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Aluno(a):__________________________________________

Turma: ___________ Curso: Direito – Campus V

Procedimentos
Cautelares
Prof Welenn Cleber Prates da Costa
- Pontifícia Universidade Católica de Goiás -

2010-1
Universidade Católica de Goiás – Direito – Campus V
Prof Welenn Cleber Prates da Costa
Processo Civil IV
PROCEDIMENTO CAUTELAR
PREVENÇÃO CONTRA PERIGO DE DANO NO CURSO DO PROCESSO

1. Conceito e noções gerais – Processo principal e processo cautelar

 Introdução
• Tempo
• Pode ser prejudicial ao processo
• Risco para sua efetividade
• Ex: 1 processo visa à condenação ao pagamento de quantia certa – pela
demora, quando da sentença, pode não haver patrimônio do devedor
suficiente para assegurar a satisfação do crédito → arresto

 Conceito
• Segundo gênero de processo
• Não é satisfativo – não há realização do direito material → não visa à
tutela imediata
• Permite a futura realização do direito material (substancial) → visa à
tutela mediata
• Definição
o Processo que tem por fim assegurar a efetividade de um
provimento jurisdicional a ser produzido em outro processo
• Instrumento de proteção – instrumentalidade qualificada
• Pode ser
o Antecedente ou preparatório
o Incidente

 Finalidade
• Garantir a efetividade de outro processo (principal), ao qual se liga
necessariamente

 Diferença entre tutela cautelar e tutela antecipada – tutelas de urgência


• tutela cautelar – visa a assegurar o resultado prático de um processo
• tutela antecipada – visa à concessão, de forma antecipada, do próprio
provimento jurisdicional pleiteado
o ex: tratamento médico – retirada do nome do autor dos órgãos de
proteção ao crédito

2. “Ação cautelar” – características – conceito – “condições”

 Nominação da ação
• Ausência de conteúdo científico – caráter didático

 Ação “cautelar” ≠ medida cautelar


• Ação cautelar = poder de provocar o exercício da jurisdição pelo
Estado

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• Medida cautelar = tutela para garantir a efetividade de um


provimento jurisdicional

• Conceito de ação cautelar


o Poder de pleitear do Estado-juiz a prestação da tutela
jurisdicional cautelar, exercendo posições ativas ao longo do
processo.

 Características
• As mesmas da ação em geral
o Autônoma em relação ao direito substancial que
mediatamente se pretende proteger
o Abstrata = existe o poder de ação ainda que não exista o
direito substancial afirmado pelo demandante

 Condições – art. 267, VI, do CPC


• Possibilidade jurídica da demanda
• Legitimidade das partes
• Interesse processual (de agir)
• Caso concreto
o Condições da “ação cautelar” ≠ condições da “ação principal”

2.1 Legitimidade das partes

 Ativa
• Aquele que se diz titular de um direito substancial

 Passiva
• O sujeito apontado pelo demandante como sendo o outro sujeito
da questão debatida em juízo (res in iudicium deducta)

 Legitimação extraordinária - MP

2.2 Interesse de agir

 Utilidade da providência cautelar pleiteada pelo demandante


 Binômio necessidade-adequação
• Interesse-necessidade
• Interesse-adequação
• Ex: arresto para execução por quantia certa e seqüestro para
execução para entrega de coisa certa
 Discussão sobre conceder medida diversa da devida
• O demandante pleiteia X e o juiz concede Y
o Majoritária: aceita (Humberto Theodoro)
o Minoritária: não aceita (Calmon de Passos, Alexandre
Freitas Câmara)
• Art. 273, § 7º, do CPC

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o Aqui, sim, existe fungibilidade entre os meios de
obtenção da tutela jurisdicional de urgência

2.3 Possibilidade jurídica da demanda


 A demanda é juridicamente possível → toda vez que o ordenamento
jurídico não estabelecer uma proibição em abstrato para que se aprecie
determinado pedido ou determinada causa de pedir
 Ex:
• Não se pode pleitear arresto se o crédito decorre de dívida de
jogo
• Não se pode pleitear prisão civil cautelar – não há guarida em
nosso sistema jurídico

3. Tutela Cautelar – conceito – características – eficácia no tempo –


classificação

3.1. Conceito

 Provimento jurisdicional – capaz de assegurar a efetividade de uma


futura atuação jurisdicional
 Providência concreta – conservação do estado de fato ou de direito –
durante todo o tempo necessário para o desenvolvimento do proc.
principal

3.2. Características

1ª) Revogabilidade – art. 807, CPC


 Tb presente nas tutelas antecipatórias (art. 273, § 4º, CPC)
 Decorre da cognição sumária – juízo de probabilidade
 Fumus boni iuris
 Periculum in mora
 Causas da revogação:
• Verificação de que o direito substancial afirmado pelo
demandante que parecia existir, em verdade, não existe
OU
• Desaparecimento da situação de perigo – ex: alteração de riqueza
do devedor

2ª) Instrumentalidade hipotética


 Instrumento de realização do proc. principal
 O juiz concede a med. cautelar p/ a hipótese de, no proc. principal, ser
deferida a med. satisfativa do direito substancial
 Referibilidade: toda medida cautelar se refere a 1 situação substancial
que se quer proteger

3ª) Temporariedade/Provisoriedade
 É dominante dizer que a tutela cautelar é provisória (interina)

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 Corrente da temporariedade – o que ela diz?


• Temporário: não dura para sempre – pode ou não ser substituído
• Provisório: destinado a durar enquanto não sobrevenha um
evento sucessivo que o substituirá (definitivo)
• Conclusão dessa corrente:
o Tutela cautelar: temporária
o Tutela antecipada: provisória
 Ex: arresto seguido de penhora

5ª) Modificabilidade – art. 807, CPC


 As causas são as mesmas da revogação
 Pode ser decretada nos próprios autos do proc. cautelar como nos autos
do proc. principal
 Não depende de requerimento
 Concedidas de ofício: podem ser modificadas de ofício
 Concedidas por requerimento:
• Dir. indisponíveis: modificadas de ofício
• Dir. disponíveis: modificadas por requerimento
 Ex:
Req. medida cautelar de sustação de protesto

Deferida

Houve o protesto

Req. de suspensão dos efeitos do protesto

6ª) Fungibilidade – art. 805, CPC


 Caução ou outra garantia menos gravosa para o requerido –
adequada/suficiente para evitar ou reparar a lesão integralmente
 Princípio do menor gravame possível – art. 620, CPC
 Ex: substituição do arresto por hipoteca ou por fiança
 Poder-dever do juiz
 1ª corrente: não precisa de processo autônomo de caução – AFC e
Galeno Lacerda
 2ª corrente: precisa de proc. autônomo - HTJr

3.3. Eficácia no tempo

1ª Situação – art. 806 c/c art. 808, I, CPC


 Só medidas cautelares antecedentes constritivas de direito (≠ produção
antecipada de provas)
 Finalidade: impedir que o demandante se contente com a efetivação da
medida cautelar, quedando-se inerte e não ajuizando a demanda principal
 Prazo: 30d
 Contagem: da efetivação da medida

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 Ex: da data da efetiva apreensão do bem cujo arresto se determinou

2º Situação – art. 808, II, CPC


 Finalidade: evitar-se que a med. cautelar já deferida possa ser efetivada a
qualquer tempo
 Demora imputável ao demandante

3ª Situação – art. 808, III, CPC


 Desfecho desfavorável ao demandante (na ação principal) – com ou sem
mérito: cessa a eficácia da medida
 Desfecho favorável ao demandante: a medida continua a produzir efeitos
enquanto for necessária
 Ex:

Arresto deferido

Prolação de sentença condenatória que reconhece o direito do demandante

O arresto produz efeitos até a penhora na fase de cumprimento de sentença

Obs: cumprimento de sentença – deve ser requerido dentro de 30d do trânsito


em julgado, sob pena de se permitir que a med. constritiva de direitos produza
efeitos sem que esteja em trâmite um módulo satisfativo (Marinoni)

Art. 808, parágrafo único, CPC


 Com a cessação da eficácia da medida, o demandante não pode ajuizar
novamente a mesma demanda pela mesma causa de pedir
 Esse dispositivo se refere a medida cautelar que foi deferida na sentença

ATENÇÃO!
Momentos de CONCESSÃO/DEFERIMENTO da medida cautelar:

Processo Cautelar

Med. cautelar deferida liminarmente sentença


(art. 804, CPC)

1º) em sede liminar – cessa a eficácia: aguarda-se a sentença


2º) na sentença – cessa eficácia: não se pode ajuizar a demanda pela mesma
causa de pedir

3.4. Classificação

 Não há consenso

 Para HTJr
• Quanto à finalidade:

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o Med. para assegurar bens – ex: arresto e seqüestro
o Med. para assegurar pessoas – ex: busca e apreensão de
incapazes; guarda provisória de incapazes
o Med. para assegurar provas – ex: exibição, produção
antecipada de provas
• Quanto à tipicidade:
o Med. típicas e atípicas
• Quanto ao momento de postulação:
o Med. preparatórias e incidentes

 Para AFC
• Quanto à tipicidade:
o Med. típicas e atípicas
• Quanto ao momento de postulação:
o Med. antecedentes e incidentes
• Quanto à finalidade:
o Med. de garantia da cognição – assegura a efetividade de um
futuro módulo cognitivo – ex: produção antecipada de provas,
sustação de protesto
o Med. de garantia da execução – assegura a efetividade de um
futuro módulo processual executivo – ex: arresto, seqüestro
o Med. de caução – contracautela (parte final do art. 804, CPC)

4. Requisitos específicos para a concessão da tutela cautelar

4.1. Fumus boni iuris

 Tutela cautelar – tutela de urgência


 Não se condiciona à demonstração da EXISTÊNCIA, da VERDADE do
direito substancial
 Condiciona-se à demonstração da APARÊNCIA
 Cognição sumária – juízo de probabilidade
 Obs: cognição exauriente – juízo de certeza
 É limite da tutela cautelar, pois quando se tem certeza, a tutela cautelar
torna-se inadequada e a tutela principal é que deve ser deferida

4.2. Periculum in mora

 Situação de perigo iminente


 Iminência de dano irreparável ou de difícil reparação
 Situação objetiva – fatos concretos (não basta “fundado receio de dano”)
 Não afeta o direito substancial principal
 Afeta só a efetividade do processo principal
 As situações de perigo para o direito substancial são protegidas pela tutela
antecipada

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2 tipos de situação de perigo:

Perigo p/ a efetividade do proc. principal → tutela cautelar

Ex: pessoa que pretende executar um crédito em face de um devedor que está
dilapidando seu patrimônio

Perigo p/ o direito substancial → tutela antecipada

Ex: portador do vírus da AIDS em desfavor do Estado, visando a condenação ao


pagamento do tratamento

Conclusão sobre os requisitos:

Possibilidade de concessão da tutela cautelar



Fumus boni iuris + periculum in mora

5. Poder Geral de Cautela

5.1. Conceito

Autorização concedida ao Estado-juiz



Concessão de medidas cautelares atípicas

 Hipóteses – quando as típicas não se mostrarem adequadas


 Impossibilidade de previsão abstrata de todas as situações de perigo
 Seu exercício é subsidiário – completa o sistema – sensibilidade do juiz
(CRD)
 Corolário – da garantia constitucional da tutela jurisdicional adequada

5.2. Limites
 Art. 799, CPC
 Entendimento dominante: rol exemplificativo
 Conclusão: é cabível quando nem as típicas nem as previstas no art.799 se
mostrarem adequadas
 Prudência do juiz

1º limite:
 Não é um poder discricionário do juiz
 Obs: corrente majoritária – é poder discricionário
 Explicação desse 1º limite, pela corrente minoritária:

2º limite:
 Necessidade

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 Inerente à idéia de tutela jurisdicional, que só pode ser prestada quando se


fizer necessária

3º limite:
 A medida não pode ser capaz de satisfazer o direito do demandante

5.3. Forma e momento do exercício

Momento
 Só quando houver um processo em curso
 Princípio da demanda – jurisdição é função inerte
 Só até a prolação da sentença – termo ao ofício do juiz monocrático - art.
463, CPC
 Caberá ao Tribunal competente p/ apreciar o recurso eventualmente
interposto

Forma – 2 aspectos
 1º) natureza de decisão – fundamentação – interlocutória ou sentença
 2º) necessidade ou não de 1 proc. próprio – ex: art. 1001, CPC

5.4. Medidas cautelares ex officio

 Art. 797, CPC


 Possibilidade de concessão de med. cautelar que não tenha sido requerida
 Sem audiência das partes
 Só em casos excepcionais
 1ª corrente: autorização legal E excepcionalidade
 2ª corrente: autorização legal OU excepcionalidade
 Ex: art. 1.001 e 1.018, p.ú, CPC (casos de autorização legal)
 Só incidentemente
 Independe da natureza do direito substancial (disponível ou indisponível)

6. Competência para o Processo Cautelar

Competência no 1º grau de jurisdição

 Art.800, CPC
 Falta de técnica – medida cautelar (processo cautelar)

 Incidente: juízo da causa (processo principal já em curso)


• Competência funcional – inderrogável
• Não é caso de prevenção – não há conexão ou continência
• Conexão: comum o OBJETO OU A CAUSA DE PEDIR
• Continência: identidade quanto às PARTES E À CAUSA DE
PEDIR, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das
outras

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 Antecedente: juízo competente para o processo principal

Obs: Casos de maior urgência


 Competência do juízo do local de efetivação da medida cautelar.

Concessão liminar da medida cautelar



Efetivação da medida

Excepciona-se a competência*

Remessa dos autos p/ o juízo competente (funcional)

*se não for excepcionada > prorroga-se a competência


Obs: tal situação não cabe se o juízo for absolutamente incompetente

Competência em grau de recurso

 Lembrar: casos em que o Tribunal exerce competência originária (ex:


ação rescisória) > regra anterior

 Art. 800, parágrafo único, CPC

 Interposto recurso > medida cautelar requerida perante o Tribunal


• Situação cabível para > apelação e os recursos seguintes > leva-se
todo o processo para o Tribunal
• Exceção: interposição de agravo – não se leva para o Tribunal
todo o processo – só a questão discutida na decisão interlocutória

 Regimento Interno: estabelece qual órgão apreciará o pedido de medida


cautelar (órgão especial, órgão fracionário, tribunal pleno)

 Esquema:
Prolação de sentença

Competência do juízo a quo

Interposição de recurso

Competência do juízo ad quem

7. Intervenção de terceiros no processo cautelar

 Assistência – art. 50 a 55 do CPC - admissível


• Conceito: intervenção voluntária de terceiro interessado, em causa
pendente entre outras pessoas, para auxiliar uma das partes a obter

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sentença favorável (art. 50) – apesar de não estar no capítulo destinado
à intervenção de terceiros

 Oposição - art. 56 a 61 do CPC - inadmissível


• Alguém reivindica bem ou direito para si, que é objeto de litígio entre as
partes na fase de conhecimento.

 Nomeação à autoria - art. 62 a 69 do CPC - admissível


• Intervenção que se destina à correção do pólo passivo do processo.

 Denunciação da lide - art. 70 a 76 do CPC – inadmissível (posição


majoritária)
• Visa à obtenção de um título de regresso.
• Pressupõe prazo para contestação.
• Processo cautelar > não há prolação de sentença sobre relação jurídica.

 Chamamento ao processo - art.77 a 80 do CPC - inadmissível (posição


majoritária)
• Visa à obtenção de um título de solidariedade.

8. Procedimento cautelar comum

Obs: Os itens 1.5, 1.6 e 1.8 do conteúdo programático estão inseridos


automaticamente neste tópico do roteiro de aula

 Quando não couber 1 dos procedimentos especiais – subsidiário


 Fase cognitiva e executiva > NÃO há – estruturalmente único -
simultaneidade

1ª FASE > POSTULATÓRIA

1º passo > Ajuizamento da demanda

 Princípio da inércia da jurisdição – art. 2º, CPC


 Ação proposta – despacho ou distribuição – art. 263, CPC
 Requisitos da PI – art. 801, CPC:
I. A autoridade judiciária, a que for dirigida
II. O nome, o estado civil, a profissão e a residência do requerente e
do requerido
III. A lide e seu fundamento
IV. A exposição sumária do direito ameaçado e o receio da lesão
V. As provas que serão produzidas (exceção > prova documental
pré-constituída)
 Parágrafo único. III > só para o proc. preparatório
 Mais requisitos:
• Formulação do pedido de medida cautelar
• Requerimento de citação do demandado
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• Indicação do valor da causa


• Indicação do endereço do advogado do demandante

2º passo > Concessão, ou não, de provimento liminar

 Aplicação do art. 804, CPC


 Natureza: decisão interlocutória
 Inaudita altera parte – postergação do contraditório

3º passo > Determinação da citação do demandado

 Regras gerais do proc. de conhecimento > 1º correio > 2º oficial de


justiça > 3º citação ficta (hora certa ou edital)

4º passo > Resposta (defesa) do demandado

 Prazo para defesa > 5 DIAS (art. 802, CPC)


 Defesa > contestação e exceções
 Reconvenção > não permitida (entendimento dominante)
 Contagem do prazo – art. 802, CPC
I. Da juntada do mandado de citação devidamente cumprido
II. Da efetivação da medida cautelar (liminar ou após justificação
prévia)
• Caso I > só p/ citação por oficial de justiça ou c/ hora certa
• Caso II > só se o demandando tiver ciência da demanda
(princípios do devido processo legal e do contraditório) –
intimação da medida
• Na prática: simultaneamente > determina-se a execução da
providência cautelar e a citação do réu em 1 só mandado
 Revelia:
• Efeito material > presumir-se-ão verdadeiros os fatos afirmados
pelo demandante
• 1º Efeito processual > o proc. corre sem intimação dos demais
atos processuais
• 2º Efeito processual > julgamento imediato do mérito

2ª FASE > INSTRUTÓRIA

 Art. 803, CPC – superficial


 Regras do proc. de conhecimento – subsidiárias

5º passo > Verificação da necessidade de providência preliminar

 Ausência de efeito material da revelia


• “Art. 324. Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando que
não ocorreu o efeito da revelia, mandará que o autor especifique
as provas que pretenda produzir na audiência.”

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 Fatos Impeditivos, Modificativos ou Extintivos do Pedido


• “Art. 326. Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a
ação, outro lhe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do autor, este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias,
facultando-lhe o juiz a produção de prova documental.” > réplica

 Alegações do Réu
• “Art. 327. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no
art. 301, o juiz mandará ouvir o autor no prazo de 10 (dez) dias,
permitindo-lhe a produção de prova documental. Verificando a
existência de irregularidades ou de nulidades sanáveis, o juiz
mandará supri-las, fixando à parte prazo nunca superior a 30
(trinta) dias.”

6º passo > Julgamento conforme o estado do processo

 Caso de extinção do processo


• “Art. 329. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts.
267 e 269, II a V, o juiz declarará extinto o processo.”

 Caso de julgamento antecipado da lide – 2 casos:


• Revelia com efeito material
• Contestação SEM necessidade de prova oral > questão
meramente de direito OU questão de fato e de direito c/
suficiência de provas

Obs: necessidade de produção de prova oral > AIJ (art. 803, p. único,
CPC)

3ª FASE > DECISÓRIA

7º passo > Prolação da sentença

 Aplicação do art. 162, § 1º, CPC – conceito de sentença


 Momentos possíveis de prolação da sentença:
• Início > indeferimento da PI
• Após as providências preliminares > extinção do proc. ou julg.
imediato do mérito
• Após a AIJ

 Elementos: relatório + fundamentação + dispositivo (art. 458, CPC)

 Características da sentença cautelar:


• Natureza declaratória > NÃO > SÓ afirma a presença ou ausência
do fumus boni iuris
• Natureza constitutiva/condenatória > NÃO > não cria, modifica
ou extingue rel. jurídicas

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• Natureza acautelatória > SIM

 Efeitos acessórios da sentença:


• “Condenação” ao pagamento das custas processuais e dos
honorários advocatícios (art. 20, § 4º, CPC)

8º passo > Formação da coisa julgada

 Recursos esgotados > coisa julgada > trânsito em julgado


 Coisa Julgada SÓ FORMAL – Por quê?
• Cognição sumária
• Juízo de probabilidade
• Função acessória
• Ausência de natureza declaratória – existência ou inexistência do
direito material
• Exceção > decadência ou prescrição do direito do autor – em
proc. cautelar antecedente – art. 810, CPC

QUADRO RESUMIDO DO PROCEDIMENTO


CAUTELAR COMUM

1º passo
Ajuizamento da demanda
2º passo
Concessão, ou não, de provimento
liminar
FASE POSTULATÓRIA 3º passo
Determinação da citação do
demandado
4º passo
Resposta (defesa) do demandado
5º passo
Verificação da necessidade de
FASE INSTRUTÓRIA providência preliminar
6º passo
Julgamento conforme o estado do
processo
7º passo
Prolação da sentença
FASE DECISÓRIA 8º passo

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Formação da coisa julgada

9. Reparação do dano causado pela medida cautelar – Responsabilidade processual


civil do requerente

 Responsabilidade civil ≠ Responsabilidade Civil


(processo civil) (direito civil)

Ex: condenação ao pagamento das despesas processuais e dos honorários
Litigância de má-fé

9.1. Conceitos em comum

 Responsabilidade objetiva > despesas processuais e honorários de


sucumbência
 Elementos
• Dano
• Conduta
• Nexo de causalidade

 Responsabilidade subjetiva > litigância de má-fé


 Elementos
• Dano
• Conduta CULPOSA
• Nexo de causalidade

9.2. Requisitos para existir o dever de indenizar por parte do demandante


1º) Que a medida cautelar tenha sido EFETIVADA
2º) Que tenha havido PREJUÍZO para o demandado

9.3. Análise do art. 811, CPC

Art. 811. Sem prejuízo do disposto no art. 16 (má-fé), o requerente do


procedimento cautelar responde ao requerido pelo prejuízo que lhe causar a
execução da medida:

I - se a sentença no processo principal lhe for desfavorável;

 Decorre da cognição sumária (juízo de probabilidade)

Deferimento da medida cautelar (presença do fumus boni iuris)



Desfecho desfavorável ao beneficiário (demandante) da medida*

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Ele terá que indenizar o demandado

*Ex:
Arresto concedido no proc. cautelar e conclusão, no proc. principal (execução), de que o
direito de crédito não existe ou extinção sem análise do mérito

II - se, obtida liminarmente a medida no caso do art. 804 deste Código, não
promover a citação do requerido dentro em 5 (cinco) dias;

 Só ocorre se a medida concedida liminarmente inaudita altera parte houver sido


efetivada antes da citação do requerido
 Não se trata de simples requerimento > são os atos que incumbem ao
demandante:
• Indicação do endereço
• Adiantamento das custas

III - se ocorrer a cessação da eficácia da medida, em qualquer dos casos previstos


no art. 808, deste Código;

I - se a parte não intentar a ação no prazo estabelecido no art. 806 (30 dias a contar da
efetivação da medida cautelar)
 Ocorrência do dano > se a ação for ajuizada depois desse prazo

II - se não for executada dentro de 30 (trinta) dias (a contar do deferimento)


 Nesse caso > impossibilidade de ocorrência de dano > não há o 1º requisito

III - se o juiz declarar extinto o processo principal, com ou sem julgamento do mérito
 Hipótese do inciso I do art. 811

IV - se o juiz acolher, no procedimento cautelar, a alegação de decadência ou de


prescrição do direito do autor (art. 810).

 A medida terá sido concedida a quem não mais era titular da posição jurídica de
vantagem

9.4. Liquidação do dano

 Parágrafo único > A indenização será liquidada nos autos do procedimento


cautelar.
 Necessidade de liquidação > o direito á indenização é efeito secundário

 Objetos da liquidação:
• Determinação da existência dos danos
• Fixação do quantum debeatur

 Será por artigos:

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• Apreciação de fatos novos > fatos que não haviam ainda sido submetidos
à apreciação judicial
• Aplicação dos arts. 475-E e 475-F, CPC

 Processamento da liquidação > no juízo onde se desenvolveu o proc. cautelar

Liquida-se o prejuízo

Decisão da liquidação

Módulo processual executivo em face do requerente da med. cautelar

10. Medidas Cautelares Específicas, Típicas ou Nominadas – Procedimentos

 Atenção: o rol inclui medidas que, na verdade, não têm natureza cautelar

PROCEDIMENTOS SITUADOS NO LIVRO DE CAUTELAR QUE POSSUEM


NATUREZA EVIDENTEMENTE CAUTELAR

10.1. Arresto

 Há 2 modalidades de arresto
• Arresto executivo
• Arresto cautelar

10.1.1. Arresto executivo – art. 653, CPC

Art. 653. O oficial de justiça, não encontrando o devedor, arrestar-lhe-á tantos bens
quantos bastem para garantir a execução.
Parágrafo único. Nos 10 (dez) dias seguintes à efetivação do arresto, o oficial de justiça
procurará o devedor três vezes em dias distintos; não o encontrando, certificará o
ocorrido.

 NÃO TEM natureza cautelar


 Também assegura a penhora
 NÃO DEPENDE de uma situação de PERIGO que ponha em risco a solvência
do devedor > é apenas uma medida executiva

10.1.2. Arresto Cautelar – art. 813 a 821, CPC

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• TEM natureza cautelar


• Processo cautelar autônomo com procedimento próprio

 Objetivo
• Garante a eficácia de uma EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA
(processo autônomo de execução ou cumprimento de sentença)

 Caracterização da medida em si
• Apreensão judicial de bens do devedor, entregues a um depositário

 Requisitos
• Fumus boni iuris > verossimilhança quanto à existência do direito de
crédito
o Assim, pressupõe:
 Obrigação em dinheiro OU que possa se converter em
dinheiro
 Conseqüência > poderá ser preparatório ou
incidente a uma:
Execução por quantia certa
Ação condenatória – ex: ação de indenização por
acidente de trânsito
o Art. 814. Para a concessão do arresto é essencial:
I - prova literal da dívida líquida e certa
Parágrafo único. Equipara-se* à prova literal da dívida
líquida e certa, para efeito de concessão de arresto, a
sentença, líquida ou ilíquida, pendente de recurso,
condenando o devedor ao pagamento de dinheiro ou de
prestação que em dinheiro possa converter-se.
*Não significa que é a única coisa que se equipara à prova literal
da dívida líquida e certa

• Periculum in mora > perigo de prejuízo, de que o devedor se torne


insolvente
o Art. 814. Para a concessão do arresto é essencial:
o II - prova documental ou justificação de algum dos casos
mencionados no artigo antecedente
 Obs: Art. 813 > Rol exemplificativo – numerus apertus >
As hipóteses revelam situações casuísticas

I - quando o devedor sem domicílio certo intenta ausentar-se ou alienar os bens que
possui, ou deixa de pagar a obrigação no prazo estipulado;

II - quando o devedor, que tem domicílio:


 Ausenta-se ou tenta ausentar-se furtivamente;
 Caindo em insolvência, aliena ou tenta alienar bens que possui; contrai ou tenta
Contrair dívidas extraordinárias; põe ou tenta pôr os seus bens em nome de
terceiros; ou comete outro qualquer artifício fraudulento, a fim de frustrar a
execução ou lesar credores;

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III - quando o devedor, que possui bens de raiz, intenta aliená-los, hipotecá-los ou dá-
los em anticrese, sem ficar com algum ou alguns, livres e desembargados, equivalentes
às dívidas;

IV - nos demais casos expressos em lei.


 Ex: arresto de bens de ex-administradores de instituições financeiras que estão
em liquidação extrajudicial, os quais não tenham sido atingidos pela
indisponibilidade – art. 45, Lei n. 6.024/74

o Conclusão:
 A situação de perigo também pode ser gerada por:
 Caso fortuito ou força maior
 Atos comissivos do devedor
 Atos omissivos do devedor

 Bens que podem ser arrestados


• Quaisquer bens que possam ser penhorados
• Móveis ou imóveis
• Incorpóreos apreciáveis economicamente

 Procedimento
• Utiliza como base o procedimento cautelar comum
o Mesmos requisitos da petição inicial:
 Arts. 801 e 282 do CPC + demonstração da plausibilidade do
direito de crédito + demonstração do temor que justifique o
arresto
 Possibilidade de concessão do arresto liminarmente ou após
justificação prévia

Quando ao juiz parecer indispensável, far-se-á em segredo e de
plano, reduzindo-se a termo o depoimento das testemunhas (art.
815)
 Art. 816. O juiz concederá o arresto
INDEPENDENTEMENTE de justificação prévia:
1. Quando for requerido pela União, Estado ou
Município, nos casos previstos em lei;
2. Se o credor prestar caução (art. 804).
 Obs:
- Não há dispensa da demonstração do temor que
justifique o arresto
- Exame dos requisitos com menor grau de exigência

• Citação
• Resposta do Réu
• Instrução (produção de provas) cf. o procedimento cautelar comum
• Decisão
• Coisa Julgada Formal

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 Obs: Art. 818. Julgada procedente a ação principal, o arresto se resolve em


penhora

 Hipóteses de suspensão da efetivação (execução) do arresto pelo devedor –


art. 819
• Assim que intimado, pagar ou depositar em juízo a importância da
dívida, mais os honorários de advogado que o juiz arbitrar, e custas.
• Se der fiador idôneo, ou prestar caução para garantir a dívida, honorários
do advogado do requerente e custas.

 Hipóteses de cessação do arresto – art. 820 > casos de extinção da própria


obrigação
Obs: Rol exemplificativo
• Pagamento;
• Novação;
• Transação

10.2. Seqüestro

 Não se relaciona com obrigação em pecúnia


 Processo cautelar autônomo com procedimento próprio

 Objetivo
• Garante a eficácia de uma EXECUÇÃO PARA ENTREGA DE COISA
CERTA (processo autônomo de execução ou cumprimento de sentença)
• Visa a preservar um ou mais bens determinados sobre os quais recaia um
litígio > incolumidade da coisa

 Caracterização da medida em si
• Apreensão de bens determinados, específicos.

 Requisitos
• Fumus boni iuris > verossimilhança quanto à existência da titularidade
sobre o bem
o Obs: às vezes, a titularidade já está comprovada, sendo necessário
demonstrar só o periculum in mora

Ex: Cautelar postulada pelo devedor em desfavor do credor
pignoratício que, de posse do objeto apenhado, não o protege
devidamente, surgindo a possibilidade de danificação da coisa

• Periculum in mora > perigo de que a coisa venha a ser danificada ou


dilapidada totalmente com o passar do tempo
• Art. 822. O juiz, a requerimento da parte, pode decretar o
seqüestro:
o Obs: Art. 822 > Rol exemplificativo – numerus apertus >
As hipóteses revelam situações casuísticas

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I - de bens móveis, semoventes ou imóveis, quando lhes for disputada a
propriedade ou a posse, havendo fundado receio de rixas ou danificações;
• Crítica
o Não é cabível só nas ações de natureza real, possessórias > pode ser
cabível para resguardar ações pessoais com reflexos sobre determinado
bem
• Rixas > qualquer confronto entre as partes
• A situação de perigo também pode ser gerada por:
o Caso fortuito ou força maior
o Atos comissivos do devedor
o Atos omissivos do devedor

II - dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de


condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar;
• Aqui > perigo específico para os frutos e rendimentos
• Críticas
o 1ª. Os frutos e rendimentos de um bem podem estar em perigo, mesmo
SEM sentença condenatória sujeita a recurso
o 2ª. Os frutos e rendimentos NÃO SÃO SOMENTE de bens imóveis

Obs: possuidor de boa-fé e de má-fé > com relação aos frutos

III - dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de casamento,
se o cônjuge os estiver dilapidando
• Abrange tanto os bens comum quanto os particulares de cada um, que estejam
aos cuidados do outro

IV - nos demais casos expressos em lei.


• Ex: art. 919, CPC

 Bens que podem ser seqüestrados


• Bem que seja ou que venha a ser objeto de demanda judicial

 Procedimento
• Utiliza como base, no que couber, o procedimento do arresto
• Só não haverá conversão em penhora.

Quadro comparativo entre arresto e seqüestro

ARRESTO SEQUESTRO
Fumus > Plausibilidade da existência do Fumus > Plausibilidade da existência
direito de crédito do direito que se alega ter sobre o
bem
Periculum > Risco de o devedor dilapidar Periculum > Risco de que o bem
seu patrimônio, se tornando incapaz de possa ser alienado, depreciado (sua
saldar suas dívidas incolumidade)

Apreensão de bens indeterminados Apreensão de bens determinados

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Interesse do credor > valor em dinheiro Interesse do credor > o bem específico
Não recai litígio sobre os bens Recai litígio sobre os bens

PROCEDIMENTO – SEMELHANÇAS

Há nomeação de depositário – prestará compromisso + tomará posse dos bens

Podem ser preparatórios ou incidentais

Pode ser deferida a medida cautelar liminarmente ou após justificação prévia

10.3. Busca e Apreensão

10.3.1. Tipos de Busca e Apreensão

 1º. Busca e Apreensão Incidente


Garantir a realização de uma medida cautelar
Ex: Foi deferido um arresto (ou um seqüestro), porém pode ser que seja necessário fazer
uma busca e apreensão dos respectivos bens para poder fazer incidir sobre eles aquelas
medidas cautelares

 2º. Busca e Apreensão Executiva


Natureza Jurídica > medida executiva utilizada na execução para entrega de coisa certa
Art. 625. Não sendo a coisa entregue ou depositada, nem admitidos embargos
suspensivos da execução, expedir-se-á, em favor do credor, mandado de imissão na
posse ou de busca e apreensão, conforme se tratar de imóvel ou de móvel.

 3º. Busca e Apreensão de bens alienados fiduciariamente


Art. 3º do Decreto Lei n. 911/69
Natureza satisfativa
Art. 3º O Proprietário Fiduciário ou credor, poderá requerer contra o devedor ou terceiro
a busca e apreensão do bem alienado fiduciàriamente, a qual será concedida
liminarmente, desde que comprovada a mora ou o inadimplemento do devedor.

 4º. Busca e Apreensão de Incapazes


ATENÇÃO:
Esta busca e apreensão de incapazes é SATISFATIVA!!!
Ex: Busca e apreensão proposta pelo genitor que já detém a guarda da criança contra o
outro que se recusa a entregá-la. A pretensão se esgota na busca e apreensão do filho.

Obs: Há a busca e apreensão de incapazes CAUTELAR também!!!

 5º. Busca e Apreensão de autos e documentos


Os autos e/ou documentos são levados por uma das partes e mantidos em seu poder
ilegalmente
Pode ser ex officio

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 6º. Busca e Apreensão Cautelar

10.3.2. Busca e Apreensão Cautelar

 É subsidiária do arresto e do seqüestro


 Também se caracteriza pela apreensão, com uma diferença > o foco é na
BUSCA > necessidade de uma procura

 Objetivo
• Garante a efetividade de um processo principal ou até de outro processo
cautelar

 Caracterização da medida em si
• Busca E Apreensão de PESSOAS ou bens determinados
• Não há necessariamente entrega a depositário

Pode constar do mandado o destino a ser dado à pessoa ou à coisa procurada

Art. 841, II, CPC

 O que pode ser buscado e apreendido – art. 839, CPC


• Bens móveis
• Pessoas incapazes

Art. 839. O juiz pode decretar a busca e apreensão de pessoas ou de coisas.

 Requisitos – art. 840, CPC


• Fumus boni iuris > verossimilhança quanto à existência de direito sobre
a coisa móvel ou sobre o incapaz

• Periculum in mora > perigo para incolumidade da coisa ou da pessoa

Art. 840. Na petição inicial exporá o requerente as razões justificativas da medida


(...).

 Procedimento
• Linhas gerais > procedimento cautelar comum

1 Ajuizamento da ação com protocolo da petição inicial


• Requisitos específicos > art. 840 e art. 841, CPC
• Art. 840. Na petição inicial exporá o requerente as razões justificativas da
medida e da ciência de estar a pessoa ou a coisa no lugar designado.*

• O autor deverá indicar o lugar, apresentando as provas que o levaram a


indicá-lo.
Obs: obras literárias > não precisa o autor indicar todos os lugares > art. 842, § 3º
2 • Concessão ou não de liminar inaudita altera parte

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• Designação ou não de AJP – art. 841


o Pode ser em segredo de justiça, se for indispensável.
3 • Citação
• Resposta do Réu
• Instrução (produção de provas) cf. o procedimento cautelar comum
• Decisão
• Coisa Julgada Formal

 Considerações peculiares à Busca e Apreensão – art. 841 e art. 842, CPC

 Conteúdo do mandado de busca e apreensão – art. 841


• Sendo deferida a medida, o mandado será expedido e deverá conter:
o A indicação da casa ou do lugar em que deve efetuar-se a
diligência.
o A descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a lhe
dar.
o A assinatura do juiz, de quem emanar a ordem.

 Cumprimento do mandado – art. 842


• Sempre por 2 oficiais de justiça acompanhados de 2 testemunhas > 1
deles lerá o teor do mandado e intimará a parte a abrir a porta

• Se atendidos > será dada continuidade ao cumprimento da ordem.
• Se não atendidos > os oficiais de justiça arrombarão as portas externas,
bem como as internas e quaisquer móveis onde presumam que esteja
oculta a pessoa ou a coisa procurada.

• Diligência concluída > será lavrado um auto circunstanciado, assinado
pelos oficiais e pelas testemunhas

• Obs:
o Art. 842, § 3º > Tratando-se de direito autoral ou direito conexo
do artista, intérprete ou executante, produtores de fonogramas e
organismos de radiodifusão, o juiz designará, para
acompanharem os oficiais de justiça, dois peritos aos quais
incumbirá confirmar a ocorrência da violação antes de ser
efetivada a apreensão.

10.4. Produção antecipada de provas – arts. 846 a 851, CPC

 Tem natureza cautelar


 Observação importante
 Procedimento probatório > 3 momentos > no processo principal
• 1º. A parte requer a produção da prova
• 2º. Deferimento do juiz
• 3º. Produção efetiva da prova

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 Objetivo
• Garantia da FUTURA PRODUÇÃO DA PROVA NO PROCESSO DE
CONHECIMENTO, assegurando-se que a fonte da prova estará
preservada
• Ex:
o Realização imediata de exame pericial
o Colheita de depoimento testemunhal
• Assim, o nome correto seria “medida cautelar de asseguração de prova”

Prova ad perpetuam rei memoriam

 Legitimidade
• Quaisquer das partes que irão integrar a ação principal

 Hipóteses de cabimento – art. 846


• Interrogatório da parte
• Inquirição de testemunhas
• Exame pericial (exame stricto sensu, vistoria e inspeção judicial)

Obs:
• Depoimento pessoal (esclarecimento e confissão – só na AIJ) –
divergência doutrinária
• Contradita e acareação > não são cabíveis
• Inspeção judicial > sem emissão de valoração

 Oportunidade
• Antes da AIJ da ação principal > SEMPRE processo ANTECEDENTE
• Obs: caput do art. 847 > entendimento doutrinário majoritário > se for na
pendência da ação principal > basta o requerimento do autor nos próprios
autos

 Procedimento para asseguração de prova oral

1 Apresentação da PI – art. 848, CPC


• Justificação sumária da necessidade da antecipação (periculum in mora) +
menção precisa sobre quais fatos a prova recairá
• Demonstração do direito à futura produção de prova (fumus boni iuris)
• Requisitos do art. 801
o Inciso III > só para o demandante
2 Designação de dia e hora da audiência em que será colhido o depoimento +
determinação da citação + intimação da testemunha (se for o caso) > art. 848,
parágrafo único
3 Citação do demandado e abertura de prazo para resposta > 5 DIAS
4 Realização da audiência para a colheita da prova
5 Proferimento da sentença homologatória > para que a prova possa produzir
efeitos no processo principal

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 Procedimento para asseguração de prova material (perícia ou inspeção


judicial) – art. 849, CPC

1 Apresentação da PI – art. 848, CPC


• Justificação sumária da necessidade da antecipação (periculum in mora) +
menção precisa sobre quais fatos a prova recairá
• Demonstração do direito à futura produção de prova (fumus boni iuris)
• Requisitos do art. 801
o Inciso III > só para o demandante
• O demandante pode indicar assistente técnico e formular quesitos
2 Designação do perito + determinação da citação
3 Citação do demandado e abertura de prazo para resposta > 5 DIAS
Aqui, o demandado também pode indicar assistente técnico e formular quesitos
4 Realização da perícia ou inspeção judicial
5 Apresentação do laudo + vista às partes pelo prazo de 5 dias para requerer
algum esclarecimento
6 Proferimento da sentença homologatória > para que a prova possa produzir
efeitos no processo principal

 Destino dos autos


• Permanecem em cartório > art. 851, CPC

10.5. Exibição

10.5.1. Exibição incidente

 Arts. 355 a 361 e arts. 381 a 382, CPC


 É um dos meios de prova do CPC
 Demanda incidental

10.5.2. Exibição dos arts. 844 e 845, CPC

 Pode ser:
• Demanda CAUTELAR ANTECEDENTE (art. 844) > a exibição do doc.
ou da coisa visa assegurar a efetividade de uma demanda principal
OU
• Demanda principal satisfativa de direito > a exibição visa somente
realizar o direito material de uma pessoa de examinar o doc. ou a coisa

Obs: o rito será o mesmo!

 Objetivo
• Permitir que uma coisa ou um documento seja exibido (apresentado em
juízo) para que seu conteúdo seja conhecido

 Legitimidade
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• Pólo ativo > quem será o autor da demanda principal


• Pólo passivo > quem será o réu da demanda principal ou terceiro

 Rol do art. 844 > exemplificativo

• Art. 844. Tem lugar, como procedimento preparatório, a exibição


judicial:
I - de coisa móvel em poder de outrem e que o requerente repute sua ou
tenha interesse em conhecer;
II - de documento próprio ou comum, em poder de co-interessado, sócio,
condômino, credor ou devedor; ou em poder de terceiro que o tenha em
sua guarda, como inventariante, testamenteiro, depositário ou
administrador de bens alheios;
III - da escrituração comercial por inteiro, balanços e documentos de
arquivo, nos casos expressos em lei.

 Aplicação subsidiária das disposições da exibição incidente

• Art. 845. Observar-se-á, quanto ao procedimento, no que couber, o


disposto nos arts. 355 a 363, e 381 e 382.

 Procedimento

1 Protocolo da PI
Obs: pode haver concessão da exibição em sede liminar – art. 804
2 Abertura de prazo para resposta
5 dias > para quem será o demandado no proc. principal
10 dias > para o terceiro
 Possíveis respostas:
• Exibir a coisa ou doc.
• Ficar silente
• Contestar a demanda
3 Julgamento conforme o estado do processo
 Se exibida a coisa ou o doc. > reconhecimento jurídico do pedido
 Se ficar silente > revelia > julgamento antecipado da lide > se procedente >
determinará a exibição do doc./coisa em 5 dias > se não exibido > expedição
de mandado de busca e apreensão sob pena de desobediência
 Se contestar > designação da AIJ OU julgamento antecipado da lide > se
procedente > = procedimento

Exemplos de improcedência > se o autor não demonstrar que a coisa ou o doc. se


encontra na posse do demandado ou se for acolhida a recusa de exibição (art. 363,
CPC).

Obs > Casos em que não se pode admitir a recusa na exibição cautelar (art. 358, I e
III):
Se o demandado tiver a obrigação legal de exibir a coisa ou o doc.
Se o doc., por seu conteúdo, for comum para as partes

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10.6. Arrolamento de bens

 Tem natureza cautelar

 Objetivo
• Assegurar a efetividade do processo principal em que se vai buscar a posse
ou a propriedade dos bens arrolados – finalidade conservativa

 Diferença para seqüestro


• No seqüestro > objetiva-se a apreensão de bens previamente determinados
• No arrolamento de bens > objetiva-se a preservação da universalidade de
bens de conteúdo desconhecido do demandante

 Caracterização da medida em si
• Descrição e depósito de bens

 Legitimidade
• Todo aquele que tiver interesse na conservação dos bens a serem arrolados
• Interesse do requerente
o Proveniente de direito que deva ser declarado no proc. principal
o Proveniente de direito já constituído > assegurará a execução da
sentença proferida no proc. principal
• Interesse de credores
o Só no caso em que tenha lugar a arrecadação de herança

 Exemplos:
• Arrolamento cautelar incidente ou antecedente à demanda de separação
judicial ou de divórcio direto, se houver comunhão quanto aos bens, para
reclamar posterior partilha, se o autor da cautelar desconhecer o conteúdo do
patrimônio comum do casal.
• Arrolamento antecedente ou incidente à “ação de investigação de
paternidade cumulada com pedido de herança”.
• Arrolamento como medida cautelar antecedente ou incidente à “ação de
dissolução e liquidação de sociedade comercial”.

 Procedimento

1 Protocolo da PI
• Requisitos de qualquer PI cautelar > art. 857:
I - o seu direito aos bens;
II - os fatos em que funda o receio de extravio ou de dissipação dos bens.
2 Abertura de prazo para resposta > 5 dias
Obs1:
Pode haver concessão liminar ou após AJP
Obs2:
Se estiver na posse de terceiro, este deverá ser intimado para ser ouvido

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3 Deferimento do arrolamento
• Designação de depositário:
O depositário lavrará o auto de arrolamento, descrevendo minuciosamente todos
os bens, registrando quaisquer ocorrências que tenham interesse para a sua
conservação – art. 859

 Observação importante
• Art. 860. Não sendo possível efetuar desde logo o arrolamento ou
concluí-lo no dia em que foi iniciado, apor-se-ão selos nas portas da casa
ou nos móveis em que estejam os bens, continuando-se a diligência no
dia que for designado.
• A inutilização do selo é crime, tipificado no art. 336, CP.

PROCEDIMENTOS SITUADOS NO LIVRO DE CAUTELAR QUE POSSUEM


NATUREZA CONTROVERTIDA

10.7. Alimentos provisionais – art. 852 ao art. 854

 A doutrina se divide quanto à sua natureza:


• 1ª corrente > tem natureza cautelar
• 2ª corrente > não tem natureza cautelar > é uma medida satisfativa
sumária com a “mesma natureza” da tutela antecipada (Atenção: não é =
à tutela antecipada!!!)

Obs: o procedimento dos alimentos provisionais é ≠ do de alimentos provisórios, mas


possuem a mesma essência.

 Conceitos
• Alimento > contribuição periódica assegurada a alguém, por um título de
direito, para exigi-la de outrem, como necessário à sua manutenção.
• Alimentos provisionais > alimentos que a parte pede para seu sustento e para
os gastos processuais enquanto durar a demanda* (para todas as hipóteses de
cabimento).
* A palavra “demanda” abrange tanto a ação de alimentos provisionais quanto a
outra demanda na qual ela será incidente (causa “principal”)

 Finalidade
• Prover o demandante dos meios necessários à sua subsistência enquanto
durar o processo (inclusive os indispensáveis ao custeio do próprio processo)
> alimenta in litem

 Cabimento – art. 852


• Nas ações de desquite e de anulação de casamento, desde que estejam
separados os cônjuges > Ações de divórcio e de separação > pode ser
antecedente ou incidente
• Nas ações de alimentos (de rito ordinário), desde o despacho da petição
inicial > só pode ser incidente.
• Nos demais casos expressos em lei.

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 Procedimento > apesar de não ser cautelar, será utilizado o do procedimento


cautelar comum.

 Observações
• Mesmo a causa principal estando pendente de julgamento no tribunal, a de
alimentos provisionais será processada no primeiro grau de jurisdição – art.
853.
• Requisitos específicos da PI > as necessidades do alimentando e as
possibilidades do alimentante – art. 854.
• O requerente pode pedir concessão liminar de uma mensalidade para sua
mantença – art. 854, p.u.

10.8. Do protesto e da apreensão de títulos – art. 882 ao art. 887.

 Protesto > matéria de Direito Empresarial > na verdade, o protesto é regido por
leis especiais (lei n. 9.492/97 e outras) > procedimento extrajudicial > realizado
pelo tabelião de protestos e títulos.

 Apreensão de títulos > há controvérsias quanto à sua natureza > nada


pacificado

 Objetivo
• Apreensão de título não restituído ou sonegado pelo emitente, sacado ou
aceitante.
o Obs: Código Comercial e leis cambiais > prevêem situações de
restituição ou entrega obrigatória do título

o Recusa ou sonegação > determinação de apreensão

 Prisão > dispositivos não recepcionados pela Constituição Federal de 1988 >
art. 885, última parte e parágrafo único e art. 886.

 Procedimento > mesmo havendo controvérsias quanto à sua natureza jurídica,


aplica-se, no que couber, o procedimento cautelar comum.
• Obs: A sentença a que se refere o art. 887 é a da “possível” ação de cobrança
em se discutirá a dívida. Por quê?

• Na ação de apreensão de título não se discute a dívida e sua sentença se
limita a conhecer da existência ou não da retenção do título bem como da
legalidade deste ato.

PROCEDIMENTO SITUADO NO LIVRO DE CAUTELAR QUE POSSUI


NATUREZA MISTA OU SÓ CAUTELAR

10.9. Atentado – art. 879 ao art. 881

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 Art. 879 > Comete atentado a parte que no curso do processo (rol
exemplificativo):
• Viola penhora, arresto, seqüestro ou imissão na posse;
• Prossegue em obra embargada;
• Pratica outra qualquer inovação ilegal no estado de fato.

 Objetivo
• Recompor a situação fática, indevidamente alterada por uma das partes, no
curso do processo (fato natural ou ato de 3º > não cabe ação de atentado).

 Natureza jurídica da ação de atentado > pode ter natureza mista > cautelar e
cognitiva
• Só cautelar > quando só visar à proteção da efetividade do processo
principal, com pedido único de restabelecimento de seu estado anterior.
• Mista > quando também houver pedido de condenação do requerido ao
ressarcimento à parte lesada das perdas e danos sofridos em razão do
atentado.

 Procedimento > aplica-se, no que couber, o procedimento cautelar comum.

 Observações
• A PI será autuada em separado – em apenso ao processo principal > regra
geral

Obs: Mesmo que o processo principal já esteja no Tribunal, a PI inicial da ação
de atentado será protocolada no juízo de 1º grau que foi competente para
conhecer daquele.
• Sentença (de procedência – art. 881):
o Ordenará o restabelecimento do estado anterior.
o Proibirá o réu de falar nos autos do processo principal até a purgação
do atentado.
o Poderá ordenar a suspensão do processo principal.
o Poderá condenar o requerido a ressarcir as perdas e danos.

10.10. Outras medidas provisionais – arts. 888 e 889

 Rol meramente exemplificativo > desnecessários > Poder Geral de Cautela


• Obs:
o Inciso VIII > a interdição ou a demolição de prédio para
resguardar a saúde, a segurança ou outro interesse público >
medida de caráter satisfativo e definitivo.

PROCEDIMENTOS SITUADOS NO LIVRO DE CAUTELAR QUE POSSUEM


NATUREZA SATISFATIVA

10.11. Caução – arts. 826 a 838, CPC

 Significa GARANTIA
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 Nem toda caução é cautelar


 Cauções de natureza cautelar:
• Ex: Art. 819, CPC; art. 805, CPC; art. 804, CPC
• São incidentes de um processo cautelar
• Não são objeto de processo autônomo

10.11.1. Classificação das cauções quanto à origem

 Caução Legal:
• Imposta por lei
• Ex:
o A caução para instauração da execução provisória – art. 475-O,
III, CPC
o A caução do arrematante, na arrematação a prazo – art. 690, CPC
 Caução Negocial:
• Garantia que uma das partes dá à outra do fiel cumprimento de um
contrato
• Ex:
o Hipoteca, fiança e penhor
 Caução Processual/Judicial:
• São impostas por um pronunciamento do juiz
• Prestadas como ato do processo – não como ação de caução
o Cauções cautelares
o Medidas incidentais necessárias de imposição ex officio

10.11.2. Caução dos arts. 826 a 838, CPC > cauções legais e negociais

 NÃO tem natureza cautelar


 É de direito material/substancial
 Objeto > tutela jurisdicional satisfativa
 “Ação de caução” > ação de conhecimento de rito especial

 Caução real ou fidejussória – art. 826, CPC


• Depende do tipo de garantia prestada
• Real:
o A garantia prestada consiste em um bem DETERMINADO
o O bem fica afetado – gravado
o Ex: hipoteca e penhor
• Fidejussória
o A garantia não consiste em um bem determinado, mas sim no
PATRIMÔNIO DE UMA PESSOA
o Ex: Fiança

 Escolha da caução:
• A lei pode determinar o tipo de caução a ser prestada
• O negócio jurídico pode estabelecer o tipo também

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• Pode haver casos em há liberdade para o caucionante escolher > art. 827,
CPC

 Prestação da caução – art. 828, CPC


• Pelo interessado (parte)
• Por terceiro estranho à relação processual
o Obs: a caução FIDEJUSSÓRIA é SEMPRE prestada por
TERCEIRO

 Procedimento

1 Proposição da ação – natureza DÚPLICE


• Por quem está obrigado a prestar a caução (caucionante) > art. 829, CPC
OU
• Por quem tem o direito de exigir sua prestação (caucionado) > art. 830,
CPC
2 Citação do réu para oferecer resposta em 5 DIAS > art. 831, CPC
• Possíveis respostas:
o Aceitar a caução
o Prestar a caução
o Contestar o pedido
o Excepcionar o juízo
• Não cabe reconvenção – natureza dúplice da ação
3 Julgamento conforme o estado do processo > art. 832, CPC
• O juiz proferirá imediatamente a sentença:
I - se o requerido não contestar;
II - se a caução oferecida ou prestada for aceita;
III - se a matéria for somente de direito ou, sendo de direito e de fato, já
não houver necessidade de outra prova.
OU
• Se contestado o pedido, o juiz designará audiência de instrução e
julgamento > se necessária prova oral > art. 833.
4 Proferimento da sentença
• Aplicação do art. 834, CPC:
• O juiz DETERMINARÁ A CAUÇÃO E ASSINARÁ O PRAZO EM
QUE DEVE SER PRESTADA
• Se o requerido NÃO cumprir a sentença no prazo estabelecido, o juiz
declarará:
I - no caso do art. 829, NÃO PRESTADA A CAUÇÃO
II - no caso do art. 830, EFETIVADA A SANÇÃO QUE COMINOU

 Observações importantes:

• Caução das despesas processuais – arts. 835 e 836, CPC


Cautio iudicatum solvi ou cautio pro expensis

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Demandante NÃO RESIDENTE no Brasil

Art. 835. O autor, nacional ou estrangeiro, que residir fora do Brasil ou dele se
ausentar na pendência da demanda, prestará, nas ações que intentar, caução
suficiente às custas e honorários de advogado da parte contrária, se não tiver no
Brasil bens imóveis que lhes assegurem o pagamento.
o Questionamento quanto à constitucionalidade do dispositivo
o Desnecessidade:
 Execução fundada em título executivo extrajudicial
 Reconvenção

• Desfalque da garantia por motivo superveniente


o Ex: depreciação do bem dado em garantia
o Será autorizado o REFORÇO DA GARANTIA em PROCESSO
INCIDENTE

Art. 837. Verificando-se no curso do processo que se desfalcou a
garantia, poderá o interessado exigir reforço da caução. Na petição
inicial, o requerente justificará o pedido, indicando a depreciação do
bem dado em garantia e a importância do reforço que pretende obter.

= procedimento

Art. 838. Julgando procedente o pedido, o juiz assinará prazo para que o
obrigado reforce a caução. Não sendo cumprida a sentença, cessarão os
efeitos da caução prestada, presumindo-se que o autor tenha
desistido da ação ou o recorrente desistido do recurso.

10.12. Justificação

 Não tem natureza cautelar


 Trata-se de jurisdição voluntária

 Objetivo
• Justificar a existência de algum fato ou relação jurídica, seja para simples
documento e sem caráter contencioso, seja para servir de prova em processo
regular, exporá, em petição circunstanciada, a sua intenção (própria
produção da prova testemunhal para utilização eventual).

 Diferença para a produção antecipada de prova


• Na justificação > não há o periculum in mora, pois não é cautelar.
• Pode haver contradita

 Semelhança para a produção antecipada de prova


• Não vincula o juízo do processo principal

 Procedimento

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1 Protocolo da PI > requisitos normais


Descrição pormenorizada do fato ou da relação jurídica cuja existência se quer
provar através da prova testemunhal + rol das testemunhas
Pode juntar docs. só para orientação, se necessária > prazo de 24h p/ vista.
2 Designação de audiência + citação dos interessados + intimação das
testemunhas
Se o interessado não puder ser citado pessoalmente, haverá intervenção do MP. –
art. 862, p.u.
3 Realização da audiência + proferimento de sentença (em audiência ou em 10
dias) > homologatória da prova
Obs > Não se admite defesa nem recurso!!! – art. 865
4 Permanência dos autos em cartório por 48h para eventuais certidões
5 Entrega dos autos ao demandante, independentemente de traslado.

10.13. Protestos, notificações e interpelações.

 Não tem natureza cautelar


 Trata-se de jurisdição voluntária
 São medidas extremamente semelhantes > = procedimento

 Objetivo
• Prevenir responsabilidade
• Prover a conservação e ressalva de seus direitos
• Manifestar qualquer intenção de modo formal

 Protesto > documentação da intenção do promovente


 Notificação > cientificação para alguém fazer ou deixar de fazer algo, sob
cominação de pena.
 Interpelação > fazer conhecer ao devedor a exigência do cumprimento da
obrigação, sob pena de ficar constituído em mora.

 Exemplo de protesto
• Protesto feito pelo engenheiro que elaborou um projeto, que dirige seu
protesto ao construtor que não o está seguindo, para prevenir sua
responsabilidade no caso de o projeto gerar algum dano para o dano da
obra.
 Exemplo de notificação
• Notificação pelo locador ao locatário
 Exemplo de interpelação
• Interpelação pelo banco ao cliente devedor

 Procedimento do protesto (serve para todos)

1 Protocolo da PI
Fatos e fundamentos do protesto – não se admite protesto genérico > art. 869
2 Deferimento do protesto + determinação da intimação – regras gerais da
citação do CPC

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Não é citação porque não se chama a outra parte para a apresentação de defesa
(doutrina dominante).
• Regras específicas para a comunicação (intimação) por edital > art. 870
• Obs: Não haverá apresentação de defesa nem contraprotesto nos
mesmos autos (o contraprotesto poderá ser feito em autos apartados) >
art. 871
3 Permanência dos autos em cartório por 48h para eventuais certidões.
4 Entrega dos autos ao demandante, independentemente de traslado.

10.14. Da posse em nome do nascituro

 Não tem natureza cautelar

 Conceito
• Nascituro > ser desprovido de personalidade, mas seus direitos estão a salvo
desde a concepção – art. 2º, CC/2002.

 Finalidade
• Permitir que se dê proteção aos interesses do feto, através da constituição de
prova da existência da gravidez, para o fim de permitir que o representante
legal do nascituro entre na “posse de seus direitos” > na verdade, investidura
nos direitos do nascituro para poder habilitá-lo no inventário

 Cabimento
• Quando se estiver diante de um caso de sucessão mortis causa em que o
nascituro venha, no caso de nascer com vida, a ser um dos sucessores.

 Legitimidade
• Ativa > gestante
• Passiva > demais herdeiros do de cujus

 Procedimento > apesar de não ser cautelar, será utilizado o do procedimento


cautelar comum.

 Observações
• A PI deverá ser instruída com a certidão de óbito da pessoa de quem o
nascituro é sucessor.
• O pedido será para que seja realizado exame de gravidez por um médico
nomeado pelo juiz.
• Será dispensado o exame se os outros herdeiros aceitarem a declaração da
requerente.
• Haverá a oitiva do MP depois de decorrido o prazo de resposta.
• Apresentado o laudo reconhecendo a gravidez, a sentença declarará a
requerente investida na posse dos direitos do nascituro.
• Se à requerente não couber o exercício do pátrio poder, será nomeado
curador ao nascituro.

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10.15. Homologação do penhor legal – art. 874 ao art. 876

 Penhor legal > penhor imposto por lei – art. 1467 ao art. 1472, CC/2002.
• Art. 1471, CC/2002 > “Tomado o penhor, requererá o credor, ato contínuo, a
sua homologação judicial”. > Conclusão: o penhor legal só se aperfeiçoa e se
regulariza com a homologação judicial.

• Prolação da sentença homologatória > condição de existência e eficácia do
penhor legal

 Não tem natureza cautelar


• Obs: Em que pese não possuir natureza cautelar, a doutrina entende que o
penhor só poderá produzir efeitos por 30 dias e o credor deverá ajuizar a
ação de cobrança do seu débito nesse prazo, sob pena de cessar a eficácia do
penhor.

 Objetivo
Constituição regular do penhor legal

 Diferença para a caução


• Na caução, a pessoa ainda não está em débito; ela somente não prestou a
caução a que estava obrigada.
• No penhor legal, a pessoa já está em débito e, por isso, nos casos previstos
no art. 1467, CC, o credor “está autorizado” a empenhar determinados bens
por ato de mão própria, devendo requerer sua posterior homologação.

 Procedimento > apesar de não possuir natureza cautelar, aplica-se, no que


couber, o procedimento cautelar comum.

 Observações:
• Como não tem natureza cautelar, não há necessidade na PI de ser colocado o
inciso III, do art. 801.
• Documentos essenciais à PI:
o Conta pormenorizada das despesas
o Tabela dos preços (no caso de hospedeiro)
o Relação dos objetos retidos (se caso já houverem sido
apreendidos pelo credor)
• Prazo para apresentação de defesa ou pagamento > 24h
• Poderá haver homologação de plano do penhor > condição: que o pedido
esteja suficientemente provado

A doutrina entende que a citação não poderá ser dispensada (princípio do
contraditório)

Interpretação: atendida a condição > dispensa-se a instrução, mas NÃO SE
DISPENSA A CITAÇÃO.
• Possíveis argumentos da defesa:
o Nulidade do processo

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o Extinção da obrigação
o Não estar a dívida compreendida entre as previstas em lei ou não
estarem os bens sujeitos a penhor legal.
• Depois de homologado o penhor > os autos serão entregues ao autor em 48h,
independentemente de traslado.
• Não havendo homologação > os bens serão entregues ao requerido.

QUADRO RESUMO DOS PROCEDIMENTOS ESTUDADOS

Procedimentos Natureza Jurídica


1 Arresto Cautelar
2 Seqüestro Cautelar
3 Busca e apreensão Cautelar
4 Produção antecipada de provas Cautelar
5 Exibição Cautelar
6 Arrolamento de bens Cautelar
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1 Alimentos provisionais Há controvérsia
2 Apreensão de título Há controvérsia
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1 Atentado Mista ou só cautelar
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1 Caução Satisfativa
2 Justificação Satisfativa
3 Protestos, notificações e interpelações Satisfativa
4 Posse em nome do nascituro Satisfativa
5 Homologação do penhor legal Satisfativa

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