possível generalizar os resultados da pesquisa. No âmbito espacial,
embora se considere que todos os consumidores de aguardente pertençam ao mercado alvo da
futura organização, a pesquisa não foi realizada em todos os bairros da Cidade da Praia.
Outra limitação espacial reside-se no facto do estudo revelar uma análise da concorrência
com marcas já reconhecidos no mercado e não considerar pequenos produtores não
industriais. Também não foi possível contactar o principal concorrente (Barão do Paul), o que
poderia trazer mais informações sobre o mesmo e enriquecer o trabalho.
53
BIBLIOGRAFIA
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Lisboa: Escolar Editora.
Bagío, L. A., & Batocchio, A. (2005). Plano de Negócio: Estratégia para Micro e Pequenas
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(8ª ed.). s.l: Mc Graw Hill.
Kotler, P. (2000). Administração de Marketing (10ª ed.). (B. T. Linguística, Trad.) São Paulo:
Prentice Hall.
Lakatos, M. E., & Markoni, M. A. (2006). Metodologia do trabalho científico (6º ed.). São
Paulo: Atlas.
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Teoria e Prática do Marketing (10ª ed.). Lisboa: Dom Quixote.
Mattar, F. N. (2005). Pesquisa de Marketing: Metolologia e Planeamento (1º ed.). São Paulo:
Atlas.
54
Mattar, F. N. (2006). Pesquisa de Marketing: Execuão e Análise (2º ed.). São Paulo: Atlas.
Mota, A. G., Barroso, C. S., Nunes, J. P., & Ferreira, M. A. (2006). Finanças Empresariais -
Téoria e Pratica (2ª ed.). Lisboa: Publisher Team.
Silva, J. M. (2006). Cachaça o mais brasileiro dos prazeres. São Paulo: Anhembi Morumbi.
IAPMEI. (s.d). Como Elaborar um Plano de Negócio - O seu guia pratico para um projecto
de Sucesso. Obtido em 20 de Março de 2013, de http://www.iapmei.pt:
http://www.iapmei.pt/resources/download/plano_de_negocios.zip
55
SEBRAE. (2009). Plano de Negocio. Obtido em 25 de Março de 2013, de
www.sebrae.com.br: http://cookie.com.br/home/wp-content/uploads/2012/09/Como-
Elaborar-um-Plano-de-Neg%C3%B3cios.pdf
56
APÊNDICES
APÊNDICE 1- Questionário
Bom (boa) dia (tarde)! Sou aluno do Curso de Ciências Empresariais e Organizacionais da
Universidade de Cabo Verde – UNICV e gostaria de contar com a sua colaboração respondendo
a este questionário que faz parte do meu trabalho de conclusão do curso. Este questionário tem por
objectivo recolher informações para o estudo da abertura de uma indústria de aguardente no
Município da Ribeira Grande de Santiago. A sua participação é muito importante, obrigada!
1. Se xo 2. Idade
Masculino Menor de 18 anos 29 a 38 49 a 58
4. Ocupação Profissional
Desempregado
Trabalhado por conta Própria
Trabalhado por conta do outrem Reformado
7. Qual a sua opinião a respeito da abertura de uma empresa de fabricação de aguardente a base de cana( sem
produtos quimicos)?
Excelente Ruim
Bom Indiferente
11. Até quanto pagaria para ter 750 ml de aguardente envelhecido por 12 meses?
Menos de 700$00 800$00 1.000$00 1.200$00
13. Acha que se deve modernizar o sistema de produção do aguardente em Cabo Verde?
Sim Não
14. Se sim, em que sector? Caso contrario passe para questão seguinte.
Equipamentos Processo de produção
15. O que deveria ser feito para melhor qualidade do aguardente produzido em Cabo Verde?
Implementar uma legislação Desenvolver pequenos cursos para os produtores Não Sei
16. Na sua opinião qual tipo de be bida alcoólica é mais consumido e m Cabo Ve rde ?
Aguardentes Cervejas
57
APÊNDICE 2 – Resultado do Inquérito
58
4. O quadro e o gráfico a seguir expõem a ocupação dos Inqueridos.
59
7. O quadro e o gráfico seguinte representam a opinião dos inqueridos a respeito da
abertura de uma empresa de fabricação de aguardente a base de cana sem adição de
produtos químicos.
60
10. O quadro e o gráfico seguinte expõem os preços que os inqueridos estariam dispostos
a pagar por 750 ml de aguardente produzido a base de cana (sem produtos químicos).
11. O quadro e o gráfico seguinte expõem os preços que os inqueridos estariam dispostos
a pagar por 750 ml de aguardente produzido a base de cana envelhecido.
12. O quadro e a tabela seguinte espoem a visão dos inqueridos sobre o futuro da
aguardente no mercado internacional.
61
13. O quadro e o gráfico seguinte expõem a opinião dos inqueridos sobre a modernização
do sistema de produção de aguardente em Cabo Verde.
15. O quadro e o gráfico seguinte expõem a opinião dos inqueridos que acham que se
deve modernizar o sistema de produção de aguardente Cabo Verde.
62
16. O quadro e o gráfico seguinte espoem a opinião dos inqueridos sobre qual a bebida
alcoólica é mais consumida em Cabo Verde.
17. O quadro e o gráfico seguinte espoem a opinião dos inqueridos sobre qual a melhor
marca de aguardente produzido em Cabo Verde.
9
Nota: Inflação de Julho a Dezembro de 2013 calculada com base na média de últimos 6 meses e inflação anual
de P1, P2, P3, P4 e P5 foi calculada com base na média de últimos 3 anos.
63
APÊNDICE 4 – Descrição dos investimentos
CVE
64
APÊNDICE 5 – Investimento em fundo de maneio
APÊNDICE 7 – WACC
WACC
Peso
Ano 0 Custo Custo ponderado
Passivo Médio e Longo Prazo 3.350.800 57% 12% 6,9%
Capital Próprio 2.500.000 43% 5,75% 2,5%
5.850.800 100% 9,33%
65
APÊNDICE 8 – Mapa de amortização do empréstimo
66
APÊNDICE 9- Embalagem dos produtos
67
ANEXOS
ANEXO 1 – Embalagem da Principal Concorrente
68
ANEXO 2 – Taxas de Operações do BCA 2013
Fonte: BCA
69